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38 - Assistencia As Pessoas em Situação de Risco - Criança, Adolescente, Mulher e Idoso
38 - Assistencia As Pessoas em Situação de Risco - Criança, Adolescente, Mulher e Idoso
Amigo (a)!
Com muita disciplina e determinação chegamos a mais uma aula do nosso curso.
Nessa aula, abordaremos os conteúdos referentes à Assistência integral às pessoas
em situação de risco: violência e negligência contra criança, adolescente, mulher e
idoso.
Primeiramente, faremos uma abordagem teórica do tema proposto e, em seguida
as questões cobradas em concursos anteriores com os comentários.
As questões utilizadas nessa aula foram colocadas ao final do arquivo, de modo
que vocês possam, se preferir, tentar resolvê-las antes de ler os comentários a elas
referentes.
Boa aula!
Natureza da violência
com o mesmo sentido. Este tipo de violência pode se expressar de várias maneiras: com
implicância, colocação de apelidos, exclusão do grupo, intimidação, assédio,
humilhação, difamação, agressão física etc. É um problema mundial que perpassa todas
as classes sociais. Os meninos têm mais chances de se envolver com esta forma de
violência do que as meninas. Os alvos são, em geral, pessoas inseguras, com baixa
autoestima e com pouca habilidade de fazer cessar a violência. Tais crianças têm
maiores chances de apresentar sentimentos de angústia, tristeza e solidão, depressão e
ideias suicidas (ASSIS, 2007).
Todos os profissionais que atendem crianças devem estar atentos aos sinais e
sintomas físicos e comportamentais associados à violência ou à negligência, mesmo que
até o momento não se tenha evidências fortes que subsidiem as recomendações deste
rastreamento (AMERICAN..., 2008). A suspeita de violência, também conhecida como
maus-tratos, surge, em geral, no momento em que se procede à anamnese ou ao exame
físico da criança. Muitos sinais e sintomas são inespecíficos. Portanto, é necessário
contextualizar a situação em que os sintomas se apresentam, conhecer os sentimentos e
o comportamento da criança e a forma como ela se relaciona dentro e fora do grupo
familiar (SOCIEDADE..., 2001).
A criança pode ser levada para o atendimento ao evidenciar uma história de
falhas no seu desenvolvimento (desnutrição, obesidade, sintomas depressivos,
dificuldades no aprendizado, distúrbios de conduta ou comportamento, distúrbios do
sono, fobias e outros sinais de negligência psicológica ou física). Com frequência,
quando a criança é vítima de violência, os adultos responsáveis apresentam outras
justificativas para o fato ou para os sinais e sintomas de sofrimento geralmente
associados (ASSOCIAÇÃO..., 2003).
Sempre se deve associar sinais e sintomas aos indícios que ocasionaram a
suspeita de violência, haja vista não haver sintomas específicos que caracterizem o
sofrimento ou o adoecimento por violências. A identificação das vítimas pode ocorrer
durante o atendimento da criança em um serviço de saúde, em sua estada na creche, na
pré-escola ou na escola. Por isso, é de primordial importância a participação ativa dos
profissionais de saúde na estratégia de atuação coletiva contra a violência, além de
Visto isto, concluímos que o único item incorreto é o V, pois dificuldades para
participar de atividades físicas podem ser sinais comportamentais de violência. Portanto,
gabarito letra E.
sociedade.
d) a crueldade em relação a crianças e adolescente é um fato comum apenas nos dias atuais.
COMENTÁRIOS:
Essa questão é tranquila e dispensa comentários. No texto está claro que sem o
consentimento da dignidade e respeito com adolescentes e a criança, é impossível o combate
à violência. Nesses termos, gabarito letra A.
A violência contra a mulher vem sendo remetida à área da Saúde Pública tanto
pelo movimento feminista como por associações profissionais, serviços de saúde e
organismos internacionais, como a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a
Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). Segundo d’Oliveira e Schraiber (1999),
essa tendência está embasada na constatação crescente de que a violência de gênero está
associada a um maior risco para diversos agravos à saúde física e mental, além de
trauma físico direto, e também a um uso mais frequente dos serviços de saúde.
b) A, B, D, E
c) A, B, C, E
d) B, C, D, E
e) Todas as alternativas apresentam fator de vulnerabilidade.
COMENTÁRIOS:
Na gestação, alguns dos fatores de vulnerabilidade são os seguintes: gravidez
indesejada, ocultação da gravidez, tentativa de aborto, desejo de “doar” o filho, mãe
solteira SEM suporte emocional, desajustes sérios entre os genitores, história de
doença mental ou distúrbios emocionais, drogadição, alcoolismo, história de
comportamentos violentos, história pessoal de vitimização perinatal, depressão, raiva,
apatia, comentários depreciativos sobre o bebê (CARDOSO et al., 2006).
Já no puerpério, algumas atitudes atípicas da mãe para com seu bebê são
consideradas fatores de vulnerabilidade, tais como: (a) não desejar segurá-lo; (b)
não alimentá-lo e não acariciá-lo; (c) repulsa pelas secreções e pelos excrementos;
(d) amamentar com indiferença; (e) desinteresse pelas orientações; (f) falta de visitas à
criança hospitalizada; (g) não realizar o acompanhamento médico da criança; (h)
rudeza no trato com a criança; (i) negligência na higiene; (j) agressividade; (k) extrema
exigência em relação à criança; (l) criança de baixo peso e/ou com desenvolvimento
prejudicado (CARDOSO et al., 2006).
Dessa forma, o único item incorreto é o item E. Portanto, gabarito letra A.
Sabe-se que nos próximos anos a população brasileira será uma população idosa.
