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GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA

PSICOLOGIA DAS PESSOAS COM NECESSIDADES ESPECIAIS

VILHENA
2021
JAMES TOMÉ DO NASCIMENTO

PSICOLOGIA DAS PESSOAS COM NESCESSIDADES ESPECIAIS

Trabalho apresentado a disciplina de


Psicologia da Pessoa com Necessidades
Especiais do curso de graduação em
Psicologia pela Faculdade da Amazônia -
FAMA para obtenção de nota parcial sob a
orientação da Prof. Esp. Maria Rosa de
Oliveira.

VILHENA
2021
Sumário
APRESENTAÇÃO................................................................................................4
INTRODUÇÃO......................................................................................................4
DEFINIÇÃO..........................................................................................................5
CAUSAS...............................................................................................................5
DIAGNÓSTICO.....................................................................................................6
CARACTERÍSTICAS............................................................................................6
CARACTERISTICAS AFETIVAS.........................................................................7
ADAPTAÇOES EDUCACIONAIS.........................................................................7
INTERVENÇÕES.................................................................................................8
ATENDIMENTOS NAS DIFERENTES CATEGORIAS DE NECESSIDADES
ESPECIAIS...........................................................................................................8
REFERÊNCIAS..................................................................................................10
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APRESENTAÇÃO

A infância é um período de muita importância para o desenvolvimento de


todas as crianças e para as crianças com síndrome de Dom ela é fundamental, pois,
é nesta fase que ela adquire a maior parte de seus conhecimentos e habilidades.
Educar crianças com síndrome de Down desde a infância é ainda mais
importante, pois é por meio da educação que a criança encontra maiores
possibilidades de desenvolvimento de suas capacidades e habilidades motoras,
cognitivas e emocionais bem como de interagir com o meio escolar e social.
Neste sentido o papel da família é fundamento para esse processo para que
elas não se sintam excluídas ou deixadas de lado, é preciso criar um ambiente
acolhedor para esta criança desenvolver os aspectos cognitivos, físicos e
emocionas.

INTRODUÇÃO

A síndrome de Down possui estudos antigos sendo catalogados os


primeiros escritos metodológicos por volta do século 19. No passado encontra-se
pinturas de crianças com Down feitas artistas bem conhecidos da época. (SILVA;
DESSEN, 2002)
Esta síndrome pode ser encontrada em qualquer lugar do mundo e não
importando sexo ou classe social. As pessoas que são acometidas desta anomalia
genética possuem expectativa de vida que variam conforme as condições, podendo
alcançar a casa dos 70 anos de idade. (MUSTACCHI; PERES, 2000)
A síndrome de Down possui este nome em homenagem ao pesquisador
Langdon Down que por influências evolucionistas da época de 1886 acreditava que
existiam raças superiores e raças inferiores e sendo a síndrome de Down uma
manifestação clara de inferioridade racial. (SILVA; DESSEN, 2002)
A nomenclatura como conhecemos na atualidade somente foi proposta
muito tempo depois sendo antes disso serem denominadas com “imbecilidade
mongolóide, idiotia mongolóide, cretinismo furfuráceo, acromicria congênita, criança
mal-acabada, criança inacabada, [...]”. (SILVA; DESSEN, 2002, p. 02)
Podemos evidenciar que foram feitos vários estudos e mudança de nomes
para então chegar nome atual.
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Por volta de 1950, Jerome Lejéune, aprofundou o estudo que Down havia
realizado e evidenciou um erro cromossômico, com isso foi possível inferir a
disfunção cromossômica que causa a Síndrome de Down. (SILVA; DESSEN, 2002)

DEFINIÇÃO

A síndrome de Down é um conjunto de características ocasionado por uma


anomalia genética que ocorre devido uma falha no processo de divisão celular que
de alguma maneira venha a prejudicar o desenvolvimento individual. (De Down,
2009)
Sendo assim “[...] configura-se como condição crônica, causada por uma
anomalia cromossômica com ocorrência média, de um caso para cada 600 a 800
nascidos vivos”. (MIRANDA; DA SILVA BARRETO, 2019, p. 2)

