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FACULDADE CATÓLICA SANTA TERESINHA


BACHARELADO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS

KALIANA LUCENA DANTAS

A IMPORTÂNCIA DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO NO DESENVOLVIMENTO DE


COMPETÊNCIAS E HABILIDADES NO ENSINO SUPERIOR DE
CONTABILIDADE: UMA ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE A FCST E UFRN
CERES CAICÓ-RN.

CAICÓ/RN
2018
1

KALIANA LUCENA DANTAS

A IMPORTÂNCIA DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO NO DESENVOLVIMENTO DE


COMPETÊNCIAS E HABILIDADES NO ENSINO SUPERIOR DE
CONTABILIDADE: UMA ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE A FCST E UFRN
CERES CAICÓ-RN.

Monografia apresentada ao Curso de


Bacharelado em Ciências Contábeis da
Faculdade Católica Santa Teresinha como
requisito parcial para a obtenção do título
de bacharel em Ciências Contábeis.

Orientadora: Profª. Esp. Tatiane de


Lourdes Azevedo da Cunha Bezerra.

CAICÓ/RN
2018
2

CATALOGAÇÃO NA FONTE
Faculdade Católica Santa Teresinha

D192i Dantas, Kaliana Lucena.

A importância do estágio supervisionado no desenvolvimento de


competências e habilidades no ensino superior de contabilidade: uma
análise comparativa entre a FCST e UFRN Ceres Caicó-RN. / Kaliana
Lucena Dantas. – Caicó, RN, 2018.
70 f.

Orientador (a): Profa. Esp. Tatiane de Lourdes Azevedo


da Cunha Bezerra.

Monografia (Bacharelado em Ciências Contábeis) – Faculdade


Católica Santa Teresinha. Curso de Graduação em Ciências
Contábeis.

1. Contabilidade - Monografia. 2. Estágio Supervisionado -


Monografia. 3. Competência - Monografia. 4. Habilidade –
Monografia. I. Dantas, Kaliana Lucena. II. Faculdade Católica Santa
Teresinha. III. Título.

RN/BU/FCST CDU 657

Catalogado por Juliana Kalina Siqueira de Souza CRB 15-836/O


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KALIANA LUCENA DANTAS

A IMPORTÂNCIA DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO NO DESENVOLVIMENTO DE


COMPETÊNCIAS E HABILIDADES NO ENSINO SUPERIOR DE
CONTABILIDADE: UMA ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE A FCST E UFRN
CERES CAICÓ-RN.

Monografia apresentada ao Curso de


Bacharelado em Ciências Contábeis da
Faculdade Católica Santa Teresinha como
requisito parcial para a obtenção do título
de Bacharel em Ciências Contábeis.

MONOGRAFIA APROVADA EM _____/_____/2018

BANCA EXAMINADORA

__________________________________________
Prof. Esp. Tatiane de Lourdes Azevedo da Cunha Bezerra.
Faculdade Católica Santa Teresinha
Orientadora

_________________________________________
Prof. Esp. Tiago Douglas Cavalcanti Carneiro
Faculdade Católica Santa Teresinha
Examinador

______________________________________________
Prof.ª Esp. Emilson Souza de Carvalho
Faculdade Católica Santa Teresinha
Presidente da Banca
4

Dedico este trabalho a minha amada mãe,


Amiraci Alves de Lucena, que com seu
jeito simples de ser, sempre me apoiou e
incentivou a buscar o melhor para o meu
futuro, me dando forças quando pensava
em desistir. A você, todo o meu amor e
admiração.
5

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por iluminar meu caminho dando força para
seguir sempre em frente e nunca desistir dos meus sonhos, pois sem sua presença
em minha vida nada seria possível.
A minha mãe, meu pai e minha madrasta Maria, que sempre incentivaram e
ajudaram nos momentos difíceis na minha formação profissional dando força para não
desistir, pois apesar de os mesmos terem pouco estudo e passar por dificuldades
estavam sempre incentivando a buscar o melhor para mim, contribuindo dentro das
suas possibilidades, para eu chegar ao fim dessa jornada. Agradeço também a minha
irmã Kalina Dantas e meu sobrinho Miguel Dantas que mesmo de longe estavam me
dando apoio e torcendo pelo meu sucesso na realização deste momento.
Ao meu amado namorado Allan Diego que sempre esteve contribuindo com
seu apoio e me dando seu ombro amigo na hora do desespero, em momentos que
pensava em desistir ele mostrava que para tudo existe uma solução e que minha força
de vontade para realizar meu sonho era o suficiente para me erguer e nunca desistir.
Aos meus colegas de Faculdade, em especial a minha grande amiga e
companheira Juliana Nobre que sempre esteve presente em todos os momentos de
minha vida me apoiando no que fosse preciso.
Agradeço a toda equipe da Faculdade Católica Santa Teresinha, em especial
a minha orientadora, Prof. Tatiane Cunha, há qual pouco conheço, mas tenho grande
admiração por ser uma profissional dedicada e talentosa que muito contribuiu para a
conclusão desse trabalho.
6

“O sucesso é a soma de pequenos esforços repetidos dia a


após dia”.
Robert Collier.
7

RESUMO

Este estudo aborda a importância do estágio supervisionado no desenvolvimento de


competências e habilidades no ensino superior de contabilidade, através de uma
análise comparativa entre a FCST e UFRN/Ceres - Caicó-RN, cujo o tema foi
escolhido por se tratar de um conteúdo escasso e de extrema importância para as
instituições de ensino que contém em sua grade curricular a disciplina estágio
supervisionado, como também para a formação acadêmica dos alunos, logo que o
estágio é caracterizado como um período imprescindível para o aprimoramento do
acadêmico como futuro profissional. A pesquisa propõe entender em que aspectos o
estágio supervisionado praticado pela FCST e UFRN/Ceres Campus Caicó se
diferenciam em relação às competências e habilidades desenvolvidas pelos alunos do
curso de ciências contábeis. Sua relevância acadêmica consiste no fato de que o
estudo pode ser utilizado como fonte de pesquisa para acadêmicos e pesquisadores
que buscam novos conhecimentos e ideias acerca do tema abordado. Sua
importância social reside na possibilidade de contribuir para um melhor
aperfeiçoamento dos estágios obrigatórios praticados pelas referidas instituições, o
qual é considerado um importante meio de aprendizagem e relação entre a teoria e a
prática profissional. O trabalho tem como objetivo geral Identificar as diferenças
existentes entre a FCST e UFRN/Ceres Campus Caicó em relação ao
desenvolvimento do estágio supervisionado, e de maneira especifica, conceituar o
estágio supervisionado no contexto do curso de ciências contábeis; descrever as
competências e habilidades aprimoradas pelo acadêmico durante o estágio
supervisionado e comparar o estágio supervisionado desenvolvido nas instituições de
ensino superior pesquisadas. Para o desenvolvimento deste trabalho foram
consultadas bibliografias que embasaram o estudo, dentre os principais tem-se Lemos
(2013), Frey e Frey (2002) e Fleury e Fleury (2001), apresentando os principais
aspectos que envolvem o estágio supervisionado e sua contribuição para o
aperfeiçoamento e/ou desenvolvimento de competências e habilidades ao estudante
de contabilidade.

Palavras-chave: Contabilidade. Estágio Supervisionado. Competência. Habilidade.


8

ABSTRACT

This study approaches the importance of supervised internship in the development of


competences and abilities in higher education of accounting, through a comparative
analysis between FCST and UFRN/Ceres – Caicó/RN. Whose theme was chosen
because it is a scarce content and of extreme importance for the institutions of
education that contains in its curriculum the discipline supervised stage, as well as for
the academic formation of the students, as soon as the stage is characterized as an
essential period for the improvement of the academic as future professional. The
research proposes to understand in which aspects the supervised stage practiced by
FCST and UFRN / Ceres Campus Caicó differ in relation to the competences and
abilities developed by the students of the course of accounting sciences. Its academic
relevance consists in the fact that the study used as a research source for academics
and researchers who seek new knowledge and ideas about the topic addressed. Its
social importance lies in the possibility of contributing to a better improvement of the
compulsory internships practiced by these institutions, which considered an important
means of learning and relation between theory and professional practice. The objective
of the work is to identify the differences between the FCST and UFRN/Ceres Campus
in Caicó/RN. Relation to the development of the supervised stage, and in a specific
way, to conceptualize the supervised internship in the context of the course of
accounting sciences, to describe the skills and abilities improved by the academic
during the supervised stage and to compare the supervised stage developed in the
institutions of higher education researched. For the development of this work,
bibliographies were consulted that supported the study, among the main ones are
Lemos (2013), Frey and Frey (2002) and Fleury and Fleury (2001), presenting the main
aspects that involve the supervised stage and its contribution for the improvement and
/ or development of skills and abilities for the accounting student.

Keywords: Accounting. Supervised Internship. Competence. Ability.


9

LISTA DE QUADROS

QUADRO 01: Desenvolvimento da disciplina estágio supervisionado. 28


QUADRO 02: Desenvolvimento da disciplina estágio supervisionado. 30
QUADRO 03: Habilidades desenvolvidas no estágio supervisionado 32
QUADRO 04: Competências desenvolvidas no estágio supervisionado 33
QUADRO 05: Você considera que a lei do Estágio (lei 11.788/08) retrata a realidade
vivenciada pelo aluno durante o estágio no sentido de desenvolver competências e
habilidades necessárias para a atuação do profissional? 41
QUADRO 06: Como é desenvolvido o estágio na Instituição de Ensino na qual
exerce a função de coordenação? 42
QUADRO 07: Você considera o total de horas dispensadas para o estágio
supervisionado suficiente para o aluno associar teoria e prática? 43
QUADRO 08: De que forma o estágio supervisionado pode ser considerado uma
oportunidade para a inserção do aluno no mercado de trabalho? 44
QUADRO 09: No contexto atual do Estágio supervisionado desenvolvido na IES na
qual presta seus serviços de coordenação, cite de 3 a 5 pontos considerados
positivos para a formação do aluno de Contabilidade. 46
QUADRO 10: Em que aspectos o Estágio supervisionado poderia ser melhorado
visando a um melhor aproveitamento do aluno? 47
10

LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1: Durante o estágio supervisionado, foi possível associar a teoria vista


em sala de aula com a prática vivenciada no percurso do estágio? 49
GRÁFICO 2: O total de horas utilizadas no estágio é considerado suficiente para o
aluno associar a teoria à prática? 50
GRÁFICO 3: O estágio supervisionado atendeu suas expectativas enquanto
estudante de contabilidade? 51
GRÁFICO 4: Você considera o estágio supervisionado importante para a formação
do profissional contábil? 53
GRÁFICO 5: Durante o estágio supervisionado o aluno desenvolve competências
e habilidades que os aprimoram profissionalmente? 54
GRÁFICO 6: Que competências e habilidades são mais desenvolvidas no estágio
supervisionado? 56
GRÁFICO 7: Quais os pontos negativos do estágio supervisionado (pode marcar
mais de uma alternativa)? 57
GRÁFICO 8: Quais os pontos positivos do estágio supervisionado (pode marcar
mais de uma alternativa)? 59
11

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 12
2 REFERENCIAL TEÓRICO ......................................................................................... 15
2.1 EVOLUÇÃO DA CONTABILIDADE ........................................................................ 15
2.1.1 O Ensino da Contabilidade no Brasil............................................................... 18
2.1.2 Legalização e valorização do Curso de Ciências Contábeis ....................... 20
2.2 ESTÁGIO – CONCEITOS E MODALIDADES ....................................................... 22
2.2.1 Estágio Supervisionado no Curso de Ciências Contábeis .......................... 25
2.2.2 As particularidades que envolvem o estágio supervisionado em Ciências
Contábeis nas instituições de ensino superior caicoenses– Faculdade Católica
Santa Teresinha (FCST) e UFRN – Ceres. ................................................................ 27
2.3 COMPETÊNCIAS E HABILIDADES APRIMORADAS NO PERCURSO DO
ESTÁGIO SUPERVISIONADO ..................................................................................... 31
2.3.1 Habilidades e competências - um instrumento de qualificação para o
profissional contábil .................................................................................................... 35
3 METODOLOGIA ......................................................................................................... 37
3.1 TIPO DE PESQUISA ............................................................................................... 37
3.2 LÓCUS DA PESQUISA ........................................................................................... 38
3.3 SUJEITOS DA PESQUISA...................................................................................... 39
3.4 INSTRUMENTO DE PESQUISA............................................................................. 39
4 ANÁLISE E DISCUSÃO DOS DADOS ..................................................................... 41
4.1 ENTREVISTA COM OS COORDENADORES....................................................... 41
4.2 QUESTIONÁRIO COM OS ESTUDANTES ........................................................... 49
5 CONSIDERAÇOES FINAIS ....................................................................................... 61
REFERÊNCIAS .............................................................................................................. 65
APÊNDICE A......................................................................................................................
APÊNDICE B......................................................................................................................
.............................................................................................................................................
12

1 INTRODUÇÃO

O estágio supervisionado é um procedimento avaliativo que consiste em


desenvolver a prática juntamente com a teoria trabalhada em sala de aula, visando à
melhoria do desempenho profissional do estudante por meio de experiências práticas.
O estágio aproxima o discente da realidade na qual o mesmo irá atuar, além de ser
uma oportunidade para que o estagiário possa obter formação para o mercado de
trabalho corporativo, podendo aperfeiçoar suas competências e habilidades para
exercer sua função com mais eficácia.
No curso de bacharelado em ciências contábeis, o estágio supervisionado é
considerado como um requisito em que o aluno precisa obter aprovação para
conseguir dar continuidade ao período subsequente e assim concluir a graduação,
além de ser uma oportunidade para vivenciar o dia a dia profissional, adquirindo
conhecimentos que complementarão o ensino acadêmico. O estágio é uma
ferramenta de suma importância para o aperfeiçoamento acadêmico e profissional do
aluno, de maneira a contribuir com seus conhecimentos de forma prática e
embasamento metodológico, técnico e científico. O discente de contabilidade, por
meio do desenvolvimento da prática associada à teoria, tem a oportunidade de
desenvolver competências e habilidades profissionais que contribuem para um melhor
desempenho no decorrer de sua carreira profissional.
O estágio curricular compõe a grade de disciplinas de diversas instituições,
sendo que em algumas é um quesito obrigatório para a formação profissional, de
modo que o acadêmico pode atuar em campos de estágio que o capacitam para o
mercado de trabalho. Para os profissionais da área contábil, é obrigatório o
desenvolvimento do estágio, sendo este utilizado como carga horária necessária para
a obtenção do diploma, compondo assim o itinerário formativo do aluno.
Apesar de o estágio ser um componente obrigatório na grade curricular do
curso de Ciências Contábeis, cada instituição adapta o estágio dentro da universidade
da forma que melhor contribui para o aprendizado do seu alunado, gerando com isso
divergências na dinâmica metodológica desse componente. Considerando tais
diversidades na maneira como é aplicado o estágio curricular dentro das instituições
de ensino superior, surge a seguinte indagação: em que aspectos o estágio
supervisionado praticado pela FCST e UFRN/Ceres - Campus Caicó se diferencia em
13

relação às competências e habilidades a serem desenvolvidas pelos alunos do curso


