Você está na página 1de 20

“Pequenas ações, grandes mudanças”

“Informação não é doença virótica passível de ser transmitida. Se assim for encarada possivelmente poderá ser
tratada e banida do indivíduo. Sua função é de conscientização e ninguém repassa consciência. Ela deve ser
criada, desenvolvida e incentivada a tal processo. Para tanto é necessário que se trabalhe com a noção de
sentido. A informação deve se posicionar de tal forma frente ao indivíduo que ele possa relacioná-la com sua
vida. É este gancho que garante sua posse, elaboração e o desejável efeito de transformação.”
Roberto Chateubriand - GAPA/MG

Toda ação educativa envolve, além do domínio de conteúdos e conhecimentos, mudanças de


valores, atitudes e comportamentos. Isto significa que é essencial que estas ações consigam
um entendimento público cada vez mais amplo para que mudanças reais ocorram, trata-se de
um esforço conjunto de transformação de valores, portanto, transformação cultural, e por que
não dizer, social.

No que se refere ao desenvolvimento dos valores individuais e coletivos dentro do contexto


social, é amplamente reconhecida a importância da Dinâmica de Grupos. Deste modo,
compreendemos que uma das melhores formas de aprendizagem é a vivencial. Através de
jogos, temos a oportunidade de identificar e rever modos de sentir, crenças, ‘pre-conceitos’ e
atitudes que norteiam nossas ações, com reflexos efetivos em nossa capacidade de nos
transformar e transformar o meio onde atuamos.

A chave que abre o baú do nosso ser são técnicas específicas para esse fim e esta é a direção
para onde nos propomos caminhar quando iniciamos este trabalho. Para que tudo isso
aconteça de forma saudável, faz-se necessário criarmos um ambiente lúdico, onde a
confiança, o humor, a criatividade e a espontaneidade prevaleçam. A partir daí, os bloqueios,
as barreiras e os paradigmas, tornam-se mais fáceis de serem superados, prevalecendo a
reflexão, a aprendizagem e o desenvolvimento.

O objetivo deste treinamento é oferecer recursos teóricos e práticos a todos os profissionais


comprometidos direta ou indiretamente com a experiência educativa. Espera-se assim uma
atuação mais efetiva na disseminação de informações e um esforço conjunto de
transformação.

Cabe acrescentar que o jogo como estratégia de prevenção deve incluir elementos essenciais
como: informação básica sobre HIV/AIDS; acesso a serviços de saúde; reflexão sobre as
atitudes sociais e os comportamentos que permitam a cada indivíduo desenvolver sua própria
sexualidade de modo seguro e saudável. Os jogos não só dão informações como desafiam as
pessoas a pensarem sobre todos os aspectos o seu estar no mundo.

Sobre a Dinâmica de Grupos

A evolução humana ensinou-nos a viver em grupos para garantia de nossa sobrevivência.


Tudo estaria bem se fosse tão simples assim! Viver, sobreviver e conviver são fatos de
natureza social fáceis de rimar, mas difíceis de conciliar pois o comportamento de um grupo é
determinado pelo comportamento de cada um de seus integrantes, pela visão que cada um tem
do mundo e de si mesmo, pelos valores que cada um atribuí às coisas e aos fatos e
principalmente pelos objetivos que cada um pretende alcançar e seus métodos para tal.
Então, um dos principais obstáculos enfrentados pelo homem no seu estar no mundo consiste
em aprender a conciliar o viver com o ‘sobre-viver’ e com o ‘com-viver’. Precisamos
produzir comunitariamente a permuta de experiências, estabelecendo um processo contínuo
de aprendizagem baseado na ‘inter-ação’ a fim de obtermos vantagens coletivas.

Sobre Jogos

Jogos são atividades estruturadas com objetivo de aprendizado cujo conteúdo ou processo
difere da consumação da atividade em si. Os jogos oferecem o resgate do lúdico e da
espontaneidade, onde a resposta do indivíduo a uma situação nova torna-se uma nova resposta
a uma situação velha.

Quais as características essenciais dos jogos?


· São atividades voluntárias, é preciso que aja aceitação de todos os participantes;
· há uma meta de aprendizagem;
· têm regras específicas e absolutas;
· há um alto grau de interação entre seus participantes;
· têm tempo limitado.

Quais as vantagens/desvantagens do uso de jogos?


