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02/08/2021 Ganbarou Ze!

- Gramática Japonesa: LIÇÃO 60: UM POUCO DE JAPONÊS CLÁSSICO II

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LIÇÃO 60: UM POUCO DE JAPONÊS CLÁSSICO II Pesquisar nes

Nesta lição, continuaremos a abordagem do Japonês Clássico propriamente


dito…

60.1. PRONOMES E KOSOADO


Gramática Ava
Contato Nas lições 11 e 23, estudamos os pronomes e Kosoado respectivamente. É provável que você
Introdução ao c
tenha percebido que alguns pronomes usados atualmente se originaram de Kosoado, como é "Ganbarouze -
Nome

o caso de 「あなた」, que, se analisarmos sua escrita antiga, isto é, 「彼方」, veremos que Japonesa"
significa “aquela direção”. Como sabemos que os japoneses não gostam de se referir às Lição 01: Hirag
pessoas de forma direta – pois pode soar acusativo –, é compreensível que passassem a usar
E-mail
*

Lição 02: Katak


「あなた」 ou mesmo outros Kosoado como pronomes.
Lição 03: O uso
Outros pronomes se originaram de substantivos, como é o caso de 「 き み 」 , que do Kana
Mensagem
*

originalmente era usado para designar alguém que detinha o domínio sobre algo, tendo o
sentido próximo a “senhor”. Por isso, era comumente utilizado para se referir ao imperador. Lição 04: Kanji
Conhecimentos
Vemos resquício disso no título do Hino Nacional japonês 「きみがよ」(君が代), no qual a
partícula 「 が 」 funciona como 「 の 」 (Lição 19). Outro pronome que se origina de um Lição 05: Kanji
substantivo é 「わたくし」, que na antiguidade significava “coisas pessoais”. Aspectos sobre
formação e apr
Enviar
Vejamos abaixo alguns pronomes comuns usados no Japonês Clássico. Note que alguns são Lição 06: Room
obsoletos:
Lição 07: Os si
➩ 我・吾 (われ) [Primeira Pessoa]: refere-se a si mesmo; pontuação

➩ 我・吾 (わ) [Primeira Pessoa]: pronome de primeira pessoa original. Visto muito como Lição 08: A líng
japonesa 'no m
「我が」;
Lição 09: Etimo
➩ 我 輩 ( わ が は い ) [Primeira Pessoa]: uma palavra arrogante que literalmente significa
"meus companheiros", mas normalmente se refere apenas a si mesmo. Lição 10: Subst

Lição 11: Prono


➩ 某 (それがし) [Primeira Pessoa]: usado por samurais durante o Período Edo (1603-1868);
Lição 12: As ba
➩ 妾 (わ らは) [Primeira Pessoa]: pronome humilde. Usado frequentemente por samurais conjugação e o
mulheres;
Lição 13: Partíc
➩ 豫・余 (よ) [Primeira Pessoa]: um pouco pomposo. Usado apenas na forma singular; Introdução

➩ 朕 (ちん) [Primeira Pessoa]: usado apenas pelo Imperador; Lição 14: Form
básicas e o est
➩ 仇家人 (あだかど) [Primeira Pessoa]: assim como 「おたく」 (Lição 11), refere-se à casa Lição 15: Partíc
de alguém, mas é usada para se referir a si mesmo;
Lição 16: Orden
➩ 己 ( お の れ ) [Primeira ou Segunda Pessoa]: servia tanto como pronome humilde de palavras
primeira pessoa ou de segunda pessoa. Como pronome de segunda pessoa, soava hostil; Lição 17: Verbo
transitivos e int
➩ 麿 (まろ) [Primeira Pessoa]: usado desde o Período Heian (794-1185);
Lição 18: Adjet
➩ あっし [Primeira Pessoa]: usado muito pelos homens no período feudal; gíria;
Lição 19: Partíc
➩ 拙者 (せっしゃ) [Primeira Pessoa]: usado por samurais e mercadores de alta classe alta na
Lição 20: Onom
era feudal para mostrar extrema humildade;
Lição 21: Advé
➩ 僕 (やつがれ) [Primeira Pessoa]: pronome humilde;
Lição 22: Nomi
➩ 皆(人) みな(ひと) [Primeira Pessoa]: significa “todos”;
Lição 23: Koso
➩ 身共 (みども) [Primeira Pessoa]: significa “nós”; é similar a 「我ら」; palavras interro

