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FALÊNCIA
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ATUALIZADO EM 11/04/2017
Origem histórica
- Roma antiga: devedor respondia com a própria liberdade e a vida
- Lex Poetelia Papiria: responsabilidade patrimonial
- Código Justiniano: execução especial de devedor insolvente. Credores adquiriam a
posse comum do bem e vendiam. Qualquer devedor, comerciante ou não. O intuito é punir o
devedor.
- Código de Napoleão – regras próprias para o devedor comerciante. Intuito de punir.
- hoje- intuito de preservar a empresa.
1. Cenário
Objetiva atender todos os credores envolvidos na situação econômica de insolvência da
empresa. O credor pode ajuizar uma ação de cobrança, uma ação de execução ou ação
monitória contra o devedor. Mas, nesse caso, só existirá a satisfação individualizada do credor
que ajuizou a ação. Ao contrário, se for promovida uma ação de falência, todos os bens do
devedor serão arrecadados e serão vendidos. O dinheiro obtido com a venda será usado para
pagamento de todos os credores do falido.
Pode acontecer também de o credor que possua um crédito mal classificado não ser
satisfeito. Por isso muitos chamam a falência de execução coletiva ou concursal (concurso de
credores no recebimento dessa execução).
2. Conceito
Falência é um processo de execução coletiva, no qual todo o patrimônio de um
empresário (pessoa física ou jurídica), declarado falido, é arrecadado e vendido para
pagamento da universalidade dos credores. É um processo judicial complexo, que compreende
a arrecadação de bens, sua administração e conservação, bem como a verificação e o
acertamento de créditos, para posterior liquidação dos bens e rateio entre os credores.
Compreende também a punição de atos criminosos praticados pelo devedor falido.
Pressupostos da falência
- pressuposto material subjetivo: qualidade de empresário
-pressuposto material objetivo: insolvência do devedor
- pressuposto formal: sentença
Na verdade, o que ocorre é que tais agentes possuem leis específicas que disciplinam o
tratamento jurídico de sua insolvência, submetendo-os a um processo especial de liquidação
extrajudicial. Lei 6.024/74 (instituições financeiras) e Decreto-lei 73/66 (seguradoras).
A princípio nenhum dos entes do inciso II pode sofrer pedido de falência. Todavia,
podem sofrer uma liquidação extrajudicial, na qual será nomeado o liquidante que, por sua vez,
poderá pedir a falência destes entes.
Neste procedimento, será nomeado um liquidante que (somente ele) poderá requerer a
falência destas entidades.
Então grave: nos casos elencados no inciso II, a falência poderá ocorrer como
consequência da liquidação extrajudicial.
q – empresa aérea se submete à lei de falência.
4. Processo falimentar – fases
1ª Fase: Pré-falimentar
– início: com o pedido de falência
- término: sentença declaratória de falência.
2ª Fase: Falimentar
- início: sentença declaratória de falência.
- término: sentença de encerramento
3ª Fase: Reabilitação
- início: sentença de extinção das obrigações do falido
5. Legitimidade processual
5.1. Legitimidade ativa1:
Art. 97. Podem requerer a falência do devedor: I – o próprio devedor, na forma do
disposto nos arts. 105 a 107 desta Lei; II – o cônjuge sobrevivente, qualquer herdeiro do
devedor ou o inventariante; III – o cotista ou o acionista do devedor na forma da lei ou do ato
constitutivo da sociedade; IV – qualquer credor.
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A banca CESPE, na prova do TJDFT/2016, considerou correta a seguinte alternativa: “Um empresário deverá
comprovar a regularidade do exercício da atividade empresarial, mediante a apresentação de certidão da junta
comercial, para requerer a falência de outro empresário.”
OBS. ele deve ou pode requerer a falência? DEVE. Trata-se de obrigação. E o que
acontece com aquele empresário que deveria pedir a falência e na pode? Nada, por ausência
de previsão legal.
