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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA __ ª VARA DO

TRABALHO DA COMARCA DE RESENDE – RJ

HENRIQUE FREISTAS, brasileiro, solteiro, empacotador, filho de Maria de Freitas,


portador da carteira de identidade de nº 2145, com o CPF 8547, CTPS nº 1234,
residente e domiciliado na Avenida Nova Resende, nº 01, Campos Elíseos, Resende/RJ,
por meio dos seus advogados que esta subscreve, nos termos da procuração (anexa),
com escritório no endereço ____________________ , em nome de quem e para onde
quer que sejam remetidas as notificações, vem, perante a Vossa Excelência propor a
presente:

RECLAMAÇÃO TRABALHISTA

Pelo rito sumaríssimo, ccontra a Empresa LPC, situada na Rua A, nº 92, Bairro Manejo,
o que faz de acordo com os fundamentos fáticos e jurídicos a seguir expostos:

1. A GRATUIDADE DE JUSTIÇA

Cumpre salientar que a Requerente não possui condições financeiras de arcar com
custas processuais e honorárias advocatícias, sem prejuízo ao seu próprio sustento e de
sua família, requerendo desde já os benefícios da justiça gratuita, nos termos do artigo
4º da Lei 1.060/50, com redação introduzida pela Lei 7.510/86.

2. SÍNTESE DO CONTRATO DE TRABALHO

O Reclamante foi admitido pelo Reclamado no dia em 01/07/2015, na função de


empacotador, percebendo a título de salário o valor de R$ 1.300,00 (um mil e trezentos
reais). E foi dispensado sem justa causa em 15/10/2020, oportunidade em que recebeu
corretamente suas verbas resilitórias. Sua tarefa consistia em empacotar congelados de
legumes numa máquina adquirida para tal fim.

Entretanto em 03/11/2018 sofreu acidente de trabalho na referida máquina,


quando sua mão ficou presa no interior do equipamento, ficando afastado pelo INSS e
recebendo auxílio-doença acidentário até 20/05/2019, quando retornou ao serviço. No
acidente, sofreu amputação traumática de um dedo da mão esquerda e se submeteu a
tratamento médico e psicológico, gastando com os profissionais R$ 2.500,00 (dois mil e
quinhentos reais) entre honorários profissionais e medicamentos, tendo levado consigo
os recibos.

No retorno, tendo sido comprovada pelos peritos do INSS a perda de 20% da sua
capacidade laborativa, foi readaptado a outra função dentro da própria empresa. A CIPA
da empresa, convocada quando da ocorrência do acidente, verificou que a máquina
havia sido alterada por esta, que retirou um dos componentes de segurança para que ela
trabalhasse com maior rapidez e, assim,

aumentasse a produtividade.

O Requerente costumava fazer digitação de trabalhos de conclusão de curso


para universitários, ganhando em média R$200,00 (duzentos reais) por mês, mas no
período em que esteve afastado pelo INSS não teve condição física de realizar esta
atividade, que voltou a fazer tão logo retornou ao emprego.

3. DOS FUNDAMENTOS
3.1 DO ACIDENTE DE TRABALHO
O Reclamante sofreu um acidente de trabalho típico no dia 03 de novembro de
2018, do qual resultaram danos indenizáveis que serão pleiteados nesta ação.

Durante o seu horário laborativo no dia acima mencionado, o Requerente estava


exercendo sua função quando sua mão ficou presa na máquina que o mesmo operava.

Como consequência do acidente sofreu amputação traumática de um dedo da


mão esquerda, razão pela qual ficou afastado de sua função.

3.2 RESPONSABILIDADE DA RECLAMADA

De acordo com o que foi exposto em tópico anterior, estão presentes e


comprovados tanto o dano quanto a ocorrência do acidente, cabendo agora demonstrar a
responsabilidade da Reclamada pelos prejuízos de ordem moral e financeira suportados
pelo Reclamante.

E de acordo com o artigo 19 da lei 8.213/1991 a responsabilidade recai sob a


empresa:

Art. 19. Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a


serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no inciso VII
do art. 11 desta Lei, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a
morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o
trabalho.

§ 1º A empresa é responsável pela adoção e uso das medidas coletivas e


individuais de proteção e segurança da saúde do trabalhador.

§ 2º Constitui contravenção penal, punível com multa, deixar a empresa de


cumprir as normas de segurança e higiene do trabalho.