CAUSAS

De modo geral o ser humano possui 23 pares de cromossomos, entretanto,


neste caso ocorre o surgimento de 1 (um) cromossomo a mais devido a uma falha
no processo de divisão celular. Sendo assim a Síndrome de Down – SD – é a
“presença de três cromossomos 21 em todas ou na maior parte das células de um
indivíduo” (De Down,2009, p. 3), devido a essa descoberta de um cromossomo
extra, passou também a ser reconhecida pelo nome trissomia 21.
A síndrome de Down possui três variantes sendo a trissomia 21,
translocação cromossômica e o mosaicismo.
A trissomia 21 é o caso de mais incidência, ocorre pela não disjunção
cromossômica, isto é, no processo de divisão celular não ocorre a separação dos
cromossomos que formam os pares. (COELHO, 2016)
A translocação cromossômica devido o cromossomo extra do par 21 ficar
junto a outro cromossomo ocasionando uma organização que comporte esse
material genético extra. (COELHO, 2016)
No mosaicismo ocorre duas linhas celulares onde uma contem 46
cromossomos e a outra contem 47. Neste processo o feto já está formado.
(COELHO, 2016)
Cabe ressaltar que não há nada que os pais da criança possam fazer para
ocasionar ou reverter esse processo, pois tudo ocorre em nível celular sem a
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interferência de vontade dos pais, isto é, os genitores não tem culpa da criança
nascer assim.

DIAGNÓSTICO

O diagnóstico pode acontecer pela observação de evidências físicas após o


nascimento, sendo confirmados por exames clínicos específicos. A SD está
relacionada com a idade dos genitores, sendo a principal relação com a mãe.
“O diagnóstico da síndrome de Down baseia-se na identificação consistente
de suas manifestações físicas, determinadas pelas anomalias congênitas
correlatas. A definição do diagnóstico é confirmada pela presença de um
material do braço longo do cromossomo 21 em excesso e essa situação
ocorre em cerca de 96% dos casos com um modelo de não-disjunção,
caracterizado pela trissomia do cromossomo 21 e intimamente
correlacionado a idade de seus genitores e principalmente com a idade
materna”. (MUSTACCHI; PERES, 2000, p. 19)

Pode ser feito pelo exame de sangue chamado “NIPT (non invase prenatal
test), que consiste em analisar células livres com DNA fetal no plasma materno de
forma a não necessitar de exames invasivos”. (BATISTA, 2020, p. 2)
Pelo exame de ultrassonografia (transluscência nucal) pode ser verificado
também com a criança ainda no ventre. (MIRANDA; DA SILVA BARRETO, 2019)

CARACTERÍSTICAS

O recém-nascido apresenta fenótipos que possibilitam a identificação da


síndrome de Down. Muitas dessas características nãos são comuns a todos os
portadores, esta condição não afeta o crescimento saúde ou funcionamento infantil.
(DE DOWN, 2009)
Segundo De Down (2009, p. 7) as características apresentadas são
variadas, entretanto as mais comuns são:
“[...] olhos inclinados e presença de pele no canto interno do olho, abertura
do olho curta e estreita com mancha na íris, rosto achatado (ponta do nariz
baixa e bochechas altas), cabeça menor do que a média, pontos macios na
cabeça (moleira), orelhas pequenas e baixas, boca menor com lábios finos,
pescoço curto com dobras de pele soltas, pernas e braços curtos em
relação ao tronco, mãos largas e achatadas e dedos curtos, uma única
dobra ao longo da palma, pés largos com dedos curtos, baixo tônus
muscular (hipotonia) e articulações frouxas (hiperflexibilidade); os reflexos
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do bebê tendem a ser mais fracos, dois terços dos bebês têm choro mais
fraco ou mais curto, 12ª costela ausente, “peito funil” (esterno rebaixado),
“peito de pombo” (externo saliente), pés chatos ou tortos, artrite, cérebro
(telencéfalo) menor (menos células nervosas e menos conexões entre
elas)”.

Os portadores de SD possuem mais semelhanças que diferenças, onde o


importante é descobrir meios para alcançar um bom desenvolvimento de suas
capacidades pessoais e avançar com crescentes níveis de realização e autonomia.