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➩ 吾人 (ごじん) [Primeira Pessoa]: significa “nós”; Lição 24: Os di
usos do verbo
➩ 君 (きみ) [Segunda Pessoa]: significado próximo a “senhor”; compare como é usado agora
(Lição 11); Lição 25: Nume
contadores
➩ 御前 (おまえ) [Segunda Pessoa]: honorífico; compare como é usado agora (Lição 11);
Lição 26: Partíc
➩ 貴様 (きさま) [Segunda Pessoa]: honorífico, implicava nobreza; compare como é usado Lição 27: Verbo
agora (Lição 11); suplementares
introdução
➩ 手前 (てまえ) [Primeira ou Segunda Pessoa]: pronome humilde;
Lição 28: Os ve
➩ 御主 (おぬし) [Segunda Pessoa]: usado para pessoas abaixo do status de alguém; e "receber"

Lição 29: Falan


➩ 其 方 ( そ な た ・ そ の は う ) [Segunda Pessoa]: usado para pessoas abaixo do status de forma polida
alguém;
Lição 30: Falan
➩ 汝 (なんぢ) [Segunda Pessoa]: pronome formal, soa arcaico como o "Tu"; forma honorífic
modesta
➩ 彼 (かれ) [Terceira Pessoa]: significa “ele”;
Lição 31: Verbo
auxiliares - 「れ
➩ 彼女 (かのじよ) [Terceira Pessoa]: significa “ela”; 「られる」
➩ 誰 (た(れ)) [Terceira Pessoa]: significa “quem”. Lição 32: Favor
solicitações
Quanto à forma plural, 「我」, 「君」, 「お前」, 「貴様」, 「手前」, 「彼」 e 「彼女」
eram comumente pluralizados. Os mesmos sufixos para pluralização atuais eram usados, Lição 33: Verbo
auxiliares II - 「
mas 「~ども」 era mais comum. 「させる」

Com relação ao Kosoado clássico, há apenas algumas diferenças, no que diz respeito a Lição 34: Partíc
formas que não são mais usadas ou que são muito raras de serem vistas atualmente. Para final de sentenç
ilustrar, observe o quadro abaixo: Lição 35: Comp
sentenças I

Lição 36: Verbo


suplementares

Lição 37: O suf


「む」

Lição 38: Conje


suposições

Lição 39: A form


condicional

Lição 40: Deve

Lição 41: Expre


desejos e suge

Lição 42: Comp


sentenças II

Lição 43: Partíc


compostas

Lição 44: Comp


sentenças III

Lição 45: Partíc

Lição 46: Comp


sentenças IV

Lição 47: Partíc


Atualmente temos como formas adverbiais do Kosoado, 「こう」, 「そう」, 「ああ」e 「ど
う」. Porém, no passado havia 「かく」, 「さ」, 「しか」, 「と」e 「いか」, junto com Lição 48: Comp
sentenças V
muitas outras expressões baseadas nelas, muitas das quais ainda são usadas hoje. Vejamos o
quadro a seguir: Lição 49: Em P
Palavras I - Sub
e Conjunções

Lição 50: Dialet


Japão

Lição 51: Em P
Palavras II - Ad

Lição 52: Comp


Sentenças VI

Lição 53: Em P
Palavras III - Ad

Lição 54: Estud


Expressões Fix

Lição 55: Comp


Sentenças VII

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Lição 56: Estud


Expressões Fix

Lição 57: Em P
Palavras IV - V
Elementos Vari

Lição 58: De O
Nível 1 do JLPT

Lição 59: Um P
Japonês Clássi

Lição 60: Um P
Japonês Clássi

Suplementos

Suplemento I: O
Proficiência na
Japonesa

Suplemento II:
Palavras

Suplemento III:
Gramatical

Suplemento IV:
de Kanjis

60.2. A LÍNGUA CULTA

Nas lições 29 e 30 aprendemos como funciona a língua culta moderna em seus níveis polido,
modesto e honorífico. No Japonês Clássico havia o que chamaremos para fins meramente
didáticos de “verbo culto suplementar”, isto é, verbos que podiam ser usados tanto de
forma independente como também verbo auxiliar apenas para modificar o nível de
polidez de outro verbo. Neste caso era adicionado à Base Ren’youkei.

