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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ

CAMPUS UNIVERSITÁRIO MINISTRO PETRÔNIO PORTELLA


CURSO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

RAVEL CARVALHO MONTE

REFLEXÃO SOBRE ESCOLA DAS RELAÇÕES


HUMANAS

Teresina – Piauí

2021
REFLEXÃO

Para primeiro entender sobre a Escola das Relações Humanas é preciso entender
o contexto que levou a seu uso.

Em 1911 com o lançamento do livro Princípios de Administração Científica por


Frederick Taylor se iniciou uma revolução nos modelos de produção focado em precisão
e previsão no meio de produção. Através de modelagem e análise cientifica era possível
terminar a melhor forma de se realizar um determinado trabalho, com a menor quantidade
de tempo inútil e se forcando em ter a melhor produtividade possível.

Nesse ponto de vista os funcionários humanos eram nada mais além de mais uma
engrenagem do meio de produção, algo que não mudou nos anos seguintes com o avanço
da busca com maior produtividade com o Fordismo e outras melhorias nesse quesito. Se
alguém quisesse produzir mais, a ideia era apenas forçar as pessoas a se adaptarem a mais
trabalho, trazer mais pessoas e esperar a produtividade subir. Nesse contexto houve o
começo de experimentos e desenvolvimento de contra teorias, sendo a Teoria das
Relações Humanas uma delas.

O conceito de modelagem não foi uma novidade da administração cientifica, se


olharmos para o passado a ideia de uma “versão ideal” de algo que é a mesma e totalmente
previsível em todos os pontos de vista analisados pode ser vista até mesmo na teoria das
ideias de Platão. Entretanto o ser humano não é compatível com uma engrenagem perfeita
que realiza um trabalho sempre em uma determinada proporção, e foi isso o que o estudo
das relações humanas trouxe.

Observando, por exemplo, o Experiência de Hawthorne temos um experimento


científico que testou a capacidade humana e atentou para a relação entre as pessoas e seu
psicológico, os fatores humanos que exatamente os diferenciam e qualquer maquinário.

Diferente de uma engrenagem, humanos trabalham melhor quando estão


motivados, quando não estão muito pressionados, quando tem mais liberdade e quando
podem expressar mais o comportamento humano. De nada adiantava manter um líder
muito exigente e controlador, regras demais e trabalho sem parar. No fim isso apenas
resultaria numa “quebra” dos funcionários de maneira física e mental.

Comparativamente funcionários que eram mais livres, sem muita supervisão,


conseguiam manter e melhorar o seu serviço. Não é surpresa imaginar que quando
pessoas deixavam de ser tratados como máquina e sim com humanos e podem agir como
um ser social, poderiam realizar seu verdadeiro potencial.

O mito de que humanos são seres naturalmente caóticos e necessitam de um


controle absoluto, apenas impede que pessoas consigam fazer o que podem fazer. Não só
as condições físicas são as mesmas, mas devido ao menor esforço mental causado pela
pressão do trabalho e de supervisão, o corpo não gasta tanta energia quanto gastaria em
cenários de extremo estresse, o que também poderia acabar influenciando as próprias
ações de um funcionário.

O mesmo também se aplica as ideias dos funcionários, que poderiam ser criativos
e decidir entre si uma forma melhor da qual eles poderiam se adaptar a um trabalho.
Devido a realidade não ser uma simulação, as vezes o que é mostrado nos modelos, não
pode ser traduzido a realidade. E nesse caso, as próprias pessoas podem conseguir
descobrir a forma mais adequada de se fazer um trabalho, buscando não só serem efetivas,
mas também buscando o conforto que permitam continuar trabalhando o máximo que
puderem.

Nesse sentido, o início da Teoria das Relações Humanas mudar o foco dos
princípios administrativo para uma abordagem mais humana e não só “matemática”,
definitivamente permitiu uma grande evolução e maior conforto para os trabalhadores e
a própria produção não seria mais a mesma se não fosse por isso.

A partir desse ponto, buscar o equilíbrio entre a condição humana e os modelos é


a forma como a abordagem, majoritariamente, deveria ser feita. Os modelos não são
perfeitos, mas como as próprias ideias platônicas, eles servem como um guia de como as
cosias ocorrem fisicamente. Então ao adequar o meio e condições de trabalho para
permitir uma maior relação humana, um bom equilíbrio permitiria mais eficiência e
consistência do que a administração cientifica conseguiria sozinha.

Do ponto de vista da Escola das Relações Humanas o foco é em estabelecer


melhor a condição e atividade social das pessoas com elas mesmas e o trabalho. Não só
tendo maior contato umas com as outras, mas tendo uma maior voz e opinião dentro do
meio de produção. Não mais o funcionário é apenas uma engrenagem sem opinião ou
vontade que apenas obedece a um supervisor, mas agora são pessoas que conversam umas
com as outras, até mesmo com o próprio supervisor, e desse conforto pessoal a vontade
de dar o seu melhor no trabalho não diminui.
É nesse meio informal onde, de acordo com a Teoria das Relações Humanas, que
o funcionário irá exercer o melhor que puder. É através da quebra com a noção do homem-
máquina e a aceitação da humanidade e das características individuais de cada um que a
Teoria das Relações Humanas permitiu as configurações de trabalho que existem hoje em
dia em que há condições muito melhores do que na época onde a Teoria da Administração
Cientifica reinava como absoluta.

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