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Jetro Coutinho e Paulo Ferreira


Curso de Economia p/ TCE-RO Aula 18

Economia Brasileira
Economia p/ TCE-RO
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Sumário
SUMÁRIO.......................................................................................................................................................2

ECONOMIA BRASILEIRA ................................................................................................................................ 4

A ECONOMIA BRASILEIRA ATÉ O INÍCIO DO SÉCULO XX ...................................................................................................... 4


Ciclo da Cana-de-açúcar ........................................................................................................................................ 4
Ciclo da Mineração ................................................................................................................................................ 5
A Economia Brasileira no Século XIX ...................................................................................................................... 5
Expansão da Agricultura Cafeeira .......................................................................................................................... 6
Transformações no Final do Período: abolição do escravismo e início do desenvolvimento industrial ......................... 7
A ECONOMIA BRASILEIRA NOS ANOS 1930 A 1955 E O PROCESSO DE SUBSTITUIÇÃO DE IMPORTAÇÕES - PSI ............................. 9
A Crise de 1929 e o Processo de Substituição de Importações ................................................................................ 10
O Primeiro Governo Vargas (1930 – 1945) ............................................................................................................ 12
O Governo de Eurico Gaspar Dutra (1946 – 1950) ................................................................................................. 13
O Segundo Governo Vargas (1951 – 1954) e o mandato de Café Filho (1954-1955) ................................................. 14
O GOVERNO JUSCELINO KUBITSCHEK (1956 – 1961) E O PROGRAMA DE METAS ................................................................. 16
OS GOVERNOS JÂNIO QUADROS E JOÃO GOULART (1961 A 1964) E O PLANO TRIENAL ....................................................... 16
O INÍCIO DO REGIME MILITAR: GOVERNO DE CASTELLO BRANCO (1964-1967) E O PAEG..................................................... 17
GOVERNOS COSTA E SILVA (1967-1969) E MÉDICI (1967-1974) E O MILAGRE ECONÔMICO.................................................. 18
GOVERNO GEISEL (1974 – 1979), CRISE DO PETRÓLEO E O II PND .................................................................................... 20
DÉCADA DE 80 ATÉ OS DIAS MAIS RECENTES .................................................................................................................. 21
II Choque do petróleo .......................................................................................................................................... 21
Plano Cruzado (1986) – Governo Sarney: ............................................................................................................. 22
Plano Bresser (1987) ............................................................................................................................................ 22
Plano Verão (1989, Maílson) ................................................................................................................................ 23
Plano Color (1990) .............................................................................................................................................. 23
Plano Real (1993) ................................................................................................................................................ 24
Governo Lula (2003) ............................................................................................................................................ 25
Governo Dilma .................................................................................................................................................... 25

QUESTÕES COMENTADAS PELOS PROFESSORES ....................................................................................... 29

LISTA DE QUESTÕES ................................................................................................................................... 59

GABARITO .................................................................................................................................................. 69

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Fala aê, povo! Como estão?

Hoje, vamos estudar a economia brasileira, passando rapidamente pelos períodos colonial e imperial, e
principalmente avançando pelos pontos mais importantes no século XX até os mais atuais, ok?

Vamos nessa?

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Economia Brasileira
A Economia Brasileira até o início do Século XX
Ciclo da Cana-de-açúcar

O segundo ciclo econômico brasileiro que ocorreu entre os séculos XVI e XVIII, após a exploração do Pau-
Brasil, foi o plantio de cana-de-açúcar no litoral da região Nordeste do Brasil. A cana era exportada principalmente
para a Europa, onde era utilizada para a manufatura de açúcar em substituição àquele tipo de açúcar obtido por
meio da beterraba.

A agricultura da cana introduziu o modo de produção escravista, baseado na importação e escravização


de africanos. Os escravos vinham para trabalhar no engenho e utilizar sua força de trabalho para manipular as
moendas. Assim, além do comércio de cana-de-açúcar, havia também o tráfico negreiro, que somente foi
interrompido em 1850, com a Lei Eusébio de Queiros.

O plantio de cana adotou o caro e restritivo latifúndio como estrutura fundiária e a monocultura como
método agrícola. A parte lucrativa do processamento, refino e comercialização foi terceirizada aos holandeses. O
período de maior crescimento de seu cultivo foi no século XVII, mas já no século XVIII perdeu espaço para o cultivo
de café, pois este apresentava adaptação maior ao método de produção agrícola brasileiro do que a da cana-de-
açúcar.

A colonização no Brasil do Século XVI estava ligada fundamentalmente à indústria açucareira. Em sua fase
inicial de colonização, Portugal encontrou na produção de cana-de-açúcar a fonte de riqueza que garantia a
manutenção de seus empreendimentos coloniais. Neste contexto histórico, a metrópole, Portugal, não tinha
interesse no povoamento da colônia e sim na exploração comercial de seu reduto. Ou seja, a colônia era apenas
uma extensão não contígua das terras portuguesas de onde se extraíam os recursos que alimentavam as benesses
da Corte.

A guerra entre a Holanda e a Espanha no Século XVII, pelo domínio da produção e comercialização do
açúcar, gerou repercussões importantes no Brasil. Nesse período, houve a ocupação pelos holandeses, durante
um quarto de século, de grande parte da região produtora de açúcar no Brasil.

Durante sua permanência no Brasil, os holandeses adquiriram o conhecimento de todos os aspectos


técnicos e organizacionais da indústria açucareira, o que mais tarde permitiu aos invasores constituírem a base
para a implantação e desenvolvimento de uma indústria concorrente, de grande escala, na região do Caribe.

Com a saída dos holandeses do Brasil, Portugal retomou o controle da produção açucareira, mas,
rapidamente perdeu o monopólio que exercia anteriormente em conjunto com os holandeses no mercado mundial
do açúcar para a indústria florescente das Antilhas Holandesas. O preço do açúcar despencou e mergulhou a
indústria açucareira brasileira, fundamentalmente exportadora, em uma decadência sem possibilidade de retorno.

A economia açucareira constituía um mercado de dimensões relativamente grandes e que poderia ter
contribuído para o desenvolvimento de outras regiões do país. Entretanto, a existência de um mercado interno
pouco expressivo direcionou quase que totalmente sua produção ao exterior. Na mesma época, um segundo

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sistema econômico, paralelo e dependente da economia açucareira, baseado na criação de gado promovia a
extensiva ocupação de terras ainda não exploradas pelas culturas tropicais. Essa atividade econômica induzia a
uma permanente expansão, o que contribuiu muito para a penetração e ocupação do interior brasileiro.

Ciclo da Mineração

Já no século XVIII, com a estagnação da produção açucareira no Brasil e a economia portuguesa em crise
em um contexto mundial desfavorável, os governantes portugueses concluíram que a única opção para a
manutenção da colônia estava na descoberta de metais preciosos.

Assim, durante todo o século XVIII, expedições chamadas entradas e bandeiras vasculharam o interior do
território brasileiro em busca de metais valiosos (ouro, prata, cobre) e pedras preciosas (diamantes, esmeraldas),
estimuladas pelas descobertas ocorridas entre 1709 e 1720 no interior da Capitania de São Paulo, nas áreas que
depois foram desmembradas nos Estados de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso.

A descoberta de ouro, diamante e esmeraldas nestas regiões provocou um fluxo populacional vindo de
Portugal e de outras áreas povoadas da colônia, como São Paulo de Piratininga, São Vicente e o litoral nordestino,
motivados principalmente pela possibilidade de ascensão econômica e social, uma vez que qualquer um que
encontrasse uma pepita poderia ter sua sorte mudada e o que, de fato, possibilitou a alforria de muitos escravos.
O conflito de interesses na exploração das minas entre os paulistas e os migrantes não tardou em explodir na
Guerra dos Emboabas.

A atividade mineradora logo passou a impulsionar outras atividades, como o comércio interno entre as
diferentes vilas e cidades da colônia, proporcionado pelos tropeiros. A economia mineira, que alcançou seu apogeu
entre 1750 e 1760, se constituiu um mercado de proporções superiores ao que havia proporcionado a economia
açucareira em sua etapa de máxima prosperidade.

A Economia Brasileira no Século XIX

Ao tornar-se independente em 1822, o Brasil possuía uma economia voltada para a exportação de
matérias-primas agrícolas. A agricultura no Brasil detinha um papel extremante importante: 80% das pessoas em
atividade dedicavam-se ao setor agrícola, 13% ao de serviços e 7% ao industrial. O mercado interno era pequeno,
devido à falta de créditos e a quase completa subsistência das cidades, vilas e fazendas do país que se dedicavam
à produção de alimentos e à criação de animais.

A economia do Brasil era extremamente diversificada no período pós-independência, mas foi necessário
um grande esforço por parte do governo monárquico para realizar a transmutação de sistema econômico
escravocrata e colonial para uma economia moderna e capitalista. Contudo, a monarquia fora capaz de manter
até o fim de sua existência o extremamente notável crescimento econômico iniciado com a vinda do então
príncipe-regente dom Joao ao Brasil. Isto foi possível, em parte, graças ao liberalismo adotado pelo regime
monárquico, que favorecia a iniciativa privada.

Para um país carente de capitais, seria necessário investir o tanto quanto possível nas exportações,
buscando alcançar uma balança superavitária. Contudo, tal feito fora complicado pela completa falta de produtos
manufaturados no país, que resultou num aumento considerável das importações, criando um déficit continuo. A

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maior parte das importações eram tecidos, vinhos, sabões, comestíveis, perfumarias, dentre outros. Até a década
de 1850, itens como carvão, maquinaria, cimento, ferro, ferramentas e artigos de ferro representavam 11% das
importações brasileiras em relação a Grã-Bretanha. Mas o processo de industrialização constante do Brasil faria
com que este percentual alcançasse 28% em 1889. Com o passar das décadas, em que surgiram novas tecnologias
e com o aumento da produtividade interna, em especial, do café, açúcar, couros e peles e algodão, as exportações
aumentariam consideravelmente, possibilitando alcançar o tão almejado equilíbrio na balança comercial.

O sistema de transporte por navegação a vapor e por ferrovias permitiu ao transporte de carga tornar-se
bem menos oneroso e muito mais rápido e, em 1850, o valor absoluto das exportações do Império era o mais
elevado da América Latina (o triplo da Argentina, que estava em quarto lugar) e manteria esta posição (inclusive
em termos econômicos gerais) até o final da monarquia.

Expansão da Agricultura Cafeeira

O café foi o produto que impulsionou a economia brasileira desde o início do século XX até a década de
1930. Concentrado a princípio no Vale do Paraíba (entre Rio de Janeiro e São Paulo) e depois nas zonas de terra
roxa do interior de São Paulo e do Paraná, o grão foi o principal produto de exportação do país durante quase 100
anos.

Na região sudeste, a produção de café que no início do Brasil independente respondia por apenas 3% nas
exportações, ao longo das décadas seguintes foi se tornando a cultura agrícola mais importante para a economia
brasileira e principal produto para exportação, principalmente devido ao aumento extraordinário no mercado
consumidor internacional.

No entanto, a extinção do tráfico negreiro e o encarecimento da mão de obra escrava obrigaram os


fazendeiros a pensarem em novas formas de se conter a alta dos custos de produção. Uma das mudanças mais
importantes foi a troca dos escravos pela a mão de obra paga, com a absorção de milhares imigrantes estrangeiros,
em especial os italianos, e também de ex escravos. Os benefícios eram muitos, mas o principal era o barateamento
do custo de produção, pois o sustento de escravos revelara-se mais oneroso que o pagamento de salários a
trabalhadores livres.

Os fazendeiros, com ajuda do governo, também buscaram modernizar a produção adotando inovações
tecnológicas para se manterem competitivos nos mercados internacionais. O governo imperial além de facilitar o
credito para a compra de equipamentos modernos ou a vinda de imigrantes, também reduziu vários impostos para
colaborar com o esforço de modernização da produção agrícola do país e assim a produção cafeeira voltou a
prosperar.

A economia cafeeira foi a grande responsável pelo crescimento expressivo da economia brasileira desde a
segunda metade do século XIX até a década de 1920. O Brasil controlava os preços do café nos mercados
internacionais, obtendo assim lucros elevados, uma vez que era o detentor de grande parte da oferta mundial.

Segundo Celso Furtado, o maior problema deste sistema econômico era que, sendo o Brasil um país
abundante em terras disponíveis para a agricultura e em mão de obra mal remunerada, os lucros obtidos
incentivavam o reinvestimento no setor, elevando gradualmente a oferta de café a ser exportado.

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O crescente excesso de oferta, aparentemente, não parecia ser um problema iminente, uma vez que a
demanda mundial de café tinha a característica de ser inelástica em relação ao preço e a renda dos consumidores,
e enquanto a população crescesse, o mercado se expandiria. Mas, a história nos mostra que o crescimento da
oferta de café foi muito superior ao crescimento de sua demanda o que acabou por consolidar uma tendência
estrutural de baixa de preços no longo prazo e gerou novo colapso no sistema.

Novamente foi preciso a intervenção do governo, instituindo políticas de valorização do café através do
Convênio de Taubaté, em 1906, proposto pelos produtores, que consistiam na compra, pelo governo federal, dos
estoques excedentes da produção de café, por meio de empréstimos externos financiados por tributos cobrados
sobre a própria exportação de café. No curto prazo, a manobra conseguiu sustentar os preços internacionais do
café e mantendo a renda dos exportadores.

Ao longo do tempo, a economia não tardou a apresentar problemas resultantes do favorecimento do café
sobre os demais produtos para exportação. Nem tão pouco os produtores cafeeiros demoraram a perceber que se
continuassem a aumentar a produção poderiam auferir maiores lucros provindos da compra das safras pelo
governo, o que só fez aumentar a pressão da oferta no mercado nacional.

A quebra da Bolsa de Nova Iorque, em 1929, terminou com o ciclo próspero cafeeiro, impactando-o
profundamente uma vez que reduziu a demanda internacional pelo produto brasileiro, fazendo os preços
despencarem e também inviabilizou a tomada de empréstimos pelo governo brasileiro para comprar os estoques
excedentes de café, devido ao colapso do mercado financeiro internacional. Apesar das dificuldades, o governo de
Getúlio Vargas no início da década de 1930 passou a desempenhar um papel bastante intervencionista na
economia nacional.

Transformações no Final do Período: abolição do escravismo e início do desenvolvimento industrial

Na segunda metade do século XIX, apesar da constante expansão do setor da agricultura de subsistência,
a escassez de mão-de-obra passou a ser um problema relevante da economia brasileira após a assinatura da lei
Aurea de libertação dos escravos pela princesa Isabel, em 13 de maio de 1888. Isso impactou diretamente a cultura
cafeeira e também algodoeira que estava em franca expansão no Nordeste como consequência da alta dos preços
provocada pela Guerra de Secessão nos Estados Unidos.

Além da imigração italiana para a produção do café, ocorreu outro processo migratório interno do
Nordeste para a região amazônica, atraído pela produção da borracha que, no final do século XIX e início do século
XX, transformou-se na matéria-prima de procura em mais rápida expansão no mercado mundial. Houve também
movimentos migratórios em direção a São Paulo bem antes da implantação da lavoura cafeeira e as terras
irrigadas do Triangulo Mineiro e ao Mato Grosso. Estes deslocamentos populacionais determinaram o mapa
econômico brasileiro do final do século XIX, ficando assim distribuído:

• Economia do açúcar e do algodão no Nordeste além da economia de subsistência ligada a este setor;

• Florescente economia da borracha na região amazônica;

• Economia de subsistência do sul do país; e

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• Economia cafeeira na região Sudeste.

O cenário econômico observado no Brasil nos últimos 25 anos do século XIX apontava para o aumento da
importância relativa do trabalho assalariado, a maturação do mercado interno melhor estruturado e com maior
poder de consumo e o expressivo controle da oferta mundial do café. No entanto, a prosperidade brasileira não
era usufruída por todos e acabou por gerar conflitos entre as regiões econômicas com pouca ação do governo
imperial para minimizar as divergências, o que acabou por levar o país ao movimento de reivindicação da
autonomia regional que culminaria com a Proclamação da República em 15 de novembro de 1889.

Os novos governos estaduais desempenharam um importante papel na política econômico-financeira nos


primeiros 20 anos da vida republicana. O governo provisório republicano, ao conceder o poder de emissão de
moeda aos bancos regionais, abriu caminho para uma grande expansão do credito em todo o Brasil gerando uma
pungente atividade econômica que impulsionou, principalmente, a atividade industrial.

Até a década de 1840, a autossuficiência das regiões do país, em especial, das fazendas de café e cana-de-
açúcar, que produziam praticamente quase tudo que consumiam, a falta de capitais e o alto custo da produção
devido ao elevado preço da matéria-prima importada, limitaram a expansão da indústria no Brasil.

Este cenário só veio a mudar com a promulgação da tarifa Alves Branco, ainda durante o governo imperial,
cujo objetivo aumentar a arrecadação do Estado e incentivar o crescimento da indústria nacional. A farta oferta de
credito que se seguiu foi aplicada em serviços urbanos, transportes, comercio, bancos, industrias sendo, neste
caso, a maior parte do capital investido foi direcionada ao ramo têxtil. O mercado interno explodiu com a produção
local de todo tipo de manufatura: fundição e maquinaria, sabão e velas, vidros, cerveja, vinagre, galões de ouro e
prata, calcados e cordoaria, couros, calcados e cordoaria, sabão e velas, chapéus e tecidos de algodão.

Ao final da década de 1860, ocorre um novo ciclo de expansão industrial provocado por dois conflitos
armados: a Guerra Civil norte-americana, como já vimos acima e a Guerra do Paraguai, que induziu a emissão de
moeda e o aumento de tarifas de importação para cobrir os gastos do Brasil com o conflito.

O súbito aumento da oferta de moeda deu novo impulso a indústria têxtil e a outros setores como tabaco,
químico, vidro, papel e couro. Na década de 1870, em função da decadência da região cafeeira do vale do Paraíba
e de algumas áreas de produção açucareira, muitos fazendeiros direcionaram seus investimentos a indústria têxtil
de algodão, entre outros setores manufatureiros.

A implantação de uma malha ferroviária nacional estimulou o surgimento de novas atividades industriais,
principalmente em São Paulo. A indústria naval apresentou um forte crescimento neste período com a
inauguração de importantes portos. O grande investimento em infraestrutura e o responsável pela expansão do
processo de industrialização do Brasil que se seguiu desta época em diante.

Durante o governo provisório (1889-1891), Deodoro da Fonseca propõe uma série de medidas legislativas
na área financeira a seu ministro da Fazenda, Rui Barbosa, para desenvolver o mercado de capitais brasileiro e,
assim, estimular a industrialização do Brasil, em um processo de substituição da antiga estrutura agraria baseada
na exportação de café. Para isso, pois em pratica uma política baseada em créditos livres aos investimentos
industriais garantidos pelas emissões monetárias.

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Abriram-se várias linhas de credito para investimentos produtivos e em bolsas de valores e aumentaram
muito os bancos emissores, fazendo que crescesse em demasia a oferta monetária, sem que se preocupasse com
o lastro-ouro, ocasionando, assim, inflação e o fenômeno conhecido como moeda-podre (ou desvalorização
monetária). Além da inflação alta, o surto especulativo nas bolsas de valores culminou com o fechamento de várias
empresas e, por conseguinte, uma recessão na economia, além da sonegação fiscal, isto e, aquisição de
empréstimos para outros fins, geralmente de interesse pessoal, e venda de ações das empresas-fantasmas (que
não foram abertas com o capital requisitado).

A especulação financeira desencadeada, a inflação e os boicotes através de empresas-fantasmas e ações


sem lastro desencadearam, em 1890, a Crise do Encilhamento. O ato de encilhar refere-se a atuação dos
especuladores na Bolsa de Valores com as empresas fantasmas. Esta crise causou o aumento da inflação, crise na
economia e aumento da dívida externa.

Somente no governo de Campos Sales os efeitos da crise do encilhamento foram amenizados, a começar
pela resolução do problema da dívida externa. Em Londres, o presidente e os ingleses estabeleceram um acordo,
que ficou conhecido como funding loan (algo como: empréstimo para gerar fundos).

