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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ

CAMPUS UNIVERSITÁRIO MINISTRO PETRÔNIO PORTELLA

CURSO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

ELISSON TEIXEIRA DOS SANTOS

NILSON CÉSAR DA SILVA SOBRAL

RAVEL CARVALHO MONTE

WESLEY OLIVEIRA SILVA

PROCESSO IRREVERSÍVEL

Teresina - Piauí

2019
Sumário
1) Introdução..........................................................................................................................................3
2) Objetivos............................................................................................................................................4
3) Materiais Utilizados............................................................................................................................4
4) Procedimento Experimental...............................................................................................................4
5) Resultados e Discussões.....................................................................................................................5
6) Conclusões.......................................................................................................................................11
7) Referências.......................................................................................................................................12
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1) Introdução
Quando um processo mecânico pode ser revertido para seu estado natural, de maneira
espontânea ou como resultado de interações com outros processos, se diz que ele é um
processo reversível e isto é resultado da conservação da energia mecânica em um sistema e
as , apesar que na prática nenhum processo possa ser experimentado de forma reversível,
existe uma conservação da energia mecânica em quantidades suficientes para não ser
observado em curtos espaços de tempo a sua variação de forma impactante. De todo o modo
para os processos em que a conservação não ocorre e não existe o processo de reversão se dá
o nome de processo irreversível (ENCYCLOPÆDIA BRITANNICA, 2014).

Sendo resultado da perca de energia para fatores externos os processos irreversíveis


não podem ser realmente previstos com precisão sendo que sua medição é dada por forma
experimental. Ainda assim é possível medir o trabalho durante os processos iniciais e finais,
sendo que a variação desse trabalho é o que foi perdido para os fatores externos. Pode-se
montar um gráfico da força realizada durante um certo deslocamento e a área sobre este
gráfico vai ser igual ao trabalho realizado o que resulta na equação (1)

r2
U 1−2=∫ F ∙ d r (1)
r1

Em que U é o trabalho realizado, F é a força aplicada e r são os descolamentos


realizados pelas forças, considera-se isso também como sendo a área do gráfico força pelo
deslocamento (C. HIBBELER, 2010). Em um processo reversível a relação entre a força e o
deslocamento pode ser representada de uma forma linear, entretanto processos irreversíveis
podem não apresentar uma linearidade tendo seus resultados dados de forma puramente
experimental.

Um exemplo de processo irreversível é das gominhas de borracha que após serem


esticadas tem suas ligações moleculares rompidas o que resulta na perda de energia mecânica
no sistema. É possível suspender a gominha verticalmente em equilíbrio e a ligar com objetos
de massas conhecidas, desse modo é possível utilizar o peso dos objetos como equivalente da
força que é utilizada para esticar a gominha. O peso da mola pode ser descoberto através da
segunda lei de newton (2) (ENCYCLOPÆDIA BRITANNICA, 2017)

P=F=m∗g(2)
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Onde P é a força peso, também descrita por F que representa qualquer força, m é a
massa do corpo e “g” é igual a aceleração da gravidade na superfície da Terra equivale a 980
cm/s² (R. LIDE, 2005).

Desse modo podemos analisar o processo de alongamento de gominhas de borracha


podendo descobrir o trabalho da força nos momentos de esticamento e contração, descobrir a
variação do trabalho e disso tirar conclusões como o uso da energia por fatores externos.

2) Objetivos
Estudar a deformação produzida em gominhas de borracha.

3) Materiais Utilizados
Neste experimento foram utilizados:

