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com
Editado por:
Berent Prakken,
Universidade de Utrecht, Holanda
Revisados pela:
Coziana Ciurtin,
University College London,
Reino Unido
Robert Adam Harris,
Karolinska Institutet (KI), Suécia
* Correspondência:
Farah RW Kools
frwkools-2@umcutrecht.nl
Seção de especialidades:
Este artigo foi submetido a
Translational Medicine,
uma seção da revista
Frontiers in Medicine
Recebido: 30 de setembro de 2018
Aceitaram: 23 de outubro de 2018
Publicados: 12 de novembro de 2018
Citação:
Kools FRW, Mirali S, Holst-Bernal S, Nijhof
SL, Cavalli G e Grandner MA
(2018) Publicações não são a linha de chegada:
foco na sociedade, em vez disso
Do que o impacto da publicação.
Frente. Med. 5: 314.
doi: 10.3389 / fmed.2018.00314
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OPINIÃO
publicado: 12 de novembro de
2018 doi: 10.3389 / fmed.2018.00314
Publicações não são a linha de chegada:
enfocando o impacto social ao invés da
publicação
Farah RW Kools 1 *, Sara Mirali 2, Stephanie Holst-Bernal 3, Sanne L. Nijhof 4,
Giulio Cavalli 5,6 e Michael A. Grandner 7
1 Centro de Educação e Treinamento, University Medical Centre Utrecht, Utrecht University, Utrecht, Holanda, 2 Instituto de Ciências Médicas,
Faculdade de Medicina, Universidade de Toronto, Toronto, ON, Canadá, 3 R2C – From Research to Community, Eindhoven, Holanda, 4
Departamento de Pediatria, Hospital Infantil Wilhelmina, University Medical Center Utrecht, Utrecht University, Utrecht, Holanda, 5 Unidade
de Imunologia, Reumatologia, Alergia e Doenças Raras, Hospital San Raffaele, Universidade Vita-Salute San Raffaele, Milão, Itália, 6
Departamento de Medicina, Radboud University Medical Center, Nijmegen, Holanda, 7 Departamento de Psiquiatria, Faculdade de Medicina,
Universidade do Arizona, Tucson, AZ, Estados Unidos
Palavras-chave: publicação, sociedade, impacto, responsabilidade, avaliação, medicina translacional, colaboração interdisciplinar, desperdício
científico
INTRODUÇÃO
A quantificação bibliográfica das publicações e as recompensas subsequentes perverteram os incentivos dos
cientistas? Estamos perdidos em uma cultura de pesquisa publique ou pereça? De forma alarmante, amplas
descobertas de pesquisas (bio) médicas destinadas a melhorar os resultados dos pacientes e levar a inovações
no atendimento ao paciente nunca saem do laboratório ( 1 - 3 ) Essa lacuna cada vez maior entre a descoberta e
a implementação mina a responsabilidade social dos cientistas e corrói sua estatura pública. Quando as
descobertas da pesquisa têm o potencial de melhorar a saúde e o bem-estar da sociedade, mas não são
traduzidas em benefícios do mundo real, isso representa uma falha do sistema e uma falha da sociedade.
Uma reavaliação dos parâmetros que definem o sucesso científico é imperativa. Subir na escada acadêmica e
garantir apoio financeiro depende muito da produtividade do cientista, que é normalmente definida pelo
número de publicações e suas pontuações bibliométricas ( 4 , 5 ) Vários grupos estão trabalhando para
desenvolver novas medidas de impacto, mas até agora prevalecem os critérios de avaliação bibliométrica
tradicionais ( 6 , 7 ) Embora seja compreensível que um sistema quantitativo de avaliação possa satisfazer um
desejo de objetividade, isso cria uma cultura intrinsecamente competitiva em que publicar regularmente
trabalhos inéditos é a chave para o sucesso da carreira individual e a colaboração aberta é prejudicada.
