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Definição

Os princípios conceptuais da aplicação de um PRP fundamentam-se na


recuperação, manutenção ou optimização dos níveis fisiológicos,
psicológicos, sociais, ocupacionais e emocionais, essenciais ao bem-estar do
indivíduo com doença respiratória.
O principal objectivo da reabilitação pulmonar é, assim, melhorar a
capacidade física e também emocional dos doentes de forma a garantir-lhes
o maior grau de independência na sua vida cotidiana. É uma intervenção
multidisciplinar, abrangente e baseada em evidências, destinada a doentes
com afecções respiratórias crónicas sintomáticas.
É importante frisar que a RP não visa melhorar a função respiratória, mas
reduzir e, se possível, eliminar a sensação de dispneia e as alterações
musculoesqueléticas.
Munindo-se de diversas estratégias como a combinação de sessões
supervisionadas de exercício e um programa educacional, a RP pretende
melhorar o estado de saúde dos doentes, diminuir o número e a duração das
exacerbações e consequentes hospitalizações, reduzindo a dependência dos
cuidados de saúde e os custos associados.
Melhora a qualidade de vida e reduz a morbimortalidade.

A American Thoracic Society em seu Guideline de Reabilitação Pulmonar,


atesta que a RP melhora a capacidade para o exercício, reduz a dispneia,
melhorando a qualidade de vida, ajuda a restaurar a função emocional,
reduzindo os níveis de depressão e ansiedade e aumentando a capacidade
do paciente em controlar a própria doença, de forma que seus benefícios
superam qualquer forma de terapia isolada.

Este programa não deve considerar somente a capacidade física do


paciente, mas também a sua educação, sua experiência, personalidade e
atividade laboral e recreativa. O avanço no entendimento desses fatores
promoveu um ganho de adesão dos pacientes ao programa, que constitui um
dos principais fatores para sua eficácia, por se tratar usualmente de um
tratamento de longo prazo e, em alguns casos, vitalício, do qual o pacientes
jamais terá alta definitiva

Por conseguinte, os objetivos gerais serão: diminuir e controlar os sintomas


respiratórios, aumentar a capacidade física, melhorar a qualidade de vida,
reduzir o impacto psicológico da limitação física, diminuir o número de
exacerbações relacionadas à doença e prolongar a vida.

A fase 1 inicia se após o paciente ter sido considerado compensado


clinicamente, como decorrência da otimização do tratamento clínico e/ou
utilização de procedimento intervencionista. Devem predominar a
combinação de exercício físico de baixa intensidade, técnicas para o controle
do estresse e programas de educação em relação aos fatores de risco.
A fase 2 inicia se imediatamente após a alta e/ou alguns dias após um
evento cardiovascular ou descompensação clínica de natureza
cardiovascular, pulmonar e metabólica. Duração prevista: três a seis meses,
podendo em algumas situações se estender por mais tempo. Fazem parte
desta fase um programa educacional direcionado à modificação do estilo de
vida, com ênfase na reeducação alimentar e estratégias para cessação do
tabagismo. A reabilitação nesta fase tem como principal objetivo contribuir
para o mais breve retorno do paciente às suas atividades sociais e laborais,
nas melhores condições físicas e emocionais possíveis.

Fase 3 – Duração prevista: seis a 24 meses. Destina-se a atender


imediatamente os pacientes liberados da fase 2, mas pode ser iniciada em
qualquer etapa da evolução da doença, não sendo obrigatoriamente
seqüência das fases anteriores. Portanto, pacientes de baixo risco que não
participaram da fase 2 são bons candidatos. . O principal objetivo é o
aprimoramento da condição física, mas deve ser considerada também a
necessidade de promoção de bem estar (melhora da qualidade de vida) e
demais procedimentos que contribuam para a redução do risco de
complicações clínicas, como é o caso das estratégias para cessação do
tabagismo e reeducação alimenta.

Fase 4 – É um programa de longo prazo, sendo de duração indefinida, muito


variável. As atividades não são necessariamente supervisionadas, devendo
ser adequadas à disponibilidade de tempo para a manutenção do programa
de exercícios físicos e às preferências dos pacientes em relação às
atividades desportivas recreativas. Devem ser igualmente considerados os
recursos materiais e humanos disponíveis. Nesta fase os pacientes após
cada avaliação médica, principalmente quando são submetidos a testes
ergométricos, cuja periodicidade não deve exceder a um ano, devem ser
avaliados e orientados na prática, sempre que possível com algumas
sessões supervisionadas de exercícios. Os objetivos principais desta fase
são o aumento e a manutenção da aptidão física. Não há obrigatoriedade de
que esta fase seja precedida pela fase 3. A equipe da reabilitação deve
propor a programação de atividades que seja mais apropriada, prescrevendo
a carga de exercícios que atenda às necessidades individuais. Os pacientes
devem ser periódica e sistematicamente contatados pela equipe do
programa de RCPM, mesmo que por telefone, pelo menos uma vez a cada
seis meses. Deve ser considerada a possibilidade de atividades em grupo,
aproveitando, por exemplo, o calendário de atividades educacionais dirigidas
à população.

Treinamento Muscular Respiratório é indicado quando fica comprovado que a


musculatura inspiratória contribui para o aparecimento de dispneia e de
limitação ao exercício.
Utilizado em fases de descompensação desses pacientes, o Suporte
Ventilatório Não-invasivo (SVNI) por pressão positiva, vem agora auxiliando
na estabilização da dispneia durante o esforço e contribuindo para
manutenção do exercício durante o PRP.

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