1. Duas gominhas de borracha;


2. Uma base;
3. Uma haste de sustentação;
4. Suportes e os objetos de massa conhecidas;
5. Régua Milimetrada.

4) Procedimento Experimental
1. Para o primeiro experimento pendura-se uma goma de borracha em uma haste de
sustentação junto da base de sustentação para do objeto;
2. Determina a posição inicial da mola da qual será medida a sua elongação
3. Adiciona-se lentamente um objeto, de massa aproximadamente 500g;
4. Realiza-se de 20 a 20 segundos do deslocamento da mola até que ela pare de se
mover;
5. Monta-se um gráfico do alongamento Δy = y – y0 da gominha em função do tempo;
6. Para o segundo experimento se repete os primeiros dois passos do experimento
anterior;
7. Se adiciona um objeto de massa aproximadamente de 50g medindo, depois de 20
segundos, o deslocamento final da gominha;
8. O sétimo passo deve ser repetido mais algumas vezes até que a massa total que a
gominha sustenta for de aproximadamente 700g
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9. Após o último peso ser adicionado e todos os deslocamentos serem medidos, retira-se
um a um os objetos colocados sempre anotando a posição da gominha após a retirada
dos objetos;
10. Sobre o passo anterior, responda se há necessidade de aguardar algum tempo entre a
descarga de um dos pesos, a medição do deslocamento e a próxima descarga;
11. Monta-se dois gráficos da força aplicada pela elongação da gominha para os processos
de carga e descarga. Observe os gráficos e comente os resultados em termos de
linearidade e reversibilidade levando em conta a fórmula de uma função linear
F=m∗x +b
12. Utilizando como base a equação (1) determine o trabalho nos processos de carga e
descarga que podem ser determinados ao calcular a área sob as curvas dos gráficos F
vs Δy;
13. Calcula-se o trabalho líquido realizado depois de um ciclo de carga e descarga, dando
uma interpretação física para ele;
14. A gominha de borracha é constituída por um conjunto de cadeias poliméricas com
uma estrutura fibrilar central e ramificações laterais. O fato de o trabalho total
realizado no ciclo ser diferente de zero, deve-se à ruptura de ligações químicas entre as
cadeias de moléculas da gominha no processo de carga; ao se reverter esse processo,
fazendo-se a descarga, as ligações não se refazem. Pode-se estimar a energia
necessária para romper uma dessas ligações como se segue.
O material da gominha tem ponto de fusão em temperaturas de ~ 400 K (~ 130 oC). A
essa temperatura, a energia cinética média por grau de liberdade é de (1/2) kT, em que
k é a constante de Boltzmann (k = 1,38 x 10^-23 J/K) e T é a temperatura em Kelvin.
Essa energia cinética média é da mesma ordem de grandeza da energia necessária para
romper uma ligação química entre as cadeias do polímero que constitui a gominha.
Partindo desse raciocínio, estime o número de ligações químicas que foram rompidas
na gominha, neste experimento. Compare o resultado com o número de Avogadro
(6,02 x 10^23 /mol).

5) Resultados e Discussões
Para o primeiro experimento utilizamos um objeto de massa medida como 521g para
esticar a gominha através de um tempo de 40 segundos, que foi quando a gominha aparentou
não se mover mais. O deslocamento foi pouco após a gominha ser colocada como pode ser
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observado na Tabela 1 onde estão as informações de massa, alongamento da gominha e de


tempo do alongamento até a posição de equilíbrio:

Massa (kg) Alongamento (mm) Tempo (s)


----------------- 0 -----------------
0,521 110 0
0,521 115 20
0,521 117 40
0,521 117 60
0,521 117 80
Tabela 1

Os resultados anotados na Tabela 1 foram utilizados para montar o Gráfico 1 que foi feito na
ferramenta Vernier Graphical Analysis.

Gráfico 1

Apesar da pouca variação através do tempo, foi observado a natureza não linear da
função que representaria a elongação. Já para o segundo experimento os resultados foram
mais variados como pode ser demonstrado pela Tabela 2 que representa a variação da
elongação pela massa dos objetos (Alguns de 50g, outros de 100 g e um de 42 g) até que se
chegou a um resultado de 692 g.

Massa (g) Alongamento (mm) Tempo (s)


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0 6 0
50 12 40
100 19 80
150 28 120
200 38 160
250 51 200
300 68 240
350 90 280
400 105 320
450 120 360
492 136 400
592 176 440
692 214 480
Tabela 2

Com o maior tempo de observação e a variação constante da massa total foi possível
encontrar uma elongação total de 214 mm (0,214 m). Os valores da tabela foram utilizados
em um gráfico Força (N) versus alongamento (m) (Lembrar que o alongamento é dado pela
subtração da posição final da gominha de borracha pela sua posição inicial) que foi
denominado Gráfico 2 e cuja área sobre a curva tem um valor de 0,8207 Joules.

Gráfico 2

Logo em seguida foi criado uma outra tabela, a Tabela 3 representando o alongamento
através do tempo na descarga dos objetos. Como estamos utilizando uma gominha de
borracha, se observa que ligações moleculares dela foram destruídas através do tempo de
carga, o que irá resultar numa posição final após a descarga diferente da inicial. Devido a
destruição das ligações levar um tempo para ocorrer foi necessário esperar um determinado
período após cada nova massa adicionada, visto que quando maior a massa maior será o peso
que irá resultar na quebra de ligações. No processo de descarga não haverá o rompimento de
ligações moleculares, o que significa que não é necessário esperar um tempo após cada
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processo de retirada de massa e é por este motivo que não houve a necessidade de uma coluna
na tabela representando a passagem do tempo no processo.