B. Sócio ou acionista.
*A natureza trabalhista do crédito não impede que o credor requeira a falência do devedor.
Assim, o credor trabalhista tem legitimidade ativa para ingressar com pedido de falência,
considerando que o art. 97, IV, da Lei nº 11.101/2005 não faz distinção entre credores.
STJ. 3ª Turma. REsp 1.544.267-DF, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em
23/8/2016 (Info 589).
- Credores com garantia real: No regime anterior, havia regra expressa limitando a
legitimidade de tais credores, uma vez que estes só poderiam requerer a falência se
renunciassem à garantia real ou se provassem que a mesma já não era mais suficiente. A atual
legislação falimentar silenciou, razão pela qual se entende que tal credor pode requerer a
falência independentemente de qualquer circunstância.
OBS3. O que ocorre se o requerente é alguém que quer apenas manchar a imagem do
requerido, atuando dolosamente? R: Neste caso, na mesma sentença que julgar improcedente
o pedido de falência, o juiz mandará o autor da ação a pagar perdas e danos em favor do réu.
Art. 101. Quem por dolo requerer a falência de outrem será condenado, na sentença
que julgar improcedente o pedido, a indenizar o devedor, apurando-se as perdas e danos em
liquidação de sentença. § 1o Havendo mais de 1 (um) autor do pedido de falência, serão
solidariamente responsáveis aqueles que se conduziram na forma prevista no caput deste
artigo § 2o Por ação própria, o terceiro prejudicado também pode reclamar indenização dos
responsáveis.
OBS2. Se o credor não possui domicílio no país, exige-se a caução. Evita-se a ação de
falência de forma temerária, o que pode prejudicar a empresa demandada. No caso de dolo,
teria que haver uma carta rogatória para cobrar a indenização, por isso a exigência de caução
nesses casos.
OBS3. MP pode pedir falência? NÃO, em regra. RJ – Sergio Campinho admite essa
possibilidade quando houver descumprimento de TAC. O descumprimento gera uma obrigação
pecuniária (multa). Poderia, então, o MP buscar o pagamento dessa multa através do processo
de falência.
5.2. Legitimidade passiva. Quem pode ser réu – pressuposto material subjetivo
Empresário individual
Sociedade empresária
EIRELI
OBS. salvo os casos de exclusão que já vimos.
6. Juízo competente
Art. 3o É competente para homologar o plano de recuperação extrajudicial, deferir a
recuperação judicial ou decretar a falência o juízo do local do principal estabelecimento do
devedor ou da filial de empresa que tenha sede fora do Brasil.
A justiça competente para julgar as ações de falência é a justiça comum estadual. Se
quem ajuíza o pedido de falência é uma empresa pública ou autarquia federal (pedidos
absurdos!!), a competência não será da justiça federal. O Art. 109 excluem da apreciação da JF
as causa de falência.
Informativo STJ – 519 - trata da liquidação extrajudicial – SEM em liquidação
extrajudicial – competência da Justiça Estadual.
O juízo competente é o juízo do local do principal estabelecimento. Caso a sede seja
fora do Brasil, será o local da filial da empresa. Está ligada ao aspecto econômico: local onde o
devedor concentra o maior volume de negócios. Neste sentido, STJ. Esta competência é
absoluta.
O que há é uma presunção de insolvência, mas nem sempre real. Basta preencher os
requisitos legais.
e) dá ou reforça garantia a credor por dívida contraída anteriormente sem ficar com bens
livres e desembaraçados suficientes para saldar seu passivo;
f) ausenta-se sem deixar representante habilitado e com recursos suficientes para pagar
os credores, abandona estabelecimento ou tenta ocultar-se de seu domicílio, do local de sua
sede ou de seu principal estabelecimento;
8. Defesa do requerido
a) Apresentação de contestação
Prazo de 10 dias - CUIDADO – cai muito. Nao confunda com o precesso civil – 15 dias.