CARACTERISTICAS AFETIVAS

Observar como se desenvolve as questões afetivas das crianças com


síndrome de Down é importante para a compreender como ela se comportam em
meio ao ambiente em que vivem. Os autores Rodrigues; Alchieri salienta que “é
fundamental visualizar o conceito acerca da afetividade como um dos conteúdos
psicológicos que exercem um papel imprescindível na organização e no
funcionamento psíquico no ser humano”. (2009, p. 02)
A ideia de afeto é bastante abrangente “[...] que engloba estados tão
diversos como as emoções, as paixões, os sentimentos, a ansiedade, a angústia, a
tristeza, a alegria, mesmo as sensações de prazer e dor” (DORON; PAROT, 2001, p.
35)

ADAPTAÇOES EDUCACIONAIS

Incluir os alunos com deficiência nas classes regulares de ensino tem sido
um dos principais focos de discussões e pesquisas no Brasil no mundo. Os desafios
de uma educação inclusiva estão relacionados à concretização de um ensino de
qualidade para todos os alunos.
No contexto escolar é preciso profissionais qualificados para atender
necessidades desses alunos, pois são muitas as dificuldades encontradas, dentro
delas estão:

“[...] dificuldades com a memória curta auditiva; dificuldades com a


linguagem e fala; dificuldades sensoriais com a audição e visão; dificuldade
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em generalizar de uma situação ou lugar para outro; forte consciência e


percepção visual e habilidades de aprendizagem visual; atraso na
coordenação motora grossa e fina; e dificuldade de processamento
auditivo”. (ANHÃO, 2010, p. 01)
Com estratégias pedagógicas a escola se prepara para receber este aluno
para desenvolver suas habilidades estudantis como ler e escrever de modo
satisfatório. Este indivíduo poderá ocupar um lugar próprio e digno na sociedade.

INTERVENÇÕES

Por se tratar de uma criança em que requer uma atenção diferenciada


devido as limitações que ela apresenta, se faz preciso um plano de atuação que
possua em seu objetivo a inclusão no meio educacional. É preciso obter informações
que possibilite esta ação educacional. Neste sentido De Down (2009, p. 19)
corrobora quando evidencia que no processo de intervenção educacional de:
“[...] crianças com Síndrome de Down, devemos ter em atenção todas as
suas caraterísticas. É fundamental saber se a criança teve doenças que
possam de algum modo interferir no seu desenvolvimento futuro, saber se
tem ou não problemas auditivos ou de visão que influenciem diretamente a
sua adaptação ao meio, entre outras perturbações. Ter acesso à informação
sobre o tipo de personalidade da criança e aspetos cognitivos ajuda também
o educador a estruturar um plano de ação direcionado para a criança como
ser individual, com caraterísticas muito próprias, que barram muitas vezes o
seu desenvolvimento. O meio no qual a criança se insere constitui também
um fator a ter em conta, devido à sua influência no comportamento e nas
atitudes que a criança adota”.

Neste contexto fica evidente que necessita de uma investigação abrangente


sobre esse aluno para assim planejar estratégias bem minuciosas para alcançar
êxito.
Através psicologia escolar poderia ser elaboradas ações de prevenção que
tem por objetivo a otimização entre as partes. (ANDALÓ, 1984)

ATENDIMENTOS NAS DIFERENTES CATEGORIAS DE NECESSIDADES


ESPECIAIS

O psicólogo deve estar atento para as demandas apresentadas, levando em


conta o meio social e os grupos que ali se encontram. Onde quer que esteja este
profissional deve ser um agente de mudanças, fomentar e propor melhorias, com
preparo amplo e vivências diversificadas.
Para que isso ocorra é essencial “[...] que o psicólogo esteja atualizado com
os trabalhos e pesquisas recentes” é preciso possuir uma “[...] sensibilidade diante
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da criança e do nível de comprometimento [...] para que ele saiba adequar propostas
terapêuticas [...]” que façam a diferença para buscar uma melhoria do envolvidos.
(SOUZA, 2004, p. 3)
O conhecimento apresentado pelo psicólogo deve proporcionar condições
de verificar áreas de comprometimento da criança e estar atento a relatos familiares.
(SOUZA, 2004)
Outro ponto a ser considerado é o apoio e informação as famílias dessas
crianças “permitindo que a criança seja reconhecida por sua singularidade e por
suas qualidades, e não estigmatizada por suas possíveis limitações”. (MIRANDA; DA
SILVA BARRETO, 2019, p. 8)
Fica evidente que o trabalho deve ser feito de modo a contemplar as
dinâmicas que envolvem as crianças e seus familiares.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
As crianças que nascem com síndrome de Down necessitam de um cuidado
mais pontual devido as limitações apresentadas já no nascimento. A família deve
estar preparada para receber esta criança, fazendo mudanças no contexto família
que envolvem muita dedicação e empenho dos participantes.
O psicólogo neste contexto vem propor meios que ajudam a família a se
relacionarem de forma mais amena e proveitosa podendo ainda fazer
esclarecimentos que corroborem para evitar o preconceito e a discriminação ainda
existentes no seio familiar. Pode ainda propor prevenções junto às escolas e
pessoas afins.
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REFERÊNCIAS

