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Instituto de Ensino Superior Múltiplo

Campus Timon
Departamento de Direito
Curso de Direito
Disciplina TGE
Prof. Valdomiro
Aluna: Glacigênia Dos Santos Barros
Espírito das Leis Montesquieu
Timon 23 de setembro de 2021

1. Referência Bibliográfica

MONTESQUIEU, Charles de Secondat. O espírito das leis. 2° ed. 2° triagem .Editora: Martins Fontes. São
Paulo:2000.

2. Biografia de Montesquieu

Charles de Secondat nasceu no Castelo de La Brède, propriedade próxima à cidade de Bordeaux, França, no
ano de 1689, numa família nobre, mas não tão tradicional. Obteve a primeira educação em casa e partiu para
a educação formal colegial aos 11 anos de idade no Colégio de Juilly, instituição frequentada por filhos da
elite local. Os padres que dirigiam o colégio eram da Congregação do Oratório, tendo uma orientação
bastante intelectualizada e pautada pelo que o espírito iluminista considerava como um bom princípio
educativo: as luzes e a razão advindas da filosofia moderna e da ciência.

Montesquieu ingressou na Faculdade de Direito da Universidade de Bordeaux. Aos 19 anos de idade, ele já
estava aprendendo a prática da advocacia em uma espécie de estágio para aprendizado prático em Paris. Em
1713 ele voltou a Bordeaux para cuidar das finanças e dos negócios de sua família em virtude da morte de
seu pai.

Em 1715, o pensador casou-se com Jeanne de Lartigue, tendo com a esposa três filhos. Apenas um ano após
o seu casamento, Charles herdou, em razão do falecimento de sua mãe, o título que havia sido de seu pai, o
Barão de Montesquieu, o que lhe rendeu também o direito sobre as terras equivalentes ao baronato e um
cargo no Parlamento de Bordeaux.

Era fato que Montesquieu não precisaria mais trabalhar. Então ele passou a administrar sua fortuna e a
estudar ciências da natureza, filosofia e direito. Com os escritos de seus estudos, vieram também escritos
literários. Em 1721, Montesquieu concluiu a escrita das Cartas Persas. Por trás do humor satírico das Cartas
Persas, encontra-se um polêmico crítico, que aparece depois, por diversas vezes, para estabelecer uma crítica
política, muitas das vezes com igual tom satírico. Com as Cartas Persas, Montesquieu conseguiu o estrelato e
logo passou a frequentar os círculos sociais reais e o Salão Literário da Madame Lambert.

Em 1728, após Montesquieu deixar a Câmara de Bordeuax por vontade própria e partir rumo a Paris, ele
ingressou na Academia Francesa|1|. Um dos acadêmicos, o Cardeal André-Hercule de Fleury, clérigo
influente política e intelectualmente na França, colocou-se duramente contra a eleição de Montesquieu para a
cátedra na Academia por conta de sátiras contra a Igreja Católica postadas em Cartas Persas. No entanto,
Montesquieu foi eleito e se tornou um dos imortais da instituição.

A partir de 1728, o filósofo passou a viajar pela Europa a fim de aprimorar-se intelectualmente, conhecendo
novos filósofos, escritos, pensamentos e lugares. É certo que essas viagens influenciaram a visão política
liberal do pensador. O pensador passou pela Áustria, pela Hungria, pela Itália e pela Inglaterra. Na Inglaterra
estabeleceu-se por um tempo, até 1731, onde se tornou membro da Academia Real e entrou para a
maçonaria. Ele retornou ao Castelo de La Brède e ficou recluso até 1734, escrevendo diariamente. Esse retiro
intelectual deu origem a três escritos e é considerado pelos estudiosos o período de maturidade intelectual de
Montesquieu.

Entre 1739 e 1746, Montesquieu esteve ocupado com a escrita e revisão de sua obra-prima, o livro Do
Espírito das Leis, que foi publicado em 1748. Esse tratado tornou Montesquieu um notável filósofo e
pensador da política. A recepção de uma obra que defendia o liberalismo político e ideais republicanos não
ecoou bem entre grande parte da nobreza francesa e do clero. Até mesmo intelectuais e acadêmicos se
colocaram contra o polêmico (e sensato) escrito.

Montesquieu escreveu Defesa do Espírito das Leis em 1750 e, em 1751, o livro foi oficialmente proibido ao
ser incluído no Index Proibitorum. Toda a repercussão do livro aumentou a fama de Montesquieu, que o fez
se envolver ainda mais com os círculos intelectuais e salões literários de Paris. D’Alembert, um dos editores
e fundadores da Encyclopédie, encomendou a Montesquieu verbetes sobre política no grande compilado do
conhecimento universal fundado junto a Denis Diderot. No entanto, Montesquieu preferiu escrever sobre o
gosto e a estética.

Os últimos anos de Montesquieu ocorreram no Castelo de La Brède, plantando uvas e produzindo vinhos,
sempre viajando, principalmente para Paris. Ele começou a perder a visão, até ficar completamente cego.
Montesquieu faleceu aos 66 anos, em Paris, em 1755.

3. Principais Ideias de Montesquieu


O livro Espírito das leis, condensa toda a teoria política de Montesquieu. Ele fala das leis e da necessidade de
criação de um corpo de leis para garantir, inclusive, a liberdade. Fala também da importância do governo e
do Estado, além de expor a teoria da tripartição do poder. Dividido em trinta e um capítulos separados em 6
partes.
Para Montesquieu, existem três formas de governo:

 República: divisão de poderes e a atribuição de um corpo de leis que regulamente a atuação de


agentes públicos e de civis;
 Monarquia Legítima: são regidas por um monarca (um rei), mas o poder desse rei não é irrestrito e
absoluto. O monarca está submetido ao poder das leis e existe um corpo legislativo (um Parlamento)
que cria as leis;
 Despotismo: é a monarquia ilegítima, a monarquia absoluta. Os poderes do monarca nesse regime
são irrestritos.

Tendo em vistas as três formas de governo na visão de Montesquieu, para o mesmo a corrupção das três
formas de governo se inicia pelo seu princípio, podendo ser evitada através de boas leis, exceto no
despotismo, que é corrompido por natureza. A natureza do despotismo é o governo de um só baseado em
suas próprias vontades, seu princípio é o medo e o objetivo característico é a glória do príncipe.

Embora Montesquieu tivesse status de barão e consequentemente fizesse parte da nobreza, Montesquieu era
totalmente contrário ao absolutismo. Deixando evidente em sua obra o autor defende a tripartição de poder:

 Direito das Gentes: trata da paz e guerra, personificado no rei;


 Legislativo: cria e altera as leis, personificado na nobreza;
 Executivo: poder de julgar, personificado no povo.

Vale ressaltar que segundo Montesquieu, a mesma pessoa não pode exercer dois campos do direito. O
Legislativo é dividido em duas câmaras (dos Lordes, hereditária, e dos Comuns) e está sujeito a convocação
do Executivo, que só pode ser atacado de acordo com as leis previstas pelo Legislativo (garante estabilidade)
e que possui direito de veto. O Judiciário é considerado nulo por ser o único poder que só possui a
capacidade de impedir (não pode estatuir).

4. Conclusão do Autor

O autor apresenta muitas ideias interessantes em seu texto, porém o que ele deixa em maior ressalva é o fato
que o governo só funciona a base de leis que precisam ser obedecidas para que a sociedade funcione.

5. Embasamento Teórico

Método: Hipotético-dedutivo e Método Experimental

Técnicas de pesquisa: Explicativa argumentativa, Exploratória e Bibliográfica.

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