de ciências contábeis?
Buscando atender à problemática exposta, apresenta-se como objetivo geral:
identificar as diferenças existentes entre a FCST e UFRN/Ceres Campus Caicó em
relação ao desenvolvimento do estágio supervisionado. Para isso, foram traçados os
seguintes objetivos específicos: conceituar o estágio supervisionado no contexto do
curso de ciências contábeis; descrever as competências e habilidades aprimoradas
pelo acadêmico durante o estágio supervisionado e comparar o estágio
supervisionado desenvolvido nas instituições de ensino superior pesquisadas.
A realização dessa pesquisa justifica-se por se tratar de uma temática
escassamente presente em pesquisas científicas, apresentando grande relevância
para os discentes de ciências contábeis, como também para pesquisadores que
apresentem interesse no tema em questão, uma vez que o mesmo contribui para um
maior desenvolvimento das partes envolvidas no meio acadêmico. A pesquisa é uma
oportunidade para instituições observarem pontos que podem ser melhorados, de
forma a proporcionar um melhor desempenho e aprendizado aos acadêmicos. O
estudo foi desenvolvido com o intuito de averiguar quais competências e habilidades
o acadêmico pode desenvolver durante o estágio supervisionado, visando também a
fazer uma comparação entre instituições de ensino, averiguando possíveis diferenças
entre as mesmas no que concerne ao estágio supervisionado praticado em ambas.
Realizar o estágio supervisionado permite desenvolver a analogia
teoria/prática, a qual proporciona uma percepção de como será a atuação profissional
no dia a dia, além de despertar no aluno habilidades e competências capazes de
prepará-los para o mercado de trabalho. Assim, o presente estudo tem considerável
importância para todas as instituições acadêmicas, seus estudantes e a sociedade.
Para a instituição, sua relevância consiste em ser uma fonte de pesquisa que poderá
ser utilizada na identificação de pontos de melhoria, uma vez que o estágio é uma
fase importante no processo de formação do profissional contábil. O acadêmico
capacitado e com uma boa preparação profissional traz credibilidade para a instituição
de ensino, o que é considerado um investimento social para a educação do país.
Este trabalho é de suma importância para a pesquisadora, por ser uma forma
de colaborar com conhecimentos e com o aperfeiçoamento dos atributos profissionais
da mesma, permitindo fazer uma associação entre a prática profissional e a teoria
14

estudada, de forma a valorizar o currículo acadêmico, contribuindo para o seu


crescimento, tanto no âmbito pessoal como no profissional.
Sua importância para o discente de contabilidade é perceptível, já que se trata
de uma abordagem que gera clareza e conhecimentos sobre o que é de fato o estágio
supervisionado e qual a sua finalidade e contribuição para a formação do aluno,
preparando-o para sua atuação profissional no mercado de trabalho. A temática
tratada neste estudo aborda conteúdos que podem contribuir para o meio acadêmico
por meio de informações que podem ser compartilhadas e utilizadas para aprimorar a
aplicação e desenvolvimento dos estágios supervisionados nas instituições de ensino
superior pesquisadas.
A estrutura deste trabalho se encontra dividida em capítulos, sendo que no
primeiro tem-se uma apresentação dos pontos que foram desenvolvidos para a
realização da pesquisa, ou seja, a problemática, o objetivo geral e os específicos e a
justificativa para a realização do presente estudo. O capítulo que segue relata a
discussão teórica que envolve a evolução da contabilidade, os conceitos de estágio e
suas modalidades e as competências e habilidades aprimoradas no percurso do
estágio supervisionado. Em seguida é apresentado o capítulo referente à metodologia,
que retrata os aspectos da pesquisa, o instrumento utilizado e os sujeitos estudados.
No penúltimo capítulo foi desenvolvida a análise dos dados coletados, tendo-se como
embasamento a opinião de cada respondente. Por último, foram realizadas as
considerações finais.
15

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 EVOLUÇÃO DA CONTABILIDADE

O surgimento da contabilidade está associado à necessidade que tem o ser


humano de ter conhecimentos sobre seu patrimônio para melhor controlá-lo. Segundo
Sá (1997, p.15).

A contabilidade nasceu com a civilização e jamais deixará de existir


em decorrência dela; talvez, por isso, seus progressos quase sempre
tenham coincidido com aqueles que caracterizaram os da própria
evolução do ser humano.

Contudo a evolução do conhecimento contábil ocorreu com o aprimoramento


da sociedade e de seus vínculos comerciais, sendo a contabilidade considerada uma
das profissões mais antigas e de maior importância para o sistema econômico de uma
nação.
A origem da contabilidade é associada à necessidade dos registros de
comércio, uma vez que o homem precisava cuidar de seus bens e valores e enxergar
o seu rendimento no decorrer do período. Para que isso fosse possível, surgiu a
prática de utilizar registros para que se pudesse acompanhar e controlar tudo o que
se possuía.
Conforme Iudícibus, Martins e Gelbcke (2003), a contabilidade tem a
finalidade de possibilitar a seus principais grupos de usuários uma análise da situação
financeira e econômica da entidade, assim como realizar projeções futuras da
organização. É visível que os antigos povos já utilizavam práticas contábeis ao
realizar, por exemplo, suas trocas, compras ou vendas, isto é, transações que
levavam a resultados positivos ou negativos, demonstrando que já se identificava o
lucro ou o prejuízo, mesmo que de maneira rudimentar.
No entanto, cabe ressaltar que a evolução contábil não ocorreu da noite para
o dia, sendo algo que se desenvolveu lentamente. Divide-se para melhor
compreensão, a evolução da contabilidade em quatro fases:
A Contabilidade no mundo antigo é uma fase que teve início com as primeiras
civilizações as quais utilizavam a contabilidade de maneira empírica, por meio de
trocas de experiências, cujo objetivo era o aumento do patrimônio. Nessa fase, os
16

homens utilizavam métodos alternativos para realizarem seus registros contábeis,


como por exemplo, os registros gravados em cerâmicas, utilizando a escrita
cuneiforme. Esse período teve início com as primeiras civilizações e se estendeu até
1202 da Era Cristã, quando apareceu o Liber Abaci1, da autoria de Leonardo Fibonaci.
Cotrin, Santos e Junior (2012) relatam que de acordo com alguns
historiadores os primeiros sinais da existência das contas datam de aproximadamente
4.000 a.C. A contabilidade é uma ciência antiga que vem se aperfeiçoamento com a
evolução da humanidade. Sua contextualização está ligada às primeiras
manifestações humanas.
A segunda fase teve início em 1202 da Era Cristã, perdurando até 1494. É a
Contabilidade no mundo medieval, que teve como um dos mais importantes pontos
de sua trajetória o surgimento da obra de Luca Pacioli, publicada em 1494, a qual
fundamentou a teoria das partidas dobradas, um método de acordo com o qual cada
lançamento deve corresponder a um valor total para a conta de débito e
consequentemente a um valor igual para a conta de crédito. Ou seja, para cada débito
existe um crédito de igual valor.
Nessa fase, a contabilidade passou a se expandir de forma rápida. Isso
ocorreu em decorrência do crescimento do comércio, passando-se a sentir a
necessidade de se realizarem registros de forma a controlar e evidenciar a riqueza
patrimonial. Ou seja, com o crescimento do comércio, surgiu também a necessidade
de uma evolução da ciência contábil. Conforme Pinto (2002, p.14), nesse período da
contabilidade medieval: “O comércio expande as fronteiras, as relações trabalhistas
tomam um novo rumo (principalmente em alguns países da Europa) e a acumulação
de riquezas parece se tornar algo mais comum e desejável entre os cidadãos”.
A Contabilidade do mundo moderno é a fase que vai de 1494 até 1840, sendo
conhecida como a fase da pré-ciência, marcada pela obra La Contabilità Applicatta

1
O livro Liber Abaci conhecido pela descoberta da sequência de Fibonacci ensina como
escrever os números e como calculá-los a partir de um novo sistema. Considerada a obra que
contribuiu para o desenvolvimento dos estudos de álgebra nos meios escolares e abacistas.
O mesmo é da autoria de Leonardo Fibonacci também conhecido como Leonardo Pisano foi
um matemático italiano e o primeiro grande matemático europeu da Idade Média. Disponível
em: <https://www.socontabilidade.com.br/conteudo/biografia_autores2.php>. Acesso em: 20
Set. 2018.
17

alle Amministrazioni Private e Publiche2, de autoria de Francesco Villa. Esta obra


aborda conceitos tradicionais de contabilidade, retratando uma visão patrimonialista
que engloba a ideia de que não se necessita ter formação em contabilidade para
conhecer e analisar o patrimônio. A obra de Francesco Villa encerrou a era moderna
da contabilidade e deu início à fase do mundo científico.
A quarta fase histórica da Contabilidade é conhecida como a Contabilidade
do mundo científico, a qual teve início em 1840 e perdura até os dias atuais. É
considerada uma nova era para a ciência contábil, pois nesta fase a contabilidade
deixou de ser apenas um conhecimento empírico para se tornar uma ciência formal.
A partir desse processo, a contabilidade continuou a evoluir, surgindo as primeiras
escolas doutrinárias contábeis (Escola Italiana e Escola Norte-Americana), que
marcam este período e contribuem para a contabilidade até os dias atuais.
De acordo com Sá (2010, p.34) “As correntes doutrinárias seriam muitas e
receberiam como denominação o que imaginavam ser a matéria e o objetivo
predominante de estudos da contabilidade”.
A Escola Italiana foi essencial na difusão da contabilidade enquanto ciência,
uma vez que em diversas cidades da Itália existiam pontos comercias, como também
a presença de diversos escritores teóricos da contabilidade. Dessa forma, a Itália é
tida como grande responsável pelo amadurecimento da ciência contábil pelo mundo.
O foco da escola italiana era a evolução da contabilidade enquanto teoria.
A escola Norte-Americana teve destaque a partir da evolução da contabilidade
no tocante à prática, no intuito de relacionar novos conhecimentos teóricos com a
vivência contábil, justificando-se o uso da teoria e prática pela necessidade da
evolução da contabilidade. Nos EUA, o mercado de capitais aumentava a cada dia,
ao mesmo tempo que ocorria uma expansão nos investimentos em pesquisas. A
escola americana tinha seu foco nos usuários das informações. Conforme afirma
Ricken :

2
La Contabilità Applicatta alle Amministrazioni Private e Pubbliche é uma obra de Francesco
villa, que extrapolou os conceitos tradicionais de contabilidade, segundo os quais escrituração
e guarda livros poderiam ser feitos por qualquer pessoa inteligente. Esta obra foi escrita para
participar de um concurso sobre contabilidade promovido pelo governo da Áustria, que
reconquistara a Lombarda, terra natal do autor. Disponível em:<
https://www.socontabilidade.com.br/conteudo/biografia_autores2.php>. Acesso em: 20 Set.
2018.
18

A escola norte americana tem como principal característica seu


aspecto prático, que trata dos aspectos gerenciais (como
contabilidade de custos, controle orçamentário, análises de
demonstrações contábeis e outros), mas também trata dos aspectos
financeiros da contabilidade. (Ricken, 2003, p.49).

Atualmente, a contabilidade encontra-se em um processo de transformação,


deixando de ser simplesmente um modelo burocrático e passando a ser uma
ferramenta de apoio para o crescimento econômico e financeiro das entidades. Para
isso, os profissionais buscam adequar a teoria com a prática, almejando, além da
prestação de serviços, o fornecimento de informações que possam ser relevantes no
processo de tomada de decisões.

2.1.1 O Ensino da Contabilidade no Brasil

A contabilidade começou a se desenvolver no Brasil desde a época colonial


após a vinda da Família Real portuguesa em 1808. Com o aumento dos gastos
públicos e da renda arrecadada pelo Estado, o profissional contábil passou a ser visto
como um instrumento de valor justamente por auxiliar no controle das contas públicas
e dos orçamentos dos estados.
De acordo com Schmidt (2000), a contabilidade brasileira pode ser dividida
em dois períodos: antes de 1964, período que apresenta pontos importantes como a
intervenção da legislação no desenvolvimento de procedimentos contábeis e também
a influência doutrinária da escola italiana, e depois de 1964, período que foi marcado
pelo uso de novos métodos de ensino de contabilidade no Brasil, passando a utilizar
o método didático Norte-Americano.
Inicialmente, no Brasil, o profissional contábil era conhecido como guarda-
livros, expressão derivada do fato de sua função na época se resumir a escriturar e
zelar os livros mercantis das empresas comerciais. Com o tempo essa denominação
tornou-se obsoleta, devido à crescente utilidade do contador em desempenhar
também o controle, planejamento e escrituração das contas públicas e comerciais.
Para Marion (2012), a contabilidade começou a ter destaque no Brasil em
1902, com a criação da Escola de Comercio Álvares Penteado, englobando a adoção
da Escola Europeia de contabilidade, basicamente a Italiana e a Alemã. Em 1946
constituiu-se a Faculdade de Economia e Administração da USP. Com o advento das
multinacionais anglo-americanas, a escola Contábil Americana infiltrou-se no
19

Brasil.Com o advento dessas instituições de ensino, o estudo contábil passou a contar


com autores renomados, como por exemplo, Francisco D’Auria e Coriolano Martins,
que intensificaram as pesquisas e trabalhos científicos, valorizando e intensificando
cada vez mais o crescimento da pesquisa contábil.
Apesar de sofrer fortes influências das escolas italiana e norte-americana, a
contabilidade brasileira possuía um perfil próprio, o qual pode ser constatado por meio
das contribuições da escola Monetária nacional para o desenvolvimento da
contabilidade mundial. Após a crise de 1929, a contabilidade começou a ganhar
espaço na parte gerencial das entidades, seja com ou sem fins lucrativos, sendo o
profissional contábil visto como um contador-gestor capaz de contribuir para o
desenvolvimento eficaz da gestão de uma empresa. A partir daí começaram a surgir
os princípios e normas contábeis utilizados para delimitar a aplicação da
contabilidade, desde o seu processo de aprendizagem.
Nesse contexto, Fahl e Manhani (2006, p.31) declaram:

No passado, o ensino estava concentrado em princípios, normas,


conceitos e fatos contábeis. A partir dos anos 80, passou a existir
maior preocupação com a preparação do profissional contábil, com
ênfase na metodologia que permitia ao estudante aprender a
aprender, de forma a estar sempre atualizado.

De fato percebe-se, principalmente nos dias atuais, que a classe dos


profissionais contábeis vem apresentando certo aperfeiçoamento. O profissional
contábil hoje é visto como um gestor de muita importância para o desempenho de
qualquer organização, sendo que, além de realizar registros, analisa-os e debate os
resultados junto à administração, buscando amenizar riscos contábeis e mostrar
possíveis crescimentos da empresa, de modo a atender às necessidades do mercado.
Ficou para trás a percepção de um contador que deve estar atento apenas a
mudanças nas normas ou princípios contábeis e ao cumprimento de atribuições
fiscais.
O profissional de contabilidade deve estar apto para se adequar aos
conhecimentos e competências na área em que atua, mostrando sua capacidade
através do exame de suficiência e participando de programas como a educação
continuada para valorizar cada vez mais sua profissão. Dessa forma, torna-se
evidente que o ensino na área contábil relaciona-se, inclusive, com o nível de
crescimento econômico-financeiro do país. Conforme Martins:
20

Diante do estudo apresentado, pode-se apurar que a correlação do


desenvolvimento contábil vai de acordo com o desenvolvimento
econômico, uma vez que, as necessidades de melhoria no controle
financeiro surgem a partir de um crescimento ou crise de algum setor
da economia (MARTINS, 2018, p.19).

Na atualidade, o ensino da contabilidade dentro das universidades deve


contar com um leque de ferramentas que possibilite a preparação de profissionais com
competência e conhecimentos para atuar no mercado de trabalho, como também
instigar o profissional a estar continuamente se aperfeiçoando e buscando mais
conhecimentos que o deixem atualizado e preparado para enfrentar a realidade
profissional, tendo em vista as constantes mudanças que ocorrem na legislação, nos
sistemas, nos processos e nos meios de atuação.
É necessário que o profissional contábil saia da universidade apto a produzir
e analisar informações com a finalidade de influenciar nas decisões gerenciais de uma
entidade. Nesse novo contexto, é esquecida a visão de que o contador deve apenas
elaborar demonstrações contábeis, pois para acompanhar a evolução da sociedade e
da contabilidade, surge a necessidade de se realizarem projeções futuras da situação
financeira da organização. Ou seja, cabe a este novo modelo de profissional contribuir
efetivamente para a gestão financeira das empresas.
De acordo com o professor Salotti, “O profissional deixou de produzir os dados
e passou a analisá-los, com o objetivo de prever o impacto contábil de cada decisão
de negócios” (Salotti, 2017, apud Gasparini, 2017)3.
Portanto, com a evolução contínua do ensino contábil no Brasil, a profissão
de contador passou a ser valorizada e bem mais requisitada no mercado corporativo.
É preciso que o contabilista acompanhe essa evolução de forma a estar capacitado e
em pleno desenvolvimento de competências e habilidades, como também de
conhecimentos que gerem respaldo suficiente para enfrentar o mercado de trabalho.

