O pirilampo

que não queria voar

Um conto asiático adaptado por Sílvia Moral
Ilustrado por Maite Mutuberria

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 Há muitos anos, na muito distante Tailândia, vivia uma família de pirilampos.
A sua casa era num tronco de uma árvore muito antiga.

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 Todas as noites, os pirilampos saíam da sua árvore para iluminar o céu.
Pareciam estrelas, que não paravam de bailar!

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 Mas um dos pirilampos, mais pequenino, não queria sair do seu ninho
na árvore. Apesar de todos o tentarem convencer, ele não queria voar.

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 Os seus pais estavam muito preocupados. Não sabiam o que iria ser
do seu pequeno pirilampo.

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 Os dias foram passando e o pirilampo continuava sem querer
sair da árvore…

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 Até que uma noite a sua avó foi ter com ele e perguntou-lhe o que se passava.
— Eu não gosto de voar, avó — respondeu o pirilampo.

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 A avó explicou-lhe que os pirilampos voavam porque era
o que melhor sabiam fazer.

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 — Mas a minha luz é muito fraca, avó, nunca brilhará tanto como
a da Lua — insistiu o pirilampo.

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 Então, a avó contou-lhe que a Lua não brilhava sempre da mesma forma…

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 — O que quer isso dizer, avó? — perguntou o pirilampo.
— Quer dizer que há noites em que não se vê a Lua e é por isso que nós,
os pirilampos, temos de iluminar o céu.

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 — Isso é verdade, avó? — insistiu o pirilampo.
— Claro que sim! Há noites em que a Lua está muito grande e outras
em que está muito pequenina.

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 A avó contou ao pirilampo que eles, pelo contrário, brilhavam sempre
com a luz na mesma intensidade.

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 — Porque não vens voar comigo esta noite? Assim, perceberás
o que te expliquei — convidou a avó.

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 E foi assim que o pirilampo saiu para voar. Já não tinha vergonha.
A sua luz brilhava forte e iluminava o céu.

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