Se ficou complicado entender esse conceito de “verbo culto suplementar”, tentemos


clarificar, retomando um exemplo da lição 30, quando tratamos de verbos que não possuem
forma honorífica especial:

先生はお見えになりますか。= (Você) vê o professor?

Sem se preocupar com pormenores, perceba que pela tradução acima, podemos dizer que, de
certa forma, o verbo 「なる」age como verbo culto suplementar, pois, embora seja um verbo
independente com significado próprio, neste padrão ele apenas “embeleza” o verbo que
realmente importa, isto é, 「見える」.

Voltando para o Japonês Clássico, os verbos cultos suplementares eram divididos em três
níveis, a saber: polido, modesto e honorífico. Um exemplo era o verbo 「たまう」(給 う),
forma honorífica de 「あたう」(与う), que por sua vez é a forma clássica do verbo 「あたえ
る」(与える), que significa “dar”.

ボールを蹴たまう。= (Ele) chuta a bola.

Perceba que no exemplo acima, o significado como verbo independente de 「 た ま う 」 não


nos interessa. Ele apenas exerce uma função dentro do conjunto. Aliás, no Japonês Clássico,
o número de verbos com formas especiais era maior. Note que「たまう」, além de
ser um verbo culto suplementar, era em si uma forma especial de outro verbo.

Outro ponto importante é que havia casos em que um mesmo verbo possuía significados
e/ou padrão de conjugação diferentes dependendo se usado como verbo modesto ou
verbo polido. Por exemplo, no nível modesto, o verbo 「 さ ぶ ら う 」 ( 侍 う ) era
independente e significava “servir”. Porém, ele podia ser usado também no nível polido, com
o significado “existir” e funcionando também como verbo culto suplementar.

Expostas essas particularidades da língua culta clássica, vejamos nas tabelas abaixo os
verbos que possuíam forma especial e/ou eram verbos cultos suplementares. Os que estão
pintados de amarelo funcionavam também como verbo culto suplementar, transformando
verbos que não possuíam forma especial em verbos cultos:

I. FORMA HONORÍFICA

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II. FORMA MODESTA

III. FORMA POLIDA

NOTAS:

1. Aqui é muito importante se considerar o fenômeno Tenko (lição 3). Por exemplo, 「た
ま う 」 , 「 さ ぶ ら う 」 e 「 さ う ら う 」 em dado momento na História passaram a ser
pronunciados 「たもう」, 「さぶろう」e「そうろう」 respectivamente;

2. Alguns verbos usados na língua culta clássica sobreviveram na língua moderna como é o
caso de 「はべる」(侍る).

60.3. KAKARI-MUSUBI: UM CASO EXCEPCIONAL DE EXIGÊNCIA DE


CONCORDÂNCIA VERBAL

Observe a seguir a oração em português:

Eu jogamos futebol.

Bem estranho, não é mesmo? Isso por que como falantes nativos da língua portuguesa,
sabemos que devemos concordar o verbo com o sujeito. Em japonês, no entanto,
sabemos que não é necessária essa preocupação, mas... no Japonês Clássico havia exceções.

Não era o caso de concordar verbo com sujeito ou coisas do tipo, mas sim, estranhamente,
concordar partícula com a base do verbo (ou Keiyoushi). A esta particularidade é
dado o nome de 「 か か り む す び 」 ( 係 り 結 び ), no qual essas partículas que exigem
concordância são chamadas de 「 かか り じ ょ し 」 ( 係り 助 詞 ). Algumas dessas partículas,
inclusive, podiam estar em qualquer parte de uma oração, dentro da oração ou no final dela.
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Para fins meramente didáticos, vamos chamar essas partículas especiais de “partícula
subordinante”.

Vejamos quais eram essas partículas subordinantes que exigiam concordância do verbo
(entenda-se determinada base):

Veja a seguir os exemplos e atente-se às traduções para que se possa entender os sentidos:

Oração Base: 水があり。= Existe água.

水があるか。= Existe água?

水こそあれ。= É água que existe.

水ぞある。= Água, (ah!) existe.

Como você deve ter percebido essas partículas tinham função de transmitir ênfase (ou
dúvida no caso de 「か」). Isso nos leva a supor que o uso de diferentes bases é apenas um
recurso através do qual a ênfase (ou dúvida) ficaria mais evidente ao se usar algo fora do
padrão juntamente com essas partículas especiais. Pense, por exemplo, em alguém que diga
“Eu jogamos futebol”. Seríamos capazes de compreender o que foi dito, mas esse erro de
conjugação soaria mais forte nos nossos ouvidos, chamaria a nossa atenção por se tratar de
algo que não estamos acostumados a ouvir, não é mesmo? Veja como esse erro de
concordância, entretanto, acabaria por enfatizar a ação no fim das contas.