As bases deste acordo eram:

• Suspensão por 3 anos o pagamento dos juros da dívida;

• Suspensão por 13 anos o pagamento da dívida externa existente;

• O valor dos juros e das prestações não pagas se somaria a dívida já existente;

• A dívida externa brasileira começaria a ser paga em 1911, pelo prazo de 63 anos e com juros de 5% ao
ano;

• As rendas da alfandega do Rio de Janeiro e Santos ficariam hipotecadas aos banqueiros ingleses, como
garantia.

Após o acordo, Campos Sales deu seguimento à política de saneamento econômico, combatendo a
inflação, não emitindo mais dinheiro e retirando de circulação uma parte do papel-moeda emitido pelos governos
anteriores. Em seguida, reduziu os déficits orçamentários, cortando despesas e aumentando as receitas com a
majoração de todos os impostos existentes e criação de outros.

A Economia Brasileira nos anos 1930 a 1955 e o Processo de Substituição de


Importações - PSI
É a partir daqui que teremos 99% das questões de economia brasileira. E você poderia se perguntar: “por
que”? Por que a partir de 1930? A resposta é simples: porque a partir de 1930 MUITAS coisas mudaram e por vários
motivos e isso torna o estudo da economia brasileira bem mais interessante.

O primeiro ponto é que em 1930 há uma ruptura no modelo político que vigorava até então. Lembra da
“política do café com leite” que vimos na escola? Pois bem, é aqui que ela acaba. Em outubro de 1930, Getúlio
Vargas toma o poder, apoiado por uma ampla oposição de diversos setores da sociedade e da economia. Chegava

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ao fim o revezamento entre mineiros e paulistas na presidência da república, mas, mais do que isso, chegou à
presidência o entendimento de que a economia brasileira deveria seguir um novo rumo.

Outro fator tão ou mais impactante neste período foi a Crise de 1929 e a Grande Depressão que se seguiu.
E o baque causado pela maior crise que o Mundo já viu foi especialmente forte no Brasil. Imagine só: os EUA eram
o principal comprador do nosso principal produto, o café. É fácil ver o tamanho da pancada por aqui, né?!

De qualquer forma, é importante que combinemos uma coisa: não é porque Getúlio Vargas assumiu e a
crise provocou queda do preço do café e dos nossos outros produtos agrícolas que nós deixamos de exportá-los,
ou que tais setores deixaram de ser econômica e politicamente importantes, ou mesmo que passamos a nos
industrializar da noite para o dia. As coisas não funcionam assim e você não pode cair nessa na prova!

É claro que os primeiros anos da década de 1930 trouxeram essas mudanças e tendências, mas você
inclusive vai perceber ao longo dos próximos parágrafos que tudo é um processo que caminha numa direção e,
inclusive, de forma combinada. Para fins de didática, vamos tratar de forma separada a mudança de modelo de
desenvolvimento e as realizações mais específicas dos Governos Vargas e Dutra, mas saiba que muitas de suas
ações inclusive conversaram com esta mudança de modelo.

A Crise de 1929 e o Processo de Substituição de Importações

Não é exagero dizer que o termo Processo de Substituição de Importações – PSI, tem 99% da chance de
aparecer na sua prova de economia brasileira, se esta cobrar questões que envolvem períodos anteriores a 1980.
É fundamental, portanto, entendermos a abrangência do conceito na nossa história econômica.

Um Processo de Substituição de Importações é exatamente o que a nomenclatura sugere: substituir as


importações, ou seja, passar a produzir internamente aquilo que antes era importado.

E por que este termo passa a aparecer com força justamente a partir de 1930? Bem, isso ocorre
fundamentalmente por dois fatores: a crise de 1929 e a mudança no comando político brasileiro, que até então
guiava a política econômica no modelo agroexportador – VOLTADO PARA FORA.

Você está careca de saber que as primeiras décadas do século XX tiveram como marca exatamente o auge
do modelo agroexportador, principalmente do café. Para você ter uma ideia da importância disso para a economia
brasileira aí vai um dado impactante: no ano de 1900, as exportações de café representaram 12,6% do PIB
brasileiro. DOZE POR CENTO de toda a riqueza produzida num país inteiro! E no início do século XX, os EUA já
eram nosso maior importador.

Apenas o parágrafo anterior já dá uma ideia bacana de como a exportação de café para os EUA era vital
para nossa economia, inclusive porque era a nossa principal forma de obtermos divisas para importação daqueles
bens (quase tudo) que não produzíamos, especialmente os manufaturados (industrializados, grosso modo).

Mas, ainda que você possa ter imaginado, o número que trazemos aqui não deixa de impressionar: o valor
total de café exportado no Mundo foi de US$ 445 milhões em 1929 e caiu para US$ 180 milhões em 1930 em virtude
da crise. Isso mesmo. Caiu para menos da metade. E nós éramos o principal exportador mundial do produto. A
cotação da saca de café chegou a cair 90% no auge da crise.

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E aqui é importante você ter em mente um termo muito utilizado pelos economistas que estudam a
industrialização brasileira e o PSI: deterioração dos termos de troca. Termo de troca é a razão entre os preços
daquilo que você exporta e do que você importa. E a Grande Depressão teve como um de seus impactos uma
deterioração dos termos de troca dos países agroexportadores. Ou seja, os produtos agrícolas perderam valor em
relação aos manufaturados. Se antes era preciso exportar 100 sacas de café para importar um trator, agora era
preciso exportar 200 sacas.

Já que falamos em deterioração dos termos de troca e estamos falando em industrialização por substituição de importações,
vale a pena lembrar dos teóricos que trouxeram esses temas ao debate da época e como estavam organizados. Foram os
pensadores da Comissão Econômica para a América Latina – CEPAL – que usaram tais termos com frequência no
desenvolvimento de seus trabalhos.

A CEPAL foi criada pela ONU em 1948 para “contribuir ao desenvolvimento econômico da América Latina, coordenar as ações
encaminhadas à sua promoção e reforçar as relações econômicas dos países entre si e com as outras nações do mundo”. Foi
o economista argentino Raul Prebisch que primeiro alertou para esta tendência de deterioração dos termos de troca em
prejuízo dos países da “periferia”, predominantemente agroexportadores.

Economista de vertente heterodoxa, o brasileiro Celso Furtado também foi um dos grandes expoentes do pensamento
cepalino. Também trabalharam na CEPAL nomes conhecidos como Fernando Henrique Cardoso e José Serra.

A CEPAL trazia diagnósticos e propostas de soluções para o desenvolvimento dos países da América Latina divergentes
daqueles princípios liberais, dominantes à época. No eixo central da sua teoria de desenvolvimento, estava exatamente a
proposta de intensificação da industrialização dos países periféricos através do processo de substituição de importações.

Então, é fácil ver que estávamos em apuros. E é exatamente aqui que o PSI passa a aparecer com mais
força, seja no debate, seja nas ações políticas, seja de forma automática mesmo, afinal, ao reduzir drasticamente
o valor das exportações, como haveria dinheiro para importar tudo que era importado? Essa restrição, escassez de
ouro, dólar, é chamada na linguagem econômica por vezes de “estrangulamento externo”.

É por isso que muito se discute entre os economistas se o Processo de Substituição de Importações foi algo
proposto e chefiado pelo novo governo ou se foi algo que simplesmente se impôs pela necessidade. O fato é que
isso não nos interessa para acertar questões de prova.

O que importa é que você saiba que o ganho de força da industrialização no país se deu por estes dois
fatores combinados. O quanto foi intencional não importa. Fato é que em 1930 passamos a ter um governo com
maior viés intervencionista/desenvolvimentista e a própria conjuntura internacional trouxe os incentivos para o
mesmo lado.

Mas e o processo de substituição de importações? Como é mesmo? É importante que você tenha em
mente que, mais do que uma ideia, uma teoria, é um PROCESSO, mesmo porque ele se coloca não apenas pela
vontade da política econômica, mas também pela restrição externa. Se você não consegue importar algo, é melhor
produzir internamente ou comprar de quem o produz por aqui, ainda que seja de menor qualidade ou de maior
preço.

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Logo, podemos dizer que o processo de substituição de importações coloca a economia num modelo de
desenvolvimento VOLTADO PARA DENTRO, onde a demanda interna pelos bens é o motor do próprio
amadurecimento do processo. E, mais do que isso, como todo processo, ele possui etapas.

Inicialmente, a economia deixa de importar e passa a produzir internamente aqueles bens cuja produção
é mais simples: os bens de consumo não durável, como alimentos, roupas, produtos de higiene etc. São bens cuja
estrutura produtiva não é tão complexa e a intensidade em capital não é tão grande.

Num segundo estágio do processo, a economia passaria a produzir os chamados bens de consumo
duráveis, como eletrodomésticos e automóveis. Estes bens de consumo já requerem, geralmente, maiores escala
e investimento.

Por fim, o processo de substituição de importações estaria completo quando a economia produzisse não
apenas tudo que é bem de consumo, mas também os próprios bens usados na produção dos outros, ou seja, os
bens de capital. São as máquinas e os equipamentos.

Vistas essas etapas, precisamos combinar uma coisa: NÃO é verdade que o processo de substituição de
importações reduz as importações ou a necessidade delas, a menos que a economia alcance com muito sucesso o
terceiro estágio. Se você pegar uma economia que produz carro, ela precisa de pneus. Se ela produz pneus, ela
precisa da borracha. E mais: mesmo que possua borracha e produza os pneus, a produção do carro demandará
tecnologia, maquinário, etc.

Portanto, grave uma coisa: o processo de substituição de importações não necessariamente reduz as
importações (valor total) como um todo: ELE MUDA A PAUTA DE IMPORTAÇÕES (muda o que é importado). A
ideia é passar cada vez mais a produzir o que agrega valor e adquirir aquilo que é necessário para a produção.
Ocorre que a coisa pode estar tão quente, que a economia esteja precisando importar ainda mais as máquinas e
os insumos. Isso aconteceu bastante no Brasil.

O PSI não necessariamente reduz as importações (valor total) como um todo: ele muda a pauta de
importações.

O Primeiro Governo Vargas (1930 – 1945)


Apesar de o primeiro Governo Getúlio Vargas ter sido bem maior que o segundo (15 anos contra 4), este
período mais longo não é muito cobrado em provas de concurso quanto às políticas de governo propriamente
ditas. De qualquer forma, vale a pena ficarmos atentos em alguns episódios marcantes deste período.

Como sabemos, Getúlio Vargas tomou o poder em 1930 num movimento de descontentamento em relação
aos rumos da política do “café com leite”, que vigorava no país desde a virada do século. Não que tenha havido
ruptura com a oligarquia do café, que seguiu influente na política do país, mas chegava ao poder novas ideias de
condução da política econômica e de modelo de desenvolvimento.
Basicamente, os 15 anos de governo de Getúlio são divididos em três períodos: de 1930 a 1934, o governo
provisório; de 1934 a 1937, o governo constitucional e de 1937 a 1945, o período em que Getúlio assumiu poderes
ditatoriais. Durante estes 15 anos, o PIB brasileiro cresceu aproximadamente 4% ao ano em média. Trata-se de

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um crescimento relativamente baixo, levando-se em conta os padrões da época, mas uma boa expansão se
levarmos em conta que de 1930 a 1945 nós tivemos os efeitos danosos da Grande Depressão e depois da II Guerra
Mundial.

Durante este longo governo, houve uma elevação significativa da participação da indústria no PIB, saindo de
aproximadamente 18% para mais de 24%. De qualquer forma, mais do que lembrar do crescimento e da
composição do PIB, é importante saber que a banca tende a focar nas realizações do governo Vargas. As principais
foram:

- Criação do Conselho Nacional do Café em 1931. Em 1933, passou a se chamar Departamento Nacional do
Café.

- Queima de aproximadamente 70 milhões de sacas de café em 1931;

- Criação do Departamento Administrativo do Serviço Público – DASP em 1938;

- Criação da Justiça do Trabalho em 1939;

- Criação da Companhia Siderúrgica Nacional – CSN em 1941;

- Criação da Companhia Vale do Rio Doce em 1942;

- Aprovação da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT em 1943;


- Criação da Superintendência da Moeda e do Crédito – SUMOC – em 1945.

Olhando para a lista acima, lembre daquilo que já tínhamos comentado: não há grandes rupturas! Uma
tendência a uma política mais industrializante não significa abandono ao setor cafeeiro. E para pensar: será que
seria possível governar na década de 1930 sem o apoio dos barões do café?! Pois é: o episódio da queima de café
em 1931 mostra um pouco desta relação com os cafeicultores, mas também faz algum sentido do ponto de vista
macroeconômica, uma vez que a destruição de parte da safra significava uma força para elevar o preço do café,
então muito baixo, e, com isso, ajudar na retomada econômica.

Outro entendimento que precisamos ter ao olharmos para as principais realizações do primeiro governo
Vargas é que o viés intervencionista e nacionalista cresce à medida em que Getúlio assume poderes ditatoriais. A
partir de 1937, foram criadas a Justiça do Trabalho, o DASP, a CSN, a VALE, a CLT e a SUMOC (uma espécie de
embrião de um Banco Central). Importante ressaltar que a gestão de Vargas também foi marcada por uma
ampliação e profissionalização da burocracia estatal, objetivo fundamental da criação do DASP.

Por fim, lembremos rapidamente de algumas contradições do governo Vargas para não cairmos em
“pegadinha” na prova. A primeira e mais famosa é a de que Getúlio Vargas “flertava” com o nazifascismo, mas
apoiou e lutou ao lado dos Aliados na II Guerra Mundial, muito pela dependência econômica junto aos EUA. Outra
contradição da época é que, embora tenha criado a Justiça do Trabalho e fortalecido os direitos trabalhistas, o
número de greves e de manifestações caiu muito nos anos 1930, especialmente a partir de 1937, quando o governo
passou a reprimir oposições e manifestações.

O Governo de Eurico Gaspar Dutra (1946 – 1950)


Essas contradições apresentadas combinadas com a vitória dos Aliados na Segunda Guerra deram força às
ideias liberais e democráticas enfraqueceram o governo autoritário de Vargas, que chamou eleições para o final
de 1945. E, embora o eleito tenha sido o candidato apoiado por Vargas, o general Eurico Gaspar Dutra, candidato

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do PSD, até pelo contexto internacional, o governo Dutra iniciou com uma política econômica ortodoxa, inclusive
com relaxamentos dos controles cambiais.

As políticas contracionistas surtiram efeito no combate à inflação, que caiu de 22% em 1946 para 2,7% em
1947 e 8% em 1948. Além da restrição monetária, o governo conseguiu, graças à redução do investimento público,
obter superávits nestes dois anos de queda da inflação.
No que diz respeito ao câmbio, o governo teve de rever os relaxamentos já em 1947, dadas as dificuldades
externas subestimadas (chamadas de ilusão monetária à época). Sobre estes controles cambiais e de importações,
seu objetivo principal era mitigar nosso desequilíbrio externo (escassez de divisas). Mas, ainda que o objetivo
fundamental fosse combater o desequilíbrio, fato é que a política de controles cambiais e de importações
imposta desde 1947 já vinha favorecendo muito o setor industrial, o que gerou o grande crescimento do PIB de
9,7% em 1948.

E o que mais é importante sabermos sobre este período do Governo Dutra é que a política econômica
teve uma guinada à heterodoxia a partir de 1949, com relaxamento fiscal e monetário, inclusive porque a
abundância de liquidez internacional esperada para o período pós-Guerra tinha sido superestimada pela equipe
econômica. O fato é que a substituição de Correa e Castro por Guilherme da Silveira no Ministério da Fazenda
marca uma inflexão da política econômica ortodoxa até então.

Em 1949 e 1950, então, além do afrouxamento monetário, ocorreram grandes déficits no orçamento público,
o que acabou por trazer inflação acima de 12% nos dois anos. Por outro lado, os estímulos ajudaram na expansão
do PIB, que cresceu 7,7% e 6,8%, respectivamente, em cima de uma base que já vinha elevada com o crescimento
de 1948.

No campo do planejamento econômico, houve uma tentativa com o Plano SALTE, uma tentativa de o Estado
coordenar investimentos nas áreas de saúde, alimentação, transporte e energia, e que previa investimentos para
os anos de 1949 a 1953. Sem contar com grandes fontes de financiamento, o plano não “vingou” durante o governo
Vargas e foi extinto por Café Filho.

O Segundo Governo Vargas (1951 – 1954) e o mandato de Café Filho (1954-1955)


Embora bem menor que o anterior, como vimos, este período da nossa história do segundo governo Vargas
é mais cobrado em provas de economia brasileira. Por vários motivos: mais recente, realizações, pelo desfecho
trágico e, fundamentalmente, porque, desta vez, Getúlio Vargas voltou ao governo eleito, ou, como ele mesmo
diz em sua Carta Testamento, “nos braços do povo”.

No campo macroeconômico, devido à herança de elevação da inflação e déficits públicos significativos


herdados da gestão anterior, o governo teve como concepção inicial políticas fiscal e monetária contracionistas a
fim de estabilizar a economia. Apesar de postas em práticas essas políticas restritivas, a inflação permaneceu em
1951 e 1952 nos níveis dos dois últimos anos do governo Dutra, ou seja, acima de 12%.

Também no aspecto cambial se teve um momento inicial parecido com o do Governo Dutra: uma tendência
à liberalização dos controles a importações, que teve de ser revista novamente pelos desequilíbrios na balança
comercial. Isso fez com que o Governo já no final de 1951 revisasse o “afrouxamento” na concessão de licenças
para importar.

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Somado ao controle quantitativo de importações, o governo criou o sistema de taxas múltiplas de câmbio,
tamanha era a crise cambial em meados do Governo Vargas. Tal medida não foi suficiente e, em outubro de 1953,
veio a famosa Instrução 70 da SUMOC (criada lá no primeiro governo Vargas, lembra?).

Pois bem: esta Instrução trouxe três grandes mudanças no sistema cambial do Brasil:

- o restabelecimento do monopólio cambial do Banco do Brasil;


- a extinção do controle quantitativo das importações e a instituição de leilões de câmbio; e

- para as exportações, substituição das taxas mistas por um sistema de bonificações incidentes sobre a taxa
oficial.
A “sacada” das taxas múltiplas de câmbio é que, simultaneamente, conseguiu-se substituir o controle
quantitativo de importações e, ao mesmo tempo, passou-se a selecionar as importações, deixando menos caros
aqueles produtos estrangeiros que eram essenciais, ao mesmo tempo em que se podia proteger a indústria
doméstica de concorrências que prejudicassem nosso processo de industrialização.

No campo do desenvolvimento, a Comissão Mista Brasil-Estados Unidos – CMBEU - iniciou suas atividades
em julho de 1951, com o objetivo de elaborar projetos concretos que deveriam ser financiados por instituições
internacionais. A CMBEU tinha sido constituída ainda em 1950, entre a eleição e a posse de Vargas, e tinha por trás
de si uma disposição dos EUA de ajudar com o programa de equipamento e expansão de setores de infraestrutura
básica que o governo brasileiro vinha insistindo e buscando recursos desde o final da II Guerra.

No entanto, os desequilíbrios externos numa conjunta econômica complicada e a eleição do Partido


Republicano nos EUA trouxeram o fim da CMBEU e a suspensão dos financiamentos. Veremos, entretanto, que
esta Comissão volta a ganhar importância mais à frente.

E MUITO IMPORTANTE: Foi neste segundo governo que Getúlio Vargas criou duas empresas que até
hoje são de grande importância para a economia brasileira: a Petrobrás e o Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico – BNDE, depois BNDES.
Identificado como gargalo da economia brasileira, o setor de infraestrutura também recebeu no governo
Vargas o Plano Nacional de Eletrificação e o Plano Nacional de Reaparelhamento Econômico (PNRE). Este último
previa investimentos em energia e transporte e tomava projetos e ideias elaboradas pela Comissão Mista Brasil-
EUA.

