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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS


PRÓ-REITORIA DE ENSINO DE GRADUAÇÃO
PROGRAMA DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES
DO ENSINO FUNDAMENTAL – PROFORMAR

DIFICULDADE NA PRÁTICA DA LEITURA NA 2ª SÉRIE DO ENSINO


FUNDAMENTAL DA ESCOLA MUNICIPAL NOSSA SENHORA DO PERPÉTUO
SOCORRO

Por

Maria Luiza Alves da Cunha

Eirunepé
2008
1

MARIA LUIZA ALVES DA CUNHA

DIFICULDADE NA PRÁTICA DA LEITURA NA 2ª SÉRIE DO ENSINO


FUNDAMENTAL DA ESCOLA MUNICIPAL NOSSA SENHORA DO PERPÉTUO
SOCORRO

Trabalho de Conclusão do Curso – TCC


apresentado como requisito parcial à
obtenção do grau de licenciado (a) em
Normal Superior pela Universidade do
Estado do Amazonas

Orientador: Prof. Jorge Jacob da Costa Gadelha

Eirunepé
2008
2

TERMO DE APROVAÇÃO

MARIA LUIZA ALVES DA CUNHA

DIFICULDADE NA PRÁTICA DA LEITURA NA 2ª SÉRIE DO ENSINO


FUNDAMENTAL DA ESCOLA MUNICIPAL NOSSA SENHORA DO PERPÉTUO
SOCORRO

Trabalho de Conclusão de Curso aprovado


como requisito parcial à obtenção do grau
de licenciada em Normal Superior pela
Universidade do Estado do Amazonas, pelo
Professor Examinador.

___________________________________________
Examinador

Eirunepé
2008
3

Dedico este trabalho, aos meus queridos pais


Sebastião Alves da Cunha (em memória) e
Maria Elda Machado da Cunha que sempre
nos deu seu amor e dedicação. Aos meus
filhos pelo amor e carinho durante toda a
vida.
4

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por ter dado-me a oportunidade de cursar este curso. Ter tido saúde,
determinação para não desanimar e poder vencer as dificuldades e chegar ao final dele.
Aos meus pais que sempre estiveram presentes quando precisei; aos meus queridos
filhos Éder, Eduardo, Narissa, Rafael, Natiely e Kauana pela compreensão quando
estive ausente; aos meus irmãos pelos momentos compartilhados; aos meus colegas da
turma Pei-T 02 pelo companheirismo durante os períodos estudados. Enfim, agradeço a
todos que direta ou indiretamente contribuíram para que pudesse chegar a realização
deste curso. A todos meu obrigado!
5

“[...] Não vale mais a canção feita de medo e arremedo para enganar a solidão. Agora
vale a verdade cantada simples e sempre, agora vale a alegria que se constrói dia a dia
feita de canto e de pão. [...]”.

(Tiago de Mello).
6

Lista de Tabelas

TABELA 1 – Quadro administrativo da escola.................................................................. 33


TABELA 2 – Quadro docente da escola............................................ ................................ 34
TABELA 3 – Índice de aproveitamento geral em 2004 - Ensino
36
Fundamental..................
TABELA 4 - Índice de aproveitamento geral em 2005 - Ensino Fundamental.................. 36
TABELA 5 - Índice de aproveitamento geral em 2006 - Ensino Fundamental.................. 36
TABELA 6 – Resultados em percentuais do Ensino Fundamental 2004........................... 36
TABELA 7 - Resultados em percentuais do Ensino Fundamental 2005............................ 37
TABELA 8 - Resultados em percentuais do Ensino Fundamental 2006............................ 37
TABELA 9 - Educação de Jovens e Adultos 2004............................................................. 37
TABELA 10 - Educação de Jovens e Adultos 2005........................................................... 37
TABELA 11 - Educação de Jovens e Adultos 2006........................................................... 37
TABELA 12 – Resultados em percentuais da EJA em 2004.............................................. 38
TABELA 13 – Resultados em percentuais da EJA em 2005.............................................. 38
TABELA 14 - Resultados em percentuais da EJA em 2006............................................... 38
7

Lista de Gráficos

GRÁFICO 1 – Gráfico representativo ao desenvolvimento dos

alunos em relação à leitura.................................................................................................... 65


GRÁFICO 2 – Gráfico representativo ao índice de dificuldades

e interesse à prática da leitura................................................................................................ 66


8

Lista de Siglas

CNS – Curso Normal Superior


MEC – Ministério de Educação e Cultura
PCNs – Parâmetros Curriculares Nacionais
PROFORMAR – Programa de Formação de Professores do Ensino Fundamental
TCC – Trabalho de Conclusão de Curso
UEA – Universidade do Estado do Amazonas
9

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO DO TCC........................................................................................... 11
1. MEMORIAL........................................................................................................... 15
1. Introdução..................................................................................................................... 15
1
1. Minha formação como professora................................................................................ 16
2
1. Atividades técnico-científicas, artístico-culturais e prestação de
3 serviços especializados da sociedade............................................................................ 17

1. As minhas salas de aula como experiência docente...................................................... 18


4
1. Atividades administrativas............................................................................................ 19
5
1. Títulos, homenagens e aprovação em concursos.......................................................... 20
6
1. A aventura na produção do conhecimento.................................................................... 21
7
1. Outras Atividades......................................................................................................... 22
8
1. Considerações finais..................................................................................................... 23
9
2. O DIAGNÓSTICO DA ESCOLA.................................................................... 27
2. Introdução..................................................................................................................... 27
1
2. O meio físico................................................................................................................. 28
2
2. O meio econômico, social e cultural............................................................................. 31
3
2. O Ambiente humano (comunidade escolar em seu cotidiano)..................................... 33
4
2. Ambiente de aprendizagem: Métodos, técnicas e resultados........................................ 35
10

5
2. Os indicadores da minha escola: pontos fracos e fortes .............................................. 36
6
2. Considerações finais..................................................................................................... 39
7
3. MONOGRAFIA..................................................................................................... 44
3. Introdução..................................................................................................................... 44
1
3. Referencial teórico........................................................................................................ 45
2
3. Material e métodos........................................................................................................ 63
3
3. Apresentação e discussão dos resultados...................................................................... 65
4
3. Conclusões e recomendações........................................................................................ 67
5
REFERÊNCIAS.............................................................................................................. 68

RESUMO

O presente trabalho de conclusão de curso TCC reúne a trajetória acadêmica da professora em formação Maria
Luiza Alves da Cunha, aluna do Curso Normal Superior PROFROMAR II da Universidade do Estado do
Amazonas, realizado na cidade de Eirunepé, entre os anos de 2004 a 2006. Neste reúnem-se o Memorial
apresentando de forma periódica toda a minha trajetória de vida, as experiências como docente e outras
atividades por mim já realizadas; o Relatório realizado durante o Estágio Profissional I, quando foi produzido um
11

diagnostico da Escola Municipal Nossa Senhora do Perpétuo Socorro localizada na sede do município; e a
Monografia, sendo esta, intitulada a “Dificuldade na prática da leitura na 2ª série do Ensino Fundamental”; que
mostra as dificuldades dos educandos em aprender a ler, e dos professores em utilizar metodologias que desperte
e mantenha o interesse desses a esta prática que é de suma importância para um amplo desenvolvimento do
educando durante o processo de ensino-aprendizagem.
12

INTRODUÇÃO DO TCC

Este Trabalho de Conclusão de Curso TCC desenvolveu-se meio a análises e


reflexões acerca de todos os aspectos inerentes a três tópicos principais, a iniciar-se pelo
Memorial, que traz periodicamente todos os pontos de maior relevância já vividos por mim,
evidenciando toda a minha trajetória pessoal, acadêmica e profissional, juntamente com
algumas atividades artístico-culturais por mim já realizadas. Além, de expor um pouco de
minhas experiências e vivencias na docência em sala de aula, títulos, homenagens e aprovação
em concursos, a aventura na produção do conhecimento, serviços especializados a
comunidade, e outras atividades por mim já desenvolvidas..
Em seguida, encontra-se o Relatório do Diagnóstico da escola, este realizado durante
o Estagio I do Curso Normal Superior PROFORMAR II, da Universidade do Estado do
Amazonas (UEA), pondo aos detalhes todas as questões relacionadas ao cotidiano da escola
Municipal Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, onde se faz um panorama sistêmico e
contextualizado, de todos os seus aspectos, onde por meio de análises críticas e reflexivas,
tratamos desde o meio físico aos indicadores, além de detalharmos todos os dados referentes
ao seu meio econômico, cultural e social, seu ambiente humano e de aprendizagem.
Nesta parte do trabalho, traz-se de forma crítica e reflexiva a visão da autora sobre os
diversos aspectos inerentes a realidade vivenciada por professores, alunos e comunidade
escola, durante o processo de ensino-aprendizagem.
Em continuidade, trazemos a Monografia, que expõe além da visão da autora, obras e
concepções de autores com grande autoridade na temática abordada nesta parte do trabalho,
sendo esta, intitulada “Dificuldade na prática da leitura na 2ª série do ensino fundamental da
escola municipal Nossa Senhora do Perpétuo Socorro”.
Esta evidencia inúmeras dificuldades que interferem na prática da leitura em nossas
escolas, e dificultam o fazer pedagógico da maioria dos professores, levantando possíveis
questões a serem desenvolvidas como suporte para a superação dos problemas que interferem
nos trabalhos realizados na escola, assim como na aprendizagem dos educandos.
Fazendo referencia, a obras e teorias de grandes autores acerca do mundo da leitura,
tendo em mente, que esta, é de suma importância para um amplo desenvolvimento
educacional da criança, pois por mio desta, poderemos realmente criar as condições ideais
para que os discentes sintam-se preparados e capazes de agirem e refletirem criticamente
frente à realidade e a sociedade na qual estão inseridos.
13

Assim, expomos neste tópico os Materiais e métodos utilizados na realização da


pesquisa, apresentando e discutindo os dados coletados, trazendo ainda, as conclusões e
recomendações, que apontam possíveis ações a serem desenvolvidas forma de
conscientizarmos, incentivarmos e despertarmos nos educandos o gosto e prazer pela prática
critica e reflexiva da leitura.
14

MARIA LUIZA ALVES DA CUNHA

MEMORIAL

Memorial apresentado ao Curso Normal


Superior da Universidade do Estado do
Amazonas como parte do TCC.

Orientador: Prof. Jorge Jacob da Costa Gadelha

Eirunepé
2008
15

SUMÁRIO

1. MEMORIAL................................................................................................... 15
1. Introdução....................................................................................................... 15
1
1. Minha formação como professora............................................................................. 16
2
1. Atividades técnico-científicas, artístico-culturais e prestação de serviços
3 especializados da sociedade............................................................................... 17
1. As minhas salas de aula como experiência docente............................................... 18
4
1. Atividades administrativas.................................................................................. 19
5
1. Títulos, homenagens e aprovação em concursos.................................................... 20
6
1. A aventura na produção do conhecimento........................................................... 21
7
1. Outras atividades................................................................................................ 22
8
1. Considerações finais................................................................................................ 23
9
16

1. MEMORIAL

1.1 Introdução

O referido memorial é um trabalho de natureza cientifica-acadêmica, apresentado a


Universidade do Estado do Amazonas, tem como objetivo apresentar minha trajetória de vida,
relatando fatos vividos desde o processo escolar até a formação acadêmica, mostrando os
pontos positivos e negativos deste percurso.
Sou Maria Luíza Alves da Cunha, nascida no dia 11 de julho de 1962 em Eirunepé,
no Estado do Amazonas, filha de Maria Elda Machado da Cunha e de Sebastião Alves da
Cunha, pessoas humildes e trabalhadoras. Atualmente, tenho 45 anos, e moro na Rua
Canamary, no bairro de Nossa Senhora Aparecida. Tenho seis filhos, solteira, gosto muito de
desfrutar de minha vida.
O referido trabalho se organiza em nove tópicos, onde cada um relata fatos vividos e
experimentados. Ele desenvolverá minhas primeiras concepções de mundo, minhas
experiências docentes, as atividades desenvolvidas além da função de professora, minha
experiência como gestora e minhas considerações a respeito de todo processo vivido, desde a
escola até o ingresso na Universidade do Estado do Amazonas.
Neste caminhada escolar meus pais foram bastante importantes nas conquistas
alcançadas na vida acadêmico-profissional, sendo minha inspiração na busca incessante pelo
sucesso, pois sempre quiseram o melhor para minha vida.
17

1.2 Minha formação como professora

Comecei a estudar aos dez anos na Escola Estadual São Francisco na 1ª série do
Ensino Fundamental, já bastante atrasada, conclui nesta mesma escola a 4ª série no ano de
1978, com 15 anos de idade, pois repeti dois anos na segunda série. Na escola estadual Nossa
Senhora das Dores, iniciei a 5ª série, em 1982. Neste mesmo ano não consegui aprovação. A
partir de 1984, afastei-me da escola, começando a freqüentar em 1988 a 7ª série, após dois
anos conclui a 8ª série em 1991, com muita dificuldade, pois precisava trabalhar para ajudar
no sustento da família.
A minha formação como educadora foi bastante especial. Sempre almejei ser
professora. Ingressei no Magistério em 1992, terminei em 1994. Sendo um 2º grau
profissionalizante. Principalmente, nos estágios, onde tive pela prática o contato com os
alunos em sala de aula. Para a capacitação na área de educação, fiz o curso de atualização das
atividades da pré-escola, no ano de 1993. E o curso aperfeiçoamento em pré escola, em 1999.
Para ampliar minha formação como docente, ingressei na Universidade do Estado do
Amazonas, no Curso Normal Superior – PROFORMAR II; sendo que no início encontrei
muitas dificuldades, pois não tive uma boa formação, mas, aos poucos fui me adequando e
melhorando meus conceitos acadêmicos no decorrer do 2º grau-magistério.
Durante todo o curso, que já estar em fase de conclusão, as disciplinas que mais me
chamaram atenção, causando surpresa foram: Psicologia da Educação I e I e a Teoria e Prática
da Educação Infantil, aprendendo sobre o comportamento das pessoas e principalmente das
crianças, no que diz respeito ao seu desenvolvimento físico e mental, e as facilidades que
estas poderão proporcionar, dando oportunidades para melhorar minha prática pedagógica em
sala de aula.
Durante o curso, tivemos muitos momentos importantes, como as atividades em
grupos, as comemorações na sala, os passeios e também momentos de discussões, onde
tivemos a oportunidade de aprender uma com os outros.
18

1.3 Atividades técnico-científicas, artístico - culturais e prestação de serviços


especializados a sociedade.

