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TRIANGULAÇÃO
EM SAÚDE E SEGURANÇA
DO TRABALHO
Gestão, Engenharia e Comportamento
volume 3
Editora Pascal
2020
2020 - Copyright© da Editora Pascal
Revisão: Os autores
Conselho Editorial
319 f. ; il. 3 v.
Formato: PDF
Modo de acesso: World Wide Web
ISBN: 978-65-86707-01-4
D.O.I.: 10.29327/514014
CDD: 869.8
CDU: 331:316.776:331.07
2020
www.editorapascal.com.br
contato@editorapascal.com.br
APRESENTAÇÃO
Fabio A. S. Arruda
Organizador e coautor
SUMÁRIO
CAPÍTULO 1 .......................................................... 1
CAPÍTULO 2 ....................................................... 21
CAPÍTULO 3......................................................... 43
CAPÍTULO 4......................................................... 57
Emerson Franco
CAPÍTULO 5......................................................... 71
Fabio Arruda
INTERAÇÕES E DESAFIOS NA
IMPLEMENTAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS
DE PROTEÇÃO NA INDÚSTRIA DA
CONSTRUÇÃO CIVIL
RESUMO
A
indústria da construção civil, devido sua dinâmica para o
cumprimento de prazos contratuais, associada à elevada
demanda de mão-de-obra e aos problemas relacionados
quanto a implementação das medidas de segurança do traba-
lho, enseja o cenário ideal para a ocorrência de acidentes do
trabalho. Dessa forma, o objetivo do presente estudo foi reali-
zar uma análise da relação entre a atuação do Estado, das em-
presas enquanto executoras das ações de Saúde e Segurança
do Trabalho nos canteiros de obras, e dos trabalhadores.
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Fabio A. da S. Arruda
1. INTRODUÇÃO
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Triangulação em saúde e segurança do trabalho
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trabalho deve ser transmitida pela empresa a todos os cola-
boradores envolvidos na atividade da construção civil, sendo,
nesse contexto, obrigação do empregador de realizar os devi-
dos treinamentos, assim como propiciar o desenvolvimento de
todas as atividades com segurança (SANTOS, 2018).
Os índices de acidentes na indústria da construção civil são
elevados, e a soma de fatores relacionada aos trabalhadores -
tais como atos inseguros, não utilização ou uso inadequado dos
equipamentos de proteção -, omissão das empresas e ineficiên-
cia do Estado em sua tarefa fiscalizatória, possui forte influência
para o aumento de tais índices (SOUZA e SOUZA, 2018).
Para BRIDII (et. al. 2013), o foco na saúde e segurança do
trabalhador sofreu aumento em diversos países ao longo das úl-
timas décadas, sendo que, no Brasil, esse avanço tem ocorrido
de forma combinada entre a legislação, ações de responsabili-
zação trabalhistas, penais, previdenciárias, civis, administrati-
vas e tributárias dos empregadores, tidos como responsáveis
pelos danos sofridos pelos trabalhadores.
Assim, o presente trabalho tem como intuito agrupar as in-
formações em torno do assunto quanto à relação entre legisla-
ção, empresa e trabalhadores, e os desafios na implementação
dos equipamentos de proteção na indústria da construção civil
no Brasil.
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Fabio A. da S. Arruda
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
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humano realiza suas atividades laborais, podendo ou não haver
recompensa pela atividade realizada. O equilíbrio do ambiente
de trabalho é alcançado por meio da salubridade e da inexistên-
cia de fatores que proporcionem perigos de caráter físicos e psí-
quicos para os trabalhadores, independendo das circunstâncias
às quais poderão estar expostos (MELO, 2013).
Para Mariano (2012), o ambiente de trabalho é o lugar
onde são realizadas as atividades laborais sob remuneração ou
não, isto é, trata-se do ambiente onde são desenvolvidas as ati-
vidades referentes ao trabalho do homem, não estando limitado
ao empregado, e sim à sua mão-de-obra, seja ela física ou em
caráter intelectual. Melo (2013) cita que os locais de trabalho
devem possuir ambiente harmonioso para todos, do qual repre-
senta importante e fundamental direito do cidadão brasileiro
trabalhador.
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Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 3
2017).
As atividades de construção de um determinado empreen-
dimento, necessita da participação de inúmeros profissionais,
em diferentes funções, o que requer a adoção de medidas extras
como os Equipamentos de Proteção Coletiva, dos quais auxiliam
na prevenção de acidades e redução na quantidade de fatalida-
des que podem ocorrer o canteiro de obras (SOUZA, 2017).
Para que haja eficiência quanto ao uso dos equipamentos
de proteção, se faz necessária a implantação de um Sistema
de Gestão de Saúde e Segurança do Trabalho robusto na em-
presa, do qual deverá reforçar o compromisso da alta direção
da empresa com a saúde e a segurança de seus trabalhadores
(SOUZA, 2017).
Dessa forma, é implementado um conjunto de procedimentos
dos quais resultam na efetivação de ações coletivas, de modo
que reduzam as possibilidades de ocorrência dos acidentes, so-
bretudo os de maior gravidade (SOUZA, 2017).
A mera delegação de atribuições de segurança do trabalho
para um determinado departamento não se faz suficiente para
garantir a plena segurança dos trabalhadores, tendo em vista
que o número de profissionais da área de Saúde e Segurança
do Trabalho das empresas é reduzido, perante o quantitativo
de colaboradores, de atividades e frentes de serviços nos locais
(SOUZA, 2017).
As ações de monitoramento de uso dos equipamentos de
proteção, o acompanhamento na verificação da adequação dos
EPCs, as inspeções quanto aos procedimentos corretos de Se-
gurança do Trabalho e demais equipamentos, devem ser rea-
lizadas pelo SESMT, assim como pelos os líderes (presidente,
gerentes, coordenadores, inspetores, etc). Dessa forma, os co-
laboradores perceberão a postura das lideranças voltada à pre-
servação da saúde e segurança, podendo, assim, resultar em
redução dos atos inseguros e acidentes (SOUZA, 2017).
De acordo com SOUZA (2017), é comum que os trabalha-
dores, sobretudo os acidentados, tenham pleno conhecimento
dos EPIs aos quais necessitam utilizar, contudo, não compreen-
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exercer uma atividade sem o devido preparo, ocasionando o
acometimento de atos inseguros e/ou expondo-se a condições
inseguras, sendo que essas são as principais causas de aciden-
tes.
FRANCO (2017) apud Freitas (2011) cita que a maioria dos
acidentes ocorre devido comportamento de risco dos trabalha-
dores; em outras palavras, ocorrem pelo não atendimento às
normas de segurança do trabalho. É comum o trabalhador utili-
zar ferramentas inadequadas por estar desmotivado a buscar a
ferramenta correta onde está guardada.
Ainda de acordo com Freitas (2011), a ocorrência do aci-
dente de trabalho não se dá por mero fruto do azar ou mesmo
do acaso. Uma sequência de fatores pretéritos contribuem para
a ocorrência do acidente que, se eliminados, reduzem as pos-
sibilidades de ocorrência de novo acidente. É fundamental que
o trabalhador atue sobre os riscos aos quais está exposto, bus-
cando extingui-los.
Para SANTOS (2018), a maior parte das causas dos aci-
dentes relacionada ao trabalho no Brasil são pelos seguintes
motivos: não utilização dos EPIs e EPCs adequados; negligência
por parte do empregador quanto à correta instrução; baixo con-
hecimento técnico; atos inseguros; ausência ou mesmo neg-
ligência por parte dos órgãos fiscalizadores; não cumprimento
das leis relacionadas ao trabalho; não observância por parte
dos empregadores aos diretos trabalhistas dos colaboradores;
falta de manutenção ou renovação dos equipamento.
Ainda de acordo com SANTOS (2018), a construção civ-
il é uma das atividades com maior número de acidentes, fato
comprovado por meio dos apontamentos realizados pelo INSS,
do qual comprova que as principais situações causadoras de
acidentes de trabalho são: queda em altura, cortes, lesões por
esforços repetitivos, altos níveis de ruídos e fadiga.
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Quanto ao número de Auditores Fiscais, segundo a Portaria
nº 560, de 12 de agosto de 2016, apresentada pelo MTE, até o
ano da publicação existiam 2.525 em atividade, distribuídos em
todo o território nacional, divididos nas ações inerentes ao car-
go. Para a Organização Internacional do Trabalho (OIT), o ideal
é que haja 01 (um) Auditor Fiscal do Trabalho para cada grupo
de 10mil habitantes, havendo, portanto, defasagem no número
de profissionais no Brasil LACHOWSKI (2017).
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3. MÉTODO
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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
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seguras em seu ambiente de trabalho e ao uso adequado dos
equipamentos de proteção, esbarra principalmente em ques-
tões culturais, psicológicas e comportamentais. O empregado,
nesses casos, se configura como a parte frágil da relação entre
Empregado x Empregador e Governo, pois necessita do salário,
geralmente não possui a cultura da segurança e via de regra
obedece o que o empregador ordena. Quando da ocorrência
de acidentes de trabalho, é comum o empregado ser apontado
pelo empregador como o causador do acidente por ter negligen-
ciado as questões de segurança.
O sucesso nas ações de segurança que podem alcançar
os trabalhadores da construção civil, via de regra, apenas são
alcançados quando há o engajamento do empregador, com a
participação de todas as lideranças envolvidas no empreendi-
mento. Delegar a responsabilidade da segurança do trabalho
somente para os trabalhadores e técnicos de segurança tem se
mostrado ineficiente.
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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
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REFERÊNCIAS
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MARTINS, Sergio Pinto. Comentários à CLT. 16. ed. São Paulo: At-
las, 2012.
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Pós-Graduação em Engenharia de Processos – Mestrado Profissional,
PPGEP/ITEC, da Universidade Federal do Pará – UFPA. Belém - Pará,
2017.
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2
RESUMO
O
estudo de caso realizado nos relatórios de investigação
dos acidentes ocorridos na Construtora Pessânka Ltda.
sediada em Parauapebas/PA, mostrou a importância da
implantação de ações estruturantes para eliminação de novas
ocorrências. As sugestões para a reestruturação dos planos de
ação seguiram o modelo da hierarquia das camadas de proteção
defendidas por Oliveira, quando descreveu sobre Gerenciamen-
to de incidentes relacionados com Saúde e Segurança do Tra-
balho, obedecendo aos critérios explicitados nas normas do
Ministério do Trabalho e Emprego, a fim de que os ambientes de
trabalho alcancem um nível de conforto em saúde e segurança,
que possibilitem a redução e/ou eliminação da exposição dos
trabalhadores aos riscos ocupacionais.
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1. INTRODUÇÃO
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Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 3
de barreiras físicas (guarda-corpo, proteção de máquinas, etc.)
ou sistemáticas (sensor de parada, sensor de movimento, etc.);
nesse sentido, a ordem de implantação vai depender exclusiva-
mente do compromisso de cada organização com a prevenção
de acidentes.
Ao analisar as estatísticas de acidentes nos sites do INSS
(Instituto Nacional do Seguro Social) e do OIT (Organização In-
ternacional do Trabalho) podemos constatar que no ano de 2010
houve uma enorme deficiência no entendimento e atendimento
dos requisitos normativos. De acordo com o que mostraram as
estatísticas, a prevenção de acidentes no Brasil e no mundo por
parte das empresas, demonstram que não houve uma implan-
tação efetiva de ações para evitar a ocorrência de acidentes. No
Anuário Estatístico da Previdência Social (PREVIDÊNCIA SOCIAL
2010) houve o registro de 701,5 mil acidentes de trabalho, o
que representa 1,92 mil acidentes por dia e 80,08 acidentes por
hora. Já no site da OIT (OIT BRASIL 2013) foram registradas
6.300 mortes como resultado de lesões ou doenças relaciona-
das ao trabalho, o que corresponde a mais de 2,3 milhões de
mortes por ano.
No Brasil a Lei 6.514 de 22 de dezembro de 1977, regu-
lamentada pela portaria 3.214/1978, estabelece em suas nor-
mas regulamentadoras a responsabilidade dos empregadores
sobre a implantação de medidas que garantam a preservação
da saúde e integridade física de seus colaboradores, orientação
esta que pode ser atendida plenamente quando observadas as
orientações defendidas por Oliveira (2009), quando apresenta a
hierarquia das camadas de proteção.
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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1.1 PROJETO
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Vol. 3
pessoas e equipamentos, além do que os prédios já devem ser
projetados e construídos com todo o sistema de emergência
necessários em casos de sinistros (saídas de emergência em ta-
manho adequado, portas corta chama, iluminação de emergên-
cia, sinalização de emergência, sistema de parada instantânea,
pontos de encontro identificados, equipamentos de combate a
incêndio, distribuídos em pontos estratégicos, etc.).
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cela de contribuição apenas na implantação ou programação
desta. As duas últimas camadas (dispositivos de advertência e
procedimento, treinamento e EPI), tratam do segundo direcio-
namento que está voltado às ações comportamentais ou admi-
nistrativas, que necessariamente dependem da conscientização
do homem para funcionar; estas ações possuem pouca eficácia
no processo de prevenção de acidentes, conforme defende Oli-
veira.
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TOTAL 14 13 27
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GRÁFICO 1 – Distribuição dos acidentes pelos meses do ano de 2012.
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TOTAL 145
Lesão no dedo
braço direiro
Fratura no
esquerdo
CAUSAS
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do as barreiras sugeridas para o seu bloqueio e as medidas que
devem ser implantadas, segundo a hierarquia das camadas de
proteção, defendidas por Oliveira.
FONTE: http://www.youtube.com/watch?v=FVmocvrJaCY
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QUADRO 5 – Proposta de plano de ação segundo a hierarquia das barreiras
de proteção
FONTE: http://www.edillame.com/pt/Betoneiras_Hidr%C3%A1ulicas/
AMIS_Diesel
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seguindo a hierarquia:
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IMAGEM 03: Serra circular de bancada sem proteção
FONTE: http://guaratuba.olx.com.br/vendo-serra-circular-de-bancada-
-iid-429512614
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Dispositivos de Segurança: Instalação de coifa, limita-
dor de curso, protetor de mão.
Procedimentos, treinamentos e EPI - Realizar a divul-
gação do evento, elaborar procedimento e treinar os colabora-
dores neste procedimento.
IMAGEM 04: Exemplo de proteção para serra circular
FONTE: http://novohamburgo.olx.com.br/protecao-autoajustavel-
-para-serra-circular-de-bancada-ou-esquadrejadeira-konstrumack-
-iid-471215187
FONTE: http://carazinho.olx.com.br/serra-circular-de-bancada-simples-
-iid-310877074
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4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
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REFERÊNCIAS
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MODELO DE GESTÃO DA
INCAPACIDADE LABORAL: A
EXPERIÊNCIA DE UMA EMPRESA NO
MANEJO DO ABSENTEÍSMO MÉDICO
RESUMO
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1. INTRODUÇÃO
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
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nizacional, cada vez mais empresas têm criado suas políticas
levando em conta o absenteísmo. O absenteísmo por doença
não pode ser previsto, por isso é o que mais preocupa os em-
presários. Na origem do absenteísmo por doença nas empre-
sas, raramente, são encontradas as grandes questões de saúde
pública. São mais comuns as doenças sobre as quais o médico
não pode ter uma participação ativa na seleção como diarreia,
gripe, acidentes fora do trabalho e acidentes do trabalho. As
doenças de natureza psicossomática e relacionadas às questões
ergonômicas tem crescido cada vez mais (COUTO, 1987).