A conjuntura econômica adversa, as dificuldades em âmbito interno e externo e a polarização política


esquentou os ânimos e fez com que o Governo Vargas fizesse sinalizações ainda mais fortes no sentido de
conceder reajustes maiores de salário mínimo e ampliar direitos sociais e gastos públicos. Soma-se a isso o fato de
que houve sensível piora das contas externas e do equilíbrio interno em 1953 e 1954, com a inflação ultrapassando
20% nos dois anos. A forte reação do lado liberal-conservador tornou a pressão política insustentável para o
Presidente, que cometeu suicídio em 24 de agosto de 1954.
Há pouco que se possa destacar no campo econômico em relação aos 14 meses em que o vice de Getúlio,
João Fernandes Campos Café Filho esteve na presidência da república. De mais relevante, tem-se que o Ministro
da Fazenda Eugênio Gudin teve como principal objetivo a estabilização externa e principalmente da inflação, o
que o levou a uma política econômica fortemente ortodoxa, gerando ampla crise de liquidez, falências e
concordatas. A forte política restritiva somada à manutenção da taxa de câmbio valorizada trouxe o

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descontentamento inclusive dos cafeicultores e o Ministro acabou pedindo demissão ainda meses antes das
eleições que apontaram Juscelino Kubitschek como o novo Presidente da República.

O Governo Juscelino Kubitschek (1956 – 1961) e o Programa de Metas


Depois de anos politicamente muito conturbados e com adversidades econômicas, finalmente chegamos
aos “anos dourados de JK”. O presidente, da linha política de Getúlio Vargas, carregou ainda mais no
desenvolvimentismo e colocou em prática seu ambicioso plano de fazer a economia “crescer 50 anos em 5”.
Embora a partir daqui as cobranças de questões já aumentem, trata-se de um período fácil de estudar, já que
não tivemos mudanças de rumo e o Programa de Metas é tido como bem sucedido. Embora a economia não tenha
crescido com vigor no primeiro ano, 1956, principalmente devido a uma quebra de safra, quando o Plano “pegou
no tranco”, a partir de 1957, a economia cresceu respeitáveis 7,7%, 10,8%, 9,8% e 9,4%, respectivamente, até 1960.

Já no primeiro mês de governo, JK instituiu o Conselho de Desenvolvimento, que elaborou o Programa de


Metas. O Plano consistia em 30 objetivos (metas) distribuídos em 5 grandes áreas: energia, transporte, indústrias
de base, alimentação e educação. As áreas de energia e transporte receberam mais de 70% dos recursos,
exatamente de acordo com a linha que diagnosticava a fraca infraestrutura como o grande gargalo da economia
brasileira.

É importante você saber que as metas não foram 100% atingidas, mas a expansão projetada era tão
ambiciosa, que mesmo um alcance de 50% do previsto já significou um grande avanço. Outro detalhe do Plano é
que ele não previa inicialmente as fontes de financiamento, optando-se por solução ao longo da execução do
programa.

Na prática, o setor público é que financiou a maior parte do programa, sendo a inflação o principal, já que foi
consequência inevitável da expansão monetária que financiava o gasto público e do aumento do crédito, que
viabilizaria os investimentos privados. Afinal, como sabemos, não existe almoço grátis: a inflação dos anos JK
saltou para cerca de 25% ao ano em média.

No campo macroeconômico, a política cambial continuou sendo o instrumento mais ativo de política
econômica do g0verno. O sistema de taxas múltiplas de câmbio continuou e outra instrução da SUMOC, a de
número 113 trouxe a inovação de liberar a importação de bens de capital sem a utilização de divisas, o que garantiu
inclusive uma grande atração de capital estrangeiro.

Fato é que o processo de industrialização por substituição de importações andava de vento em popa e o
Programa de Metas contribuiu muito par tal. Entre 1952 e 1961 o valor adicionado pela indústria cresceu mais de
11% ao ano em média, com os anos JK ainda bem acima deste percentual médio. E, naquela questão que
comentamos dos estágios do processo, o setor produtor de bens de capital dobrou sua participação de 6% para
12%. Por outro lado, as exportações de café tiveram queda significativa de sua participação no PIB ao longo dos
anos JK, caindo de 4% para 2%, aproximadamente.

Os Governos Jânio Quadros e João Goulart (1961 a 1964) e o Plano Trienal


A eleição de 1960 deu a vitória a Jânio Quadros do Partido Trabalhista Nacional — PTN. A herança deixada
por JK de alta inflação e desequilíbrios externos levou Jânio Quadros a um pacote de medidas ortodoxas: uma forte
desvalorização cambial e a unificação do mercado de câmbio - realizada através da Instrução 204 da Sumoc -, a
redução do gasto público, política monetária contracionista e a redução dos subsídios ainda concedidos às
importações de petróleo e trigo.

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Este pacote, no entanto, não chegou a avançar pelo fato de haver ampla oposição no Congresso, formada
pelo PTB (de Getúlio) e pelo PSD (de JK). Jânio Quadros então renunciou em 1961 e, então, após movimentos
políticos de parte à parte, foi empossado o seu vice, João Goulart, do PTB, com poderes limitados e com viés bem
mais à esquerda.

De qualquer forma, ainda que com todo o “tumulto” político, o PIB cresceu em 1961 8,6%, embora muito
deste resultado se deva à maturação de investimentos do Programa de Metas. A inflação, no entanto, deu mais
um salto, saindo dos 30% de 1960 para mais de 47% em 1961.

Em 1963, então, já com o regime presidencialista retomado, João Goulart lançou o Plano Trienal,
encabeçado pelo economista Celso Furtado, então Ministro Extraordinário para Assuntos de Desenvolvimento
Econômico.

O Plano basicamente se dividia em dois eixos. No campo macroeconômico, o diagnóstico era


essencialmente ortodoxo: a inflação era resultado do excesso de demanda provocada especialmente pelo elevado
déficit público, de forma que se propunha correção de preços públicos defasados, corte de gastos, controle da
expansão do crédito ao setor privado e aumento da taxa compulsória sobre depósitos à vista.

No campo do desenvolvimento, tinha-se a marca heterodoxa: aprofundamento do processo de


industrialização por substituição de importações e reformas de base para ampliação da demanda interna. Essas
reformas de base consistiam essencialmente em políticas de reforma agrária e de outras políticas voltadas à
redistribuição de renda.
O diagnóstico macroeconômico ortodoxo e suas medidas não duraram muito, especialmente devido aos
anseios do Presidente. Já em abril de 1963 a política econômica deu uma guinada expansionista, sem bons
resultados para a retomada da atividade econômica, mas com descontrole das contas públicas e elevação da
inflação.

O Início do Regime Militar: governo de Castello Branco (1964-1967) e o PAEG


O Regime Militar iniciou com o Marechal Humberto Castello Branco na presidência da república. A política
econômica foi comandada por dois economistas de perfil ortodoxo: Roberto Campos no Ministério do
Planejamento e Octávio Bulhões no Ministério da Fazenda. O perfil dos ministros somada à situação de
desequilíbrios internos e externos em 1964 herdadas dos governos anteriores trouxe uma política
macroeconômica restritiva durante o Governo de Castello Branco.

Ao tomar posse, a nova equipe deparou-se com um estado de estagflação. O crescimento do PIB em 1963
tinha sido de apenas 0,6% ao passo que a inflação fechou o ano em 80%! Diante disso, o Ministro Roberto Campos
apresentou ao Presidente o seu diagnóstico formalizado no documento “A Crise Brasileira e Diretrizes de
Recuperação Econômica”. As diretrizes eram basicamente duas: lançamento de um plano de combate à inflação
e reformas na estrutura da economia.

O Plano para o combate à inflação foi o Programa de Ação Econômica do Governo, mais conhecido pela sua
sigla, PAEG. O diagnóstico de Campos para a inflação era de que “a responsabilidade primordial do processo
inflacionário cabe aos déficits governamentais e à contínua pressão salarial”. Diante disso, traçou-se metas
decrescentes para a taxa de inflação, sendo 70% em 1964, 25% em 1965 e 10% em 1966. Ou seja, era uma
estratégia de GRADUALISTA de combate à inflação.
As principais medidas do PAEG foram:

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- ajuste fiscal, com aumento da receita, através de elevações da arrecadação tributária e de tarifas públicas
e corte de despesas;

- taxas decrescentes de expansão dos meios de pagamentos (oferta de moeda);

- controle do crédito ao setor privado, de forma que crédito total ficaria limitado às mesmas taxas de
expansão referidas pelo item anterior; e
- maior austeridade na correção salarial.

No que diz respeito às reformas na estrutura, foram realizadas várias alterações e criações importantes para
o crescimento econômico vigoroso que viria a seguir. As principais medidas se deram nos campos financeiro e
tributário. Vejamos cada uma:

- criação do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço – FGTS – em substituição à estabilidade no emprego;

- reforma e modernização tributária, com início da arrecadação pela rede bancária, criação de tributos e
extinção de outros e com aumento da arrecadação global, além de maior concentração na União;

- reforma e modernização do sistema financeiro, com a criação do Conselho Monetário Nacional, do Banco
Central, do Sistema Financeiro de Habitação, além da regulamentação dos bancos de investimento.

- abertura financeira, com algumas regulamentações criadas para facilitar e atrair capital estrangeiro.
Entre 1964 e 1967, durante e como resultado das reformas, a economia se recuperou da recessão de 1963,
mas ainda longe de obter o crescimento almejado pelos militares. O crescimento anual médio do PIB ficou em
4,2%, ao passo que a inflação anual média foi de 45,5%, não tendo o PAEG atingido as metas estabelecidas para
as quedas graduais.
Também entre 1964 e 1967, a carga tributária subiu da casa dos 16% para a casa dos 19% do PIB, o que ajudou
a melhor o resultado primário, embora ainda seguisse negativo. As reformas e os ajustes realizados nos primeiros
anos de Regime Militar, no entanto, formariam condições, que foram muito bem aproveitadas, para o crescimento
vigoroso do período seguinte, o do Milagre Econômico.

Governos Costa e Silva (1967-1969) e Médici (1967-1974) e o Milagre Econômico


Essa é a parte mais bacana da aula. Não tem como não gostar de falar de um período em que crescemos mais
de ONZE por cento ao ano em média! É isso mesmo: entre 1968 e 1973, o PIB do Brasil avançou 11,1% ao ano em
média. É um crescimento acumulado de aproximadamente 87%. Ou seja, nosso PIB quase dobrou em dois anos.

E é de se esperar que um crescimento deste tamanho seja acompanhado de desequilíbrios em virtude da


forte expansão, certo? Mas aí é que está: ao mesmo tempo em que a economia cresceu a taxas chinesas, a inflação
caiu para abaixo dos 20% anuais em média (lembre que tinha sido de 45% no período do PAEG). E, além de tudo
isso, houve sensível melhora do saldo do balanço de pagamentos, que registrou superávits crescentes ao longo do
período.

Ora: crescimento médio na casa de 11% ao ano, inflação caindo para menos da metade e melhoria contínua
da situação externa. É uma MILAGRE! E essa foi exatamente a denominação para este conjunto de “notícias” boas
do período e que entrou para a história.

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O Milagre Econômico foi a combinação de forte crescimento econômico com queda da taxa da inflação e
balanço de pagamentos superavitário.

Durante o período conhecido como Milagre Econômico, estiveram na presidência da república os generais
Arthur da Costa e Silva e Emílio Garrastazu Médici. A política econômica, no entanto, não teve mudanças, já que
foi chefiada pelo Ministro da Fazenda Antônio Delfim Netto em todo o período.
Delfim manteve a política de combate gradual à inflação, mas trouxe duas mudanças fundamentais na
política econômica: controle da inflação passou a pririzar o componente de custos, invés do de demanda e muito
em consequência desta primeira mudança, conciliação do combate à inflação com políticas de incentivo ao
crescimento.

Então, no campo da política fiscal, Delfim seguiu perseguindo redução do déficit público e as políticas
salariais austeras do PAEG foram mantidas. Mas a política monetária teve drástica mudança a partir de 1967,
passando a ser expansiva. Para combater os efeitos da expansão monetária sobre a inflação, instituiu-se controle
de preços não apenas públicos, mas também de tarifas, câmbio e juros do crédito público.

Outro grande incentivo à forte retomada foi o Plano Estratégico de Desenvolvimento – PED, instituído em
1968, que estabeleceu as seguintes prioridades:
- combate gradual à inflação, mas sem a fixação de metas explícitas;

- fortalecimento das empresas privadas, buscando a retomada dos investimentos;

- a consolidação da infraestrutura, a cargo do governo; e

- a ampliação do mercado interno, visando a sustentação da demanda de bens de consumo, principalmente


dos duráveis.

No campo macroeconômico ainda se adotou minidesvalorizações cambiais a partir de 1968, evitando que a
inflação causasse valorização real do câmbio que viesse a prejudicar o saldo da balança comercial. Uma forma de
atingir o objetivo de investir em infraestrutura sem comprometer o resultado fiscal do governo foi através do
aumento da participação das empresas estatais, o que permitiu que o investimento ultrapassasse 20% do PIB
durante o Milagre, mas sem comprometer o resultado primário.
Lembremos ainda que o período do Milagre Econômico coincide também com a radicalização do
autoritarismo, marcado pelo famoso AI-5 (Ato Institucional nº 5), que suspendeu garantias constitucionais, fechou
o Congresso e cassou mandatos de opositores ao regime. Isso, ainda que indiretamente, favoreceu a obtenção do
“milagre”, uma vez que um regime autoritário favorece controle direto de preços e contenção de salários reais.

Além da questão política, vários fatores contribuíram para a combinação improvável de expressivo
crescimento com queda da inflação:

- a capacidade ociosa da economia, herdada do período anterior, de crescimento baixo;

- o controle do governo sobre preços e juros;


- a política salarial em vigor, com queda dos salários reais em sua maioria; e

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- a política agrícola de financiamentos públicos subsidiados e de isenções fiscais para a compra de


fertilizantes e tratores, o que contribuiu para expandir a produção e evitar pressões inflacionárias no setor base da
economia.

Também houve significativa melhora das contas externas, propiciada basicamente por:

- disponibilidade de liquidez a juros baixos no mercado externo, aliada ao apoio dos EUA ao projeto brasileiro;
- melhoria dos termos de troca, devido ao aumento dos preços das commodities; e

- a expansão do comércio mundial.

As exportações e as importações (mais ainda) cresceram muito no período – mais do que triplicaram -, mas
o saldo do BP seguiu melhorando principalmente devido ao grande fluxo de capital estrangeiro para o país. Isso
permitiu que fechássemos a “trinca” do milagre: crescimento, queda da inflação, e aumento das reservas
(superávits do BP).

Governo Geisel (1974 – 1979), Crise do Petróleo e o II PND


A partir de 1974, as coisas pioraram um pouco. E o motivo teve nome e sobrenome: Crise do Petróleo.
Para você ter uma ideia da nossa dependência do produto, o petróleo representava em 1973 e 1974 mais de
40% das nossas fontes de energia primária. E o pior, importávamos cerca de 80% do que consumíamos de
petróleo.

E o problema de depender de um produto é que você fica sem saída quando o preço sobe. E o preço subiu
muito: o preço do barril de petróleo mais do que QUADRUPLICOU entre 1972 e 1974. Esses novos preços
representaram um baque na nossa capacidade de importação do produto e, portanto, no nosso potencial de
crescimento.

Diante deste cenário, restou ao Brasil já no Governo de Ernesto Geisel e com o Ministro Mário Henrique
Simonsen basicamente duas alternativas: “aceitar” as dificuldades impostas e adequar o ritmo de crescimento à
nova realidade ou intensificar o desenvolvimento e o processo de industrialização mediante maior endividamento,
o que se chamou de ajuste estrutural, em oposição ao ajuste recessivo, que ocorreria caso se optasse pela primeira
possibilidade.
Esta opção pelo ajuste estrutural, com intensificação do processo de industrialização, foi possível muito em
virtude de uma ampla liquidez disponível no mercado internacional através dos chamados “petrodólares”. E faz
sentido, né?! O aumento abrupto do preço do petróleo gerou grande disponibilidade de capital nos países
exportadores do “ouro negro” e esta abundância de capital rumou para países em desenvolvimento que ofereciam
boas oportunidades e taxas atrativas de retorno à época.

De parte do governo, esta opção pelo ajuste estrutural (estímulo ao crescimento) foi configurada através do
famoso Segundo Plano Nacional de Desenvolvimento – II PND. O II PND era um ousado plano de investimentos
públicos e privados que, segundo ele mesmo, vinha para “cobrir a área de fronteira entre o subdesenvolvimento e
o desenvolvimento”. Repare na confiança! Rsrsrsrs

Os investimentos seriam direcionados para aqueles que o governo identificava como os pontos de
estrangulamento da economia brasileira: infraestrutura, bens de produção (bens de capital e insumos), energia e
exportação. O objetivo geral era avançar, consolidar e até completar o processo de industrialização por
substituição de importações, mitigando a dependência externa de nossa economia.

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De alguma forma, isso deu certo. Embora tenha sido um período de elevação do endividamento devido à
estratégia adotada, e ainda que não tenha sido o mesmo crescimento do período do Milagre, a economia avançou
6,7% ao ano em média entre 1974 e 1979, uma boa expansão tendo em vista a restrição imposta pelo choque do
petróleo. Também houve sensível redução da dependência de importações, sobretudo de insumos e de bens de
capital, outro grande objetivo do II PND. Quanto à inflação, esta esteve acima dos níveis do período do Milagre,
mas o governo conseguiu conter sua tendência de aceleração e esta fechou o quinquênio 1974-1978 em 37,8%.

Mas o ano de 1979 trouxe outra péssima notícia: o segundo choque do petróleo e novo aumento das
dificuldades. Mas, desta vez, a coisa era pior: já estávamos endividados e não mais havia ampla liquidez no
mercado internacional disposta a nos financiar. Estávamos prestes a entrar naquela que entrou para a história
como a “década perdida”.

Década de 80 até os dias mais recentes


II Choque do petróleo
O II choque do petróleo causado pela revolução no Irã e invasão do Iraque fez com que o preço do petróleo
aumentasse. Tal situação, juntamente com a alta da taxas internacionais, fez a dívida externa brasileira explodir.

Houve alta de preços (inflação de 80%), alta de juros (e da dívida) e piora nas relações de troca, com
agravamento do Balanço de Pagamentos. A prioridade brasileira, então, era combater a inflação com “choque
ortodoxo”. Não era controlar o desequilíbrio externo.

Neste contexto, assume Delfim Neto (1980), que realizou as seguintes medidas:

• Maxidesvalorização cambial de 30%

• Controle sobre as taxas de juros;

• Controle monetário e do crédito, exceto agricultura


• Reajustes das tarifas cobradas pelos serviços públicos

• Corte de gastos públicos


• Prefixação da correção monetária e cambial

• Nova legislação salarial (reajustes)

• Estímulo à captação externa

• Diminuição do protecionismo da economia nacional

Tais medidas obtiveram como resultados (1980): a aceleração inflacionária para 100% ao ano, a deterioração
das contas externas, ampliando a dívida e a perda de reservas, e a acentuação do processo especulativo devido à
desvalorização e à prefixação (perda de valor dos ativos financeiros e especulação com estoques e imóveis)

Os debates econômicos, então, passaram a considerar a dívida externa como a principal fonte do problema,
pois dela derivavam a transferência de recursos para o exterior, os juros elevados, a recessão, o desemprego, a
inflação e o déficit do setor público.

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No entanto, como vários países decretaram moratória (Argentina, Polônia, México), isto manchou a
imagem dos países em desenvolvimento, o impôs ao Brasil a necessidade de entrar na busca por superávits
externos.

Para conter a dívida externa no início da década de 80, foram adotadas as seguintes medidas: redução do
Déficit Público, aumento da taxa de juros interna e restrição do crédito, redução do salário real (reajuste menor
que a inflação), desvalorizar o cruzeiro, elevar os preços derivados do petróleo (desincentivar a importação) e
contenção de tarifas públicas p/ aumento da competitividade.

Tais medidas causaram recessão entre 1981 e 1983, com aceleração inflacionária. No entanto, houve
superávits externos. Este sucesso nas contas externas se deveu à recessão (queda nas importações e aumento das
exportações pelos incentivos) e ao II PND, que criou setores com competitividade externa.