60.4. ALGUMAS PARTÍCULAS

Quando tratamos de partículas, é certo dizer que no decorrer dos séculos suas funções
foram sendo reduzidas, embora significados básicos permanecessem os mesmos.
Isto que dizer que, no Japonês Clássico, de modo geral, as partículas tinham mais funções,
algumas das quais, entretanto, são pouco usadas, se não obsoletas, na língua cotidiana
moderna.

Neste tópico, não focaremos nas partículas já estudadas em lições passadas, pois cremos que
foi possível abordar até mesmo esses usos mais raros. Vamos sim explanar sobre partículas
que não são mais usadas atualmente.

1. ものから: partícula que possuía duas funções, sendo indicar adversidade e indicar causa.
Sendo assim, tem semelhança com 「けれども」e 「ので」respectivamente:

寿司を食ぶるものから勉強をす。= (Eu) como sushi, mas estudo. / (Eu) estudo, porque


como sushi.

2. ものゆゑ: partícula que possuía as mesmas duas funções de 「ものから」. Trata-se da


junção de 「もの」com o substantivo 「ゆゑ」(故), que significa “causa” e tem por forma
moderna 「ゆえ」:

寿司を食ぶるものゆゑ勉強をす。= (Eu) como sushi, mas estudo. / (Eu) estudo. Porque


como sushi.

3. なむ: partícula, cuja função era enfatizar. Era anexada à Base Rentaikei, quando anexada a
elementos flexionáveis. Surgiu durante o Período Nara (710 d.C. – 794 d.C.) como 「なも」e
tinha a variante 「なん」:

水があるなむ。= Existe água!

NOTA: Não confunda a partícula 「なむ」com o elemento clássico combinado 「なむ」,


que vimos anteriormente.

4. かは: variante da partícula 「か」:

日本にくるかは。= (Ele) vem ao Japão?

5. やは: variante da partícula 「や」, que vimos na lição 47 e possui basicamente as mesmas
funções de 「 か 」 . A diferença é que, como partícula de final de sentença, 「 や 」
seguia a Base Shuushikei, ao passo que 「か」, a Base Rentaikei dos elementos flexionáveis:

日本にくやは。= (Ele) vem ao Japão?

NOTAS:

1. Lembre-se que tanto em 「かは」como em 「やは」o fonema 「は」era pronunciado


「わ」 (lição 3);

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2. A partícula 「 や ( は ) 」 também pode ser considerada uma partícula subordinante, pois
quando usada dentro da oração, exigia a Base Rentaikei.

6. ど ( も ): partícula anexada à Base Izenkei que tinha como função indicar concessão com
base em um fato real:

水があれども。= Apesar de existir água.

7. し(も): partícula que tinha como função enfatizar, geralmente com o sentido de destacar
um item de um conjunto (por exemplo, “este em particular”) ou delimitar circunstâncias.
A versão com 「も」é mais forte:

寿司をし食ぶ。= (Eu) como (especificamente) sushi.

8. か し : partícula que tinha função enfática, similar a 「 よ ね 」 . Origina-se da junção das


partículas 「か」e 「し」:

水があるかし。= Existe água!

9. か も : partícula originária do Período Nara (710 d.C. – 794 d.C.), que enfatizava,
geralmente marcando uma exclamação:

水があるかも。= Existe água!

10. ゆ(り): partícula originária do Período Nara (710 d.C. – 794 d.C.) que tinha três funções,
sendo: indicar o ponto de origem; indicar por onde algo transita; indicar o meio com o qual
se faz algo. No Japonês Moderno, estas funções são exercidas pelas partículas 「から」, 「を
遠すして」 (lição 43) e「で」respectivamente:

夢ゆ(り)。= A partir dos sonhos.

11. よ : partícula também originária do Período Nara (710 d.C. – 794 d.C.) que possuía as
mesmas funções de 「ゆ(り)」:

夢よ。= A partir dos sonhos.