2.1.2 Legalização e valorização do Curso de Ciências Contábeis

A contabilidade expandiu-se de forma a se tornar um instrumento essencial


dentro das organizações, em virtude da necessidade de ter profissionais da área
contábil devidamente qualificados. Em 1931 foram instituídos, por meio do decreto

3
Documento online, não paginado.
21

20.158, os cursos técnicos em formação contábil. Contudo, houve um aumento na


procura por esses cursos e, com isso, o governo percebia a necessidade de se ter um
Curso de Contabilidade em nível superior. Em 1945, por meio do decreto 7.988, houve
a formalização, passando a existir a denominação Curso Superior em Ciências
Contábeis e Atuariais, com período de duração de 4 anos, ao final do qual os
concluintes obtinham o título de Bacharel em Ciências Contábeis.
Conforme o decreto-lei n° 7.988 de 22 de setembro de 1945, em seu art. 1°,

Art. 1° O ensino, em grau superior, de ciências econômicas e de


ciências contábeis e atuariais farse-á em dois cursos seriados, a
saber:
1. Curso de ciências econômicas.
2. Curso de ciências contábeis e atuariais. (BRASIL, 1945)4.

A partir desse decreto, o contador passou a integrar uma profissão


consolidada e reconhecida no mercado de trabalho pela sua capacidade em auxiliar
nas análises e controles gerenciais das organizações, contribuindo com soluções que
interferem diretamente para a sobrevivência de empresas e contas, sejam públicas ou
privadas.
Com a constituição e evolução do curso superior de contabilidade, tornou-se
necessária a existência de órgãos regulamentadores que auxiliem no desempenho
das atividades contábeis de forma que estas sejam realizadas com ética e dentro dos
padrões legais. Por meio do decreto n° 9.295 de 27 de maio de 1946 foi criado o
conselho federal de contabilidade, como também os conselhos regionais de
contabilidade, que têm por finalidade fiscalizar o exercício da profissão contábil, assim
como outras atribuições no âmbito das atividades contábeis, expostos a seguir:

Art. 1º Ficam criados o Conselho Federal de Contabilidade e os


Conselhos Regionais de Contabilidade, de acordo com o que
preceitua o presente Decreto-lei.
Art. 2° A fiscalização do exercício da profissão contábil, assim
entendendo-se os profissionais habilitados como contadores e
técnicos em contabilidade, será exercida pelo Conselho Federal de
Contabilidade e pelos Conselhos Regionais de Contabilidade a que se
refere o art.
Art. 3º Terá sua sede no Distrito Federal o Conselho Federal de
Contabilidade, ao qual ficam subordinado os Conselhos Regionais.
(BRASIL, 1946)5.

4
Documento online, não paginado.
5
Documento online, não paginado.
22

É notória a relevância da criação do Conselho Federal de Contabilidade e dos


Conselhos Regionais de Contabilidade, uma vez que a classe contábil passa a ser
orientada, fiscalizada e normatizada de forma adequada, visando a prezar pela
qualidade e zelo da profissão contábil. Nos dias atuais, o contador é ator fundamental
na estrutura das entidades e no meio social e, dessa forma, deve sempre agir com
ética e seguir de forma coerente os princípios e normas estabelecidos pelos órgãos
contábeis citados acima, de forma a prezar pelos seus valores como profissional no
meio em que atua.

2.2 ESTÁGIO – CONCEITOS E MODALIDADES

O estágio é o momento em que o aluno deve estabelecer uma relação entre


a teoria e a prática, aproximando o meio acadêmico e o mercado de trabalho em que
o futuro profissional irá atuar. Segundo a lei 11.788 de 25 de setembro de 2008 em
seu art. 1°,

Estágio é o ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido no


ambiente de trabalho, que visa à preparação para o trabalho produtivo
de educandos que estejam frequentando o ensino regular em
instituições de educação superior, de educação profissional, de ensino
médio, da educação especial e dos anos finais do ensino fundamental,
na modalidade profissional da educação de jovens e adultos (BRASIL,
2008a)6.

O estágio é de fundamental importância para o acadêmico, pois proporciona


uma percepção de como será a atuação profissional, por meio de uma vivência
prática, além de proporcionar o desenvolvimento de possíveis habilidades e
competências na área de atuação. O período do estágio é uma oportunidade de
aprendizado e capacitação para os profissionais que estão ingressando no mercado
de trabalho, pois é um instrumento de qualificação e aperfeiçoamento dos
conhecimentos.
A atividade de estágio é uma fase em que o aluno pode adquirir experiências
e conhecimentos que o qualifiquem para o mercado de trabalho. Atualmente, as
empresas enxergam grande vantagem na contratação de estagiários, uma vez que
são profissionais com um alto nível de interesse, podendo ser habilitados de acordo

6
Documento online, não paginado.
23

com o perfil de cada entidade. Ao se relacionarem com colaboradores experientes, os


estagiários podem passar por uma troca de experiências e conhecimentos, de forma
a inovar o ambiente interno da empresa por meio de ideias ou visões modernas e
atuais, sejam conceituais ou tecnológicas.
Conforme Martins (2006), com o desenvolvimento do estágio todas as partes
envolvidas são beneficiadas de forma mútua, pois a instituição de ensino passa a ter
a oportunidade de oferecer um ensino prático ao aluno sem custos, o acadêmico
adquire vivências práticas que o qualificam para o campo de trabalho e a empresa
conta com um profissional em fase de qualificação profissional sem encargos sociais
sobre os pagamentos feitos aos estagiários.
Muitas empresas veem o estagiário como um instrumento que oferece uma
oportunidade de conhecimento para a empresa já que faz uma ligação entre esta e a
universidade. Apesar dessa realidade, não se pode desconsiderar ainda a existência
de muitas entidades que criam resistência na contratação de estagiários, por
acreditarem, por exemplo, que o estagiário precisa de uma supervisão de uma pessoa
experiente para aprender a lidar com as funções da empresa, o que, para muitos
empresários, se torna um custo que poderia ser evitado.
Outra justificativa que algumas empresas usam para a não contratação do
estagiário é que o mesmo pode atrapalhar o desenvolvimento da empresa por não
estar preparado como profissional. Tal ponto de vista ignora as vantagens que podem
ser obtidas através do estagiário, como por exemplo, o contrato de trabalho que pode
ser rescindido a qualquer momento devido à inexistência do vínculo empregatício, o
que onera a empresa por meio das verbas rescisórias. De acordo com Sousa (2007,
p. 22):

A rescisão do contrato de trabalho é a cessação das relações de


trabalho entre empregado e empregador existindo várias formas de
acontecer. Existem diversos tipos de rescisão de contrato de trabalho,
onde poderá haver ou não indenização do contrato de trabalho.

Com a vigência da lei 11.788 de 25 de setembro de 2008, Brasil (2008), houve


uma evolução na contratação de estagiários, ao se reconhecer o estágio como um
vínculo educativo e profissionalizante, sendo um período que faz parte do itinerário
formativo do acadêmico, facilitando-se para o aluno conseguir estágio em sua área de
atuação. Para que haja a contratação de um estagiário deve ficar claro que sua
jornada de trabalho deve ser de 6h diárias e 30h semanais, obedecendo a um período
24

de duração de até 2 anos, podendo esse tempo ser estendido em caso de pessoas
com deficiência. Durante o estágio o discente pode ser remunerado.
Segundo consta na lei 11.788/2008 em seu art.1°, inciso 2°:

O estágio visa aprendizado de competências próprias da atividade


profissional e a contextualização curricular, objetivando o
desenvolvimento do educando para ser vivida como cidadão e pronto
para o trabalho. (BRASIL, 2008a)7.

Assim, compreende-se que o estágio não deve ser confundindo com


emprego, pois aquele não cria vínculo empregatício com a empresa contratante
sendo, portanto, uma atividade temporária.
Conforme Martins (2009), existe uma diferença entre o estágio e o contrato de
trabalho, pois o primeiro tem por objetivo a formação profissional do aluno, apesar da
existência da subordinação entre estagiário e empregador, semelhantemente ao
contrato de trabalho. O estágio pode ser visto como uma porta de entrega da
academia para o mercado de trabalho.
O estágio pode ser classificado como curricular obrigatório e curricular não
obrigatório ou extracurricular, conforme o art. 2° da lei 11.788 (BRASIL, 2008a). O
estágio curricular obrigatório, que é o foco deste trabalho, é um elemento
indispensável para o processo de formação profissional do aluno, sendo considerado
um requisito para a conclusão do curso. Envolve alguns aspectos como a inspeção,
revisão e correção, para que se possa obter um bom desempenho ao final da
avaliação, sendo, portanto de grande relevância para a instituição de ensino,
enquadrando-se como parte do projeto pedagógico da mesma. O estágio pode ser
desenvolvido em empresas públicas e/ou privadas, organizações sem fins lucrativos
e programas de extensão da instituição acadêmica.
Conforme Alcântara, Marques e Marques (2016, p.2) :

O estágio curricular supervisionado é o momento de aproximação da


realidade escolar com o mercado de trabalho, onde o aluno, futuro
profissional, vai poder praticar os conceitos aprendidos ao longo do
curso.

O estágio extracurricular, por sua vez, é opcional para o acadêmico no seu


processo de formação. No entanto, é relevante para aperfeiçoar seus conhecimentos

7
Documento online, não paginado.
25

e introduzir a prática profissional, além de propiciar o desenvolvimento de habilidades


e competências em sua formação, principalmente considerando a área escolhida pelo
estudante.
De acordo com Pimenta (2006) o estágio extracurricular é uma ferramenta de
aplicação da prática associada com a teoria, voltada para o interesse do indivíduo, de
modo que o estagiário poderá desenvolver habilidades e competências que o
capacitem profissionalmente, sendo um tipo de estratégia de formação pessoal. A
atividade do estágio proporciona ao aluno a vivência da prática, sendo uma
oportunidade para refletir e ordenar a confrontação com a teoria, como uma maneira
de aplicar o conhecimento adquirido no decorrer do curso de graduação (Frey e Frey,
2002), chegando a ser considerado como o momento de melhor aprimoramento
individual e profissional do percurso acadêmico.
A diferença entre os tipos de estágio mencionados consiste no fato de que o
estágio obrigatório é desenvolvido dentro da disciplina estágio supervisionado, que
faz parte da grade curricular do curso e o estágio extracurricular é considerado uma
atividade complementar na formação do aluno, sendo opcional a sua realização. Seja
qual for a modalidade de estágio, ele é fundamental para a formação do aluno, por
agregar valor ao currículo profissional. O estágio obrigatório e o extracurricular
permitem ao futuro profissional a vivência de experiências que contribuem para o
crescimento, pois durante a execução de ambos, o estagiário desenvolve o
“aprender”, o que certamente enriquecerá sua atuação profissional.

2.2.1 Estágio Supervisionado no Curso de Ciências Contábeis

O Estágio Supervisionado (ou Estágio Obrigatório) tem papel fundamental no


aprimoramento do acadêmico em favor da sua vida profissional, uma vez que
possibilita a vivência da prática associada à teoria vista em sala de aula, como também
oportuniza desenvolver habilidades na área que o aluno escolher atuar. No Curso de
ciências contábeis, o estágio supervisionado é um complemento acadêmico para a
formação curricular do aluno, sendo obrigatório para a obtenção do certificado de
conclusão do Curso, conforme Brasil (2004) apresentado no CNE/CES 10 (Conselho
Nacional de Educação/ Câmara de Educação Superior), de 16 de dezembro 2004 em
seu art. 7°:
26

Art. 7° o estágio supervisionado é um componente curricular


direcionado para a consolidação dos desempenhos dos profissionais
desejados, inerentes ao perfil do formando, devendo cada instituição,
por seus Colegiados Superiores Acadêmicos, aprovar o
correspondente regulamento, com suas diferentes modalidades de
operacionalização. (BRASIL, 2004) 8.

Dessa forma, compreende-se que a finalidade do estágio supervisionado é


motivar o aluno na prática profissional, proporcionando-lhe o aprendizado contábil em
diferentes entidades, como também contribuindo com o desenvolvimento de
habilidades e competências que lhe possibilitem adquirir atitudes práticas e uma visão
ampla em sua profissão. O estágio também pode ser visto como uma experiência na
qual o aluno poderá expressar sua criatividade, autoconhecimento, caráter e
independência pessoal.
De acordo com Silva et al. (2017), o estágio supervisionado proporciona um
melhor aperfeiçoamento ao profissional, deixando-o preparado para o mercado
competitivo e corporativo de trabalho. O mesmo é considerado por muitas instituições
um complemento ou um pré-requisito para as demais disciplinas, ou seja, é ponto
crucial para a finalização de cursos de Ensino Superior.
Durante a execução do estágio supervisionado, o aluno tem a oportunidade
de situar-se e reconhecer o ambiente profissional, criando dessa forma um perfil
profissional qualificado, preparando-se para enfrentar seus concorrentes no mercado
corporativo. Trata-se uma etapa de suma importância para a vida acadêmica e para o
crescimento pessoal e profissional do aluno. De acordo com Ribeiro Et.al.:

O Estágio Curricular é um procedimento didático-pedagógico


constituído por trabalhos práticos supervisionados, fora do ambiente
acadêmico, sendo uma atividade obrigatória, integrante do Curso de
Ciências Contábeis e desenvolvido em colaboração com empresas,
instituições de pesquisa e desenvolvimento tecnológico, cooperativas
e profissionais liberais, de caráter público ou privado, sob condições
programadas previamente, com orientação de um docente e a
supervisão de um profissional contábil habilitado mediante aceite da
coordenação, sem assumir um caráter de especialização. (RIBEIRO,
Et al., 2012, p. 37).

No curso de ciências contábeis, o estágio supervisionado tem uma carga-


horária de aproximadamente um semestre, podendo ser dividido em 2 semestres, pois

8
Documento online, não paginado.
27

apesar de ser um componente obrigatório, cada instituição tem flexibilidade para


adaptá-lo de acordo com suas particularidades, contanto que o desenvolvam de forma
a atingir a proposta pedagógica inerente ao estágio. O aluno deverá ser orientado por
um professor, ter auxílio de um coordenador de estágio e ser supervisionado por um
profissional da área contábil, no caso do curso de ciências contábeis.
Conforme relata a lei 11.788/2008 em seu art. 14, o estágio supervisionado
envolve o conselho acadêmico, o coordenador de estágio, o orientador e o supervisor
(BRASIL, 2008a). No entanto, cabe às instituições de ensino fazer suas adequações,
enquadrando-se ao que regulamenta a lei. O conselho acadêmico deve estabelecer
as diretrizes a serem seguidas durante o desenvolvimento do estágio, em
concordância com o previsto na referida legislação.
O percurso do estágio supervisionado é um período de
aprendizado/aperfeiçoamento dos conhecimentos e técnicas contábeis inerentes ao
trabalho do contabilista, sendo, portanto, um elo entre a teoria e a prática que beneficia
o estudante, auxiliando a compreensão de como funciona a contabilidade na prática,
além de ser também uma oportunidade para o aprimoramento do aprendizado
construído, contribuindo para o desenvolvimento de profissionais éticos e que
respeitem e zelem pela sua profissão.

2.2.2 As particularidades que envolvem o estágio supervisionado em Ciências


Contábeis nas instituições de ensino superior caicoenses– Faculdade Católica
Santa Terezinha (FCST) e UFRN – Ceres.