Vantagens:
· aprendizagem;
· envolvimento e cooperação;
· maior motivação;
· maior descontração;
· socialização;
· liberdade de expressão;
· flexibilidade.
Desvantagens:
· medo de se expor;
· insegurança do facilitador;
· recursos inadequados;
· rotulagem de pessoas;
· desvincular o jogo do contexto;
· incompreensão das regras do jogo;
· falha na estratégia de aquecimento.

Que tipos de jogos existem?


· Aquecimento - são aqueles utilizados para dar início às atividades, ou seja apresentação e
integração dos participantes.
· Comportamento - permitem que sejam trabalhadas habilidades comportamentais, tais,
como controle de estresse; auto-percepção; relacionamento; atributos; comunicação;
confiança; expectativas; igualdade de direitos; motivação; etc.
· Processo - enfatizam habilidades técnicas e são preparados para atingir objetivos e
operacionalizar as ações, através de simulações, tais como: negociar, planejar, liderar,
organizar processos, estabelecer métodos, etc.

Sobre a condução de Dinâmicas de Grupos/Jogos


1 - Ao se definir pela utilização de determinado jogo, pense sobre estas questões:
· Por que levantar tal questão e a situação existente? O que pretendemos conseguir?
· Que problemas específicos vamos enfocar e que mudanças desejamos? Como tornaremos
estas mudanças possíveis?
· Com quem iremos trabalhar?
· Que informações servirão melhor para explicar seus argumentos? Certifique-se de que
tenha argumentos e informações convincentes e que apelem para o interesse próprio dos
participantes.

2 - O Facilitador de Jogos
Como coordenador das atividades deve:
· estabelecer uma relação que propicie a formação de vínculo com o grupo em questão, a
fim de obter um relacionamento saudável, espontâneo.
· conhecer e dominar a teoria sobre os jogos que pretende utilizar. Para isso, recomendamos
ao profissional interessado em trabalhar com Dinâmica de Grupos o aprofundamento
através de leituras para validação de seu trabalho prático.
· ter disposição e abertura frente ao outro para trocar, compartilhar e, acima de tudo,
aprender.

3 - Os Integrantes do Grupo
Devemos ter em mente que:
· há pessoas que prejulgam o jogo com muitas barreiras, mas com a condução adequada,
percebemos que essa resistência inicial pode ser facilmente transposta.
· cada grupo apresenta uma natureza própria pois o contexto grupal é estruturado de acordo
com as características de cada um, sendo bastante peculiar a forma de percepção e
comunicação nos grupos.
· os comentários decorrentes devem permitir uma liberdade de expressão acerca da
experiência vivida para que cada um exponha seu modo de pensar, sentir e perceber.
· existem participantes que denotam condutas e ações extremamente inadequadas. Neste
caso, o facilitador deve ter sensibilidade e uma postura adequada, direcionando os
comentários aos objetivos do jogo em questão.
· é importante permitir que as pessoas possam perceber suas dificuldades sem se sentirem
ameaçadas.

4 - Ao nos prepararmos para usar jogos, devemos considerar:


· certos jogos não podem ser realizados com grupos onde algumas pessoas tenham certas
incapacidades (intelectual; diferenças culturais; deficiências físicas; problemas de
saúde; costumes religiosos; etc.)
· o local onde serão realizadas as atividades deve ser amplo, bem iluminado e arejado, livre
de ruídos ou interrupções.
· algumas vezes, serão necessárias adaptações devido à diferenças culturais entre as diversas
faixas etárias e grupos sociais.
· nunca deixe de admitir que há um elemento de risco, e ao final dos trabalhos agradeça aos
participantes por terem concordado em assumir esse risco.
· a segurança física e moral deve ser resguardada através d um contrato feito com o grupo
inicialmente. De qualquer modo cabe ao facilitador ter noções elementares de primeiros
socorros, bem como saber onde obter ajuda a qualquer momento, se for necessário.
· deve-se estar atento às expectativas daqueles que integram o grupo, colocando-se à
disposição para qualquer esclarecimento.
· é crucial ter à mão todos os materiais que serão utilizados.
· a duração do jogo dependerá do motivo pelo qual estiver sendo usado, do padrão das
atividades em cujo contexto ele for encaixado e particularmente do tamanho do grupo.

