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Benigna
Renato Bessa de Melo
MD, FEBS(HPB)
Sumário
▪ Anatomia
▪ Formas de apresentação
▪ Quadros clínicos mais frequentes
▪ Resumo
Anatomia
Divisão entre fígado esquerdo e direito é feito pela Veia Supra-Hepática Mediana e não pelo Ligamento Falciforme.
Fígado divide-se em 8 segmentos.
Fígado Esquerdo é constituído pelos
segmentos II, III e IV e o Direito pelo
V, VI, VII e VIII.
O lado direito divide-se também em
Setor Posterior e Anterior.
Cada segmento hepático tem um
pedículo portal e drenagem venosa
própria.
Apesar de as variantes anatómicas
serem frequentes, nomeadamente no
pedículo hepático, a segmentação é
constante embora o volume de cada
segmento apresente
variações individuais.
O Pâncreas é um órgão retroperitoneal que se divide em cabeça, colo, corpo e cauda. A região cefálica tem relações próximas com
os vasos mesentéricos superiores, duodeno e via biliar. Corpo e cauda estão em relação com os vasos esplénicos. Estas relações
anatómicas explicam as diferenças na apresentação de clínica entre lesões cefálicas vs lesões do corpo e cauda. As lesões da
cabeça são mais precocemente sintomáticas e mais rapidamente envolvem as estruturas vizinhas. Por outro lado, as lesões distais
só muito tardiamente se tornam sintomáticas.
Cliníca
Formas de apresentação
Sintomas mais frequentes de patologia hepatobiliopancreática:
▪ Icterícia
I. Obstrutiva - associada a acolia, colúria e por vezes prurido
5- Fístula Colecistoduodenal é
uma manifestação mais rara - a
migração do foco litiásico (geral//
de grandes dimensões) para o tubo
digestivo pode causar obstrução.
Um sintoma importante na avaliação de um doente com PHB é a dor.
A duração pode ajudar a distinguir entre Colecistite Aguda e Cólica Biliar.
A irradiação para o dorso, normalmente para a ponta da Omoplata - sinal de Kehr.
Quando a Litíase Vesicular é sintomática ou apresenta complicações, há indicação para Colecistectomia Laparoscópica - tx gold standard
É necessário
conhecimento das
estruturas anatómicas do
hilo hepático e das suas
variações anatómicas.
Durante a Colecistectomia pode ser feita a exploração da via biliar, com Em alternativa podes recorrer à CPRE que preferencialmente deve ser realizada
remoção dos focos de litíase. antes ou em simultâneo com a Colecistectomia.
Pólipos vesiculares
Outra patologia biliar frequente são os pólipos que, ao contrário da litíase, não causam sintomas.
A maioria dos pólipos vesiculares não são verdadeiros pólipos e correspondem a depósitos de Colesterol na parede do órgão.
Os pólipos têm indicação cirúrgica pelo risco de malignização mas como a maioria são falsos pólipos, a indicação fica reservada
para pólipos que crescem ou que são maiores do que 10 milímetros.
Outras alterações biliares (mais raras)
▪ Alterações congénitas
▪ Atrésia biliar
▪ Cistos do colédoco
▪ Colesterolose
▪ Adenomiomatose vesicular
▪ Colecistite alitiásica
▪ Colangio-Hepatite asiática
▪ Colangite esclerosante primária
Os Quistos do Colédoco são lesões raras e por norma detetadas na infância. Têm importância pois parecem estar associados ao desenvolvimento de
neoplasias biliares. O tratamento consiste na Colecistectomia e na exérese completa da via biliar extra-hepática e confeção de anastomose biliodigestiva. No
caso dos quistos tipo IV é mais complexo e por vezes está indicada a realização de transplante hepático se houver suspeita de malignização.
Classificação de Todani
Tumores benignos do fígado
▪ Hemangioma os mais frequentes
▪ Hamartoma
▪ Hiperplasia nodular focal
A maioria destes
tumores não precisa de
qualquer tipo de
tratamento cirúrgico e
podem ser mantidos
apenas sob vigilância.
No caso de serem
sintomáticos ou terem
grandes dimensões
poderá estar indicada a
sua exérese cirúrgica.
Os Adenomas Hepáticos são os tumores benignos que mais preocupam. Podem estar associados a alterações hormonais e na mulher podem desaparecer apenas com a
suspensão dos anticoncecionais. No homem podem estar associados ao uso de esteróides e têm por norma indicação cirúrgica.
