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Estruturalismo: objetivos, áreas,

teóricos - Brasil Escola

Estruturalismo

Sociologia

O estruturalismo é um método de análise científica das


ciências humanas e sociais que ganhou espaço na
psicologia, na linguística, na sociologia, na antropologia e na
filosofia no século XX. Os maiores defensores do
estruturalismo concentraram-se entre os intelectuais
franceses do fim do século XIX e da primeira metade do
século XX.

O estruturalismo visa, em linhas gerais e em todas as ciências


das quais ele faz parte, a entender o modo como uma
estrutura geral perpetua em todos os graus uma base. Ao se
compreender essa base, é possível entender como o
conhecimento se dá naquela área, seja no intelecto
psicológico humano ou na linguagem, seja na filosofia
(https://brasilescola.uol.com.br/filosofia/o-que-e-
filosofia.htm) ou na estrutura geral da sociedade.
O linguista Ferdinand Saussure foi o “pai” do estruturalismo, introduzindo-o na
linguística.

Estruturalismo e Psicologia

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Os primeiros estudos que levantaram o multidisciplinar
método estruturalista foram do psicólogo, médico e filósofo
alemão Wilhelm Wundt. Um dos pioneiros da psicologia
experimental, Wundt buscou, por meio de seu laboratório de
psicologia experimental, validar novos meios de pesquisa
psicológica. Para o psicólogo, há uma estrutura geral do
intelecto humano que tende a se repetir em todos.

O filósofo e psicólogo alemão Wilhelm Wundt postulou os primeiros indícios do


método estruturalista na Psicologia.

Entendendo a estrutura geral psicológica dos seres humanos,


é possível entender de maneira mais clara como ocorre o
comportamento psicológico humano. Essa tese do
estruturalismo garante um efeito muito buscado pelas
pesquisas psicológicas: sair do terreno relativista do
indivíduo e chegar a um patamar mais científico e mais
seguro. Nesse sentido, a tarefa da psicologia é entender as
bases estruturais gerais por intermédio da análise do
indivíduo como uma parte (como um átomo) de um todo.

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Estruturalismo linguístico

A linguística também movimentou esforços para adotar o


estruturalismo como modo de estudar o fenômeno da
linguagem. Ferdinand Saussure, linguista suíço, é um dos
primeiros estruturalistas da história e o primeiro a
implementar o estruturalismo na ciência linguística.
Diferenciando-se dos linguistas de sua época, Saussure
(https://brasilescola.uol.com.br/biografia/ferdinand-de-
saussure.htm) não acreditava em uma formação puramente
histórica da linguagem. Para o estudioso suíço, o que
levantava a necessidade e a cientificidade dos estudos
linguísticos era, justamente, a possibilidade de uma estrutura
comum da linguagem, indiferente do idioma em que essa
linguagem se manifestasse.

Para Saussure, havia uma estrutura central da linguagem, que


estava embasada, primeiramente, em dois elementos básicos
das linguagens, significante e significado. Significante é a
expressão material de uma palavra (o que ela representa no
mundo, ou seja, materialmente). Significado é o conceito
representado pela palavra. A primeira base é sucedida por
outra compreensão, a compreensão dos signos, que
constituem as primeiras e mais singulares unidades
simbólicas da linguagem. Esse elemento fundou a semiologia
(ou semiótica) no estudo linguístico como o ponto primordial
para entender a estrutura da linguagem. No entanto, apesar
de ter iniciado o estruturalismo linguístico, Saussure nunca
utilizou o termo “estrutura”, e sim “sistema”.

Estruturalismo na Filosofia
A filosofia, em especial a de vertente francesa dos
pensadores do século XX, foi fortemente influenciada pelo
estruturalismo. Dentre o materialismo histórico
(https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/materialismo-
historico.htm) de Karl Marx
(https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/karl-marx.htm) e
o existencialismo
(https://brasilescola.uol.com.br/filosofia/existencialismo-
sartre.htm), determinado pelas teorias de Jean-Paul Sartre na
França, surgiu o estruturalismo por meio da ótica de
pensadores como Thomas Althusser e Roland Barthes. A
curta e intensa atuação do estruturalismo no meio intelectual
francês durou o bastante para ser levada a cabo em suas
máximas consequências, resultando no movimento pós-
estruturalista.