5 - Como fazer os jogos funcionarem


Há maneiras de incentivar as pessoas a participarem dos jogos
· informando-lhes o que irá acontecer e quais serão as regras básicas a serem seguidas,
permitiremos a redução da ansiedade dos participantes. Ex. “Decreto de Anti-Orgia -
não serão permitidos drogas, violência, nem troca de fluídos corpóreos dentro desta
sala, isso inclui fumo, álcool e assédio físico e sexual.”
· os participantes não serão coagidos a fazer nada, e qualquer um deve ter total liberdade
para afastar-se das atividades sem que ninguém lhe pergunte porquê.
· “texto fora do contexto é pretexto” - os jogos devem estar atrelados aos objetivos que se
quer atingir, porém se outras discussões surgirem, deverão ser reconhecidas.
· convém demonstrar o exercício diante dos participantes, envolvendo alguns deles,
iniciando o processo de participação.
· a maneira pela qual você dá feedback irá influenciar o quanto as pessoas se sentirão
ameaçadas pela idéia do exercício.

Bunker
OBJETIVOS: Promover discussão a cerca de julgamentos morais e preconceitos.

MATERIAIS: Cópias das instruções, lápis (ou canetas).

TEMPO : 60 minutos
PROCEDIMENTO:
1. Distribua cópias das instruções aos participantes, e dê-lhes 30 minutos para chegarem a
uma decisão. Um grupo numeroso pode ser dividido em dois. Impressione o grupo com
a emergência da situação, avisando quanto tempo falta a cada cinco minutos. Esclareça
as instruções, se necessário, mas não acrescente nada às informações dadas.
2. Ponha em discussão em que se basearam para chegar a uma decisão. Você poderá fazer
alguns comentários sobre o processo do grupo, se tiver observado.

COMENTÁRIO:
Você pode ter de modificar o material para atender às necessidades do grupo. Alguns
participantes às vezes criticam este exercício, dizendo que é pouco realista, visto que as
decisões precisam ser tomadas com base em dados insuficientes. Alguns fatos sobre o grupo
foram cuidadosamente equilibrados (sexo, filhos, etc) e outros foram deliberadamente
deixados vagos (como a religião). Você poderá perceber que os participantes fazem
suposições sobre os ítens vagos.

VARIAÇÕES:
1. Aloque os papéis dos sobreviventes em potencial aos participantes, e peça para que
defendam sua causa pela sobrevivência.
2. Outros cenários para tomada de decisões podem ser elaborados.
3. Você pode fazer com que alguns dos personagens tenham relações (familiares, sexuais,
emocionais ou profissionais) com os participantes.

INSTRUÇÕES
Daqui a 30 minutos, um cometa irá destruir toda a vida humana na Terra, a qual entrará num
período três meses de frio e escuridão. Os cientista acham que a Terra não terá condições de
manter a vida humana. Vocês estão seguros, num bunker que os manterá em condições
apertadas, mas toleráveis, durante seis meses, passados os quais poderão sair e tentar viver lá
fora. Até onde sabem, vocês são as únicas pessoas do mundo que irão sobreviver. O bunker
tem capacidade para mais cinco pessoas, e as portas só se fecharão quando a capacidade
estiver completa. Há onze pessoas lá fora, dentro as quais vocês terão que escolher os outros
sobreviventes:

Tâmara - Bióloga - 31 anos, especialista de renome mundial sobre a ecologia da Amazônia e


os possíveis efeitos de um inverno nuclear. Durante seu trabalho em campo, desenvolveu
conhecimentos sobre reprodução animal. Locomove-se numa cadeira de rodas, em
consequência de um acidente de helicóptero.
Kende - Estudante - negro, 25 anos, formado pela Universidade de Londres, fazendo pós-
graduação em Metalurgia. Seu chefe no trabalho duvida que ele consiga concluir o curso.
Paul - Trabalhador Rural - Branco, 59 anos, viúvo, sofre de reumatismo e tem deficiência
auditiva. Muita experiência e bom conhecimento de agricultura.
Lu - Engenheira Mecânica - chinesa, 34 anos, estava verificando o sistema de ventilação do
bunker quando surgiu a emergência. Tem profundos conhecimentos de sistemas de controle
informatizados.
Richard - Médico - Australiano, 25 anos, ainda em boa forma física. Seu teste de HIV foi
positivo.
Maureen - Cozinheira - Branca, 46 anos, divorciada, trabalha num restaurante próximo.
Tem grande experiência em alimentação. Após o divórcio, uma série de romances fracassados
a levou ao alcoolismo.
Gorja - Menino - malaio, 8 anos. Gordo, mimado por pais ricos, inteligente e um pouco
precoce. Os professores e psicólogos prevêem um futuro acadêmico brilhante para ele.
Len - Segurança - inglês, negro, 29 anos, exonerado do exército com desonra, em função de
ter mantido relações sexuais com outros soldados, depois de ter sido condecorado por bravura
no incidente das Ilhas Falkland. Anda armado.
Marek - Psicanalista - Polonês, 57 anos. Trabalhou com psicoterapia; muito conceituado em
sua profissão. Cego.
Farna - Dentista - Paquistanesa, 31 anos, trabalha numa clínica de doenças sexualmente
transmissíveis. Embora tenha uma visão liberal da função da mulher, quer que seus filhos
recebam educação muçulmana.
Alice - Professora - Branca, 27 anos, trabalhou com crianças de todas as idades. Recuperou-
se recentemente de uma overdose de drogas, e ainda está tomando antidepressivos.