A origem multifatorial do absenteísmo permeia diversos
espectros que vão além do adoecimento em si. Segundo Souto
(1979), muitas vezes por trás de um atestado médico existe
uma série de situações como: insatisfação com o trabalho,
falta de confiança e relação interpessoal desgastada entre
liderança e subordinados, tratamento injusto, ausência de uma
política de planejamento de carreira, problemas de organização
de processos de trabalho, dependência química, problemas
domésticos e financeiros dos empregados, residir distante do
trabalho, ter um segundo emprego, clima organizacional, dentre
outros. De acordo com Loisel e Anema (2013), o trabalhador com
incapacidade para o trabalho deve ser percebido no centro de uma
rede de interações dinâmicas que envolve ele próprio, portador
de uma determinada condição de saúde, os aspectos pessoais,
a organização do trabalho e o ambiente onde vive em diferentes
contextos sociais. Essa multifatorialidade de causas exige que
as ações de controle e mitigação sejam desenhadas por uma
equipe multidisciplinar e sempre pensando no empregado de
uma forma integral (SANTIAGO, 2017). De uma forma geral, na
maioria das empresas, a solução do “problema” do absenteísmo
recai sobre a área da saúde. Mas para que as empresas consigam
realmente evoluir na redução do absenteísmo é necessária uma
maior participação e envolvimento dos gestores, do setor de
Recursos Humanos (RH) e, alguns casos, do jurídico na condução
desse tema tão complexo. É importante também fomentar o
protagonismo e o autocuidado do empregado com sua saúde
(MARQUES, MARTINS e SOBRINHO, 2011).
A prática clínica e o ferramental epidemiológico são essen-
ciais para a análise dos afastamentos. Sendo assim, o primeiro
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3. MÉTODO
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
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Vol. 3
de diferentes bancos de dados da empresa e gerou um escore
que permitiu a categorização do risco de adoecimento da popu-
lação de trabalhadores. Dessa forma, ações mais assertivas de
prevenção, promoção e recuperação puderam ser empregadas.
É importante lembrar que, como em qualquer modelo preditivo,
leva-se tempo para que ele amadureça e aumente progressiva-
mente seu grau de assertividade.
A base para a construção do modelo de gestão do ab-
senteísmo da empresa teve um espectro amplo que levou em
conta o conceito da incapacidade laboral, ou seja, o grau de
impedimento para o trabalho, temporário ou permanente, par-
cial ou total, capaz de influenciar na saúde e na produtividade
de indivíduos. A construção do modelo teve início em junho de
2017 com a formação dos grupos técnicos multidisciplinares,
formados por representantes da saúde, da ergonomia, de ge-
stores operacionais, do RH e do jurídico e de uma empresa de
consultoria que apoiava o projeto. O grupo tinha a missão de
propor ações e iniciativas que pudessem ajudar na redução do
absenteísmo. A figura 1 mostra a linha do tempo da construção
do modelo.
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Vol. 3
Devido à multifatorialidade das causas que geram o ab-
senteísmo, não é fácil prever como cada afastamento irá evoluir.
Na maioria das vezes as iniciativas voltadas para a redução dos
afastamentos terão resultados refletidos nos índices somente a
médio e longo prazo.
A figura 3 mostra a evolução do absenteísmo de 2017 até
janeiro de 2020 na diretoria estudada. A fórmula de cálculo uti-
lizada pela empresa para cálculo do índice de absenteísmo está
demonstrada na figura 4.
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Vol. 3
O fato de, nessa diretoria, o perfil do absenteísmo ser mais
prevalente para o adoecimento por causas osteomusculares e
psicossociais não quer dizer que outras iniciativas e programas
para reduzir o absenteísmo por outras causas não possam ser
implementadas. Os programas de prevenção e promoção da
saúde do trabalhador devem levar em conta aspectos como a
incidência de riscos não ocupacionais, condições de vida, hábi-
tos, comportamentos de saúde, a saúde financeira das famílias,
o relacionamento interpessoal familiar dos trabalhadores e out-
ros que possam ser causa raiz de problemas psicossociais que
geram o afastamento do trabalho (REIS e RIBEIRO, 2003).
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
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Fabio A. da S. Arruda
REFERÊNCIAS
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PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO
BASEADO NO COMPORTAMENTO
SEGURO DAS ATIVIDADES COM RISCO
ELÉTRICO
Emerson Franco
RESUMO
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Fabio A. da S. Arruda
1. INTRODUÇÃO
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Vol. 3
tos ao risco de choque e arco elétrico, contribuindo para o au-
mento dos casos de acidentes, bem como para os riscos adicio-
nais que envolvem essas atividades.
Segundo Kindermann (2000), “choque elétrico é a pertur-
bação de natureza e efeitos diversos que se manifesta no or-
ganismo humano quando este é percorrido por uma corrente
elétrica”. Esse contato indevido com partes energizadas pode
levar a graves consequências, tais como parada cardiorrespi-
ratória, fibrilação ventricular e tetanização, que é a contração
involuntária (crispação) dos músculos, podendo manter a víti-
ma presa ao ponto de contato com a energia elétrica até um
eventual desligamento ou ação de emergência tomada por uma
outra pessoa no local.
Além do choque elétrico, podemos mencionar a ocorrência
de arcos elétricos que são fenômenos oriundos da falta de iso-
lamento ou abertura inadequada de dispositivos de manobra.
Para tanto, a caloria gerada por um arco elétrico é chamada
de energia incidente e apresentada em calorias por centímetro
quadrado. Dependendo do porte da instalação essa energia, ela
é capaz de derreter partes metálicas de painéis e emitir on-
das de temperaturas que podem chegar a 20.000 graus celcius.
Além da temperatura, ondas de pressão, luz e ruído são gera-
das, o que pode causar riscos iminentes aos trabalhadores.
Salienta-se ainda que a maioria dos acidentes envolven-
do arcos elétricos sem proteção do trabalhador pode provocar
queimaduras de terceiro grau, podendo ser agravadas pela pro-
jeção de partículas metálicas que aderem à pele do trabalhador,
prejudicando assim o processo de cicatrização e recuperação.
Normalmente, associado ao choque e arco elétrico, ainda
temos os riscos adicionais que podem agravar ainda mais a se-
veridade dos acidentes elétricos, conforme a figura abaixo:
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Vol. 3
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Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 3
barreira pode contribuir efetivamente para a cultura de segu-
rança das empresas e com isso potencializar a adoção das me-
didas anteriores (barreira física e sistêmica).
Tomando como base os treinamentos realizados
em determinadas empresas, percebemos nas barreiras
comportamentais uma grande oportunidade de melhoria pois,
essa ferramenta quando bem aplicada, pode ser um fortalecedor
da cultura de segurança e promotor de comportamentos seguros.
Infelizmente nos deparamos com treinamentos enfadonhos,
repetitivos, pouco envolventes, que não são planejados para
mudança comportamental e que apenas apresentam informações
que se perdem logo após a realização deles.
Outro fator importante citado por Mota (2014) são as funções
cognitivas executivas, ou seja: comportamentos adaptativos
que envolvem o raciocínio abstrato, resolução de problemas,
planejamento, organização e outras que proporcionam o
desempenho laboral efetivo.
Logo, podemos afirmar que os treinamentos devem
ser desenhados para contribuir com o desenvolvimento das
funções cognitivas, além de contribuir para a reflexão de um
comportamento efetivo no dia a dia dos profissionais.
3. DESENVOLVIMENTO DE PROGRAMAS DE CAPACI-
TAÇÃO
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Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 3
A terceira etapa é o DESENVOLVIMENTO, onde a meto-
dologia definida ganha vida, para que o material educacional e
dinâmicas sejam preparados, assim como os instrutores defini-
dos e principalmente para que a customização seja feita para a
realidade dos participantes.
A quarta etapa diz respeito a IMPLEMENTAÇÃO, que é a
colocação em prática das ferramentas desenhadas e desenvol-
vidas. O importante aqui é que o instrutor seja capaz de criar o
ambiente propício para o aprendizado, baseado na andragogia,
que é o ensino dos adultos, que possuem características pró-
prias.
A quinta etapa trata-se da AVALIAÇÃO, onde deve-se me-
dir se o objetivo proposto foi atendido. Para isso, pode-se utili-
zar várias ferramentas tais como :
• Avaliação do aprendizado (pré e pós teste podem confir-
mar se houve evolução no conhecimento);
• Avaliação das dinâmicas e interações em sala (vis-
am identificar o nível de habilidade e conscientização
demonstrada pelos participantes);
• Avaliação de reação (trata-se da avaliação do instrutor,
ambiente e recursos educacionais pelo ponto de vista do
participante);
• Avaliação por meio da Observação Comportamental (
trata-se da observação do participante por um líder ou
técnico, quanto os comportamentos apresentados pelos
participantes pós-treinamento).
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Vol. 3
4. TREINAMENTOS TRANSFORMADORES
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REFERÊNCIAS
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5
IMPLEMENTANDO A CULTURA DE
PREVENÇÃO ATRAVÉS DA ATUAÇÃO
DOS LÍDERES
RESUMO
O
presente estudo visa avaliar como as organizações estão
incorporando os conceitos mais recentes em Segurança e
em Prevenção de Fatalidades nas suas operações e como
esses conceitos se tornam práticas efetivas e controles robustos
para garantir a segurança e o bem-estar de todos. Apresenta
ainda como as organizações estão envolvendo e comprometen-
do seus líderes nos esforços de melhoria, observações efetu-
adas entre 2018 e 2019 em diversos segmentos de negócio,
visando contribuir com as demais organizações e profissionais
envolvidos.
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1. INTRODUÇÃO
73
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 3
acreditar que “a segurança está dominada”, ou que “as pessoas
estão cuidando de sua segurança”, então é possível passar para
outras prioridades. Segurança teria que ser considerada como
um Valor para a organização, estando acima das demais priori-
dades normais a qualquer organização, e também deveria ser
devidamente tratadas pelas equipes. Quando a empresa para
de dar a atenção necessária ao processo Segurança ou deixa de
realizar algumas práticas fundamentais, os processos começam
a se degradar e a ocorrência de acidentes mais graves passa a
ser apenas uma questão de tempo.
O tão propalado Zero Acidente deveria ser um objetivo per-
manente das organizações, nada diferente de zero poderia ser
aceito como objetivo, mas nunca deveria ser uma meta, pois
toda meta tem objetivo, valor e prazo para acontecer. É como a
excelência ou a perfeição que todos buscamos atingir e temos
como ideal, mas não deveria se colocar valor e prazo para atin-
gir pois não existe fator mais desmotivador do que começar um
ano de trabalho com uma meta “zero acidente” colocada e logo
na segunda semana do ano alguém torce o pé e a meta “cai”, o
que levaria as pessoas a considerá-la perdida, passando a focar
esforços em outra meta, deixando de dar a atenção necessária
às práticas de Segurança e o resultado normalmente seria a
ocorrência de outros acidentes no ano.
Metas de segurança deveriam incluir a implementação de
controles efetivos para os riscos encontrados e também coloca-
das em indicadores proativos de segurança adotados pela orga-
nização.
Nos últimos 10 (dez) anos houve diversos avanços na ma-
neira de pensar a Segurança como processo, sendo assim, se
torna necessário lançar uma nova visão sobre os antigos para-
digmas, os quais foram por muito tempo aceitos sem contes-
tação, sendo disseminados mundialmente; são esses avanços
na maneira de pensar segurança e como as organizações vêm
implementando práticas sustentáveis e robustas baseadas nes-
ses novos conceitos que justificam a necessidade de um estudo
qualitativo. O problema da pesquisa pode então ser resumido a
duas questões fundamentais:
- Como as organizações estão incorporando novos concei-
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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
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menores. Do grupo de grandes empresas que participaram do
estudo obteve-se a proporção de 21% de acidentes com poten-
cial para causar fatalidade ou lesões sérias, dentre o total de
eventos estudados. O triângulo da direita mostra que nesses
21% o acidente mais sério pode ocorrer direto do nível de quase
acidente, caso as suas causas distintas não forem eliminadas.
Isso lança foco na atuação dos líderes, pois devem se preocupar
exatamente com esse tipo de situação, não medindo esforços
para implementar medidas de controle robustas e efetivas para
evitar uma fatalidade ou lesão séria.
A contribuição da obra de Sidney Dekker lança uma nova
visão que vai de encontro aos mantras ultrapassados, como o
que afirma que 90% dos acidentes são devidos a falhas hu-
manas. Dekker alerta que essa constatação é fruto de uma
análise malfeita, incompleta e inconclusiva, para a qual não se
consegue estabelecer uma ação eficaz de bloqueio. Erros hu-
manos vão acontecer sempre, pois as pessoas são humanas e
humanos erram, é parte de nossa natureza.
Dekker afirma ainda que uma análise melhor executada
leva a se perguntar a uma pessoa que sofreu um acidente qual
resultado ela esperava obter ao executar a atividade de uma
forma distinta da estabelecida. Obviamente a pessoa que sofreu
o acidente não sabia que isso iria ocorrer e perguntar a ela por
que não seguiu determinada regra ou determinado procedimen-
to não iria ajudar a entender os reais motivos do desvio, apenas
encerra qualquer possibilidade de aprendizado.
Dekker adiciona que erros humanos são inevitáveis, mas
não são as causas de falhas, são sintomas de problemas maiores,
não são aleatórios, mas sim conectados a procedimentos, ferra-
mentas ou ao ambiente operacional. As falhas, normalmente,
representam dificuldades das pessoas em lidar com a complex-
idade dos sistemas estabelecidos. Muitas funções estabelecem
procedimentos e sistemas complexos na organização; tal com-
plexidade é o que ocasiona falhas.
Dessa forma, conclui Dekker, as fontes de erros são es-
truturais e não pessoais, por esse motivo não se deve punir as
pessoas por erros cometidos, tentando “consertar” as pessoas,
mas determinar as causar estruturais e corrigi-las.
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3. MÉTODO
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
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Vol. 3
Investir em melhoria de sistemas de gestão não trará re-
sultados significativos, normalmente é muito esforço para pou-
co resultado. Conquista-se uma padronização e eventualmente
uma certificação do sistema, mas muitas têm dificuldades para
manter o sistema funcionando como projetado e algumas práti-
cas fundamentais não evoluem.
Investir mais em programas de comportamento seguro não
vai trazer a eliminação de fatalidades ou de acidentes de poten-
cial elevado de severidade, pois requerem a implementação de
medidas de controle de alta hierarquia. Este foi um erro obser-
vado em algumas organizações que, por modismo ou desconhe-
cimento, acabaram investindo em programas comportamentais
e, quando ocorria um acidente mais sério, a alta administração
questionava a utilidade do programa (com justa razão), ou seja,
é um investimento que na maioria das vezes não se sustenta,
pois não resolve o desafio perene de eliminar fatalidades e aci-
dentes com elevado potencial de lesões.
A resposta encontrada para a questão é que as organiza-
ções estão buscando investir na liderança para que ela imple-
mente controles efetivos nas três barreiras, construindo a cultu-
ra de prevenção em segurança, a qual irá trazer o desempenho
da organização para um novo nível de resultados.