As atividades técnico-científicas forma realizadas no Curso normal Superior, onde


participei diretamente do 1º seminário, mostra de painel da Escola Nossa Senhora do Perpétuo
Socorro, o seminário pedagógico, e a feira cultural de ciências. Atividades estas, que nos
proporcionaram mostrar os conhecimentos práticos adquiridos durante o curso.
Nas atividades artístico-culturais, participei de festas do dia das mães, dia das
crianças, dia dos professores, festas juninas e aniversários. Todas estas promovidas pela
escola onde trabalho. Com relação à prestação de serviços, fizemos reuniões e palestras sobre
assuntos trabalhados em sala, também com os pais dos alunos onde visamos a informação e
aprimoramento de práticas adequadas com relação aos cuidados com as crianças,
principalmente saudáveis de higiene e alimentação.
19

1.4 As minhas salas de aula como experiência docente

Em minha vida profissional, comecei a lecionar na escola Francisco da Costa Lima,


no ano de 1986, onde trabalhei com crianças na idade de 5 anos, sendo que este trabalho foi
muito gratificante, pois tinha muita paciência e cuidados com estas crianças, ajudando-as em
seu desenvolvimento psicossocial, motor e intelectual. Não tendo dificuldades, pois soube
trabalhar com amor e carinho.
A partir de 2005, comecei a trabalhar na escola Pedro Januário na alfabetização onde
tive um excelente desempenho, trabalhando como educadora na alfabetização, auxiliando na
aprendizagem da escrita e da leitura. Mesmo tendo muitas dificuldades em aprender, alguns
professores conseguiram alcançar o objetivo: o de alfabetizar as crianças, principalmente na
utilização de materiais concretos e metodologias inovadoras.
Por fim, já no ano de 2007, comecei a trabalhar na zona rural, quando passei no
concurso municipal; esta experiência foi considerada boa, pois estou ensinando crianças na
escola, em turmas multe - seriadas, onde procuro trabalhar com a realidade destas crianças,
aprendendo bastante com elas. As dificuldades encontradas são as grandes diferenças de idade
e também as turmas diversificadas trabalhadas em uma mesma sala onde tenho que ser bem
dinâmica e flexível, sabendo perceber as dificuldades de cada uma.
20

1.5 Atividades administrativas

Com ralação as atividades administrativas, trabalhei como gestora na escola


Municipal Pedro Januário durante quatro anos, fazendo um trabalho voltado a uma gestão
participativa, onde os alunos, pais e professores ajudavam em todos os momentos superando
dificuldades e apoiando na realização de atividades festivas. Para mim, este é o tipo de
administração que todo gestor deveria utilizar, criando um ambiente de harmonia e união
entre todos os segmentos escolares.
Ainda comentarei sobre as quais estive submetida. Da primeira posso dizer que era
um líder muito participativo, se envolvia com as atividades na comunidade, prestava auxílio
aos professores em todas as dificuldades encontradas por eles. Era bastante compreensivo,
procurava sempre conversar com as pessoas na tentativa de ajudar da melhor forma possível.
Na segunda experiência, não foi diferente, o espírito de participação, compreensão,
respeito e carisma para com os funcionários da escola era notável. Já a terceira, apresenta
postura bem contrária das anteriores. Sendo autoritária, e pouco participativa no processo
ensino-aprendizagem não se faz presente nos planejamentos quando tem tempo disponível,
demonstra preocupação com a limpeza e organização do prédio.
A mesma apresenta um relacionamento de pouca comunicação com os funcionários,
por falta de bom senso profissional e a prática de dialogo buscando entender todo e qualquer
problema existente. Na minha concepção a escola deveria ser dirigida com democracia, onde
todos pudessem participar, sugeri e opinar.
Portanto, penso que seria plausível se a administração estabelecesse relacionamento
com todos os membros da escola, sem indiferença e com respeito, buscando sempre criar
situações saudáveis e harmoniosas. Sendo um elo de liderança para o sucesso dos resultados e
da qualidade de vida na escola.
21

1.6 Títulos, homenagens e aprovação em concursos

No decorrer de toda minha vida profissional, fiz alguns cursos que já foram citados,
também me inscrevi em diversos concursos e vestibulares. Em 2005, fui aprovada no
vestibular da UEA, para cursar o PROFORMAR II. Já em 2007, fiz o concurso para
professora da zona rural fui aprovada, começando a trabalhar imediatamente.
No entanto, foram apenas essas as conquistas, tendo o privilégio de ser aprovada em
um concurso e um vestibular. Mais ainda estou cursando o Curso Normal Superior, que logo,
estarei com o título de licenciada em normal Superior.
Portanto, tais conquistas têm elevado significado e também comprovam a superação
das dificuldades e desafios enfrentados no decorrer da vida.
22

1.7 Aventura na produção do conhecimento (pesquisa)

A pesquisa foi desenvolvida sobre o tema “Dificuldade de leitura”, pois este é um


problema que vem sendo muito discutido nas escolas devido muitas crianças não conseguirem
assimilar e desenvolverem o processo de leitura. A prática da leitura é essencial para o
desenvolvimento cognitivo dos educandos, pois sem a leitura não acontece progresso na
educação, ou seja, a leitura está inserida no cotidiano de qualquer pessoa, principalmente das
pessoas que nunca tiveram oportunidade de se educar na escola. Muitas escolas deixaram de
ajudar os alunos com essas dificuldades, pois trabalham com metodologias inadequadas e
ultrapassadas na presente realidade.
Meu medo diante desta situação é que as escolas possam continuar com esse tipo de
prática, deixando de ajudar essas crianças com dificuldades de aprendizagem, principalmente,
da leitura. Descobrimos que muitos aspectos, como a ausência dos pais neste processo, a falta
de compromisso de alguns professores, seguido de desinteresses de alguns alunos, os motivos
que ocasionam estas dificuldades de leitura. Portanto, faz-se necessário que a escola junto
com os educadores estimule o educando a adquirir o gosto pela leitura, através de uma ampla
e variada tipologia de textos, para que os mesmos entendam que o espaço escolar é um local
em que eles aprendem a dominar os conhecimentos já adquiridos e as informações que lhes
são apresentadas.
Desse modo, o Curso Normal Superior foi o berço para proceder de todo processo de
pesquisa. Primeiramente aprendi como ser pesquisadora, questionando, percebendo a
realidade, e compreendendo. Os instrumentos de pesquisas, os objetivos a ser alcançados,
tudo foram fruto da própria produção do conhecimento ainda no mencionado curso.
23

1.8 outras atividades

Antes de trabalhar como professora fui diretora e também trabalhei na farmácia


popular como farmacêutica durante dois anos. As outras atividades foram o curso de
datilografia em 1983 e o curso de Secretaria escolar, em 1999. Estas foram às ações que
desenvolvi, fora da carreira de educadora. Em pequeno número mais com imensa relevância.
Durante a vivência destas, aprendi muito, vieram novos conhecimentos que sem
dúvida, contribuíram em meu avanço. Sou feliz em poder relatar estas experiências. E que
futuramente ainda possa vivenciar outras, pois nunca é tarde para a conquista de novos ideais.
Portanto, até o momento considero essas atividades como propiciadoras de minha
independência e auxiliadoras na satisfação da necessidade empregatícia do ser humano.
24

1.9 Considerações finais

Neste memorial procuro mostrar de forma clara e objetiva toda a minha trajetória
acadêmica durante o Curso Normal Superior e também os momentos mais importantes da
minha vida. Tais caminhos percorridos foram bastante difíceis, pois sempre tive que trabalhar
para o sustento de casa, por isso, apresentei dificuldades em minha aprendizagem, mas, no
decorrer da vivencia em sociedade, nunca desisti dos meus sonhos, principalmente, de viver
bem e fazer que meus filhos tivessem um bom desenvolvimento e não passassem pelas
mesmas dificuldades que eu. Como professora, sempre procurei trabalhar com muito
dinamismo criando formas para que os alunos adquirissem uma aprendizagem satisfatória e
sucessivamente a aprovação e ampliação da gama de conhecimentos. Enfim, diante de todos
esses relatos quis mostrar que é importante trabalhar com muito amor, fazendo com que as
crianças aprendam e assim melhorem sua qualidade de vida.
O Curso Normal Superior veio auxiliar mais ainda em minha mudança como ser
social, histórico e cultural. Aprendi novas metodologias de trabalho, novas propostas de
trabalho e percebi as falhas que cometia devido à falta de conhecimento em relação às
mesmas.
Hoje me considero uma pessoa transformada e apta para viver no mundo com
segurança e desenvolvendo ações contribuidoras para a minha melhoria, que possas fazer uso
de todo conhecimento abstraído neste processo educacional que vivi, para ajudar os alunos
crescerem como cresci, conquistando seus ideais como conquistei e em fim, melhorar suas
condições de vida como eu melhorei a minha.
25

MARIA LUIZA ALVES DA CUNHA

ESTÁGIO I: DIAGNÓSTICO DA MINHA ESCOLA

Relatório apresentado para obtenção dos


créditos relativos ao Estágio I do Curso
Normal Superior da Universidade do
Estado do Amazonas.

Orientador: Prof. Jorge Jacob da Costa Gadelha

Eirunepé
2008
26

SUMÁRIO

2. O DIAGNÓSTICO DA ESCOLA.................................................................... 27
2.
Introdução..................................................................................................................... 27
1
2.
O meio físico................................................................................................................. 28
2
2.
O meio econômico, social e cultural............................................................................. 31
3
2.
O Ambiente humano (comunidade escolar em seu cotidiano)..................................... 33
4
2.
Ambiente de aprendizagem: Métodos, técnicas e resultados........................................ 35
5
2.
Os indicadores da minha escola: pontos fracos e fortes............................................... 36
6
2.
Considerações finais..................................................................................................... 39
7
27

RESUMO

A escola municipal Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, foi fundada em aos trinta e um (31) de maio, no ano de
mil novecentos e setenta e quatro (1974), a referida escola atende ao Ensino Fundamental de 1ª a 4ª série nos
turnos matutino e vespertino e a Educação de Jovens e Adultos 1ª e 2ª etapa do 1º Segmento (EJA) no turno
noturno. O prédio em alvenaria possui apenas 04 salas de aula, 01sala para os professores, 01 cozinha, 01
secretaria, 01 diretoria, 01 depósito para merenda escolar e 01 banheiro masculino e outro feminino. Seu corpo
docente é formado por doze (12) professores, ambos com formação superior completa ou incompleta, A escola
também possui uma Orientadora pedagógica e uma supervisora educacional. Em média a escola atende por ano
um total de aproximadamente 371 alunos, sendo os mesmos, distribuídos em turmas do Ensino Fundamental e
EJA. Seu o cotidiano escolar, é marcado por inúmeras atividades planejadas pelos professores e demais
integrantes da comunidade escolar, utilizando-se dos mais diversos recursos para a realização de atividades tanto
curriculares quanto extracurriculares. Favorecendo assim, um maior aprendizado dos educandos, mesmo assim,
ainda são encontradas algumas dificuldades que interferem em um bom desenvolvimento do cotidiano escolar.
Dificuldades estas, relacionas ao desinteresses dos próprios pais ou responsáveis pelo desenvolvimento
educacional de seus filhos. A mesma, ainda tem problemas relacionados às limitações e más condições de sua
estrutura física, totalmente inadequada ao fazer pedagógico dos professores.
28