Malditas suposições
OBJETIVOS: Avaliação dos preconceitos e das reações aos mesmos.

MATERIAIS: Cartões preparados (um por participante). Cartões em branco (um por
participante). Canetas.

TEMPO : 60 minutos no mínimo.


PROCEDIMENTO:
1. Leia, em voz alta, os cartões preparados, e coloque-os virados para baixo numa pilha.
Peça para cada participante escrever um outro grupo sobre o qual se tenha preconceitos
no cartão e colocá-lo na pilha.
2. Embaralhe os cartões e peça para cada participante pegar um da pilha.
3. Forme pares, e peça a um participante de cada par para dizer o tema do cartão. Depois
disso, o parceiro deverá dizer tantos comentários estereotipados quantos puder sobre
aquele tema. Então, o primeiro deverá defender aquele grupo contra os comentários.
Em seguida, inverter os papéis.
4. Reúna novamente o grupo e discuta sobre os estereótipos apresentados: até que ponto são
verdadeiros, quais as sensações que as pessoas tiveram ao dar ou receber esses
comentários e o que isso revela aos participantes sobre os estereótipos.

COMENTÁRIO:
Há um elemento de risco em deixar os participantes se insultarem mutuamente com base em
qualidades que possam efetivamente se aplicar a eles. É crucial, portanto, que este exercício
seja processado até o fim, e que todas as emoções suscitadas sejam plenamente discutidas. É,
contudo, uma maneira bem poderosa de se examinar a sensação de ser vítima de preconceitos.

VARIAÇÕES:
1. As categorias podem ser geradas pelo próprio grupo, antes do início do jogo.
2. Os participantes podem efetuar uma troca de cartão, se não se sentirem à vontade com o
que tiverem tirado.

Exemplos de algumas categorias de preconceito:


- Idosos
- Deficientes
- Católicos
- Judeus
- Mulheres
- Ciganos
- Negros
- Lésbicas
- Turistas
- Estrangeiros
- Portugueses
- Fumantes
- Policiais
- Metaleiros
- Nordestinos
- Caipiras
- Militares
- Drogados
- Homossexuais
- Bissexuais
- Motoristas de táxi
- Motoristas de ônibus
Você vem sempre aqui?
OBJETIVOS: Apresentação.

MATERIAIS: Nenhum.

TEMPO : 20 minutos.
PROCEDIMENTO:
1. Diga aos participantes para imaginarem que você está dando uma festa. Você, é o
anfitrião, mas está tão ocupado que só tem tempo de pôr um drinque na mão do co-
instrutor/cúmplice e apresentá-lo a um participante dizendo: “Este é o Fulano. Tenho
certeza de que vocês têm muita coisa em comum. Com licença ...”
2. Peça aos participantes para pensarem em que perguntas irão fazer para descobrir mais
sobre aquela pessoa.
VARIAÇÕES:
Este exercício pode ser usado para avaliar as formas de comunicação.
1. Processe a diferença entre as perguntas que foram feitas:
2. Avalie como cada pergunta pede um tipo de respostas que pode bloquear o canal de
comunicação.
3. Reflita sobre as possíveis consequências disto em situações diversas: consulta médica;
compra e venda de produtos; encontro casual; atendimento à clientes, etc.

Tipos de perguntas:
Aberta: Aonde você foi nas férias?
Fechada: Você foi à Flórida nas férias?
Múltipla: Você foi à Flórida nas férias, foi em excursão ou não, e levou a família?
Reflexiva: Então você foi à Flórida nas férias. O que achou?
Retórica: Então, você voltou de uma viagem de férias, né?
Dirigida: Você está ansioso para viajar nas férias, não está?
Está na cara
OBJETIVOS: Identificação de rótulos através das reações que eles provocam.

MATERIAIS: Etiquetas. Hidrográficas.

