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Rio de Janeiro, 23 de novembro de 2010.

Caros Amigos,

No IEP Eixo Trabalho, vocês encontrarão atividades que farão com que tenham uma real idéia do
trabalho de maneira geral, e acima de tudo, entenderão melhor o que é o trabalho em saúde. Dentre
estas atividades se encontrarão: dinâmicas, filmes, e até mesmo um “teatrinho”.
No Eixo Trabalho aprendemos sobre os modelos de organização do trabalho. Que modelos seriam
esses? Seriam o taylorismo, o fordismo e o toyotismo. Todos esses modelos significaram muito para
a vida dos trabalhadores de todo o mundo, e ainda significam, pois até hoje no mundo capitalista
podemos observar a exploração do trabalhador, como ocorria no taylorismo e no fordismo. Podemos
observar também o trabalhador sendo substituído por máquinas, como ocorreu quando o toyotismo
começou a se instalar nas fábricas. O trabalhador na maior parte das vezes é o maior prejudicado,
uma vez que ele se torna presa do capitalismo selvagem e predador. Nós pudemos observar isso com
um filme de Charlie Chaplin, chamado “Tempos Modernos”, que fala do período fordista e foca a
exploração do trabalhador e a tamanha especialização da mão-de-obra.
Com a crise do fordismo veio o toyotismo, não se pode dizer que o toyotismo era melhor para o
trabalhador, porque, embora ele não exigisse a tamanha especialização do regime fordista, e de certa
maneira deixasse os trabalhadores mais confortáveis em seu trabalho, deve-se lembrar que ele segue
o princípio da automação da produção, ou seja, no lugar do trabalhador, põem-se máquinas. E o que
o trabalhador, agora não mais trabalhador, mas sim desempregado, faz? Sai à procura de um novo
emprego. E às vezes isso é um ciclo que não acaba mais. Tudo graças ao “maravilhoso” capitalismo,
que apenas se interessa em obter lucros cada vez mais altos, e não olha para os próprios responsáveis
para a obtenção desse lucro, os trabalhadores. Estas são as terríveis hierarquias, que podemos
observar também no trabalho em saúde. No “teatrinho” que fizemos em sala isto ficou bem explícito,
quando em uma situação problema em uma Unidade Básica de Saúde, cada funcionário da unidade
culpava o outro, uns culpavam os de cargos mais baixos na pirâmide hierárquica, outros culpavam os
de cargos mais altos. Quando na realidade o culpado, ou melhor, os culpados somos nós da
população que não exigimos nossos direitos, e uma democracia não-maquiada, e o sistema
econômico, político e (não) social, capitalista.
As transformações no mundo do trabalho chegam ao trabalho em saúde, afinal podemos ver o
trabalhador em saúde cada vez mais especializado, e ao mesmo tempo tendo uma visão geral do
trabalho. Essa visão geral é muito importante para o trabalhador em saúde, uma vez que lida
diretamente com a sociedade e seus problemas, é preciso ter essa visão para entender as pessoas e
cumprir com o seu dever, ajudando-as. Outra notável transformação é o desenvolvimento das
técnicas em saúde, sejam nos procedimentos, ou nas máquinas. Estas transformações são cada vez
mais importantes para o SUS, e seu desenvolvimento.
Tanto se fala no trabalhador em saúde, mas o que é afinal o trabalhador em saúde? É o trabalhador
que vai do motorista da ambulância, do trabalhador da limpeza e da recepcionista, até o médico, o
psicólogo, e o secretário de saúde. São todos os profissionais envolvidos no processo de propagação
da saúde.
Todas as coisas que aprendemos são muito importantes para compreendermos o que é de fato, a
politecnia, e o que é ser politécnico, ser Fiocruz. No IEP Eixo Trabalho, pudemos assimilar
conteúdos de outros eixos, conteúdos do TI, matérias do ensino médio e do ensino técnico. Isso nos
faz ter uma visão ampla, uma visão geral, como todo trabalhador em saúde deve ter. O que isso tudo
quer dizer? Que as aulas desse eixo são produtivas, que aprendemos mais, ou seja, não é nenhum
tempo perdido!
O eixo pode ficar ainda melhor se você sugerir temas voltados para a percepção da sociedade, o que
a população pensa sobre o trabalhador em saúde, sobre os serviços de saúdes prestados, focar na
grande questão “saúde pública X saúde privada”. Para tornar isso mais dinâmico, por que não fazer
pesquisas? Vocês mesmos, os alunos! Rodas de discussão também são muito válidas. Aproveitem o
máximo que puderem! Boa sorte, politécnicos!

Atenciosamente,

Patrícia da Silva Lima Moreira.

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