2. O DIAGNÓSTICO DA ESCOLA

2.1 Introdução

A partir de agora o trabalho apresentado nos fará compreender de forma simples e


objetiva a importância do relatório do estágio, com os seguintes objetivos: analisar
criticamente o contexto educacional da Escola Municipal Nossa Senhora do Perpétuo
Socorro; Identificar os problemas que dificultam o fazer pedagógico dos educadores; e
apresentar sugestões que possibilitem a melhoria da prática educativa na escola. Desse modo,
buscando compreender as diversas inter-relações que se processam no cotidiano da escola.
O presente trabalho está organizado por alguns tópicos onde cada um desses, expõe
uma situação. Sendo que eles são: Apresentação do diagnostico da escola, introdução, o meio
físico, o meio econômico, social e cultural, o ambiente humano, ambiente de aprendizagem,
os indicadores da escola e seus pontos fortes e fracos, proposta do plano de ação, tema,
problema, justificativa, objetivos, metodologia, cronograma das atividades, analise do plano
de ação, análise dos resultados das ações realizadas nos estágios, sugestões futuras para
melhoria da escola.
Portanto, espera-se que este relatório, seja um instrumento útil, onde os métodos,
técnicas e resultados obtidos, possa contribuir de maneira significativa para a melhoria da
prática pedagógica dos professores na escola Municipal Nossa Senhora do Perpétuo Socorro.
29

2.2 O meio físico

A escola Municipal Nossa Senhora do Perpétuo Socorro foi fundada em 1974, sendo
construída pelo prefeito Adrião de Souza Batalha e passou a denominação atual, por
homenagem ao bairro onde à mesma esta situada. O prédio construído em alvenaria
comporta-se de quatro salas pequenas e mais dependências administrativas e um pequeno
pátio recreativo. O corpo docente é formado por doze professores, os quais lecionam nos
turnos matutinos, vespertino e noturno (este último funciona com programas especiais como a
EJA).
A escola possui um total de 371 alunos, distribuídos nas séries iniciais do Ensino
Fundamental. Seu cotidiano é marcado por inúmeras programações realizadas pelos
professores, onde os mesmos procuram utilizar de todos os recursos disponíveis para melhorar
a qualidade de ensino da escola. O aproveitamento dos alunos tem se mantido regular nos
últimos anos e as participações dos pais responsáveis não é nada boa deixando muito a
desejar, precisa atualizar e formular seus acervos bibliográficos, além de uma melhor
qualificação ao pessoal técnico administrativo para que se possam executar todas as
atividades desenvolvidas anualmente.
O estabelecimento de ensino Municipal Nossa Senhora do Perpétuo Socorro situa-se
na Rua Eduardo Ribeiro, no bairro de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Teve sua fundação
em 31 de maio de 1974, no exercício do mandato na administração do prefeito Adrião de
Souza Batalha, recebendo o nome do mesmo até dia 28 de dezembro de 1982. A partir desta
data através do decreto lei nº 93/82 de 28 de dezembro na administração do prefeito Francisco
Ferreira da Costa, a escola passou a denominar-se Nossa Senhora do Perpétuo Socorro em
homenagem ao bairro ao qual a instituição está localizada. O prédio em alvenaria possui uma
área de 195,96 m², onde os alunos desenvolvem suas atividades recreativas.
A escola funciona nos turnos matutino, vespertino e noturno com 1º e 2º seguimento
da EJA (Educação de Jovens e Adultos). O quadro docente e composto por 12 professores
com formação no magistério, sendo que 6 possuem nível superior completo e 6 incompletos.
O numero de vagas oferecidas anualmente, não atende a demanda da comunidade, pois as
salas de aulas existentes não são suficientes para atender a necessidade da clientela, que é de
430 alunos por ano.
Para atender essa clientela a escola dispõe das seguintes dependências: (04) salas de
aula medindo 5,5 metros de largura por 9,1 metros de comprimento cada, com capacidade de
35 alunos por turma, (01) cozinha medindo 2,2 metros de largura por 6,7 metros de
30

comprimento, (03) banheiros medindo 1,3 metros de largura por 2,36 metros de comprimento,
sendo 2 de uso dos alunos e uma para uso da direção, professores e administrativos, possui
ainda uma diretoria com 02 metros de largura por 04 de comprimento, e 01 depósito medindo
02 de largura por 03 de comprimento, 01 corredor medindo 03 metros de largura por 07
metros de comprimento e uma sala de professores medindo 02 metros de largura por 03 de
comprimento.
A escola dispõe também dos seguintes materiais e equipamentos:
 04 Quadros magnéticos;
 01 Quadro de avisos;
 01 Armário para professores com 16 divisões;
 01 Armário para gestor;
 02 Armários para arquivo;
 07 Mesas;
 13 Cadeiras para professores;
 140 cadeiras para alunos;
 02 televisores;
 01 vídeo cassete;
 01 máquina de datilografia;
 01 mimeografo;
 03 bebedouros;
 01 freezer;
 01 fogão industrial;
 01 globo, livros, dicionários, materiais de copa e expedientes;
 12 ventiladores;
 01 caixa amplificada.
O prédio, devido aos desgastes ocasionados pelo tempo e pelas limitações de sua
planta, necessita de uma reestruturação completa, pois o mesmo não se encontra num bom
estado de conservação e não oferece as dependências um espaço conveniente para
desenvolver atividades lúdicas, recreativas com os educandos, prejudicando desse modo às
atividades dos professores e todo o trabalho educativo na escola.
Devido a estas limitações em que a escola se apresenta, com a falta de uma estrutura
adequada, ocorrem situações de vandalismo praticado pelos alunos, pois a mesma não depõe
de uma área livre adequada que atenda as necessidades das crianças deixando-as bastante
inquietas, acarretando muitas vezes divergências na hora do intervalo recreativo. Alem de não
31

possibilitar que os professores pratiquem atividades extraclasses com seus alunos, pois a
escola está situada em uma área muito restrita ao bairro.
32

2.3 O meio econômico, social e cultura

A escola Municipal Nossa Senhora do Perpétuo Socorro atende uma clientela de


alunos diversificados, sendo que em grande maioria os educandos são oriundos de famílias
humildes do bairro. As famílias dos alunos são constituídas de pais desempregados, tendo
uma renda baseada na agricultura de subsistência e no pescado, tirando desses recursos seu
sustento. Outra parcela da comunidade é constituída de aposentados, deficientes físicos
maiores de 18 anos infectados pelo bacilo da hanseníase e hoje derivados causados pela
doença recebem uma ajuda do governo federal.
As dificuldades enfrentadas diariamente pelos familiares com a alimentação e a falta
de capital, problema de recursos nos diversos seguimentos sociais e econômicos; bem como, à
falta de instruções desses pais vêem prejudicando diretamente o rendimento escola dessas
crianças, provocando enormes danos na educação e na aprendizagem dos alunos, ocasionando
problemas como evasão, repetência e outras situações que afetam o rendimento anual de boa
parte da demanda atendida na escola.
Os professores e a direção têm uma boa interação e socialização com a comunidade,
pois através de reuniões mensais os professores e a gestora buscam solucionar os problemas
ali existentes e participando efetivamente com a comunidade de todas as dificuldades
enfrentadas na escola, buscando trazer à mesma para participar assiduamente do processo
educativo dos alunos. Neste contexto, Ferreira ao falar sobre a gestão participativa enfatiza
que: “Gestão participativa envolve, além dos professores e funcionários, pessoas da própria
comunidade que esteja interessado na escola e na melhoria do processo ensino e
aprendizagem”. (2004, p. 59).
A escola enfatiza muitas dificuldades com a falta de material didático e merenda,
pois os recursos vindos da SEMEC (Secretaria Municipal de Educação, Cultura e Meio
Ambiente). Não são suficientes para atender a demanda desta instituição escolar, pois a
clientela ali atendida tem uma grande diversidade cultural sendo composta basicamente por
brancos, mestiços e negros. Esta veracidade cultural e étnica é um dos assuntos muitos
discutidos em todas as séries que são importantes á diferença étnica e cultural de cada raça, de
cada povo, proporcionando desse modo que o educando aprenda a respeitar o próximo com
suas diferenças, pois é isso que engrandece nossa nação. Pois, todo indistintamente de sua
raça ou classe social merece igualdade de condições.
Assim, baseados nesses princípios, os educadores, mesmo enfrentando muitos
problemas em seus ambientes de ensino, buscam valorizar o educando proporcionando dentro
33

do possível, facilitar o engajamento do aluno para o mesmo não se sinta excluído ou


injustiçado.
34

2.4 O ambiente humano (comunidade escolar em seu cotidiano)

Os professores, administrativos e gestor, trabalham de forma participativa buscando


proporcionar aos educando uma educação de todos, procuram trabalhar em parceria visando a
cada dia a melhoria da educação das crianças. No entanto, devido ás dificuldades enfrentadas
cotidianamente com a falta de material didático adequado e as condições precárias do prédio,
os educandos enfrentam diversos problemas que dificultam o desenvolvimento de suas
atividades pedagógicas, não desfrutando das condições necessárias e favoráveis para que se
possa realizar a educação desejada por todas. Contudo dentro da realidade da escola os
profissionais têm dado o melhor de si, trabalhando com empenho e afinco nas diversas
disciplinas em estudo no currículo escolar.
Mesmo diante das dificuldades, todos procuram manter-se unidos traçando novas
metas e lutando em prol da conquista de novos objetivos, que é de trazer a comunidade para o
âmbito escola, e isto pouco a pouco se está conseguindo, causando muita alegria e satisfação
para todos, pois se sabe que a presença da comunidade na escola é de suma importância no
contexto educacional de modo geral.

Tabela 01: Quadro administrativo da escola

Nome Grau de Escolaridade Função


Maria Altermiza G. Almeida Licenciada em Pedagogia e Pós- Gestora
graduada em Gestão Escolar
Kellen Cristina Cavalcante Mendes Licenciada em Pedagogia e Pós- Orientadora
graduada em Gestão Escolar
Erlene Oliveira Carriga Licenciada em Pedagogia e Pós- Supervisora
graduada em Gestão Escolar
Francisco de Assis P. de Menezes Curso Superior Incompleto Secretário
Éder Alves da Cunha Ensino Médio Secretário
Francisco Gilson F. Monteiro Ensino Médio Secretário
Francisco Evangelista da Cruz Ensino Médio Monitor
Antonia Núzia Menezes Ensino Fundamental Incompleto Merendeira
José Edmilson M. de S. Filho Ensino Médio Vigia
Lindalva Souza de Oliveira Ensino Médio Auxiliar de Serviços Gerais
Maria Matilde Gomes de Melo Ensino Fundamental Incompleto Merendeira
Maria Simone B. da Silva Ensino Fundamental Incompleto Merendeira
Matson Cardoso de Lima Ensino Fundamental Incompleto Auxiliar de Serviços Gerais
Raimundo Ferreira Menezes Ensino Fundamental Incompleto Vigia
Valcilene da S. Barros Ensino Médio Auxiliar de Serviços Gerais
35

Zilma Silvestre da Silva Auxiliar de Serviços Gerais


Marcos Lima do Nascimento Vigia
Fonte: Secretaria da escola

Tabela 02: Quadro docente da escola

Nome Grau de Escolaridade Função


Antonia Liege F. Monteiro Ensino Médio Professora
Benedito Vágner M de Barros Curso Superior Incompleto Professor
Clarice Gonçalves dos Santos Curso Superior Completo Professora
Elcilene Oliveira Carriga Curso Superior Completo Professora
Eriberto Alves Saraiva Curso Superior Completo Professor
Gerilza Sivestre da Silva Curso Superior Incompleto Professora
José Ferreira Galdino Curso Superior Completo Professor
Juciara Maia Barroso Curso Superior Completo Professora
Maria Luíza Alves da Cunha Curso Superior Incompleto Professora
Raimunda Maisa de Souza Curso Superior Incompleto Professora
Réuren Maia Barroso Curso Superior Completo Professora
Fonte: Secretaria da escola
36

2.5 Ambiente de aprendizagem: métodos, técnicas e resultados

Apesar de vários problemas que afetam o âmbito da Escola Municipal Nossa


Senhora do Perpétuo Socorro, os educadores trabalham com os mais variados métodos e
técnicas procurando contemplar em todos os sentidos o desenvolvimento do educando; em
matemática trabalham com ábaco, Q. V. L. (Quadro Valor Lugar) e os mais variados jogos
com dominó, dama, construção de figuras geométricas, etc. Buscando acima de tudo
desenvolver o raciocino lógico da criança. Em disciplinas como História, Geografia e
Ciências, os professores utilizam vídeos, palestras, mapas, colagem de gravuras, exploração
de texto, recursos visuais com fotos, TV, etc. Em língua portuguesa os professores apropriam-
se de recursos como leitura, escrita, interpretação e muitos outros recursos que favorecem o
desenvolvimento da oralidade e escrita do aluno.
Para alfabetizar os educadores utilizam fichas com letras, cartazes, histórias,
musiquinhas, dramatizações entre outros recursos que favorece o aprendizado das crianças.
Em fim, os professores realizam suas atividades pedagógicas, utilizando os mais diversos
métodos e técnicas disponíveis, valorizando acima de tudo o desenvolvimento da
aprendizagem continua dos alunos, atraindo o seu desenvolvimento global em todos os
seguimentos educacionais.
37

2.6 Indicadores da Minha escola

A escola municipal Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, apresenta nos últimos 03


anos os seguintes dados estatísticos.