Plano Cruzado (1986) – Governo Sarney:


Em 1986, com as contas externas controladas, o foco principal da política econômica foi o combate à
inflação, pois o diagnóstico é que se tratava de inflação inercial. Por isso, o Governo Sarney realizou o Plano
Cruzado, com a introdução do Cruzado, que substituiu o Cruzeiro, tentando manter um “choque neutro”, ou seja,
a mesma distribuição de renda do Cruzeiro.
Para isso, o governo estabeleceu: escala móvel (gatilho salarial), aci0nado quando inflação atingisse 20%;
preservação dos dissídios coletivos; congelamento de preços em 28/02/1986; a taxa de câmbio se tornou fixa;
aluguéis recompostos (média-pico); extinção da correção monetária sobre ativos financeiros. Tablita.
No entanto, o único resultado do plano foi a queda dos juros, o que levou à fuga de capitais e à deterioração
da situação externa.

Como resposta, o governo implementou dois subplanos, mas também sem sucesso, que foram:
Cruzadinho: Desaquecer o consumo cobrando mais impostos sobre a gasolina.

Cruzado II: Aumentar impostos e tarifas. Houve pressão da inflação e rompimento do controle de preços, o
que levou a volta da inflação, instabilidade financeira, fuga de capitais e moratória da dívida em fev. de 87.

Plano Bresser (1987)


Com o insucesso dos planos anteriores, o Governo Sarney nomeou como Ministro da Fazenda Luiz Carlos
Bresser Pereira, que elaborou um plano econômico, que considerou o contexto da introdução da expectativa de
congelamento de preços por parte dos agentes econômicos, a inflação alta e a deterioração das contas externas,
mas incorporava aprendizados do plano Cruzado (controlar a demanda após a estabilização, congelamento de
preços deve ser curto, etc).

O chamado Plano Bresser visava apenas deter a aceleração inflacionária, retirando o gatilho salarial e
reduzindo o déficit público. Era um plano de emergência.

Para tanto, foram adotadas as seguintes medidas: Congelamento de salários e preços por três meses;
desvalorização cambial e não congelamento da taxa de câmbio, mantendo as minidesvalorizações diárias;
aluguéis congelados no nível de preços de junho, sem nenhuma compensação; mudança da data do IPC para 15/06;
tablita com desvalorização de 15% ao mês e a criação da unidade referencial de preços (URP) que corrigiria o
salário dos três meses seguintes.

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No entanto, o reajuste da URP provocou arrocho salarial (inflação aumentava mais que os salários), o que fez
com a demanda caíssem e as vendas dos produtores desabassem. Com menores níveis salariais, houve pressão
por reposições salariais e a inflação voltou, o que praticamente acabou com o plano.

Além disso, o déficit Público não foi controlado pois os reajustes salariais, o aumento das taxas de juros e o
aumento dos subsídios para estatais, não permitiram que isso acontecesse. Como ponto positivo, cite-se que a
moratória foi suspensa.

Plano Verão (1989, Maílson)


Em 1989, Maílson da Nóbrega assume o Ministério da Fazenda e elabora o Plano Verão, com a idéia de fazer
o “arroz com feijão”: juros altos (para atrair capital externo) e cortes nos gastos públicos, redução no prazo de
recolhimento dos impostos (para aumentar a arrecadação), congelamento dos preços, ajuste dos salários pela
URP, para viabilizar a livre negociação; implantação do cruzado novo; desvalorização da moeda e retorno do
câmbio fixo.

No entanto, o Plano Verão também não foi bem sucedido. A literatura aponta como causas do insucesso o
fato de a Constituição Federal de 1988 ter aumentado os gastos da União e o custo da mão de obra, o aumento
das transferências de impostos para Estados e Municípios e o descontrole fiscal e monetário, o que fez com a
inflação acelerasse rapidamente (80% no último mês do Governo Sarney)

Plano Color (1990)


Em 1990, Fernando Collor de Mello assume a presidência da república e rapidamente elabora um plano
econômico. O contexto econômico apontava aumento nos déficits e no endividamento, juros altos, política fiscal
e monetária prisioneiras da rolagem da dívida interna.

De novidade, havia o diagnóstico que a liquidez dos haveres não monetários levava à excesso de demanda,
o que pressionava a inflação e à antecipação do consumo. Além disso, as operações de overnight dos Títulos
Públicos aumentava indexação.
Para combater esse quadro, a primeira tentativa de Collor (conhecido como Plano Collor I) de estabilizar a
economia teve como medidas: reforma monetária com sequestro de liquidez, reforma administrativa e fiscal,
congelamento de preços e desindexação dos salários, adoção do regime cambial flutuante, processo de
liberalização do comércio exterior (abertura comercial) e privatizações (criação do Plano Nacional de
Desesatização).
O confisco de Liquidez causou queda na atividade econômica (PIB retraiu 8%). Além disso, como os
mecanismos de criação de moeda não foram bloqueados, em pouco tempo (dois meses depois), os meios de
pagamento já haviam crescido novamente.

Durante a execução do plano, o congelamento de preços e salários foi relaxado, mas houve obtenção de
superávit primário de 1,2% do PIB.

No entanto, a guerra do golfo em 90 elevou o preço do petróleo, o que desvalorizou a moeda e alimentou
inflação, o que levou à elaboração de outro plano econômico (Collor II).

O plano Collor II implementou a substituição do overnight pelo Fundo de Aplicações Financeiras (FAF), a
substituição da remuneração baseada na inflação corrente pela baseada nas expectativas da inflação, a criação da

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Taxa Referencial, embutindo as expectativas futuras dos preços na inflação (perspectiva forward looking),
combinando isso com a redução dos gastos públicos, o que levou à recessão.

Em 1992, o país atingiu situação externa confortável já que a abertura comercial juntamente com o excesso
de liquidez internacional causou entrada de divisas no país.

Plano Real (1993)


Além da situação externa melhor, já que houve ampliação das reservas internacionais, as medidas fiscais
começaram a surtir efeito, o que equilibrou a situação fiscal do país. Era hora de o Brasil voltar sua atenção à
necessidade de combate à inflação inercial.

Para tanto, o governo elaborou o Plano Real. Um plano que seria dividido em três fases. Estas fases seriam:
equilíbrio das contas do governo (déficit como causa da inflação); criação de um padrão estável de valor – Unidade
Real de Valor (URV) e Emissão desse padrão de valor como nova moeda nacional – REAL.

A 1ª etapa do Plano Real foi implementada por meio do Programa de Ação Imediata (PAI), com a criação do
IPMF (Imposto sobre Movimentações Financeiras ) e do Fundo Social de Emergência, o saneamento dos bancos
federais, a adoção de políticas restritivas e o aperfeiçoamento do programa de privatizações.

A 2ª Etapa do Plano contou com um sistema de indexação diária e substituição parcial da moeda e criação
da URV com paridade de 1 para 1 com o dólar, assumindo o papel de unidade de conta (enquanto o Cruzeiro
permanecia apenas como meio de troca).
Já a 3ª etapa do Plano foi implantada em Junho de 1994 e consistiu na substituição da URV pelo Real. Vale
ressaltar que não houve congelamento de preços/salários, mas havia a necessidade de evitar choques de demanda
ou de custos, que pudesse pressionar a inflação.

Por isso, o governo adotou medidas monetárias e cambiais e evitassem o contágio inflacionário. Essas
medidas ficaram conhecidas como âncoras monetárias e cambial.

A Âncora Monetária consistiu na limitação das operações de crédito e depósito compulsório de 100% sobre
captações adicionais do sistema financeiro enquanto a âncora Cambial foi realizada pela atuação do Bacen, que
manteve câmbio flutuante. O câmbio se valorizou, segurando a inflação.

Como consequências do Plano Real, podemos citar: a rápida queda da inflação (de 40% para 3%/ mês), o
crescimento da demanda e da atividade econômica (previsibilidade incentivou o crédito) e déficit na Balança
Comercial (aumento das importações).
Com a crise Mexicana (1995), o Brasil impactou em bandas cambiais e, posteriormente, uma política
monetária de juros altos para atrair divisas (crise dos tigres asiáticos – 1997- e russa – 1998). Além disso, o governo
instituiu o Programa de Estímulo à Reestruturação Financeira e Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional
(PROER).
No entanto, as altas taxas de juros elevaram o montante gasto com o pagamento de juros, o que, combinado
com o aumento dos gastos previdenciários, levou a uma deterioração fiscal em 1998. Como desde 1997, a
economia desacelerava, o que pressionava o lado fiscal do governo, foi necessário entrar em acordo com o FMI
pelo ajuste fiscal, medida tomada em 1999.
Em conjunto com o ajuste fiscal, o governo consolidou o câmbio flutuante (o que levou à desvalorização
cambial) e adotou o sistema de metas de inflação.

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Uma surpresa positiva foi que a desvalorização do câmbio não alimentou a inflação, já que o momento era
de desaquecimento da economia, os cinco anos de estabilidade haviam mudado a mentalidade dos agentes
econômicos e houve manutenção de política monetária rígida, além do cumprimento “religioso” das metas fiscais
acertadas com o FMI e do sucesso da adoção do sistema de metas de inflação.

O fim do governo de Fernando Henrique Cardoso, no entanto, foi turbulento. Houve crise de energia interna,
retração econômica argentina, o que acabou contagiando o Brasil e os atentados de 11 de Setembro nos EUA, que
impuseram cautela e desconfiança aos investidores.

Durante os anos de 1999 a 2002, houve baixo crescimento da economia. As altas taxas de juros melhoraram
a Balança Comercial e o ajuste fiscal realizado desde 1999 deixou agentes econômicos mais otimistas.

Governo Lula (2003)


Em 2003, Luiz Inácio Lula da Silva assume o Brasil, com a desconfiança de empresários e investidores dad a
promessa de política econômica adotada na campanha eleitoral.

No entanto para surpresa dos agentes econômicos, o governo Lula deu continuidade ao “tripé econômico”:
flutuação cambial/metas de inflação/austeridade fiscal), escolheu um Banqueiro para presidente do BACEN
(Henrique Meirelles, do Bank of Boston), elevou a taxa de juros básica (SELIC) quando necessário, em
contraposição ao prometido na campanha eleitoral, promoveu aperto da meta de superávit primário (de 3,75%
para 4,25%) e corte de gastos públicos.
Além disso, o governo promoveu a renovação do acordo com o FMI até o final de 2004 e enviou ao Congresso
propostas de reforma tributária e previdenciária.
Com o Brasil fazendo o dever de casa, as condições internacionais favoráveis contribuíram para equilíbrio do
BP e aumento de reservas internacionais. Durante o período, o PIB cresceu a taxas expressivas, embora em ritmo
menor que países emergentes. Em 2007, houve inversão da dívida externa e da relação dívida/PIB.

O ano de 2008, no entanto, trouxe turbulências, pois foi o início do alastramento da crise americana para o
mundo. Na crise de 2008, o grau de investimento, o bom nível de reservas internacionais, o marco regulatório do
SFN e a política monetária favoreceram o Brasil.

Mesmo assim, a crise causou forte redução das exportações e da demanda agregada brasileiras. O governo
adotou políticas fiscal e monetária anticíclicas: redução do IPI, redução de juros, etc

A não dependência das contas externas, a inflação sob controle, a estabilidade política e o sistema financeiro
em boa situação permitiram ao Brasil passar pela crise.

Governo Dilma
Após derrotar o candidato do PSDB, José Serra, Dilma Rousseff assumiu o governo do país com a missão de
dar continuidade às conquistas de seu antecessor, Lula, e se tornou a primeira presidente mulher do Brasil.

A crise de 2008 fez com que alguns dos indicadores do país piorassem. Mesmo assim, Dilma recebeu o país
em 2011 com um Balanço de Pagamentos superavitário em 49,1 bilhões de dólares, uma dívida líquida do setor
público em 40,4% do PIB e uma inflação de 5,91%, que não foi tão sentida, em virtude do forte crescimento de
7,5% em 2010 da economia brasileira. A taxa básica de juros (taxa SELIC) fechou 2010 no valor de 10,66% ao ano.

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Em regra, todo primeiro ano de governo é ano de ajuste fiscal. Esse ajuste foi necessário em virtude dos
grandes gastos que o país teve de 2008 a 2010. A meta estimada de superávit primário para 2011 era de 3,1% do
PIB. Para cumprir esse ajuste, houve, nas palavras do governo, “medidas macro prudenciais”, que encareceram o
crédito ao consumidor.

Além disso, o consumo do governo cresceu 0,4% do PIB em 2011; o investimento da Administração Pública
teve queda real de 12% e o investimento das empresas estatais caiu 8,6%.

Note que, apesar do país ter cumprido a meta, houve crescimento das despesas com consumo (despesas que
o governo gasta com ele mesmo) e queda nos investimentos públicos (que permitem ao país expandir a capacidade
de produção). Em outras palavras, o governo cortou a “despesa boa” e aumentou a “ruim” em 0,4%. Esses 0,4%
parecem pouco, mas representaram, em 2011, R$ 1,65 bilhão.

Pois bem, é de se esperar que em ano de ajuste fiscal, o país cresça menos. Em 2011, o país cresceu apenas
2,7%. Esse baixo crescimento fez com que a arrecadação do governo caísse, o que forçou o governo a cortar mais
despesas.

Em que pese, a crise de 2008 ainda ter mantido estagnada a economia mundial, o Balanço de Pagamentos
brasileiros do final de 2011 apontou superávit de 58,6 bilhões de dólares.
Dilma iniciou 2012 com crescimento baixo e uma inflação elevada (6,5%, bem longe do centro da meta de
inflação, de 4,5%). Apesar do crescimento econômico ter sido baixo em 2011, o consumo total não arrefeceu,
continuou elevado. A pressão do alto consumo, aliado aos baixos investimentos, fizeram com que a inflação não
desacelerasse.
O ano de 2012 herdou todo esse cenário. Além disso, havia as preocupações com os efeitos da crise
internacional. Não se sabia se a demanda mundial desaceleraria a ponto de frear também a economia brasileira
ou se as exportações seriam afetadas, por exemplo.

Os conhecidos gargalos de infraestrutura do país pressionavam por mais investimentos. Os eventos


esportivos de 2014 e de 2016 necessitavam da atenção do governo e demandavam mais gastos públicos.

Como o crescimento em 2011 já tinha sido baixo, o governo promoveu desoneração fiscal de determinados
setores para incentivar os chamados “setores estratégicos da economia”. Essas desonerações custavam muito
caro ao governo, pois causava queda na arrecadação e muitos economistas afirmavam, à época, que os efeitos
dessas medidas expansionistas podiam não refletir no crescimento do PIB.

Foi em 2012, também, que houve a edição da Medida Provisória 579. Com essa MP, o governo mudou as
regras de concessões e remuneração de alguns setores. O governo “mudou a regra do jogo depois dele ter
começado” no setor elétrico, o que prejudicou a estabilidade dessa área da Economia e minou a credibilidade do
governo.

Havia um crescente questionamento quanto à capacidade do governo de continuar as conquistas de Lula e


o empresariado começou a desconfiar do governo. Aumentando essa desconfiança, o governo começou a represar
os preços dos combustíveis no Brasil. Enquanto todo o mundo pagava mais caro pelos combustíveis, o preço na
bomba brasileira não teve alteração. No entanto, essa medida custou alguns bilhões de dólares à Petrobrás.
A economia não respondia às medidas usadas pelo governo. Apesar da grande crítica dos economistas, o
Ministério da Fazenda preferiu continuar realizando desonerações fiscais, aumentando o crédito por meio dos

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bancos públicos, incrementando os repasses monetários e segurando as contas a pagar para inflar o resultado
primário.

A inflação não cedeu e o crescimento foi baixo. Os jornais internacionais chegaram a dizer que o Brasil
apresentava quadro de estagflação.

O crescimento em 2012 ficou apenas em 0,9%, parte devido à demanda externa mais fraca, parte devido à
ineficácia das ações do governo para dinamizar a economia. A inflação fechou o ano em 5,84%, com viés de alta.
Já o Balanço de Pagamentos fechou superavitário em 18,9 bilhões de dólares, mas bem abaixo do superávit do
ano anterior: a queda foi de 67.7%.
No ano de 2012, o que surpreendeu foi a Taxa Selic que, numa tentativa de incentivar o aquecimento da
atividade econômica, foi reduzida e caiu em outubro de 2012 para 7,25% a.a, o menor nível da história.

Em 2013, o que já estava ruim, desandou de vez. A economia patinava, patinava e não se erguia. A inflação
acelerou para 5,91%, os gastos do governo se elevaram e o país deixou de realizar o superávit primário. O balanço
de pagamentos teve, pela primeira vez em 12 anos, déficit (da ordem de US$ 5.926) e a taxa de juros voltou a subir.

Como vimos em aulas anteriores, a inflação é o aumento generalizado de preços. Os maiores responsáveis
pelo aumento do preço durante o ano de 2013 foram os itens da alimentação. Essa alta na alimentação prejudicou
os mais pobres, que usam uma maior parte de sua renda para o sustento.

O símbolo da inflação no ano de 2013, foi, sem dúvida, o tomate, que chegou a aumentar de preço em mais
de 150%. Tal fato rendeu boas piadas nas redes sociais.
No ano de 2013, o país cresceu apenas 2,3%. Enquanto o Brasil apresentou crescimento médio de 4% com
Lula, 2,3% com FHC e 5% com Itamar Franco, a média de crescimento dos três primeiros mandatos da presidente
Dilma foi de 2%. Considerando as taxas médias desde o governo Getúlio Vargas, essa taxa de 2% do governo Dilma
foi superior, apenas, ao crescimento médio verificado nos 3 anos do presidente Fernando Collor de Melo (-1,3%).

A queda dos juros em 2012 não se mostrou mais do que uma queda “superficial e utópica”, pois, em 2013, a
Selic fechou o ano em 9,9% (2,65 pontos percentuais a maior do que o nível de outubro de 2012) com viés de alta.

As críticas ao governo aumentaram. Jornais estrangeiros pediam a saída do Ministro da Fazenda. Além do
cenário econômico muito ruim, o governo iniciou uma maquiagem nas contas públicas, a chamada “contabilidade
criativa” ou “pedaladas fiscais” para esconder o crescimento do gasto público em 2012 e 2013 e “cumprir” as metas
de superávit primário exigido pela na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e previstos nas Leis de Diretrizes
Orçamentárias (LDOs) dos anos citados.

As pedaladas fiscais foram a forma que o governo encontrou para cumprir a meta de superávit primário. O
governo atrasava pagamentos para fornecedores, postergava subsídios para os bancos públicos e antecipava os
dividendos a serem recebidos das estatais.

Funcionava da seguinte forma: ao invés de pagar um fornecedor em Dezembro de 2013, o governo pagava
esse fornecedor só em 2014. Esse deslocamento da despesa dava uma “maquiada” na conta pública, pois,
pareceria que a despesa do governo foi menor em 2013, quando na verdade houve tão somente adiamento das
despesas.

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No lado das receitas havia algo parecido. Ao invés dos bancos públicos pagarem dividendos ao Governo
Federal só em 2014, havia a antecipação dessas receitas para 2013. Agindo assim, o governo conseguia inflar
(artificialmente, claro) as receitas do ano de 2013.

O ruim dessa prática, além de acabar com a credibilidade das contas públicas (o que um Ministro do TCU
chamou de “argentinização das contas públicas”) é que ela gera esqueletos. “Esqueleto” é um termo da Economia
utilizado para designar dívidas passadas que não foram contabilizadas, mas precisam ser pagas. Em outras
palavras, existe uma dívida que precisa ser paga, mas essa dívida não se encontra registrada oficialmente. Esse
tipo de efeito faz com que as estatísticas das contas públicas não sejam confiáveis, visto que os dados das dívidas
do governo não refletem o que existe na prática. Como a utilização das pedaladas fiscais continuou ocorrendo em
2014, o saldo final dos esqueletos chegou a mais de R$ 40 bilhões de reais.

Soma-se a isso os diversos preços represados da Economia: energia elétrica, combustíveis e outros. Esse
represamento chegou a tal ponto que, enquanto a inflação oficial girava em torno de 5,91%, a inflação
considerando os preços represados ficava acima de 7,5%.