Por mais óbvio que possa parecer, muitas vezes as pessoas
desconhecem que o líder é o responsável pela segurança de
sua equipe e é quem responde pelos resultados. Organizações
que já enfrentaram acidentes graves sabem que a pior derrota
que um líder pode experimentar é um acidente grave com um
membro de sua equipe, então cabe aos líderes implementar e
manter os controles necessários, resistindo a toda e qualquer
pressão por recursos ou prioridades que venham a competir
com a Segurança.
As organizações nas quais a liderança apresentava os me-
lhores resultados em segurança consideram a função supervi-
são como fundamental para garantir que os processos se man-
tenham sob controle, cabendo esta função ao primeiro nível de
liderança. Essas organizações consideram a presença do líder
na área de operações como fundamental para desenvolver a
confiança e o decorrente comprometimento da equipe e, assim,
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Vol. 3
• Assumir a vida das pessoas da equipe e seu bem-estar
como Valores;
• Dar o exemplo através da dedicação e comprometimen-
to pessoal com a Segurança;
• Conhecer os processos operacionais e ampliar sua pre-
sença nas áreas;
• Trabalhar de forma focada e equilibrada nas três bar-
reiras, física, de sistemas e de comportamento, esta-
belecendo controles robustos e adequados em função
dos riscos existentes;
• Reconhecer que não é possível “mudar por ordem” com-
portamentos de pessoas, mas através da construção de
uma cultura onde os hábitos seguros sejam internaliza-
dos pelas pessoas;
• Cobrar o cumprimento dos padrões operacionais e deix-
ar muito claro que violações não são toleradas;
• Reconhecer e valorizar atitudes seguras;
• Estabelecer comunicação constante e em duas vias com
a equipe, com seus pares e com a alta administração;
• Considerar como privilégio pessoal a oportunidade de
trabalhar como agente de transformação da organi-
zação.
A atuação do líder de operações na rotina diária está es-
quematizada na conhecida figura do SDCA, conforme mos-
trado na publicação Gerenciamento da Rotina, de Vicente
Falconi Campos, em referência.
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Vol. 3
gando e acreditando?
Nas situações fora de rotina como em partidas, paradas pro-
gramadas de manutenção, obras, ampliações ou manutenções
corretivas a atuação do líder e igualmente decisiva, devendo
cuidar de:
• Manter as áreas limpas e arrumadas mesmo em ma-
nutenção. Em local limpo e arrumado o acidente não
encontra espaço, mas em áreas desorganizadas e sujas,
a ocorrência de acidentes é quase certa;
• Não permitir o início de nenhuma atividade sem uma
prévia análise de riscos;
• Emissão de permissão de trabalho em todos os serviços
onde ela é necessária. Falta de permissão de trabalho é
violação gravíssima;
• Liberação dos serviços realizada no local da execução,
verificando a correta implantação de todas as medidas
de segurança. Desabilitar dispositivos de proteção é vi-
olação gravíssima.
• Para os líderes de Segurança os seguintes atributos são
fatores críticos de sucesso:
• Conhecimento do negócio da organização dos processos
através dos quais os produtos são obtidos e dos riscos
associados aos processos;
• Conhecimento da variabilidade dos processos, de gestão
de pessoas e de gestão de riscos;
• Foco em soluções para os riscos existentes ao invés de
normas e regulamentos;
• Adoção de estratégias distintas para eliminação de fa-
talidades e para redução da acidentabilidade total;
• Conhecimento do seu papel de apoio aos líderes no
processo, ajudando efetivamente a operação (“mis-
sionário”).
Líder de segurança, em uma analogia com as premiações
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pessoal operacional. São realizadas também as verificações
das observações e sugestões dos operadores, priorizando
aquelas relacionadas a riscos críticos e dando feedback e
reunindo as semelhantes, priorizando e delegando a operação a
implementação das demais.
Na etapa de análise crítica e melhoria são utilizadas as
medições da cultura de segurança da área, os resultados das
auditorias internas e externas e a medição da assertividade do
líder, ou seja, a medição qualitativa e quantitativa das ativi-
dades a cargo do líder. As oportunidades de melhoria são dis-
cutidas e priorizadas e passam para a etapa de planejamento do
ciclo seguinte para serem devidamente implementadas.
A partir da grande figura (no amplo sentido), a seguir
serão apresentadas as principais atividades do cargo do líder na
construção da cultura de prevenção, as quais foram observadas
nas organizações de cultura mais maduras, desde o planejamento
e passando pelas três barreiras de forma equilibrada e completa.
a) Planejamento:
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onde erros não são tolerados ou são punidos a confiança não
existe e a turma passaria a esconder os erros até que um aci-
dente mais sério exponha a verdade.
As organizações de cultura madura sabem que quando se
fala que 90% dos acidentes são devidos a falhas humanas, isto
é fruto de uma análise malfeita, incompleta e inconclusiva, para
a qual não se consegue estabelecer uma ação eficaz de blo-
queio. Erros humanos vão acontecer sempre pois as pessoas
são humanas e humanos erram, é parte de nossa natureza.
As organizações de cultura madura em segurança conside-
ram que os acidentes emergem da complexidade dos sistemas
e não são frutos de apenas um erro ou uma violação, mas de
uma sucessão de fatores necessários para que o acidente ocor-
ra. Elas buscam corrigir os sistemas, não perdendo tempo ten-
tando corrigir as pessoas.
As organizações conhecem que erros são diferentes de vio-
lações e estas não devem ser toleradas pela liderança, mas uma
análise cuidadosa com o tipo de violação é efetuada para se
concluir se é ou não o caso de aplicar uma sanção prevista na
política de consequências da organização.
O modelo abaixo destina-se a apoiar os líderes nas deci-
sões sobre eventual aplicação de política de consequências.
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tornando cada vez mais mal-educada e sujeita a problemas
maiores no futuro.
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Vol. 3
Foi observado como comum nas organizações de maturida-
de mais alta que a governança em segurança é atribuição clara
da liderança e algumas ações a cargo dos líderes são também
comuns na maioria das organizações. Essas ações têm como
objetivo ajudar a construir hábitos seguros e uma cultura sus-
tentável de prevenção em segurança.
A atuação efetiva dos líderes se dá nas áreas operacionais,
em todos os contatos que têm com as equipes de operação,
sendo as mais comuns as caminhadas de segurança também
chamadas de “gemba safety walk” as auditorias de cumprimen-
to de padrões operacionais, as observações de comportamento,
os diálogos com a equipe onde a disciplina operacional é cobra-
da e reforçada e também no dia a dia da supervisão da turma
e orientação dos membros das equipes. Todos percebem quan-
do o líder está dando exemplo e se comunicando abertamente,
ajudando assim a construir a chamada liderança percebida (por
todos).
Um dos pontos mais importantes é o tratamento dos re-
latos dos operadores, como mostrado na Figura 13, abaixo. O
líder deve ter uma rotina para tomar conhecimento dos relatos
de incidentes e sugestões de melhoria e tratar diretamente
aqueles que tem potencial de incidente. Quanto mais o líder
soluciona os problemas, mais a turma acredita nele e passa a
“jogar junto”; o velho ditado “quanto mais resolve, mais envol-
ve” não falha.
A maioria dos problemas operacionais pode ser resolvido
através do “ver e agir”, ou seja, depende de vontade e priori-
zação somente. Uma parte menor depende de algum dispêndio
que pode ser absorvido “no custo” da operação e a menor parte
vai depender de se elaborar um projeto e aprovar um investi-
mento para ser devidamente amortizado no custo da organi-
zação. O exemplo pessoal e a qualidade das decisões do líder
influenciam diretamente a liderança percebida, quanto mais de-
cisões de resolver problemas forem tomadas, mais os operado-
res vão assimilando os hábitos seguros.
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qualidade das observações do que a quantidade. A figura acima
representa a maneira encontrada para realizar observações efe-
tivas.
Dentro da agenda mensal do líder são programadas algu-
mas observações de comportamento em postos chave de tra-
balho e esta prática a cargo do líder é suportada tecnicamente
pela equipe de SST. Embora as etapas de observação diferissem
ligeiramente nas organizações, basicamente seguiam o mesmo
roteiro. Os pontos importantes são a interação entre líderes e
operadores, a reflexão sobre eventuais comportamentos de ris-
co e o compromisso assumido de mudar esses comportamen-
tos. O bom líder tem em seu bolso um caderno de anotações (o
mais simples possível) e combina com o operador observado a
data em que será verificado que o comportamento seguro foi
adotado em substituição ao comportamento de risco.
Durante a verificação será constatado que:
• O operador realmente adotou um comportamento se-
guro e o líder dará o reforço positivo, cumprimentando o
operador por ter eliminado comportamento de risco, ou;
• O operador ainda demonstra comportamento de risco,
não tendo alterado o modo de se comportar e atuar
naquela tarefa específica. Sendo assim, o líder dará
mais uma chance e firmará um plano de melhoria com
o operador.
Passado o prazo combinado para que o plano de melhoria
seja implementado, o líder efetua mais uma verificação e caso
o operador insista em atuar com comportamento de risco, deve
ser estudada a aplicação da política de consequências da orga-
nização conforme já detalhado.
A arma mais eficaz que o líder tem à sua disposição para
a construção de uma cultura de prevenção em segurança onde
todos adotam hábitos seguros é o reforço positivo. Algumas
organizações de maturidade mais baixa focam mais do lado
da aplicação de sanções (ou seja, mudança “na dor”) ao invés
de reforçarem suas práticas de reconhecimento (mudança “no
amor”).
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transformar a cultura da organização em uma cultura de pre-
venção com hábitos seguros espalhados em todas as áreas, o
líder se capacita também em atingir as demais metas da organi-
zação e isso tem um poder alavancador sobre seu desempenho
e sobre sua progressão dentro da organização ou mesmo em
um desafio fora dela.
A maioria das organizações observadas têm Planos de De-
senvolvimento Individual (PDI) anuais colocados para os líde-
res, os quais apontam e negociam com seus gerentes os temas
que sentem necessidade de melhorar para atingirem todas as
metas colocadas
As organizações de maturidade mais elevada em segurança
pedem que dentre as 4 (quatro) ou 5 (cinco) ações de melhoria
estabelecidas no PDI sejam incluídas duas relativas à Seguran-
ça, dentre aquelas constantes da Figura 6 ou outra específica,
como Investigação de Incidentes, Diálogos Difíceis, Comunica-
ção Efetiva dentre outras. Em um prazo de 3 (três) anos, o de-
sempenho em Segurança terá alcançado níveis altíssimos que
foram construídos de forma gradual e planeja.
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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
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REFERÊNCIAS
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RESUMO
O
presente trabalho relata um estudo sobre acidentes do
trabalho que representam uma disfunção do processo
produtivo. Infelizmente, essa mazela é cada vez mais fre-
quente no cotidiano das empresas na maioria dos segmentos
no Brasil. Nesse sentido, o objetivo desta pesquisa foi analisar
a contribuição dos registros de quase acidentes no aprendizado
organizacional como estratégia de prevenção de acidentes do
trabalho, se baseando em um estudo quantitativo, de caráter
descritivo. O quase acidente é um evento não esperado que
tinha potencial para gerar perda, porém por questão de tempo,
espaço ou ainda atuação dos controles a perda, não ocorreu,
todo quase acidente tem liberação de energia. Os resultados
apontam que incentivar os empregados a registrarem as situ-
ações acidentais que ocorreram em suas atividades com poten-
cial de gerar dano, mas que por questão de tempo ou espaço
não se materializou em uma perda, é uma alternativa viável
como estratégia de prevenção, pois a adoção de um programa
eficaz de registro, análise e tratamento de quase acidentes
gera aprendizado organizacional, tornando, assim, a empresa
mais resiliente e os empregados mais informados e conscientes
quanto aos riscos de acidentes do trabalho presentes nas suas
atividades laborais.
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1. INTRODUÇÃO
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Vol. 3
existe a necessidade de avaliar os fenômenos envolvidos e que
geram a complexidade do acidente do trabalho, considerando,
assim, dentre as alternativas, incentivar o registro quase aci-
dente como uma estratégia viável de prevenção.
O objetivo desta pesquisa, nessa perspectiva, é analisar a
contribuição dos registros de quase acidentes para a geração
de aprendizado organizacional como estratégia de prevenção
de acidentes do trabalho. A metodologia de pesquisa deste tra-
balho se baseou em um estudo quantitativo, de caráter descri-
tivo.
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
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Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 3
que possuem uma baixa taxa de registros nos órgãos regula-
dores, além da falta de informações consolidadas. Foi possível
identificar tal problema após o acesso e verificação dos dados
disponibilizados pelo Governo, que, sem nenhuma aplicação ou
ferramenta que possibilite a visualização gráfica desses dados
de acidentes de trabalho, torna as análises e comparações mais
complexas.
Para Budel (2012), a ocorrência de acidentes do trabalho
gera consequências traumáticas, ocasionando, na maioria das
vezes, mutilações, invalidez permanente, entre outros danos,
que não se limitam ao corpo físico do trabalhador, afetando
também sua integridade psicológica, chegando até a causar a
morte do trabalhador, com repercussões para os familiares, in-
clusive para a sociedade de modo geral, bem como para os cof-
res públicos. Somente o fato de os acidentes ocorrerem com a
população trabalhadora do país já é motivo mais que suficiente
para que dados sobre esses incidentes sejam disponibilizados
de forma pública.
Além disso, temos todo o fator financeiro, já que a popu-
lação acaba abrindo mão de investimento em outras áreas para
cobrir os custos causados por esses acidentes. Baseando-se
em dados do Ministério da Previdência Social do Brasil em um
período de sete anos (2007 a 2013), Arruda (2016) elaborou,
conforme apresentado no quadro abaixo, o perfil do acidente do
trabalho no Brasil.
112
Fabio A. da S. Arruda
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Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 3
doenças ocupacionais, bem como proteger a integridade e a
capacidade de trabalho do trabalhador. Apresentaremos alguns
conceitos que aprofundam o tema, e também dissertaremos
como as empresas tem lidado com esse assunto. No Brasil, a
Legislação de Segurança do Trabalho compõe-se de normas
regulamentadoras, leis complementares, como portarias e
decretos e as convenções Internacionais da Organização
Internacional do Trabalho, ratificadas pelo Brasil.
O quadro de Segurança do Trabalho de uma empresa com-
põe-se de uma equipe multidisciplinar composta por Técnico de
Segurança do Trabalho, Engenheiro de Segurança do Trabalho,
Médico do Trabalho e Enfermeiro do Trabalho. Esses profission-
ais formam o que chamamos de Serviço Especializado em En-
genharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT).
Segundo Arruda (2016), saúde e segurança no trabalho
é o conjunto de normas e procedimentos adotados para a
integridade física e mental do trabalhador, preservando-o dos
riscos de saúde inerentes às tarefas do cargo e ao ambiente
físico onde são executadas. Apresenta também abaixo, 5 tópicos
relevantes sobre o tema na prática:
• A segurança do trabalho é uma ciência - quando se fala
em segurança do trabalho não se trata apenas de um
grupo de profissões voltadas ao cuidado do trabalhador,
mas de uma ciência que estuda a ocorrência de aci-
dentes do trabalho de forma a preveni-los e proteger a
saúde do trabalhador, garantindo seu bem-estar. Para
realizar essa função, a segurança do trabalho envolve
o conhecimento de áreas como medicina, engenharia,
enfermagem, estatística e epidemiologia, desenvol-
vendo diversas tecnologias, como os Equipamentos de
Proteção Individual (EPI);
• Atuar com segurança no trabalho requer uma equipe
multidisciplinar - os Serviços Especializados em Engen-
haria de Segurança e em Medicina do Trabalho (SES-
MT), regulamentados pela legislação trabalhista, são
compostos por: médico especializado em medicina do
trabalho, engenheiro de segurança do trabalho, enfer-
meiro do trabalho, técnico de segurança do trabalho e
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valor dos impostos a serem pagos.