Ele pode alegar a prescriçao do título, a nulidade da obrigação, falsidade do título,
ausência de protesto, pagamento do título. OBS. Pode alegar a cessação das atividades por
mais de dois anos antes do pedido de falência.
b) Depósito elisivo
Uma vez feito o depósito elisivo pelo devedor, o juiz estará impedido de decretar a
falência. Se eu paguei não sou insolvente. O depósito deve ser feito dentro do prazo de
contestação. Qual o valor do depósito? Valor principal + juros + correção + honorários
advocatícios. (na citação de falência, o juiz já arbitra o valor dos honorários).
Cabimento : Art. 98. Citado, o devedor poderá apresentar contestação no prazo de 10
(dez) dias. Parágrafo único. Nos pedidos baseados nos incisos I e II do caput do art. 94 desta
Lei, o devedor poderá, no prazo da contestação, depositar o valor correspondente ao total do
crédito, acrescido de correção monetária, juros e honorários advocatícios, hipótese em que a
falência não será decretada e, caso julgado procedente o pedido de falência, o juiz ordenará o
levantamento do valor pelo autor.
Lei: casos dos incisos I e II. Pela literalidade da LRE não cabe elisão da falência nos
casos dos atos de falência descritos no inciso III do art. 94 da Lei.
Doutrina e jurisprudência: também cabe no caso do inciso III, em homenagem ao
princípio da preservação da empresa.
10.2. Requisitos
I. O juiz ordena ao falido para que este apresente uma relação de credores, no prazo de
05 dias, sob pena de crime de desobediência.
II. Explicitar o prazo para habilitação de crédito;
III. Nomeação do administrador judicial (auxilia o juiz na administração da falência e é
representante legal da massa falida); O art. 22 traz uma série de obrigações do administrador
judicial.
Art. 102. O falido fica inabilitado para exercer qualquer atividade empresarial a partir da
decretação da falência e até a sentença que extingue suas obrigações, respeitado o disposto
no § 1o do art. 181 desta Lei.
Parágrafo único. Findo o período de inabilitação, o falido poderá requerer ao juiz da
falência que proceda à respectiva anotação em seu registro.
b) Art. 103 – perde a disponibilidade dos bens
c) Art. 1044 CC – dissolução da sociedade
Dissolução da sociedade. Haverá o encerramento da atividade empresarial e a
consequente liquidação do patrimônio social para o posterior pagamento dos credores.
Obs. o STJ admite a desconsideração da personalidade jurídica da empresa no
processo de falência. Admite também a desconsideração da personalidade do grupo
econômico.
d) Art. 81 – falência dos sócios – no caso de sociedade em comum, em nome coletivo,
em comandita simples (só para o sócio comanditário), ou seja, as sociedades de
responsabilidade ilimitada.
Pode ocorrer a falência dos sócios:
- limitada
- ilimitada
- desconsideração
Entende o STJ que, quando a sociedade não faz a sua baixa regular na junta
comercial, ela se torna irregular e, neste caso, a responsabilidade do sócio passa a ser
ilimitada (o juiz declara a falência dos sócios também).
Art. 81. A decisão que decreta a falência da sociedade com sócios ilimitadamente
responsáveis também acarreta a falência destes, que ficam sujeitos aos mesmos efeitos
jurídicos produzidos em relação à sociedade falida e, por isso, deverão ser citados para
apresentar contestação, se assim o desejarem.
§ 1o O disposto no caput deste artigo aplica-se ao sócio que tenha se retirado
voluntariamente ou que tenha sido excluído da sociedade, há menos de 2 (dois) anos, quanto
às dívidas existentes na data do arquivamento da alteração do contrato, no caso de não terem
sido solvidas até a data da decretação da falência.
Art. 115. A decretação da falência sujeita todos os credores, que somente poderão
exercer os seus direitos sobre os bens do falido e do sócio ilimitadamente responsável na
forma que esta Lei prescrever.