O pós-estruturalismo, fortemente difundido no meio


intelectual francês e para o grande público midiático pelo
filósofo Michel Foucault
(https://brasilescola.uol.com.br/filosofia/michel-
foucault.htm), consiste em um esgotamento do
estruturalismo. As bases do estruturalismo foram tão levadas
a sério que elas se esgotaram em um movimento de estender
ao máximo a ideia de uma estrutura básica do conhecimento
humano. A partir daí, nomes de intelectuais como Jean-
François Lyiotard, Guy Debord, Gilles Deleuze, Jacques Derrida
e Felix Guattari despontaram como expoentes máximos do
pós-estruturalismo francês.

Sociologia e Antropologia

Misturando o idealismo alemão do filósofo Immanuel Kant


(https://brasilescola.uol.com.br/filosofia/immanuel-
kant.htm), o método comparativo do sociólogo francês Émile
Durkheim (https://brasilescola.uol.com.br/biografia/emile-
durkheim.htm) e com inspirações embasadas no
estruturalismo linguístico de Saussure, o antropólogo belga
Claude Lévi-Strauss desenvolveu o estruturalismo na
antropologia.

Com fortes aspirações no idealismo, os estruturalistas não


aceitavam com facilidade a introdução de métodos de estudo
empíricos. Do mesmo modo, a antropologia não poderia mais
(desde os estudos do antropólogo polonês Bronislaw
Malinowski) trabalhar de maneira puramente teórica. Ao
mesmo tempo, a antropologia (mesmo sendo empírica)
deveria buscar a essência do estruturalismo: bases comuns,
ou seja, estruturas da formação dos seres humanos, que se
evidenciaram pela cultura e pela formação das sociedades.

Claude Lévi-Strauss, o antropólogo belga que iniciou o estruturalismo na antropologia.


[1]

Existe uma estrutura básica que faz com que todas as


formações humanas comunguem das mesmas bases. Para
Lévi-Strauss, compreender essas bases é o caminho para que
a antropologia consiga se estabelecer enquanto ciência
legítima. A busca central da antropologia contemporânea de
Strauss se dá pela cultura
(https://brasilescola.uol.com.br/cultura/). O mundo possui
diversas culturas diferentes (cada sociedade desenvolve uma
cultura) e cada cultura é entendida como parte de um todo. O
todo é a humanidade. Compreender as partes, juntá-las e
entender os elementos estruturais delas, como se fossem
uma espécie de quebra-cabeças, é o que faz o estruturalismo.

Um exemplo de elemento estrutural percebido por Lévi-


Strauss foi o parentesco. Na obra As estruturas elementares
do parentesco, o antropólogo percebeu que, em todas as
culturas estudadas, o parentesco é entendido como algo que
deve ser respeitado na conservação dos núcleos sociais e,
mais do que isso, o incesto é um tabu em todas as formações
sociais.

Para consolidar os estudos de campo antropológicos


estruturalistas de Claude Lévi-Strauss, foi necessário recorrer
também ao funcionalismo de Malinowski, que recorria ao
estudo de campo de sociedades tribais, consideradas mais
próximas de uma cultura de base e menos contaminadas por
uma cultura científica, técnica e industrial. Como campo de
seus estudos, Strauss escolheu as sociedades indígenas
brasileiras, vivendo aqui por muitos anos, período em que
viveu em tribos indígenas, pesquisou a cultura indígena de
tribos do Mato Grosso e lecionou, durante certo tempo, na
Universidade de São Paulo (USP). Para se aprofundar mais
nessa ciência social, acesse o nosso texto: antropologia
(https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/antropologia.htm)
.

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