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Pagamento de benefícios e
Custos com exames médicos de
indenizações aos acidentados e suas
monitoramento de saúde
famílias
Manutenção da infraestrutura
Baixa moral dos trabalhadores, perda
nos canteiros (áreas de
de motivação e consequente queda de
vivência, refeitórios, alojamento,
produtividade
sanitários)
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gerar a perda. As energias podem ser: mecânica (movimento)
térmica (calor), elétrica (potencial elétrico), química (reações
químicas), hidráulica (fluido líquidos), nuclear (desintegração
do núcleo), dentre outras.
Os quase-acidentes ocorrem em decorrência de condições
de inseguras, comportamentos de riscos ou ainda pela combi-
nação destes, nos quais existe uma sequência dos fatos, caso
não fosse interrompida, poderia provavelmente causar danos
ou impactos (lesões, perdas financeiras ou danos ao meio am-
biente). A figura 3 abaixo apresenta o encadeamento destes
eventos de forma ilustrativa.
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quada e etc.;
• Comportamento de risco - são ações ou omissões de
pessoas no ambiente de trabalho que ampliam o nível
de risco das atividades. Exemplos: dirigir e usar o celu-
lar, trabalhar em altura e não fixar o cinto de segurança,
passar sob carga suspensa e etc.;
• Quase acidentes - Um evento não esperado que tinha
potencial para gerar perda, porém por questão de tem-
po, espaço ou ainda atuação dos controles a perda não
ocorreu, todo quase acidente tem liberação de ener-
gia. Exemplos: empregado quase recebeu um choque
elétrico (energia elétrica); empregado quase foi atingido
na face por água quente proveniente de uma mangueira
em alta pressão que se desprendeu (energia térmica e
energia hidráulica); empregado quase foi atingido por
uma carga que se desprendeu (energia mecânica);
• Perda / Impacto – É a materialização da perda que
ocorrer em eventos futuros se as causas de um quase
acidente não forem identificadas, analisadas e tratadas.
Exemplos: acidentes pessoais (lesões ou perturbações
funcionais), acidentes materiais (perda de produção,
perda em ativo da empresa ou impacto financeiro) ou
ainda acidentes ambientais (impactos ambientais).
O quase acidente também deve ser visto pelo seu potencial
ou magnitude da perda ou dano que poderia ter gerado, quanto
maior a possibilidade do dano, mas relevante deve ser o pro-
cesso de identificação, análise e tratamento das causas. Para
diferenciar os conceitos envolvidos no gerenciamento de riscos
e tratamento de incidentes, Arruda (2020) elaborou uma árvore
com derivações dos conceitos de forma didática.
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de se buscar culpados;
• Aceitação do perigo, pois esses eventos são vistos como
algo que faz parte do trabalho e não podem ser preve-
nidos ou da cultura machista existente em alguns ambi-
entes industriais;
• Inutilidade, ou seja, não percepção e entendimento de
como a gerência utiliza as informações para melhorias
no sistema e;
• Razões práticas, isto é, a percepção de que é difícil cole-
tar esses eventos, além de consumir muito tempo.
O aprendizado organizacional é a obtenção de conhecimen-
tos formais e informais a respeito de dinâmicas e necessidades
corporativas que proporcionam à empresa instituir um modelo
próprio de gestão, habilitando e ensinando seus colaboradores
com o propósito de conquistar bons resultados. O quase aciden-
te são eventos que representam ainda o lado positivo (proativo)
do controle da segurança (JONES et al., 1999; VAN DER SCHAAF,
1995), visto que o foco de atenção está em eventos aquém
dos acidentes, os quais, além de serem mais raros, geram um
clima psicológico muito negativo. Os quase-acidentes também
auxiliam na priorização dos riscos em um sistema de gestão da
segurança e no fortalecimento da cultura de segurança entre os
trabalhadores, quando os mesmos são motivados a participar
do processo de coleta e não sofrem qualquer tipo de punição.
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3. MÉTODO
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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
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de energia.
Realizando uma análise sintetizada dos resultados do
questionário aplicado, verificamos que investir no registro de
quase acidente é uma estratégia viável para prevenção de
acidentes, pois 98,5% dos 203 líderes em especialistas em
saúde e segurança de todo o Brasil que responderam à pesquisa
acreditam que ao realizar a gestão do quase acidente e tratar
suas causas a empresa estará diminuindo a possibilidade de ter
um acidente no futuro. Outro ponto relevante é a contribuição
do quase acidente para o aprendizado organizacional, pois
96,5% dos respondentes desta pesquisa também concordam
que ao realizar a gestão do quase acidente a empresa agrega
conhecimento intrínsecos das causas e fatores de trabalho
que falharam e que isso se materializa em aprendizado
organizacional e prevenção de acidentes.
Organizações de sucesso são aquelas que investem no
aperfeiçoamento e desenvolvimento das pessoas e dos proces-
sos. As empresas dependem das pessoas para seu planejamen-
to, organização e sucesso, sendo recursos organizacionais im-
portantes dentro de seu negócio. Investir em saúde e segurança
das pessoas é garantir um futuro com menor probabilidade de
problemas e maior possibilidade de sucesso no negócio. Nesse
caso, investir em quase acidente traz maior aprendizado organi-
zacional sobre os riscos, o que confere menor probabilidade de
ocorrência de acidentes do trabalho, invista no quase acidente.
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REFERÊNCIAS
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7
SEGURANÇA NA UTILIZAÇÃO
DE DRONES EM ATIVIDADES
INDUSTRIAIS: LEGISLAÇÃO E BOAS
PRÁTICAS
RESUMO
O
emprego da tecnologia tem sido cada vez mais evidente
nos diversos processos das organizações, objetivando o
aumento da produção, otimização de processos, quali-
dade de produtos, dentre outros. De tal forma, a tecnologia
também tem contribuído para redução dos cenários de risco
que podem resultar em danos à integridade física das pessoas
e das instalações. A utilização de drones vem crescendo e se
popularizando não só para fins recreativos, mas também nos
diversos ramos econômicos, principalmente em plantas indus-
triais; a aplicabilidade dos drones se traduzem em ganhos nos
resultados das mais diversas atividades e na segurança dos
empregados pela possibilidade de reduzir a exposição desses
aos riscos inerentes as atividades industriais. Em contrapartida,
a operação de drone também é considerada uma atividade, e
como tal forma, requer a aplicação de medidas de controle que
visam uma operação segura.
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1. INTRODUÇÃO
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Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 3
obrigatoriamente precisam ser homologados (tanto rádio quan-
to a aeronave) pela agência.
A ANAC é quem estabelece as regras e regulamenta o uso
do espaço aéreo brasileiro por Drones por intermédio da RBAC-
94. A ANAC criou um sistema no qual o piloto ou responsável
pelo Drone preenche um cadastro rápido com informações pes-
soais e registra o Drone com informações como modelo e nú-
mero de série da aeronave. Este sistema gerará um arquivo tipo
pdf. com as informações do registro, que posteriormente será
requerido no cadastro do sistema do DECEA.
O DECEA, que é o departamento militar responsável pelo
controle do espaço aéreo, se responsabiliza em ceder autoriza-
ção de voo via sistema, o sistema oficial SARPAS. Nessa solici-
tação, o operador informará dados como local do voo, aeronave
utilizada, período, altura e outros dados básicos que o departa-
mento utilizará para avaliar se é viável conceder a liberação da
decolagem, de acordo com as regras vigentes e o tráfego aéreo
presente.
Dada a importância do tema e uma vez conhecido os ór-
gãos que regulamentam a operação de drones, o objetivo deste
artigo é apresentar um levantamento de todas as exigências
para a operação segura de drones em plantas industriais.
142
Fabio A. da S. Arruda
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1. Drone
143
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 3
na com propulsão a jato e o voou pela primeira vez em 1983. Os
primeiros modelos eram para fazer apenas imagens e vídeos.
Hoje os drones podem ser utilizados nas mais diversas áreas e
atividades.
144
Fabio A. da S. Arruda
145
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 3
3. MÉTODO
146
Fabio A. da S. Arruda
147
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 3
2. Operação VLOS: Operação na qual o piloto mantém o
contato visual direto com o drone, sem auxílio de lentes
ou outros equipamentos.
3. Operação EVLOS: Operação na qual o piloto remoto só é
capaz de manter contato visual direto com o drone com
auxílio de lentes ou de outros equipamentos e precisa
do auxílio de observadores de drone.
148
Fabio A. da S. Arruda
149
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 3
para a operação de drone, conforme a classe da
aeronave, os documentos obrigatórios são compostos
por: Etiqueta de homologação da ANATEL, Registro
no Sisant da aeronave, Registro do piloto (SARPAS);
Apólice de seguro RETA válido, Manual do equipamento,
Comprovação da liberação de voo pelo DECEA – SARPAS
e Análise de Risco;
e) Somente pessoas capacitadas e autorizadas poderão pi-
lotar os drones;
f) Deverão ser seguidas todas as recomendações constan-
tes no manual do drone, do transporte e montagem do
equipamento;
g) Não poderá ser feita qualquer alteração que descaracte-
rize as condições originais das aeronaves não tripuladas
(drone), exceto mediante laudo técnico de profissional
habilitado;
h) As operações de drone deverão ser paralisadas quando
se verificarem condições adversas de clima, tais como:
risco de descargas atmosférica, chuva, ventos fortes,
etc. para devida verificação das condições climáticas.
i) Durante os voos deve ser mantida uma distância máxi-
ma de aproximação de redes elétricas, máquinas, equi-
pamentos, estruturas prediais e pessoas conforme defi-
nido em legislação;
j) Para a realização da operação de drones, os pilotos de-
verão fazer uso dos Equipamentos de Proteção Indivi-
dual (EPI), conforme a análise de risco;
k) Os drones deverão possuir um plano de manutenção
conforme a recomendação do fabricante da aeronave.
O piloto deverá atentar para as proibições especificadas na
legislação:
• Na operação de aeronave não tripulada, deverá ser
respeitada a área distante de terceiros determinadas
pelo operador. A área distante de terceiros deve ser
considerada a partir de certa distância horizontal da
150
Fabio A. da S. Arruda
151
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 3
da (Remotely Piloted Aircraft – RPA (DRONE)) somente
são realizados sob total responsabilidade do piloto re-
moto em comando e/ou do operador desde que: (1) o
pouso ou a decolagem seja feito em áreas distantes de
terceiros e que não haja proibição de operação no local
escolhido.
• Antes do início da operação deverá ser determinado uma
ou mais áreas para pouso de emergência (crash site).
• Antes de iniciar um voo, o piloto remoto em comando
de uma aeronave não tripulada deverá ter ciência de
todas as informações necessárias para o planejamento
do voo.
• Caso não tenha todas as informações é expressamente
proibido o início do voo.
• É expressamente proibido que um piloto remoto opere
mais de um sistema de Aeronave Remotamente Pilotada
(Remotely-Piloted Aircraft System – RPA (DRONE)S) por
vez. Piloto de RPA (drone) somente poderá pilotar uma
aeronave por vez, sem aplicabilidade de exceções.
• É proibido o transporte de pessoas, animais, artigos
perigosos referidos no RBAC nº 175 ou carga proibida por
autoridade competente em aeronaves não tripuladas;
• É vedado operar uma aeronave não tripulada, mesmo não
sendo com o propósito de voar, de maneira descuidada
ou negligente, colocando em risco vidas ou propriedades
de terceiros.
• É proibida a operação autônoma de aeronaves não
tripuladas, onde o operador não possui poder de alterar
dados de voos automáticos; as operações totalmente
autônomas desses equipamentos, ou seja, naquelas
onde o piloto remoto não é capaz de intervir, continuam
proibidas no país. Essas operações diferem-se das
automatizadas, nas quais o piloto remoto pode interferir
em qualquer ponto.
• É expressamente proibido voar acima do permitido pela
152
Fabio A. da S. Arruda
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
153
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 3
154
Fabio A. da S. Arruda
155
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 3
Figura 11 – Recomendações.
156
Fabio A. da S. Arruda
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
157
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 3
REFERÊNCIAS
158
8
RESUMO
O
projeto é baseado na implantação da indústria 4.0 nos
processos de manutenção ferroviária em uma empresa
de logística ferroviária que atua no TFPM, Terminal Fer-
roviário Ponta da Madeira, em São Luís/MA. Em busca de um
ambiente de trabalho mais seguro, visa eliminar condições de
riscos ergonômicos e situações de riscos de fatalidades, ma-
peados na Análise Preliminar de Riscos (APR) do processo de
manutenção de rodeiros, Oficina de manutenção de Rodeiros
(OMR) e do Centro de Troca e Manutenção de Rodeiros (CTMR).
A indústria 4.0 nos processos de manutenção ferroviária é mais
que uma tendência é uma realidade que visa aumentar a se-
gurança pessoal no processo de manutenção de rodeiros de
vagões, além de elevar a eficiência operacional e a sustentabili-
dade da empresa, por meio de: aumento da disponibilidade dos
equipamentos, redução dos eventos de acidentes de trabalho e
redução do tempo de manutenção dos equipamentos. O estudo
concluiu que é imprescindível a atualização dos processos com
tecnologias de automação e ativos de classe mundial para re-
dução do absenteísmo, riscos de prensamento/esmagamento
e atropelamento ferroviário mapeados na APR do processo. A
Boa Prática consiste na implantação de uma nova oficina de Ma-
nutenção de Materiais Rodantes, utilizando automação no pro-
cesso através da criação de uma Célula Robótica para a troca
de rolamentos dos vagões da Estrada de Ferro Carajás (EFC),
além da automação do posicionamento dos lotes nas rampas
para troca, movimentação e manutenção dos rodeiros. O pro-
jeto trará aumento de produtividade, atendimento das premis-
sas do TFPM para 240 MTPA, redução/mitigação dos riscos de
Saúde e Segurança; tornando essa empresa referência mundial
em manutenção ferroviária.
160
Fabio A. da S. Arruda
1. INTRODUÇÃO
161
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 3
importantes no país. Para reforçar essa competitividade e sus-
tentar a expansão das operações, foram desenvolvidos projetos
para o aumento da capacidade das ferrovias.
Hoje a Estrada de Ferro Carajás faz parte do circuito de
produção e logística mina-ferrovia-porto, onde é responsável
pelo transporte do minério do minério do Para até o Maranhão,
onde este é embarcado.
162
Fabio A. da S. Arruda
163
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 3
para aumentar a capacidade do seu sistema produtivo.
Atualmente a empresa continua com a ampliação deste. O
projeto prevê aumentar de 140 milhões de toneladas métricas
por ano (mtpa) para 240 milhões de toneladas métricas por ano
(mtpa) a capacidade de transporte e escoamento das minas de
Carajás, no Pará. Para isso, a empresa duplicou 115 quilômetros
da Estrada de Ferro Carajás, comprou locomotivas e vagões.
