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FACULDADE MULTIVIX SERRA

CURSO DE GRADUAÇÃO EM PEDAGOGIA

MARY STELA DA COSTA SURDINE


8º PERÍODO

EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: EJA E O ENSINO SUPERIOR

SERRA – ES
2021
MARY STELA DA COSTA SURDINE

EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: EJA E O ENSINO SUPERIOR


Estudo Orientado apresentado à disciplina de
Educação de Jovens e Adultos do Curso de
Graduação em Pedagogia da Faculdade
Multivix Serra como requisito para obtenção de
nota.
Coordenador do Curso: Elaine Costa 
 Professora: Mônica Ribeiro 
 

SERRA – ES
2021
O presente estudo orientado tem como objetivo trazer reflexões sobre o
ingresso de alunos da Educação de Jovens e Adultos -EJA- no ensino superior.
Todo o estudo terá como base teórica pesquisas científicas que tratam do
mesmo assunto, do estudo da unidade 5 da disciplina de Educação de Jovens
e Adultos e o texto sugerido para estudo orientado. Para podermos pensar
sobre o tema desse trabalho se faz necessária a compreensão do que é a EJA
e sua história, por isso iniciaremos com um breve contexto histórico.
A Educação de Jovens e Adultos é uma modalidade de ensino da educação
básica destinada a alunos com mais de 15 anos de idade que não conseguiram
concluir os estudos em idade apropriada, por falta de acesso ou por terem que
interromper os estudos. E pode parecer algo recente, mas a EJA teve início
com a chegada da Escola de Jesus no Brasil (jesuítas) na tentativa de educar
os índios.
Como vimos na unidade 5 do material em PDF, essa modalidade de ensino
passou por inúmeras transformações ao longo do tempo, tendo como premissa
diminuir os índices de analfabetismo no país. Com o fim da Segunda Guerra
Mundial, com a volta da democracia no Brasil, surgiram movimentos
importantes em prol da educação para adultos. Paulo Freire teve grande
atuação em reflexões para a EJA. Estudamos que ele foi o responsável por
despertar o interesse para revisão dos métodos na educação para garantir que
os estudantes fizessem parte do seu processo de aprendizagem, colocando o
adulto no centro dessa discussão.
Durante o Regime Militar, a EJA recebeu o nome de Mobral e tinha a intenção
apenas de ensinar as pessoas a escrever seus nomes, em 1971 o nome
mudou para Ensino Supletivo e era oferecido no turno noturno. Durante o
Governo de Collor houve a tentativa de melhorar com a criação do Programa
Nacional de Alfabetização e Cidadania (PNAC) mas não foi consolidado; no
Governo de Itamar Franco nada aconteceu de relevante. E com a Lei de
Diretrizes e Bases é que a Educação de Jovens e Adultos se torna parte da
educação básica.
No que diz respeito a aspectos legais da EJA, no Art.4º da Lei de Diretrizes e
Bases da Educação (Lei nº. 9.394/96) no Inciso VII assegura que jovens e
adultos tenham direito a educação escolar de forma regular e de maneira
adequada às suas necessidades, considerando a disponibilidade para aqueles
que trabalharem, oferecendo condições de aceso e permanência na escola
(BRASIL, 1996).
Apesar das conquistas nessa área da educação, a EJA sempre esteve voltada
para que o aluno adulto se tornasse mão de obra qualificada, e que ao concluir
o ensino médio busquem cursos técnicos e profissionalizantes para se
inserirem no mercado de trabalho, tanto que o retorno as salas de aula -em sua
maioria- é impulsionado por questões profissionais, para terem mais
oportunidades de emprego. Porém é importante que esse público também seja
visto como potenciais para o ingresso ao ensino superior. E o texto sugerido
para leitura prévia na unidade 5, Bisnella traz algumas interrogações ímpares
como quantos alunos da EJA dão continuidade aos estudos cursando uma
graduação. Mas será que o ensino na EJA é motivador para que os alunos se
sintam preparados para concorrer às vagas e a realizar uma graduação? É
sobre isso que vamos refletir a partir de agora.
Durante as pesquisas para esse estudo, percebeu-se que cada aluno da EJA
teve seu motivo para deixar a escola e para retornar, entre eles está a falta de
acesso, trabalho, família. E para retornar tinha como motivo a busca por
oportunidades de emprego, concluir o sonho de ser formado, alcançar o ensino
superior etc.
Hoje, o ensino superior está muito mais acessível, o governo tem lançado
vários programas para que alunos provenientes de escolas públicas tenham
acesso ao ensino superior através de bolsas parciais e integrais como
Programa Universidade para Todos (Prouni), Sistema de Seleção Unificada
(Sisu), Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies). E com
o advento da modalidade à distância, que oferece uma maior flexibilidade para