O cenário econômico em 2013 foi tão ruim, que o ex-Ministro do TCU, José Jorge, durante a apreciação das
Contas do Presidente da República do ano de 2013, chegou a dizer em plenário:
“2013 é um ano para ser esquecido. Ou melhor, para ser lembrado, e nunca mais repetido. ”

Nesse mesmo ano, pela primeira vez desde a redemocratização, o TCU sinalizou a possibilidade de rejeitar
as Contas da Presidente da República, se não houvesse a correção das ressalvas feitas pelo Tribunal. Muitas dessas
ressalvas eram referentes à falta de contabilização de passivos da União. Ou seja, a União possuía um passivo, mas
não contabilizava. Essa prática maquiava o Balanço Geral da União, pois o BGU passava a não refletir com
fidedignidade a situação do país.

No ano de 2014, a economia brasileira continuou patinando, enquanto a economia mundial dava sinais de
retomada de crescimento, puxada principalmente por um 3º trimestre de crescimento de 3,2% dos Estados
Unidos.

A previsão de crescimento da China era de 7,4%, a da Índia, 5,6%, e a do México, 2,4%. O FMI estimava que
Colômbia, Chile e Peru crescessem 4,8%, 2% e 3,6%, respectivamente. Bolívia e Paraguai, 5,2% e 4%, pela ordem.
Enquanto isso, a projeção para o Brasil era de 1,4%.

O que ocorreu foi um surpreendente e amargo 0,1%, bem próximo de uma recessão. A inflação foi de 7,70%
(bem acima do centro da meta de 4,5% e acima, também, do limite superior da meta de inflação, de 6,5%).

Aliado a isso, após a eleição, o governo enviou um projeto ao Congresso Nacional para alteração da Lei de
Diretrizes Orçamentárias (LDO). A LDO é a lei que fixa, anualmente, alguns requisitos econômicos, dentre os quais
se encontra o superávit primário a ser perseguido para aquele ano. Frise-se que a LDO é de autoria do Poder
Executivo.
A LDO para 2014 previa um superávit primário de 1,9% do PIB. No entanto, com o fraco crescimento
afetando as receitas, as elevadas desonerações e a política econômica adotada, percebeu-se que não haveria
superávit primário naquele ano e o governo propôs uma alteração da LDO, de forma a evitar crime de
responsabilidade da Presidente da República. Após muita discussão no Congresso Nacional, a alteração foi
aprovada, mas ao país restou um déficit primário de 32.5 bilhões de reais.

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Questões comentadas pelos professores


1. CESPE – DPU – 2016)
A ausência de melhorias produtivas e tecnológicas na produção do açúcar brasileiro no final do século XVII
influenciou o declínio das exportações brasileiras desse produto, porém não foi o principal fator dessa queda.

RESOLUÇÃO:

De fato, a ausência de elevações de produtividade na produção do açúcar brasileiro em comparação a outros


países influenciou o declínio das exportações do Brasil.
Mas a principal causa desta queda foi a descoberta de ouro nas Minas Gerais no final do século XVII.

Este fato atraiu a atenção da Coroa e as minas passaram a concentrar a maior parte dos investimentos e do
interesse dos portugueses.

Foi nesta época que a produção de açúcar deixou de liderar a geração de riquezas no solo brasileiro.

Resposta: C

2. CESPE – IRB – 2003)

Contrariamente aos EUA, onde a dificuldade de importar manufaturas criou, desde cedo, a necessidade de
fomentar a produção interna, na economia açucareira no Brasil, o fluxo de renda se estabelecia entre a unidade
produtiva e o exterior, restringindo o crescimento do setor industrial.

RESOLUÇÃO:
Correto.

É uma questão de incentivos e uma relação de causa e efeito bastante natural e intuitiva.
Como havia uma baixa relação inicial de comércio dos Estados Unidos com o exterior, simplesmente por não
possuírem um produto de grande demanda externa como nós, para que pudessem consumir alguns produtos
manufaturados, aos norte-americanos só restou a fomentação da produção interna.

Por um longo período, essa não foi uma necessidade brasileira.


A economia açucareira e, depois, a cafeeira, gerava as divisas (ouro ou qualquer coisa que fosse aceita no
exterior) necessárias para que se pudesse realizar as importações.

De maneira geral, havia mesmo uma relação direta entre a unidade produtiva e o exterior, ou seja, entre a
fazenda açucareira e a produção externa.

Resposta: C

3. CESPE – IRB – 2003)

A análise do processo histórico de formação da economia brasileira é importante para o entendimento dos
problemas econômicos do Brasil. Com relação a esse assunto, julgue o seguinte item.

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A redução do preço dos alimentos e dos animais de transporte nas regiões vizinhas, decorrente da lucratividade
elevada e da mobilidade da empresa mineira, constituiu parte importante da irradiação dos benefícios econômicos
da mineração.

RESOLUÇÃO:

É exatamente o contrário!
O grande deslocamento de pessoas e recursos para as minas fez com que houvesse forte e rápida elevação
da demanda principalmente por alimentos e animais de transporte nas regiões vizinhas às minas.

E, como sabemos, forte elevação da demanda causa forte elevação dos preços, que gerou benefícios
econômicos para as cidades vizinhas, que justamente ofertavam alimentos e animais de transporte.

Resposta: E

4. CESPE – IRB – 2015)


A segunda metade do século XIX caracterizou-se pelo início da construção das estradas de ferro, pela imigração
estrangeira e pela fundação das casas bancárias, eventos impulsionados pela necessidade de atender ao
crescimento da economia cafeeira no Brasil.

RESOLUÇÃO:
Correto.

A expansão das exportações brasileiras, principalmente do café, nas décadas finais do século XIX fez com
que se fizessem necessários uma série de investimentos e modernizações na economia brasileira.

Junto esta necessidade, estava o fato de que estes foram anos de alto fluxo de investimentos na América
Latina, especialmente por parte de investidores ingleses.

Assim, surgiram as primeiras estradas de ferro no país com o objetivo de escoamento da produção, além da
fundação de casas bancárias para a canalização principalmente do capital cafeeiro.

Ainda no século XIX foi assinada pela princesa Isabel a Lei Áurea, que trouxe a abolição da escravatura.

A consequência disso foi um grande fluxo de imigrantes para o país para que a mão de obra escrava pudesse
ser substituída nos cafezais.

Resposta: C

5. CESPE – IRB – 2004)

Na visão de Celso Furtado, contrariamente ao que ocorreu no setor açucareiro, cujas decisões de produção e
comercialização eram dissociadas, na economia cafeeira, os interesses da produção e do comércio estiveram
entrelaçados em razão de a vanguarda do café ser formada por empreendedores com experiência comercial,
situação que permitiu ao país tirar proveito da expansão do comércio mundial.
RESOLUÇÃO:

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Entre os séculos XVIII e XIX, a economia açucareira passou a declinar e o Brasil viveu um período de
estrangulamento externo.

A perda de valor do açúcar criou um vazio no setor agroexportador que seria preenchido pelo café.

Dado que o Brasil possuía abundância de terras férteis e possibilidades com a mão de obra escrava, o café
surgia como uma grande oportunidade para a economia brasileira.
Neste sentido, empreendedores locais convergiram na decisão de produzir e exportar o produto.

Não que você precise ler a obra de Celso Furtado para o concurso. Pelo contrário, não recomendamos. O
tempo gasto com a leitura não compensará as poucas ou nenhuma questão na sua prova sobre a economia
brasileira antes de 1930.

Mas lá ele deixa claro esta questão de os grandes cafeicultores serem muito mais organizados e unidos pela
“causa”, principalmente quando comparados aos empreendedores açucareiros.

De qualquer fora, se você gosta do tema, este é o principal autor sobre a formação econômica do nosso país
e, depois de passar no concurso, recomendamos a leitura!

Resposta: C

6. CESPE – IRB – 2003)


No início do século XX, as exportações, ao viabilizar as importações que constituíam a base do consumo interno,
determinavam o ritmo de expansão da economia brasileira.

RESOLUÇÃO:

Correto.
A economia brasileira da época era basicamente agroexportadora, dependente especialmente do café.
Lembre: MODELO DE ECONOMIA VOLTADA PARA FORA.
Ora: se maior parte da renda era proporcionado pelas exportações de produtor primários, pode-se supor que
estas determinavam o ritmo da expansão da economia brasileira.

Isso porque eram as divisas geradas por estas exportações que davam ao país a capacidade de importar, seja
para atender a demanda interna, seja para formar capital.

Assim, reduções da demanda por exportações brasileiras representavam não apenas uma restrição à
capacidade de consumo interna, mas também à possibilidade de haver expansão de outros setores.

Resposta: C

7. CESPE – IRB – 2003)

O desenvolvimento da economia cafeeira no final do século XIX foi possível sem a existência de movimentos
demográficos, em virtude do acentuado crescimento populacional observado no conjunto dos estados que
compunham a região cafeeira.

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RESOLUÇÃO:

Errado!

A força de trabalho brasileira lá por 1850 era composta basicamente por uma massa de escravos.

A taxa de mortalidade dos escravos era superior à de natalidade, o que mostra condições de vida bastante
precárias para tal população, que já era inicialmente insuficiente nas lavouras de café.
A partir de então, houve dois grandes movimentos demográficos no Brasil.

O primeiro foi um tráfico interno de escravos das regiões de menor renda para as áreas produtoras de café.

O segundo e mais significativo foi a imigração europeia, subsidiada pelo governo, fato derivado
principalmente da abolição da escravatura.

Para você ter uma ideia da força deste movimento, o número de imigrantes europeus em São Paulo subiu de
13 mil em 1870 para 184 mil na década de 80, chegando a 609 mil em 1890.

Resposta: E

8. CESPE – DPU – 2016)


No período econômico subsequente à Primeira Guerra Mundial, a estrutura industrial que se desenvolveu no Brasil
era predominantemente formada por indústrias leves.
RESOLUÇÃO:

Correto. E nem poderia ser diferente, certo?

Nas primeiras décadas do século XX, a economia brasileira era predominantemente agrária.

Ainda que os investimentos tenham se elevado entre o fim da primeira guerra e a crise de 1929, não havia
sequer capacidade de instalação de indústrias mais pesadas no país. Estas só vieram a aparecer no Governo Vargas
e, principalmente, após a segunda grande guerra.
Pode-se destacar os seguintes setores no período mencionado pela questão, todos eles considerados
indústrias leves:

- indústria têxtil;

- indústria cervejeira;

- indústria moageira e;

- indústria açucareira.

Resposta: C

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9. CESPE – IRB – 2018)

A tendência à deterioração dos termos de troca afetou as economias latino-americanas durante todo o século XIX
em seu período agroexportador. Esse foi o motivo pelo qual o Brasil abandonou esse modelo na década de 30 do
século XX em prol de uma política industrial que favorecia bens com forte desempenho no mercado internacional.

RESOLUÇÃO:

Muito errado!
Durante algumas décadas do século XIX e durante as primeiras do século XX, os termos de troca estiveram
bastante vantajosos para um país de perfil agroexportador.

Ou seja, a tendência à deterioração dos termos de troca não afetou as economias latino-americanas durante
todo o século XIX em seu período agroexportador, simplesmente porque não houve esta tendência.

Esta deterioração ocorreu justamente a partir da crise de 1929 e a Grande Depressão.

E este foi justamente um grande motivo (propulsor) para que o Brasil abandonasse o modelo agroexportador
na década de 1930.
Aliás, especialmente o final do século XIX e o início do século XX foram períodos em que os termos de troca,
em média, estavam bastante vantajosos para os países agroexportadores.
Inclusive, este período marcou a famosa "Belle Époque" argentina, quando o país se tornou mundialmente
famoso por sua riqueza.

Resposta: E

10. CESPE – IRB – 2015)


Foi fator decisivo na recuperação da economia brasileira a partir de 1933, após grave crise, a opção do governo de
Getúlio Vargas de adotar uma política de caráter ortodoxo, com a contração dos gastos públicos, a redução da
emissão de moeda e o abandono da defesa do setor cafeeiro.
RESOLUÇÃO:
É o contrário!

O governo de Getúlio Vargas caracterizou-se justamente pelo surgimento das políticas desenvolvimentistas
por parte do Estado brasileiro.

Antes mesmo da publicação da Teoria Geral de Keynes, que foi um marco em favor da adoção de políticas
anticíclicas, sua adoção pelo governo de Vargas foi um fator decisivo na recuperação da economia brasileira.

Isso porque o governo adotou uma política de caráter heterodoxo, isto é, aumentou os gastos públicos e a
emissão de moeda.

O grande marco do período, aliás, foi o aumento dos gastos na compra do excesso do café produzido pelo
Brasil num período em que a demanda por este período se encontrava muito baixa devido à grande depressão.

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Prova desta participação do governo através do aumento de gastos foi o episódio que ficou conhecido como
“queima do café”, quando o governo promoveu a compra e a queima de aproximadamente 20 milhões de sacas
em resposta à queda do preço no mercado internacional.

Resposta: E

11.CESPE – DPU – 2016)


A resposta do governo brasileiro à depressão no mercado mundial do café consistiu na diversificação da pauta
exportadora, que se baseou, sobretudo, no açúcar e nos minérios.
RESOLUÇÃO:
Errado!

Primeiro porque o governo brasileiro insistiu em políticas de proteção ao preço do café e na insistência de
manter este produto como o principal gerador de divisas internacionais (moeda estrangeira forte) para a economia
brasileira.

Além disso, é justamente da Grande Depressão que surgem os primeiros incentivos do governo ao processo
de substituição das importações.

A partir dos anos 1930, a economia brasileira passa, aos poucos, a “se voltar para dentro”, com uma
industrialização crescente, que segue até os anos 1980.

Resposta: E

12. CESPE – ABIN – 2018)

Um dos efeitos da depressão mundial na economia brasileira, nos anos 30 do século passado, foi a deterioração
das relações de troca de produtos brasileiros no mercado internacional, isto é, o aumento nos preços dos produtos
exportados e a queda nos preços dos produtos importados pelo Brasil.
RESOLUÇÃO:
Aqui o erro é conceitual.

Uma deterioração dos termos de troca é uma piora deles.


Ou seja: é o aumento nos preços dos produtos IMPORTADOS e a queda dos preços dos produtos
EXPORTADOS.

Em outras palavras: recebemos menos pelo que vendemos e pagamos mais pelo que compramos.

Em se tratando de balança comercial e necessidade de moeda estrangeira para importar, a capacidade de


importação cai muito.

Resposta: E

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13.CESPE – IRB – 2004)


O modelo agroexportador que predominou na economia brasileira durante o período 1900-1930 caracterizou-se
pela existência de taxas elevadas de crescimento populacional, decorrente dos fluxos migratórios, e de taxas
baixas de crescimento e volatilidade da produção.

RESOLUÇÃO:

Quanto à população, está correto.


A população praticamente dobrou em 30 anos, saindo de 17,4 milhões em 1900 para aproximadamente 35
milhões em 1930.

Mas a afirmação “erra” ao tratar da produção.

Embora não se tenha dados precisos, estimativas dão conta de que o PIB brasileiro, em termos reais, claro,
aproximadamente triplicou entre 1900 e 1930.

Isso permitiu que o PIB real per capita crescesse mais do que 50% no período.

Por fim: tudo isso se deu com elevada volatilidade, marca de um modelo agroexportador, que naturalmente,
depende muito do “humor” da economia internacional.

Resposta: E

14. CESPE – ANTAQ – 2009)


O acúmulo de saldos positivos na balança comercial brasileira, no início dos anos 40 do século passado, resultante
da situação criada pela Segunda Guerra Mundial, foi essencial para o processo de industrialização brasileiro.

RESOLUÇÃO:
De fato, a balança comercial brasileira foi superavitária na maior parte dos anos 1940.

Ocorre que estes superávits não foram suficientes para gerar saldos positivos significativos no balanço de
pagamentos durante o período.
O processo de industrialização brasileiro se deu muito em virtude do estrangulamento externo da economia
brasileira.

Ou seja, como havia uma reduzida capacidade de importar desde a grande depressão, o processo de
substituição de importações surgiu como uma alternativa e, ao mesmo tempo, uma necessidade à economia
brasileira.
O movimento, aos poucos, claro, foi de passarmos a produzir internamente aquilo que antes importávamos,
e neste sentido, a balança comercial atuava muito mais como um limitador do que como algo propulsor para o
processo de industrialização brasileiro.

Resposta: E

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15.CESPE – ANTT – 2013)


A industrialização brasileira sustentou-se, inicialmente, nos mercados urbanos, que se formaram a partir da
produção de bens duráveis, com alta relação capital-produto, antes importados. O processo se deu em função da
acumulação de capital e não pela demanda de bens de consumo, para isso contribuindo a produção e exportação
agrícolas, o que está em consonância com a hipótese cepalina, da suficiência do mercado interno para a
industrialização, dadas a renda gerada e a riqueza acumulada no meio rural.
RESOLUÇÃO:

Vários erros!

Primeiro: a industrialização brasileira se sustentou inicialmente na produção de bens não duráveis,


justamente porque este é o tipo inicial de indústria em termos tecnológicos e de baixa relação capital-produto.

É mais fácil produzir roupas do que carros, certo?

A produção de bens não duráveis é o primeiro estágio de uma indústria nacional e isso não ocorreu apenas
no Brasil.
Além disso, o item ainda erra ao supor que o processo de industrialização se deu pela acumulação de capital
e não pela demanda por bens de consumo.
Acúmulo de capital no Brasil dos anos 1930? Claro que não!

É o contrário: a crise de 1929 provocou uma queda brusca na capacidade de importar do Brasil e a
intensificação do processo de industrialização se deu muito menos pela acumulação de capital e muito mais pela
necessidade de suprir a demanda interna.

Resposta: E

16. CESPE – MPU – 2013)

A industrialização substitutiva de importações e o processo de urbanização resultaram em mudanças estruturais


de natureza econômica e social no cenário nacional. À luz de tal consideração, julgue o próximo item. Entre as
mudanças estruturais está o grau de participação no PIB: o setor agrícola registrou aumento superior ao do setor
industrial.

RESOLUÇÃO:

O processo de substituição de importações é basicamente a iniciativa de produzir internamente aquilo que


era majoritariamente importado do exterior.

Nas primeiras décadas do século XX, o Brasil era uma economia basicamente agroexportadora, de forma que
a grande maioria dos produtos industrializados aqui consumidos eram importados.

Ora: se, no período seguinte, estamos produzindo aquilo que antes importávamos, então a tendência é de
que o setor industrial tenha aumentado a sua participação a taxas maiores que o setor agrícola.
A introdução da questão inclusive deixa isso claro ao mencionar o processo de urbanização.

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Note que a questão não traz dados: ela traz uma ideia geral que PRECISAMOS ter para enfrentar questões
de economia brasileira.

Resposta: E

17.CESPE – DPU – 2016)


O crescimento da produção industrial ocorrido no período de substituição de importações foi sustentado,
principalmente, pela necessidade de atendimento do excesso de demanda ocorrido no mercado europeu.

RESOLUÇÃO:
Errado!

Lembre sempre que os anos 1930, 1940 e 1950 marcam os períodos da grande depressão, da preparação e
da recuperação da segunda guerra.
E claro que este não foi um período de excesso de demanda no mercado europeu, sobretudo por produtos
industrializados.

O processo de substituição de importações diz respeito exatamente ao início da produção local de produtos
que eram anteriormente importados.

Logo, este processo visava basicamente a atender a demanda interna da economia brasileira.
E este é um dos conceitos “chave” que você precisa gravar: o processo de substituição de importações é um
processo “voltado para dentro”! Ou seja, na medida do possível, seria uma industrialização puxada pelas próprias
forças internas da economia.

Resposta: E

18. CESPE – IRB – 2017)

O processo de industrialização por substituição de importações não significava simplesmente a troca de produtos
importados por seus equivalentes produzidos nacionalmente, eliminando as importações, mas implicava também
a mudança na pauta das importações, a qual ocorria não só em um setor da pirâmide produtiva, mas em vários
níveis simultaneamente, a fim de tentar fugir de desequilíbrios da cadeia produtiva.
RESOLUÇÃO:

Está correto!