164
Fabio A. da S. Arruda
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
165
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 3
Vale (2018) apresenta que a nova economia baseada no
conhecimento está mudando profundamente os modelos de
negócios para uma realidade digital e automatizada (JIDOKA),
com foco no valor para o cliente, eliminação de desperdícios,
flexibilidade e agilidade dos processos. Nessa nova economia de
novos pensamentos, a transformação digital acompanhada da
automação são fatores determinantes da competividade e suste-
ntabilidade dos negócios. De carona com todas essas mudanças
vem as mudanças culturais, exigindo um novo perfil de pessoas
de alto coeficiente emocional, espiritual e intelectual, capazes
de resolver problemas complexos dessa nova realidade. Para ir
no compasso dessa nova realidade, preparamos um plano de
capacitação utilizando a metodologia TWI e uma matriz de ca-
pacitação técnica, que engloba conhecimentos técnicos, éticos,
comportamentais e motivacionais. Para atender este cenário a
EFC está implementando diversas iniciativas de transformação
digital e automação, utilizando princípios enxutos no redesenho
dos layouts e aplicações com operações automatizadas e não
automáticas.
Esse projeto considera o estudo realizado das condições
ergonômicas dos processos, que tem como base os riscos ma-
peados em APR. O estudo concluiu que é imprescindível o in-
vestimento e uso de tecnologias de automação e suas interfaces
na construção de uma nova oficina de manutenção ferroviária
com foco na redução do absenteísmo e incidentes de trabalho,
redução da exposição a posturas e esforços com alto risco de
lesão.
A Boa Prática apresentada nesse case consiste no estu-
do para implantação de uma nova oficina de Manutenção de
Materiais Rodantes, utilizando automação no processo através
da criação de uma Célula Robótica para a troca de rolamentos
dos vagões da Estrada de Ferro Carajás (EFC). O rolamento é
parte do conjunto de rodeiros do vagão – formado por rodas,
eixo e rolamentos – e sofre um desgaste natural com o tempo
de uso, portanto, sendo um componente importante para o de-
sempenho de qualquer ferrovia. A EFC mantém hoje uma frota
com mais de 18 mil vagões, circulando 24 horas por dia, todos
os dias da semana, ao longo dos 982 quilômetros da Estrada de
Ferro Carajás.
166
Fabio A. da S. Arruda
167
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 3
168
Fabio A. da S. Arruda
169
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 3
permitam a adaptação das condições de trabalho às característi-
cas psicofisiológicas dos trabalhadores durante a manutenção
de materiais rodantes, de modo a proporcionar um máximo de
conforto, segurança e desempenho eficiente.
De acordo com o item 17.1.1. As condições de trabalho
incluem aspectos relacionados ao levantamento, transporte e
descarga de materiais, ao mobiliário, aos equipamentos e às
condições ambientais do posto de trabalho, e à própria organi-
zação do trabalho. O projeto buscou construir uma nova oficina
atendendo os parâmetros estabelecidos na NR17 proporcionan-
do um melhor conforto para os empregados.
A Gerência de Manutenção de Materiais Rodantes realizou
um estudo ergonômico juntamente com o SESMT tendo como re-
sultado a instalação de uma célula robótica conseguindo adaptar
um ambiente de trabalho de manutenção ferroviária adequado
às características psicofisiológicas dos trabalhadores atenden-
do ao item 17.1.2. Para avaliar a adaptação das condições de
trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores,
cabe ao empregador realizar a análise ergonômica do trabalho,
devendo a mesma abordar, no mínimo, as condições de tra-
balho, conforme estabelecido nesta Norma Regulamentadora.
O projeto tem foco na redução da Taxa de Absenteísmo
por problemas osteomuscular devido aos esforços repetitivos
e posturas inadequadas, além da redução dos riscos de fatali-
dades Prensamento/Esmagamento e Atropelamento ferroviário
de Muito Alto para Médio na APR.
3. MÉTODO
170
Fabio A. da S. Arruda
171
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 3
gonômicos (OWAS e SUZANE RODGERS);
• Pesquisas no mercado sobre possíveis soluções de
melhorias;
• Pesquisas no mercado sobre possíveis soluções de
melhorias; validação do relatório técnico com os
empregados e liderança sobre as situações levantadas e
recomendações sugeridas, com apresentação do plano
de ação.
Deu-se início a aplicabilidade da ferramenta de gerencia-
mento de risco nas atividades de manutenção de rodeiros. As
atividades avaliadas na OMR foram:
• Retirada manualmente com auxílio de parafusadeira e
slide Sledge as tampas de rolamento;
• Movimentar manualmente carro extrator de rolamento;
• Acomodar e movimentar manualmente rolamento ex-
traído com auxílio do carrinho;
• Realizar preparação/limpeza da manga do eixo;
• Movimentar manualmente o rolamento do pallet até a
prensa.
A apreciação ergonômica foi realizada através da observa-
ção das atividades de troca de rolamentos na OMR, com coleta
de dados, com caracterização e priorização dos riscos encon-
trados e a aplicação da metodologia ergonômica especifica. De
posse dos dados coletados, os riscos encontrados foram apre-
sentados aos executantes e lideranças.
172
Fabio A. da S. Arruda
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Vol. 3
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Vol. 3
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Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 3
presas desenvolvedoras de ativos de classe mundial. Toda parte
de infraestrutura e montagem foi executada por profissionais
próprios. Para o processo de integração e automação a empre-
sa contou com o apoio de empresas especializadas, mas com
o acompanhamento direto dos empregados da área. O objetivo
desta parceria era agregar conhecimento técnico específico e
otimizar o processo de capacitação dos profissionais do CTR.
178
Fabio A. da S. Arruda
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
179
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 3
dades realizadas manualmente que acarretava grande esforço
físico foram substituídas por processo automatizado. O grande
resultado desse projeto é baseado no Valor principal da empres
que é A Vida em Primeiro Lugar, tendo como principais ganhos:
• Riscos Ergonômicos Eliminados e Mitigados;
• Prevenção de Fatalidade;
• Atendimento aos requisitos legais (NRs);
• Redução nos afastamentos por motivo osteomuscular e
Trauma, mitigando a causa raiz do afastamento, diminu-
indo o risco de Alto para Baixo na avaliação qualitativa
de riscos do processo de troca de rolamento;
• Reintegração de colaboradores com restrição para o
processo atual, que poderão operar os equipamentos
sem restrição.
• Qualidade e Confiabilidade: Controle das variáveis
críticas do processo (segurança para a circulação fer-
roviária);
• Rastreabilidade de dados/parâmetros técnicos de Eixa-
mento para investigações da CPIA e redução dos retra-
balhos da Troca de Rodas/Rolamentos e Tampas.
• Garantia dos parâmetros de conicidade e rugosidade,
(segurança para a circulação ferroviária).
• A empresa está utilizando a tecnologia em benefício do
homem, tendo em vista os riscos ligados às condições
físicas.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
180
Fabio A. da S. Arruda
REFERÊNCIAS
http://www.vale.com/brasil/PT/business/logistics/railways/Paginas/
default.aspx
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Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 3
VALE, 2018. Gerenciamento de Riscos. Arquivo disponível em drive
de rede Vale: Seguranca_Ocupacional_EFC1 em 04 dezembro 2019.
182
9
RESUMO
E
xiste um consenso de que a maioria dos acidentes do tra-
balho está relacionada a aspectos comportamentais. Pode-
se dizer que o erro humano, associado a segurança do tra-
balho, ocorre quando o indivíduo não possui a percepção dos
riscos ou não promove as ações preventivas necessárias. Nesse
sentido a ergonomia apresenta-se como uma ferramenta para
análise destes aspectos comportamentais, auxiliando na gestão
de riscos das empresas. Este artigo apresenta uma proposta de
identificação e mensuração da probabilidade do erro humano,
baseada na metodologia SPAR-H adaptada à realidade do seg-
mento industrial brasileiro.
184
Fabio A. da S. Arruda
1. INTRODUÇÃO
185
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 3
físicos da relação entre homem/máquina/ambiente, envolvendo
estudo da fisiologia, anatomia e biomecânica e como a atuação
profissional do ser humano interfere no funcionamento de sua
musculatura, suas articulações, sua postura e seus movimen-
tos.
Quanto a ergonomia organizacional, estuda a forma como
o sistema e a organização como um todo interfere na relação
do homem com o seu trabalho; envolve aqui a análise do clima
organizacional, cultura, política, processos, procedimentos e os
modelos de liderança.
No que se refere a ergonomia cognitiva, esta por sua
vez tem sua ênfase no estudo dos processos cognitivos como
memória, atenção, concentração e raciocínio; envolve análises
mentais e emocionais considerando o estresse, tomada de de-
cisão, esforço mental, satisfação e motivação.
Nesse sentido, este artigo tem como objetivo propor uma
metodologia para avaliação do erro humano baseada na fer-
ramenta denominada SPAR-H (Standardized Plant Analysis
Risk-Human Reliability Analysis).
Tal ferramenta foi concebida originalmente para uso na in-
dústria nuclear com ênfase na identificação do erro humano e
suas respectivas influências em seu ambiente do trabalho.
A utilização desta metodologia encontra grande aplicação
em empresas de grau de risco 3 e 4 conforme quadro I da NR4,
pois essas empresas normalmente possuem uma maior quan-
tidade de maquinários, atividades e energias que apresentam
maior risco de acidentes e doenças do trabalho.
Conforme Lafraia (2011), a segurança do trabalho evoluiu
consideravelmente nas últimas décadas trazendo mais tecnolo-
gia e organização no trabalho por meio de fortes barreiras de
natureza física (instalações), sistêmica (processos) e comporta-
mental (pessoas).
Apesar dos grandes investimentos em medidas de contro-
les físicas e sistêmicas, percebe-se ainda no Brasil uma grande
quantidade de acidentes envolvendo o erro humano no traba-
lho; logo uma maneira que possa identificar e quantificar a pro-
186
Fabio A. da S. Arruda
2. CONFIABILIDADE HUMANA
187
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 3
objetivos propostos sem nenhum erro.
A análise de confiabilidade humana (ACH) estuda a execução
das ações pelos indivíduos em um determinado sistema,
considerando os fatores que influenciam no seu desempenho,
os quais comumente evidenciam a incompatibilidade existente
entre as limitações humanas e as condições impostas para o
trabalho. Exemplos desses fatores incluem restrições de tempo
para executar uma atividade, carga de trabalho excessiva,
treinamento inadequado do operador, procedimentos mal
elaborados, complexidade da tarefa, entre outros.
Desse modo, o estudo da análise da confiabilidade humana
visa identificar probabilidades de erro humano que, por sua vez,
são afetadas por diversos fatores.
Conforme Rasmussen (1981), se um sistema funciona de
forma menos satisfatória do que normalmente - devido a um
ato humano ou a um distúrbio que poderia ter sido neutraliza-
do por um ato humano razoável - a causa provavelmente será
identificada como um erro humano.
Segundo Reason (1990), erro humano é um termo genéri-
co para abranger todas as ocasiões em que uma sequência
planejada de atividades mentais ou físicas não consegue atingir
o resultado pretendido, e quando essas falhas não podem ser
atribuídas à intervenção de algum agente de mudança.
A figura 01, ilustra os tipos de erros humanos na visão de
Vicente e Rasmussen (1992).
188
Fabio A. da S. Arruda
189
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 3
incluindo a análise do tempo disponível, estresse e estressor,
complexidade, experiência e treinamento, procedimentos, er-
gonomia e interface homem-máquina, adequação ao trabalho e
processos de trabalho.
3. METODOLOGIA SPAR-H
190
Fabio A. da S. Arruda
191
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 3
um operador ou uma equipe precisa para diagnosticar e agir em
um evento anormal. A falta de tempo pode afetar a capacidade
do operador de pensar com clareza e considerar alternativas.
Como também pode afetar a capacidade do operador de realizar
determinada tarefa.
3.3 COMPLEXIDADE
192
Fabio A. da S. Arruda
3.5 PROCEDIMENTO
193
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 3
3.6 ERGONOMIA
194
Fabio A. da S. Arruda
195
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 3
Onde:
4. CONCLUSÃO
O método SPAR-H foi concebido para ser utilizado na in-
dústria nuclear, um segmento altamente regulamentado e com
critérios rígidos para operação e manutenção do seu sistema,
porém os critérios avaliados no SPAR-H são comuns a todas
atividades laborais e, portanto, podem ser usados em outras
indústrias.
Apesar da metodologia apresentar critérios e métricas
objetivas para alguns pontos da avaliação, alguns outros
requerem uma interpretação maior por parte do avaliador.
Desse modo, o estudo da ferramenta SPAR-H ofereceu
subsídios para o maior entendimento das interações do ser
humano no trabalho e os fatores ligados a probabilidade do erro
humano.
Como citado, as pesquisas relacionadas comprovaram que
existem poucas ferramentas nacionais para a mensuração do
fator humano, como elemento de determinação de riscos e
acidentes.
Entendemos que a associação da ferramenta SPAR-H, com
as ditas clássicas de ergonomia, pode auxiliar na aplicação desse
instrumento em indústrias de segmentos variados.
Logo, tal ferramenta adaptada pela autora deste artigo foi
testada em vários ambientes e cenários industriais, e mostrou-
se efetiva para identificação da probabilidade de erro humano e
adoção de medidas preventivas.
196
Fabio A. da S. Arruda
REFERÊNCIAS
197
10
RESUMO
E
ste artigo tem como objetivo analisar a relação entre produtiv-
idade, manutenção de equipamentos e a necessidade do res-
peito às diretrizes de segurança no trabalho. Os trabalhadores
de manutenção, geralmente, são mais qualificados, pois seu tra-
balho, quase sempre, envolve a manutenção e reparo de estruturas,
aparelhos, máquinas e equipamentos complicados, com tecnologia
avançada e uma complexidade maior, máquinas para trabalhar me-
tais, equipamentos de telecomunicações, infraestrutura, edifícios,
sistemas de aquecimento, carros, tratores, linhas de processamento
e transporte de cargas. Com a importância da manutenção cada vez
mais aparente em uma situação altamente competitiva, essa não visa
apenas preservar o nível normal, mas tenta melhorar a tecnologia e
os processos. A natureza complicada das operações de manutenção
- que geralmente envolve pressão de tempo, trabalhando junto com
os processos em execução, trabalhando em alturas e posições difíceis
e usando dispositivos, ferramentas e produtos químicos perigosos,
entre outros - resultou em uma alta taxa de acidentes e problemas de
saúde para os trabalhadores destas manutenções. Os trabalhadores
da manutenção e seus supervisores precisam seguir algumas regras
básicas para garantir a condução segura do trabalho. O descumpri-
mento das regras e etapas são onde se originam as principais causas
de acidentes. Alterações nos padrões de segurança que tratam da
proteção de máquinas incorporam obrigações frequentemente con-
troversas e difíceis de aplicar no dia a dia. No Brasil, a mesma situ-
ação ocorre, mesmo com a atualização das Normas Regulamenta-
doras, como por exemplo a Norma Regulamentadora nº 12 (NR 12).