Tabela 03: Índice de aproveitamento geral em 2004 - Ensino Fundamental:

Série Faixa Nº de Aprovados Reprovados Desistentes Transferidos


Etária Alunos
1ª 7a8 109 60 38 8 03
2ª 8a9 86 54 22 4 06
3ª 9 a 12 68 49 16 3 0
4ª 11 a 14 51 31 13 4 03
Total 7 a 14 314 194 89 19 12
Fonte: Secretaria da escola

Tabela 04: Índice de aproveitamento geral em 2005 - Ensino Fundamental:

Série Faixa Nº de Aprovados Reprovados Desistentes Transferidos


Etária Alunos
1ª 7a8 92 62 24 4 02
2ª 8a9 87 47 25 11 04
3ª 9 a 12 68 54 10 04 0
4ª 11 a 14 60 42 10 05 03
Total 7 a 14 307 205 69 24 09
Fonte: Secretaria da escola

Tabela 05: Índice de aproveitamento geral em 2006 - Ensino Fundamental:

Série Faixa Nº de Aprovados Reprovados Desistentes Transferidos


Etária Alunos
1ª 7a8 91 45 36 6 04
2ª 8a9 92 55 20 8 09
3ª 9 a 12 56 38 9 6 03
4ª 12 a 14 63 42 11 5 05
Total 7 a 14 302 180 76 25 21
Fonte: Secretaria da escola
Tabela 06: Resultados em percentuais do Ensino Fundamental 2004

Série Aprovados Reprovados Desistentes Transferidos


1ª 55% 35% 8% 2%
2ª 62% 26% 5% 7%
38

3ª 72% 24% 4% 0%
4ª 61% 25% 8% 6%
Fonte: Secretaria da escola

Tabela 07: Resultados em percentuais do Ensino Fundamental 2005

Série Aprovados Reprovados Desistentes Transferidos


1ª 68% 26% 4% 2%
2ª 55% 28% 12% 5%
3ª 80% 15% 5% 0%
4ª 70% 17% 8% 5%
Fonte: Secretaria da escola

Tabela 08: Resultados em percentuais do Ensino Fundamental 2006

Série Aprovados Reprovados Desistentes Transferidos


1ª 50% 40% 6% 4%
2ª 60% 22% 9% 9%
3ª 68% 16% 11% 5%
4ª 67% 17% 8% 8%
Fonte: Secretaria da escola

Tabela 09: Educação de Jovens e Adultos 2004

Série Nº de Alunos Aprovados Reprovados Desistentes


1ª 22 14 05 03
Fonte: Secretaria da escola

Tabela 10: Educação de Jovens e Adultos 2005

Série Nº de Alunos Aprovados Reprovados Desistentes


1ª Etapa 34 13 4 17
2ª Etapa 92 25 60 17
Fonte: Secretaria da escola

Tabela 11: Educação de Jovens e Adultos 2006

Série Nº de Alunos Aprovados Reprovados Desistentes Transferidos


39

1ª Etapa 37 18 06 11 02
2ª Etapa 91 45 11 32 03
Fonte: Secretaria da escola

Tabela 12: Resultados em percentuais da EJA em 2004

Série Aprovados Reprovados Desistent Transferidos


es
1ª Etapa 64% 21% 15% 0%
Fonte: Secretaria da escola

Tabela 13: Resultados em percentuais da EJA em 2005.

Série Aprovados Reprovados Desistentes Transferidos


1ª Etapa 30% 70% 0% 0%
2ª Etapa 38,3% 11,7% 50% 0%
Fonte: Secretaria da escola

Tabela 14: Resultados em percentuais da EJA em 2006.

Série Aprovados Reprovados Desistentes Transferidos


1ª Etapa 50% 9% 39% 2%
2ª Etapa 49% 16% 30% 5%
Fonte: Secretaria da escola
40

2.7 Considerações finais

Frente aos inúmeros questionamentos levantados e diante dos dados obtidos junto à
realidade vivenciada por pais, professores, alunos e demais agentes integrantes da
comunidade escolar, buscamos por meio deste diagnóstico encontrar meios que possam servir
de suportes para amenizarmos os muitos problemas que dificultam uma maior aprendizagem
de nossas crianças, assim como o desenvolvimento das ações pedagógicas de nossos
professores durante o processo de ensino.
Neste sentido, este diagnóstico põe e foco todos os fatos referentes à escola
Municipal Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, mostrando que a mesma não dispõe de uma
estrutura física adequada ao processo de ensino-aprendizagem, que acaba impossibilitando um
bom desenvolvimento do fazer pedagógico de seus agentes. Estes, por sua vez, buscam
proporcionar atividades que favoreçam aos discentes uma educação de maior qualidade, na
tentativa de superar as limitações do espaço escolar.
Mesmo assim, o corpo docente da escola busca sempre o melhor para seus alunos,
criando possibilidades para que eles possam adquirir um amplo desenvolvimento de suas
potencialidades, na tentativa de formar estes, em futuros agentes críticos reflexivos dentro da
sociedade na qual fazem parte.
Porém, é bastante visível, o grande desinteresse da família em interagir e agir junto à
escola na busca por uma educação de qualidade, muitos dos pais, coloca toda a
responsabilidade educacional de seus filhos diretamente na escola e nos professores;
esquecendo de suas próprias obrigações, enquanto responsáveis diretos pela formação social,
educacional e moral de seus filhos.
É neste sentido, que percebemos a grande necessidade que há de que se traga a
família para dentro da escola, para que juntos, (alunos, pais, professores etc), desenvolvam
atividades capazes de estimular e levar o aluno ao desenvolvimento máximo de suas
potencialidades.
No entanto, antes é preciso que seja feito com urgência reparos na estrutura física da
escola, cabendo SEMEC, a responsabilidade de oferecer essas condições ao processo de
ensino de nossos alunos, devendo ela, assumir verdadeiramente o seu papel, dando as nossas
crianças, a oportunidade de aprenderem dignamente, oferecendo-lhes, uma merenda escolar
suficiente e de qualidade, materiais didáticos e equipamentos que supram as necessidades
escolares.
41

Assim, este diagnóstico busca levar ao conhecimento de todos, por meio de dados e
análises, os inúmeros problemas que dificultam o processo de ensino aprendizagem na escola
Municipal Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, visando assim, uma maior conscientização de
todos os envolvidos no processo educacional de nossas crianças, levando-os a assumirem
verdadeiramente o compromisso com a formação escolar, social, cultural, e intelectual de
cada aluno.
42

MARIA LUIZA ALVES DA CUNHA

DIFICULDADE NA PRÁTICA DA LEITURA NA 2ª SÉRIE DO ENSINO


FUNDAMENTAL DA ESCOLA MUNICIPAL NOSSA SENHORA DO PERPÉTUO
SOCORRO

Monografia apresentada como requisito


parcial para a obtenção do grau de
licenciada em Normal Superior pela
Universidade do Estado do Amazonas.

Orientador: Profº. Jorge Jacob da Costa Gadelha

Eirunepé
2008
43

SUMÁRIO

3. MONOGRAFIA..................................................................................................... 44
3.
Introdução..................................................................................................................... 44
1
3.
Referencial teórico........................................................................................................ 45
2
3.
Material e métodos........................................................................................................ 63
3
3.
Apresentação e discussão dos resultados...................................................................... 65
4
3.
Conclusões e recomendações........................................................................................ 67
5
44

RESUMO

FREIRE (1989), VIGOTSKY (1989), ao lado de outros teóricos nacionais e estudantes, frisam que a prática da
leitura é ponto essencial no processo ensino-aprendizagem dos educandos. Desde cedo, a criança aprende a ler
antes mesmo de decodificar letras e palavras, chamando assim, de leitura do mundo. A escola como ponto de
referência para essa aprendizagem, deve levar os educandos a um desafio interior de si mesmo, manter suas
perspectivas em relação ao processo do ensino da leitura. Ao libertar e orientar os alunos para que leiam, mesmo
“sem entender tudo”, o docente estará lançando-os ao verdadeiro universo da leitura. Afinal, o bom livro é
aquele que propicia inúmeras leituras; aquele que faz com que o leitor queira ler novamente.e um bom leitor é
aquele que ler um livro várias vezes quando não consegue interpretá-lo em primeira instancia que trabalhe a
leitura em todas as série e áreas do conhecimento, para obtermos uma aprendizagem qualificada fazendo dos
educandos cidadãos críticos e leitores na sociedade.

Palavra - chave: Leitura: Encanto e aprendizagem


45

3. MONOGRAFIA

3.1 Introdução

Este trabalho foi elaborado na perspectiva de apresentar dados referentes à


Monografia correspondente a “Dificuldade na prática da leitura na 2ª série do Ensino
Fundamental na Escola Municipal Nossa Senhora do Perpétuo Socorro.
Nesta constam: o Referencial teórico falando da leitura e suas dimensões,
dificuldades e fatores que auxiliam o aprendizado desta, a criança no mundo da leitura, como
pode aprender a ler sem desmotivar; materiais e Métodos, tratando dos recursos e
metodologias utilizadas para a realização deste; Apresentação e Discussão dos Resultados
onde mostram os índices do nível de leitura na referida série; Conclusões e recomendações do
trabalho como um todo e por fim as Referências, as quais foram utilizadas para dar suporte à
elaboração do trabalho.
“Dificuldade na prática da leitura” foi o tema escolhido, com o propósito de analisar
e desvendar os fatores que interferem nesta prática. Tendo como objetivos compreender a
importância do hábito de ler, para tentar intervir na sociedade a qual está inserido; mostrar a
importância a importância dos pais no desenvolvimento cognitivo e intelectual dos
educandos, verificar a contribuição da escola e professores para aquisição do ato de ler.
A monografia foi realizada com base nas informações colhidas na escola com alunos
e professores, e com base dos ensinamentos apresentados pelos grandes autores e estudiosos
apresentados nos textos lidos e compreendidos.
Enfim, é preciso que estejamos estimulando e auxiliando nossos educandos a
melhorar cada vez mais a prática da leitura não deixando que as dificuldades influenciem
negativamente no aprendizado deste ato.
46

3.2 Referencial Teórico

3.2.1 A leitura e suas dimensões

O ato de ler antes restrito a ambientes fechados, hoje acontece em todos os lugares. O
cidadão de hoje vive em uma sociedade letrada e tecnológica, onde as mudanças no mundo
social, cultural e no ambiente de aprendizagem são constantes, exigindo dele uma visão crítica
e ampla da realidade do mundo que o cerca. Por isso, o domínio consciente da linguagem oral
e escrita tem um papel predominante, não apenas como um instrumento de aproximação entre
indivíduos, como a elevação do conhecimento e êxito pessoal.
Sabendo da importância da prática da leitura para nos situarmos nessas mudanças
constantes, é que procuramos buscar várias maneiras de melhorar nossa prática. Partindo
dessa premissa, temos a escola com seu papel fundamental na formação de leitores,
auxiliando, apresentando métodos de aprendizagem e ajudando no crescimento intelectual de
cada aluno. “A escola por sua vez enquanto agente social explicitamente encarregada de
promover o aprendizado das crianças e jovens da sociedade letrada tem um papel essencial na
promoção do desenvolvimento psicológico do indivíduo”. (VIGOTSKY, 1989).
A educação é um trabalho complexo, demorado, ou seja, elevar a prática da leitura
requer uma ação planejada, coletiva, atualizada para alcançar bons resultados mediante aos
objetivos e metas desejadas. Quando uma criança vai a escola pela primeira vez, ela traz
consigo uma bagagem enriquecedora de conhecimentos que vão de aperfeiçoando a medida
em que os profissionais da educação a ajudam nessa trajetória educacional. É a partir de um
bom planejamento, que o docente trabalhará a leitura em todas as disciplinas oferecidas pela
escola; na hora em que todos se reúnem para discutir sobre o desempenho educacional dos
educandos, por que não pensar em inovar a prática pedagógica e aplicar novas atividades que
melhore a prática da leitura e escrita dos educandos?
É pensando no futuro desses, que ao inovar a prática pedagógica, os docentes
executam com mais clareza, entusiasmo e objetividade suas atividades escolares, tendo
expectativas de melhoria dos educandos ao realizar tais atividades. “Aprimorar-se mais e mais
a cada dia como professor. Quanto mais você abrir sua mente, mais vai aprender e ensinar aos
outros a importância de aprender [...]”. (GARDNER Apude BENCINE 2001, p. 63).
Tendo a escola como um lugar natural para se praticar leitura, é de grandes
possibilidades para mudanças pedagógicas, temos que encontrar nela docentes também
leitores, ou seja, que gostem de ler e fazer com que seus discentes leiam. Sendo leitor assíduo,
47

poderá ler para eles, ouvi-los ao fazerem suas leituras, pois crianças das séries iniciais podem
ir desenvolvendo desde cedo seu gosto para leitura, principalmente porque dentro do processo
educativo a prática docente influencia muito para a formação de leitores.