O estágio supervisionado é relevante para acadêmicos que estão se


preparando para entrar no mercado corporativo, tendo em vista que é através do
estágio que o aluno tem a oportunidade de relacionar aspectos práticos com a teoria,
obtendo assim um maior conhecimento para sua atuação profissional. A instituição de
ensino busca, por meio do estágio, oportunizar ao discente um contato com o dia a
dia da atividade contábil, como também possibilitar o engajamento no mercado de
trabalho, considerando que para muitos trata-se da primeira experiência de trabalho.
De acordo com Lemos (2014), o estágio é considerado uma atividade
prioritária e de grande importância para a profissionalização do acadêmico e para a
qualidade do ensino. Cabe aos envolvidos (instituição de ensino, estagiário e
empresas) a conscientização quanto à responsabilidade para com os resultados
28

alcançados, para que não haja uma aprendizagem superficial. O estágio, quando
satisfatório, proporciona benefícios para todas as partes envolvidas, por meio da troca
de experiências e conhecimento.
Como já mencionado anteriormente, cada instituição possui particularidades
distintas que devem ser consideradas ao aplicar a disciplina de estágio
supervisionado. Em relação ao curso de ciências contábeis, as Instituições de Ensino
Superior (IES) precisam seguir o que diz a legislação de estágio, porém cada uma tem
o seu método de aplicá-lo.
A FCST é uma instituição privada de ensino superior que apresenta a
autorização do MEC9 para disponibilizar os cursos de bacharelados, em regime
presencial. De acordo com o PDI 10 da instituição (Faculdade Católica Santa
Teresinha,2015, p.21) “A principal atuação da FCST é a oferta de Educação Superior,
envolvendo as atividades de ensino, pesquisa e extensão, especificamente nas áreas
de tecnologia, saúde, humanas e sociais aplicadas”.
A FCST desenvolve seus trabalhos na região do Seridó há alguns anos, onde
vem investindo na qualidade de ensino pensando no melhor aperfeiçoamento
profissional do discente. O Curso de Ciências Contábeis desenvolvido na instituição é
bem conceituado na região, tendo destaque sua disciplina de estágio supervisionado,
por ser o momento em que a instituição oportuniza ao aluno o contato com o mercado
de trabalho e a atuação na prática de sua futura profissão.
Nesta IES o estágio supervisionado ocorre em 3 fases, conforme afirmam
Medeiros e Carneiro (2017), das quais a primeira é a elaboração de um plano de
estágio, a segunda é a orientação acadêmica, ministrada por um professor
responsável pela disciplina e, por fim, ocorre a elaboração e apresentação do relatório
de estágio. Este é um momento que deve ser desenvolvido com atenção, pois ocorrem
trocas de experiências e conhecimentos.
Na primeira fase ocorre o planejamento de como vai transcorrer as atividades
desenvolvidas no percurso do estágio supervisionado. Na segunda fase, o aluno
passa a ter orientação acadêmica de um professor que irá auxiliá-lo no
desenvolvimento do estágio no decorrer da disciplina. A terceira fase é o momento em
que o aluno vai elaborar um relatório de estágio, no qual será abordada uma temática

9
Ministério da Educação e Cultura.
10
Plano de Desenvolvimento institucional.
29

conectada com a área em que o estudante irá estagiar. Após a conclusão do relatório,
o estagiário deve apresentá-lo para o coordenador de estágio, o orientador e o
presidente da banca para a qual o relatório será apresentado.
A FCST enquadra o estágio supervisionado no campo metodológico,
concedendo-lhe uma importância similar à dos trabalhos monográficos. O estágio é
desenvolvido sob a orientação de professores devidamente capacitados, formados
em ciências contábeis, com experiência na área de pesquisa e desempenho
satisfatório em trabalhos científicos. Durante a execução da disciplina de estágio
supervisionado, a instituição busca motivar o acadêmico a ingressar no mercado de
trabalho, como também incentiva a desenvolver pesquisas cientificas. A carga horária
do estágio na instituição mencionada é de 330h em campo e 72h em ambiente interno
para as devidas orientações em relação à elaboração do relatório, considerado o
produto final para conclusão da referida disciplina, tendo caráter obrigatório.
O quadro a seguir apresenta um resumo de como é desenvolvida a disciplina
estágio supervisionado na FCST, que ocorre durante o 7° Período de curso de
Ciências Contábeis.

Quadro 01: Desenvolvimento da disciplina estágio supervisionado.


“O acadêmico desenvolve no decorrer do estágio um
1° Unidade relatório que deve ter a primeira parte entregue para o
orientador responsável pela disciplina avaliar e
consequentemente poder atribuir a primeira nota ao aluno,
referente à primeira unidade”.
7° Período

“Na segunda etapa, o aluno conclui o relatório de estágio e


2° Unidade o entrega ao professor orientador para uma análise. O
professor autoriza ou não a apresentação do relatório, a
qual, uma vez autorizada, ocorre perante uma banca
avaliativa que atribuirá, ao final da apresentação, a nota da
segunda unidade”.
Fonte: Dados da pesquisadora, 2018.

De acordo com Medeiros e Carneiro (2017) a avaliação ocorre em quatro


fases distintas, de modo que a primeira nota é atribuída pelo professor da disciplina
estágio supervisionado, a segunda nota, pela coordenação de estágio, a terceira nota,
30

pelo supervisor do campo de estágio e a quarta nota é atribuída pelo professor do


componente curricular.
A UFRN é uma instituição pública federal de ensino superior que apresenta
vínculo diretamente com o MEC, contribuindo para uma maior inserção de
profissionais capacitados no mercado de trabalho, disponibilizando cursos presenciais
e a distância, emitindo graus de bacharelado, licenciatura e tecnológico.
Desde a sua criação, a UFRN se apresenta como um instrumento de formação
relevante para a sociedade norte rio-grandense, oferecendo, dentre seus cursos, o de
Ciências Contábeis, bastante reconhecido pela comunidade acadêmica, o qual
contém em sua grade curricular a disciplina estágio supervisionado, sendo de caráter
obrigatório.
A resolução n° 01/2006-CICC, que fala sobre a regulamentação do estágio
supervisionado na UFRN, expõe em seu Art. 4º que “o estágio supervisionado constitui
atividade obrigatória e terá duração de 120 horas, contemplando o desenvolvimento
de atividades na área Gerencial, Contabilidade Financeira, Governamental e
Auditoria/Perícia” (Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2006, p.2).
Assim, compreende-se que ao acadêmico de Ciências Contábeis é ministrada
a referida disciplina no 9° período do curso, havendo o acompanhamento de um
professor orientador durante a elaboração do plano de estágio, orientando o aluno
didática e pedagogicamente. O coordenador de estágio é o responsável por verificar,
acompanhar e fiscalizar as demais partes envolvidas quanto à realização do estágio
e o supervisor de campo é a pessoa escolhida dentro da empresa para acompanhar
o desempenho do aluno durante a execução do estágio.
O estágio supervisionado, no curso de ciências contábeis, busca inserir o
aluno no campo de sua profissão proporcionando-lhes conhecimento para associar a
teoria à prática contábil, podendo se realizar tanto na própria instituição de ensino
como em outras entidades e instituições que apresentem convênio com a mesma.
O quadro a seguir representa um resumo de como é desenvolvida, na UFRN,
a disciplina estágio supervisionado, que ocorre durante o 9° Período do curso de
Ciências Contábeis.
31

Quadro 02: Desenvolvimento da disciplina estágio supervisionado.


“Na primeira unidade, a nota é atribuída ao aluno mediante a
1°Unidade avaliação parcial do relatório de estágio desenvolvido pelo
acadêmico, sendo analisada pelo professor orientador”.

“Na segunda unidade a nota é atribuída pela conclusão do


PERÍODO

2°unidade estágio e do relatório de estágio, havendo avaliação por


comissão composta por professores orientadores”.

Fonte: Adaptado de resolução n° 01/2006-CICC (UFRN, 2006).

Vê-se que o coordenador do curso é responsável pela avaliação no final do


semestre em que foi desenvolvido o estágio, sendo instrumentos de avaliação o
relatório da coordenação de estágio, questionários ou outros documentos que se
mostrarem relevantes, sendo utilizados para a verificação e correção de possíveis
falhas que forem encontradas.

2.3 COMPETÊNCIAS E HABILIDADES APRIMORADAS NO PERCURSO DO


ESTÁGIO SUPERVISIONADO

Na atualidade, a principal preocupação do mercado de trabalho é como


identificar competências e habilidades em futuros profissionais, tornando-se
imprescindível para as instituições de ensino averiguar e incentivar os discentes a
terem um desempenho satisfatório, principalmente em oportunidades iniciais, como é
o caso do estágio, de forma a aperfeiçoar conhecimentos, favorecendo a atuação dos
acadêmicos.
De acordo com Fleury e Fleury (2001) competência é uma característica que
está relacionada ao desempenho superior no desenvolvimento de uma tarefa ou à
habilidade de se sobressair em determinada circunstância. A competência se
configura como uma qualidade para o indivíduo apto de aplicar conhecimento,
interesses e habilidades fundamentados na sua inteligência para assim obter
resultados práticos, sendo considerada um diferencial no cenário globalizado atual.
Para as organizações, não é o bastante apresentar apenas o conhecimento
adquirido no ensino superior. É necessário aplicá-lo para a obtenção de resultados
vantajosos. Nota-se que a falta de pessoas qualificadas com habilidades e
32

competências diversas cresce gradativamente no mercado competitivo de trabalho e,


para suprir a necessidade de cargos profissionais oferecidos pelas organizações, se
faz necessário não apenas um rico currículo, mas um desempenho impecável.
Para Perrenoud (2001, p.21) competência é conceituada como sendo:

A capacidade do indivíduo de mobilizar o todo ou a parte de seus


recursos cognitivos e afetivos para enfrentar uma família de situações
complexas, o que exige a conceituação precisa desses recursos, das
relações que devem ser estabelecidas entre eles e da natureza do
“saber mobilizar”. Pensar em termos de competência significaria,
portanto, pensar a sinergia, a orquestração de recursos cognitivos e
afetivos diversos para enfrentar um conjunto de situações que
apresentam analogia de estrutura.

Com isso, compreende-se que cada indivíduo tem suas preferências por
determinadas atividades ou áreas de atuação e analisar a competência inclui verificar
a maneira de ministrar as transformações ocorridas no meio em que se vive, seja no
ambiente de trabalho ou nas relações interpessoais. Ao relacionar estágio e o
desenvolvimento de competências, o aluno busca se envolver com as atividades e
executar atribuições de responsabilidades mais complexas, aprimorando seus
conhecimentos e desenvolvendo suas habilidades.
Pode-se, portanto, dizer que competência é uma junção do saber agir e o
aprender em diversas situações, demostrando as habilidades, as atitudes e os
conhecimentos interligados e interdependentes, utilizados para alcançar os objetivos
e agregar valor ao indivíduo e ao meio organizacional. Nesse contexto, cabe fazer
uma comparação entre competência e habilidade, sendo que a primeira é considerada
uma característica de ordem geral, ou seja, são conhecimentos que incluem formação,
autocontrole e recursos que caracterizam o indivíduo. A habilidade é considerada
como um grau de competência específico, próprio de cada pessoa, que engloba a
maneira ágil e eficiente de desenvolver determinada atividade.
A habilidade é considerada uma característica de quem é hábil em algo que
faz e que se destaque por sua qualidade técnica, humana, talento ou aptidão. É uma
agilidade comportamental desenvolvida para obter resultados que qualificam o
indivíduo. Atualmente, o mercado corporativo procura por profissionais que
apresentem conhecimentos e habilidades em sua carreira profissional, como por
exemplo, sua capacidade para leitura, interpretação ou cálculos, típicos exemplos de
habilidades desenvolvidas pelos indivíduos.
33

Tanto a competência quanto a habilidade são características particulares que,


ao serem postas em prática são aperfeiçoadas e o indivíduo se torna mais qualificado
para executar determinada tarefa. Antunes (2001, p.18) afirma que o termo habilidade
significa “filha específica da competência”. Isso ocorre pelo fato de que as
competências e habilidades caminham juntas. Por exemplo, a característica de
competência consiste em realizar propriamente determinada atividade, enquanto a
habilidade utiliza de ferramentas para que se possa realizá-la com sucesso.
Conforme a Matriz de habilidades e competências da Prova Brasil (2008b), a
habilidade se assemelha a um plano objetivo e ao mesmo tempo prático do saber para
fazer, em decorrência das competências adquiridas e desenvolvidas (BRASIL,
2008b). Habilidade é a capacidade que o aluno ou o profissional apresenta em adquirir
conhecimento, desenvolvendo, com certa facilidade, determinado procedimento. Ser
hábil é apresentar atitude para enfrentar diversas situações no dia a dia,
possibilitando, por exemplo, a garantia de uma posição de permanência no mercado
de trabalho.
Em relação ao estágio supervisionado, o aluno pode desenvolver alguns tipos
de habilidades, expostas no Quadro a seguir:

Quadro 03: Habilidades desenvolvidas no estágio supervisionado


Habilidades Definições
Flexibilidade Capacidade de ser flexível a determinadas
situações e saber lidar com situações de
conflitos.
Iniciativa Ter a iniciativa de debater conhecimentos, trocar
ideias ou até mesmo colocá-las em prática.
Compreensão interpessoal e Apresentar paciência, compreensão com todos e
empatia capacidade de se identificar com outras pessoas.
Persuasão Capacidade de influenciar alguém para
conseguir determinados objetivos.
Trabalho em equipe Capacidade de compartilhar conhecimentos com
a equipe e estar aberto a novos conhecimentos
ou ideias.
Fonte: Dados da pesquisadora, 2018.

Com isso, espera-se que o acadêmico, ao final do seu estágio, apresente


conhecimentos e experiências adquiridos através do desenvolvimento de
competências e habilidades que o mantenham no mercado de trabalho, dentre as
quais podem ser citadas a comunicação, a habilidade para resolver conflitos,
34

responsabilidade e ética nas atribuições do trabalho, liderança e aptidão para tomada


de decisão.
Já em se tratando de competência, esta pode ser associada à mobilização de
recursos, capacidade de agir, integrar e compartilhar conhecimentos. Segundo o
Dicionário Informal, a competência é “formada pelo conjunto de habilidades, atitudes
e conhecimento (é a capacidade mobilizar conhecimentos, valores e decisões para
agir de modo pertinente numa determinada situação)” 11. A seguir é apresentado um
quadro com algumas competências que podem ser desenvolvidas pelo acadêmico
durante o período de estágio.

Quadro 04: Competências desenvolvidas no estágio supervisionado


Competências Definição
Adaptação A qualidade de adaptar-se às alterações que possam
vir a ocorrer no meio em que se atua.
Autoconfiança É a capacidade de acreditar que se é capaz de fazer
ou realizar determinada atividade.
Comunicação Proporciona a interação, por meio da qual o indivíduo
compartilha informações a outros.
Responsabilidade Ser responsável pelos próprios atos, assumindo as
consequências de eventuais erros em suas
decisões.
Organização Saber planejar e organizar atividades, sabendo
determinar o tempo usado em cada atividade a ser
desenvolvida.
Fonte: Dados da pesquisadora 2018.

A competência é um atributo de fundamental importância para os egressos,


podendo ser observada por diferentes perspectivas. O quadro acima demonstra
competências que podem ser adicionadas a perfis profissionais, agregando valor, de
forma que o indivíduo possa ser visto como uma pessoa competente, capaz de
desenvolver suas funções com agilidade e eficácia.