Massa (g) Alongamento (mm)


692 214
592 211
492 207
450 200
400 194
350 183
300 171
250 124
200 96
150 66
100 38
50 25
0 12
Tabela 3

Enfim utilizando estes dados foi possível construir o Gráfico 3 da Força (N) versus
alongamento (m) no processo de descarga que teve uma área sobre a curva de 0,4598 Joules.

Gráfico 3

Após isso utilizamos mais uma vez o programa que permite montar gráficos para
assim criar os Gráficos 4 e 5 para analisar a linearidade do processo e a fórmula dada nos dois
casos foram diferentes da equação de uma função linear

F=m∗x +b
9

Gráfico 4

Gráfico 5

Sobre a reversibilidade do processo é clara a variação do trabalho nos dois casos, o


que indica que houve uma variação da energia mecânica, sendo assim parte dela foi dissipada
de alguma forma e isso resultou na alteração da posição final após o processo de descarte. O
trabalho líquido é dado pela subtração do trabalho final pelo trabalho inicial, ou seja:

0,4598 Joules - 0,8207 joules = -0,3609 joules

Como explicado anteriormente, essa perca de energia deve ter sido a responsável pelas
alterações no estado da gominha que estava com um comprimento maior do que no começo
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do experimento, no caso da gominha pode-se estipular que ela tenha tido parte de suas
ligações moleculares rompidas.

Utilizando os dados adquiridos nos procedimentos do experimento pode-se descobrir


quantas ligações moleculares foram rompidas visto que a energia gasta na quebra de uma
ligação é da mesma ordem de grandeza que a energia cinética por grau de liberdade,
utilizando as constantes dadas anteriormente se conclui que:

1
K e = kT
2

1
K e = ∗(1,38∗10−23 J / K )∗( 400 K )
2

−21
K e =2,76∗10 joules

Tendo em vista que 2,76*10^-21 joules equivale a apenas o rompimento de uma


ligação molecular e ao todo observa-se que 0,3609 joules foram perdidos no procedimento,
basta encontrar a razão do trabalho realizado com a energia necessária para se realizar um
rompimento para se descobrir quantos ocorram ao todo

0,3609 joules
−21
=1,3076087∗1020
2,76∗10 joules

Ao todo chegamos ao resultado de que aproximadamente 1,3*10^20 ligações


moleculares, um valor que está a três ordens de grandeza abaixo do número de Avogadro,
foram perdidas quando parte do trabalho realizado foi perdido no processo de carga.

6) Conclusões
Estes experimentos tiveram como objetivo estudar a natureza do alongamento de
gominhas de borracha quando esticadas, o que foi alcançado. Por sua natureza foi possível
encontrar um processo não linear e irreversível da qual a energia mecânica foi dissipada de
diversas formas, incluindo no rompimento das ligações moleculares da gominha de borracha.

O primeiro experimento demonstrou de uma maneira rápida a não linearidade do


processo que no experimento posterior foi observado mais claramente com resultados que se
afastam muito do esperado de um processo linear.

Ao realizar o experimento foi possível ver que o trabalho inicial de carga teve valor de
0,8207 joules enquanto o trabalho na descarga teve um valor de 0,4598 Joules o que significa
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que ao todo 0,3609 joules foram perdidos no processo como um todo. Este valor
posteriormente foi utilizado como sendo a energia responsáveis pelo rompimento das ligações
moleculares que seria comparado com a energia necessária para o rompimento de apenas uma
delas, que é dada pela energia cinética por grau de liberdade utilizando as constantes dadas
previamente em sala de aula. O resultado indicou uma quebra de 1,3*10^20 ligações
moleculares, quase 1000 vezes abaixo do número de Avogado.

7) Referências
ENCYCLOPÆDIA BRITANNICA. Reversibility. [S. l.]: Encyclopædia Britannica, inc., 22
jan. 2014. Disponível em: https://www.britannica.com/science/reversibility. Acesso em: 25
ago. 2019.

C. HIBBELER, Russell. ENGINEERING MECHANICS: DYNAMICS. 12. ed. Nova


Jersey: Pearson Education, Inc., 2010.

ENCYCLOPÆDIA BRITANNICA. Newton's laws of motion. [S. l.]: Encyclopædia


Britannica, inc., 17 maio 2019. Disponível em: https://www.britannica.com/science/Newtons-
laws-of-motion. Acesso em: 18 ago. 2019.

R. LIDE, David. CRC Handbook of Chemistry and Physics: Internet Version 2005. Boca
Raton, Flórida: CRC Press, 2005.

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