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RESUMO: com o aumento da população de cães e gatos domésticos nas últimas décadas e
com o crescente acolhimento dos mesmos para cada vez mais para próximo de seus tutores,
fez-se necessário a apresentação de vacinas mais modernas e eficazes contra as principais
afecções de cada espécie, entre elas algumas letais, além da raiva. Nessa necessidade de
promover uma melhor imunização, através da combinação do uso de diferentes adjuvantes em
uma mesma vacina, pode-se desencadear efeitos adversos, dentre eles a síndrome da
poliartrite pós-vacinal e o sarcoma vacinal, encontrados em felinos. Sendo assim, relata-se o
caso de um felino, Cody, persa, machos, 3 anos, que apresentou a síndrome da poliartrite
vacinal após administração de vacina polivalente (V4).
ABSTRACT: with the increase of the population of domestic dogs and cats in the last decades
and with the growing host for being even closer of their propertiers, it was necessary the
presentation of more modern and efficient vaccines against the main diseases of each species,
among them some lethal, besides the rabies vírus. In this need of promoting a better
immunization, through the combination of the use of adjuvants in the same vaccine, adverse
effects can occur, among them the lameness syndrome and the post-vaccination sarcoma, both
in cats. Therefore, we present a case report of a feline, Cody, persian, male, 3 years old, which
manifested the lameness syndrome post-vaccination after receiving a multipurpose vaccine
(V4).
INTRODUÇÃO
O sinal clínico mais consistente é o espirro, porém, outros sintomas também são
comumente vistos, como secreção nasal e ocular, úlceras orais que causam sialorréia, além de
febre, conjuntivite e úlcera de córnea. A diso/ anorexia pode causar desidratação grave se não
assistida, podendo levar o animal a óbito. Sintomas incomuns incluem aborto, úlceras nos
coxins e na região interdigital e artrite (NORSWORTHY et. al, 2004).
Embora existam diversas causas para o espirro, episódios que perduram por mais de
48 horas são fortemente sugestivos de infecção do trato respiratório superior, que pode incluir
agentes como o herpesvírus, calicivírus e clamidiose, além da bordetela (NORSWORTHY et.
al, 2004).
Com o crescente acolhimento dos pets para cada vez mais próximo de seus tutores,
transformando-se em parte da família, as empresas reconheceram a demanda de promover
uma melhor imunização aos animais, constantemente lançando mão de vacinas contra
diferentes patógenos e em diferentes formas de administração (injetável, intranasal),
abrangendo e atendendo uma maior quantidade de médicos veterinários em suas
necessidades para com o cliente e o paciente.
Além disso, sabe-se que somente algumas cepas virais são capazes de causar poliartrite e
claudicação (DAWSON, 1994).
Sendo assim, apresenta-se o relato de caso de um felino, Cody, persa, 3 anos, que
desenvolveu a síndrome da poliartrite pós-vacinal após administração de vacina polivalente
(V4).
RELATO DE CASO
No estudo, foi realizada a análise do relato de caso de um felino, Cody, 3 anos, que
recebeu vacina polivalente (V4) e após 2 dias começou a apresentar anorexia, prostração
intensa e claudicação de membro posterior direito, sem nenhum outro evento relacionado.
Valor de referência
Creatinina 0,90 mg/dL 0,8 – 1,8 mg/dL
Fosfatase alcalina 44,00 U.I./L 4,0 – 81,0 U.I./L
T.G.P. (A.L.T.) 31,00 U.I./L 6,0 – 83,0 U.I./L
Uréia 30,00 mg/dL 10,0 – 56,00 mg/dL
Os testes para imunodeficiência viral felina e leucemia viral felina, material soro e
plasma, método E.L.I.S.A., tiveram resultado negativo.
O tratamento prescrito para o animal foi apenas suporte, incluindo estimulante de
apetite (cobavital ¼ do comprimido a cada 12 horas, 30 minutos antes de oferecer a refeição,
por 3 dias iniciais), glicopan gold 0,5 ml uma vez ao dia por 30 dias e vita vet-C 0,2 ml via oral a
cada 12 horas por 10 dias iniciais. Se necessário, a proprietária foi instruída a administrar
ondansetrona 4 mg ¼ do comprimido a cada 12 horas por 3 dias consecutivos e maxicam 0,5
mg ½ comprimido uma vez ao dia por 3 dias iniciais.
Todavia, após o período de 5 dias do início dos sintomas, o animal apresentou melhora
significativa, voltando a se alimentar sem medicação, à locomoção normal e à vida ativa que
tinha antes da imunização.
DISCUSSÃO
Com o aumento da população felina doméstica e o maior cuidado veterinário que tem
se dedicado aos pets, é esperado que afecções como essa ocorram mais frequentemente,
enquanto as grandes empresas correm contra o tempo para desenvolver vacinas cada vez
mais potentes e com menos riscos agregados.
Sendo assim, deve-se avaliar o risco de o animal ser portador da calicivirose antes da
aplicação, podendo desenvolver a doença devido a uma imunossupressão, e a possibilidade de
o vírus da vacina ser ativado no organismo animal, causando sintomas clínicos ou até mesmo
estado carreador (PEDERSEN et al., 1995).
CONCLUSÃO
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