11
Disponível em: www.dicionárioinformal.com.br
35

2.3.1 Habilidades e competências - um instrumento de qualificação para o


profissional contábil

A formação profissional está associada ao caminho que o acadêmico deve


percorrer, o qual inclui suas primeiras experiências práticas, como o estágio, por
exemplo, durante o qual o estudante deve se preparar conforme as necessidades e
exigências do mercado, de acordo com a profissão escolhida. Para tanto, as
instituições de ensino superior se preocupam com o produto que entregam à
sociedade, ou seja, a formação de pessoas devidamente capacitadas e motivadas
para atuarem profissionalmente em conformidade com aquilo a que se propuseram.
Em decorrência da importância dada ao dever que tem o futuro profissional
de contabilidade de desenvolver competências e habilidades ao final de seu percurso
acadêmico, a Resolução CNE/CES de 16 de dezembro de 2004 afirma em seu art. 4°
que o curso de ciências contábeis deve possibilitar formação profissional que revele
competências e habilidades que envolvam saber usar de forma adequada a linguagem
das ciências contábeis e atuariais, de modo que o profissional tenha uma visão
sistêmica, elabore pareceres e relatórios que auxiliem os usuários, desenvolva a
liderança entre as equipes, tenha responsabilidades para disponibilizar informações
relevantes que auxiliem na tomada de decisão e exerça suas atividades prescritas
com ética, de acordo com a legislação (BRASIL, 2004).
Como já relatado, as competências e habilidades são características que
devem estar presentes no cotidiano do profissional contábil, logo devem ser
aprimoradas constantemente para que o contador possa executar suas funções de
forma eficaz e eficiente. O estágio supervisionado desempenha um importante papel
na vida acadêmica de um indivíduo, já que é nessa fase que o estudante percebe
como realmente funciona o mundo organizacional, sendo uma oportunidade para o
seu crescimento, comprovando uma formação adequada para o desempenho da sua
profissão.
Segundo Pagnoncelli (2016) o profissional contábil deve apresentar
competências técnicas específicas, assim como habilidades pessoais, uma vez que o
contador deve ser multidisciplinar e apresentar uma variedade de habilidades e
competências que o qualifiquem para o mercado de trabalho. Porém, mesmo em meio
a tantos incentivos e propostas que facilitem a qualificação, ainda é perceptível a
carência de profissionais capacitados justamente pela falta de interesse em buscar
36

conhecimentos, isto é, muitos profissionais não se empenham na busca por uma


educação continuada, tornando-se estagnadas.
Sendo assim, é de suma importância o acadêmico aproveitar o seu período
universitário, particularmente o estágio, para conhecer sua área de atuação e ficar à
frente das dificuldades inerentes ao seu papel na sociedade, munindo-se de
aprendizagem para o seu crescimento. Cabe pontuar uma certa dificuldade enfrentada
pelos profissionais contábeis no momento de desenvolver o estágio supervisionado:
a escassez de instituições que ofertam vagas para os estagiários.
Os pontos negativos encontrados no estágio pelos alunos foram, Segundo
Albuquerque e Silva (2006, p.8): “A falta de informações por parte das empresas; a
escassez de tempo para dedicação aos estudos e ao estágio; bem como a falta de
conhecimento teórico para o desempenho de tarefas”. Com isso, ocorre a falta de
segurança dos estagiários ao desenvolver as atividades impostas pela empresa, o
que pode comprometer o desempenho do aprendiz.
No entanto, são obstáculos como esses que devem servir de incentivo para
que os profissionais valorizem as oportunidades, pois o mercado de trabalho busca
contadores dotados de conhecimento, com raciocínio lógico, visão analítica e
estratégica, capacidade comunicativa e habilidade para se relacionar com as pessoas.
Tais exemplos podem ser adquiridos ou aprimorados, inclusive durante o estágio,
considerado uma base tão importante para a vida acadêmica. Só o esforço individual
e o empenho na busca de conhecimentos e ensinamentos são capazes de levar ao
aperfeiçoamento e ao sucesso profissional.
37

3 METODOLOGIA

Este tópico aborda informações que relatam como foi desenvolvida a


execução da pesquisa, explicando a metodologia utilizada na obtenção dos dados a
serem analisados, enquanto pontos relevantes para o desenvolvimento do trabalho.
O capítulo que ora se apresenta compreende o tipo de pesquisa quanto à natureza,
quanto à abordagem do problema, quanto aos objetivos propostos e quanto aos
procedimentos técnicos utilizados. Em seguida se apresenta o local onde a pesquisa
foi realizada, assim como os participantes da mesma e os instrumentos necessários
para o alcance das respostas.

3.1 TIPO DE PESQUISA

De acordo com a natureza, a pesquisa é do tipo aplicada, pelo fato de


apresentar como principal objetivo a utilização da informação para gerar
conhecimentos que possam ser aplicados na prática, de forma a disponibilizar
soluções de problemas imediatos e de forma concreta. De acordo com Gil (2010, p.27)
a pesquisa aplicada “é voltada à aquisição de conhecimentos com vistas à aplicação
numa situação especifica”, ou seja, a pesquisa aplicada é motivada pela necessidade
da busca de soluções de problemas no cotidiano.
Considerando a abordagem da pesquisa, a mesma se classifica como
qualitativa e quantitativa, logo que se propõe a compreender fatos por meio da coleta
de dados narrativos e numéricos, interpretando os fenômenos e a atribuição de
significados que são básicos e requerem o uso de métodos e técnicas estatísticas. “O
método qualitativo difere do quantitativo não só por empregar instrumentos
estatísticos, mas também pela forma de coleta e análise dos dados” (MARCONI e
LAKATOS, 2011, p. 269). Assim, o método qualitativo busca aprofundar-se na análise
e interpretação de determinados comportamentos observando as particularidades do
objeto em estudo, enquanto o método quantitativo busca demonstrar resultados
através de índices numéricos e estatísticos, traduzindo através deles as opiniões e
informações a serem analisadas. Apesar de suas diferenças, um método pode
complementar o outro.
Em relação aos objetivos propostos, a pesquisa é explicativa. As pesquisas
explicativas, de acordo com Gil (2008, p.28), “são aquelas pesquisas que têm como
38

preocupação central identificar os fatores que determinam ou que contribuem para a


ocorrência dos fenômenos”. A pesquisa explicativa busca aprofundar conhecimentos
dentro de determinada realidade, explicando a razão para a ocorrência de certos
fenômenos.
Quanto aos procedimentos técnicos, a pesquisa se classifica como
bibliográfica e documental, uma vez que buscou dados em livros, artigos e materiais
publicados e disponibilizados na internet, como também foi necessária a utilização de
documentos considerados cientificamente autênticos e próprios das entidades
estudadas.
As pesquisas documental e bibliográfica são muito semelhantes entre si,
tendo como principal diferença a natureza das fontes, pois enquanto a bibliográfica
consiste em utilizar referências de vários autores, como livros, trabalhos científicos,
entre outros, a pesquisa documental utiliza material mais diversificado que não passou
por um tratamento analítico, ou que ainda pode ser reelaborado de acordo com as
particularidades e objetivos da pesquisa (GIL, 2008).

3.2 LÓCUS DA PESQUISA

A pesquisa foi realizada nas principais instituições de ensino superior da


cidade de Caicó-RN, sendo elas a Faculdade Católica Santa Teresinha (FCST) e a
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN/CERES – Campus Caicó),
sendo em ambas oferecido o Curso de Bacharelado em Ciências Contábeis.
As duas instituições de ensino superior têm por finalidade formar profissionais
capacitados para o mercado de trabalho, sendo a FCST uma instituição privada e a
UFRN uma instituição pública federal, cujo funcionamento do curso de Ciências
Contábeis ocorre no horário noturno.
As respectivas IES são de grande relevância para a região do Seridó e
cidades circunvizinhas por apresentarem uma oportunidade para os estudantes se
graduarem no ensino superior, o que certamente aumenta as chances de inserção no
mercado de trabalho, além de contribuir para o prestígio e crescimento no contexto
social da região.
A FCST e a UFRN atuam e investem na qualidade do ensino oferecido,
pensando no melhor aperfeiçoamento e desenvolvimento do discente, utilizando-se
39

do ensino, pesquisa e extensão que visam à formação acadêmica e o seu crescimento


para uma atuação profissional de excelência.

3.3 SUJEITOS DA PESQUISA

A pesquisa foi realizada mediante entrevistas com o coordenador de estágio da


FCST e com o coordenador do Curso de Ciências Contábeis da UFRN, como também
com 40 alunos que já cursaram a disciplina de estágio supervisionado, sendo 20 da
FCST e 20 da UFRN. Os coordenadores entrevistados expuseram suas opiniões por
meio do instrumento de pesquisa disponibilizado, refletindo sobre a importância de
possíveis melhorias no estágio supervisionado praticado em suas respectivas
instituições, contribuindo para o aprimoramento do aprendizado dos acadêmicos. Os
alunos não apenas escolheram suas alternativas para as questões apresentadas, mas
tiveram também a oportunidade de pensarem sobre os aspectos que envolvem o
estágio e sua importância para o crescimento individual e profissional do estudante.

3.4 INSTRUMENTO DE PESQUISA

O estudo utilizou dois instrumentos para a coleta de dados: a entrevista,


direcionada aos coordenadores das instituições acima descritas e o questionário,
aplicado aos alunos. Martins (2008, p. 27) esclarece a técnica da coleta de dados cujo

Objetivo básico é entender e compreender o significado que os


entrevistados atribuem a questões e situações, em contextos que não
foram estruturados anteriormente, com base nas suposições e
conjecturas do pesquisador.

A entrevista é um método utilizado para obter informações sobre determinado


conteúdo, ocorrendo através de um diálogo oral entre duas ou mais pessoas. O
formulário da entrevista utilizada neste trabalho foi composto por 6 questões
subjetivas, com a finalidade de obter informações que esclareçam e/ou enriqueçam a
pesquisa. O questionário, que conforme Gil (2008, p. 121), é uma “técnica de
investigação composta por um conjunto de questões que são submetidas a pessoas
com o propósito de obter informações” contou com 8 questões objetivas. O critério de
escolha dos respondentes utilizou como requisito a realização prévia do estágio
40

supervisionado na IES onde o estudante cursa Ciências Contábeis em períodos


conclusivos.
41

4 ANÁLISE E DISCUSÃO DOS DADOS

Para chegar aos resultados da pesquisa e atingir os objetivos propostos,


primeiramente foi realizada uma entrevista na Faculdade Católica Santa Teresinha –
FCST e na Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN/ CERES Campus
Caicó, no período entre 06/11/2018 e 10/11/2018, aplicada a 2 (dois) entrevistados (1
de cada instituição de ensino superior), ambos do sexo masculino, que atuam nas
respectivas IES como docentes e coordenadores, sendo que o entrevistado da UFRN
atua como coordenador do curso de ciências contábeis e o da FCST como
coordenador dos estágios extracurricular e curricular.
Além da entrevista aos coordenadores, foi aplicado um questionário a 40
alunos das referidas IES (20 alunos de cada instituição), no mesmo período acima
mencionado. O estágio supervisionado é considerado um componente obrigatório
para a conclusão do Curso de Ciências Contábeis, ocorrendo na FCST no 7° período
(nesta Instituição o curso acontece em 4 anos) e na UFRN no 9° período (5 anos de
curso). Ou seja, apesar desta diferença no total de períodos do curso, em ambas o
estágio supervisionado acontece no penúltimo período do curso.

4.1 ENTREVISTA COM OS COORDENADORES

O estágio supervisionado proporciona ao aluno uma interação com o campo


de atuação profissional, permitindo conhecer a prática e fazer associação entre esta
e a teoria estudada em sala de aula. Dada a importância do estágio supervisionado
para a formação do estudante, a lei 11.788 de 25 de setembro de 2008 afirma que é
obrigação das instituições de ensino indicar um professor orientador da área a ser
desenvolvido o estágio, como responsável pelo acompanhamento e avaliação das
atividades do estagiário (BRASIL, 2008a). Assim, o estágio supervisionado é um
componente curricular que visa a implementar o aprendizado do acadêmico,
oportunizando uma experiência prática para o seu desempenho, contribuindo com
conhecimentos e práticas educativas/profissionais.
Diante deste contexto a pesquisa buscou, em um primeiro momento, verificar
a opinião dos coordenadores em relação à lei de estágio (lei 11.788/08), Brasil,(2008),
se ela retrata a realidade vivenciada pelo aluno, considerando as competências e
42

habilidades a serem desenvolvidas. As respostas obtidas encontram-se no quadro a


seguir.

Quadro 05: Você considera que a lei do Estágio (lei 11.788/08) retrata a realidade
vivenciada pelo aluno durante o estágio no sentido de desenvolver competências e
habilidades necessárias para a atuação do profissional?

“Sim, considero que a lei até retrata, mais em relação à necessidade de


estágio para a conclusão de um curso superior, eu não sei se a vivência
UFRN seria retratada pela lei no sentido de que infelizmente em alguns estágios
se a gente não tiver o devido cuidado, o aluno não vai estar diretamente
ligado às atividades que são necessárias para que ele faça um bom
estágio e essa é justamente a preocupação da gente. Resumindo, que ele
não consiga estagiar numa área afim da área contábil”.
“Sim, acredito que em sua maioria a realidade do estágio é bem
desenvolvida perante o que a Lei 11.788/08 regulamenta; claro que existe
FCST sempre a necessidade de alguns ajustes para que o estágio possa se
tornar ainda mais como a base de desenvolvimento de atividades práticas
dos discentes”.

Fonte: a própria autora, 2018.

Diante das respostas, percebe-se que o coordenador da UFRN afirma que a


lei de estágio (lei 11.788/08) retrata a realidade do aluno no sentido de sua
obrigatoriedade para a conclusão do curso, porém em relação ao desenvolvimento de
competências e habilidades demonstra certa preocupação no sentido de que nem
sempre o aluno consegue desenvolvê-las, justamente por não realizarem o estágio
em uma área afim à contabilidade, ou seja, não existe uma obrigatoriedade em relação
aos locais para a realização do estágio, o que permite que este seja realizado sem
necessariamente atender às perspectivas propostas pelo curso.
Analisando a resposta fornecida pelo coordenador da FCST, tem-se que a lei
de estágio (lei 11.788/08) retrata a realidade do aluno, porém para ter um estágio
exatamente como é descrito na lei se fazem necessários alguns ajustes visando ao
aprimoramento das atividades práticas desenvolvidas pelos discentes, ou seja, é uma
segunda opinião que demonstra pontos fracos na referida lei, indicando que a mesma
poderia ser revista para melhorias futuras.
O período do estágio supervisionado proporciona que o aluno localize-se e se
identifique com o espaço empresarial, podendo formar sua identidade profissional no
sentido de criar determinada preferência por algumas áreas de atuação, começando
43

assim a planejar sua carreira uma vez que se sentirá motivado a especializar-se ao
término do curso, agregando valor ao seu currículo e possibilitando maiores
oportunidades no mercado de trabalho.
O Art. 4° da Resolução CNE/CES 10 diz que o aluno graduando em ciências
contábeis deve apresentar formação profissional que apresente competências e
habilidades tais como saber utilizar a terminologia e linguagem de ciências contábeis,
ter visão sistêmica da atividade contábil, ter ética em sua profissão e saiba liderar
equipes para um melhor controle dentro das organizações (BRASIL, 2008b). Ou seja,
é imprescindível que o estudante de contabilidade compreenda a profissão escolhida,
detendo um conhecimento amplo sobre a mesma, exercendo-a com base em
princípios éticos, além de ter certa habilidade para liderar pessoas para a condução
de um trabalho satisfatório.
Em seguida, a pesquisa busca compreender de que forma se desenvolve o
estágio supervisionado em cada instituição, sendo que as respostas obtidas seguem
expostas no quadro 5.