[...] O ensino da leitura deve ser uma preocupação permanente dos professores
durante o período da escolarização dos estudantes. Ele deve iniciar-se com a
alfabetização e prosseguir na forma de um espiral crescente de desafios ao leitor,
tanto em densidade de textos como em habilidades devidamente seqüenciadas.
(SILVA 1991, p. 77).

São muitas e diferentes as circunstancias da vida e por isso as pessoas produzem suas
leituras de modo diversificado. Todas as formas de ler são relevantes, devendo pois ser
completadas, isto é, com a ajuda da escola é que a forma de ler vai sendo aperfeiçoada dia-a-
dia a partir do momento em que os diferentes tipos de textos vão sendo trabalhados. Vale
lembrar que também é importante utilizar textos de acordo com a faixa etária de cada
educando.
Sendo função primordial da escola, ensinar a ler e ampliar o domínio dos níveis de
leitura e escrita é importante também que os educandos busquem orientações para escolher
bem os textos a serem lido. Sendo o professor um mediador, ele deve fazer com que a leitura
se desenvolva com todo vigor entre aos pequenos, ele deve ser leitor. Um professor que não
ler jamais trabalhará bem com a leitura precisa ter preparo teórico e metodológico e saber que
a escola é o lugar natural da leitura. Lajolo diz que: “cabe a escola, formalmente, estabelecer
relações entre leitura e indivíduo, ou melhor, entre leitura/escrita e a criança, aprofundando os
níveis de desempenho”.
Sabemos que para se aprender a ler devemos querer ler, ou seja, não basta
professores utilizarem métodos e textos variados para atrair a atenção dos educandos, é de
suma importância que esses queiram ler e aperfeiçoar diariamente esta prática. Temos
também as dificuldades encontradas no contexto escolar, em relação à prática da leitura que
são constantes. Mais não basta apontar culpados, é necessário que educando e educadores
verifiquem o que pode ser mudado e melhorado para que as dificuldades existentes possam se
minimizadas, melhorando assim tanto a prática pedagógica como o desenvolvimento
educacional dos educandos.
No mundo da leitura, devemos contar não só com o apoio da escola, mas também
com a participação permanente da família. Com o auxílio desta a produtividade de leitura será
maior, pois em casa os pais podem ajudar os filhos nas atividades de casa, mesmo havendo
48

pais leitores ou até mesmo analfabetos, podem eles irem a escola participar da vida escolar
dos filhos procurando informações de como agir em casa para que os mesmo passem a
praticar uma boa leitura. Família participativa maior rendimento escolar ao final da cada
projeto ou atividade desenvolvida na escola.
Ao procurar participar da vida escolar dos filhos, os professores e demais
colaboradores da educação podem sugerir que os pais leitores leiam com eles, utilizem textos
diferenciados e que prendam a atenção para aqueles que não sabem ler, podem sugerir
orientando e estimulando a terem atenção e participação nas aulas ministradas pelo professor.
“A transformação da criança em leitor depende do conjunto de estímulos sócio-ambientais, ao
qual ela responde e com o qual ele se identifica no transcorrer da sua vida”. (SILVA, 1997, p.
98).
Ao fazermos atentamente uma leitura, podemos observar a sua escrita, pois uma está
ligada a outra. O professor que trabalha com leitura e escrita deve atender a uma premissa
básica: além de ser leitor, deverá gostar de produzir escritas. Ele deve ter textos de diferentes
naturezas; ler tais textos de formas também diferentes, já que lemos para nos distrair, para
ampliar o conhecimento, para viajar por mundos imaginários sentindo prazer em ler os textos
escolhidos.
A leitura na escola é uma atividade individual, mas fundamentalmente social. É
importante pois, que grupos de alunos leiam juntos e possam até criar histórias e apresentar
aos demais, havendo maior aprendizagem e resultados satisfatórios na prática da leitura. Na
vida e na escola não lemos só livros; temos que ler outros tipos de escritos e que aparecem em
diferentes contextos: na rua, em casa, na escola, nos veículos de comunicação; temos escritos
nas embalagens de produtos diversos, nos anúncios, jornais, revistas, sendo que todos esses
tipos de textos podem ser trabalhados sistematicamente, onde circulam de forma aleatória, no
entorno das crianças e de todos.

A sala de aula, não é o único lugar para se ler. É muito importante ler também em
bibliotecas e em outros lugares. Ver muitos livros, mexer com eles, examiná-los.
Lendo nesses ligares podemos trocar idéias com colegas, pais e professores sobre o
que foi lido. E assim, alunos e quaisquer outros podem ampliar o alcance da leitura.
(PROUT, 1992).

A leitura leva o individuo a um mundo diferente, cheio de mistérios que ele precisa
desvendar. Quando pegamos um livro e Le está cheio de figuras fazemos outro tipo de leitura,
a leitura das imagens. Desde cedo fazemos esse tipo de leitura, antes mesmo de ir a escola,
49

pois a leitura do mundo precede a leitura das palavras. A partir do momento que passa a
freqüentar a escola, a linguagem oral e escrita vai se manifestando, principalmente porque
contamos com a ajuda dos professores que trocam idéias com a turma para ajudar a melhorar
o que já conhecem. Quando há leitores experientes que dividem suas experiências com leigos,
também é uma boa maneira de aprender a ler e escrever, pois com a ajuda destes podem
descobrir o que há por trás de contos e histórias, ou seja, além de praticar a leitura aprenderá
interpretar o que foi lido, e mais não podemos nos apegar a um único tipo de livro, é preciso
interagir com uma diversidade de textos: textos poéticos, literários, entre outros.

Para aprender a ler, é preciso interagir com a diversidade de textos escritos,


testemunhar a utilização que os leitores fazem deles e participar de atos de leitura de
fato, é preciso negociar o conhecimento que já se tem e o que é apresentado pelo
texto, o que está atrás e diante dos olhos, recebendo incentivo e ajuda de leitores
experientes. (PCNs. 1997, p. 56).

Com essas interações entre leitor experiente e leitor principiante, haverá maior
cumplicidade na troca de idéias, o que antes era desconhecido passa a ser visto com mais
clareza; ficando fácil compreender a linguagem dos seres humanos, e mais, precisamos ter
disponibilidade para buscar materiais necessários para ler. Terá maior capacidade de perceber
as mudanças relacionadas com seu cotidiano, enfrentando com determinação o que virá
futuramente. Quando uma criança não tem oportunidade de expor suas idéias e experiências,
ela fica reprimida, com medo, pois pode ser repreendida, havendo assim uma desmotivação
no aprendizado. “A linguagem manifesta o ser racional do homem [...], é através das palavras
que o sentido será buscado, por sua mediação, como de um material do qual precisamos
aprender para nos servir”. (SILVA, 1996, p. 62).
Já percebemos que o trabalho de formarmos leitores, é um trabalho árduo que exige
esforço, motivação e determinação. Pois muitos educandos apesar dos esforços da escola
continuam a não gostar de ler, enquanto outros se tornam leitores ao longo da trajetória
escola.
Para alguns, a leitura é um hábito tão incorporado que parece algo natural, que não
depende de problematização ou de reflexão. Mas se pensarmos dessa forma, não
precisaríamos buscar metodologias para formarmos leitores, e sim, fazer ler textos sugeridos.
Ao contrário, a preocupação de como formar leitores, como selecionar textos adequados, que
práticas podem ajudar a criar o desejo de ler, são questionamentos que necessitam de atenção,
ou melhor preocupam aqueles principais envolvidos no processo ensino-aprendizagem:
alunos, pais, professores e toda equipe escolar.
50

Estando ligada leitura-escrita, instrumentos básicos que devem ser trabalhados não só
em Português ou Literatura, mas em todas as áreas do conhecimento, pois todas utilizam a
leitura para melhor entendimento dos textos selecionados. A leitura de materiais que tratam de
conteúdos de diferentes áreas, habitualmente chamada complementar, na verdade é essencial.
Por todas essas razões, a leitura pode ter função aglutinadora, potencializando a construção de
um projeto que envolve todos os educadores.
Como qualquer aprendizagem requer dedicação, para aprender a ler não é diferente:
por isso os alunos devem ter a oportunidade de encarar o livro como um desafio interessante
que abrirá portas, não só para o conhecimento mais também para o entretenimento e a
diversão. Nos divertimos lendo gibis, histórias infantis, ou ouvindo comédias, ou outros textos
bem contados e compreendidos. Kato diz que: “Nós alunos e professores, precisamos
descobrir ou redescobrir que ler pode e deve ser uma maravilhosa aventura”. A prática da
leitura na escola se assemelha à prática da leitura fora dela. As crianças precisam saber que
lemos por diferentes razões e que não lemos todos os textos da mesma forma.
Veliago complementa esta idéia: “É preciso que os professores ajudem as crianças a
descobrir nos textos sua face mais pessoal e prazerosa, sua dimensão mais encantadora e
envolvente”.
O processo de leitura depende de várias condições: a habilidade e estilo pessoal do
leitor, o objetivo da leitura, o nível de conhecimento prévio do assunto tratado e o nível de
complexidade oferecido pelo texto.
A leitura como prática social é sempre um meio, nunca um fim. Ler é resposta a um
objetivo, a uma necessidade pessoal. Não se lê só para aprender a ler, nem se lê de uma única
forma, não se decodifica palavra por palavra, ou seja, a prática constante da leitura não
significa a repetição infindável dessas atividades. Para tornar nossos alunos em bons leitores,
podemos utilizar um dos instrumentos básicos para aprendizagem: a motivação quer por sua
vez age intrínseca e extrinsecamente, ou seja, o professor ao auxiliar, orientar o aluno ao ato
de ler, o mesmo ganha uma motivação extrínseca, recebida pelo professor. Por outro lado
quando já se tem gosto pela leitura e pratica constantemente, este já traz desde sempre a
motivação intrínseca, sem necessitar de ajuda de alguém. Os alunos podem ser na leitura algo
interessante e desafiador, uma conquista capaz de dar autonomia e independência. E devem
estar confiantes para enfrentar o desafio e aprender fazendo. “Uma prática de leitura que não
desperte e cultive o desejo de ler não é uma prática pedagógica eficiente”. (MANGUEL,
1997).
51

Devemos refletir constantemente nossa prática enquanto docentes. Devemos também


analisar possíveis mudanças para que nosso trabalho seja feito com eficiência, tornando eficaz
aos nossos educandos. Uma prática constante de leitura pressupõe o trabalho com diversidade
de objetivos, modalidades e textos que caracterizam as práticas de leitura de fato.
Quando os professores têm por objetivo aperfeiçoar o desempenho lingüístico e
cognitivo, entre outros fatores nos educandos, desta forma haverá maior probabilidade de
desempenhar bem suas atividades em sala de aula.
O aprendizado da leitura envolve um aspecto importante da formação das pessoas e
que, muitas vezes, é subestimado durante o processo de ensino escolar; de contribuir para que
as crianças possam adquirir uma postura de leitores atentos e críticos em relação às idéias e
informações que obtém através dos textos. Embora hoje em dia, professores reconheçam na
leitura seu papel de instrumento fundamental de aprendizagem, sabe-se que é raro que desse
aprendizado os alunos venham a descobrir o prazer de ler. No entanto, num enfoque amplo do
ensino da leitura, o ensinar a ler para ler. Dessa forma ao final de cada ano letivo, os textos
trabalhados com os educandos deixaram marcas, ou seja, poderão ser lidos novamente, pois o
ler para ler desperta no indivíduo a busca pelo crescimento lingüístico e cultural.

Se é relativamente fácil constatar a presença da leitura na escola, torna-se um pouco


mais difícil discutir as condições concretas de produção da leitura, a importância do
ato de ler, para professores e alunos são irreajustáveis, porém é necessário analisar
criticamente as condições existentes e as formas pelas quais esse ato é conduzido no
texto escolar[...] (SILVA, 1993, p. 3)

Por tantas razões, é que a prática da leitura está sendo cada vez mais praticada,
mesmo havendo alguns empecilhos que dificulta esta ação.

