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HISTÓRIA - 8º ANO - PET 2 - SEMANA 5

Unidade temática: - O Brasil no século XIX


Objeto de conhecimento: - Brasil: Primeiro Reinado. O Período
Regencial e as contestações ao poder central.
Habilidade(s): (EF08HI15X)
Tema: A Revolução Liberal do Porto e a Regência de Dom Pedro I

A Revolução Liberal do Porto e a Regência de Dom Pedro I

Como já vimos nas semanas anteriores, a chegada de Napoleão Bonaparte ao poder provocou
mudanças drásticas em vários países nos continentes europeu e americano. Nessa semana, vamos
estudar sobre a vinda da família real ao Brasil, entendo os motivos dessa mudança, e sobre como foi o
reinado de Dom João VI e as transformações ocorridas no Brasil após se tornar sede do Império
português.

A Revolução Liberal do Porto

A Revolução Liberal do Porto foi uma resposta


dada em 1820 a situação enfrentada pela população
portuguesa desde 1807. Para relembrarmos: em 1807 a
corte portuguesa vem para o Brasil para evitar um
confronto com as tropas de Napoleão; em 1808 a corte
chega ao Brasil, abre os portos brasileiros e diminui
drasticamente as fontes de renda da economia
portuguesa; quando Napoleão sai do poder, as forças
militares inglesas se instalaram no Reino sob o comando
do Marechal Beresford, a quem foi dado o título de Lorde
Protetor de Portugal.

Se sentindo sem apoio político ou econômico,


promoveram a Revolução Liberal do Porto. A revolução
tinham inspirações iluministas e teve grande apoio
popular, que tinha como um dos objetivos, o fim do
modelo de monarquia absolutista em Portugal. Essa
revolução foi batizada como Revolução do Porto devido
ao fato de ter se iniciado na cidade de Porto em Portugal.
Após se consagrarem como vitoriosos, os revolucionários
As Cortes Gerais e Extraordinárias da Nação Portuguesa,

de Oscar Pereira da Silva da década de 1920

formaram, em 1821, uma Corte Constituintes. Essa corte foi formada por meio de uma eleição que
elegeu deputados que fariam uma nova constituição que viria para limitar o poder absoluto de D. João
VI.
Esses fatos tiveram repercussão no Brasil, gerando uma série de manifestações. Pessoas saíram
as rua de Belém, Salvador e Rio de Janeiro que exigiam que Dom João VI aderisse a nova constituição
que estava sendo construída em Portugal, fazendo que essas leis fossem aplicadas aqui no Brasil. No
Rio de Janeiro, membros das elites fluminenses ( pessoas nascidas no estado do Rio de Janeiro) e
mineira sugeriram ao rei Dom João VI que retornasse a Lisboa. O retorno de Dom João VI a Portugal
possibilitaria a formação de um império brasileiro, separado de Portugal e sob a regência de Dom Pedro.
Outro grupo político, defendia que o Brasil pudesse ter mais autonomia, mas permanecesse como parte
do império português.

Então, como meio de solucionar todos os conflitos e pressões que o império estava sofrendo,
Dom João Vi retorna para Portugal em 26 de Abril de 1821, deixando seu filho Dom Pedro como príncipe
regente.

A regência de Dom Pedro

Com o retorno de Dom João VI à Portugal, Dom Pedro I assume o trono do Brasil aos 23 anos
em 1 de Dezembro de 1821. Dom João VI volta para Portugal como meio de diminuir a crise instaurada
pela Revolta do Porto em Portugal. Porém, a ida de Dom João VI não resolveu os problemas causadas
pela mesma revolta aqui no Brasil. Várias províncias não aceitavam Dom Pedro I como seu príncipe.

Além disso, a economia brasileira que, já não estava vivendo os seus melhores momentos, foi
piorada. Isso porque Dom João VI levou consigo as reservas do Banco do Brasil. Com a crise
econômica se tornando cada vez mais grave, fazendo com que os produtos ficassem mais caro, havia
menos dinheiro circulando (como uma tentativa de recuperar as reservas levadas por Dom João VI),
atraso no pagamento dos salários dos soldados e funcionários do governo e a suspensão dos
recebimentos dos impostos vindo da metrópole.

Nesse momento de incertezas, em 1821, a Corte fez uma série de decretos em Lisboa que
diminuíam a autonomia do Brasil, fazendo com que o império brasileiro fosse cada vez mais submetido a
Junta de governo e a metrópole. Esses decretos fizeram com que a pressão por parte daqueles que
acreditavam na criação de um império no Brasil, separado de Portugal fossem cada vez mais forte.

No dia 9 de janeiro de 1822, após receber um manifesto assinado por mais de 8 mil pessoas que
pediam sua permanência no Brasil, Dom Pedro I anuncia sua decisão de permanecer no Brasil. Esse
momento histórico ficou conhecido como o Dia do Fico. Os defensores de um império brasileiro
passaram a apresentar a disputa política como se fossem um conflito entre brasileiros, a favor da
Independência, e portugueses, defensores da recolonização; ainda que houvessem tanto portugueses a
favor da independência como brasileiros a favor da permanência do Brasil dentro do império português.

Em uma viagem feita por Dom Pedro I para São Paulo na tentativa de acalmar os conflitos, Dom
Pedro recebeu cartas de sua esposa, Dona Leopoldina e de seu ministro José Bonifácio. Ambas as
cartas diziam da situação difícil da relação entre a metrópole e o Brasil, e ambas sugeriam que o
príncipe regente deveria tomar uma decisão mediante esse conflito. Nesse momento, Dom Pedro rompe
com Portugal no dia 7 de setembro as margens do rio Ipiranga, e retirou do chapéu as fitas com as cores
vermelha e azul que representava a Corte portuguesa. Essa atitude de Dom Pedro ficou conhecido
como o Grito do Ipiranga e foi o marque que iniciou o nosso processo de independência.

DICAS DE VÍDEO
Revolução Liberal do Porto e a Regência de Dom Pedro I: https://www.youtube.com/watch?
v=_B5X0d0KFHs
ATIVIDADES
1) Quais os objetivos da revolução ocorrida em 1820 na cidade do Porto (Portugal)?

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2) Com o Ato da Independência, o interesse de que grupo prevaleceu? Por quê

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3) Quais foram os fatores que geram a crise econômica durante a regência de Dom Pedro I ?

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FONTES UTILIZADAS
LYRA, Maria de Lourdes Vianna. A utopia do poderoso império. Rio de Janeiro: Sette Letras, 1994.

MALERBA, Jurandir. A corte no exílio: interpretação do Brasil joanino (1808-1821). São Paulo: Cia. das
Letras, 2000. MOTA, Carlos Guilherme. Nordeste 1817: estruturas e argumentos. São Paulo: Perspectiva,
1972.

NEVES, Lúcia Maria Bastos Pereira das. Napoleão Bonaparte: imaginário e política em Portugal (c. 1808-
1810). São Paulo: Alameda, 2008.

NOVAIS, F. A. Portugal e Brasil na Crise do Antigo Sistema Colonial (1777-1808). 5.ed. São Paulo:
Hucitec, 1989.

PEDREIRA, Jorge & COSTA, Fernando Dores. D. João VI: um príncipe entre dois continentes. São Paulo:
Companhia das Letras, 2008

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