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A nutrição parenteral total supre todas as necessidades nutricionais diárias. Pode ser
utilizada tanto em hospitais como em domicílio. Como as soluções de NPT são
concentradas, pode ocorrer trombose das veias periféricas, sendo necessário acesso
venoso central.
A nutrição parenteral não deve ser utilizada rotineiramente em pacientes com trato
gastrointestinal intacto. Em comparação à nutrição enteral, tem as seguintes
desvantagens:
Indicações
A NPT só deve ser indicada para pacientes com trato gastrointestinal não funcionante
ou que apresentam distúrbios que requerem repouso intestinal, como:
Componentes nutricionais
A NPT requer água (30 a 40 mL/kg/dia), energia (30 a 35 kcal/kg/dia, dependendo do
gasto energético; até 45 kcal/kg/dia para pacientes gravemente enfermos), aminoácidos
(1,0 a 2,0 g/kg/dia, dependendo do grau de catabolismo), ácidos graxos essenciais,
vitaminas e minerais (ver tabela Necessidades básicas diárias de nutrição parenteral
total para adultos).
Soluções básicas de NPT são preparadas com técnicas estéreis, geralmente em lotes de
litros de acordo com fórmulas padronizadas. Normalmente, são necessários 2 l/dia de
solução padrão. As soluções podem ser modificadas com base em achados laboratoriais,
doenças de base, hipermetabolismo ou outros fatores.
Soluções de NPT
Várias soluções de NPT são comumente utilizadas. Eletrólitos podem ser acrescentados
para atender as necessidades do paciente.
Pacientes que recebem NPT fora do hospital devem ser orientados a reconhecer
sintomas de infecção, devendo-se providenciar serviço de enfermagem domiciliar
qualificado.
A solução deve ser iniciada de maneira vagarosa a 50% das necessidades calculadas,
utilizando-se glicose a 5% para compensar o equilíbrio de líquidos. Energia e nitrogênio
devem ser oferecidos simultaneamente. A quantidade de insulina regular oferecida
(acrescentada diretamente à solução de NPT) depende do nível de glicose sanguínea; se
o nível for normal e a solução final contiver 25% de concentração de glicose, a dose
inicial é de 5 a 10 unidades de insulina regular/L de NPT.
Monitoramento
Deve-se acompanhar a evolução da NPT por meio de fluxogramas. Uma equipe
multidisciplinar, se disponível, deve monitorar o paciente. Peso, hemograma completo,
eletrólitos e BUN devem ser monitorados com frequência (p. ex., diariamente para
pacientes internados). Glicose sanguínea deve ser monitorada a cada 6 h até a
estabilização. A ingestão e a eliminação de líquidos devem ser monitoradas de modo
contínuo. Quando o paciente se tornar estável, testes sanguíneos podem ser feitos com
menos frequência.
Testes de função hepática devem ser realizados. Proteínas plasmáticas (p. ex., albumina
sérica, possivelmente transtiretina ou proteína de ligação do retinol), tempo de
protrombina, osmolaridade plasmática e urinária, cálcio, magnésio e fosfato devem ser
dosados duas vezes por semana. Alterações na transtiretina e na proteína ligadora de
retinol refletem não apenas o estado nutricional, mas o estado clínico geral do paciente.
Se possível, exames de sangue não devem ser feitos durante a infusão de glicose.
Complicações
Cerca de 5% a 10% dos pacientes com acesso de NPT apresentam complicações
relacionadas com o acesso venoso central.
Sobrecarga de volume (ganho de peso de > 1 kg/dia) pode ocorrer quando altas
necessidades de energia exigirem grandes volumes de líquidos.
Reações adversas a emulsões lipídicas (p. ex., dispneia, reações alérgicas cutâneas,
náuseas, cefaleia, dor dorsal, transpiração, tontura) são incomuns, mas podem ocorrer
precocemente, em particular se lipídios forem dados a > 1,0 kcal/kg/h. Pode ocorrer
hiperlipidemia temporária, principalmente em pacientes com falência renal ou hepática;
em geral, o tratamento não é necessário. Reações adversas tardias a emulsões lipídicas
são hepatomegalia, elevação moderada das enzimas hepáticas, esplenomegalia,
trombocitopenia, leucopenia e, especialmente em crianças prematuras com síndrome da
angústia respiratória, anormalidades de funções pulmonares. A prevenção ou
minimização dessas reações adversas pode se dar temporária ou permanentemente pela
diminuição ou parada da infusão lipídica.
Pontos-chave
Considerar a nutrição parenteral para pacientes com trato gastrointestinal não
funcionante ou que apresentam distúrbios que requerem repouso intestinal
completo.