Art. 76. O juízo da falência é indivisível e competente para conhecer todas as ações
sobre bens, interesses e negócios do falido, ressalvadas as causas trabalhistas, fiscais e
aquelas não reguladas nesta Lei em que o falido figurar como autor ou litisconsorte ativo.
Parágrafo único. Todas as ações, inclusive as excetuadas no caput deste artigo, terão
prosseguimento com o administrador judicial, que deverá ser intimado para representar a
massa falida, sob pena de nulidade do processo.
As regras dos arts. 117 e 118 são excepcionadas quando o contrato possuir a chamada
cláusula de resolução por falência.
Obs. Observações especiais a determinados contratos.
Art. 119. Nas relações contratuais a seguir mencionadas prevalecerão as seguintes
regras:
I – o vendedor não pode obstar a entrega das coisas expedidas ao devedor e ainda em
trânsito, se o comprador, antes do requerimento da falência, as tiver revendido, sem fraude, à
vista das faturas e conhecimentos de transporte, entregues ou remetidos pelo vendedor;
III – não tendo o devedor entregue coisa móvel ou prestado serviço que vendera ou
contratara a prestações, e resolvendo o administrador judicial não executar o contrato, o crédito
relativo ao valor pago será habilitado na classe própria;
A) Arrecadação
Uma vez nomeado, o administrador judicial fará a arrecadação de todos os bens que
estão na posse do falido. Segundo previsão do art. 85 da Lei de Falências, o proprietário de
bem arrecadado no processo de falência ou que se encontre em poder do devedor na data da
decretação da falência poderá pedir sua restituição (pedido de restituição, que consiste em
uma ação). Caso este bem já tenha sido alienado, o credor terá a restituição em dinheiro.
A arrecadação os bens será formalizada através da lavratura do auto de arrecadação
(art. 110), o qual será composto do inventário e do laudo de avaliação dos bens.
Art. 85. O proprietário de bem arrecadado no processo de falência ou que se encontre em
poder do devedor na data da decretação da falência poderá pedir sua restituição.
Parágrafo único. Também pode ser pedida a restituição de coisa vendida a crédito e
entregue ao devedor nos 15 (quinze) dias anteriores ao requerimento de sua falência, se ainda
não alienada.
Sentença declaratória – 5 dias para relação de credores – edital com a sentença +
relação de credores – verificação dos credores e a arrecadação dos bens + venda para pagar
os credores verificados.
Quando o juiz decreta a falência, ele faz a nomeação do administrador judicial. Esse
administrador vai providenciar a arrecadação de todos os bens que estão na posse do falido. O
procedimento de arrecadação abrange tanto os bens de propriedade do devedor falido quanto
os bens que apenas se encontram na sua posse. Sendo assim, pode ser que a arrecadação
atinja bens de terceiros.
Obs. se o administrador judicial arrecadar bem de outrem caberá o pedido de restituição
(não há que se falar em embargos de terceiro ou habilitação de credor). É uma ação de rito
ordinário que vai ser ajuizada no processo de falência, objetivando a devolução do bem. Ex.
decretou a falência da pizzaria. Tem um freezer da coca cola. Esse freezer é dado em
comodato. Se o juiz julga a ação procedente, vai determinar a entrega da coisa no prazo de 48
horas.
Hipóteses:
- coisa é de terceiro
obs. INSSS. Empresa recolheu INSS do funcionário. Ela estava em posse de um valor
que não era da empresa. Esse valor é do INSS, que pede a restituição do dinheiro. A
restituição em dinheiro é diferente da restituição em coisa, pois ocorrerá junto do pagamento
dos demais credores.
Por outro lado, no que tange aos valores relativos à contribuição social, devidos pelo
falido a título de contribuinte, deverá o INSS proceder da forma ordinária (execução fiscal).
Obs. Valores de correntistas de instituições financeiras que eventualmente tenham a sua
falência decretada Entende o STJ (AgRg no REsp 509467/MG e REsp 492956) que os valores
Art. 89. A sentença que negar a restituição, quando for o caso, incluirá o requerente no
quadro-geral de credores, na classificação que lhe couber, na forma desta Lei.