TEMPO : 20 minutos.
PROCEDIMENTO:
1. forme pares com os participantes, sem incluir o instrutor. Avise que você irá pôr uma
etiqueta na testa de cada um deles, a qual fornecerá instruções sobre como aquela
pessoa deve ser tratada pelas outras. Faça isso. Cada um não deverá ter a chance de ver
a própria etiqueta.
2. Peça aos participantes para discutirem sobre um assunto pertinente ao treinamento por 10
minutos, cada um reagindo ao outro como se os dizeres na etiqueta fossem verdadeiros.
3. Passados os 10 minutos, interrompa a conversa, reúna todos e discuta em grupo como
cada um conseguiu adivinhar o que estava escrito na própria etiqueta. Peça para que
conte casos análogos dam própria experiência. Como essas mensagens poderiam ser
transmitidas? Eles estão conscientes de estar enviando esse tipo de mensagens às outras
pessoas?
VARIAÇÕES:
Uma outra tarefa para os pares pode ser persuadir a outra pessoa a ir a algum lugar de sua
escolha; manter relações sexuais sem preservativo; usar mesma seringa, etc.

Algumas sugestões de rótulos:


- Rejeite-me
- Fique impressionado comigo
- Tenha admiração por mim
- Despreze-me
- Obedeça-me
- Sinta pena de mim
- Desconfie de mim
- Seja paternal comigo
- Elogie-me
- Deteste-me
- Ignore-me
- Seduza-me
- Impressione-me
- Minta para mim
- Respeite-me
- Ria de mim
- Trate-me como criança
- Conteste-me
- Ouça-me
- Critique-me
- Dê-me atenção
- Discorde de mim
- Reprenda-me
- Concorde comigo
- Irrite-me
- Trate-me com formalidade
- Tente me ajudar
Bonequinhos
OBJETIVOS: Apresentação. Interação. Feedback.

MATERIAIS: Xerox das caricaturas em números suficiente (depende do tamanho do grupo, no


mínimo cada expressão deve ser reproduzida em quantidade igual ao número de
participantes).

TEMPO : 20 a 30 minutos.
PROCEDIMENTO:
1. Exponha sobre a mesa, em blocos, os bonequinhos.
2. Solicitar que cada participante escolha o(s) seu(s) retrato(s). Depois pedir para cada um,
individualmente, apresente sua(s) escolha(s) e justifique.

COMENTÁRIO:
Este exercício pode ser usado para identificar os modos de sentir diante de situações adversas
(resultado positivo de exame anti-HIV próprio ou de alguém próximo; perda de pessoas
queridas; quando vítima de preconceitos; etc).
Outro modo é usá-lo no início do treinamento/oficina para levantar como cada pessoas se
sente diante do assunto em questão; e ao final, você notará como as formas de pensar e sentir
se modificam de um momento a outro.

VARIAÇÕES:
Além de escolher para si, cada participante escolhe um retrato para seu colega à direita e o
feedback é feito em conjunto.
Expressando opiniões
OBJETIVOS: Avaliação das manifestações da sexualidade.

MATERIAIS: Cartolinas. Canetas hidrográficas. Jornais e revistas. Tesoura. Cola.

TEMPO : 30 minutos.
PROCEDIMENTO:
Trabalho individual
1. Pedir aos participantes que pensem em algo que tenham visto, ouvido, falado ou sentido
sobre sexualidade.
2. Solicitá-los a guardar esses pensamentos para si. Não é necessário escrever.
Trabalho em grupo
1. Formar grupos de 5 e solicitar que conversem sobre diferentes situações em que a
sexualidade é manifestada pelas pessoas no ambiente social.
2. Entregar revistas, jornais, cartolinas, canetas, tesouras, e cola aos grupos.
3. Solicitar aos grupos a montar um painel com figuras, anúncios e textos que estejam
relacionados com a sexualidade.
4. Após a elaboração do painel, pedir a cada grupo que eleja um representante para explicar
como foi o processo de discussão e de montagem do painel.
5. Cada representante de grupo coloca seu painel em uma parede da sala e explicará para o
grande grupo o seu real significado.
6. Após as apresentações, abrir um debate com todos os participantes.
7. O facilitador poderá fazer uma síntese dos tópicos apresentados e incentivar a reflexão
sobre as manifestações da sexualidade em diferentes culturas.

PONTOS PARA DISCUSSÃO:


a) Por que as pessoas confundem sexualidade com sexo?
b) De que maneira a sexualidade ode ser expressada?
c) Que sentimentos podem estar envolvidos na expressão da sexualidade?
d) O que se entende por sexualidade, sensualidade, erotismo e pornografia?