Como este é uma pesquisa explicativa, a metodologia foi baseada em
uma coleta de informações por meio de bancos de dados, através de
sites e artigos voltados para a inspeção de segurança no trabalho, a
fim de explicar porque as empresas têm problemas para aplicar esse
padrão. Os resultados mostram as dificuldades encontradas, que vão
desde a ausência de certificação de equipamentos e de sinalização
correta, dificuldade na obtenção de máquinas atualizadas e limitações
cognitivas dos funcionários.
200
Fabio A. da S. Arruda
1. INTRODUÇÃO
201
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 3
realidade é que até então não ocorreu consenso de governo,
empresários e operadores de máquinas no que diz respeito a
viabilidade. Desse modo, surgiram críticas, especialmente de
empresários.
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
202
Fabio A. da S. Arruda
203
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 3
• Dispositivos portáteis para detectar e sinalizar riscos e
incômodos, como emblemas para detectar radiação ou
detectores de gás pessoais.
Na hierarquia de controle de risco, o EPI é considerado
o mais baixo e representa a opção de último recurso. É
apropriado apenas quando o perigo em questão não pode ser
totalmente removido ou controlado de tal maneira que o dano
seja improvável (por exemplo, isolando o perigo ou reduzindo o
risco na fonte a um nível aceitável). Existem várias razões para
essa abordagem:
• O EPI protege apenas a pessoa que o utiliza, enquanto
as medidas que controlam o risco na fonte podem pro-
teger todos no local de trabalho;
• Os níveis máximos teóricos de proteção raramente são
alcançados usando o EPI, e o nível real de proteção é
difícil de avaliar (devido a fatores como ajuste inadequado
ou falha em usá-lo quando necessário). A proteção
efetiva só pode ser alcançada por equipamentos que
sejam corretamente instalados, mantidos e utilizados
adequadamente o tempo todo;
• O EPI pode restringir o usuário limitando a mobilidade,
a visibilidade ou exigindo que seja transportado peso
adicional.
• O uso de EPI pode alterar a percepção dos funcionários
sobre os perigos com os quais estão lidando.
Nesse contexto de uma medida de controle de último re-
curso, o EPI é de importância crucial, pois, geralmente, é usado
apenas onde outras medidas são insuficientes e, como tal, de-
sempenha um papel crucial na prevenção e redução de muitas
mortes, lesões e doenças ocupacionais.
204
Fabio A. da S. Arruda
205
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 3
dada a natureza da tarefa. As áreas de armazenamento e circu-
lação de materiais e os espaços ao redor da máquina devem ser
projetados, dimensionados, mantidos para que os trabalhadores
e transportadores de material, mecanizados e manuais, possam
se mover com segurança.
206
Fabio A. da S. Arruda
3. MÉTODO
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
207
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 3
na tentativa de torná-las seguras no que se refere as máquinas
e sistemas de gestão, as quais incluem a inspeção, proteção de
máquinas, estatísticas etc. Como consequência, tais esforços
reduzem de modo significante os acidentes no decorrer dos
anos, mas, é necessário que esse esforço cubra a responsabili-
dade de utilização de técnicas de administração que resulte na
mudança positiva no desempenho de segurança por parte dos
trabalhadores com melhores atitudes. Embora muitos acidentes
sejam atribuídos à falta de cuidado de pessoas ou atitudes pre-
cárias com relação à segurança, a maioria é ativado por um
comportamento de risco.
Essa observação teve como eixo central a avaliação da in-
fluência dos líderes na ocorrência de desvios comportamentais
de suas equipes durante paradas de manutenção, no intuito de
minimizar a ocorrência dos desvios, trazendo como benefício
para a comunidade a redução dos acidentes de trabalho, vis-
to que os problemas econômicos derivados dessas ocorrências
atingem a todos: acidentado, a família, a empresa, a sociedade,
a nação.
208
Fabio A. da S. Arruda
209
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 3
cisam ser galgadas para que se obtenha, de fato, eficácia na
escolha de candidatos para o preenchimento de vagas numa
empresa; contudo, tal processo, em alguns lugares, ainda per-
dura a tradição industrial de se contratar, à porta da fábrica,
candidatos que, em filas, aguardam um recrutamento rudimen-
tar, baseado em um mínimo de requisitos, que muitas vezes
nada tem a ver com a função a ser preenchida.
Nesta fase do ápice do desenvolvimento humano e tec-
nológico, é preciso que os empresários se conscientizem de que
a boa seleção de pessoal é um investimento útil para a empresa
selecionar de forma correta a pessoa adequada para a função
compatível as suas atribuições. Sendo cumprida esta lógica
serão garantidos os itens a seguir:
a) Supressão do problema de rotatividade da mão-de-
obra;
b) Diminuição do tempo de treinamento e de formação
profissional do recém-admitido;
c) Aumento do rendimento do trabalhador de forma acen-
tuada, melhorando a qualidade da produção e diminuin-
do o desperdício de material;
d) Redução do número de acidentes de trabalho.
Enfim, a seleção eficaz aumenta o prazer pelo trabalho,
pois o homem que trabalha na função adequada a ele mesmo, é
um homem satisfeito. Para tanto, precisará possuir característi-
cas que configure condições gerais, como sexo, idade, nacional-
idade e outras, bem como condições legais que são certificações
profissionais, títulos, experiência, saúde, conhecimentos gerais,
conhecimentos especiais, aptidões, personalidade e adaptabil-
idade.
Durante o processo orçamentário de serviços de Paradas
de Manutenção, o planejamento das empresas deve tirar todas
as dúvidas com relação ao levantamento quantitativo das
funções e apoio logístico dos serviços, desde o recebimento da
carta convite, análise de desenhos, isométricos e visita técnica,
pois diante da ocorrência de um planejamento mal feito, a
probabilidade de ocorrer desvios comportamentais aumenta.
210
Fabio A. da S. Arruda
211
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 3
o designer pode ser responsável por qualquer dano causado
pela seleção inadequada de dispositivos de segurança (ARRU-
DA, 2019).
A NR 12 divide os dispositivos em duas categorias, por
proteção fixa e para proteção móvel; essa norma define referên-
cias técnicas, princípios fundamentais e medidas de proteção
para resguardar a saúde e a integridade física dos trabalhadores,
estabelece requisitos mínimos para a prevenção de acidentes e
doenças do trabalho nas fases de projeto e de utilização de
máquinas e equipamentos, e ainda à sua fabricação, impor-
tação, comercialização, exposição e cessão a qualquer título,
em todas as atividades econômicas.
• Controles elétricos ou interfaces de segurança: são
dispositivos responsáveis por executar o monitoramento,
verificando a interligação, posição e operação de outros
dispositivos como relés de segurança, configuráveis
controladores de segurança e lógica programável e
segurança do controlador;
• Dispositivos de intertravamento: Na segurança
eletromecânica, chaves com ação e ruptura positivas,
magnéticas, codificado eletrônico, optoeletrônico,
indutivo, sensores de segurança;
• Sensores de segurança: dispositivos, sensores de
mecânica, que envia sinal para interromper ou
impedir as operações perigosas, como cortinas de
luz, optoeletrônicos detectores de movimento, feixes
múltiplos de laser, barreiras ópticas, monitores de área
ou scanners, paradas, tapetes e sensores de posição;
• Válvulas e blocos de segurança ou pneumáticos e
sistemas hidráulicos com a mesma eficácia;
• Dispositivos mecânicos, como dispositivos de retenção,
limitadores, separadores, empurradores, inibidores,
defletores e retrátil; e
• Dispositivos de validação: dispositivos de controle
adicionais operado manualmente como teclas seletoras
com trava e dispositivos bloqueáveis.
212
Fabio A. da S. Arruda
213
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 3
4.4 Triangulação
214
Fabio A. da S. Arruda
215
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 3
A primeira dessas abordagens, a segurança baseada em com-
portamento, concentra-se na identificação e modificação de
comportamentos críticos de segurança e enfatiza como esses
comportamentos estão ligados a lesões e perdas no local de
trabalho (ARRUDA, 2019).
A segunda abordagem, em contraste, enfatiza a importân-
cia fundamental da cultura de segurança da organização e como
ela molda e influencia os comportamentos de segurança e a
eficácia do programa de segurança. Além disso, cada movimen-
to recrutou seus próprios proponentes persuasivos e detratores
vocais. Na superfície, pelo menos, as duas abordagens parecem
ser oposição indireta uma à outra e representam duas visões
de mundo completamente diferentes sobre causalidade de feri-
mentos e gerenciamento de segurança (BRASIL, 2019).
As empresas estão inseridas em um ambiente institucional
e social, tornando-as suscetíveis à influência da cultura nacion-
al. Essa influência se reflete na definição geral de cultura de se-
gurança oferecida por Arruda (2019) como ‘aspectos da cultura
que afetam a segurança’.
Os resultados do estudo corroboram as evidências forne-
cidas por outros estudos sobre a influência da cultura nacional
na saúde e segurança quanto à manutenção de equipamentos
como meio de melhorar a produção. Um estudo comparativo
realizado sobre a cultura de segurança ilustra a relação entre
valores culturais e segurança nesses setores.
Os trabalhadores das instalações viam valores de liber-
dade, amor e interações sociais como tendo impacto na se-
gurança do local, enquanto os trabalhadores classificaram ess-
es valores como tendo um impacto menor (ARRUDA, 2019). A
relação entre saúde e segurança no trabalho e valores culturais
é sustentada pelos dados do presente estudo. As percepções
e atitudes dos proprietários / gerentes em relação à saúde e
segurança estão ligadas ao sistema familiar ampliado e a uma
visão coletivista da vida, caracterizada por manter e fornecer
para as necessidades sociais, incluindo saúde e segurança dos
trabalhadores.
Para garantir que o equipamento de trabalho não se dete-
216
Fabio A. da S. Arruda
217
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 3
toramento de condições já fornecido pelo programa de inspeção
(ARRUDA, 2019).
Não é necessário manter um registro de manutenção, em-
bora seja recomendado para equipamentos de alto risco. Os logs
de manutenção podem fornecer informações úteis para o plane-
jamento futuro da manutenção, além de informar o pessoal de
manutenção sobre as ações anteriores tomadas. No entanto, se
você tiver um log de manutenção, mantenha-o atualizado.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
218
Fabio A. da S. Arruda
REFERÊNCIAS
219
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 3
mecanismos e cadeado de segurança. São Paulo: LTR, 2011.
220
11
RESUMO
E
ste trabalho visa refletir sobre a tomada de decisão
nas práticas e rotinas laborais e de quais formas essas
decisões podem evitar ou não acidentes do trabalho.
Constantes transformações e inovações dos métodos e técnicas
de trabalho, tanto no aspecto da prática funcional quanto no
aspecto comportamental, fazem com que os profissionais
frequentemente se ajustem e interajam necessariamente com
o meio e com os equipamentos de forma a responderem a uma
dinâmica processual e a tomarem decisões na rotina de suas
práticas. Na dinâmica desse processo, na maioria das vezes, o
trabalhador não se dá conta dos aspectos simbólicos nos quais
está inserido por meio de uma intervenção cultural que legitima
os interesses dominantes, o fazendo acreditar que acompanhar
essas mudanças repentinas o deixa mais preparado para o
sucesso profissional, deixando de lado um dos aspectos mais
importantes nas práticas prevencionistas: a tomada de decisão.
222
Fabio A. da S. Arruda
1. INTRODUÇÃO
223
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 3
possibilitar as adaptações necessárias, para garantir que a se-
gurança esteja no topo das prioridades organizacionais.
A partir deste cenário, começou a surgir nos profissionais
a necessidade de desenvolvimento comportamental para que
possam estar mais conscientes acerca dos comportamentos que
os colocam ou não expostos aos riscos laborais, que possam
compreender a necessidade de avaliar as mudanças, apontando
as sintonias com as situações, gerando discussões necessárias
para adaptação do profissional a esse novo jeito de trabalhar.
Fazer com que os empreendedores e líderes saibam
qual a significância do seu papel como agente de mudanças
é imprescindível neste novo mercado, pois há necessidade
de refletir como estas constantes transformações afetam os
trabalhadores, a segurança e, consequentemente, o produto
final.
224
Fabio A. da S. Arruda
225
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 3
Beuren (2000) aponta que o processo de produção está
estribado por justificativas aparentemente funcionalistas, onde
há uma busca de apresentar todos os resultados de forma es-
tatística, medindo, verificando, checando as variáveis. No en-
tanto, há outras questões que influenciam de forma diretamente
proporcional os dados estatísticos, como o clima, cultura, políti-
cas, ativadores psicossociais que devem ser consideradas no
processo de execução das atividades, processo esse que com-
põe a tomada de decisão.
É exatamente no aspecto simbólico que se encontram os
saberes diferenciados e pensamentos das mais diversas origens
que, na tentativa de quantificar e mensurar os aspectos não
numéricos, também se esforçam para funcionalizar o clima, a
cultura, os sentimentos e as relações de trabalho.
Treinamentos, abordagens, forma de gerir das mais diver-
sas têm sido importadas e exportadas sem que seja refletida a
real aplicabilidade, sem compreender qual a reação do processo
nessas novas dinâmicas, o quanto isso implica na segurança do
trabalho e, por fim, carência da percepção dos riscos aos quais
os profissionais serão expostos.
O foco/produção passa a ser a justificativa da utilização de
novos processos em detrimento da descoberta da real necessi-
dade do negócio. A valorização do novo e o reducionismo dos
processos nas empresas contemporâneas tem transformado o
mercado de trabalho em um mundo aberto à informação, às
experiências e ao dinamismo, como um estimulo à lucratividade
e ao adestramento e estresse do novo profissional.
É nesse cenário de mudanças contínuas, tecnologias,
rapidez, adaptação, criação e readaptação de culturas organi-
zacionais que muitas vezes acontecem a violência simbólica;
Acidentes e Incidentes.
226
Fabio A. da S. Arruda
227
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 3
sistema está lançando mão a cada momento.
O Sistema 1 registra o conforto cognitivo com que
processa informação, mas não gera um sinal de alerta
quando se torna pouco confiável. Respostas intuitivas
vêm à mente com rapidez e confiança, sejam originadas
das habilidades, sejam da heurística. Não existe um
modo simples de o Sistema 2 fazer a distinção entre
uma reação apta e uma reação heurística. Seu único
recurso é reduzir a velocidade e tentar construir
uma resposta por conta própria, coisa que ele reluta
em fazer porque é indolente. Muitas sugestões do
Sistema 1 são casualmente endossadas com mínima
verificação, como no problema do bastão e da bola.
É assim que o Sistema 1 adquire sua má reputação
como fonte de erros e vieses. Suas características
operativas, que incluem WYSIATI, equiparação de
intensidade e coerência associativa, entre outras, dão
origem a vieses previsíveis e ilusões cognitivas como
ancoragem, previsões não regressivas, superconfiança
e inúmeras outras (Kahneman, 2002, p. 444).
O cérebro, por sua natureza, tende a poupar energia, e
agir de forma mais simplificada para ações que já tenha ex-
perimentado, esta simplificação tem o nome de atalho mental,
o qual Kahneman (2002) chama de heurísticas. As Heurísticas
auxiliam o cérebro na economia de energia para que as pessoas
não tenham que deliberar todas as informações e fatos a cada
decisão já conhecida que tenha que tomar; elas são inteligíveis,
no entanto, em alguns momentos, podem levar a tomada de
decisões pouco precisas e não racionais:
• Tomadas de decisão pela heurística da disponibi-
lidade – neste modelo, os profissionais tendem a su-
pervalorizar toda informação que tem disponível. A ex-
periência do indivíduo, direta ou indiretamente, faz com
que ele aumente sua consciência em relação ao risco
que está correndo em sua atividade. Exemplo, o profis-
sional ao presenciar algum acidente ou quase acidente
aumenta sua consciência sobre as probabilidades e o
risco daquele mesmo acidente acontecer com ele.