Art. 90. Da sentença que julgar o pedido de restituição caberá apelação sem efeito
suspensivo.
Parágrafo único. O autor do pedido de restituição que pretender receber o bem ou a
quantia reclamada antes do trânsito em julgado da sentença prestará caução.
Art. 91. O pedido de restituição suspende a disponibilidade da coisa até o trânsito em
julgado.
Parágrafo único. Quando diversos requerentes houverem de ser satisfeitos em dinheiro e
não existir saldo suficiente para o pagamento integral, far-se-á rateio proporcional entre eles.
12. Medidas para reintegrar bens que não estão com o falido
Parágrafo único. A ineficácia poderá ser declarada de ofício pelo juiz, alegada em defesa
ou pleiteada mediante ação própria ou incidentalmente no curso do processo.
Art. 131. Nenhum dos atos referidos nos incisos I a III e VI do art. 129 desta Lei que
tenham sido previstos e realizados na forma definida no plano de recuperação judicial será
declarado ineficaz ou revogado.
b) Casos de ineficácia subjetiva - Art. 130
Aqui vou apurar a intenção do devedor. Tenho que provar que houve conluio fraudulento
e que causou dano para a massa falida.
São todas as hipóteses que não se enquadram naquelas do art. 129. Residual.
Art. 130. São revogáveis os atos praticados com a intenção de prejudicar credores,
provando-se o conluio fraudulento entre o devedor e o terceiro que com ele contratar e o
efetivo prejuízo sofrido pela massa falida.
Obs. Ação revocatória – para que esses bens (ineficácia subjetiva) incorporem o ativo do
falido, deve ser ajuizada ação revocatória. Busca a recomposição patrimonial daquele falido.
Não há revocatória na ineficácia objetiva. Pleiteada incidentalmente.
Assim, observa-se que a ação revocatória está hoje adstrita às hipóteses de ineficácia
subjetiva.
Rito ordinário
Prazo de três anos da decretação da falência.
Autor
-Qualquer credor
- Administrador judicial
Na verdade é a massa falida, sendo o administrador seu representante. No entanto, se
ele ingressar em nome próprio haverá vício formal sanável, que pode ser corrigido por
emenda da inicial STJ.
- MP – foi uma conquista do MP. Não havia essa previsão anteriormente.
A) modalidades
Leilão
Móvel e imóvel
Proposta fechada
Camarada vai ao cartório e entrega envelope com sua proposta
Pregão Art. 142
Art. 142. O juiz, ouvido o administrador judicial e atendendo à orientação do Comitê, se houver,
ordenará que se proceda à alienação do ativo em uma das seguintes modalidades:
I – leilão, por lances orais;
II – propostas fechadas;
III – pregão.
§ 1o A realização da alienação em quaisquer das modalidades de que trata este artigo
será antecedida por publicação de anúncio em jornal de ampla circulação, com 15 (quinze) dias
de antecedência, em se tratando de bens móveis, e com 30 (trinta) dias na alienação da
empresa ou de bens imóveis, facultada a divulgação por outros meios que contribuam para o
amplo conhecimento da venda.
§ 2o A alienação dar-se-á pelo maior valor oferecido, ainda que seja inferior ao valor de
avaliação.
§ 3o No leilão por lances orais, aplicam-se, no que couber, as regras da Lei no 5.869, de
11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil.
Obs. Sucessão. Não tem sucessão na falência. NENHUMA. Nem mesmo trabalhista,
tributária e de acidente de trabalho. Esse dinheiro da venda vai para a massa falida e lá se fará
os pagamentos dos credores trabalhistas, fiscais, etc.
