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GCECULT473 - Laboratório de Leitura e Produção de

Textos Acadêmicos

Depois de muitos anos a Música se tornou obrigatório na Educação


Básica com a aprovação da Lei n° 11.769/2008. A partir daí muitas são as
discussões acadêmicas sobre como esse conteúdo deve ser abordado e qual a
sua importância na sala de aula. Sabe-se que a música tem seu papel
importante na aprendizagem de uma criança, bem como em todo o seu
desenvolvimento, como nos diz o art. 29 da LDB Nº 9.394:

A educação infantil, primeira etapa da educação básica,


tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança
de até 5 (cinco) anos, em seus aspectos físico, psicológico,
intelectual e social, complementando a ação da família e da
comunidade. (BRASIL, 1996, Art. 29)

A BNCC, onde palavra música aparece mais de 130 vezes, cita-a como
objeto fundamental na construção do saber nas estratégias de ensino-
aprendizagem. Dizer que a música é importante para a educação não é
novidade, pois há um senso comum para tal ideia. Os profissionais de
educação a utilizam constantemente na sua didática desde o início até o fim da
aula. A música ajuda a desenvolver várias habilidades em uma criança isso é
real, como mostra o Currículo Bahia (2018, p.115), que diz que as capacidades
cognitivas e de relação alcançam um maior desenvolvimento e também
“Explora as próprias possibilidades sonoro-expressivas e simbólicas
representativas, fortalecendo a confiança nas próprias potencialidades”.
(CURRÍCULO BAHIA, 2018, p.115). Tal documento ainda chama a atenção
para o uso dos ritmos musicais da cultura da criança, pois são recursos que
auxiliarão o desenvolvimento dos aspectos formais da linguagem.
(CURRÍCULO BAHIA 2018, p. 140).
A educação musical na sociedade tem sua importância, pois promove o
desenvolvimento do indivíduo, logo o seu ensino deveria ser estimado assim
como as outras áreas. Porém infelizmente percebemos que esse é um
privilégio de poucos estudantes, já que muitas instituições de ensino não
dispõem de professores e/ou materiais especializados para o ensino de
Música.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília,


2018.

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, LDB. 9394/1996.


BAHIA. SECRETARIA DE EDUCAÇÃO. Orientações curriculares e subsídios
didáticos para a organização do trabalho pedagógico no ensino fundamental de
nove anos. Salvador, 2018.

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COMENTÁRIOS
Olá Amarildo, as experiências que tenho com meus alunos quanto ao repertório
musical que eles conhecem são muito interessantes. Muitas vezes são canções
que não tem nada a ver com meu gosto musical, mas preciso conhecer a realidade
deles, e aproveitar ao máximo os seus saberes para a partir daí executar minha
prática pedagógica. A partir da musicalidade deles posso trabalhar os vários
conteúdos da música. É claro que algumas letras de canções não são apropriadas
no contexto escolar, mas o ritmo, a pulsação, o volume etc podem ser trabalhados
dentro do contexto deles.

Olá Kalín, temos muitos documentos que comprovam o poder da música na


educação, temos Leis que a incluem, porém falta o cumprimento de tais. O ensino
de Música nas escolas faz muita falta. Quando você diz que influencia diretamente
na formação dos adolescentes, isso mostra a responsabilidade que nós
professores temos. Swanwick (1988) diz que “como profissionais nós
necessitamos entender o que é essencial sobre as experiências musicais. Isto irá
determinar nossos objetivos e atividades educacionais.” Logo percebemos que
temos que buscar e conhecer as várias possibilidades que a música pode nos
fornecer, e evitar os estereotipos que podem nos afastar dos nossos alunos.

SWANWICK, Keith. O ensino de instrumento enquanto ensino de música.


Cadernos de Estudo: Educação Musical, São Paulo, n. 4/5, p. 6-14, 1994.

A utilização de atividades lúdicas em sala de aula pode trazer uma


melhoria nos resultados obtidos pelos alunos. As atividades não substituem
toda a complexidade que existe no processo educacional, mas podem melhorar
os resultados por parte dos educadores interessados nessas mudanças.
Atividades lúdicas podem mediar o progresso e ajudar a sala de aula a se
tornar um ambiente feliz, favorável e produtivo. Logo, o uso da música é algo
muito indicado no ambiente escolar, não só pelo seu caráter lúdico, mas
também por conter valor linguístico, poético, auditivo e principalmente repleto
de informações culturais. Barandela (2000) nos mostra que o uso da música
pode modificar o ambiente e ajudar o aluno a adquirir novas experiências.

Despertam um interesse positivo no aluno, oferecem possibilidades de


integração de temas como notícias, cultura e outras áreas curriculares, são
veículos de informação linguística que podem ser explorados do ponto de vista
gramatical, fonético, lexical, etc., eles são facilmente memorizáveis entre outras
coisas. (BARANDELA, 2000)

Sobre o uso de músicas em sala de aula, Cassany afirma que "Ouvir,


aprender e cantar músicas em sala de aula é uma prática didática
inestimável.". Esses textos auxiliam na prática do ritmo, velocidade e pronúncia
correta, além da ludicidade, afirma que as canções são como alternativas que
conduzem os alunos a outros exercícios não tão motivadores.

Segundo Howard Gardner, seriam oito e, portanto, o ser humano seria dono de
oito diferentes pontos de seu cérebro onde estariam abrigadas diferentes
inteligências. Seriam eles: inteligência lingüística ou verbal, lógico-matemática,
espacial, musical, cinestésica corporal, inteligências naturalística e pessoal, ou
seja, intrapessoal e interpessoal. A inteligência que mais se identifica com o
uso da música nas aulas de espanhol é, sem dúvida, a inteligência musical. De
acordo com GARDNER

“Uma inteligência musical permite às pessoas criar, comunicar e compreender


significados compostos por filhos. (...) Componentes cruciais do processo de
informação incluindo tom, ritmo e timbre (qualidade do som). ” (Gardner,
Kornhaber, Wake, 1998, p.217-219).

Essa inteligência se manifesta por meio da capacidade de apreciar, compor ou


reproduzir algo musical. Inclui discriminação de som, capacidade de perceber
temas musicais, sensibilidade a ritmos, texturas e timbre e capacidade de
produzir e / ou reproduzir música. A criança com habilidade musical especial
percebe sons diferentes em seu ambiente muito cedo e muitas vezes canta
para si mesma. Indivíduos como compositores, professores e instrumentistas,
bem como especialistas em acústica e engenheiros de áudio apresentam alto
grau de desenvolvimento da inteligência musical.

ABIO, BARANDELA, Ana Margarida. La música en la clase de E/LE. Actas del


Seminario de Dificuldades Específicas de la Enseñanza del Español a Lusohablantes.
São Paulo: 2000. Págs. 245-259.
CASSANY, Daniel et al., Enseñar lengua. Grao, Barcelona: 1994. Págs.. 406-409
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(ABIO e BARANDELA, 2000). As canções são “recursos bem
conhecidos e usados na política, religião, para fins comerciais e em qualquer
outra situação” quando se pretende encorajar, animar e influenciar os ouvintes.
Barandela (2000) nos mostra, na perspectiva de Romero, que o uso da música
pode “modificar o clima” e levar o aluno a adquirir “novas experiências”. E nos
dá uma lista de quais músicas podem fornecer ao aluno:

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