• Tomadas de decisão pela heurística da representa-
tividade – neste estilo, todo foco e decisões estão vol-
228
Fabio A. da S. Arruda
229
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 3
temporâneas de forma a favorecer este acesso à informação e
fazer isso de forma eficaz, por meios didáticos e de rápido con-
sumo pode ser a bússola para guiar a segurança do trabalho ao
incentivo para a tomada de decisão segura.
4. CONCLUSÃO
230
Fabio A. da S. Arruda
REFERÊNCIAS
231
12
RESUMO
O
presente trabalho faz parte das ações do Projeto de Ruí-
do proveniente do Teste de Auto Carga que visa identifi-
car quais são os impactos de ruído provenientes na real-
ização do teste de auto carga em locomotivas na área da Oficina
Central para as áreas adjacentes; verificando a possibilidade de
definir um local mais adequado para realização da atividade,
buscando a redução do número de pessoas expostas ao ruído e
melhoria das condições no ambiente de trabalho, dos emprega-
dos envolvidos diretamente e indiretamente com o processo. O
Projeto foi dividido em 2 (duas) etapas, a primeira compreen-
deu o conhecimento dos impactos do ruído proveniente do teste
de auto carga nas áreas adjacentes à Oficina Central, e a se-
gunda etapa, que consistiu na identificação de possíveis desvios
na utilização da proteção auditiva, fazendo a gestão da proteção
auditiva junto aos trabalhadores da Manutenção de Locomoti-
vas, mediante estudos técnicos referentes às atenuações dos
protetores auditivos utilizados. Foi sugerido um local mais ad-
equado para a realização dos testes, por meio da reativação e
ampliação de um galpão para que as locomotivas sejam testa-
das neste ambiente, reduzindo significativamente o ruído na
planta operacional.
234
Fabio A. da S. Arruda
1. INTRODUÇÃO
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 Ruído
235
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 3
Para maior entendimento desse trabalho se faz necessário
abordarmos conceitos importantes.
A NHO 01, da Fundacentro, conceitua: Ruído Contínuo ou
Intermitente: todo e qualquer ruído que não está classificado
como ruído de impacto ou impulsivo.
O agente físico ruído, cuja denominação técnica é nível de
pressão sonora elevado, está presente em quase todos os lu-
gares e pode se apresentar isoladamente como ruído contínuo
ou intermitente, ou ainda, como ruído de impacto. Entretanto é
comum apresentar-se sob forma combinada.
O Manual de Aposentadoria Especial, conceitua:
O DeciBel (dB) corresponde à décima parte de um Bel (0,1
Bel). Não é uma unidade, mas uma relação adimensional, que
pode ser definida pela seguinte equação:
L = 20 log P/P0
Onde:
• L é o nível de pressão sonora (dB) P é a pressão sonora
encontrada no ambiente (Pa) P0 é a pressão sonora de
referência, por convenção, 20 μPa.
• A frequência do som é expressa em Hertz, definida pelo
número de oscilações (vibrações) da pressão do ar por
unidade de tempo. Um Hertz é igual a um ciclo/segun-
do.
Assim, em um ciclo a frequência indica o tempo maior ou
menor que as partículas do ar vibram e retornam ao seu ponto
de equilíbrio anterior.
236
Fabio A. da S. Arruda
237
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 3
nados a reproduzir a resposta do ouvido humano ao ruído. Nas
baixas e altas frequências o ouvido humano não é muito sen-
sível, mas entre 500 Hz e 6 kHz o ouvido é bem mais sensível.
A NR 15, estabeleceu a metodologia e os limites. Portanto, a
avaliação ocupacional do ruído, em todo o período, deveria ser
realizada com base nos níveis de ruído e tempo de exposição
diária permitidos.
b) Analisador de Frequência
Esse instrumento é utilizado para determinar as frequên-
cias do ruído e, consequentemente, verificar se o NPS concen-
tra-se nas frequências nas quais a resposta subjetiva ao ruído
é maior (2.000 a 5.000Hz). Além disso, a análise de frequência
permite especificar isolamentos acústicos e calcular a atenu-
ação dos protetores auriculares.
238
Fabio A. da S. Arruda
d) Calibrador acústico
Os instrumentos de medição devem ser calibrados antes e
depois da medição, conforme preconiza a NHO 01 da Fundacen-
tro. Para tanto, utiliza-se uma fonte padrão que permite som na
frequência de 1.000 Hz. Esse instrumento, ao ser ajustado ao
microfone do medidor, apresenta o nível de pressão sonora de
94 dB, 114 dB ou outro valor, de acordo com a marca do calib-
rador.
239
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 3
adequação ou melhoria na manutenção preventiva,
modificações nos ritmos e nos processos de operação,
concepção e mudanças de layout dos locais de
trabalho, como por exemplo, aumento da distância
das fontes emissoras, redução da concentração de
máquinas, etc.
240
Fabio A. da S. Arruda
241
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 3
determinado confrontando-se os dados do protetor auditivo com
os níveis de ruído por banda de frequência, acima referidos.
No exemplo que segue, considera-se as bandas de oita-
va, cujas frequências centrais, em Hz, são mostradas na tabela
abaixo. Os níveis de pressão sonora, em dB(A) (para cada uma
das bandas de oitava), a que está submetido o usuário sem o
uso do protetor, estão mostrados na tabela na linha 1. A soma
logarítmica desses valores é 109 dB(A) e corresponde ao nível
total a que o indivíduo está submetido antes de colocar o pro-
tetor.
Frequências 125 250 500 1K 2K 4K 8K
1 - NPS 83,9 93,4 101,8 106,0 102,2 97,0 88,9
2 – Atenuação Média 14,0 19,0 31,0 36,0 37,0 48,0 40,0
3 – Desvio padrão (σ) 5,0 6,0 6,0 7,0 7,0 7,0 8,0
4 – Atenuação - 2σ 4,0 7,0 19,0 22,0 23,0 34,0 24,0
5 – NPS com protetor 98% 79,9 86,4 82,8 84,0 79,2 63,0 64,9
confiança (1-4)
Todos os níveis são em
dB(A)
Fonte: Samir, (2000, p. 627)
242
Fabio A. da S. Arruda
243
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 3
a) Manutenções Preventivas:
• Manutenção trimestral - RT
• Manutenção semestral – RS
• Manutenção anual – R1
• Manutenção a cada 2 (dois) anos – R2
• Manutenção a cada 3 (três) anos - R3
• Manutenção a cada 4 (quatro) anos – R4
• Manutenção a cada 6 (seis) anos – R6
• Manutenção a cada 8 (oito) anos – R8
b) Manutenções Corretivas:
• Qualquer intervenção no sistema de injeção eletrônica.
• Intervenção no sistema de admissão de ar.
• Intervenção no sistema de arrefecimento.
• Intervenção no circuito do sistema de potência.
• Intervenção no sistema de frenagem dinâmica.
244
Fabio A. da S. Arruda
3. MÉTODO
245
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 3
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
246
Fabio A. da S. Arruda
247
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 3
Após a análise dos dados, algumas das respostas foram
bastante relevantes ao estudo técnico, dividimos entre temas
para uma maior compreensão dos dados.
a) Característica do exposto:
248
Fabio A. da S. Arruda
b) Conforto:
Figura 3 - Conforto
249
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 3
c) Teste de Auto Carga
250
Fabio A. da S. Arruda
251
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 3
• Dosímetros de Ruído – EDGE5 – Quest – N° de Séries:
ESJ020056 / ESR010063 / ESJ020049 / ESJ020050.
As avaliações pontuais de ruído foram realizadas
considerando os principais pontos em que são realizados os
testes de auto carga, nas linhas férreas em torno da Oficina
Central, mapeando as intensidades de ruído nas áreas, onde
possivelmente são impactadas pelas ondas sonoras advindas
do teste.
Os pontos foram definidos por uma equipe multidisciplinar
formada pelo Supervisor da Inspeção de Locomotivas, Técnica
Especializada em Higiene Ocupacional, Ergonomista e o Técnico
de Segurança do Trabalho.
As avaliações foram realizadas utilizando 2 (dois) Medi-
dores de Pressão Sonora devidamente calibrados em dias alter-
nados, prezando pela condição normal da atividade.
Com base na estratégia estabelecida foram obtidos os re-
sultados abaixo:
252
Fabio A. da S. Arruda
(dB(A))
Ponto 1 – EPI Express 68,7
Ponto 2 – Auditório da GEMEG 69,3
Ponto 3 – Prédio da Eletroeletrônica 65
Ponto 8 – Posto de Abastecimento 84
Ponto 9 – Oficina de Torno de Subsolo 96,4
Ponto 10 – Oficina de Vagões 84
Tabela 1 – Avaliações realizadas ao lado da Oficina de Torno de Subsolo
253
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 3
(dB(A))
Ponto 1 – EPI Express 84,4
Ponto 2 – Auditório da GEMEG 71,8
Ponto 3 – Prédio da Eletroeletrônica 76,3
Ponto 4 – Prédio do Planejamento 85,1
VP
Ponto 5 – Prédio da Manutenção VP 78,9
Ponto 6 – Oficina de Freios 84,7
Ponto 7 – Componentes Mecânicos 92,9
Tabela 2 – Avaliações realizadas com a locomotiva na Linha 162
254
Fabio A. da S. Arruda
(dB(A))
Ponto 1 – EPI Express 80,5
Ponto 2 – Auditório da GEMEG 73,9
Ponto 3 – Prédio da Eletroeletrônica 66,5
Ponto 4 – Prédio do Planejamento VP 71,3
Ponto 5 – Prédio da Manutenção VP 76,6
Ponto 6 – Oficina de Freios 91,9
Ponto 7 – Componentes Mecânicos 85,4
Ponto 11 – Oficina de Equipamentos 93,3
Industriais
Tabela 3 – Avaliações realizadas com a locomotiva na Linha 165
255
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 3
(dB(A))
SD70 112,2
DASH9 112,4
EVOLUTION (EVO) 122,6
Tabela 4 – Resultados das avaliações de NPS
256
Fabio A. da S. Arruda
257
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 3
c)
d) Modelo EVO: De acordo com o Anexo 1, NR-15, item
7: As atividades ou operações que exponham os tra-
balhadores a níveis de ruído, contínuo ou intermitente,
superiores a 115 dB(A), sem proteção adequada, ofere-
cerão risco grave e iminente. Porém, com o uso da
proteção auditiva esse tempo de exposição pode sofrer
alteração:
258
Fabio A. da S. Arruda
ATENUAÇÃO DO PROTETOR
LAVG NRRsf
– NR (84% de confiabilidade)
SUPERVISÃO GHE 15 Dupla
dB(A) 16 18 22 Prote-
ção
MANUTEN-
ÇÃO MECÂ- 90,3 74,3 72,3 68,3 63,3
INSPEÇÃO DE NICA
LOCOMOTIVAS MANUTEN-
ÇÃO ELÉTRI- 89,7 73,7 71,7 67,7 62,7
CA
MANUTEN-
ÇÃO MECÂ- 95,1 79,1 77,1 73,1 68,1
REVISÃO LEVE
NICA
DE LOCOMO-
MANUTEN-
TIVAS
ÇÃO ELÉTRI- 89,8 73,8 71,8 67,8 64,8
CA
Tabela 9 – Resultados das avaliações ocupacionais
259
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 3
Com base no cálculo da exposição atenuada, podemos con-
cluir que todos os modelos de protetores auditivos fornecidos
pela empresa oferecem a proteção necessária e suficiente para
o controle da exposição ao ruído, pois os níveis de exposição
atenuados ficaram abaixo do Limite de Tolerância.
4.2.1.1 Objetivo
260
Fabio A. da S. Arruda
4.2.1.2 Desenvolvimento
261
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 3
262
Fabio A. da S. Arruda
2.0 NÍVEIS DE ATENUAÇÃO DOS PROTETORES 3.0 DESVIO PADRÃO VINCULADO À ATENUAÇÃO
125 HZ 250 HZ 500 HZ 1000 HZ 2000 HZ 4000 HZ 8000 HZ 125 HZ 250 HZ 500 HZ 1000 HZ 2000 HZ 4000 HZ 8000 HZ
8 13 22 26 31 32 34 4 5 6 4 3 4 6
22 23 26 22 28 32 40 7 7 7 4 4 10 6
16 24 31 34 30 35 35 3 3 3 3 3 4 4
16 20 25 29 30 36 37 4 4 4 3 3 3 5
22 23 26 22 28 32 40 7 7 7 4 4 10 6
8,4 16,5 27,4 33,2 35,5 32,9 30,4 4,9 4 3,3 3,4 3,3 2,7 3,9
12 16 27 27 32 35 38 4 4 4 3 3 3 4
8 13 19 24 30 24 25 4 5 5 4 4 6 6
11 18 26 35 33 38 36 4 3 4 4 3 4 5
263
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 3
264
Fabio A. da S. Arruda
111,8
17,0 12,2 94,9 99,7
111,9 22,0
0,0
12,2
#N/D
89,9
111,9
99,6
#N/D
3º
METODOLOGIA APLICADA
MÉTODO LONGO - 98% DE CONFIABILIDADE
Descrição do Equipamento de Proteção Auditiva Indicado:
1º MELHOR EQUIPAMENTO: 4. Protetor auditivo tipo concha, MS A, SORDIN HPE CA: 27972
ANÁLISE DO EPI
FREQUÊNCIAS ANALISADAS NAS AVALIAÇÕES - EM BANDA DE OITAVA VALOR GLOBAL DO AVALIAÇÃO
abaixo estão relacionadas as frequências analisadas na área em analogia ao CA do equipamento abaixo está relacionado o valor do ambiente
1
VALORES DE ATENUAÇÕES MÉDIAS DO EQUIPAMENTO POR BANDA DE OITAVA VALOR DA AVALIAÇÃO COM PROTEÇÃO:
abaixo estão relacionadas as frequências analisadas e suas respectivas atenuações de acordo com níveis de CONFIABILIDADE
DESVIO PADRÃO REFERENTE AS ATENUAÇÕES DESCRITAS ACIMA NÍVEL DE PROTEÇÃO GLOBAL DO EPI
abaixo estão relacionadas as frequências analisadas e seus respectivos desvios padrão de acordo com níveis de CONFIABILIDADE
125 HZ 250 HZ 500 HZ 1000 HZ 2000 HZ 4000 HZ 8000 HZ NRRsf 84% 98%
4 4 4 3 3 3 5 22 15,5
Enquadramento do Equipamento de Proteção Individual em relação aos demais equipamentos analisados (para esta área e/ou equipamento específico)
265
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 3
nada próximo as rampas de manutenção e inspeção de locomo-
tivas, bem como próximos aos locais de Testes de Auto Carga,
deverão fazer o uso dos Protetores Auditivos.
