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Autístico - TEA
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12/11/2020 A expressão da sexualidade das pessoas com autismo - Transtorno do Espectro Autístico - TEA
Estas pessoas também apresentam reações anormais a sensações diversas como ouvir,
ver, tocar, sentir, equilibrar e degustar. A linguagem é atrasada ou não se manifesta.
Relacionam-se com pessoas, objetos ou eventos de uma maneira não usual, tudo
levando a crer que haja um comprometimento orgânico do Sistema Nervoso Central e
Bases Genéticas ainda não esclarecidas.
Destacamos que pouco se tem escrito na literatura sobre sexualidade da pessoa autista,
há poucos artigos, livros e referências, visto a complexidade desta discussão, as
dificuldades em vê-los como pessoas inteiras com identidade sexual, humana e com
desejos; em contrapartida os materiais publicados referente a pessoa com autismo, via
de regra encontramos as orientações baseadas nas abordagens comportamentais, de
extinção do comportamento sexual, através de métodos e técnicas aversivas.
Infelizmente, algum autores consideram uma abordagem humanística sobre o
protagonismo juvenil da pessoa com autismo, sobre o que sente uma pessoa com
autismo na puberdade, na adolescência e em sua idade adulta.
A palavra Autismo vem do grego “autos”, que significa si mesmo. Refere-se a alguém
que está retraído em si mesmo, porém isto se aplica as crianças autistas de pouca
idade, mas poderão cronificarem-se, ficarão isolados no ingresso da vida adulta se as
intervenções não forem adequadas. À medida que elas crescem, podem tornar-se mais
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12/11/2020 A expressão da sexualidade das pessoas com autismo - Transtorno do Espectro Autístico - TEA
Por mais que educadores, profissionais, pais e demais pessoas envolvidas lembrem-se
que a sexualidade é uma função natural, existem em todos os indivíduos toda dificuldade
em tratar do assunto de maneira prática, porque a teoria sobre sexualidade esta
vastamente publicada explicada, nomeada, por diversos autores de maneira pertinente e
fundamentada, mas para normotípicos.
A questão então não é mais teorizar, explicar, como uma regrinha de jogo, ou pertinente
ao campo científico, da psiquiatria, da psicanálise, da abordagem cognitiva
comportamentalista, da psicologia do desenvolvimento, da educação, da moral dos bons
costumes, etc.
Pensar e falar sobre o tema sexualidade envolve nossa angústia, reporta-nos a nossas
instâncias do que acreditados ser sexo, na nossa vida, na relação com o outro, sobre
nossos desejos, fantasias, repressões, mitos e realidades. Nossa relação entre o que é
publico e o que é privado.
Propomos estas questões para pensar: Como lidamos com sexo? O que fazemos?
Como nos relacionamos afetivamente? Criativamente? Como nos relacionamos
sexualmente com as pessoas? O que representa a masturbação para uma pessoa
autista? Como será a primeira experiência sexual para uma pessoa autista?
Nos últimas décadas a melhora dos cuidados de saúde concomitante aos avanços
científicos e da medicina, como por exemplo, às intervenções precoces na gravidez,
cuidados pré-natais, pós-parto, vacinas e a qualidade de vida social, as pessoas com
deficiência ganharam longevidade, sua expectativa de vida melhorou qualitativamente,
estão aí os adolescentes, os adultos, e muitos com certeza caminharão para a
senilidade.
Falar sobre sexo não é dar uma aula de Biologia da Reprodução Humana. Por isso a
importância do trabalho em conjunto, dos profissionais de saúde, professores unirem-se
para estudar, discutir seus casos, discutir com os pais e a família, ajudando e orientando-
os.
Não entendemos que pessoas com autismo não tenham limites, talvez não saibam parar
seus comportamentos porque não entenderam o que está acontecendo com eles, e não
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12/11/2020 A expressão da sexualidade das pessoas com autismo - Transtorno do Espectro Autístico - TEA
Poderíamos ouvir no silêncio das falas destas pessoas com autismo como, algo assim:
“Tudo bem, gosto de vocês, gosto da minha casa, da escola, então vou fazer o que me
mandam”.
“Acho que isto que sinto é muito ruim devo me submeter ao que vocês querem. Então
vou tomar o remédio e ficarei quietinho. Não aborrecerei mais ninguém com minhas
angustias de não saber também o que sinto, o que faço”.
“Tudo isso está tão chato e desinteressante, meu corpo me dá um sensação boa quando
eu mexo nele, é bom ficar assim desligado”.
“Achei que esta vontade louca de me masturbar fosse bom, estava aqui sozinho, estava
muito bom”.
“Descobri que não posso ter prazer com meu corpo na escola! Por que será? Vou
experimentar em outros lugares? Aonde será que pode?”.
Os mais valentes ou agressivos com a vida respondem com a subversão, não querem
tomar a medicação, ficam hostis, conseguem expressar através de seus desmandos,
desobediências que não é disto que precisam, não se submetem, podem dizer algo
assim:
“Preciso continuar a fazer isso, estou falando do meu jeito, vocês é que não entendem,
não consigo saber o que querem e o que sentem sobre isso que faço.”