Quando novas descobertas são incentivadas em relação ao refinamento e implementação, torna-se estrategicamente
desvantajoso fazer o trabalho necessário para traduzir as descobertas em estratégias de trabalho que beneficiem os
pacientes, o objetivo final da medicina translacional ( 1 - 3 ) Devem ser defendidos o reconhecimento e as recompensas
adequadas por esforços de ajuda para atingir este objetivo, guiados pelos princípios de responsabilidade social e
promovidos pelo apoio das principais partes interessadas ( 8 )
DIÁRIOS COMO GATEKEEPERS
Uma maneira pela qual a comunidade científica não está servindo bem à sociedade se reflete no
ambiente editorial atual. A pressão para publicar quantidade em vez de qualidade a fim de construir uma
carreira científica de sucesso cultivou um ecossistema em rápida expansão de milhares de periódicos que
publicam milhões de artigos por ano ( 9 ) Muitos desses documentos raramente são lidos ou citados, e
muitos contêm dados não reproduzíveis ou mesmo fraudulentos ( 10 , 11 ) Simultaneamente, e em parte
devido à proliferação da abundância de periódicos, há uma pressão crescente para publicar nos
chamados periódicos de "alto impacto", que alcançaram reconhecimento
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no campo (bio) médico como sendo altamente desejável para publicar em (
12 - 16 ) Por meio de sua seleção do que publicar e do que não publicar,
esses periódicos de “alto impacto” muitas vezes se tornam guardiões que
definem o que é visto como “boa” ciência não apenas pela comunidade de
pesquisa, mas também pelo público em geral. Em um esforço para
impressionar os editores dessas revistas engrandecidas, os cientistas se
concentram cada vez mais em questões de “ponta”, em vez de validar
resultados anteriores ou empurrá-los para um desenvolvimento posterior.
Portanto, há um problema paradoxal de muitas publicações em muitas
revistas, mas também muita pressão para publicar em poucas revistas.
Isso cria um conflito onde os avanços científicos em potencial são
perdidos no ruído de fundo cada vez mais perturbador.
Semelhante ao papel da imprensa livre, as revistas científicas têm
uma responsabilidade para com o público: comunicar objetivamente
os avanços na pesquisa científica e promover o intercâmbio
produtivo de idéias e informações. Como os jornais podem cumprir
essa grande responsabilidade? Em primeiro lugar, ao perceber o
impacto que seu viés de seleção tem e quão fortemente ele molda a
cultura de pesquisa científica global. A pesquisa translacional não
pode ser realizada por um indivíduo de cada vez, ela depende
fortemente da colaboração interdisciplinar e os estudos em todos os
estágios do pipeline de pesquisa merecem ser apreciados e
recompensados. Em segundo lugar, ajudando a desviar o foco de
realizações individuais e publicação vazia ou contagem de citações,
mas vice-versa, para um objetivo comum de alcançar um impacto
social real por meio da colaboração. 17 , 18 ) As plataformas da Web
também podem implementar novos sistemas de avaliação,
classificando os cientistas em sua interdisciplinaridade e
colaborações. Finalmente, revisando o sistema de revisão por pares.
Apesar de desempenhar um papel muito importante no processo de
publicação, o sistema atual oferece pouco incentivo para a revisão de
qualidade ( 19 ) Desmascarar a revisão por pares e recompensar a
contribuição intelectual e o tempo dedicado pelos revisores pode
promover um processo mais justo e alinhado com a missão do
trabalho. Adicionar uma avaliação do potencial de utilização do
conhecimento e do impacto social a ser publicado ao lado do artigo
também promoveria uma cultura científica mais saudável.
Se os periódicos são os porteiros pelos quais todas as
pesquisas (bio) médicas devem passar, é hora de redefinir seu
papel e influência. A medicina translacional envolve muito
trabalho além da descoberta inicial. O processo longo e tedioso,
mas de vital importância, de levar as descobertas da pesquisa
até a prática clínica é um dos fardos mais difíceis, embora
amplamente subestimados ( 20 , 21 )
O PAPEL DA INDÚSTRIA, DA COMUNIDADE E DE
OUTRAS PARTES INTERESSADAS
No caso da (bio) medicina, há um caminho longo e arriscado desde a
descoberta até a implementação clínica no mundo real ( 22 ) Um grupo de
pesquisa não pode fazer tudo isso sozinho, especialmente porque os estágios
posteriores exigem parceria entre muitas partes interessadas ( 23 ,
24 ) Se o objetivo da medicina translacional é implementar pesquisas que
tenham um impacto significativo na sociedade, a academia deve colaborar
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mais estreitamente com todas as partes interessadas envolvidas, incluindo a
indústria, pacientes e líderes comunitários ( 6 )
Um obstáculo atual para a tradução é que as parcerias entre as partes
interessadas são difíceis de estabelecer e manter ( 25 ) Especificamente,
melhores parcerias entre a academia e a indústria seriam fundamentais
para uma implementação mais eficiente em termos de tempo e custo dos
resultados da pesquisa ( 26 ) Embora a configuração de plataformas
compartilhadas possa exigir investimentos iniciais consideráveis, a
validação oportuna e contínua dos resultados da pesquisa de acordo com
os padrões pré-aprovados das empresas pode economizar tempo e
despesas em estágios posteriores do processo de tradução. Mais
importante, isso facilita um fluxo mais eficiente da descoberta ao
benefício social.