3.2.2 Fatores que auxiliam a prática da leitura

Ao iniciarmos nossa prática pedagógica com as crianças no cotidiano escolar,


encontramos fatores que dificultam o processo ensino-aprendizagem. Mais encontramos
também outros que auxiliam neste processo. Por isso, devemos trabalhar com o que se tem na
escola, tornando as aulas motivadoras e bem freqüentadas pelos educandos.
O trabalho de construção e desenvolvimento do conhecimento, requer de nós um
esforço constante, principalmente quando estamos trabalhando sobre a Leitura na Escola.
52

Partindo desse pressuposto, temos alguns fatores que auxiliam a prática da leitura,
entre eles temos: o livro didático – objeto fundamental para a ampliação do conhecimento,
importante para nossa cultura e desempenho escolar. Para muitos, o livro transcende tudo, é
envolvente, estimulador, diversificado, atrai o leitor ao mundo real e imaginário, aos encantos
e mistérios que desvenda a dada página lida e compreendida; e para que gosta de praticar
leitura isso não acaba, ao contrário, só aumenta a curiosidade com o passar do tempo.
Jorge Luís Borges, diz o seguinte: “Dos diversos instrumentos utilizados pelo
homem, o mais espetacular é, sem dúvida, o livro. Os demais são extensões de seu corpo. O
livro, não. Ele é uma extensão da memória e da imaginação”.
Ainda que surjam outros suportes para o texto, como o texto virtual eletrônico, o
livro jamais sairá de nossa recepção, ou seja, estará sempre aos nossos olhos para nos
apropriarmos sempre das novas histórias.
Na escola, é importante que os professores trabalhem desde cedo textos que
despertem o interesse da criança, e entenda o que o texto tem a mostrar. Devemos levar em
conta, que o professor além de apresentar os textos de um livro, ele pode trabalhar também
suas interfaces: mostrando a criança como manuseá-lo, as letras de variadas formas, as
ilustrações, pois tudo tem significado principalmente porque estes pontos completam uma
obra. Mesmo não havendo na escola muitas opções de livros, o professor poderá montar com
seus alunos um cantinho da leitura, com fichas, gravuras, livros trazidos pelos próprios
alunos, revistas e outros.
Para algumas crianças, aprender a ler é começar a penetrar num mundo diferente
daquele que ela já conhece. Se na vida cotidiana ela se depara com situações diferenciadas
sobre leitura, na escola não será diferente. Pois a busca pela melhoria da prática da leitura
exige de nós dedicação e atenção para que possamos aprender a ler com eficiência.
Crianças da primeira série, que ainda não estejam completamente alfabetizados, o
docente poderá com textos mais simples, como histórias infantis ou imagens ilustrativas. Os
livros desta natureza também trazem consigo um rico conteúdo, onde o docente poderá
explorar o conhecimento coletivo e individual, e mais tarde partir para outros livros que
também ajudam na formação educacional dos educandos.
Enfim, é de fundamental importância ter na escola uma variedade de livros, para
trabalhar nas diferentes séries e com diferentes textos.
Outro fator que auxilia o processo de aprendizagem da leitura é a biblioteca: são
muitos os formatos, os serviços e as idéias que se têm sobre uma biblioteca. Temos públicas,
particulares, circulantes, mas para o desenvolvimento escolar é muito bom quando se tenha as
53

bibliotecas escolares, pois esta facilita o acesso ao acervo bibliográfico lá existente. Nas
bibliotecas, os livros têm que estar a serviço das pessoas e não o contrário, não se pode deixar
os livros intocáveis, é essencial usufruir deles, manuseá-los. Pelo menos é o que se pretende
do ponto de vista da produção e ampliação da leitura escolar, no caso, para todas as séries e
faixas etárias.
Ao criar uma biblioteca, a escola estará proporcionando aos educandos uma relação
entre leitores, professores e usuários, refazendo o pensamento daqueles que não tem tanto
interesse em praticar leitura. Mesmo que na escola não tenha um bibliotecário qualificado, os
professores serão os orientadores dos alunos na busca dos livros que os interessa. Poderão
fazer rodas de leituras, e compartilhar o que leram para aprender juntos a ler e interpretar. “A
transformação da biblioteca em centro de informações abre espaços para uma nova função: a
convivência mais estreita entre as pessoas”. (PERROTTI, 1990).
A biblioteca escolar não se restringe só a livros, mas também revistas, jornais,
folhetos, tudo que se possa produzir leitura. A leitura desses materiais poderá alargar o
conhecimento de professores e alunos. A leitura mediada, conjunta, aumentará também a
experiência destes leitores pelo acréscimo da experiência prévia de cada um, somando o
universo da leitura e o entusiasmo do leitor.
Com o funcionamento da biblioteca escolar, o professor deve obedecer alguns
critérios para que tudo aconteça corretamente, este deve preparar antecipadamente a visita;
escolher livros de acordo com série e faixa etária; formar grupos para partilhar o que foi lido.
É muito importante para a prática da leitura, quando se compartilha as idéias, fazendo seus
relatos sobre o que leram, elas têm grandes possibilidades de ampliar seus conhecimentos e
passam a liberar suas imaginações.
Ao levar os educandos para visitar a biblioteca, o professor deve observar se seu
acervo está bem organizado. É fundamental que esteja organizado com carinho e critério, a
partir das necessidades locais e abranger todas as áreas do conhecimento. É ideal também que
este acervo seja complementado com recursos tecnológicos, como televisão, som, vídeo e
outros. Os educandos precisam se sentir parte integrante do projeto de leitura na escola, este
compõe o acervo indiretamente, ou seja, não basta haver livros, é preciso que os indivíduos os
procurem, pois o sucesso da biblioteca seja ela escolar, pública ou particular, depende da
disciplina daqueles que a organiza e a freqüenta. “O professor antes de levar os educandos à
biblioteca, deve preparar a visita, selecionando livros do acervo, organizando e mediando a
leitura, para que os alunos tenham o desejo de revistar a biblioteca”. (CHARTIER, 1995).
54

Por isso devemos pensar que a biblioteca faz parte do conjunto de fatores que ajudam
no processo educativo da leitura, pois a conquista desta é importante para escola, para o
desenvolvimento das atividades pedagógicas e para a formação de leitores. Ali, todo o espaço,
tempo e a energia se destinam à prática de ler. Mais se não pudermos ter a biblioteca na
escola, não podemos desanimar.
São infinitas as possibilidades de transformar a escola toda em espaço de leitura,
principalmente a sala de aula – lugar eleito pela cultura escolar como privilegiado para os
principais aprendizados. Mas para que esta seja bem utilizada o principal responsável é o
professor que por sua vez é mediador entre leitor e leitura, e outro fator auxiliante para a
prática da leitura.
Na escola encontramos muitos profissionais da educação: o gestor, orientador, mas
na sala de aula o professor é quem está mais envolvido no processo ensino-aprendizagem.
Quando o professor inicia suas atividades no início do ano escolar, começa a conhecer seus
alunos e aos poucos vai descobrindo suas dificuldades e perspectivas de aprendizagem. É
fundamental que este esteja realmente envolvido com a aprendizagem do educando, não
trabalhe de maneira individual, mas de forma democrática, ou seja, que divida idéias e aceite
sugestões de mudanças e melhorias para a sua prática pedagógica. É preciso socializar cada
vez mais os conhecimentos disponíveis a respeito dos processos de aprendizagem: quanto
melhor o professor entender o processo de construção do conhecimento, mais eficiente será
seu trabalho. Afinal, ensinar de fato é fazer aprender.
Ao socializar-se com os educandos, o professor conseguirá maior resultado com as
atividades aplicadas, os mesmos se sentirão entusiasmados, pois podem expor suas dúvidas e
sugestões. O professor enriquece seu trabalho de leitura de seus alunos a partir do exemplo,
ou seja, ele deve ler para que possam fazer o mesmo que ele; o professor deve ter em mente
que é preciso conquistar o prazer da leitura, não basta folhear o livro de qualquer forma, mas
perceber que ele é fruto de um processo que deve ser extremamente enriquecedor.
Sendo um elo de ligação entre texto-aluno, cabe a ele preparar as aulas para que tudo
ocorra bem na sala de aula. O planejamento escolar é muito importante, principalmente o
planejamento de situações de leitura, onde encontram alunos que sabem e outros que não
sabem ler. Este tipo de planejamento deve ser deste o início do processo de aprendizagem da
leitura, preparando atividades que tenham a maior similaridade possível com as práticas
sociais de leitura, ao mesmo tempo possíveis e difíceis, permitindo aos educandos uma
reflexão sobre as atividades propostas.
55

Na sala de aula, os professores devem oferecer aos alunos muitas oportunidades de


aprender a ler, adotando procedimentos que despertem o interesse a este ato. Um docente que
visa melhorias educacionais, alcança seus objetivos, ao contrário daqueles que trabalham de
forma aleatória ou continuam só no tradicionalismo, deixando a desejar na sua prática
docente. Além da troca de experiências discutidas no planejamento, o docente deve analisar se
seus materiais de ensino estão de acordo com o grau de conhecimento de seus educandos, por
isso, não basta se prender só ao livro didático, mas a outras fontes que ajude na aprendizagem
deles.

O exemplo dado é apenas uma ilustração das vantagens de um trabalho planejado


coletivamente, de um projeto curricular elaborado e desenvolvido de forma
compartilhada. São essas práticas que contribuem para o prazer de ensinar cada vez
mais e melhor (MANGUEL, 1997).

Contudo, o docente deve buscar aperfeiçoar-se cada vez mais na sua prática, para
ajudar os docentes e contribuir com o crescimento educacional do mundo que nos cerca. Mas
não podemos esquecer que sem o auxílio dos pais não conseguiremos a aprendizagem
desejada aos nossos educandos. É importante poderem participar do processo de
aprendizagem da leitura, participando das aulas, aconselhando, lendo para seus filhos; esta
forma de interação com a escola as atividades vão sendo completadas e os objetivos
almejados vão sendo alcançados.
A escola deve atrair os pais para escola, mas cabe a eles tomar consciência dessa
influencia para o crescimento educativo dos alunos. “Os pais podem participar de projetos
desenvolvidos pela escola como: oficinas de leituras de histórias, para que aprendam a
proporcionar aos filhos momentos de magia”. Diz Marisa Lajolo.
A leitura precisa ser trabalhada de maneira prazerosa, e com a ajuda dos pais leitores
isso acontece de forma significativa, pois a escolaridade dos pais são fatores determinantes na
formação de leitores. Pais contadores de histórias, leitores, filhos interessados em textos de
várias classificações. Vale ressaltar que muitos pais não leitores, também participam e
contribuem muito com o desempenho dos seus filhos, pois a não alfabetização destes não
significa que não possam orientá-los.
A participação dos pais pode trazer resultados positivos para a prática da leitura e
demais situações escolares. A atuação destes pode ser nos conselhos escolares, às reuniões
onde se decidem os rumos da escola e mudanças pedagógicas, entre outras situações; assim
ajudando nas decisões que melhoram a qualidade do ensino. A participação dos pais pode
56

reduzir ainda a evasão, a repetência, fazendo com que os alunos freqüentem diariamente as
aulas.
Com todos esses fatores assim relacionados, existem outros que também ajudam e
interferem no processo de formação de leitores. Por isso, cabe a cada envolvido desempenhar
sua prática de forma participativa, disciplinar, autentica; nos posicionando em direção ao
crescimento de todos.

