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INTRODUÇÃO
1
A cidade de Mendonça (Argentina) fica localizada perto da fronteira entre Argentina e
Chile, na base da cordilheira dos Andes, perto do monte Aconcágua. Na tradição
esotérica explica-se que o centro da espiritualidade originado a 33o latitude norte, nos
Himalaias (India), 5000 anos mais tarde desloca-se a Oeste, na mesma linha de 33o, à
zona do Médio Oriente, dando lugar às grandes tradições espirituais do Ocidente
(Judaismo, Cristianismo e Islão). Explica-se ainda que, nesta época, o centro estará
centrado a 33o, a sul, coincidindo exatamente com a região do monte Aconcágua,
chamado “teto do Ocidente”. Nessa região, onde nasce Silo, mais tarde dá o discurso
fundacional do seu Ensinamento, “A cura do sofrimento”, num lugar muito particular,
Punta de Vacas, único lugar no planeta onde confluem 3 cordões montanhosos e 3 rios
num mesmo ponto. Hoje, ali localiza-se o “Parque Histórico Punta de Vacas”, um dos
centros da Escola.
desenvolvidas em outras épocas e civilizações). Mas também pela primeira
vez na história estas disciplinas são apresentadas em conjunto e abertas ao
público.
Mas a sua contribuição não foi apenas em termos de pensamento. Silo foi
sobretudo um Homem de Ação, que sempre pôs em pratica aquilo que
predicou. Foi um exemplo inspirador e de grande motivação para todos
amigos que o acompanharam durante anos, na construção dum Projeto
maior para a humanidade (A Nação Humana Universal). A parte viva da sua
obra é composta pela corrente conhecida por Novo Humanismo (com
inúmeras frentes de ação e organismos sociais), a Mensagem de Silo (a
expressão espiritual da sua obra) e a Escola, funcionando nos 50 Parques de
Estudo e Reflexão que existiam à sua partida, e onde ficaria depositado o
conhecimento profundo das 4 disciplinas e do processo de evolução do ser
humano. Em cada um desses Parques a Escola funciona descentralizada, com
Mestres especializados nas disciplinas que vão realizando as suas
contribuições em novas investigações e produções.
Em outro aspecto inédito, Silo deixa claro que a sua Mensagem é baseada na
experiência interna e na livre interpretação, anulando desse modo qualquer
possibilidade de surgimento presente ou futuro de “sacerdotes” que tratarão
de explicar a Mensagem, ou de “como são na verdade as coisas”. Seu
ensinamento trata de 3 temas essenciais: o sofrimento, a morte e a
transcendência. O sofrimento -como evitá-lo, a morte -como superá-la e a
transcendência -como experimentá-la. Como Buda antes dele, evitou desse
modo qualquer posterior dogma baseado em crenças sobre a divindade ou o
mais-além. Em entrevista quando perguntado: “Silo, crê em Deus?”.
Responde de imediato, com um sorriso insinuante, “Deus é uma enorme
possibilidade”.
INFANCIA
Silo diria mais tarde que foi nessa altura que tomou a decisão mais
importante da sua vida: “não deixar passar um dia sem fazer algum tipo de
trabalho interno”. Quando alguém perguntou-lhe algum dia como se tornou
o que se tornou, ele respondeu: “Eu também nasci humano, mas a única
diferença entre nós é que enquanto tu te distraias e perseguias os teus
devaneios, eu não deixei passar um dia sem trabalhar sobre mim mesmo.”
Outro episódio enigmático: ainda à volta dos 4 anos, era frequente subir ao
ramo mais alto das árvores da vizinhança, e ficar ali sentado todo o dia.
Quando perguntavam o que fazia, respondeu: “olho, e busco, e então
encontro...e logo sigo buscando e logo encontro”.
PRIMARIA
Desde o inicio Mário foi ágil não apenas com a mente e o corpo, mas
também no campo social. Na escola era muita amigável e companheiro
favorito dos colegas. Alguém recordava que Mário era o único que se dava
bem com todos. Era amável e franco, cheio de ideias maravilhosas para jogos
e aventuras, com uma profundidade de percepção que os seus amigos
respeitavam. Segundo vários colegas, era inteligente, rápido, atlético e
divertido.
Andava sempre em grupo, mas também todos sabiam que era diferente. Era
comum virem buscar-lhe para jogar futebol e ele desculpar-se que tinha
coisas que fazer, ou por vezes ir ao jogo, e sentar-se debaixo duma árvore a
ler filosofia, Descartes, Kierkegaard e outros. Mas mesmo assim encaixava-se
perfeitamente no grupo, e os outros amigos o acarinhavam muito.
ADOLESCENCIA
Nos eventos sociais, era muito sociável, falava bem e fluentemente sobre
vários assuntos, com opiniões elaboradas sobre política nacional e
internacional, e outros temas, mas o que os amigos não compreendiam era
“quando” lia sobre tudo isso, porque andavam sempre juntos. Outro amigo
respondeu: quando nos íamos a festas aos fim-de-semana, era frequente vê-lo
na biblioteca pública. E algum outro disse mais tarde, o problema é que para
ele bastava ler as primeiras páginas para compreender o conjunto todo.
Noutro episódio curioso: ao redor dos 13, passou muitos dias numa boia de
madeira na piscina, deitado com óculos escuros a flutuar durante horas e
horas, saindo para almoçar e voltava a flutuar. Quando lhe perguntaram o
que andava a pensar: ele respondeu:: refletia sobre o que fazer com a minha
vida, até que um dia “se produziu o fenómeno” (nunca explicou que
fenómeno foi esse).
Se tivesse dito aos meu professores de teatro e música que o meu interesse final era
converter o meu corpo num instrumento altamente aperfeiçoado, pensariam que
estava a brincar. Eles não conseguiam compreender que até as minhas piadas
tinham o mesmo objectivo. Por isso quando aperfeiçoava o papel numa peça
teatral ou quando saltava os pentagramas na composição musical, afinava na
verdade cada músculo e fazia consciente cada víscera do meu corpo. Numa
ocasião tamanha foi a minha atuação teatral que o publico levantou-se e
aplaudiu emocionado. O que não sabiam era que para mim tal fora o resultado
da afinação correta da glicose, insulina, adrenalina e hormonas, lançadas à
expressão dramática.
Quando em encontros sociais sabia como vestir-se para cada ocasião e falar e
lidar com qualquer situação. Era um personagem popular nas festas.
MUDAR O MUNDO
EM BUSCA DA ESCOLA
5. Não posso pedir-te que vás mais além, mas também não será ultrajante que
eu afirme: "Ama a realidade que constróis e nem mesmo a morte deterá o teu
vôo!"
6. Não cumprirás a tua missão se não deres o teu melhor para vencer a dor e o
sofrimento daqueles que te rodeiam. E se consegues que eles, por sua vez,
empreendam a tarefa de humanizar o mundo, abrirás o seu destino para uma
vida nova.(...)”