os estudos, os alunos da EJA tem mais oportunidades ainda de cursarem uma
graduação mesmo trabalhando.
Na pesquisa feita por Bisnella, alguns alunos não conheciam os programas que
facilitam a chegada ao ensino superior e por isso não tinham perspectivas de
chegar lá: “Pediram como funcionava o PROUNI e se eles poderiam participar
(pág. 89)”. Já outros estavam bastante motivados a dar continuidade aos
estudos. Em uma pesquisa desenvolvida por uma graduanda de Pedagogia,
Viviane Silva, os alunos que se sentiam motivados disseram que os
professores têm bastante contribuição nessa motivação. Já que são
incentivadores e apoiadores para que alcancem o diploma de ensino superior.
Uma aluna entrevistada afirmou que “Professores me incentivaram a fazer o
vestibular e entrar numa faculdade” (pág. 6). Mas houve quem disse que não
se sentia motivado, pois além de não terem recursos, os conteúdos ensinados
na EJA, apesar de todo esforço, eram insuficientes e não se sentia preparado.
Na pesquisa de Bisnella, um aluno relata que em alguns momentos suas
vivências não eram consideradas e tinham que estudar o que o sistema
propunha.
A partir daí temos duas observações: o currículo da EJA precisa ser revisto e
se adequar ao seu público. Os alunos da Educação de Jovens e Adultos
precisam ser reconhecidos e acolhidos, pois dão dotados de diversidades
como gêneros, geração, identidade. Seus caminhos na vida são notados por
regiões e lugares que viveram, trabalho, pela família que tiveram etc., e tudo
isso deve ser levado em consideração no processo de ensino e aprendizagem.
Outra observação é como o professor faz diferença nesse processo, como é
importante, inspirador para o aluno seguir sua caminhada acadêmica.
Dentro do exposto, podemos concluir que apesar de demorado, o processo de
evolução da EJA ocorreu junto com o processo histórico do Brasil. E a
conquista de uma modalidade regulamentada oportunizou que jovens e adultos
que não conseguiram, por motivos pessoais, concluir ou acessar o ensino,
terminasse o ensino básico. O que consequentemente deu esperança para que
alcançassem níveis maiores como a graduação. Juntamente a isso, os
programas criados pelo governo colocaram os alunos adultos ainda mais perto
do ensino superior. Mas ainda é preciso repensar o currículo e a visão que se
tem dessa modalidade, pois não devem ser vistos apenas como pessoas que
estão buscando se inserirem no mercado de trabalho. E reconhecendo a
importância que o professor tem quanto a estimular os alunos da EJA a darem
continuidade aos estudos após o ensino médio, além de aproximar o currículo
da realidade deles, educadores devem ser bem formados para darem todo
apoio e incentivo que os alunos precisam. Assim, reconhecemos a importância
da modalidade EJA para que não somente os alunos concluam sua educação
básica, mas percebam a possibilidade de ingressarem no Ensino Superior.
REFERÊNCIAS
I- SILVA, Carlos Gustavo; GUARNIERI, Dayane Cristina. Educação de
Jovens e Adultos - Multivix, 2020;
II- BRASIL.MEC/INEP. Data Escola Brasil. Disponível em
http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/lei9394_ldbn1.pdf. Acesso
em 20 de Abril 2021;
III- Eja 2020: o que é e como funciona. Blog do ead ucs. Disponível em
https://ead.ucs.br/blog/eja-2020. Acesso em 20 Abril 2021;
IV- PIERRO, Maria Clara Di. Os desafios para garantir a Educação de
Jovens e Adultos. Nova Escola Gestão. Disponível em
https://gestaoescolar.org.br/conteudo/114/os-desafios-para-garantir-
a-educacao-de-jovens-e-adultos. Acesso em 20 Abril de 2021;
V- - BISINELLA, P. Trajetórias de egressos da EJA na transição para o
ensino superior: um estudo a partir do PROUNI. 2017. Dissertação
(Mestrado Acadêmico em Educação)- Programa de Pós-Graduação
em Educação, Universidade de Caxias do Sul, Caxias do Sul - RS,
2017. Disponível em: https://repositorio.ucs.br/handle/11338/1982.
Acesso em 20 Abril de 2021;
VI- SILVA, Viviane Ferreira da. Educação De Jovens E Adultos E O
Acesso Ao Ensino Superior. Disponível em
http://repositorio.aee.edu.br/jspui/bitstream/aee/1463/1/ARTIGO
%20VIVIANE%2013-12%20%281%29.pdf. Acesso em 21 Abril de
2021;
VII- CRUZ, Neilton Castro da; EITERER, Carmem Lúcia. A Inserção De
Egresso/A Da Eja No Ensino Superior Público Na Bahia. Disponível
em
https://www.ufmt.br/endipe2016/downloads/233_10179_37270.pdf.
Acesso em 21 Abril de 2021;
VIII- BISPO, Francineide de Sousa; LIRA, João Antônio de Sousa.
Trajetórias De Egressos Da Eja No Ensino Superior: Perspectivas
Futuras. Disponível em
file:///C:/Users/stell/Downloads/TRABALHO_EV073_MD1_SA12_ID5
527_11092017211543.pdf. Acesso em 21 Abril de 2021.

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