Essa questão vai bem ao encontro daquela ideia que fizemos questão de frisar: não há cortes, grandes
rupturas ou marcos temporais em que tudo começa ou tudo termina.
Além disso: como a própria nomenclatura sugere, trata-se de um processo de industrialização por
substituição de importações.

E este processo não significa deixar de importar simples e bruscamente, mas sobretudo na mudança da pauta
de importações.

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Ou seja: se eu já consigo produzir pneus, deixo de importa-los, mas sigo precisando importar borracha, por
exemplo. Se eu já consigo produzir determinada roupa, deixo de importa-la, mas ainda preciso importar
determinado tecido.

Resposta: C

19. CESPE – IRB – 2017)

Simultaneamente à industrialização mais forte a partir de 1930, o estabelecimento da nova legislação trabalhista
a partir de 1939, com o estabelecimento da justiça do trabalho, favoreceu a formação de sindicatos e a cooperação
entre eles, com a consequente ocorrência de greves, que frequentemente forçavam a negociação salarial entre
patrões e empregados, especialmente no período da Segunda Guerra Mundial.

RESOLUÇÃO:
Errado!
Pode parecer contraditório, mas o número de greves caiu muito a partir de 1930.

E as greves perderam ainda mais força em 1937, quando Getúlio Vargas implementou o Estado Novo,
assumindo poderes ditatoriais.

Desde então, o governo passou a reprimir ainda mais fortemente manifestações e oposições.
Resposta: E

20. CESPE – IRB – 2017)


O Brasil tinha indústrias tradicionais no começo do século XX, as quais, dado seu baixo nível de produtividade,
eram insuficientes para dar à atividade interna um dinamismo próprio, motivando o modelo de desenvolvimento
então vigente como “voltado para fora”.

RESOLUÇÃO:
Correto!
É muito forte na literatura de economia brasileira que o Brasil atuava num modelo de desenvolvimento
voltado para fora até os anos 1930.
Foi justamente neste período que, segundo Celso Furtado, ocorreu mais fortemente o deslocamento do
"eixo dinâmico" da economia brasileira.

Até então, de fato, o baixo nível de produtividade da indústria brasileira, sua baixa capacidade de agregar
valor e, portanto, de demandar recursos internos não permitia que houvesse aqui um dinamismo próprio.
Predominavam pequenas indústrias de bens de consumo não duráveis, ocupando sobretudo o espaço de
beneficiamento de matérias-primas.

Resposta: C

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21. CESPE – IRB – 2017)

Até 1930, a economia brasileira era essencialmente agroexportadora, tendo o café como seu principal produto.
RESOLUÇÃO:

Tranquilo, né?!

Essa afirmação resume bem em uma frase como era a economia brasileira até 1930.

Modelo agroexportador com o café como carro-chefe.


Apenas para que você tenha uma ideia da importância do café na economia brasileira, em 1915 o Brasil era
responsável por mais de 70% das exportações de café no Mundo.

Resposta: C

22. CESPE – ABIN – 2018)

Após a Segunda Guerra Mundial, a política econômica brasileira visou incrementar as taxas de crescimento
econômico e evitar manter a dependência da exportação de produtos primários.
RESOLUÇÃO:

É isso!
Vai na mesma linha da questão anterior.

E mais: note que esta afirmativa estaria certa para todos os períodos entre 1930 e 1980 e não apenas para os
anos imediatamente após a Segunda Guerra.

Resposta: C

23.CESPE – SLU/DF – 2019)


O processo de industrialização por substituição de importações, ao usar o protecionismo contra importações e a
resultante reserva de mercado, trouxe preços elevados aos consumidores de bens envolvidos no processo.

RESOLUÇÃO:
Este é um dos problemas do processo de industrialização por substituição de importações, que significa,
resumidamente, induzir a produção interna daquilo que antes era importado.

Ocorre que esta indução se dá principalmente pela proteção da concorrência externa, através de barreiras à
importação, e da concorrência interna, com medidas de reserva de mercado, por exemplo.

Claro que isso incentiva a industrialização. Só que o processo de proteção também evita a parte boa da
competição, que é exatamente os ganhos de produtividade necessários para se manter no mercado e a ausência
de substitutos que possam diminuir a demanda por um bem que está muito caro.
Resposta: C

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24. CESPE – IRB – 2015)

Nos anos 50 do século XX, o governo de Getúlio Vargas apresentou uma política industrializante que mostrou sua
força com três programas: o Plano Nacional de Reaparelhamento Econômico (PNRE), o Plano Nacional de
Eletrificação e o projeto de criação da PETROBRAS. O PNRE previa investimentos nos setores de energia e
transporte, bem como incorporava projetos elaborados pela Comissão Mista Brasil–EUA.

RESOLUÇÃO:
Correto!

O segundo governo de Vargas (1951-1954) foi marcado por uma política industrializante fortemente puxado
pelo Estado.

Foram criados o BNDE (depois BNDES) e a Petrobrás e instituídos o Plano Nacional de Reaparelhamento
Econômico e o Plano Nacional de Eletrificação.

Quanto ao PNRE, também conhecido como Plano Lafer (Horácio Lafer era o Ministro da Fazendo na época),
ressaltamos que ele é pouco cobrado, mas, de fato, previa investimentos em energia e transporte e tomava
projetos e ideias elaboradas pela Comissão Mista Brasil-EUA, idealizada em 1950 e instalada em julho de 1951.

Resposta: C

25.CESPE – ABIN – 2018)


O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) foi criado na década de 50 do século passado
para analisar os projetos de empréstimos de longo prazo ao setor privado e eliminar os pontos de estrangulamento
apontados no Plano de Metas de Juscelino Kubitschek.
RESOLUÇÃO:

Errado!

O BNDES (então BNDE) foi mesmo criado na década de 1950 e a finalidade está descrita corretamente pela
questão, mas não foi no governo JK a sua criação.
O Banco foi criado ainda em 1952, durante o segundo governo de Getúlio Vargas.

Resposta: E

26. CESPE – SLU/DF – 2019)

Durante a década de 50 do século XX, percebe-se redução de mais de 50% na participação dos bens de capital na
pauta de produção industrial nacional, reforçada pelo Plano de Metas do governo Kubitschek.

RESOLUÇÃO:
Errado, claro!

Essa é mais uma prova daquilo que já comentamos algumas vezes.

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Para uma prova de economia brasileira, entenda que nem sempre (raramente) vamos ter o dado exato na
cabeça, mas a questão pode ser acertada com um raciocínio mais abrangente; às vezes apenas bom senso já basta!

Essa questão é um exemplo bem claro disso!

Não é minimamente razoável supor que a participação de bens de capital na pauta da produção industrial
tenha caído na década de 1950 porque justamente este foi um período de vigoroso crescimento econômico
comandado por um governo que tinha por objetivo exatamente o fortalecimento do processo de industrialização
do país.

Nos anos 1950, tivemos o governo Getúlio Vargas e o Governo JK, ambos com viés bastante
desenvolvimentista.

E quando uma economia está se desenvolvendo rapidamente, o movimento é exatamente o contrário do


que propõe a questão: a produção de bens de capital tem sua participação elevada na pauta industrial exatamente
porque os bens de capital são um estágio mais avançado da produção industrial. Ex.: produção de máquinas para
produzir outros bens.

Embora não se tenha um dado preciso sobre o avanço da participação dos bens de capital na pauta industrial
na década de 1950, é consenso entre os economistas da época que ela aumentou significativamente, portanto,
estando muito longe da queda acentuada proposta pela assertiva.

Resposta: E

27.CESPE – ABIN – 2018)


A década de 50 do século passado foi pródiga na elaboração de planos para estimular diversos setores econômicos
e a infraestrutura em geral, criando-se as bases da industrialização do país.

RESOLUÇÃO:
Certo!

Lembre sempre que, à época, tinha-se o Estado como carro-chefe do desenvolvimento econômico,
conduzindo-o, planejando-o e coordenando-o.

Assim, era rotineira a criação de planos governamentais que visavam estimular setores econômicos
específicos, além da própria ampliação da infraestrutura.
O maior destaque foi o Plano de Metas de JK, lançado na segunda metade da década.

Trata-se do famoso plano que faria o Brasil crescer "50 anos em 5".

Resposta: E

28. CESPE – SE/DF – 2017)

Ao longo do governo JK, o setor agropecuário perdeu espaço para o setor industrial, em decorrência de fatores
como a intensificação do processo de substituição de importações.
RESOLUÇÃO:

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Correto!

A ideia do governo JK era exatamente esta e foi posta em prática.

O objetivo era justamente acelerar o processo de industrialização e fazer o Brasil "crescer 50 anos em 5".

Em 1955, ano anterior à posse de JK, o setor agropecuário respondia por 24,3% do PIB brasileiro, contra
24,1% da indústria.
Ao longo da execução do Programa de Metas, isso mudou radicalmente.

Em 1961, a participação do setor agropecuário havia caído para 17,8% do PIB, contra 32,2% da indústria.

Resposta: C

29. CESPE – SE/DF – 2017)

O programa de metas de JK, que marcou o início do período chamado Milagre Econômico, contemplava
investimentos nas áreas de energia, transporte, indústrias de base, alimentação e educação, tendo a inflação como
seu principal mecanismo de financiamento.
RESOLUÇÃO:

O erro aqui é temporal.

As áreas contempladas pelos investimentos estão corretas.


Também é verdade que o Programa de Metas teve muito de seu financiamento pela emissão monetária, ou
seja, inflação em última análise.

Mas está errado ligá-lo ao “Milagre Econômico”.

O período conhecido como Milagre Econômico se deu entre 1968 e 1973.


Ou seja, há um intervalo de 7 anos entre o início do “milagre” e o final do governo JK.

Resposta: E

30. CESPE – IRB – 2016)


O pensamento desenvolvimentista estava fortemente presente no Plano de Metas de Juscelino Kubitschek,
especialmente no que concerne ao planejamento econômico.

RESOLUÇÃO:

Certo! Praticamente todo o período que vai de 1930 a 1980 é marcado pela dominância do pensamento
desenvolvimentista no Brasil.

Mas se há um ápice da aplicação deste pensamento, este é o Plano de Metas do governo JK. O Plano de
Metas foi a mais completa da ideia de o Estado ser o indutor do crescimento econômico através de planejamento
centralizado e investimentos públicos pesados.

Resposta: C

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31.CESPE – TCE/PA – 2016)


O Plano de Metas do governo de Juscelino Kubitschek de Oliveira constituiu um esforço bem-sucedido de
industrialização substitutiva de importações, porém propiciou o surgimento de um processo inflacionário
subsequente.

RESOLUÇÃO:
Correto!

Isso é o que devemos guardar de mais importante do Plano de Metas e do governo JK

Foi marcado exatamente pela grande expansão econômica e relativamente baixa preocupação com inflação
e endividamento.

Sempre lembrando que JK prometia fazer a economia brasileira crescer 50 anos em apenas 5.

É fácil ver que o combate à inflação não era prioridade.

O Plano se concentrava basicamente nos estímulos à produção industrial, através de pesados investimentos
em energia e transportes.

O custo de toda esta expansão em termos inflacionários é bem visível quando olhamos para os dados da
época.

A inflação, que foi de cerca de 12% em 1957 e 1958, ultrapassou os 30% em 1959 e 1961 e chegou a mais de
50% no ano seguinte.
Resposta: C

32.CESPE – TCE/SC – 2016)


A execução do Plano de Metas de Juscelino Kubitschek deu-se por diversos incentivos, como, por exemplo, o
sistema de múltiplas taxas de câmbio, em que as taxas cambiais eram valorizadas para exportação e
desvalorizadas para importação, a fim de dar curso ao processo de industrialização.
RESOLUÇÃO:

Muito erro numa questão só!

Primeiro, vamos lembrar que o sistema de múltiplas taxas de câmbio foi criado em 1953, ainda durante o
governo de Getúlio Vargas, com a famosa Instrução 70 da SUMOC - Superintendência da Moeda e do Crédito.
O Plano de Metas de JK apenas manteve este sistema de taxas múltiplas.

Agora, o principal erro da questão vai além das datas: a banca propõe que “as taxas cambiais eram
valorizadas para exportação e desvalorizadas para importação”. É o contrário!

Para as exportações, dependendo do produto para o qual se queria estimular a venda ao exterior, havia um
bônus. Ou seja, pagava-se a taxa fixa de, por exemplo, 18 cruzeiros por dólar e mais um bônus de 10 cruzeiros, por
exemplo.

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Para importar, a valorização cambial dependia de o quanto o produto era importante para o processo de
industrialização.

Resposta: E

33.CESPE – DPU – 2016)


Os aspectos que favoreceram a implantação do plano de metas incluem a oferta abundante de energia para o setor
produtivo.

RESOLUÇÃO:
Absolutamente errado!

O diagnóstico do governo JK era justamente no sentido de que o setor energético era um gargalo de nosso
desenvolvimento.
E é justamente por isso que mais de 70% dos recursos do Plano foram aplicados exatamente em
infraestrutura (energia e transporte).

Resposta: E

34. CESPE – IRB – 2015)

O Plano de Metas adotado no governo de Juscelino Kubitschek consistiu em um plano de trinta metas para
responder às tensões que a economia estava vivendo, com o intuito de superar alguns estrangulamentos vividos
nos setores de energia e transporte, bem como de desenvolver a indústria de base e de bens intermediários.
RESOLUÇÃO:

É exatamente isso!

O Plano do governo Juscelino Kubitschek de crescer “50 anos em 5”, era baseado no impulso que a economia
daria através do Plano de Metas.
Tratava-se de um ambicioso plano de investimentos nos setores considerados estratégicos para o
desenvolvimento da economia brasileira.

As 30 metas específicas foram divididas em cinco grandes áreas: energia, transporte, indústrias de base,
alimentação e educação.

Resposta: C

35. CESPE – MPU – 2013)


A comissão mista Brasil/Estados Unidos, que atuou no período entre 1951 e 1953, elaborou um relatório final em
que articulava um diagnóstico da economia brasileira, no qual identificou os seguintes tópicos: pontos de
estrangulamento; medidas respectivas para solucioná-los; políticas fiscal, monetária e cambial necessárias ao
equilíbrio macroeconômico com a eliminação das tensões inflacionárias.

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RESOLUÇÃO:

A Comissão mista Brasil/Estados Unidos (CMBEU) que passou a atuar em 1951 no Brasil, mas tomou grande
importância já no governo JK na formulação do Plano de Metas.

De forma mais ampla, o objetivo da CMBEU era criar condições e oportunidade para o setor privado se
expandir.
Diante disso, seria importante, além da realização de investimentos nos setores considerados pontos de
estrangulamento, também uma busca pelo equilíbrio macroeconômico para tornar a economia brasileira mais
atrativa.
Diante disso, foram elaboradas dezenas de projetos com o objetivo de estimular e atrair investidores
privados.

Resposta: C

36. CESPE – ANTT – 2013)

O Plano de Metas (1956/1961) tem sido considerado como a primeira experiência efetiva de planejamento
governamental no Brasil, por seu caráter abrangente, pelo reconhecimento da interdependência dos diversos
setores da economia. Um dos conceitos então adotados foi o de ponto de germinação, em oposição ao de
estrangulamento, embasado no pressuposto de que a oferta de infraestrutura estimula a criação e a expansão das
atividades produtivas.

RESOLUÇÃO:

Afirmação correta e muito importante para nossos estudos.


Primeiro porque, de fato, as bancas insistem muito nesta questão da riqueza do período em relação a
grandes e ambiciosos projetos (planos) de planejamento governamental para o desenvolvimento. E o Plano de
Metas foi o grande marco disso tudo.

Além disso, os conceitos estão corretos.

Pontos de Estrangulamento são as áreas de demanda insatisfeita em função das características


desequilibradas do desenvolvimento econômico.

Já os Pontos de Germinação são as áreas que geram demanda derivada.


Os maiores exemplos de Pontos de Germinação eram os setores de infraestrutura, uma vez que tais setores,
uma vez desenvolvidos, teriam a capacidade de gerar expansão dos investimentos privados, já que um adequado
fornecimento de energia e uma razoável capacidade de escoamento da produção, por exemplo, representariam
pontos chave para a atração de outros investimentos.
Resposta: C

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37.CESPE – IRB – 2016)


Considera-se a desvalorização cambial resultante da Instrução 204 da SUMOC, implementada no governo de Jânio
Quadros, um dos fatores responsáveis pela aceleração inflacionária do período.

RESOLUÇÃO:

Está correto!

Até porque, se separarmos as políticas macroeconômicas em fiscal, monetária e cambial, a cambial foi a
única que foi expansionista em 1961.

Isso porque, ao assumir em janeiro de 1961, o governo Jânio Quadros havia herdado problemas significativos
do governo JK, que atingiu bom crescimento econômico, mas que teve grande aumento da inflação e do déficit
público.

Então, houve adoção de políticas fiscal e monetária contracionistas.

Apenas no câmbio é que houve política expansionista (desvalorização).

Ora: só podia mesmo ser o câmbio um dos responsáveis pela aceleração inflacionária em 1961.
O Índice Geral de Preços - IGP foi de 30,5% em 1960 e subiu para 47,8% em 1961.

Resposta: C

38. CESPE – SLU/DF – 2019)


O Plano Trienal foi o primeiro plano econômico apresentado pelo governo militar em 1964, com o objetivo de
desenvolver setores-chave para o crescimento da produção industrial na década de 70 do século XX.

RESOLUÇÃO:
Errado!

O Plano Trienal foi o último plano ANTES do governo militar.

Foi o plano econômico do governo João Goulart, capitaneado pelo então Ministro Extraordinário para
Assuntos de Desenvolvimento Econômico Celso Furtado e foi publicado no finzinho de 1962 para vigorar a partir
de 1963.

Resposta: E

Com a inflação piorando mês a mês, o presidente lançou, no fim de 1962, um plano preparado por Celso Furtado,
ministro extraordinário para assuntos de desenvolvimento econômico. O objetivo era conciliar crescimento com
reformas sociais e combate à inflação. Segundo Furtado, o desafio era demonstrar, “contra a ortodoxia dos
monetaristas, esposada e imposta pelo FMI, que era possível conduzir a economia com relativa estabilidade sem
impor-lhe a purga recessiva”.
[O plano] adotava a visão estruturalista da CEPAL. Enfatizava a substituição de importações como meio de
ampliar o processo de industrialização. Furtado acreditava que a crise econômica derivava do modelo de

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desenvolvimento, mas a solução não estaria no abandono, e sim no “aprofundamento do modelo, ou seja, com a
ampliação do mercado interno, através da reforma agrária e de outras políticas voltadas à redistribuição de
renda”.

M. da Nóbrega. O futuro chegou. São Paulo: Globo, 2005, p. 265 (com adaptações).

Tendo o texto anterior como referência inicial, julgue (C ou E) os itens subsecutivos (39 a 42), acerca da história da
economia brasileira no período de 1962 a 1967.

39. CESPE – IRB – 2018)

Com o lema de fazer avançar a economia 50 anos em 5, o plano descrito no texto foi preparado para ser adotado
em um período de cinco anos, a exemplo dos planos quinquenais da União Soviética.

RESOLUÇÃO:
Errado!

O texto descreve o Plano Trienal, chefiado por Celso Furtado no Governo de João Goulart.
Era o Plano de Metas, do governo JK, que buscava fazer o Brasil crescer 50 anos em 5. Ele se deu na década
anterior.

Resposta: E

40. CESPE – IRB – 2018)

Entre as reformas políticas e econômicas adotadas para viabilizar o sucesso do plano, destacam-se a criação do
Conselho Monetário Nacional e a do Banco Central, em substituição à SUMOC na função de normatizar e regular
o sistema financeiro e executar a política monetária do governo federal.
RESOLUÇÃO:

Errado!
Vimos que o texto da questão faz referência ao Plano Trienal, elaborado por Celso Furtado no governo João
Goulart.

Ocorre que as grandes reformas no sistema financeiro da época acontecerem um pouco depois, sob outro
governo e outro plano econômico.