12. つ : partícula originária do Período Nara (710 d.C. – 794 d.C.) que funcionava como
partícula atributiva, como 「 の 」 funciona hoje. Um resquício deste uso antigo está na
palavra 「まつげ」(睫毛), que significa “cílios”. 「まつげ」se origina de 「めつげ」(目つ
毛), literalmente “cabelo dos olhos”:

学生つ夢。= Sonho do estudante.

13. な: partícula originária do Período Nara (710 d.C. – 794 d.C.) usada após a Base Rentaikei
para indicar proibição. Tal uso ainda permanece no Japonês Moderno:

ボールを蹴るな。= Não chute a bola.

14. そ: partícula originária do Período Nara (710 d.C. – 794 d.C.) antepassada da partícula
moderna 「ぞ」:

水があるそ。= Existe água!

Podia também ser anexada à Base Ren’youkei (Mizenkei no caso dos verbos Rahen e Sahen),
funcionando da mesma forma que a partícula 「 な 」 vista anteriormente, isto é, indicar
proibição. Aliás, neste uso, costumava-se usar as partículas 「な」e 「そ」:

寿司(な)食べそ。= Não coma sushi.

***

Convém mencionar ainda que no Período Nara (710 d.C. – 794 d.C.) se originou a partícula
「しか」, oriunda da combinação da Base Rentaikei do auxiliar de passado 「き」, isto é,
「 し 」 com a partícula 「 か 」 . Ela podia ser anexada à Base Ren’youkei dos elementos
flexionáveis para indicar um desejo do falante difícil (ou impossível) de ser
alcançado:

水がありしか。= Se apenas houvesse água.

「 し か 」 era usado com certa frequência com os auxiliares de passado 「 ぬ 」 e 「 つ 」 ,


originando 「 に し か 」 e 「 て し か 」 . Também, costumava-se adicionar a partícula final
「 な 」 . Mais tarde, no Período Heian (794 d.C. – 1185), surgiram as variantes 「 に し が
(な)」e「てしが(な)」:

水がありてしが(な)。= Se apenas houvesse água.

60.5. HENTAIGANA

“Hentaigana” ( 変 体 仮 名 ) significa "Kana Variante". É oriundo de man’yougana, um


sistema de escrita que no qual Kanjis eram utilizados por sua pronúncia apenas,
desconsiderando seu significado. Como você já sabe, um mesmo som japonês podia ser

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representado por diversos Kanjis. Veja a figura abaixo, notando alguns exemplos de como os
sons 「あ」e「う」 podiam ser representados por Kanjis:

Assim como Hiragana, o Hentaigana deriva do estilo cursivo de escrita, desempenhando,


aliás, um papel muito importante na escrita desde a sua concepção. Os artistas, por exemplo,
por terem mais opções de caracteres para um mesmo som, podiam montar um conjunto
mais chamativo visualmente falando. Por isso, o Hentaigana, apesar de estar oficialmente
extinto desde 1900, continua a ser usado ainda hoje em placas, em alguns documentos
formais manuscritos, particularmente em certificados emitidos por entidades de classe,
grupos de cultura clássica japonesa (escolas de artes marciais, escolas de etiqueta, grupos de
estudos religiosos e entre outros). Veja, por exemplo, uma placa, na qual está escrito
“Kisoba Yabushige”:

Apesar de ainda ser usado em alguns poucos casos, a maioria dos japoneses, no entanto, não
sabe ler o Hentaigana.

NOTA: Não confunda o 「 へ ん た い 」 ( 変 体 ) de “Hentaigana” com「へんたい」( 変 態 ),


abreviação de 「へんたいせいよく」(変態性欲), que significa “perversão sexual”.

60.6. MAIS ALGUMAS COISAS...

Neste tópico abordaremos estruturas e assuntos interessantes que não foram abordados
anteriormente.

➩ あく: alguns apontam ser uma versão reduzida de 「~あること」 ou mesmo de 「 こ


と 」 . Seja como for, funcionava como nominalizador, sendo anexado à Base Shuushikei,
sempre com a queda da vogal “U”. Então:

見る = Ver → 見らく = Coisa vista.

Há uma versão para Keiyoushi que é 「けく」, que provavelmente se trata da abreviação da
Base Ren’youkei (alguns afirmam ser a Base Rentaikei) do Conjunto 「く」 (Lição 18) com
「あること」. Sendo assim:

良い = Bom → 良けく = Bondade.