VARIAÇÕES:
1. Poderão ser discutidos vários tópicos: exames; soropositividade; comportamento de risco;
sexo seguro; crenças e mitos; medos; etc.
Guardando segredos
OBJETIVOS: Avaliação da importância da confiança e do sigilo.

MATERIAIS: Papel. Canetas.

TEMPO : 30 minutos.
PROCEDIMENTO:
1. Inicie o exercício apresentando a questão do sigilo. Lembre ao grupo que as pessoas se
sentem mais à vontade para discutir problemas e sentimentos pessoais se tiverem
certeza de que o orientador não vai comentar seu caso com mais ninguém sem sua
autorização.
2. Divida o grupo em duplas. Peça a cada um pensar em alguém de sua confiança e escrever
dez palavras descrevendo essa pessoa tais como: amiga, íntima, honesta, cúmplice, etc.
3. Peça a cada dupla para ler suas palavras para todo o grupo e escrevê-las em uma folha
grande de papel, marcando as palavras comuns.
4. Divida o grupo em grupos menores de até três ou quatro participantes para discutir as
seguintes perguntas:
· O que precisa dizer e fazer, quando está orientando alguém, para ajudá-lo a confiar em
você?
· O que precisa fazer para que a pessoa continue a ter confiança em você?
· O que poderia acontecer se o sigilo não fosse mantido?
· Quais os benefícios de manter o sigilo?
Convide uma pessoa de cada grupo para falar sobre as conclusões do mesmo.
1. Apresente a cada grupo menor uma situação e peça-lhes para discutir suas reações e
sentimentos se estivessem naquela posição.
Sugestões:
· Você foi diagnosticado como HIV+. O orientador prometeu não contar a ninguém sobre o
diagnóstico sem sua permissão. Três dias depois, você recebe um telefonema de um
amigo que quer confirmar a notícia de que você está com HIV +. Seu amigo soube pelo
orientador.
· Você trabalha em uma fábrica e o grupo de coleta de sangue chega. Enquanto está
preenchendo o questionário, você menciona para a enfermeira que foi tratado de uma
doença sexualmente transmissível há 4 meses. Seu sangue não é coletado. Depois, um
amigo lhe diz que a pessoa atrás de você na fila de doação viu seu questionário e está
espalhando entre todos que você tem AIDS.

PONTOS PARA DISCUSSÃO:


a) Como você se sentiria?
b) O que você faria ou diria numa situação como essa?
c) Se fosse o orientador, como evitaria que isso acontecesse?
Avaliando riscos
OBJETIVOS: Avaliação das situações de risco.

MATERIAIS: Nenhum.

TEMPO : 30 minutos, no mínimo.


PROCEDIMENTO:
1. Pedir aos participantes que pensem sobre o tema a seguir: “Recorde em sua vida e
identifique uma ocasião qualquer em que você tenha se arriscado - quanto a sexo e
relacionamentos, trabalho ou dinheiro, por exemplo. Pode ter sido um risco pequeno ou
grande, mas muito importante para você na ocasião.”
· Que fatores influenciaram sua decisão de assumir o risco?
· Quais foram seus sentimentos na ocasião?
· Qual o resultado de ter corrido risco?
· Você geralmente se arrisca?
· Como você vê o risco nos outros? Quando seus amigos se arriscam afetam você?
· Como isso influencia sua atitude em relação ao risco do HIV?
1. Depois, peça a todos para escolher um par e partilhar sua situação como quiserem.
2. Convide todos a se reunirem em círculo. Estimule-os a explorar a ligação entre a forma
como as pessoas enfrentam os riscos e como isso pode afetar sua resposta ao HIV/AIDS.
Apresente as seguintes questões:
· Sentimos que, em geral, está certo assumir riscos se tudo acaba bem. Mas temos a
tendência de culpar os demais quando as coisas dão errado.
· Somos, quase sempre, muito menos severos quando julgamos a nós mesmos de que
quando julgamos os outros. Isso está certo?
· Nós nos arriscamos o tempo todo.
1. Convide, então, as pessoas a relacionar essa discussão com seu trabalho de orientação.
· Como podem introduzir o assunto do comportamento sexual de risco sem parecer estar
julgando?
· Como relacionar isso às informações sobre sexo mais seguro e redução do risco de
infecção pelo HIV?
Relâmpago
OBJETIVOS: Avaliação do risco da infecção pelo HIV.

MATERIAIS: Cartões escritos POSITIVO/NEGATIVO em cada metade (um para cada


participante).