FATOR DE
COLOCA- TIPO DE PRO- ATENUAÇÃO
FABRICANTE MODELO
ÇÃO TETOR (Método Lon-
go)
SORDIN
1º TIPO CONHA MSA 15,5 dB(A)
HPE
3M DO BRA-
2º TIPO INSERÇÃO POMP PLUS 12,2 dB(A)
SIL
3M DO BRA-
3º TIPO CONHA X4P3E 12,2 dB(A)
SIL
ATENUAÇÃO ATENUAÇÃO
MÉTODO
PROCESSO GHE RESUL- MÉTODO
LONGO
TADO SIMPLES
(98% con-
LAVG (84% con-
fiabilidade)
fiabilidade)
NR 15
22 dB(A) 15,5 dB(A)
INSPEÇÃO MANUTENÇÃO 90,3 68,3 74,8
DE LOCO- MECÂNICA
MOTIVAS MANUTENÇÃO 88,7 67,7 73,6
ELÉTRICA
REVISÃO MANUTENÇÃO 95,1 73,1 79,2
LEVE DE LO- MECÂNICA
COMOTIVAS MANUTENÇÃO 89,8 67,8 74,3
ELÉTRICA
Tabela 12: Comparação das atenuações de ruído conforme o método apli-
cado
266
Fabio A. da S. Arruda
267
Triangulação em saúde e segurança do trabalho
Vol. 3
de exaustão - por causa da emissão de monóxido de carbono
proveniente da combustão dos motores da locomotiva - para a
devida segurança das pessoas que transitam ao lado da loco-
motiva, no caso de uma possível explosão ou caso algo saque
da locomotiva, a fim de não atingir as mesmas.
Porém se faz necessário mais insumos técnicos especia-
lizados, e, para isso, a elaboração de um Estudo de Viabilidade
Operacional e Técnico pela área de Engenharia de Projetos da
empresa.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
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REFERÊNCIAS
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KWITKO, A. EPIs auditivos: A falácia dos NRRs. Segurança e Tra-
balho, Salvador, p. 1-8, 2003. Disponível em: <http://www.seguran-
caetrabalho.com.br/download/epis-airton_kwitko.pdf>. Acesso em:
14 mar. 2018.
270
13
RESUMO
R
ecorrentes problemas em projetos transformam-se em
eventos indesejáveis, como doenças ocupacionais, acidentes
do trabalho, impactos ambientais e, em alguns casos,
grandes catástrofes. Buscando a contínua diminuição de riscos e
falhas, as empresas vêm aplicando processos de gerenciamento
de “ciclo de vida de projetos” utilizando metodologias como
Front-End-Loading (FEL), Planejamento Pré-Projeto (PPP),
entre outras. Na aplicação correta dos métodos, devem ser
utilizadas ferramentas de prevenção direcionadas para saúde
e higiene ocupacional, segurança do trabalho, meio ambiente e
sustentabilidade do negócio. O propósito aqui é explicar como
funcionam as fases do “ciclo de vida de projetos” e quais são os
possíveis estudos que devem ser entregues para embasamento
técnico. Estudos estes que serão utilizados pela comissão na
tomada de decisão para mudança de “portão” ou etapa do
projeto. Também será abordado o tema formação de equipe
de projetos, que deve ser experiente, multidisciplinar, contando
com especialistas em SSMA, sendo esta uma das chaves para
o sucesso de um empreendimento. Por fim, lista-se algumas
diretrizes básicas imprescindíveis para o desenvolvimento de um
projeto, com objetivo de minimizar ou eliminar a possibilidade
de ocorrência de eventos indesejáveis.
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1. INTRODUÇÃO
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negócio.
O diagnóstico depende também de profissionais especial-
izados, com conhecimento multidisciplinar para conduzir os es-
tudos de forma consistente e embasar a tomada de decisão. As-
sim como também depende do comportamento dos envolvidos,
que devem se portar como donos do empreendimento, a fim de
minimizar as possibilidades de falha com atitude assertiva.
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legislação aplicáveis.
Adicionalmente, o FEL é um direcionador, pois possui pro-
cessos pelo qual uma empresa identifica e determina o escopo
de projetos complexos alinhados com a necessidade do negócio.
Em procedimentos como preparação, planejamento e execução
de projetos, itens como saúde e higiene ocupacional, segurança
do trabalho, meio ambiente e sustentabilidade do negócio de-
vem ser sempre enfatizados, mais do que a redução de custos
ou a obtenção de prazos mais rápidos. O IPA acompanha os in-
dicadores desses fatores e os resultados, dados que ajudam as
empresas a melhorar o desempenho nessas áreas.
As empresas, por sua vez, devem se preocupar com o le-
gado de SSMA do empreendimento funcionando, porém a fase
em que ocorrem mais incidentes é a construção. Nesta, a taxa
de lesão é alta, com ocorrências de fatalidades e, portanto, esse
setor tem mostrado pouca melhoria nos indicadores. Os donos
de projetos devem assumir sua responsabilidade diante de tal
panorama, porque isso é a atitude correta.
O IPA, acompanhando as tendências de SSMA de projetos
por anos, observou que:
• projetos bem planejados e preparados possuem melhor
desempenho em termos de SSMA, por atingir bons
índices de “carregamento” no FEL, o que melhora
o índice de desenvolvimento da equipe e o índice de
controle do projeto, resultando em menos acidentes
registráveis (fatalidades, afastamentos, restrição ao
trabalho e tratamento médico);
• em projetos menores, existe a tendência a serem mais
seguros do que projetos de capital e megaprojetos;
• em projetos executados que utilizaram um modelo de
contrato de construção de “montante fixo” (preço fixo),
a tendência é apresentar pior desempenho em SSMA;
• os indicadores de SSMA dos projetos variam de acordo
com o setor industrial em que são desenvolvidos, como:
mineração, metais, oleodutos e projetos farmacêuticos;
apresentando pior desempenho em termos de SSMA do
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que os projetos de refino de petróleo e produtos quími-
cos;
• projetos com níveis elevados de inovação tecnológica in-
troduzem riscos de SSMA que podem causar acidentes.
Por isso a importância de aplicação de metodologia já con-
sagrada de revisão de projeto e a formação de um time com
experiência e envolvimento direto no SSMA.
3. O MÉTODO FEL
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aplicáveis;
• desenvolver os documentos de SSMA para próxima fase.
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da construção;
• participar do processo de licenciamento ambiental para
implantação do empreendimento, fornecendo infor-
mações e os estudos necessários;
• implementação do EIA/RIMA, ou programa ambiental,
aplicável por tipo de projeto;
• participar dos estudos de engenharia, revisões e apli-
cação de critérios de SSMA;
• participar ativamente dos estudos de construtabilidade;
• definição de plano de auditorias durante a fase de con-
strução de comissionamento;
• planos e rotogramas para cargas complexas e processos
logísticos;
• realização de estudos de análise de riscos (Hazop e De-
sign review).
3.5 Construção
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Ele é aplicável a partir do momento em que a completação
mecânica já foi realizada e após o cliente aprovar partes do
empreendimento, liberando para testes. Testes a frio, com ar,
água, elétricos, mas sem produto, e comissionamento a quente,
em que entra produtos nas linhas, tanques etc. As atividades de
SSMA que podem ser aplicadas nesta fase são:
• programa/procedimento de SSMA em comissionamen-
to;
• processo de licenciamento ambiental para operação do
empreendimento, fornecendo informações e os estudos
necessários;
• implementar o plano de SSMA;
• implementar o plano de resposta a emergências para
fase;
• acompanhamento do programa de comissionamento;
• participação dos testes dos equipamentos de resposta a
emergência.
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m3 por dia.
• Os níveis de ruído devem ser minimizados por meio da
especificação de nível máximo de ruído de 85db(A) para
fornecimento de equipamentos e/ou aplicação de medi-
das de engenharia adequadas - enclausuramento, inclu-
indo nas tubulações para atender a este critério.
• Os níveis máximos de vibração, incluindo vibração
mecânica de equipamentos rotativos, devem estar de
acordo com os níveis de tolerância estabelecidos pela
legislação e pelas normas técnicas aplicáveis, nacionais
e internacionais.
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por pessoa).
• As tampas das bocas de visita dos espaços confinados
devem possuir sistema que permita sua retirada sem
exposição ergonômica e riscos de pensamentos a parte
do corpo dos trabalhadores.
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metálica, se houver passarela de acesso imediatamente
abaixo; ou o layout da área exigir movimentação
contínua de trabalhadores próximo a essas zonas de
risco de queda de material de nível diferenciado.
• Locais, onde forem necessárias as inspeções periódicas
e rotineiras, deverão possuir sistema de câmeras para
minimização de movimentação de operadores e controle
de riscos de quedas.
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• Todo o projeto de subestações elétricas deverá atender
a requisitos relacionados ao revestimento retardante de
chama de leito de cabos, isolamento das entradas e saí-
das de leitos de cabos, sistema de proteção e alarme
contra incêndio.
• Toda a planta deve ser amplamente iluminada/sinaliza-
da, de forma que os riscos sejam perceptíveis, interna e
externamente, à Unidade.
• Os sistemas fixos de detecção de fumaça nas sub-
estações devem utilizar princípio de sistema de monito-
ramento por meio de aspiração contínua do ar ambiente.
• Os painéis das salas elétricas deverão estar dispostos de
forma a permitir acessibilidade adequada para combate
de emergências.
• O nível mínimo de iluminamento das áreas operacionais
deverá estar em conformidade com os padrões NBR
ISO/CIE 8995-1, IES RP-7.
• Minimizar a passagem de leitos de cabos por áreas
sujeitas a risco de transbordo ou queda de materiais;
eventuais ramificações devem receber cobertura do
leito de cabos.
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cima da tubulação.
• Os fluídos resistentes a fogo devem ser recomendados
para sistemas hidráulicos localizados próximos às fontes
de ignição.
• Todas as correias transportadoras, com altura superior a
9 metros ou que estejam imediatamente acima do mar/
rio, devem possuir sistema de proteção por sprinklers,
independentemente do material transportado.
• A revisão de prevenção de perdas pela seguradora
deve envolver os seguintes projetos: novos prédios e
instalações; segurança de combustão; projetos de co-
berturas (levantamento, estática e combustibilidade);
sistemas de proteção contra incêndios; modificações
de processos líquidos inflamáveis e combustíveis; líqui-
dos inflamáveis e combustíveis, e estocagem de gás;
grandes sistemas hidráulicos ou sistemas usados próxi-
mo às fontes de ignição.
• A construção de prédios e as proteções de parede de-
vem ser não combustíveis; se forem usados painéis de
parede em forma de encaixe, esses componentes de-
vem ser aprovados pela FM.
• A construção de cobertura e paredes de prédios sem
proteção deve ser não combustível.
• A proteção automática de sprinkler deve ser projetada e
instalada conforme a norma NFPA 13; quaisquer coleto-
res ou hidrantes contra incêndios devem ser instalados
conforme a norma NFPA 24; a demanda total deve estar
disponível por um período de duas horas, no mínimo.
• Se o suprimento de água para proteção contra incên-
dio for proveniente do uso de um sistema de proteção
contra incêndio e bombeado de uma fonte ilimitada, a
estação de bombeamento pode precisar de certas car-
acterísticas de confiabilidade, geralmente não incorpo-
radas às estações de bombeamento industrial.
• A localização do hidrante deve ser selecionada de tal
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• As proteções das partes móveis devem ser robustas e
desenhadas para garantir “ACESSO ZERO “ a qualquer
parte perigosa da máquina.
• O projeto de proteção de máquinas deverá levar em
consideração aquisição de dispositivos de engenharia
inteligentes (chaves de segurança, cortinas de luz) para
partes móveis de máquinas/equipamentos que tenham,
como consequência da exposição do homem, o risco de
fatalidade.
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do maior tanque inserido nesta área, mais 10% do
volume total dos demais tanques, conforme NBR 17505
1/2/3/4/5.
• Todos os pisos dos poços de bombeamento de produtos
químicos deverão ser chapeados.
• Áreas com muretas em áreas operacionais, como ofici-
nas de manutenção, deverão ter piso impermeabilizado
com manta plástica ou chapas de piso.
• Onde houver a possibilidade de derrame de produtos
perigosos, deverá ser previsto sistema de contenção se-
cundário, por exemplo, bombas e motores.
• Áreas sujeitas à lavagem e aos transbordos devem ter
fechamento metálico completo em 2/3 da altura do
guarda corpo, e fechamento em tela do restante.
• As bombas de pasta deverão possuir carcaça dupla em
ferro fundido nodular, colar de alívio de pressão e sen-
sores de temperatura.
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indiquem o produto e seus riscos associados, pintados
na cor característica do produto armazenado e dota-
dos de sistemas de interrupção de alimentação, para o
caso de ser atingido o nível máximo, com indicadores de
nível, dispositivos para alívio de pressões e aterramento
do tanque e dos veículos de descarga, além de sistemas
de proteção contra incêndios.
• Sempre que possível, devem ser utilizadas tintas isen-
tas de metais pesados, ou seja, à base de água.
• Fontes de radiações ionizantes devem ter o projeto de
sua potência, localização e blindagens de forma a asse-
gurar os menores níveis de exposição possível aos op-
eradores.
• As fontes de radiações ionizantes devem ser protegidas
para minimizar a probabilidade de danos e vazamentos,
na ocorrência de incêndios ou acidentes de abalroamen-
tos.
• Todos os produtos químicos utilizados devem possuir Fi-
cha de Segurança (MSDS - Material Safety Data Sheet)
com suas características de riscos à saúde, à segurança
e ao meio ambiente; essas fichas devem ser previa-
mente analisadas pela equipe de gerenciamento do pro-
jeto e aprovadas para utilização.
• Produtos que o fabricante se recuse a fornecer a Ficha de
Segurança completa não serão aceitos para utilização.
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Figura 7 – Mapa de aplicação do método FEL, utilizando as ferramentas de
SSMA
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4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
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agregados na empresa;
• direcionamento de estudos específicos de SSMA para
cada projeto;
• alocação gradual de recursos, reduzindo o risco associado
a cada empreendimento;
• facilidade de comunicação com o time do projeto e com
os clientes, já que se torna claro quando a reunião de
FEL será necessária;
• previsibilidade do tempo necessário para projetos
inovadores.
A aplicação correta de metodologias, como FEL, bem como
a definição de um time específico com especialistas, minimiza
riscos e melhora a assertividade das empresas na tomada de
decisões.
O envolvimento dos times corretos desenvolve equipes
dentro do ambiente da empresa que, cada vez mais experientes
e alinhadas com o processo e as diretrizes das empresas, faz
com que cada novo empreendimento seja melhor, levando em
consideração os erros e os acertos do anterior.
O desempenho de SSMA dos projetos com planejamento
de execução definitivo ou preliminar, quando aplicado o método
FEL, resulta em duas vezes menos lesões, em comparação com
um projeto mal planejado (o que não deve ser uma surpresa).
Sendo assim, a meta de sustentabilidade do projeto é alcançada.
Figura 10 – Ciclo de vidas de projetos de acordo com a influência & gastos
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REFERÊNCIAS
ROMERO, F.; ANDERY, P. FEL – Front End Loading e LDPS - Lean De-
livery Production System para concepção de projetos de empreendi-
mentos. In: Portal Mundopm. Disponível em: < http://www.mundo-
pm.com.br/download/demo01_PM24.pdf>. Acesso em: 04 dez. 2019.
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