§ 3º É dever da empresa prestar informações pormenorizadas sobre os riscos da


operação a executar e do produto a manipular.

§ 4º O Ministério do Trabalho e da Previdência Social fiscalizará e os


sindicatos e entidades representativas de classe acompanharão o fiel cumprimento do
disposto nos parágrafos anteriores, conforme dispuser o Regulamento.
3.3 TEORIA DO RISCO

Os fatos expostos demonstram que a situação era um risco tanto para o


Reclamante como para terceiros enquadrando-se perfeitamente na hipótese do parágrafo
único do art. 927 do Código Civil:

Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem,
fica obrigado a repará-lo.

Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de


culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente
desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de
outrem.

Saliente-se, por oportuno, que o fato do art. 7º, inciso XXVIII, da CF, exigir a
presença de dolo ou culpa do empregador, não afasta a incidência da responsabilidade
civil objetiva, uma vez que, em decorrência do princípio constitucional da proteção do
trabalhador, a norma mais favorável deve sempre prevalecer quando em conflito com
outra, qualquer que seja sua natureza ou grau hierárquico.

3.4 DESPESAS MÉDICAS

Em decorrência do acidente, o Reclamante teve as seguintes despesas, pelas


quais não foi ressarcido pela Reclamada: tratamento médico e psicológico, gastando
com os profissionais R$ 2.500,00 (dois mil e quinhentos reais) entre honorários
profissionais e medicamentos, tendo levado consigo os recibos.

Conforme se verifica do entendimento do E. TST em caso análogo, as despesas


médicas e hospitalares incluem-se dentre os danos emergentes, e compreendem, dentre
outros, 'despesas hospitalares, honorários médicos, medicamentos, aparelhos
ortopédicos, sessões de fisioterapia, salários para acompanhantes no caso de a vítima
necessitar de assistência permanente de outra pessoa ou, nos casos de óbito, os gastos
com funeral, luto jazido, remoção do corpo.

Valendo ressaltar que esta indenização não se confunde com o pensionamento


ou com o custeio de plano de saúde, posto que, no primeiro caso, o que se indeniza é a
perda da capacidade de trabalho, e, no segundo, são os tratamentos cobertos por planos
de saúde. O que se pleiteia aqui são os gastos já realizados, e aqueles custos para
tratamento que, via de regra, não são cobertos por planos de saúde, e que podem ser
estimados objetivamente em regular liquidação por artigos.

4 . DOS PEDIDOS

Diante do exposto requer:

a) a concessão da Justiça Gratuita por Declaração de Hipossuficiência, nos


termos dos arts. 98 e 99 (especialmente seu § 3º) do do CPC, por
interpretação conforme a Constituição, ou pela declaração de
inconstitucionalidade do § 4º do art. 790 da Lei 13.467/17 pela via difusa;

b) o reconhecimento da responsabilidade exclusiva da Reclamada, e o


dever de indenizar os danos sofridos em decorrência do acidente de
trabalho, ou então, subsidiariamente, o reconhecimento da concausalidade,
com a configuração da culpa concorrente, diminuindo-se as indenização
adiante requeridas na proporção da culpa;

c) o recebimento dos gastos com despesas médicas, conforme exposto


anteriormente, no valor preliminar de R$ 2.500,00.

d) o recebimento da indenização por danos morais, nos termos do que exposto


anteriormente;

e) que sejam remetidos ofícios para a Delegacia Regional do Trabalho, o


Ministério Público do Trabalho, e à Receita Federal, informando as
irregularidades noticiadas, para que sejam tomadas as medidas cabíveis, uma
vez que a situação do Reclamante pode estar se repetindo com outros
funcionários da Reclamada.
f) a condenação da Reclamada em de honorários advocatícios de sucumbência,
em percentual a ser definido por Vossa Excelência, calculados sob o valor
final da liquidação, nos termos do que dispõe o artigo 791-A da CLT;

5. DAS PROVAS

Requer a produção de todas as provas em direito admitidas, na amplitude dos artigos


369 e seguintes do NCPC, em especial a prova documental, a prova pericial, a
testemunhal e o depoimento pessoal do Réu.

Dá-se à causa o valor de R$ ________________

Nesses termos,

pede deferimento.

Cidade, __ de _________ de _______

ADVOGADA

OAB/___ n.º _____

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