Em uma escala mais individual, os escritórios de transferência técnica
(TTOs) e programas semelhantes alojados em instituições acadêmicas
também podem ajudar a preencher a lacuna entre a academia e a
indústria ( 27 ), mas isso pode ser difícil se eles não estiverem envolvidos
no início do processo de pesquisa e não permanecerem envolvidos
durante todo o processo. Portanto, instituições acadêmicas
deve criar consciência entre cientistas e ETs sobre seus
respectivos valores. Programas específicos, como sistemas
de aferição para identificar descobertas de pesquisa
potencialmente impactantes, iniciativas educacionais que
promovem os desenvolvimentos mais recentes e incluindo
TTOs como parte de parcerias transinstitucionais, podem
estabelecer de forma mais eficiente um canal para ideias e
redes, incluindo colaborações internacionais. Os
financiadores podem facilitar isso, tornando obrigatória nos
relatórios anuais uma avaliação da utilização do
conhecimento e do impacto social por terceiros, por
exemplo, TTO ou organização de pacientes. Eventos de
networking patrocinados e programas de treinamento
também podem ajudar a superar barreiras e facilitar a troca
de conhecimento entre esses principais interessados.
O melhor envolvimento com outros grupos de partes
interessadas facilitará outros aspectos do empreendimento
translacional. Os grupos de pacientes são cada vez mais parte
integrante do processo científico, levando a questões científicas ( 28 -
30 ) A voz do paciente na pesquisa translacional é extremamente
importante e deve desempenhar um papel crucial em todo o
processo ( 28 ) De forma semelhante, a medicina translacional evitou
abordagens como a pesquisa participativa com base na comunidade
(CBPR) ou a pesquisa engajada na comunidade (CER) ( 31 , 32 ) Esses
tipos de estudos, que incluem membros da comunidade na geração
de questões de pesquisa e implementação de estudos de pesquisa,
são uma abordagem valiosa para melhorar a qualidade e o valor da
própria ciência. O envolvimento da comunidade pode levar à
identificação de problemas subestimados ou subestimados
enfrentados pela comunidade, o que, por sua vez, impulsiona a
inovação. Também pode servir para dar voz a grupos sub-
representados e desfavorecidos que normalmente ficam fora do
radar. Essas abordagens não apenas melhoram a validade científica,
a inovação e a viabilidade, mas, ao incluir a comunidade como
parceira no trabalho, estimulam um diálogo bidirecional entre
cientistas e a sociedade, que é cada vez mais necessário.
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COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA
A ciência em geral está enfrentando um problema crescente de recursos
insuficientes e corroendo a apreciação do público ( 33 - 35 ) Uma razão
para isso é que o público, e os órgãos de financiamento que muitas vezes
representam o público, estão cada vez mais céticos sobre o retorno de seu
investimento ( 33 , 36 ) Uma abordagem de bancada à cabeceira da
pesquisa pode ajudar a preencher as lacunas entre a descoberta básica,
investigação clínica, implementação e aplicação na sociedade ( 37 ,
38 ) A comunicação eficaz com o público é uma parte importante
desse processo.
À medida que os pacientes são cada vez mais confrontados com
desinformação e charlatanismo, o público expressa o desejo de respostas
claras para o que eles percebem como questões claras. Mas os cientistas
notoriamente fornecem conclusões excessivamente matizadas e
aparentemente ofuscadas. Isso cria uma situação em que o relato da
ciência pela mídia tende à extrapolação e simplificação excessiva que, por
sua vez, leva os cientistas a não se entusiasmarem com o envolvimento
com a mídia ou o público e a desconfiança do público na ciência,
crescendo à medida que imprecisões e exageros são confirmados, por
exemplo, "milagre curas ”que não são
FIGURA 1 | De sucesso de carreira individual e impacto de publicação a um ecossistema multidirecional colaborativo para impacto social.
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milagres. É essencial que os cientistas assumam seu papel de orientar o
discurso científico. Isso é especialmente verdadeiro no campo da
medicina translacional, onde as descobertas têm o potencial de impactar
vidas diretamente.