TEMPO : 90 minutos.
PROCEDIMENTO:
1. Pedir aos participantes que fiquem de pé formando um círculo. Então aperte a mão de
uma pessoa, explicando que durante este jogo um aperto de mão significa uma relação
sexual sem proteção. Arranhar levemente a palma da mão ao apertá-la significa que o
corpo da outra pessoa foi exposto ao HIV. Demonstre isso à pessoa cuja mão você está
apertando e peça às outras para passar isso em torno do círculo.
Lembre aos participantes que, como acontece com todos os vírus, ser exposto ao HIV nem
sempre significa que a pessoa se torne infectada. Entretanto, há uma grande chance de
que a exposição leve à infecção.
2. Peça a todos para fechar os olhos e explique que você vai andar em volta do círculo várias
vezes e tocar uma pessoa no ombro. Durante o resto do exercício essa pessoa será
considerada soropositiva e não deverá contar a ninguém.
3. Depois de tocar uma pessoa, peça a todos que abram os olhos e pergunte se sabem quem
tem o HIV.
Lembre a todos que não é possível saber quem tem HIV só olhando. O que sentiram
enquanto você estava andando em torno deles?
4. Explique que os participantes devem andar e falar uns com os outros e se quiserem, apertar
as mãos. Cada pessoa pode apertar as mãos de até 3 pessoas. O “soropositivo” deve
arranhar as mãos de todas as pessoas com quem trocar um aperto de mão.
5. Quando terminarem os apertos de mãos, peça às pessoas para formarem de novo o círculo.
Peça a todos que tiveram sua palma da mão arranhada e à pessoa cujo ombro foi tocado
para ficarem dentro do círculo. Os demais podem sentar-se num círculo externo.
Pergunte se alguém preferiu não apertar mãos.
6. Peça as pessoas do círculo interno para se sentarem e lembre que no jogo seus corpos
foram expostos ao HIV, mas elas não sabem ainda se foram infectadas.
Como se sentem? Contariam a alguém? Quem? Que tipo de apoio desejam? Continuariam
a fazer sexo sem proteção? O que as pessoas do círculo externo acham das que estão no
círculo interno?
7. Fale sobre a diferença entre infecção pelo HIV e a AIDS, sobre como funciona o teste para
HIV e sobre a necessidade de aconselhamento antes e depois do teste. Pergunte o que as
pessoas sentem a respeito de submeter-se ao teste para o HIV.
Por que elas decidiram receber aconselhamento e fazer o teste ou não.
8. Peça às pessoas no círculo interno para imaginar que decidiram fazer o teste. Assegure-se
de que elas sabem sobre serviços de aconselhamento e testes disponíveis na região,
assim como sobre quantos dias esperam pelo resultado. Entregue um cartão a cada
pessoa, mas não peça-lhes para olharem ainda.
Como se sentem enquanto esperam pelo resultado?
9. Peça a cada pessoa para ler seu cartão. Aquelas com cartões NEGATIVO podem juntar-se
ao círculo externo.
O que elas sentem? Discuta se seria possível reduzir seu risco e como poderiam fazer isso.
10. Pergunte às pessoas no círculo interno com cartões POSITIVO como estão se sentindo.
Contariam a alguém? Quem? Mudariam seu comportamento? Isso seria fácil ou difícil? O
que poderiam fazer e que tipo de apoio desejariam?
11. Depois peça a cada um para dizer como se sentiram durante o jogo.

COMENTÁRIOS:
Neste exercício, as pessoas frequentemente experimentam reações emocionais fortes.
Contatos pessoais
OBJETIVOS: Avaliação das manifestações da sexualidade.

MATERIAIS: Cartolinas. Canetas hidrográficas. Jornais e revistas. Tesoura. Cola.

TEMPO : 30 minutos.
PROCEDIMENTO:
Trabalho individual
1. Pedir aos participantes que pensem em algo que tenham visto, ouvido, falado ou sentido
sobre sexualidade.
2. Solicitá-los a guardar esses pensamentos para si. Não é necessário escrever.
Trabalho em grupo
1. Formar grups de 5 e solicitar que conversem sobre diferentes situações em que a
sexualidade é manifestada pelas pessoas no ambiente social.
2. Entregar revistas, jornais, cartolinas, canetas, tesouras, e cola aos grupos.
3. Solicitar aos grupos a montar um painel com figuras, anúncios e textos que estejam
relacionados com a sexualidade.
4. Após a elaboração do painel, pedir a cada grupo que eleja um representante para explicar
como foi o processo de discussão e de montagem do painel.
5. Cada representante de grupo coloca seu painel em uma parede da sala e explicará para o
grande grupo o seu real significado.
6. Após as apresentações, abrir um debate com todos os participantes.
7. o facilitador poderá fazer uma síntese dos tópicos apresentados e incentivar a reflexão
sobre as manifestações da sexualidade em diferentes culturas.