“Estou crescendo e não sei o que fazer com este meu corpo novo, com estas mudanças,
com meu crescimento, com estes desejos, tudo é confuso.”
“Fico muito atrapalhado com as mudanças em meu corpo, desejos, excitações, meu
corpo modificou-se, eu não consigo compreender, fico muito desorganizado, com medo,
assustado, ao mesmo tempo tudo é muito bom, é uma confusão na minha cabeça.”
“Não entendo direito porque me bate, ameaçam, ficam bravo comigo, tem algo que faço
que não é para fazer, por que será?Por que as pessoas ficam tão bravas comigo quando
toco no meu corpo?”
Para a família, o isolamento do filho(a) com algum tipo de deficiência é uma forma de
proteção para o próprio núcleo familiar que também tenta se poupar e evitando a
exposição de comportamentos que fogem do controle. No entanto, isto acaba por
dificultar as noções de regras sociais e de bom convívio, fora de seu ambiente escolar e
familiar.
Para piorar, a pessoa com autismo raramente tem privacidade, o que dificulta o
entendimento do que é privado ou público: o quarto às vezes é mantido as portas
abertas ou sendo proibido fechar a porta ou apagar a luz. Muitas vezes os pais, irmãos
não batem na porta do quarto, invadem a dentro. Os banhos são supervisionados,
impedem que possam ter contato com seu corpo, que possam notar suas modificações
físicas, sobra pouco tempo para que eles possam desenvolver sentido de privacidade,
de liberdade, de respeito, de contato corpóreo. E ninguém conversa nada sobre isso.
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Além disso, a maioria das pessoas acredita que a pessoas com autismo não tem auto-
percepção, precisam ser controladas, repreendidas, ameaçadas, usam de chantagens,
mas não utilizam o diálogo afetivo e ou a informação com imagens. Tanto a família como
muitos profissionais tendem a impor condutas de comportamento, passando por cima
dos seus sentimentos, não consideram que as pessoas com autismo podem ter
limitações intelectuais mas não têm limitações de seus sentimentos.
A pessoa com autismo vai precisar de apoios para compreender o mundo a sua volta de
forma a desenvolverem sua identidade como jovem e futuro adulto libertando-se do
modelo infantilizado, de maneira concreta, firme, vivenciando a experiência através de
imagens, teatros, escrevendo, desenhando, expressando-se artisticamente.
A habilidade de imaginar (Teoria da Mente) o que se passa na mente do outro não faz
parte do repertório social desses indivíduos (Frith,1989). Esta inabilidade afeta
diretamente tanto a capacidade de perceberem os sentimentos, necessidades e desejos
alheios, como também os seus próprios afetos. De certa maneira isso afetará
significativamente a possibilidade de compreenderem e respeitarem uma série de regras
sociais que precisam ser mediadas.
As estereotipias e rituais podem ser: girar objetos, abanar as mãos, mexer os dedos das
mãos ou o corpo de forma rítmica e estranha, andar na ponta dos pés, apego não
apropriado a objetos, restrição da variedade de alimentos ingeridos, etc. Também podem
estar presentes risos imotivados ou descontextualizados, agressividade, destrutividade e
comportamentos autolesivos. De qualquer forma, essas condutas podem ser freqüentes
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O tema sexualidade vem sendo tratado com uma certa freqüência nas escolas, em
contraste com a mentalidade do final do século passado, quando havia a visão do sexo
como algo sujo e imoral (exceto quando para a procriação).
Os valores, princípios e regras sociais existem porque têm finalidade, nos ajudam a nos
proteger e aos outros de situações de abusos e violências, situações constrangedoras e
não éticas. Toda sociedade precisa para se organizar e se manter, de algum tipo de
ordenação, de regras que possam colocar ordem na desordem. Isto implica em restringir,
selecionar, e estabelecer critérios, além de dar valor e hierarquizar. Portanto, sempre
encontraremos aquilo que acaba sendo considerado mais ou menos doentio, errado,
impuro e anormal, dependendo do período histórico e do grupo social em que se está
numa dada sociedade. O importante é pensar, refletir, questionar, conversar, indignar-se,
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para não incorporarmos passivamente tudo o que nos é apresentado! Isto implica em
aprender a impor respeito aos nossos valores, mas saber respeitar os valores dos outros
também.
O educador sexual deve guiar-se por atitudes éticas, não esquecendo de estar atento a
suas concepções pessoais em face da sexualidade, verificando com precisão aquilo que
a pessoa com deficiência intelectual ou autismo quer saber, interpretando aquilo os
acontecimentos afetivos sobre sua perspectiva e não a pessoal, lidando com
comportamentos inadequados através da colocação de limites claros e objetivos, através
de acordos criados pelo profissional, aluno e ou grupo.
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Bibliografia:
Frith, U. Autism And Asperger Syndrome. Cambridge, Cambrige University Press, 1992.
Baron–Cohen S. Understanding Other Minds. New York Oxford University Press. Cap.
18, 1993.
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