3.2.3 A criança e o mundo da leitura

O ser humano é um ser social, que tem seus conhecimentos e está aberto a novas
aprendizagens.
Quando nos deparamos com uma série de situações de aprendizagem, principalmente
ao ato de ler, não podemos recorrer só à escola. Aprender a ler não é só uma das experiências
da vida escolar, mas é uma vivência única para todo o ser humano, uma atividade concreta,
que traz informações. Nossa atenção sobre a leitura deverá estar inteiramente concentrada às
informações, devemos ler com objetividade.
Carlos Drummond de Andrade diz que: “ao dominar a leitura abrimos a possibilidade
de adquirir conhecimentos, desenvolver raciocínios, participar ativamente da vida social,
alargar a visão de mundo, do outro e de si mesmo”.
É fácil reconhecer quando temos facilidade em ler um texto, o difícil é aceitar que a
prática da leitura deve ser de forma simbólica, ou seja, quando lemos de qualquer jeito não
captamos as informações que o texto tem a nos oferecer, transformando a leitura em uma
atividade abstrata, sem sentido e finalidade. Devemos ler o que realmente interessa.
Para as crianças, principalmente as das séries iniciais, ou educação infantil, uma
forma de buscar o interesse para prática da leitura poderá ser por contos infantis. Os contos
infantis são oportunidades de desenvolver características, personagens e o próprio texto; um
gênero literário pode dá ao leitor uma oportunidade de encontrar um significado para a vida.
“No conto maravilhoso, o leitor é transportado para um mundo onde tudo é possível. Essa á a
magia da fantasia” explica Lílian Mangerona, mestre em literatura pela Universidade Estadual
Paulista.
Os contos infantis podem ainda ajudar as crianças esquecerem problemas escolares
ou pessoais, transferindo para eles todos os dramas enfrentados por elas. E mais crianças
gostam de ler e ouvir uma bela história, seja ela assustadora ou emocionante. Kátia Canton diz
57

que “a fantasia é um mecanismo inventado pelo homem para superar as dificuldades da vida
real”. Assim, as experiências vividas vão sendo uma forma de aumento de conhecimento.
A leitura é de grande valor para o desenvolvimento intelectual e cognitivo da criança,
exercendo não somente a função comunicativa, mas também de conduta e aquisição de
conhecimento. Conhecimento adquirido desde cedo com a leitura do mundo que o cerca,
depois a leitura da palavra. “... Primeiro a leitura do mundo, do pequeno mundo que se movia;
depois, a leitura das palavras que nem sempre ao longo da escolarização foi a leitura da
palavra mundo”. (FREIRE, 1989, p. 12).
As crianças, adolescentes e adultos, vivem inventando maneiras para que as
aprendizagens ocorram de fato. Os educadores por sua vez, utilizam o que tem, criam
condições para que seus educandos possam obter o êxito de leitura almejado. A falta de
suporte para trabalhar a leitura, não deve fazer com que esta atividade fique esquecida
podendo regredir a prática da leitura no ambiente escolar ou qualquer outro lugar.
A leitura não deve ser estimulada só para obtermos informações, ou a leitura
informativa no que se refere ao uso da linguagem escrita na aprendizagem dos conteúdos; ela
deve ser também uma leitura fruitiva, realizada pelo puro prazer de fazer uma leitura. Com
estas cresce a estruturação do pensamento autônomo de alunos e professores. Silva Júnior
observa: “o importante é ter vontade de ler e de aprender tudo que uma obra tem para
ensinar”. (REVISTA ESCOLA, 2004).
Se formos observar todos os fatores necessários para se praticar uma boa leitura e
participar das aulas de fato, podendo compreender o que o professor está explanando na aula
precisamos estar saudáveis, ou melhor preparados física e psicologicamente para as ações em
sala de aula. Uma vez eu uma criança freqüenta a escola mal alimentada, uma família mal
estruturada pode deixar que estes problemas interfiram diretamente no seu processo de
aprendizagem, pois ao invés de observar as letras, palavras de um texto estará preocupada em
saciar a fome ou qualquer situação difícil que tem a enfrentar. Por isso, o professor deve
observar diariamente seus alunos para ver como se comportam, se prestam atenção às
atividades ou se estão desligados da realidade. Ou como diz Brito e Marrata ao ressaltar que:
“É indispensável que a criança goze de uma perfeita saúde física e mental, esteja bem
nutrida... para que possa adquirir uma boa aprendizagem não só na leitura, como também nas
demais áreas do conhecimento”. Desta forma há uma maior probabilidade para o desempenho
do aluno na escola.
Como a prática da leitura vem sendo muito discutida no ambiente escolar, devemos
buscar sempre métodos inovadores de aprendizagem, pois são méis eficazes para melhorar o
58

desempenho escolar. Pois para se prender em métodos antigos se o professor pode melhorar a
sua prática em sala, a prática da leitura pode se destacar diariamente se for bem produzida e
valorizada pelos que lêem e os que ouvem.
A formação da criança em leitor deve vir acompanhada da várias condições para
desenvolver suas competências, habilidades, criatividade e principalmente condições a
aprender ler não só para ler, mas interpretar e crescer para seu futuro pessoal. Um ensino de
qualidade deve vir junto com profissionais dispostos a transformar o cotidiano dos educandos.
Aluno que não lê, não aprenderá se não encontrar no professor um profissional disposto a
ajudá-lo e buscar formá-los cidadãos capazes de interferir nas suas dificuldades e aptidões
mediante a leitura da variados textos. O professor ao oferecer propostas claras, está
disponibilizando aos alunos uma interação às mudanças relacionadas a aprendizagem, pode
ainda programar atividade de leitura como: gincanas, semana da leitura e outros, podendo
ajustar às capacidades cognitivas e lingüísticas dos educandos.
O aperfeiçoamento da forma de como se pratica a leitura, influencia na postura do
individuo em relação de como ele reage a um diálogo, ou apresenta sua leitura aos
expectadores. Para garantir o bom desenvolvimento da leitura, é necessário que o indivíduo
não desista quando fracassar, e sim, esteja disposto a superá-los, elevando o grau de
motivação que irá ajudá-lo nas aprendizagens atualmente propostas. É preciso considerar que
nem sempre os alunos se envolvem realmente com o que lê, daí o professor tem um papel
crucial para tentar conseguir fazer com que estes se interessem pela leitura, envolvendo-os em
grupos de alunos que gostam de lê, tornando importante a participação destes nas atividades
de leitura.

Para que uma aprendizagem de leitura significativa possa acontecer, é necessária a


disponibilidade do aluno na aprendizagem, o empenho em estabelecer relações entre
o que já sabe e o que está aprendendo [...], e mais a organização dos alunos em
grupos influencia o processo de aprendizagem da leitura... (PCNs, 1997).

Tratando de uma atividade que implica na apropriação do sentido do texto e


aproximação entre os indivíduos na vida escolar e social, a leitura age como um processo no
qual o leitor realiza um trabalho de construção de significados e a busca do melhoramento de
como ele pode fazer uma leitura, faz com que o professor tenha uma grande responsabilidade,
pois as crianças não sabem de imediato como proceder ao receber um texto, ou deparar-se
com vários livros de uma biblioteca ou sala de leitura. O trabalho com as crianças tornar-se-á
produtivo, se o professor tomar decisões para que elas não tenham medo de encarar a
59

realidade. “É preciso superar algumas concepções sobre o aprendizado inicial da leitura. A


principal delas e de que ler é simplesmente decodificar, converter as letras em sons, sendo a
compreensão conseqüência natural dessa ação”. (IDEM, p. 57). Se pensarmos desta forma,
estaremos agindo de maneira equivocada, pois não estaremos formando verdadeiros leitores, e
sentirão dificuldades para compreender o que tentam ler.
O melhor é oferecer aos nossos alunos inúmeras oportunidades de aprenderem a ler
usando procedimentos que os bons leitores utilizam.
Se o objetivo dos profissionais da educação é a de formar bons leitores, por que não
trabalhar com a diversidade textual. Sem Lea pode-se ensinar a ler, mais infelizmente não se
formarão leitores competentes. A concepção que temos de leitores competentes, é aquele que
manuseia um livro corretamente, que tem iniciativa de querer aprofundar-se no texto que
escolheu, que consegue utilizar estratégias de leitura para não desviar sua atenção e não deixar
que nada o interfira no seu processo aquisitivo de leitura. Daí a preocupação de formar bons
leitores não termina quando um aluno aprende ler, mas ao contrário, quando quanto mais
auxilio o aluno tiver maior a possibilidade de se tornar um bom leitor. “Professores e alunos
aprendem juntos. O aprendizado se dá quando ambos fazem o que gostam”. (LIRINALVA
ROCHA, 2002).
Portanto, cabe não só ao professor a responsabilidade de formar leitores ou fazer com
que as crianças das séries inicias e as das séries seguintes possam aprender, mas também
todos que trabalham no processo construtivo da escola, e a família e a comunidade revisa seus
conceitos sobre como é importante para escola e sociedade a formação de leitores e a prática
constante de leitura de todo cidadão. E mais, é preciso que todos assumam o compromisso de
uma proposta seria de discussão e valorização do papel da leitura, pois enquanto continuarem
a afirmar que os alunos não gostam de ler, o problema da leitura vai continuar interferindo
negativamente na aprendizagem e no desempenho escolar.

3.2.4 Leitura: teoria e desenvolvimento

Pesquisas sobre leitura são unânimes em apontar a importância desta para o


desenvolvimento da criança e a familiarização delas com o livro, desde cedo. A proximidade
física e afetiva com a leitura, leva o indivíduo a tornar prazerosa uma leitura que antes tinha
sido feita de forma insignificante, porém, com a proximidade tornou-se significativa pois leu
de forma coerente e atenciosa. Mas, isso ocorre quando o indivíduo sai da teoria e passa a
60

praticar leitura da forma como foi ensinado pelo professor tornando seu desenvolvimento
lingüístico mais aperfeiçoado.
A língua não é um código criado racionalmente. Portanto, não pode ser ensinada por
um método, seja ela qual for, que considere a leitura e a escrita simples mecanismos de
decodificação e codificação de sinais gráficos.
Atualmente, exige-se do indivíduo muito mais do que apenas compreender textos
simples. É preciso selecionar informações em fontes diversas, dar respostas oportunas e ter
habilidade de apreciar a beleza da literatura. Como tudo isso é difícil, Emília Ferreiro diz que:
“busca-se resolver esta questão com métodos “fáceis”. De acordo com ela “é possível
alfabetizar apresentando às crianças diferentes tipos de texto “e não cartilhas estúpidas”.
Não podemos envolver o indivíduo no processo de leitura utilizando materiais
inadequados, ou seja, que não transmita a ele um conhecimento que não sirva para sua
formação educacional e profissional. Vale lembrar que a escola como responsável por esse
processo de aprendizagem, tem que analisar seus objetivos em relação ao que se deseja
alcançar com seus alunos. Ao compreender como a criança aprende, o professor pode definir
o que ensinar, como ensinar e como avaliar.
E como melhorar cada vez mais a prática da leitura, reduzindo os fatores que a
interfere, é uma preocupação constante a todos os educadores. Por isso, por que não utilizar
novas tecnologias para trazer mudanças importantes nesse processo?
As novas tecnologias entram não somente na vida profissional, mas também no
cotidiano pessoal. Uma dessas tecnologias é o uso da informática que permite a maiores
informações, pois pode vir de todos os lugares. Mas apesar dessa ajuda da informática,
infelizmente ainda tem escola que não tem este acesso não significando que aprenderão
menos.
A leitura como parte do processo de aprendizagem, é vista por muitos educadores e
educandos como uma arte, ou seja, a arte de ler e ouvir histórias é encantadora quando bem
lida para ser interpretada e compreendida. Enquanto os alunos ouvem uma voz brilhante do
professor ao fazer uma leitura, eles parecer viajar para um mundo distante. O desafio para
muitos é cativar crianças acostumadas às linguagens sem sentido. É necessário mergulhar no
que está sendo contado para criar além do texto e enriquecer a atividade atraindo os alunos
com leituras interessantes. “Ler e contar histórias podem igualmente ser seqüências
monótonas de palavras que não produzem um efeito significativo se quem narra não imprime
vivacidade e veracidade à cadência da história”, aponta Regina Machado, contadora de
histórias e professora da Universidade de São Paulo.
61

Sabe-se que hoje cada forma de transmitir conhecimento tem funções diferentes. O
livro é valorizado como objeto e veículo de aprendizagem, e o texto escrito se apresenta como
uma forma de arte própria que estimula o domínio de uma técnica diferente daquela utilizada
ao falar. Já no ato de contar histórias, ressaltam-se o improviso, a cultura constituída na língua
do dia-a-dia e a interação com o público, assim um não é melhor que o outro.
Qualquer uma criança pode se tornar um contador de história desde que esta se
integre as atividades propostas pelo professor e se relacione bem com os colegas que também
querem ser contadores, ressalva-se ainda que para ser um contador de histórias é importante
que ele já tenha um conhecimento prévio sobre leitura. Os estudantes escolhem os livros e
usando a expressão corporal e facial narram uns para os outros. “Com os livros em mãos para
se sentir mais seguros, os contadores vencem as dificuldades para acertar o tom e a altura da
voz, a interpretação e a memorização”. Conta Regina Machado.
Quando as crianças saem da teoria e partem para a prática, desta forma pode-se
corrigir algumas falhas ainda existentes como tom de voz, ritmo, pronúncia e postura, antes,
durante e depois da narração. “Com o treino, as crianças se soltam e ganham habilidades; e
mais elas se tornam referências dentro da classe na hora de indicar livros aos outros”.
Complementa Clarice Santos professora de Língua Portuguesa.
O processo da prática da leitura através dos contadores de histórias, hoje tem sido um
ponto cada vez mais positivo para o desenvolvimento dos educandos em querer aprender a ler
para que venham se tornar um desses contadores. É importante abrir o universo deles para
diferentes narrativas, com temas sobre nossas origens, humanidade, além de textos que
crianças que são os contos infantis e mais tarde literários e outros.
Contar histórias pode levar os educandos a um número enorme de imagens que aos
poucos vai incorporá-las a vida real, está é a peculiaridade da oralidade que faz com que os
mesmos passem a gostar mais do fator Leitura.
A leitura é muito mais que um instrumento escolar. É um passaporte para a entrada
na cultura escrita. Não se concebe uma cidadania plena sem a utilização da leitura. Toda
mobilização em torno da leitura é muito oportuna. Afinal, lemos para aumentar o
conhecimento, e melhorar nossa prática diariamente. E ler na escola é ler para inserir-se na
sociedade letrada. “A leitura não é somente a apropriação do ato de ler e escrever; ela envolve
o domínio de um conjunto de práticas culturais que envolvem uma compreensão do mundo
diferente daquele dos que não tem acesso à leitura” (PÁTIO, 2005, p. 05).
No entanto, é preciso lembrar que o domínio da leitura envolve uma série de
habilidades complexas que precisam ser desenvolvidas progressivamente. Juntos, escola,
62