As criações do Conselho Monetário Nacional e a do Banco Central se deram em 1964, já no primeiro governo
do Regime Militar, o de Castello Branco.

Resposta: E

41. CESPE – IRB – 2018)


As reformas enumeradas na parte final do texto foram anunciadas pelo presidente, à época, como reformas de
base.

RESOLUÇÃO:

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Correto!

Isso porque as medidas do Plano Trienal visavam atacar problemas estruturais da economia brasileira
diagnosticas pelo trabalho da CEPAL e sua teoria estruturalista.

Entre essas medidas, estavam a reforma agrária e um mais forte ataque à concentração de renda.

João Goulart era um presidente mais à esquerda do espectro político e as chamadas reformas de base
consistiam basicamente em reformas agrária, universitária e do capital estrangeiro, com objetivos claros de
distribuição de terra e renda.

Resposta: E

42. CESPE – IRB – 2018)

Para controlar a inflação, que atingia o equivalente a 100% ao ano já no final de 1962, o Plano Trienal incluía o
congelamento dos preços de bens de consumo durante um ano.
RESOLUÇÃO:

Errado!
E isso é uma coisa que sempre precisamos lembrar.

Celso Furtado foi um grande economista do nosso país e possui uma obra riquíssima sobre nossa formação
econômica.
E todos sabem (inclusive a banca) que ele não era um economista ortodoxo.

O texto da questão deixa isso claro e alguns pontos de seu Plano mais ainda.

E é justamente aí que a banca tenta enganar bons candidatos às vezes.

Fazendo a associação de que ele era um economista heterodoxo e de que seu plano pegava forte na
desconcentração da renda, ao não conhecermos bem o Plano Trienal, tenderíamos a considerar como correto um
item que fala em congelamento de preços ou outras medidas econômicas heterodoxas.
Seu plano econômico (o Plano Trienal) até trazia medidas heterodoxas, mas não no combate à inflação. Não
houve congelamento de preços!

Neste campo, seu plano foi essencialmente ortodoxo com o diagnóstico de que sua causa era basicamente
de excesso de demanda principalmente provocado pelo déficit público.

Assim, as medidas propostas eram de contrações fiscal e monetária.

Resposta: E

No rol dos esquemas transitórios de combate à inflação apareceu o Plano Trienal, como uma heroica tentativa de
compatibilização dos dois propósitos subjacentes em toda anterior controvérsia — defesa da taxa de crescimento
e atenuação da inflação em um quadro tumultuoso, no qual os acontecimentos cada vez mais tendiam a escapar
de qualquer controle pela política econômica.
Carlos Lessa. 15 anos de política econômica. São Paulo: Brasiliense, 1981, p. 134 (com adaptações).

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Tendo como referência inicial o fragmento de texto antecedente, julgue os próximos itens (43 a 45), a respeito da
conjuntura econômica dos anos que precederam a ditadura militar.

43. CESPE – IRB – 2016)

O diagnóstico do Plano Trienal sobre a aceleração inflacionária no período de 1962 a 1963 enfatizava como causa
mais importante dessa aceleração o excesso de demanda relacionada ao aumento do gasto público.

RESOLUÇÃO:
Correto!

Já tínhamos visto isso!

Lembre: apesar de o plano ser heterodoxo no campo desenvolvimento, no campo macroeconômico era
ortodoxo.

Ou seja, diagnosticava a inflação como sendo causada pelo excesso de demanda, o que era provocado
basicamente pelo alto déficit público.

Resposta: C

44. CESPE – IRB – 2016)

Entre as reformas políticas e econômicas adotadas para viabilizar o sucesso do plano, destacam-se a criação do
Conselho Monetário Nacional e a do Banco Central, em substituição à SUMOC na função de normatizar e regular
o sistema financeiro e executar a política monetária do governo federal.
RESOLUÇÃO:

Certo!

A relação produto-capital é observada por Furtado diversas vezes ao longo de suas obras e se trata de um
dos pilares de sua teoria.

A relação produto capital nada mais é do que a sensibilidade do produto a variações no estoque de capital.

Quanto maior esta relação, maior o impacto que a variação do capital terá sobre o produto.
E o que ocorre é que, segundo Furtado, a mudança de modelo iniciada anos antes e potencializada pelo Plano
de Metas fez com que a relação produto-capital global da economia brasileira caísse muito na segunda metade
dos anos 1950.

Isso se deu exatamente pelo fato de o setor primário-exportador (de alta relação produto/capital) ter perdido
espaço em termos relativos na economia brasileira.
Simplificando o raciocínio: quanto mais atrasado você está em termos de desenvolvimento industrial, mais
impacto o investimento causa no produto.
À medida que você avança na industrialização, o investimento novo já não era, segundo o raciocínio de Celso
Furtado, um impacto tão grande em termos de crescimento econômico, embora continue sendo importantíssimo,
claro.

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É como se aplicássemos o princípio da produtividade ou da utilidade marginal decrescente para a


macroeconomia.

Resposta: C

45. CESPE – IRB – 2016)

O Plano Trienal não contemplava as chamadas reformas de base, razão pela qual sofreu oposição do movimento
sindical.

RESOLUÇÃO:

Eita! Como não?! Esse era seu marco!


O Plano, com suas reformas de base, entre as quais a agrária, ia muito ao encontro dos pleitos do movimento
sindical.

Resposta: E

46. CESPE – MPOG – 2015)

O Plano Trienal, elaborado por Celso Furtado, teve inspiração ortodoxa de combate à inflação e adotou medidas
complementares de cortes de gastos públicos.
RESOLUÇÃO:

Note que apenas entendendo as diretrizes do Plano Trienal, você mata quase todas as questões.

E é exatamente o que vimos, no que diz respeito ao combate à inflação, as medidas eram ortodoxas, ou seja,
visavam basicamente a contrair a demanda agregada.
Isso inclui, claro, corte de gastos públicos.

Resposta: C

47. CESPE – SLU/DF – 2019)

Com o objetivo de controlar a inflação e possibilitar a melhora no desenvolvimento econômico nos anos seguintes,
o Plano de Ação Econômica do Governo (PAEG) fez uso de medidas de ajuste fiscal paralelamente à redução das
taxas de expansão dos meios de pagamento.

RESOLUÇÃO:
PERFEITO! O PAEG foi o plano econômico do primeiro governo do Regime Militar, de Castello Branco.

E o PAEG foi realmente um plano para "colocar a casa em ordem", para controlar a inflação e criar as
condições para o crescimento que viria na sequência.
De fato, caracterizou-se por políticas de ajuste fiscal e redução da expansão monetária!

Resposta: C

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48. CESPE – ABIN – 2018)


O Programa de Ação Econômica do Governo (PAEG), base da política econômica no período militar, pretendeu
diminuir a inflação com políticas de diminuição do déficit público, de contenção dos salários e congelamento de
preços em alguns setores selecionados.

RESOLUÇÃO:
Errado!

É fato que a pretensão de redução da inflação foi levada adiante com política de diminuição do déficit público
e uma política mais austera para correção dos salários.

Mas em nenhum momento houve sequer tentativa de congelamento de preços!

Lembremos sempre, pessoal, que o PAEG se baseou no diagnóstico da Roberto Campos, então Ministro do
Planejamento, famoso economista de perfil ortodoxo.

E, sabemos, congelamento de preços é uma medida essencialmente heterodoxa.


Resposta: E

49. CESPE – TCE/PA – 2016)

A reforma tributária do governo de Castelo Branco visava instituir um mecanismo que propiciasse um crescimento
em bases racionais. Para tanto, estabeleceu como fundamento do imposto o valor adicionado e com isso eliminava
a ocorrência de tributos em cascata.

RESOLUÇÃO:
Certo!

Uma das medidas da reforma tributária implementada entre 1964 e 1967 foi exatamente eliminar a
ocorrência de tributos em cascata introduzindo o ICM (hoje ICMS), que incidia sobre o valor adicionado.
Os objetivos amplos da reforma eram exatamente estes: elevar a arrecadação ao mesmo tempo em que o
sistema tributário pudesse se tornar mais racional e operacional.

Resposta: C

50. CESPE – TCE/PA – 2016)

As medidas de combate à inflação adotadas no Plano de Ação Econômica do Governo (PAEG) foram típicas
políticas de choque de oferta, em virtude da elevação inflacionária evidenciadas nos períodos anteriores.

RESOLUÇÃO:
Errado, tanto em termos históricos, como em termos conceituais.

Explico: dizemos que há um choque de oferta quando há uma elevação de custos muito pesada ou de algum
produto vital para a economia, como o petróleo, por exemplo.

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Não faz sentido que o governo dê um choque assim.

O que o governo pode fazer é dar um choque de demanda, ou seja, contraí-la, com objetivo de frear a
inflação.

E foi exatamente o que o PAEG fez, ao trazer políticas fiscais e monetárias contracionistas.

Resposta: E

51.CESPE – TCE/PA – 2016)


Criado em 1990, o Plano de Ação Econômica do Governo (PAEG) contribuiu para a implantação do Plano Real em
1994.

RESOLUÇÃO:

Que doidera!
Aqui a banca errou “apenas” por umas três décadas.

O PAEG é de 1964, plano do primeiro ano do Regime Militar.


Nada tem a ver com o Plano Real!

Resposta: E

52.CESPE – MPOG – 2015)


O Programa de Ação Econômica do Governo (PAEG) identificou, nos déficits públicos, importante fonte da
pressão inflacionária no período, contudo a ausência de controle dos salários culminou com a aceleração da
inflação inercial.

RESOLUÇÃO:

Errado por dois motivos.

Primeiro porque o PAEG sim teve política mais forte de controle de salários. Inclusive o fato de não se estar
num regime democrático deixa até mais fácil implementar este tipo de política pouco popular, né?!
Pois bem, mas além disso, a questão também erra ao dizer que houve aceleração da inflação inercial.

É errado. Inercial ou não, a inflação caiu de 90% em 1964 para cerca de 30% 3 40% nos dois anos seguintes.

Resposta: E

53.CESPE – IRB – 2019)


A adoção de uma política de minidesvalorizações cambiais, durante o período conhecido como “milagre
econômico”, buscou evitar que uma valorização real da moeda, provocada pela inflação do período, tivesse efeitos
negativos sobre a balança comercial.

RESOLUÇÃO:

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Certo!

Quando o câmbio está fixo e há uma inflação interna relevante, especialmente quando comparada à inflação
externa, para manter a taxa real de câmbio estável - aquele significativa para exportações e importações -, é
necessário provocar desvalorizações ao longo do tempo.

Foi exatamente o que se fez no Brasil em diversos períodos, inclusive no do Milagre Econômico.
Resposta: C

54. CESPE – ABIN – 2016)


No regime militar, estabelecido em 1964, que considerava necessários o controle da inflação e a modernização do
mercado de capitais para a recuperação econômica, foram criadas diversas empresas estatais para apoiar setores
que deveriam receber estímulos ao seu crescimento.
RESOLUÇÃO:
Correto!

É fato que houve uma preocupação inicial de controle inflacionário e modernização não apenas do mercado
de capitais, mas do sistema financeiro como um todo.

Essas ações compuseram o eixo principal do PAEG, plano implementado já no primeiro ano do regime
militar.

Mas também no regime militar, principalmente depois de feitos os ajustes iniciais, o Estado manteve e
potencializou sua importância como o carro-chefe do desenvolvimento econômico.

Em 1970, as estatais representavam 15% da formação bruta de capital fixo no país.


Em 1978, essa participação chegou a superar 23%.

E mais: ao longo dos 21 anos de regime, foram criadas 47 estatais federais.


Resposta: C

55.CESPE – IRB – 2016)


Os elevados investimentos do governo em infraestrutura e o crescimento da indústria de capital, sobretudo a partir
de 1970, foram fatores que contribuíram para os elevados níveis de crescimento da economia brasileira entre 1968
e 1973, período do denominado “milagre econômico”.

RESOLUÇÃO:

Correto!
O período entre 1968 e 1973 é conhecido por Milagre Econômico porque ao mesmo tempo em que a
Economia Brasileira cresceu a taxas médias superiores a 11% ao ano, conseguiu reduzir a taxa de inflação e manter
o equilíbrio externo.

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Entre os fatores que contribuíram para este "milagre" estão justamente os significativos investimentos
públicos em infraestrutura e o crescimento da indústria de capital - indústria esta que gera maior valor agregado.

Os elevados investimentos em infraestrutura foram em maior parte realizados pelas empresas estatais, o
que respeitava o PED (Plano Estratégico de Desenvolvimento), mas, ao mesmo tempo, não comprometia o
resultado primário.
Por fim, é fato que todas as vertentes da indústria cresceram no período.

Embora a de bens de consumo duráveis tenha crescido ainda mais, o examinador cita o crescimento da
indústria de capital porque esta ainda era incipiente e seu efeito sobre as demais é naturalmente considerável, já
que o desenvolvimento dela estimula e facilita ainda mais o desenvolvimento da indústria de bens de consumo.

Resposta: C

56. CESPE – DPU – 2016)


O crescimento econômico ocorrido durante o chamado milagre econômico foi acompanhado por queda da
inflação e por superávits no balanço de pagamentos.

RESOLUÇÃO:

Correto!!!
Por isso ficou conhecido como “Milagre”!

Além de a economia crescer a taxas médias superiores a 11% ao ano, a inflação, que foi em média mais de
40% ao ano no período 1964-1967, caiu para uma média inferior a 20% ao ano no período do milagre entre 1968 e
1973.
E soma-se a isso o fato de que, em todos estes anos, o balanço de pagamentos foi superavitário, superando
US$ 2 bilhões nos dois últimos anos.
Resposta: C

57.CESPE – TJ/SE – 2014)


A década de 80 do século XX é conhecida como o período do milagre econômico brasileiro, em que foram
registradas elevadas taxas de crescimento da economia e redução da dívida pública do país.

RESOLUÇÃO:

Quem dera, pessoal! Quem dera!

O Milagre Econômico vai de 1968 a 1973, embora tenhamos crescido bem até 1979.
Imagine só se tivéssemos crescido nos anos 1980 tanto quanto crescemos no período do Milagre! Seríamos
uma potência!

Mas não! Bem longe disso!

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A década de 1980 entrou para a história como década perdida, exatamente porque o crescimento médio foi
baixo e a dívida pública, sobretudo a externa, explodiu!

Resposta: C

58. CESPE – ANP – 2013)

As reformas instituídas durante o governo Castelo Branco e os incentivos criados para o capital privado
prepararam o terreno para uma nova fase de crescimento, o milagre econômico, compreendido entre o período
de 1968 a 1973.
RESOLUÇÃO:
A afirmativa se refere ao PAEG (Plano de Ação Imediata do Governo), lançado no primeiro ano do governo
Castello Branco, em 1964.
E de fato, elas formaram as condições para que houvesse a grande expansão a seguir.
As reformas instituídas entre 1964 e 1967 foram fundamentais para que ocorresse o “milagre econômico” no
período seguinte.

Houve grandes mudanças com as reformas tributária e financeira implementadas a partir de 1964.

Apenas neste primeiro ano de governo Castello Branco foram criados o Conselho Monetário Nacional, o
Banco Central do Brasil e o Sistema Financeiro da Habitação.

Na reforma tributária, houve criação, substituição e extinção de impostos, surgimento da arrecadação


através da rede bancária, entre outras medidas.

E além de todas essas reformas, a política contracionista do período do PAEG ainda gerou uma capacidade
ociosa que foi muito bem aproveitada no período seguinte, quando se verificou grande expansão da produção sem
que houvesse elevação das das taxas de inflação, pelo contrário: a inflação média caiu quando comparamos os
dois períodos.

Resposta: C

59. CESPE – ANTAQ – 2009)


O período compreendido entre 1968 e 1973, ficou conhecido como o do “milagre brasileiro” por causa das altas
taxas de crescimento econômico combinadas com índices de inflação relativamente baixos, que vigoravam à
época.

RESOLUÇÃO:
Perfeito!

Essa é a síntese do período que entrou para história como Milagre Econômico: um crescimento do PIB
altíssimo (superior a 11% em média) e uma redução da inflação. Para a época, uma inflação de 20% ao ano em
média era bem aceitável, especialmente quando se olha para os anos anteriores.
Resposta: C

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60. CESPE – SLU/DF – 2019)


Após o esgotamento do modelo de crescimento vigente no Brasil desde o início dos anos 1950, o II Plano Nacional
de Desenvolvimento (II PND) veio como tentativa de prolongar os resultados positivos do Plano de Metas de
Juscelino Kubitschek.

RESOLUÇÃO:
O erro aqui é temporal!

O II PND vem após o primeiro choque do petróleo, entre 1973 e 1974.

Seu objetivo era prolongar os resultados positivos do período do Milagre Econômico.

Ou seja, o II PND vem em meados da década de 1970 e não após o Plano de Metas, cuja vigência termina em
1960.

Resposta: E

61. CESPE – ABIN – 2018)

Nas décadas de 70 e 80 do século XX, as empresas públicas eram importantes instrumentos de política econômica
para a contenção de preços dos bens por elas produzidos, a fim de refrear os índices inflacionários e também obter
empréstimos além do necessário para aportar ao governo divisas necessárias ao financiamento do balanço de
pagamentos.

RESOLUÇÃO:

Correto!
As empresas estatais ocuparam papel tão relevante nos governos do regime militar que, apenas neste
período de 21 anos, mais de 40 foram criadas.

E é isto mesmo: seu papel ia do controle inflacionário até a obtenção de divisas para financiar as transações
correntes do Balanço de Pagamentos.
Isso porque as empresas estatais buscavam empréstimos internacionais com o aval do governo e,
eventualmente, davam ao governo a opção de usá-las para “trancar” determinados preços e, assim, conter a
inflação.

Resposta: E

62. CESPE – TCE/PA – 2016)

O segundo Plano Nacional de Desenvolvimento Econômico do governo de Ernesto Geisel deu continuidade ao
processo de industrialização substitutiva de importações em uma fase crítica da economia mundial e da economia
brasileira.

RESOLUÇÃO:

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Perfeito!

O segundo PND surge exatamente como uma resposta desenvolvimentista ao primeiro choque do petróleo
em 1973.

O preço do barril de petróleo mais do que quadruplicou em menos de dois anos, entre 1972 e 1974.

Tal choque de custos – petróleo já era a principal fonte energética da nossa economia - teve como resposta
políticas de contração monetária nos países mais avançados, o que forçava a necessidade de ajustes na economia
brasileira.

Diante disso, ou se adotava um modelo de ajuste recessivo, acompanhando as economias desenvolvidas, ou


se fazia uma estratégia de ajuste estrutural, tentando combater a restrição externa ao crescimento através da
maturação do processo de substituição de importações.

Em outras palavras: o assimilava-se o choque e se aceitava baixo crescimento para controlar a inflação
provocada por este choque de custos, ou se colocava o pé no acelerador, tomando crédito internacional e
continuando a incentivar o crescimento e a industrialização.

A segunda opção era politicamente muito mais atraente e foi a escolhida.

De fato, isso permitiu que o país seguisse com bom crescimento - embora não igual ao do Milagre - até 1979,
embora com aumento significativo do endividamento.

Resposta: C

63. CESPE – TCE/PA – 2016)

O segundo Plano Nacional de Desenvolvimento Econômico (II PND) adotou incentivos para o desenvolvimento da
indústria de bens de consumo duráveis como forma de superar o problema do estrangulamento externo da
economia.
RESOLUÇÃO:

Errado!

O II PND já estava mais adiantado que isso no processo de desenvolvimento industrial.

Seu foco já não era a indústria de bens de consumo duráveis, mas sim naquele que seria o último estágio da
maturação industrial, o mais complexo, o de bens de capital.
Também receberiam parte importante dos investimentos os setores de infraestrutura, tidos como "gargalos"
da economia brasileira.

Resposta: E

64. CESPE – DPU – 2016)

O segundo plano nacional de desenvolvimento (II PND) teve o objetivo de estimular a substituição de importações
e a redução da importância do capital estrangeiro no Brasil.

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RESOLUÇÃO:

Errado!