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➩ ば え : sufixo que transforma verbos em substantivos. É anexado à Base Ren’youkei e se
origina do verbo 「はえる」, que significa “parecer esplêndido”. Sendo assim, transmite a
ideia de que a ação tem um efeito bem satisfatório:

見る = Ver → 見(み)ばえ = Ver de forma bem satisfatória.

➩ だつ: sufixo conjugado no padrão Yodan, adicionado a substantivos e ao Gokan (lição 12)
de um Keiyoushi. Indica o fato de algo possuir alguma qualidade:

重い = Pesado → = 重(おも)だつ = Ser pesado (= ter a qualidade de pesado).

NOTA: pelo uso, 「重だつ」 passou a indicar algo importante, principal.

➩ が て に : é adicionado à Base Ren’youkei de um verbo para indicar que é impossível


executar tal ação:

映画を見がてに。。。= Impossível ver o filme...

「 が て に 」 provavelmente se origina de um suposto verbo obsoleto – 「 か つ 」 (“ser


possível”??) – em sua base Mizenkei seguido de「に」, que aqui se trata de uma das bases
Ren’youkei do auxiliar de negação 「 ず 」 ( 「 か て に 」 = “não ser possível”??).
Posteriormente, teria sido confundido com 「かて」(難て), fato que deu também a 「かて
に」 o sentido de “difícil de...”.

A teoria de que o suposto verbo 「かつ」 descrevia originalmente uma possibilidade parece
real. Nos exemplos que encontramos, ele está sempre acompanhado de um auxiliar de
negação para indicar o contrário, isto é, impossibilidade:

行きかてぬ。= (Eu) não poderei ir.

行きかつまじ。= (Eu) não poderei ir.

➩ え(...) (auxiliar de negação): 「え」 é a base Ren’youkei do verbo 「える」(得る), que


vimos na lição 31. Ele podia ser usado com um verbo acompanhado de qualquer auxiliar de
negação a fim de enfatizar uma impossibilidade:

寿司え食べず。= (Eu) não posso comer sushi.

➩ なかれ: é adicionado à Base Rentaikei para indicar um comando negativo:

映画を見るなかれ。= Não veja o filme.

➩ ぬで: originou-se na língua coloquial, tendo sentido igual a 「~ないで」 e 「~なくて」,


portanto, é anexado à Base Mizenkei:

学生と話さぬで。= Não falar com o estudante. / Sem falar com o estudante.

➩ せば: adicionado à Base Ren’youkei para indicar uma suposição do que deveria ter sido
feito diante de uma situação, geralmente negativa:

学生と話しせば。。。= Se (eu) tivesse falado com o estudante... (não falei, por isso, estou
sofrendo as consequências disso).

➩ ふ: sufixo originário do Período Nara que era anexado à Base Mizenkei dos verbos Yodan,
geralmente. Indicava continuidade da ação e era conjugado no padrão Yodan. Hoje, ele
não existe mais, porém, há verbos que o possuem em sua formação, e sua evolução se deu
como nos verbos clássicos terminados em 「ふ」, isto é, hoje é visto como「う」. Veja os
dois exemplos a seguir:

(1) 語る 【かたる】 (conversar) → かたらふ (Japonês Clássico) → 語らう 【かたらう】


(conversar “continuamente”) – Forma moderna;

(2) 移 る 【 う つ る 】 (mudar) → う つ ろ ふ (Japonês Clássico – com a Base Mizenkei


alternativa provavelmente) → 移ろう 【うつろう】 (mudar, desaparecer) – Forma moderna.

➩ A BASE MIZENKEI DOS VERBOS E O SUFIXO 「し」: na lição 18, mencionamos


que 「し」 era adicionado a formas primitivas de substantivos para se criar Keiyoushi. Outro
recurso relativamente comum no Japonês Clássico era adicionar 「し」 à Base Mizenkei
dos verbos para se obter Keiyoushi com significados relacionados. Veja alguns exemplos:

(1) 勇む 【いさむ】 (estar encorajado) → 勇まし (Japonês Clássico) → 勇ましい 【いさまし


い】(valente) – Forma moderna;

(2) 喜ぶ 【よろこぶ】 (estar feliz) → 喜ばし (Japonês Clássico) → 喜ばしい 【よろこばし


い】 (feliz, alegre) – Forma moderna;

(3) 恐 る 【 お そ る 】 (estar com medo) → 恐 ろ し (Japonês Clássico – Base Mizenkei


alternativa) → 恐ろしい 【おそろしい】 (terrível, amedrontador) – Forma moderna;

Em alguns casos, 「し」 era anexado a um verbo ligado ao sufixo 「ふ」, que vimos no item
anterior:

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(4) 忌む 【いむ】 (abster-se, evitar) → 忌まふ → 忌まはし (Japonês Clássico) → 忌まわしい
【いまわしい】 (abominável, nojento, “evitável”) – Forma moderna.