alunos e comunidade escolar pode desenvolver essas habilidades, levando a todos à busca do
desejado que é o aperfeiçoamento lingüístico e cognitivo dos educandos.
Muitos indivíduos desenvolvem essas habilidades fora da escola, mais o que muitos
esperam é a parceria dela para poder realizar suas atividades. Ler e reler o mundo para
transformá-lo constitui uma necessidade e um desafio permanentes. Portanto cabe a escola
oferecer recursos para enfrentar esse desafio, tendo sempre o compromisso de formar leitores.
“A leitura tem um papel tão significativo na sociedade que podemos dizer que ela cria novas
identidades, novas formas de inserção social, novas maneiras de pensar e agir” (PÁTIO, 2005,
p. 05).
O acesso de todos à leitura é uma questão de direito universal. Hoje, o impacto da
leitura se faz sentir em todas as esferas de atividades humanas, dentro da escola, lazer e
trabalho. Sabemos que a prática da leitura envolve o indivíduo a todas essas esferas, podendo
compreender o mundo que o cerca. A compreensão de uma leitura feita pelo professor que
caracteriza pela utilização que o leitor faz dos muitos conhecimentos adquiridos ao longo de
sua vida, e para chegar a compreensão do que leu e para aprender algo novo a partir de uma
leitura, é necessário que ative conhecimentos anteriores, relacionando as idéias contidas no
texto lido com aquilo que já sabe, e mais é preciso que o indivíduo esteja sempre fazendo
indagações, questionamentos, busque e identifique o que é relevante ou secundário naquilo
que ouviu ou leu.

“Para que um aluno desenvolva uma compreensão efetiva na leitura de textos, são
exigidos tempo e investimentos de natureza diversa, seja em termos de
oportunidades de leitura, dos tipos de textos a ele oferecidos para ler ou da
diversidade de situações que exigem leitura e interpretação de textos”. (KÁTIA
SMOLE, 2005).

De acordo com essas especificidades, consideramos que é durante as aulas


ministradas pelo professor que podemos discutir conceitos e procedimentos para desenvolver
melhor as habilidades de leitura, pois ao aprender mais sobre isso iremos selecionar melhor o
que devemos ler. Portanto, o professor deve ter como objetivo preparar os educandos para
selecionar livros que tenham em seus conteúdos propriedades específicas para suas
aprendizagens, e mais tarde torná-los jovens mediadores de leitura.

“Essa prática faz com que elas desenvolvam o hábito de ler e tenham prazer em
descobrir novas histórias. “(...) Apostamos na formação de leitores porque
entendemos que a leitura é a chave para o acesso a outras formas de conhecimento”.
(MÔNICA ZAGALLO, 2005).
63

A leitura como instrumento de inclusão na sociedade, torna-se possível porque


muitos indivíduos desenvolvem métodos e instrumentos para aprender a ler e escrever. Como
toda atividade sempre vem acompanhada por fatores que auxiliam nesse processo, tem
também aqueles que muito interferem é o caso dos não alfabetizados, ou melhor, dos que não
tem oportunidade de usufruir de um livro. No Brasil e no mundo temos muitas crianças fora
da escola, tendo apenas a leitura de mundo e nem toda leitura de mundo é correta. Alguns
fazem leituras equivocadas sobre o funcionamento do universo, da natureza e dos próprios
textos vistos em restos de jornais e revistas. “A leitura de mundo da alfabetização
predominante no Brasil não se qualifica como científica e confunde alfabetização com
letramento”. (OLIVEIRA, 2005).
Daí surge às dificuldades quando as crianças chegam a escola, tornando difícil o
aprendizado em suas primeiras convivências com a sala de aula e as novas informações que
vai encontrar. Infelizmente, dominar a leitura sendo um luxo inacessível a um grupo de
pessoas de todas as séries que não sabem como lidar com um texto. Esse é um desafio ao qual
o professor deve ajudá-los a enfrentar mostrando os caminhos que levam à aprendizagem da
leitura e da escrita.
Ler é uma atividade cognitiva, isto é, atividade de processamento de informações que
partilham como falar e compreender a falta e o fato de a informação processada ser de
natureza lingüística. “A ciência cognitiva da leitura é necessária para se determinar quais os
processos da leitura, por que não temos acesso consciente a eles”. (MORAIS, 2005).
O ensino da leitura precisa apoiar-se ao mesmo tempo, em valores didáticos
pedagógicos e ao conhecimento da criança, trocando informações dentro e fora da sala de
aula. Desse modo a aprendizagem da leitura inserida na troca de idéias, é mais suscetível e
propicia a motivação dos alunos em querer ler, possibilitando que o mesmo progrida e
mantenha o prazer em ler. “O saber ler é tomado como ferramenta capaz, de levar à
prosperidade e ao bem-estar social; porém, é preciso que os programas de incentivo a leitura
estejam articulados a outras políticas e a mudanças sociais mais amplas”. (VÓVIO, 2005).
Enfim, é através de todos esses mecanismos citados sobre o aprendizado da leitura
que poderemos aumentar o número de leitores em nossa sociedade.
64

3.3 Materiais e Métodos

Mediante a realização de todos os trabalhos científicos desenvolvidos, encontrei


algumas dificuldades ao realizá-los, mas obtive superações e consegui produzi-los e
apresentá-los.
Desde a realização do Projeto de Pesquisa, até a construção deste TCC, utilizei vários
materiais e métodos para dar suporte a tudo que era elaborado. Como materiais utilizaram-se:
papel ofício, lápis, borracha, para redigir os assuntos em questão, pastas, cadernos para
organização dos materiais e principalmente livros, apostilas, revistas que serviram para dar
embasamento aos temas escolhidos.
Com as dificuldades na prática da leitura na 2ª série do Ensino Fundamental, fez-se
necessário usar alguns métodos para descobrirmos os principais fatores que levam ao fracasso
desta dentro do contexto escolar, a fim de apresentar possíveis soluções para minimizar esta
problemática. “Ensinar a leitura é desenvolver habilidades de ler, compreender, interpretar
diferentes tipos e gêneros dos textos, escritos em diferentes tipos e modalidade de língua,
formal, informal, de interagir com diferentes portadores de textos”. (MAGDA, 2001).
É a partir do desenvolvimento dessas habilidades, é que devemos preparar o aluno
para a leitura. Reforçar nele o contato com as informações transmitidas e fazer com estas que
estas sejam as mais variadas possíveis. É preciso levar os alunos a perceberem que eles
participam de trajetórias e mudanças que a sociedade apresenta e sua ação ou omissão podem
modificar uma situação.
Vale ressaltar que não importa o grau de consciência que o aluno tenha sobre o
processo de leitura, e sim a compreensão que ele tenha da importância de sua participação
neste ato.
Considerando que a leitura é de fundamental importância para o desenvolvimento
cultural do indivíduo, a escola junto com os educadores estimule os educandos a adquirir o
gosto pela leitura, através de uma ampla e variada tipologia de textos, para que entendam que
o espaço escolar é um local em que eles aprendem a dominar e elevar seus conhecimentos.
Magda Soares ressalta: “Professores de todas as áreas devem ser, essencialmente
professores de leitura”. (2001, p. 36).
Na realização desta pesquisa, foi usada uma abordagem empírico–analítica a cerca da
leitura e suas dificuldades e dimensões. Conseguir dados referentes às dificuldades da leitura
no Ensino Fundamental requer suportes para esta questão, um destes é o educador, que
65

assume a responsabilidade de sensibilizar os educandos a obterem habilidades ao ler e


interpretar textos, já que livros, revistas, jornais, uma diferenciação nos gêneros específicos de
textos, exigindo específicas formas de leitura. Magda complementa: “a escola precisa criar
oportunidades para que os alunos descubram o prazer da leitura acompanhando a escrita”.
A análise dos questionamentos direcionados a percepção dos alunos no
desenvolvimento desta prática e suas aspirações para o desempenho escolar dos educandos
permitiu-se analisar e investigar quais os fatores que dificultam a prática da leitura, buscando
encontrar metodologias inovadoras para trabalhar com ela na 2ª série do Ensino Fundamental.
Utilizando como método de abordagem, o método indutivo, procurei analisar com
cuidado o interesse dos educandos pela leitura, e o como os professores trabalham esta para
superar as dificuldades. Neste sentido a investigação teve um suporte técnico para
compreender o verdadeiro sentido da prática da leitura.
Para verificar como estavam os alunos da 2ª série, iniciamos com observações diretas
e indiretas. Nesta percebeu-se que a prática da leitura vem crescendo pouco - a -pouco na
medida em que os professores estão motivando-os e não desistem mediante as dificuldades.
Assim, LUMA diz que: “O professor do Ensino Fundamental, que conseguir despertar no
aluno o interesse pela leitura e certa facilidade de expressão, dê-se por satisfeito já que
conseguiu mais um brasileiro rumo à democracia”. (2002).
Logo após as observações, fez-se a entrevista com alunos e professores para saber a
opinião destes a respeito do questionamento em pauta, sendo que os mesmos concordam que
os alunos lêem quando há estímulo, participação e interação entre leitores e não-leitores.
Mais para que todos esses procedimentos fossem bem aplicados e principalmente
bem esclarecidos, não pude deixar de encontrar acervos bibliográficos que esclarecesse todas
as dúvidas e entendesse o assunto. Enfim, com esses métodos foi possível detectar os fatores
que dificultam o processo de aprendizagem de leitura e assim tentar superá-los com a
participação de todos.
66

3.4 Apresentação e discussão dos resultados

Esta pesquisa teve o propósito de analisar os fatores que dificultam o processo da


prática da leitura na 2ª série do Ensino Fundamental na Escola Municipal Nossa Senhora do
Perpétuo Socorro. As atividades desta foram desenvolvidas através de observações e leituras
realizadas com os alunos e entrevista com professores desta série.
Durante as observações, percebeu-se que os educandos sentem vontade de aprender a
ler, porém na realização das leituras, observei que muitos não conseguem realizar uma leitura
completa, ou seja, fazem pequenos intervalos entre uma frase ou outra; enquanto outros
precisam melhorar a auto-estima; outros conseguem fazer uma boa leitura.
Os dados abaixo apresentam os resultados da pesquisa em relação à prática da leitura
encontrada na escola citada acima.

20%

50%
30%

20% dos alunos conseguem realizar uma boa leitura;

30% dos alunos realizam uma leitura com dificuldades;

50% não consegue realizar uma leitura.

Observações e leitura desenvolvidas pelos alunos.


GRÁFICO 1 - gráfico representativo ao desenvolvimento dos alunos em relação à leitura
Fonte: Maria Luiza Alves da Cunha
67

40% 40%

20%

40% dos professores concordam que a falta de bons livros; a falta de


participação da família e professores não comprometidos dificulta bastante o
processo de aprendizagem da leitura;

20% diz que os alunos não gostam ou não sentem interesse em aprender a ler;

40% Concordam que tanto família, professores, alunos, bons livros, como
outros materiais e metodologias diferenciadas, são meios fundamentais para
aprender a ler e tornar-se bons leitores.

GRÁFICO 2 – Entrevistas com professores da 2ª série, mostra o que dificulta e o que desperta
o interesse dos alunos à prática da leitura.
Fonte: Maria Luiza Alves da Cunha

Contudo, com base nesses dados, é que esperamos contribuir mais para o processo de
formação de leitores, preparando-os para aprender cada vez mais como fazer uma boa leitura.
68

3.5 Conclusões e Recomendações

Com a realização deste trabalho monográfico, constatei que a prática da leitura nas
séries iniciais é importantíssima para o aprendizado do indivíduo, para sua formação pessoal e
futuramente profissional.
Este trabalho permitiu-me ainda desvendar o que leva os educandos sentirem-se
entusiasmados ao ler um texto e o que realmente atrapalha este processo.
Não devemos ler por ler, é preciso interagir profundamente com o que o texto
apresenta, aprofundar-se num contexto de infinitas riquezas e muito encanto, magia e
sabedoria. A leitura pode ser diária, colaborativa, onde o educador reflete com os educandos
sobre as diferentes modalidades de leitura e os procedimentos que elas requerem do leitor; e
ainda uma atividade em que o professor lê com a classe e durante a leitura questiona, pede
sugestões, troca idéias, tornando suas aulas motivadoras e envolventes a seus educandos.
Portanto, é fundamental que não vejamos os textos como pura diversão, mas como
meio de melhorar seus conceitos e sua formação educacional.
69

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