Quadro 06: Como é desenvolvido o estágio na Instituição de Ensino na qual exerce a função
de coordenação?
“Nós temos hoje estágios não obrigatórios e o estágio obrigatório ao final
do curso. No estágio obrigatório ocorre a produção de um relatório de
estágio. Esses alunos vão estagiar em empresas, mas normalmente eles
vão estagiar no ambiente de trabalho deles porque a gente tem percebido
que vários de nossos alunos estão trabalhando em organizações, em
UFRN instituições, escritórios de contabilidade e bancos. E então a gente faz o
registro das atividades deles e a gente pede que eles façam uma
intervenção de alguma área dentro da organização em que ele está
trabalhando de forma a contribuir e associar à teoria que o mesmo já viu
em sala. A partir daí é construído um relatório associando conhecimento
teórico com o que ele desenvolveu no estágio. Ocorre no período de 120h”.
“O estágio do curso de Ciências Contábeis da Faculdade Católica Santa
Teresinha é desenvolvido com base na Lei e nas diretrizes da instituição.
Temos duas formas de estágio: O curricular que é desenvolvido em campo,
com uma carga horária de 330 horas, onde o discente deve desenvolver
FCST atividades práticas associadas à sua linha de formação. Ainda nesse
estágio o discente é acompanhado por um orientador para a construção do
relatório e de um coordenador que realiza visitas no local de estágio.
O extracurricular é onde o aluno pode estagiar de forma remunerada ou
não, também acompanhado pelo coordenador para fiscalizar o
desenvolvimento dessa atividade”.

Fonte: Própria autora, 2018.


44

De acordo com as respostas dos coordenadores da UFRN e FCST, os


estágios nas referidas instituições são parecidos quanto ao cumprimento da
obrigatoriedade de execução do mesmo, conforme previsto em lei. Outra semelhança
nas duas instituições é que existem dois tipos de estágio, o obrigatório e o
extracurricular, buscando associar teoria e prática de maneira a oportunizar ao aluno
o conhecimento do ambiente de trabalho da profissão escolhida. Porém, cabe
destacar uma significativa diferença em relação à duração do estágio, o qual na UFRN
tem carga-horária de 120h e na FCST de 330h. Durante a entrevista, não foi
questionado o porquê dessa diferença em duração de tempo do estágio, contudo esta
pode ocorrer em função da quantidade de carga-horária total, levando em conta a
duração do curso (5 anos na UFRN e 4 anos na FCST), compensando a divergência
de horas a serem cumpridas no estágio. Evidencia-se que em ambas o estágio se
desenvolve de acordo com a legislação.
Quanto ao produto elaborado como resultado do estágio, as duas IES exigem
o relatório de estágio. Frey e Frey (2002, p. 94) expõem que para o aprendizado,:
“o estágio representa papel de suma importância, pois ao levar o aluno a elaborar um
relatório final, ou mesmo uma monografia, como resultado de sua experiência ou
pesquisa, necessitará de um alicerce metodológico técnico cientifico”, ou seja, ao
construir o relatório, o aluno obtém um leque de conhecimentos indispensáveis para
seu aperfeiçoamento intelectual e sua formação acadêmica, uma vez que gera
aprendizado em relação à produção científica, agregando não só para o aluno, mas
para toda a comunidade acadêmica envolvida, seja o coordenador, orientador,
supervisor de estágio ou a própria instituição de ensino.
A pesquisa procurou ainda identificar a visão dos coordenadores em relação
ao total de horas utilizadas no estágio, se são suficientes para o aluno fazer a
associação entre teoria/prática. As respostas estão expostas no quadro 7:

Quadro 07: Você considera o total de horas dispensadas para o estágio supervisionado
suficiente para o aluno associar teoria e prática?

UFRN “Não é suficiente, considero satisfatória. Logo que seria um complemento,


pois já temos180h práticas durante o curso”.
“Considero sim, o nosso estágio é composto de 330 horas em campo,
onde são desenvolvidas 6 horas diárias e o aluno passa 55 dias no campo
FCST de estágio, dessa forma considero um bom período para que o mesmo
possa ter desenvolvimento de atividades práticas”.
Fonte: Própria autora, 2018.
45

De acordo com as respostas, o coordenador da UFRN diz que as horas


dispensadas para estágio são insuficientes, considerando-as apenas como
satisfatórias, uma vez que na referida instituição de ensino, o aluno cumpre 180 h
práticas, além do estágio supervisionado. Já o coordenador da FCST afirma que as
330h dispensadas para o estágio são suficientes, pois se trata de uma carga-horária
considerável para que o aluno possa ampliar sua compreensão acerca da teoria vista
em sala aula, associando-a aos conhecimentos proporcionados pelas atividades
práticas.
De acordo com o CNE/CEB 35, em seu Art. 4°, inciso 2°, “a carga horária,
duração e jornada de estágio curricular não poderá ser inferior a um semestre”
(BRASIL, 2003), o que leva cada instituição a desenvolver o estágio dentro dos
parâmetros previstos na lei, fazendo as devidas adaptações, conforme sejam mais
convenientes para sua realidade. É importante que a instituição motive o aluno a se
dedicar e aproveitar as oportunidades oferecidas por meio do estágio, esclarecendo
que seu desempenho pode significar uma contratação efetiva na própria empresa, ou
mesmo uma promoção para aqueles que já trabalham no mesmo local onde realizam
o estágio, como também uma indicação para integrar outra organização empresarial.
Em seguida, a pesquisa procurou identificar de que forma o estágio
supervisionado pode oportunizar a inserção do aluno no mercado de trabalho. As
respostas obtidas foram organizadas no quadro 8, abaixo.

Quadro 08: De que forma o estágio supervisionado pode ser considerado uma oportunidade
para a inserção do aluno no mercado de trabalho?
“Atualmente nosso estágio não possui essa oportunidade de inserção no
mercado de trabalho, isso ocorre pelo fato da maioria dos alunos estagiarem
UFRN no local de trabalho. Porém existem alunos que não estão trabalhando e tem a
oportunidade de estagiar e garantir sua vaga naquela empresa”.
“Todo o processo de estágio é uma porta para a inserção do aluno no mercado
de trabalho, basta o mesmo saber aproveitar a oportunidade e desenvolver
suas atividades com dedicação, assim provavelmente irá conquistar seu
espaço. Temos vários exemplos dentro da nossa instituição de alunos que após
terminar o período de estágio foram contratados, o maior problema de associar
o estágio a inserção do mercado muitas vezes é o próprio discente, que cumpre
FCST
o período de estágio somente por obrigação, não se dedica, ou até mesmo
alega que por trabalhar não tem tempo para desenvolver um bom estágio, isso
dificulta que o mesmo mostre suas habilidades e competências e conquiste sua
vaga no mercado”.

Fonte: Própria autora, 2018.


46

Pelas respostas fornecidas pelo coordenador do curso de Ciências Contábeis


da UFRN, tem-se que, em sua visão, o estágio não apresenta uma oportunidade
relevante para a inserção do aluno no mercado de trabalho pelo fato de que a grande
maioria dos seus alunos começam a trabalhar desde o primeiro período e quando
chegam no período de desenvolver o estágio, o fazem na empresa onde trabalham.
Ele cita ainda a existência de uma minoria de alunos que não trabalham e que buscam
entidades nas quais estagiar, o que pode implicar alguma chance de conseguir a vaga
devida ao estágio.
Para o coordenador da FCST, o estágio representa grandes oportunidades do
aluno se inserir no mercado de trabalho, porém sua inserção depende muito do
esforço e desempenho com que se dedicam para conseguir continuar na vaga, pois
muitos alunos desenvolvem o estágio por mera obrigação de cumprimento de carga-
horária, desperdiçando a chance de empregabilidade. A especialista Cabral, em
entrevista, afirma que:

Passar por um programa de estágio estruturado que proporcione além


de qualificação técnica, capacitações comportamentais é uma questão
importante que deve ser levada em conta pelo jovem. É uma
oportunidade de entrar na organização de forma mais assistida e
começar a ter uma formação que pode ser um diferencial lá na frente.
(CABRAL, 2012,apud PATI 2012)12.

Sendo assim, compreende-se que o estágio é uma ferramenta relevante para


o acadêmico, uma vez que proporciona vivências práticas com a finalidade de
aquisição de experiência e capacitação para os futuros profissionais, além de ser uma
oportunidade para o desenvolvimento de competências e habilidades na área contábil.
Ao ter contato com o mercado de trabalho por meio do estágio, o estudante se depara
com a possibilidade de construir sua imagem enquanto profissional, com seriedade e
compromisso com a profissão.
Outro ponto que a pesquisa procurou identificar foi em relação aos pontos
considerados positivos, na visão dos coordenadores, para a formação do aluno de
contabilidade. As respostas estão dispostas no quadro 9.

12
Documento online, não paginado.
47

Quadro 09: No contexto atual do Estágio supervisionado desenvolvido na IES na qual presta
seus serviços de coordenação, cite de 3 a 5 pontos considerados positivos para a formação
do aluno de Contabilidade.
UFRN  Ligação teoria/prática
 Empreender enquanto profissional
 Visão ampla dentro da instituição
 Primeiro contato pré-projeto de pesquisa
 Possibilidade de vivenciar a realidade das atividades de sua
profissão ainda enquanto discente.
FCST  Oportunidade de conquistar o mercado de trabalho por meio de sua
exposição de habilidades e competências.
 Desenvolvimento da capacidade de expressão e da criatividade do
aluno.

Fonte: Própria autora, 2018

Por meio dessas respostas, pode ser observado que o estágio supervisionado
proporciona crescimento ao discente, contribuindo para o desenvolvimento de
competências e habilidades. No percurso do estágio o aluno tem a oportunidade de
ver o dia a dia profissional, suas rotinas, processos, dificuldades, obstáculos e
enxergar todo o aprendizado que está ao seu redor, agregando valor e conhecimento
à sua formação profissional, para que desempenhe seu trabalho com qualidade e seja
reconhecido no que faz.
Conforme os pontos citados acima, a finalidade do estágio é buscar relacionar
todo conhecimento teórico adquirido durante a vida acadêmica com a prática do
estágio, proporcionando ao aluno o entendimento e a vivência do dia a dia de sua
profissão, podendo ser o momento oportuno para o discente se aprofundar e enxergar
de maneira ampla possíveis pontos que contribuem para o melhoramento da
organização. Nessa fase, o acadêmico pode ser inserido de imediato no mercado de
trabalho, dependendo de sua desenvoltura e capacidade como profissional.
De acordo com Albuquerque e Silva (2006, p.12):

Fatores positivos reforçam a importância do estágio na formação do


profissional de ciências contábeis, contribuindo para a melhoria da
qualidade de ensino, principalmente no que diz respeito à formação
prática e ao desenvolvimento de certas habilidades.

O estágio é uma fase que faz uma ligação entre o campo acadêmico e o
profissional, sendo que o sucesso desse caminho concentra-se sobretudo no aluno,
enquanto protagonista da sua história, sob o acompanhamento de outros atores,
48

participantes ativos e importantes nesse processo, como o orientador e o coordenador


de estágio. Dessa forma, é imprescindível que o aluno tenha, de fato, a orientação
necessária para guiar-se rumo a um estágio relevante ao seu aprendizado.
Com base nessa perspectiva, questionou-se aos coordenadores acerca dos
aspectos de melhoria no estágio supervisionado visando a um melhor aproveitamento
do aluno. As respostas obtidas estão expostas no quadro 10:

Quadro 10: Em que aspectos o Estágio supervisionado poderia ser melhorado visando a um
melhor aproveitamento do aluno?

UFRN “Se tivesse um professor para cada aluno de forma contínua, seria bem
mais proveitoso orientando o aluno no ambiente de trabalho dele”.
“Como já relatado, o nosso estágio é desenvolvido com 330 horas em
campo, e alguns alunos possui grande dificuldades em realizá-lo devido
já trabalhar muitas vezes em outros segmentos, tendo em vista que
FCST precisam conquistar o próprio sustento pessoal, sendo essa em minha
opinião, a maior dificuldade do nosso estágio. Nesse raciocínio, acredito
que uma forma de melhorar o processo de estágio seria criar laboratórios
práticos dentro da própria IES, e dividir essa carga horária entre o
laboratório e o campo de estágio, assim o acadêmico poderia desenvolver
melhor seu estágio, pois usaria o próprio horário de aluno para frequentar
o laboratório de estágio prático”.

Fonte: Própria autora, 2018.

Como já discutido, o estágio proporciona grandes contribuições de


aprendizado para o estudante, porém, apesar de seus pontos positivos, existem
tópicos que poderiam ser aperfeiçoados para um melhor aproveitamento do mesmo.
Na visão do coordenador da UFRN, caberia um reforço em relação ao
acompanhamento do aluno no campo de estágio, visando a uma orientação mais
individual e precisa. Na concepção do coordenador da FCST, o que precisaria ser
melhorado seriam alternativas de realização do estágio, inclusive em horários de aula,
em laboratórios de estágio, tendo em vista que muitos alunos trabalham e nem sempre
em áreas condizentes ao curso estudado, sendo que, por não conseguirem conciliar
faculdade, trabalho e estágio, optam por desenvolver o estágio obrigatório no local de
trabalho, comprometendo sua real finalidade.
Colaborando com o posicionamento dos coordenadores acima mencionados,
Albuquerque e Silva dizem que
49

A participação do professor supervisor traz para o aluno a motivação


necessária, para superar as dificuldades que encontra na realização
do estágio, acentuando nele os fatores positivos deste em sua
formação profissional. (ALBUQUERQUE E SILVA, 2006, p. 12).

Isso reforça uma necessidade de que cada IES possa analisar e observar o
desenvolvimento do estágio conforme suas condições e realidade, buscando
alternativas de melhor aproveitamento para o andamento do estágio e, principalmente,
para os resultados provenientes dele, uma vez que um aluno capacitado é um
profissional em potencial no mercado, e a credibilidade dos resultados recai
diretamente sobre a Instituição de Ensino responsável pela formação do aluno.

4.2 QUESTIONÁRIO COM OS ESTUDANTES

Em decorrência da importância do estágio supervisionado para o acadêmico


de ciências contábeis, a pesquisa procura analisar a visão dos alunos que estudam
na UFRN/CERES – Campus de Caicó e na FCST em relação ao desenvolvimento do
estágio.
Para isso, foi aplicado um questionário com 8 perguntas objetivas, a 20 alunos
de cada Instituição de Ensino acima citada, tendo estes estudantes já cumprido o
estágio supervisionado. A pesquisa iniciou por tentar averiguar se o estágio
supervisionado foi suficiente para associar teoria e prática e as respostas obtidas
estão organizadas no gráfico 1, que segue.
50

Gráfico 1: Durante o estágio supervisionado, foi possível associar a teoria vista em sala de
aula com a prática vivenciada no percurso do estágio?
80%
70%
70%
60%
60%
50%
40%
30%
30% 25%
FCST
20%
10% UFRN
10% 5%
0%
A)Sim, totalmente. B) Parcialmente, C) Estágio não D) N.D.A
pois somente em agregou
algumas situações conhecimento do
foi possível fazer a que foi visto em sala
associação de aula.
teoria/prática.

Fonte: Própria autora, 2018.

