1- A partir da mudança do ser em uma perspectiva relacionada, não mais com a
busca da felicidade da sociedade, mas sim, com o beneficio próprio, destacam-se algumas limitações, quais sejam: o fato de o indivíduo não enxergar o outro como um ser dotado de direitos e deveres, de modo que passa a existir uma “coisificação” do ser, transformando a visão que se tem acerca do outro como algo que vai servir para prejudicar ou beneficiar. O que ocasiona a distinção entre o bem e mal, construído de modo pessoal, sendo que o primeiro trata de tudo que trouxer algum proveito, agregando um valor positivo, que faz surgir o amor, o contento, o desejo de mais, e, o segundo será o contrário, ou seja, tudo aquilo de ruim, com carga negativa que faz surgir o ódio, e conseguintes preconceitos e demais pensamentos ruins. Além de proporcionar aos indivíduos a lógica de que devem aceitar uma sociedade que restringe o ser em favor de alcançar o que se entende, neste caso, como felicidade/benefício. 2- Esta questão pode ser entendida ao verificar que um ato imoral não pode ser justificado por outro ato imoral, sendo que as punições aos atos reprováveis servem para fazer justiça e não causar mais injustiças, como seria no caso em que é permitida a pena de morte, de modo algum seria feita justiça sabendo que o meio encontrado para tal, é retirar a vida de outro semelhante em favor do mal que este cometeu a outrem. Em relação ao individualismo, este se mostra incompatível com a justiça, na medida em que o pensamento não se concretiza para alcançar o bem coletivo, mas pelo contrário, é voltado para questões individuais, ou seja, o que é benefício para um pode significar o prejuízo do outro, gerando cada vez mais desigualdades, disputas e consequentemente injustiças. 3- A contradição das mídias ocorre, certamente pelo fato de que há uma construção de manipulação midiática que prende a população, fazendo com que esta acredite que a sociedade brasileira não alcançará as mesmas metas de desenvolvimento de outros países e por isso deve seguir uma lógica de submissão, no qual o estado deve controlar na medida em que o “mercado” esta contente, e para que isso ocorra não há a necessidade de o povo estar bem, mas que ele trabalhe e se dedique a estas imposições que geram insegurança, medo, e que deixam as pessoas sempre querendo mais e possuindo menos. Sendo que com políticas públicas o povo fica mais forte, mais educado, mais sadio e passa a não acreditar mais na mídia como antes, passa a duvidar e criticar, gerando desconforto para este setor e para as pessoas que o controlam. 4- A respeito da redução da maioridade penal, do ponto de vista ontológico, não teria problema algum, seria até eficaz tratando-se da lógica de que se existem adolescentes criminosos devem, estes, ser punidos com o rigor da lei. Porém, considerando a realidade social, é evidente que há problemas quando se pune o ser humano, ainda mais, jovens quando não oportunizadas as mesmas condições que para outros foram, sem família, sem educação, sem saúde, sem alimento, sem carinho. E mesmo que as oportunidades fossem iguais, a lógica deveria ser de tirar pessoas da cadeia através de outros meios de ressocialização, e, não aumentar a população carcerária que se torna cada vez mais desumana, retirando a dignidade do ser. 5- A perspectiva hobbesiana, expõem que o individualismo se caracteriza pela cegueira moral, na qual o individuo não consegue reconhecer o outro como um ser que tem necessidades, que pensa, tem sentimentos e não são iguais em condições, socias, econômicas e psíquicas e para evitar o conflito entre indivíduos, aposta na ação do Estado que impõem regras de submissão para que não seja submisso ao outro, mais sim, a um ente maior e mais poderoso, que regula ambos e faz com que suas vontades desapareçam e prevaleça o intuito de soberania absoluta. 6- O medo e a esperança trazem consigo um aspecto que colabora para que o Estado obtenha o poder absoluto, pois os indivíduos obedecem por temer os resultados de punição e por acreditarem que há esperança de melhorar através da ações do Estado.