Comunicar a ciência de uma forma que mantenha a precisão, o
contexto e as nuances é acessível a um público não científico e é tão
breve quanto um pequeno artigo de notícias é difícil, mesmo para
jornalistas experientes. Além disso, os jornalistas que devem cobrir
uma ampla variedade de tópicos geralmente não têm experiência ou
tempo para avaliar a relevância ou integridade de um estudo
individual. Cabe aos acadêmicos, que têm a responsabilidade de
manter a integridade científica, interagir de maneira precisa com a
imprensa e defender a representação adequada de seu trabalho. Se
os acadêmicos negligenciarem esse papel, ele será desempenhado
por outros que talvez não sigam os mesmos padrões. Ainda assim, os
cientistas são frequentemente desencorajados pelos colegas de
colaborar com a mídia. Freqüentemente, é visto como uma distração
ou, pior, como pouco profissional. Atualmente, porém, a capacidade
dos cientistas de envolver o público é maior do que nunca. Cada vez
mais os meios de comunicação buscam conteúdo, mais pessoas do
que nunca buscam informações e linhas mais diretas de
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comunicação estão disponíveis do que nunca, por exemplo,
mídia social.
Questões relacionadas à comunicação científica requerem
iniciativas em vários níveis. As instituições acadêmicas devem ensinar
melhor os cientistas a se comunicarem com o público, garantir que
qualquer comunicado à imprensa represente de maneira justa seu
trabalho e também transmita de forma poderosa a relevância para
um público leigo. As organizações de notícias devem colaborar mais
estreitamente com a academia para garantir que as descobertas
relatadas não sejam excessivamente sensacionalistas. O público deve
ser encorajado a se envolver com a pesquisa com o entendimento de
que, embora a ciência seja rígida em alguns aspectos, ela reflete um
processo em constante evolução e uma base de conhecimento em
constante mudança. Melhorar a comunicação científica é uma etapa
crítica para informar a todos, incluindo pacientes e cuidadores, sobre
a relevância e os méritos da medicina translacional.
CONCLUSÃO
A sociedade espera que os cientistas translacionais abordem questões
relevantes que visam melhorar a saúde e o bem-estar humanos. De fato, a
pesquisa translacional bem-sucedida resultou na aplicação clínica de
terapias promissoras, como a imunoterapia com células CAR-T na
leucemia e novos antivirais para o HIV ( 39 , 40 ) No entanto, o fosso entre
a sociedade e os acadêmicos está aumentando. Os cientistas ficam
fascinados por um exercício vicioso: publicar, obter financiamento, repetir.
O público e outras partes interessadas estão ausentes deste processo. Os
cientistas se acostumaram tanto com este sistema doentio que eles
consideram "sucesso"
com mera sobrevivência no cultura atual de publicar ou perecer.
Além disso, a percepção é da ciência pela sociedade e vice-versa
perigosamente perturbada.
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Publique ou pereça
Romper com o sistema atual em falha exigirá interromper este ciclo
vicioso e realinhar a pesquisa (bio) médica com sua missão original (
Figura 1). Isso requer a reconsideração do sistema de publicação e das
estratégias para incluir partes interessadas importantes em todo o
processo. A sociedade deve estar mais bem informada sobre a
importância da pesquisa e desempenhar um papel mais importante em
seu avanço. Para conseguir isso, os cientistas e outras partes interessadas
precisam assumir mais responsabilidade em facilitar a discussão de uma
forma que comunique e sirva o público de maneira eficaz, ao mesmo
tempo que mantém a integridade científica. Os cientistas translacionais
também devem se lembrar do contexto social de seu trabalho,
reconhecendo sua responsabilidade social e a necessidade de um diálogo
bidirecional adequado com o público, impulsionando a inovação em
ambas as direções.
Em conclusão, a publicação não deve ser a linha de chegada que
os cientistas se esforçam, mas um trampolim para um bem maior.
CONTRIBUIÇÕES DO AUTOR
FK, SM e SH-B conduziram pesquisas bibliográficas e foram os
autores do manuscrito. SN e GC aconselharam e orientaram o
processo de redação. MG revisou e editou o manuscrito final.
FINANCIAMENTO
MG foi apoiado pela concessão R01MD011600 do NIH.
AGRADECIMENTOS
Os autores gostariam de agradecer ao Prof. Dr. Berent Prakken e ao
Eureka Institute for Translational Medicine pela oportunidade de fazer
parte deste tópico de pesquisa.
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Declaração de conflito de interesses: Os autores declaram que a pesquisa foi conduzida na
ausência de quaisquer relações comerciais ou financeiras que pudessem ser interpretadas
como um potencial conflito de interesses.
O editor responsável declarou uma afiliação compartilhada, embora nenhuma outra colaboração, com
um dos autores FK no momento da revisão.
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5 Novembro de 2018 | Volume 5 | Artigo 314.