PONTOS PARA DISCUSSÃO:


a) Por que as pessoas confundem sexualidade com sexo?
b) De que maneira a sexualidade ode ser expressada?
c) Que sentimentos podem estar envolvidos na expressão da sexualidade?
d) O que se entende por sexualidade, sensualidade, erotismo e pornografia?

VARIAÇÕES:
1. Poderão ser discutidos vários tópicos: exames; soropositividade; crenças e mitos; medos;
etc.
A Escada
OBJETIVO: Identificar e refletir sobre os valores de vida.

MATERIAIS: Sala ampla, folhas de papel sulfite, pincéis atômicos, fita crepe.

TEMPO : 30 minutos

PROCEDIMENTO :
1. O facilitador solicitará que os participantes caminhem pela sala e pensem sobre: “ O que é
mais importante na sua vida”?
2. O facilitador pedirá a cada participante que pegue uma folha de papel e um pincel atômico.
3. O facilitador pedirá que a folha seja dividida em 3 partes, no sentido do comprimento.
4. A seguir, o facilitador pedirá que, em cada tira de papel, seja escrita uma palavra que
corresponda a um valor da vida do participante.
5. Enquanto isso, o facilitador marcará no chão da sala, com fita crepe, 3 degraus de uma
escada.
6. Certificando-se de que todos terminaram, o facilitador pede a cada participante que vá até
os degraus e coloque uma tira da palavra escrita em cada degrau, em ordem decrescente
de importância.

PONTOS PARA DISCUSSÃO:


1. No início da dinâmica, foi difícil detectar os principais valores? (“deu branco”?)
2. Que valores aparecem mais? Que tipo de valores são?
3. Por que eles não estão na mesma escala de prioridade?
4. Durante nossa vida, esses valores se modificam? Por que?
5. Qual a relação entre os valores de vida e a prevenção?
Casos e Acasos
OBJETIVO: Encorajar a busca de soluções decisivas para as situações da vida real.

MATERIAL: Folhas de papel sulfite e folhas com situações descritas.

TEMPO : 40 minutos.

PROCEDIMENTO :
1. Dividir a turma em grupos de cinco participantes.
2. Entregar para cada grupo um descrição de uma situação diferente, para que o grupo discuta
e tome uma decisão a respeito.
3. Solicitar ao grupo que desenvolva as seguintes atividades:
4. Apontar as vantagens, desvantagens, alternativas e conseqüências para cada uma das
situações propostas na página seguinte;
5. Identificar uma única decisão sobre o caso.

PONTOS PARA DISCUSSÃO:


1. A decisão tomada pode ter conseqüências graves?
2. Estar seguro de que essa decisão não prejudicaria alguém.
3. Dificuldade para tomar a decisão.
4. Fazer uma comparação com a vida real.

EXEMPLOS DE SITUAÇÕES

Situação 1
“Quando conheci meu vizinho, éramos só amigos. Com o passar do tempo acabamos saindo
juntos e, hoje, apesar de já ter se mudado, ele vem todos os dias na minha casa. Como está
estudando, não quer se prender a ninguém. Só quer transar, mas não somos namorados. Será
que se eu transar, ele fica comigo?”
(Revista Meu Amor, nº 39)

Situação 2
“Tive uma criação muito repressora. Meus pais não me deixam namorar, nem sair com meus
amigos. Agora, estou apaixonada por um garoto que me curte um monte, só que ele usa
drogas e eu quero ajudá-lo a sair dessa.”

Situação 3
“Alex, 16 anos, namora Marina, de 17 anos há quase um ano. Ele está terminando o 2º grau e
está em dúvida se vai para a Universidade ou começa a trabalhar. Seus pais não são ricos e às
vezes até enfrentam dificuldades. Há uma semana, Marina lhe contou que acha que está
grávida. Agora Alex tem que tomar uma decisão em sua vida.

Situação 4
“Tenho 15 anos, estudo e estou gostando de um cara mais velho. Minhas amigas dão a maior
força para ficarmos juntos. Ele também está a fim. Tenho medo de me envolver e depois não
dar certo. O que devo fazer?
(Revista Querida, Ano VI nº 100)

Você também pode gostar