ANDALÓ, Carmem Silvia de Arruda. O papel do psicólogo escolar. Psicologia:


Ciência e profissão, v. 4, n. 1, p. 43-46, 1984.

ANHÃO, Patrícia Páfaro Gomes; PFEIFER, Luzia Iara; SANTOS, Jair Lício dos.
Interação social de crianças com Síndrome de Down na educação infantil. Revista
Brasileira de Educação Especial, v. 16, n. 1, p. 31-46, 2010.

BATISTA, Yuri Aguiar Ribeiro et al. Diagnóstico pré-natal não invasivo: Muito além
da identificação do sexo do bebê a partir do sangue materno. Brazilian Journal of
Health Review, v. 3, n. 2, p. 2511-2517, 2020.

BONIFÁCIO, Carolina Martins; RODRIGUEIRO, Débora Aparecida. Distribuição e


prevalência das principais cromossomopatias em humanos e análise do
procedimento de aconselhamento genético: estudo retrospectivo dos pacientes
atendidos no ambulatório de genética do Conjunto Hospitalar de Sorocaba. Revista
Eletrônica de Biologia (REB). ISSN 1983-7682, v. 4, n. 3, 2011.

COELHO, Charlotte. A síndrome de Down. Psicologia. pt, p. 1-14, 2016.

DE DOWN, Fundació Catalana Síndrome. síndrome de Down. Aspectos médicos y


psicopedagógicos, p. 43, 2009.

KUBO, Olga Mitsue; BOTOMÉ, Sílvio Paulo. Formação e atuação do psicólogo para
o tratamento em saúde e em organizações de atendimento à saúde. Interação em
Psicologia, v. 5, n. 1, 2001.

MIRANDA, Ane Caroline Rodrigues Lucena; DA SILVA BARRETO, Mayckel.


CRIANÇAS COM SÍNDROME DE DOWN: EXPERIÊNCIAS QUOTIDIANAS
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VIVENCIADAS PELAS FAMÍLIAS/CHILDREN WITH DOWN SYNDROME:


QUOTIDIAN EXPERIENCES OF THE FAMILIES. Revista Paranaense de
Enfermagem (REPENF), v. 2, n. 1, 2019.

MUSTACCHI, Zan; PERES, Sergio. Genética baseada em evidências: síndromes


e heranças. Cid Editora, 2000.

WUO, Andréa Soares. A construção social da Síndrome de Down. Cadernos de


psicopedagogia, v. 6, n. 11, p. 00-00, 2007.

SILVA, Nara Liana Pereira; DESSEN, Maria Auxiliadora. Síndrome de Down:


etiologia, caracterização e impacto na família. Interação em psicologia, v. 6, n. 2,
2002.

SOUZA, José Carlos et al. Atuação do psicólogo frente aos transtornos globais do
desenvolvimento infantil. Psicologia: ciência e profissão, v. 24, n. 2, p. 24-31,
2004.

RODRIGUES, Elaine Custódio; ALCHIERI, João Carlos. Avaliação das


características de afetividade em crianças e jovens com síndrome de Down. Psico-
USF, v. 14, n. 1, p. 107-116, 2009.
Doron, R. & Parot, F. (2001). Dicionário de Psicologia. (1ª ed.). Lisboa: Climepsi.

Martins, L. de A. R. (2002). A inclusão escolar do portador da síndrome de Down: o


que pensam os educadores? Natal-RN: Editora da UFRN.

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