O estágio supervisionado é uma proposta de aprendizado que visa unir a


prática com a teoria vista em sala de aula, possibilitando aos alunos conhecimentos
práticos sobre as diversas e possíveis área de atuação.
De acordo com os resultados obtidos, 70% dos alunos da FCST afirmam que
é possível associar teoria e prática de forma parcial e 25% dos respondentes da FCST
concordam que é possível associar teoria/prática de forma completa durante o
estágio. Apenas 5% dos alunos disseram que durante o estágio não houve associação
entre prática e teoria vista em sala de aula.
Na UFRN, 60% dos alunos entrevistados concordam que é possível associar
teoria/prática de maneira parcial durante o percurso do estágio, sendo que 30% dos
alunos afirmam ter conseguido associar teoria/prática em sua totalidade e 10% não
conseguiram fazer uma analogia entre a teoria vista em sala com a prática do estágio.
Portanto, pode ser observado que a maioria dos alunos de ambas as IES
concordam que durante o estágio supervisionado é possível associar teoria/prática de
forma parcial.
De acordo com Pimenta (2006) o estágio é uma forma de o aluno se localizar
e reconhecer o espaço empresarial como o futuro campo de atuação, no qual o
estudante começa a construir sua identidade profissional, sendo um campo de
51

conhecimento indispensável para o uso e associação da teoria/prática. O estágio


oferece novas oportunidades de haver trocas de conhecimentos, podendo o estudante
contribuir com o conhecimento adquirido na academia, como também aprender com
a equipe da empresa (campo de estágio) a vivência profissional, havendo com isso,
uma grande troca de conhecimento.
Em seguida, procurou-se verificar em relação a quantidade de horas
disponibilizadas para o estágio supervisionado, se são suficientes ou não, na visão
dos alunos. Obtiveram-se as seguintes respostas, dispostas no gráfico abaixo:

Gráfico 2: O total de horas utilizadas no estágio é considerado suficiente para o aluno


associar a teoria à prática?
80%
70%
70%
60%
50%
50%
40% 35%
30% 25%
20%
10% FCST
10% 5% 5%
0% UFRN
0%
A) Sim, totalmente B) Não, pois a C) Parcialmente, D) N.D.A
suficiente, pois é um prática exige muito pois o tempo é
momento de aprendizado e suficiente, mas as
aprendizado e dedicação, sendo o pessoas não tem
oportunidade que só tempo do estágio total disponibilidade
depende do aluno insuficiente. para repassar as
ter um desempenho informações ao
satisfatório. estagiário.

Fonte: Própria autora, 2018.

O número de horas dispensadas para a realização do estágio supervisionado


deve ser correspondente a, no mínimo, um semestre, conforme consta na lei de
estágio. Contudo, cada instituição estipula a quantidade a ser utilizada de acordo com
sua realidade, variando, dessa forma, a carga horária em cada IES estudada,
conforme com suas necessidades. A lei 11.788/08, em seu art. 10, inciso II, relata
sobre as horas do estágio, mencionando que o estagiário não deve ultrapassar 6 horas
diárias e 30 horas semanais, no que se refere a estudantes do ensino superior da
educação profissional de nível médio e do ensino médio regular (BRASIL, 2008b).
52

Em análise às respostas mostradas do gráfico 2, tem-se que na FCST 50%


dos respondentes afirmaram que a quantidade de horas destinadas para o estágio
não é suficiente para desenvolvê-lo, enquanto 35% disseram que é suficiente de forma
parcial, 10% concordam que o total de horas é suficiente para o desenvolvimento do
estágio de maneira satisfatória e 5% optaram por não responder nenhuma das
alternativas.
Na UFRN, 70% dos alunos responderam que o total de horas é insuficiente
para desenvolver o estágio supervisionado, 25% concordam que o total de horas é
parcialmente suficiente e 5% dos alunos afirmaram que o total de horas é o bastante
para o desenvolvimento do estágio.
Apesar de ambas as IES realizarem o estágio de acordo com o que diz a lei,
os próprios alunos, na maioria das respostas fornecidas, considera a carga horária
para o desenvolvimento do estágio insuficiente para atender ao padrão de qualidade
necessário, sendo o estágio uma fase primordial para o aluno vivenciar a prática,
podendo ser este um fator que impactou na resposta da questão anterior.
Outro ponto alvo da pesquisa diz respeito às expectativas dos alunos, se são
atendidas pelo estágio desenvolvido na respectiva Instituição de ensino ou não. As
respostas obtidas estão apresentadas no gráfico 3, abaixo:

Gráfico 3: O estágio supervisionado atendeu suas expectativas enquanto estudante de


contabilidade?
80% 75%

70%

60% 55%

50%
40%
40%
FCST
30%
20% UFRN
20%

10% 5% 5%
0% 0%
0%
A) Sim, pois foi B)Parcialmente, B)Não, em nada D) N.D.A
possível vivenciar a poderia ter algumas contribuiu para o
experiência no dia-a- adaptações. meu aprendizado.
dia profissional.

Fonte: Própria autora, 2018.


53

Ao iniciar o estágio supervisionado, o aluno se encontra numa fase em que as


expectativas fluem de forma acelerada, positiva e negativamente, pois a realidade do
estágio acaba sendo vista por dois ângulos, ou seja, o aluno compreende que através
do mesmo, eles poderão adquirir conhecimentos e experiências significativas para sua
atuação profissional, principalmente considerando o fato de que alguns alunos ainda
chegam ao final do curso sem ter sua primeira experiência de trabalho. Por outro lado,
os discentes veem no estágio o desafio de adentrar na pesquisa científica ao
precisarem desenvolver um trabalho escrito e também novo, para muitos, cheio de
regras e que requer uma dedicação e um comprometimento significativos.
Assim, por meio das respostas obtidas, vê-se que 55% dos alunos da FCST
afirmam que o estágio supriu suas expectativas, enquanto 40% deles escolheram a
alternativa “parcialmente”, deixando claro que poderia haver melhorias. Uma minoria
de 5% dos alunos disseram que o estágio não ocorreu como imaginava. Na UFRN,
por sua vez, 75% dos estudantes de contabilidade afirmaram que o estágio atendeu
parcialmente suas expectativas, 20% dos discentes disseram que o estágio supriu as
expectativas esperadas e 5% optaram por não responder a nenhuma das alternativas.
Observa-se que os acadêmicos da FCST, em sua maioria, têm suas
expectativas atendidas quanto ao estágio supervisionado, o que pode ocorrer em
função de que o aluno presencia a prática e consegue entender como funciona a
realidade de sua profissão, além de desenvolver habilidades que o capacitam
profissionalmente, aprimorando-o para sua área de atuação, diferentemente dos
alunos da UFRN que, em sua maioria, afirmaram que o estágio não supriu totalmente
suas expectativas, podendo ser justamente pelo fato de que a respectiva instituição
disponibiliza apenas 120h para a realização da vivência prática. Dessa maneira, o
aluno pode não ter tempo suficiente para ter um bom desempenho na associação
entre teoria e prática.
Para Lemos (2014, p.25), o estágio é:

Uma forma encontrada pelos educadores de vários cursos, entre


graduação, profissionalizantes e técnicos, para elevar o
aperfeiçoamento acadêmico e profissional dos seus estudantes, de
maneira a torná-los melhor preparados para encarar o mercado de
trabalho, foi associar a prática do estágio a teoria vista em sala de
aula, dando-lhes a oportunidade de vivenciar a sua profissão antes
mesmo de estarem formados.
54

Pelo que foi apresentado pelo autor, compreende-se que o estágio se propõe
a apresentar ao aluno a prática da sua profissão, inclusive oportunizando uma
inserção no mercado de trabalho. Quando o acadêmico chega à fase de
desenvolvimento do estágio, o mesmo vem com várias ideias formadas a respeito
dessa disciplina, sejam positivas ou negativas. Cabe ao estudante aproveitar o estágio
da melhor forma.
A partir dessa realidade, a pesquisa buscou verificar a opinião dos discentes
sobre a importância do estágio para a formação do profissional contábil. As respostas
estão apresentadas no gráfico 4, a seguir:

Gráfico 4: Você considera o estágio supervisionado importante para a formação do


profissional contábil?
100% 95%
90%
80%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20% 15%
FCST
10% 5% 5%
0% 0% 0% UFRN
0%
A) Sim, por se tratar B) Não, pois o aluno C) Parcialmente, pois D) N.D.A
de um momento que não necessita de é o momento em que
oportuniza o aluno estágio para obter o aluno passa a ter
conhecer a prática uma formação contato prático com
profissional. profissional sua formação, porém
adequada. por se tratar de um
estágio de curto
prazo, não o qualifica
como profissional
contábil.

Fonte: Própria autora, 2018.

O estágio é um período relevante para a formação de um profissional, pois


através dele o aluno tem a possibilidade de estudar, vivenciar, compreender e
compartilhar ideias com pessoas que atuam na realidade da sua profissão.
Por meio do gráfico acima, percebe-se que 95% dos alunos da FCST
concordam que o estágio é de suma importância para a formação do profissional
55

contábil, um resultado bem expressivo e não diferente da UFRN, na qual 80% dos
acadêmicos confirmaram que o estágio é relevante para o profissional em formação.
Diante das respostas, é possível afirmar que o estágio supervisionado é um
período que contribui positivamente para a formação do profissional contábil, pois
mesmo com seus pontos a melhorar, relatados em questões anteriores, o estágio foi
considerado pelos próprios alunos como um período significativo para a formação do
aluno de Ciências Contábeis. Alcântara, Marques e Marques (2016, p.13) afirmam que
“os estudantes consideram que a realização do estágio contribui pessoal e
profissionalmente, sendo considerada uma experiência válida para a carreira do futuro
contador”. Ou seja, o estágio supervisionado é uma atividade que deve ser
acompanhada e executada com responsabilidade e eficiência para que o aluno
consiga atingir seu objetivo enquanto estudante em formação e a finalidade do próprio
estágio enquanto prática educacional, a qual envolve a capacitação e crescimento do
aluno na sua formação profissional.
Considerando ainda que o estágio pode motivar o acadêmico a crescer
profissionalmente, a pesquisa questionou aos alunos das duas instituições sobre o
desenvolvimento de competências e habilidades durante o estágio supervisionado.
Foram obtidas as seguintes respostas, expostas no gráfico 5, abaixo:

Gráfico 5: Durante o estágio supervisionado o aluno desenvolve competências e habilidades


que os aprimoram profissionalmente?
90% 80%
80%
70% 65%
60%
50%
40% 30%
30%
20% 15%
FCST
10% 5% 5%
0% 0% UFRN
0%
A) Sim, totalmente, B) Parcialmente, C) Não, vale mais D) N.D.A
pois o estágio é pois apesar de ser as experiências
fundamental para a importante, o adquiridas no dia-a-
atuação profissional profissional pode dia já em atuação
adquirir profissional
competências e
habilidades mesmo
sem o estágio

Fonte: Própria autora, 2018.


56

Fleury e Fleury (2001, p.185) definem competência como sendo:

O conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes que justificam um


alto desempenho, acreditando-se que os melhores desempenhos
estão fundamentados na inteligência e personalidade das pessoas.
(Fleury e Fleury, 2001, p. 185).

Compreende-se com isso que a competência profissional é uma característica


proveniente da junção de elementos que podem ser desenvolvidos através de
determinadas situações. Assim, durante o período de estágio, o acadêmico passa por
vivências e situações que o permitem desenvolver competências e habilidades que
poderão ser seu diferencial no futuro profissional.
A partir dos resultados expostos, tem-se que 65% dos alunos da FCST
afirmaram que o estágio contribuiu com o desenvolvimento de competências e
habilidades importantes para o crescimento profissional, enquanto 30% optaram pela
alternativa que indica que o estágio contribuiu de forma parcial para o
desenvolvimento de competências e habilidades importantes ao aperfeiçoamento
profissional e 5% não optaram por nenhuma das alternativas.
Quanto à UFRN, 80% dos alunos entrevistados concordaram que o
desenvolvimento de competências e habilidades adquiridas com o estágio aprimoram
o desempenho profissional, enquanto 15% afirmaram que a desenvoltura de
competências e habilidades adquiridas no estágio contribui parcialmente para o
aprimoramento do futuro profissional. Uma minoria, que representa 5% dos alunos,
disseram que o desenvolvimento de competências e habilidades provenientes do
estágio supervisionado não contribui para o aprimoramento do profissional. Com isso
percebe-se que em ambas as IES o estágio consegue desenvolver competências e
habilidades que os aprimoram para o exercício da profissão estudada, apesar dos
pontos considerados nas questões anteriores, tais como a falta de informações por
parte das empresas, a falta de conhecimento teórico do aluno e a quantidade de horas
reservada para o estágio.
Em seguida, a pesquisa procurou identificar as competências e habilidades
mais desenvolvidas durante o estágio supervisionado. As respostas seguem no
gráfico 6:
57

Gráfico 6: Que competências e habilidades são mais desenvolvidas no estágio


supervisionado?

60%
50% 50%
50%
40%
40%

30% 25% FCST


20%
20% UFRN
N.D.A
10%
10% 5%
0%
0%
A) Adaptação, B) Experiência, C) Responsabilidade, D) Comunicação,
comprometimento e autoconfiança e organização e persuasão e
trabalho em equipe. empatia. desempenho e flexibilidade
profissional.

Fonte: Própria autora, 2018.

Durante o estágio, o aluno tem a oportunidade de desenvolver habilidades e


relacioná-las ao conhecimento adquirido, assim como somar as competências
potencializadas ou adquiridas que valorizam seu perfil profissional. Alcântara,
Marques e Marques afirmam que:

O papel do estágio curricular é de suma importância na formação dos


alunos da graduação, possibilitando a oportunidade de desenvolver
suas habilidades na área contábil e aprender na prática os
procedimentos vistos em sala de aula. (ALCÂNTARA, MARQUES E
MARQUES, 2016, p. 3).

Assim, através das respostas dadas pelos acadêmicos da FCST e UFRN foi
possível identificar que durante o estágio supervisionado os alunos conseguem
desenvolver competências e habilidades que contribuem para uma melhor
qualificação dos mesmos.
Constatou-se que 50% dos alunos da FCST afirmaram que as competências
mais desenvolvidas durante o estágio foram a responsabilidade, organização e
desempenho profissional, enquanto 25% optaram pela opção que envolve
experiência, autoconfiança e empatia; uma parcela de 20% dos alunos desenvolveram
58

as competências de adaptação, comprometimento e trabalho em equipe e os outros


5% desenvolveram as competências e habilidades de comunicação, persuasão e
flexibilidade. Já os acadêmicos da UFRN apresentam um resultado diferente,
demonstrando percentuais distintos. Nesta instituição, a maioria dos alunos, ou seja,
50%, desenvolveram as competências da experiência, autoconfiança e empatia, ao
passo que 40% optaram pela responsabilidade, organização e desempenho
profissional. O restante deles, 10% dos respondentes, desenvolveram de maneira
mais acentuada a adaptação, comprometimento e trabalho em equipe.
Com isso, percebe-se que o estágio desenvolve e/ou aprimora competências
e habilidades que contribuem para a construção de um perfil profissional dotado de
atributos que qualificam o aluno para um desempenho profissional satisfatório. O que
diferencia os resultados obtidos entre uma instituição e outra pode estar ligado à
individualidade de cada ser humano, pois cada pessoa já possui seus talentos natos
que podem facilitar habilidades ou competências em desenvolvimento.
Outro ponto que se buscou esclarecer está relacionado aos pontos negativos
observados durante o estágio supervisionado. As respostas estão apresentadas no
gráfico 7, abaixo:

Gráfico 7: Quais os pontos negativos do estágio supervisionado (pode marcar mais de uma
alternativa)?
60%
50% 50% 50%
50%
40%
40%
30%
30% 25%

20% 15%
10% FCST
10% 5% 5% UFRN
0%
A) As pessoas B) O tempo C) Receber D) E) As
dos locais de nos locais é cobranças e Desenvolver o disciplinas que
estágio não insuficiente para pressões do Relatório de são ministradas
repassam as o aprendizado coordenador, Estágio no mesmo
informações. prático. supervisor e período do
orientador do estágio
estágio

Fonte: Própria autora, 2018.