Em consequência desse envelhecimento populacional, o idoso torna-se alvo da
violência. A agressão a população acima de 60 anos vem de diversas formas, a falta
de carinho, atenção, pressão psicológica, descaso e a agressão física propriamente
dita. O número de idosos que sofrem algum tipo abuso é tão grande que esse caso já se
tornou um problema de saúde pública. Vale ressaltar que muitas vezes as agressões
podem resultar em morte.
As violências contra pessoas mais velhas precisam ser vistas sob, pelo menos,
três parâmetros: demográficos, sócioantropológicos e epidemiológicos. No primeiro
caso, deve-se situar o recente interesse sobre o tema, vinculado ao acelerado
crescimento nas proporções de idosos em quase todos os países do mundo. Esse
fenômeno quantitativo repercute nas formas de visibilidade social desse grupo etário e
na expressão de suas necessidades. No Brasil, por exemplo, dobrou-se o nível de
esperança de vida ao nascer em relativamente poucas décadas, em uma velocidade
muito maior que os países europeus - que levaram cerca de 140 anos para envelhecer
(MINAYO, 2003).
O crescimento do interesse da área da saúde pela violência deveu-se a dois
fatores principais: a conscientização crescente dos valores da vida e dos direitos da
cidadania e mudanças no perfil de morbimortalidade no mundo e no país. Essas
observações levaram a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS, 1993) a fazer a
seguinte análise sobre a questão: a violência, pelo número de vítimas e a magnitude de
sequelas orgânicas e emocionais que produz, adquiriu um caráter endêmico e se
converteu num problema de saúde pública em vários países (FREITAS et al, 2006).
Os maus tratos de idosos por "pessoas que deles cuidam" tampouco
representam um problema novo. O abuso é geralmente praticado por pessoas nas quais
os anciãos depositam confiança: familiares, vizinhos, cuidadores, funcionários de
banco, médicos, advogados etc. A vítima é frequentemente do sexo feminino, com mais
de 75 anos e vive com familiares. O perfil é de habitualmente de uma pessoa passiva,
complacente, impotente, dependente e vulnerável. Essas características unidas à falta de
opções fazem com que a vítima tenha dificuldade de escapar de uma situação abusiva
(Guimarães e Cunha, 2004).
O Ministério da Saúde (2003), afirma:
Art. 3.º É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público
assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à
alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à
liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária.
Art. 99. Expor a perigo a integridade e a saúde, física ou psíquica, do idoso,
submetendo-o a condições desumanas ou degradantes ou privando - o de alimentos e
cuidados indispensáveis, quando obrigado a fazê-lo, ou sujeitando-o a trabalho
excessivo ou inadequado: Pena- detenção de 2 (dois) meses a 1 (um) ano e multa.
§ 1.º Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: Pena - reclusão de 1
(um) a 4 (quatro) anos.
§ 2.ºSe resulta a morte: Pena - reclusão de 4 (quatro) a 12 (doze) anos.
Uma conduta abusiva ou negligente pode ocorrer em qualquer classe social,
grupo racial, em ambos os sexos, em todos os níveis educacionais e em qualquer etapa
do desenvolvimento familiar e pode caracterizar se a depender da frequência, duração,
intensidade, gravidade e, especialmente do contexto cultural onde ocorra (Guimarães e
Cunha, 2004).
I. Autoridade policial
II. Ministério Público
III. Conselho Municipal do Idoso
IV. Conselho Estadual do Idoso
V. Conselho Nacional do Idoso.
Indicadores físicos
- Perda de peso, desnutrição ou desidratação sem uma patologia de base que as
justifique;
- Marcas, hematomas, queimaduras, lacerações, úlceras de pressão, ferimentos
cuidados ou malcuidados;
- Palidez, face abatida e olheiras;
- Evidência de descuido e má higiene da pele;
- Vestuário inadequado, sujo, inapropriado para a estação;
- Ausência ou estado ruim de conservação de próteses (andadores, óculos,
próteses auditivas, dentaduras, etc.);
- Evidência de administração incorreta de medicamentos;
- Evidência de traumas ou relato de acidentes inexplicáveis.
Indicadores de conduta
- Passividade, retraimento ou resignação;
Indicadores sexuais
- Conduta sexual incompatível com a personalidade prévia;
- Comportamento diferente e inapropriado diante da presença de certas pessoas;
- Conduta agressiva, isolamento, retraimento ou auto agressão;
- Presença de sinais e sintomas tais como infecções recorrentes, dor, hematomas
e sangramento na região anal e genital;
- Dificuldade para marcha, dor abdominal sem causa aparente;
- Vestuário íntimo rasgado ou manchado de sangue.
Negligência ou privação
- Dificuldade de acesso ao idoso;
- Isolamento frequente;
- Uso mínimo, ou má conservação, de prótese oral, auditiva, óculos, etc.;
- Diferença acentuada na aparência, higiene e oportunidades entre o idoso
assistido e seu cuidador;
- Vestimenta inapropriada ou indecorosa;
- Tendência do cuidador para reforçar o isolamento do paciente.
REFERÊNCIAS
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/atencao_integral_mulheres_violencia_domes
tica.pdf
http://www.sefras.org.br/portal/wp-content/uploads/2012/10/VIOL%C3%8ANCIA-
CONTRA-O-IDOSO_UM-MAL-QUE-CRESCE.pdf
https://www.tjms.jus.br/_estaticos_/infanciaejuventude/cartilhas/cartilhaVitimasViolenc
iaManualProcedimentosBrasiliaDF.pdf
http://189.28.128.100/dab/docs/publicacoes/cadernos_ab/caderno_33.pdf
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/impacto_violencia_saude_criancas.pdf
Lista de Questões
Gabarito
1. A 2. E 3. D 4. C 5. A 6. A
7. B 8. B 9. E 10. A 11. A 12. D