➩ FORMAS VERBAIS – DO CLÁSSICO PARA O ATUAL: em termos gerais, podemos


dizer que as formas de um verbo eram expressas pela aglutinação de sufixos a ele.
Entretanto, como já sabemos a partir do final do século XIX, o estilo clássico foi perdendo
força e se foi adotando o estilo da língua como era falada no dia a dia. Nesses tempos, a
tendência na língua coloquial era a de substituir as complexas formas aglutinadas dos
verbos, tais como 「ゆきたらむ」 (行き-て-あら-む), por grupos de elementos isolados,
como 「行った-の-だろう」.

➩ FLEXIBILIDADE
DO AUXILIAR 「た」: na
lição 14, vimos que o auxiliar de passado
「た」 surgiu
de uma contração de 「たり」,
que por sua vez é uma contração de 「 て あ
る」.
Logo, é natural pensar que é possível atribuir a「た」 as
mesmas bases do verbo 「あ
る」. E
Sim! Gramaticalmente falando, 「た」 possui
TODAS as bases de 「ある」,
que de
início podiam ser usadas. Observe o quadro a seguir com as bases
originais de 「たり」:

Agora, veja o exemplo a seguir:

水がありたれば。。。= Já que havia água...

Contudo, é preciso mencionar uma


questão que já citamos em lições passadas: aquilo que é
possível
gramaticalmente nem sempre é o praticado no mundo real. Com o passar
do tempo, as Bases Shuushikei e Rentaikei foram reduzidas a 「 た 」 , as
Bases Izenkei e
Meireikei foram esquecidas e o que eram originalmente as Bases
Mizenkei e Ren’youkei, isto
é, 「たら」e「たり」 respectivamente, tiveram seus usos e
significados bem reduzidos na
língua moderna. Também, é possível nos depararmos,
ainda que bem raramente, com a
forma OU de 「たり」:

水があったろう。= Havia água possivelmente.

➩ PARTÍCULAS MODERNAS E CÓPULAS ANTIGAS: na lição 14, mencionamos que


as partículas 「に」 e 「の」 são quase certamente vestígios de uma cópula. O linguista
Bjarke Frellesvig em seu livro “A History Of The Japanese Language”, página 135, ao
tratar do Japonês Antigo, afirma que “uma série de partículas derivam de formas de cópula:
「 の 」 , 「 に 」 , 「 に て 」 , 「 つ 」 e 「 と 」 , todas funcionavam como partículas e como
formas de cópula ao mesmo tempo”. E na página 233, ao comentar sobre o período da língua
que vai do ano 794 até 1185, apresenta como bases de cópula elementos como 「 の 」 ,
「に」, 「にて」, 「にして」, 「と」 e 「として」.

Fontes:

Sengoku Daimyou: http://www.sengokudaimyo.com/bungo/bungo.html

kWhazit Oddities: http://kwhazit.ucoz.net/ranma/classical.html

Wikipedia: https://en.wikipedia.org/wiki/Classical_Japanese_language

Imabi: http://www.imabi.net/classical.htm

Classical Japanese: https://classicaljapanese.wordpress.com/

Tofugu: https://www.tofugu.com/japanese/kobun-jodoushi/

Quizlet: https://quizlet.com/32183812/classical-japanese-grammars-flash-cards/

Amaterasu: https://tinyurl.com/y2as8xq7

Gejirin: https://gejirin.com/gsrc/ku/kugohou.html

Kobun Weblio: https://kobun.weblio.jp/

Kotobank: https://kotobank.jp/

Excite: https://www.excite.co.jp/world/english_japanese/

Classical Japanese: A Grammar, Haruo Shirane

Classical Japanese: Reader And Essential Dictionary, Haruo Shirane

https://ganbarouze.blogspot.com/2020/05/licao-60-um-pouco-de-japones-classico-ii.html#more 9/10
02/08/2021 Ganbarou Ze! - Gramática Japonesa: LIÇÃO 60: UM POUCO DE JAPONÊS CLÁSSICO II

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Marcos Gonzag Sair


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