59

Por meio das respostas acima se percebe que, dos alunos da FCST, 50%
afirmaram que as maiores dificuldades na condução do estágio supervisionado são o
tempo, considerado insuficiente para o aprendizado prático, o que se assemelha com
o fato de os alunos da FCST considerarem de forma insatisfatória a quantidade de
horas destinada para o estágio supervisionado. Também foram citadas as disciplinas
que são ministradas no mesmo período do estágio, o que sobrecarrega o aluno de
atividades que podem implicar em um desempenho abaixo do que o aluno poderia
obter caso dispusesse de maior dedicação para se voltar às atividades que competem
ao estágio.
Na UFRN, 50% dos alunos mencionaram que o ponto negativo do estágio
encontra-se nas pessoas dos locais de estágio que não repassam as informações
suficientes para lhes proporcionar um aprendizado relevante; outros 30% também
afirmaram que o tempo nos locais que foram campos de estágio é insuficiente para o
aprendizado prático, reforçando o que já havia sido constatado.
De acordo com Frey e Frey (2002) o estágio supervisionado vem ao encontro
dessas dificuldades, uma vez que o conhecimento é algo que se constrói de maneira
que o aluno, ao analisar situações problemáticas e avaliar resultados nas
organizações, passa a adquirir conhecimentos que contribuem para uma melhor
desenvoltura e preparação para o meio onde irá atuar.
Os desafios devem ser enxergados como algo impulsionador que contribui
para uma melhor capacitação profissional, além de que a identificação dessas
dificuldades possibilitará que as respectivas instituições de ensino possam vir a
estudá-las na tentativa de buscar melhorias para o estágio supervisionado, de modo
que tanto o aluno quanto a própria instituição se beneficiem dos resultados.
Por fim, a pesquisa buscou enxergar também os pontos positivos que podem
ser identificados durante o estágio supervisionado, na visão dos alunos, cujas
respostas estão expostas no gráfico 8:
60

Gráfico 8: Quais os pontos positivos do estágio supervisionado (pode marcar mais de uma
alternativa)?
100%
90%
90%

80% 75%
70%
70%

60% 55%
50% 50%
50% 45%
40%
40%

30% FCST
20% UFRN
20% 15%

10%

0%
A) B) Experiencia C) Capacidade D) Habilidades E) Conseguir
Conhecimento profissional. de cumprir para diversas elaborar um
prático. ordens. atividades. trabalho sob
orientação
(Relatório de
Estágio).

Fonte: Própria autora, 2018.

Nota-se, pela leitura do gráfico acima, que a maioria dos discentes das duas
IES pesquisadas aponta como pontos positivos de maior destaque no estágio
supervisionado o conhecimento prático adquirido e a experiência profissional, o que
os possibilita desenvolver competências como responsabilidade, organização e
desempenho profissional. Para desempenhar a vivencia prática, o aluno precisa ter
compromisso e se dedicar a desenvolver suas atividades de forma eficiente e com
eficácia.
Todos os aspectos positivos apontados pelos alunos devem ser vistos como
tendo significativa importância, pois sua menção é um sinal de que o estágio
supervisionado é realmente relevante para a formação do futuro profissional (FREY E
FREY, 2002). Cada ponto identificado como positivo pelo discente pode significar
aspectos de melhoria na qualidade do ensino, o que contribui para o desenvolvimento
da experiência prática, tão significativa para as habilidades e competências que se
busca obter neste método de ensino.
61

5 CONSIDERAÇOES FINAIS

A presente pesquisa retrata a importância do estágio supervisionado,


considerando o desenvolvimento de competências e habilidades no ensino superior
de contabilidade. Realizou-se uma análise comparativa entre as atividades de estágio
das instituições FCST e UFRN/ Ceres - Caicó-RN, por meio da qual foi possível
observar a desenvoltura dos alunos que passaram pela disciplina estágio
supervisionado, relacionando o progresso e aperfeiçoamento de suas competências
e habilidades durante o percurso do estágio. Também foi possível compreender a
visão dos coordenadores das referidas instituições em relação ao desenvolvimento e
aprimoramento do discente no decorrer do estágio supervisionado.
Sabe-se que o desenvolvimento do estágio supervisionado propicia ao
acadêmico uma oportunidade de relacionar a teoria à pratica e de refletir sobre o
conhecimento adquirido para a atuação na área de contabilidade, uma vez que esta
será sua área profissional. Dessa forma, o estudo busca identificar em que aspectos
os estágios supervisionados, tal como são praticados pela FCST e UFRN, se
diferenciam em relação às competências e habilidades desenvolvidas pelos discentes
do curso de ciências contábeis. A pesquisa justifica-se sobre a necessidade de o aluno
desenvolver um estágio obrigatório com eficiência e eficácia, aprimorando suas
habilidades para a prática de atividades que se relacionam diretamente com sua
profissão, visando a adquirir experiência e capacitação que lhe proporcionem
melhores condições para o ingresso ou permanência no mercado de trabalho.
O questionário foi disponibilizado aos acadêmicos que já haviam concluído a
disciplina estágio supervisionado nas IES citadas acima, contendo oito questões
objetivas. Aos coordenadores, foi realizada uma entrevista contendo seis perguntas
subjetivas, na perspectiva de compreender a realidade do estágio supervisionado no
contexto do curso de ciências contábeis em cada instituição. Foram descritas as
competências e habilidades aprimoradas pelo acadêmico durante o estágio
supervisionado.
A pesquisa procurou acessar informações necessárias para o conhecimento
a respeito do percurso do estágio supervisionado no curso de ciências contábeis,
visualizando possíveis competências e habilidades que o aluno desenvolve ou
aprimora, verificando as dificuldades encontradas pelos alunos, além de sugestões de
62

melhorias que podem ser realizadas para um maior aproveitamento do aluno durante
o estágio.
O estágio não deve ser visto apenas como uma obrigatoriedade das IES para
a conclusão do curso, pois o mesmo vai muito além dessa proposta, uma vez que é
através dele que o aluno absorve conhecimentos capazes de influenciar uma
desenvoltura prática satisfatória, além da oportunidade de se realizar um
aperfeiçoamento individual através do confronto entre o conhecimento adquirido na
vida acadêmica e a vivência prática do estágio. Assim, pode-se dizer que o estágio é
uma fase na qual o discente desenvolve habilidades e competências que contribuem
para seu crescimento profissional.
Ao se propor verificar a contribuição do estágio supervisionado enquanto
disciplina que pode ser vista como uma ferramenta de crescimento e aperfeiçoamento
do discente, capaz de acrescentar melhorias e vantagens que possam enriquecer o
desenvolvimento profissional, foi possível perceber que os alunos conseguem
associar a prática com a teoria vista em sala de aula, deixando evidente a importância
do estágio para a vida do profissional contábil, tendo em vista que as atividades
realizadas promovem o aperfeiçoamento da capacidade profissional no desempenho
das atividades na área de atuação.
Outra observação percebida por meio da pesquisa é que o estágio
supervisionado é peça fundamental para a formação do aluno e futuro profissional
contábil, sendo um meio em que o discente realiza atividades que envolvem a
conciliação entre teoria e prática, além de apresentar um leque de responsabilidades,
principalmente para o aluno que nunca teve experiência de emprego, o que oportuniza
o desenvolvimento de atividades que exigem responsabilidade, empenho e
dedicação. Com isso, o aluno passa a enxergar o estágio como um meio que o prepara
como profissional.
Durante a realização do presente estudo ficou evidente que os acadêmicos
conseguem desenvolver ou aprimorar competências e habilidades tais como
responsabilidade, organização, desempenho profissional, experiência, autoconfiança
e empatia, constatando-se o quanto o estágio contribui para o crescimento do perfil
profissional contábil, já que o mesmo é encarado inclusive como um meio de
qualificação para encarar o mercado corporativo e seus concorrentes.
Considerando o tempo disponibilizado para o desenvolvimento do estágio
pelas IES, tem-se que na maioria das vezes este não é tido como satisfatório, uma
63

vez que a prática exige dedicação para o aprendizado, sendo que nem sempre se
consegue, por parte dos supervisores de estágio, um suporte de dedicação ao
estagiário, levando o aluno a cumprir o período de estágio no sentido de carga horária,
não atingindo os objetivos que lhe são próprios.
Decorrente dessa observação, fica evidente que o acadêmico, em seu
percurso de estágio, se depara com algumas dificuldades, entre elas, o tempo
insuficiente para o desenvolvimento do aprendizado de maneira satisfatória, sendo
esta uma visão dos alunos que vai de encontro à opinião dos coordenadores, pois
estes consideram a carga horária condizente a sua proposta pedagógica,
argumentando que para atingir os objetivos desencadeados no estágio é preciso força
de vontade e dedicação por parte dos alunos, o que nem sempre ocorre.
A pesquisa levantou outro ponto significativo, que foi a maneira como é
desenvolvido o estágio em cada instituição, percebendo-se uma diferença relacionada
ao tempo, uma vez que na FCST o estágio apresenta carga horaria de 330h e na
UFRN a carga horária da disciplina é de 120h, além do trabalho de conclusão do
estágio, pois apesar de ambas as instituições exigirem o relatório de estágio, na FCST
este é elaborado de forma mais complexa, exigindo-se do aluno uma elaboração
semelhante à de uma monografia, sendo o relatório apresentado a uma banca
examinadora. Na UFRN é elaborado um relatório simples sobre as atividades
desenvolvidas no estágio e entregue para avaliação.
Foi possível identificar ainda alguns pontos que podem ser aprimorados para
um melhor desempenho do aluno durante a execução do estágio, dentre eles um
orientador específico para cada aluno, como também a disponibilidade de um
laboratório prático dentro das instituições, possibilitando o aprendizado totalmente
focado na proposta do estágio, já que foi detectado que alguns alunos desenvolvem
seu estágio obrigatório no mesmo local em que trabalham, sendo que nem sempre há
uma relação entre o local de trabalho e a área de estudos escolhida. Deve-se buscar
alternativas, visto que muitos precisam trabalhar para arcar com os gastos dos
estudos.
Tais pontos merecem uma reflexão por parte das instituições, visto que são
possibilidades de melhoria no processo de qualificação e oportunidade para o aluno,
proporcionando-lhes um melhor acompanhamento em suas atividades de
aprendizagem.
64

Diante da pesquisa, compreendeu-se que o estágio supervisionado não é


positivo apenas para o estagiário, mas também para as IES e para a entidade que
recebeu o estagiário, uma vez que, ao ser oportunizado um estágio satisfatório e
desenvolvido com eficiência, os resultados positivos recaem sobre o estagiário,
enquanto futuro profissional em formação, mas também favorece a credibilidade das
demais partes envolvidas, pelo fato de preparar jovens capacitados para desenvolver
suas funções com qualidade.
Cabe às IES uma pertinente preocupação com a formação dos seus alunos,
por meio da oferta de conhecimentos que lhes proporcionem uma atuação profissional
de sucesso, sendo o estágio um instrumento que coloca o aluno diante da realidade
do mercado de trabalho.

.
65

REFERÊNCIAS

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negativos do estágio na formação profissional dos estudantes de Ciências Contábeis
da cidade de Caruaru- Pe. 30° Encontro da ANPAD. Salvador, 2006.

ALCANTARA, Caio Cesar Violin de; MARQUES, Kelly Cristina Mucio; MARQUES,
Claudio. Percepção dos alunos do Curso de Ciências Contábeis sobre o estágio
curricular obrigatório. XIII Congresso USP. São Paulo, 27 a 29 de julho, 2016

ANTUNES, Celso. Como desenvolver competências em sala de aula. Ed. Vozes.


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EDUCAÇÃO-CÂMARA DE EDUCAÇÃO SUPERIOR. Legislação Republicana
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE. Resolução Nº 01/2006


– CICC. Regulamenta o estágio supervisionado do curso de Ciências Contábeis do
Centro de Ensino Superior do Seridó – CERES – Caicó-RN,2006.
69

APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO APLICADO AOS ACADEMICOS DA FCST E


UFRN.

FACULDADE CATÓLICA SANTA TERESINHA


Autorizada pela Portaria nº 3.892 - MEC – DOU 26.11 .2004
Rua Visitador Fernandes, 78 – Centro – Caicó/RN – CEP. 59.300-000 Fone: (84)
3417-2316 - www.fcproneves.edu.br

1) Durante o estágio supervisionado foi possível associar a teoria vista em sala de


aula com a prática vivenciada no percurso de estágio?
A) Sim, totalmente.
B) Parcialmente, pois somente em algumas situações foi possível fazer a
associação teoria/prática.
C) Estágio não agregou conhecimento do que foi visto em sala de aula
D) N.D.A

2) O total de horas utilizadas no estágio é considerado suficiente para o aluno


associar a teoria à prática?
A) Sim, totalmente suficiente, pois é um momento de aprendizado e oportunidade
que só depende do aluno ter um desempenho satisfatório.
B) Não, pois a prática exige muito aprendizado e dedicação, sendo o tempo do
estágio insuficiente.
C) Parcialmente, pois o tempo é suficiente, mas as pessoas não tem total
disponibilidade para repassar as informações ao estagiário.
D) N.D.A

3) O estágio supervisionado atendeu suas expectativas enquanto estudante de


contabilidade?
A) Sim, pois foi possível vivenciar a experiência no dia-a-dia profissional.
B) Parcialmente, poderia ter algumas adaptações.
C) Não, em nada contribuiu para o meu aprendizado.
D) N.D.A

4) Você considera o estágio supervisionado importante para a formação do


profissional contábil?
A) Sim, por se tratar de um momento que oportuniza o aluno conhecer a prática
profissional.
B) Não, pois o aluno não necessita de estágio para obter uma formação
profissional adequada.
C) Parcialmente, pois é o momento em que o aluno passa a ter contato prático
com sua formação, porém por se tratar de um estágio de curto prazo, não o qualifica
como profissional contábil.
D) N.D.A
70

5) Durante o estágio supervisionado o aluno desenvolve competências e


habilidades que os aprimoram profissionalmente?
A) Sim, totalmente, pois o estágio é fundamental para a atuação profissional
B) Parcialmente, pois apesar de ser importante, o profissional pode adquirir
competências e habilidades mesmo sem o estágio
C) Não, vale mais as experiências adquiridas no dia-a-dia já em atuação
profissional
D) N.D.A

6) Que competências e habilidades são mais desenvolvidas no estágio


supervisionado?
A) Adaptação, comprometimento e trabalho em equipe.
B) Experiência, autoconfiança e empatia.
C) Responsabilidade, Organização e desempenho profissional.
D) Comunicação, persuasão e flexibilidade.

7) Quais os pontos negativos do estágio supervisionado (pode marcar mais de


uma alternativa)?
A) As pessoas dos locais de estágio não repassam as informações
B) O tempo nos locais é insuficiente para o aprendizado prático
C) Receber cobranças e pressões do coordenador, supervisor e orientador do
estágio
D) Desenvolver o Relatório de Estágio
E) As disciplinas que são ministradas no mesmo período do estágio

8) Quais os pontos positivos do estágio supervisionado (pode marcar mais de uma


alternativa)?
A) Conhecimento prático
B) Experiência profissional
C) Capacidade de cumprir ordens
D) Habilidade para desempenhar diversas atividades
E) Conseguir elaborar um trabalho sob orientação (Relatório de Estágio)
71

APÊNDICE B - QUESTIONÁRIO APLICADO AOS COORDENADORES

FACULDADE CATÓLICA SANTA TERESINHA


Autorizada pela Portaria nº 3.892 - MEC – DOU 26.11 .2004
Rua Visitador Fernandes, 78 – Centro – Caicó/RN – CEP. 59.300-000 Fone: (84)
3417-2316 - www.fcproneves.edu.br

1) Você considera que a lei do Estágio (Lei 11.788/08) retrata a realidade


vivenciada pelo aluno durante o estágio no sentido de desenvolver competências e
habilidades necessárias para a atuação profissional?

2) Como é desenvolvido o estágio na Instituição de Ensino na qual exerce a


função de coordenação?

3) Você considera o total de horas dispensadas para o estágio supervisionado


suficientes para o aluno associar teoria e prática?

4) De que forma o estágio supervisionado pode ser considerado uma


oportunidade para a inserção do aluno no mercado de trabalho?

5) No contexto atual do Estágio supervisionado desenvolvido na IES na qual


presta seus serviços de coordenação, cite de 3 a 5 pontos considerados positivos para
a formação do aluno de Contabilidade.

6) Em que aspectos o Estágio supervisionado poderia ser melhorado visando a


um melhor aproveitamento do aluno?

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