De fato, o objetivo era estimular e concluir o processo de substituição de importações, incentivando


principalmente o setor de bens de capital.

Mas, para tanto, o capital estrangeiro era fundamental!


Os investimentos do II PND foram basicamente financiados por capital estrangeiro, dada a abundância de
liquidez no mercado internacional à época, com os chamados “petrodólares”.

Resposta: E

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Lista de questões
1. CESPE – DPU – 2016)
A ausência de melhorias produtivas e tecnológicas na produção do açúcar brasileiro no final do século XVII
influenciou o declínio das exportações brasileiras desse produto, porém não foi o principal fator dessa queda.

2. CESPE – IRB – 2003)

Contrariamente aos EUA, onde a dificuldade de importar manufaturas criou, desde cedo, a necessidade de
fomentar a produção interna, na economia açucareira no Brasil, o fluxo de renda se estabelecia entre a unidade
produtiva e o exterior, restringindo o crescimento do setor industrial.

3. CESPE – IRB – 2003)

A análise do processo histórico de formação da economia brasileira é importante para o entendimento dos
problemas econômicos do Brasil. Com relação a esse assunto, julgue o seguinte item.

A redução do preço dos alimentos e dos animais de transporte nas regiões vizinhas, decorrente da lucratividade
elevada e da mobilidade da empresa mineira, constituiu parte importante da irradiação dos benefícios econômicos
da mineração.

4. CESPE – IRB – 2015)

A segunda metade do século XIX caracterizou-se pelo início da construção das estradas de ferro, pela imigração
estrangeira e pela fundação das casas bancárias, eventos impulsionados pela necessidade de atender ao
crescimento da economia cafeeira no Brasil.

5. CESPE – IRB – 2004)


Na visão de Celso Furtado, contrariamente ao que ocorreu no setor açucareiro, cujas decisões de produção e
comercialização eram dissociadas, na economia cafeeira, os interesses da produção e do comércio estiveram
entrelaçados em razão de a vanguarda do café ser formada por empreendedores com experiência comercial,
situação que permitiu ao país tirar proveito da expansão do comércio mundial.

6. CESPE – IRB – 2003)

No início do século XX, as exportações, ao viabilizar as importações que constituíam a base do consumo interno,
determinavam o ritmo de expansão da economia brasileira.

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7. CESPE – IRB – 2003)

O desenvolvimento da economia cafeeira no final do século XIX foi possível sem a existência de movimentos
demográficos, em virtude do acentuado crescimento populacional observado no conjunto dos estados que
compunham a região cafeeira.

8. CESPE – DPU – 2016)

No período econômico subsequente à Primeira Guerra Mundial, a estrutura industrial que se desenvolveu no Brasil
era predominantemente formada por indústrias leves.

9. CESPE – IRB – 2018)

A tendência à deterioração dos termos de troca afetou as economias latino-americanas durante todo o século XIX
em seu período agroexportador. Esse foi o motivo pelo qual o Brasil abandonou esse modelo na década de 30 do
século XX em prol de uma política industrial que favorecia bens com forte desempenho no mercado internacional.

10. CESPE – IRB – 2015)


Foi fator decisivo na recuperação da economia brasileira a partir de 1933, após grave crise, a opção do governo de
Getúlio Vargas de adotar uma política de caráter ortodoxo, com a contração dos gastos públicos, a redução da
emissão de moeda e o abandono da defesa do setor cafeeiro.

11.CESPE – DPU – 2016)


A resposta do governo brasileiro à depressão no mercado mundial do café consistiu na diversificação da pauta
exportadora, que se baseou, sobretudo, no açúcar e nos minérios.

12. CESPE – ABIN – 2018)


Um dos efeitos da depressão mundial na economia brasileira, nos anos 30 do século passado, foi a deterioração
das relações de troca de produtos brasileiros no mercado internacional, isto é, o aumento nos preços dos produtos
exportados e a queda nos preços dos produtos importados pelo Brasil.

13.CESPE – IRB – 2004)


O modelo agroexportador que predominou na economia brasileira durante o período 1900-1930 caracterizou-se
pela existência de taxas elevadas de crescimento populacional, decorrente dos fluxos migratórios, e de taxas
baixas de crescimento e volatilidade da produção.

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14. CESPE – ANTAQ – 2009)

O acúmulo de saldos positivos na balança comercial brasileira, no início dos anos 40 do século passado, resultante
da situação criada pela Segunda Guerra Mundial, foi essencial para o processo de industrialização brasileiro.

15.CESPE – ANTT – 2013)


A industrialização brasileira sustentou-se, inicialmente, nos mercados urbanos, que se formaram a partir da
produção de bens duráveis, com alta relação capital-produto, antes importados. O processo se deu em função da
acumulação de capital e não pela demanda de bens de consumo, para isso contribuindo a produção e exportação
agrícolas, o que está em consonância com a hipótese cepalina, da suficiência do mercado interno para a
industrialização, dadas a renda gerada e a riqueza acumulada no meio rural.

16. CESPE – MPU – 2013)


A industrialização substitutiva de importações e o processo de urbanização resultaram em mudanças estruturais
de natureza econômica e social no cenário nacional. À luz de tal consideração, julgue o próximo item. Entre as
mudanças estruturais está o grau de participação no PIB: o setor agrícola registrou aumento superior ao do setor
industrial.

17.CESPE – DPU – 2016)


O crescimento da produção industrial ocorrido no período de substituição de importações foi sustentado,
principalmente, pela necessidade de atendimento do excesso de demanda ocorrido no mercado europeu.

18. CESPE – IRB – 2017)

O processo de industrialização por substituição de importações não significava simplesmente a troca de produtos
importados por seus equivalentes produzidos nacionalmente, eliminando as importações, mas implicava também
a mudança na pauta das importações, a qual ocorria não só em um setor da pirâmide produtiva, mas em vários
níveis simultaneamente, a fim de tentar fugir de desequilíbrios da cadeia produtiva.

19. CESPE – IRB – 2017)

Simultaneamente à industrialização mais forte a partir de 1930, o estabelecimento da nova legislação trabalhista
a partir de 1939, com o estabelecimento da justiça do trabalho, favoreceu a formação de sindicatos e a cooperação
entre eles, com a consequente ocorrência de greves, que frequentemente forçavam a negociação salarial entre
patrões e empregados, especialmente no período da Segunda Guerra Mundial.

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20. CESPE – IRB – 2017)

O Brasil tinha indústrias tradicionais no começo do século XX, as quais, dado seu baixo nível de produtividade,
eram insuficientes para dar à atividade interna um dinamismo próprio, motivando o modelo de desenvolvimento
então vigente como “voltado para fora”.

21. CESPE – IRB – 2017)

Até 1930, a economia brasileira era essencialmente agroexportadora, tendo o café como seu principal produto.

22. CESPE – ABIN – 2018)

Após a Segunda Guerra Mundial, a política econômica brasileira visou incrementar as taxas de crescimento
econômico e evitar manter a dependência da exportação de produtos primários.

23.CESPE – SLU/DF – 2019)


O processo de industrialização por substituição de importações, ao usar o protecionismo contra importações e a
resultante reserva de mercado, trouxe preços elevados aos consumidores de bens envolvidos no processo.

24. CESPE – IRB – 2015)

Nos anos 50 do século XX, o governo de Getúlio Vargas apresentou uma política industrializante que mostrou sua
força com três programas: o Plano Nacional de Reaparelhamento Econômico (PNRE), o Plano Nacional de
Eletrificação e o projeto de criação da PETROBRAS. O PNRE previa investimentos nos setores de energia e
transporte, bem como incorporava projetos elaborados pela Comissão Mista Brasil–EUA.

25.CESPE – ABIN – 2018)


O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) foi criado na década de 50 do século passado
para analisar os projetos de empréstimos de longo prazo ao setor privado e eliminar os pontos de estrangulamento
apontados no Plano de Metas de Juscelino Kubitschek.

26. CESPE – SLU/DF – 2019)


Durante a década de 50 do século XX, percebe-se redução de mais de 50% na participação dos bens de capital na
pauta de produção industrial nacional, reforçada pelo Plano de Metas do governo Kubitschek.

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27.CESPE – ABIN – 2018)


A década de 50 do século passado foi pródiga na elaboração de planos para estimular diversos setores econômicos
e a infraestrutura em geral, criando-se as bases da industrialização do país.

28. CESPE – SE/DF – 2017)


Ao longo do governo JK, o setor agropecuário perdeu espaço para o setor industrial, em decorrência de fatores
como a intensificação do processo de substituição de importações.

29. CESPE – SE/DF – 2017)

O programa de metas de JK, que marcou o início do período chamado Milagre Econômico, contemplava
investimentos nas áreas de energia, transporte, indústrias de base, alimentação e educação, tendo a inflação como
seu principal mecanismo de financiamento.

30. CESPE – IRB – 2016)

O pensamento desenvolvimentista estava fortemente presente no Plano de Metas de Juscelino Kubitschek,


especialmente no que concerne ao planejamento econômico.

31.CESPE – TCE/PA – 2016)


O Plano de Metas do governo de Juscelino Kubitschek de Oliveira constituiu um esforço bem-sucedido de
industrialização substitutiva de importações, porém propiciou o surgimento de um processo inflacionário
subsequente.

32.CESPE – TCE/SC – 2016)


A execução do Plano de Metas de Juscelino Kubitschek deu-se por diversos incentivos, como, por exemplo, o
sistema de múltiplas taxas de câmbio, em que as taxas cambiais eram valorizadas para exportação e
desvalorizadas para importação, a fim de dar curso ao processo de industrialização.

33.CESPE – DPU – 2016)


Os aspectos que favoreceram a implantação do plano de metas incluem a oferta abundante de energia para o setor
produtivo.

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34. CESPE – IRB – 2015)

O Plano de Metas adotado no governo de Juscelino Kubitschek consistiu em um plano de trinta metas para
responder às tensões que a economia estava vivendo, com o intuito de superar alguns estrangulamentos vividos
nos setores de energia e transporte, bem como de desenvolver a indústria de base e de bens intermediários.

35. CESPE – MPU – 2013)


A comissão mista Brasil/Estados Unidos, que atuou no período entre 1951 e 1953, elaborou um relatório final em
que articulava um diagnóstico da economia brasileira, no qual identificou os seguintes tópicos: pontos de
estrangulamento; medidas respectivas para solucioná-los; políticas fiscal, monetária e cambial necessárias ao
equilíbrio macroeconômico com a eliminação das tensões inflacionárias.

36. CESPE – ANTT – 2013)


O Plano de Metas (1956/1961) tem sido considerado como a primeira experiência efetiva de planejamento
governamental no Brasil, por seu caráter abrangente, pelo reconhecimento da interdependência dos diversos
setores da economia. Um dos conceitos então adotados foi o de ponto de germinação, em oposição ao de
estrangulamento, embasado no pressuposto de que a oferta de infraestrutura estimula a criação e a expansão das
atividades produtivas.

37.CESPE – IRB – 2016)


Considera-se a desvalorização cambial resultante da Instrução 204 da SUMOC, implementada no governo de Jânio
Quadros, um dos fatores responsáveis pela aceleração inflacionária do período.

38. CESPE – SLU/DF – 2019)


O Plano Trienal foi o primeiro plano econômico apresentado pelo governo militar em 1964, com o objetivo de
desenvolver setores-chave para o crescimento da produção industrial na década de 70 do século XX.

Com a inflação piorando mês a mês, o presidente lançou, no fim de 1962, um plano preparado por Celso Furtado,
ministro extraordinário para assuntos de desenvolvimento econômico. O objetivo era conciliar crescimento com
reformas sociais e combate à inflação. Segundo Furtado, o desafio era demonstrar, “contra a ortodoxia dos
monetaristas, esposada e imposta pelo FMI, que era possível conduzir a economia com relativa estabilidade sem
impor-lhe a purga recessiva”.
[O plano] adotava a visão estruturalista da CEPAL. Enfatizava a substituição de importações como meio de
ampliar o processo de industrialização. Furtado acreditava que a crise econômica derivava do modelo de
desenvolvimento, mas a solução não estaria no abandono, e sim no “aprofundamento do modelo, ou seja, com a
ampliação do mercado interno, através da reforma agrária e de outras políticas voltadas à redistribuição de
renda”.

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M. da Nóbrega. O futuro chegou. São Paulo: Globo, 2005, p. 265 (com adaptações).

Tendo o texto anterior como referência inicial, julgue (C ou E) os itens subsecutivos (39 a 42), acerca da história da
economia brasileira no período de 1962 a 1967.

39. CESPE – IRB – 2018)


Com o lema de fazer avançar a economia 50 anos em 5, o plano descrito no texto foi preparado para ser adotado
em um período de cinco anos, a exemplo dos planos quinquenais da União Soviética.

40. CESPE – IRB – 2018)

Entre as reformas políticas e econômicas adotadas para viabilizar o sucesso do plano, destacam-se a criação do
Conselho Monetário Nacional e a do Banco Central, em substituição à SUMOC na função de normatizar e regular
o sistema financeiro e executar a política monetária do governo federal.

41. CESPE – IRB – 2018)


As reformas enumeradas na parte final do texto foram anunciadas pelo presidente, à época, como reformas de
base.

42. CESPE – IRB – 2018)


Para controlar a inflação, que atingia o equivalente a 100% ao ano já no final de 1962, o Plano Trienal incluía o
congelamento dos preços de bens de consumo durante um ano.

No rol dos esquemas transitórios de combate à inflação apareceu o Plano Trienal, como uma heroica tentativa de
compatibilização dos dois propósitos subjacentes em toda anterior controvérsia — defesa da taxa de crescimento
e atenuação da inflação em um quadro tumultuoso, no qual os acontecimentos cada vez mais tendiam a escapar
de qualquer controle pela política econômica.
Carlos Lessa. 15 anos de política econômica. São Paulo: Brasiliense, 1981, p. 134 (com adaptações).

Tendo como referência inicial o fragmento de texto antecedente, julgue os próximos itens (43 a 45), a respeito da
conjuntura econômica dos anos que precederam a ditadura militar.

43. CESPE – IRB – 2016)

O diagnóstico do Plano Trienal sobre a aceleração inflacionária no período de 1962 a 1963 enfatizava como causa
mais importante dessa aceleração o excesso de demanda relacionada ao aumento do gasto público.

44. CESPE – IRB – 2016)

Entre as reformas políticas e econômicas adotadas para viabilizar o sucesso do plano, destacam-se a criação do
Conselho Monetário Nacional e a do Banco Central, em substituição à SUMOC na função de normatizar e regular
o sistema financeiro e executar a política monetária do governo federal.

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45. CESPE – IRB – 2016)

O Plano Trienal não contemplava as chamadas reformas de base, razão pela qual sofreu oposição do movimento
sindical.

46. CESPE – MPOG – 2015)


O Plano Trienal, elaborado por Celso Furtado, teve inspiração ortodoxa de combate à inflação e adotou medidas
complementares de cortes de gastos públicos.

47. CESPE – SLU/DF – 2019)

Com o objetivo de controlar a inflação e possibilitar a melhora no desenvolvimento econômico nos anos seguintes,
o Plano de Ação Econômica do Governo (PAEG) fez uso de medidas de ajuste fiscal paralelamente à redução das
taxas de expansão dos meios de pagamento.

48. CESPE – ABIN – 2018)

O Programa de Ação Econômica do Governo (PAEG), base da política econômica no período militar, pretendeu
diminuir a inflação com políticas de diminuição do déficit público, de contenção dos salários e congelamento de
preços em alguns setores selecionados.

49. CESPE – TCE/PA – 2016)


A reforma tributária do governo de Castelo Branco visava instituir um mecanismo que propiciasse um crescimento
em bases racionais. Para tanto, estabeleceu como fundamento do imposto o valor adicionado e com isso eliminava
a ocorrência de tributos em cascata.

50. CESPE – TCE/PA – 2016)


As medidas de combate à inflação adotadas no Plano de Ação Econômica do Governo (PAEG) foram típicas
políticas de choque de oferta, em virtude da elevação inflacionária evidenciadas nos períodos anteriores.

51.CESPE – TCE/PA – 2016)


Criado em 1990, o Plano de Ação Econômica do Governo (PAEG) contribuiu para a implantação do Plano Real em
1994.

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52.CESPE – MPOG – 2015)


O Programa de Ação Econômica do Governo (PAEG) identificou, nos déficits públicos, importante fonte da
pressão inflacionária no período, contudo a ausência de controle dos salários culminou com a aceleração da
inflação inercial.

53.CESPE – IRB – 2019)


A adoção de uma política de minidesvalorizações cambiais, durante o período conhecido como “milagre
econômico”, buscou evitar que uma valorização real da moeda, provocada pela inflação do período, tivesse efeitos
negativos sobre a balança comercial.

54. CESPE – ABIN – 2016)


No regime militar, estabelecido em 1964, que considerava necessários o controle da inflação e a modernização do
mercado de capitais para a recuperação econômica, foram criadas diversas empresas estatais para apoiar setores
que deveriam receber estímulos ao seu crescimento.

55.CESPE – IRB – 2016)


Os elevados investimentos do governo em infraestrutura e o crescimento da indústria de capital, sobretudo a partir
de 1970, foram fatores que contribuíram para os elevados níveis de crescimento da economia brasileira entre 1968
e 1973, período do denominado “milagre econômico”.

56. CESPE – DPU – 2016)

O crescimento econômico ocorrido durante o chamado milagre econômico foi acompanhado por queda da
inflação e por superávits no balanço de pagamentos.

57.CESPE – TJ/SE – 2014)


A década de 80 do século XX é conhecida como o período do milagre econômico brasileiro, em que foram
registradas elevadas taxas de crescimento da economia e redução da dívida pública do país.

58. CESPE – ANP – 2013)


As reformas instituídas durante o governo Castelo Branco e os incentivos criados para o capital privado
prepararam o terreno para uma nova fase de crescimento, o milagre econômico, compreendido entre o período
de 1968 a 1973.

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59. CESPE – ANTAQ – 2009)

O período compreendido entre 1968 e 1973, ficou conhecido como o do “milagre brasileiro” por causa das altas
taxas de crescimento econômico combinadas com índices de inflação relativamente baixos, que vigoravam à
época.

60. CESPE – SLU/DF – 2019)

Após o esgotamento do modelo de crescimento vigente no Brasil desde o início dos anos 1950, o II Plano Nacional
de Desenvolvimento (II PND) veio como tentativa de prolongar os resultados positivos do Plano de Metas de
Juscelino Kubitschek.

61. CESPE – ABIN – 2018)


Nas décadas de 70 e 80 do século XX, as empresas públicas eram importantes instrumentos de política econômica
para a contenção de preços dos bens por elas produzidos, a fim de refrear os índices inflacionários e também obter
empréstimos além do necessário para aportar ao governo divisas necessárias ao financiamento do balanço de
pagamentos.

62. CESPE – TCE/PA – 2016)


O segundo Plano Nacional de Desenvolvimento Econômico do governo de Ernesto Geisel deu continuidade ao
processo de industrialização substitutiva de importações em uma fase crítica da economia mundial e da economia
brasileira.

63. CESPE – TCE/PA – 2016)

O segundo Plano Nacional de Desenvolvimento Econômico (II PND) adotou incentivos para o desenvolvimento da
indústria de bens de consumo duráveis como forma de superar o problema do estrangulamento externo da
economia.

64. CESPE – DPU – 2016)

O segundo plano nacional de desenvolvimento (II PND) teve o objetivo de estimular a substituição de importações
e a redução da importância do capital estrangeiro no Brasil.

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Gabarito
1. C 23. C 45. E
2. C 24. C 46. C
3. E 25. E 47. C
4. C 26. E 48. E
5. C 27. E 49. C
6. C 28. C 50. E
7. E 29. E 51. E
8. C 30. C 52. E
9. E 31. C 53. C
10. E 32. E 54. C
11. E 33. E 55. C
12. E 34. C 56. C
13. E 35. C 57. C
14. E 36. C 58. C
15. E 37. C 59. C
16. E 38. E 60. E
17. E 39. E 61. E
18. C 40. E 62. C
19. E 41. E 63. E
20. C 42. E 64. E
21. C 43. C
22. C 44. C

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