A classificação molecular
dos adenomas permite-nos
identificar aquelas com
maior risco de
malignização e tratá-los
de forma adequada. A
caraterização molecular
pode ser obtida por
biópsia ou através da
realização de RM. O
comportamento das lesões
nas diferentes fases da
RM permite estabelecer
uma relação com as
alterações genéticas e
assim poder classificar de
forma não invasiva estas
lesões.
Abcesso hepático
Hidatidose
▪ Analises
Na suspeita clínica de PA, devemos fazer o doseamento sérico de Amílase e Lípase. Uma elevação de 3 vezes o
valor de referência é diagnóstico. Não esquecer que existem outras causas para elevação destas enzimas como
insuficiência renal, perfuração de víscera oca ou lesão isquémica intestinal.
▪ Imagem
O estudo imagiológico para diagnóstico só está indicado em caso de dúvida - quando a clínica não é típica, ou para
excluir outros diagnósticos diferenciais.
Pode ser TC ou RM. Os doentes com PA mais graves vão necessitar de TC para avaliar complicações e gravidade da
pancreatite. Normalmente estes exames não são úteis antes do 5º dia.
Na admissão pode estar indicada a avaliação imagiológica para esclarecimento da causa da pancreatite, e recorre-se à
ecografia - método que melhor identifica a litíase biliar.
Classificação
Gravidade
A intervenção deve ser faseada e passo a passo, começando por intervenções simples e só se estas não resolverem escalar cuidados.
Abordagem Step-Up na PA:
Isto pode ser alterado de acordo com as alterações que o doente apresente e o seu estado clínico.
Na PA aguda
A presença de necrose severa a
pancreática e síndrome mortalidade
de resposta inflamatória aumenta e é ainda
sistémica com falência maior no grupo de
orgânica complica o doentes que
prognóstico. desenvolve infeção
da necrose
pancreática (30%).
N Engl J Med 2016;375:1972-81
A evolução da PA divide-se em duas fases: uma primeira fase de SIRS secundária à libertação de mediadores inflamatórios pela
autodigestão pancreática e uma segunda fase em que as complicações infeciosas vão ditar o prognóstico.
Key points
Acute pancreatitis
Pancreatite crónica
Processo inflamatório contínuo, reiterado ao longo do tempo que leva ao desenvolvimento de fibrose e destruição
do tecido pancreático.
▪ Dor queixa que mais vezes leva o doente a procurar ajuda médica
deve ser tratada de forma adequada e faseada
Pancreatite crónica
▪ Falência exócrina é a mais comum. É a responsável na maioria
dos casos pelo desenvolvimento de desnutrição nestes doentes.
▪ Falência endócrina
▪ Tumor
devem ser sempre excluídos nomeadamente nos doentes
com pancreatite crónica que desenvolvem massas pancreáticas
a exclusão de presença de neoplasia é fundamental
Fundamental eliminar os comportamentos que levam ao desenvolvimento da doença, senão
qualquer estratégia não terá sucesso.
O tratamento da Pancreatite Crónica
pode por vezes necessitar de cirurgia.
Esta vai estar indicada nos doentes com
dor refratária ou na suspeita forte de
neoplasia.
As doenças autoimunes relacionadas com a IgG4 podem ter manifestações pancreáticas e biliares. A sua exclusão é
fundamental e deve ser feita nos doentes com pancreatite e colangite.
Lesões pancreáticas benignas
São cada vez mais frequentes, fruto das novas tecnologias de imagem.
Conhecer qual o seu prognóstico e potencial de malignidade.
▪ Cistoadenoma seroso
JAMA. 2016;316(11):1226
Indications for surgery.
No caso dos IPMNs, a indicação para cirurgia vai depender das caraterísticas imagiológicas, citológicas e bioquímicas.
A presença de citologia de malignidade, displasia de alto grau, icterícia, nódulos murais e dilatação do Wirsung são caraterísticas
que frequentemente levam a indicação cirúrgica neste tipo de lesões.
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Alterações moleculares que levam ao
aparecimento de Adenocarcinoma
Pancreático, no caso das lesões de PanIN
ou dos IPMNs.
Conclusões
▪ Patologia inflamatória ▪ Patologia com potencial maligno
▪ Litíase biliar ▪ Adenomas hepáticos
▪ Pancreatite aguda ▪ Neoplasia biliar intraductal
▪ Neoplasia pancreática intraductal
▪ Patologia infeciosa
▪ IPMN
▪ Abcesso hepático
▪ Hidatidose