Segundo dispõe o art. 141, II, na falência, não haverá a sucessão do alienante nas
obrigações do devedor, inclusive as de natureza tributária, trabalhistas e as decorrentes de
acidentes de trabalho. Grave: não há mais sucessão tributária ou trabalhista de bem ou
empresa adquirida em processo falimentar.
Art. 141. Na alienação conjunta ou separada de ativos, inclusive da empresa ou de suas
filiais, promovida sob qualquer das modalidades de que trata este artigo:
I – todos os credores, observada a ordem de preferência definida no art. 83 desta Lei,
sub-rogam-se no produto da realização do ativo;
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O STF, no julgamento da ADI 3934/DF, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 27.5.2009, afastou a alegada
inconstitucionalidade do referido inciso, conforme noticiado no Informativo 548: “O Tribunal, por maioria, julgou
improcedente pedido formulado em ação direta de inconstitucionalidade proposta pelo Partido Democr ático Trabalhista -
PDT contra artigos da Lei 11.101/2005. Rejeitou-se a alegação de que os artigos 60, parágrafo único, e 141, II, da lei em
questão seriam inconstitucionais por estabelecerem que o arrematante das empresas em recupera ção judicial não
responderia pelas obrigações do devedor, em especial as derivadas da legisla ção do trabalho, uma vez que o legislador, teria
optado por dar concreção a determinados valores constitucionais, quais sejam, a livre iniciativa e a fun ção social da
Antes essa habilitação era direcionada ao juiz. Agora ela é encaminhada para o
administrador judicial.
A habilitação, portanto, é medida administrativa. Não necessita de advogado (independe
de capacidade postulatória). Não tem custas.
Encerrado o prazo de 15 dias, o administrador judicial terá o prazo de 45 dias para
elaborar nova relação de credores. Essa relação é chamada de relação do art. 7, §2º.
Esse novos créditos poderão ser discutidos por meio da ação de impugnação.
Art. 10. Não observado o prazo estipulado no art. 7 o, § 1o, desta Lei, as habilitações de
crédito serão recebidas como retardatárias. § 5o As habilitações de crédito retardatárias, se
apresentadas antes da homologação do quadro-geral de credores, serão recebidas como
impugnação e processadas na forma dos arts. 13 a 15 desta Lei.
b) Crédito com garantia real (hipoteca, penhor – geralmente de banco) até o limite do
valor do bem dado em garantia.
Ex. dívida de 1 milhão que empresa garantiu com casa de 800.000,00. Banco habilita o
crédito de um milhão, mas o que irá receber com preferência é o valor da garantia. O restante é
quirografário.
NÃO é o Tributário aqui, como ocorre normalmente.
c) Crédito Tributário
ATENÇÃO: multa tributária NÃO.
16. Encerramento
Concluída a realização do ativo e distribuído o produto entre os credores, o
administrador judicial apresentará suas contas ao juiz no prazo de 30 dias.
Aberto Prazo de 10 dias para credores e devedores impugnarem as contas.
Aberto prazo de 5 dias para o MP impugnar
Se houver impugnação o Administrador Judicial será ouvido.
Sentença julga as contas – cabe apelação
Administrador judicial apresenta relatório final da falência, em 10 dias
Sentença de encerramento da falência, que será publicada por edital, contra a
qual cabe apelação.
Art. 157. O prazo prescricional relativo às obrigações do falido recomeça a correr a partir
do dia em que transitar em julgado a sentença do encerramento da falência.
O encerramento da falência não significa, por si só, a extinção das obrigações do devedor
falido. A extinção de suas obrigações somente se verifica nos termos do art. 158:
Art. 158. Extingue as obrigações do falido:
I – o pagamento de todos os créditos;
II – o pagamento, depois de realizado todo o ativo, de mais de 50% (cinqüenta por
cento) dos créditos quirografários, sendo facultado ao falido o depósito da quantia necessária
para atingir essa porcentagem se para tanto não bastou a integral liquidação do ativo;
III – o decurso do prazo de 5 (cinco) anos, contado do encerramento da falência, se o
falido não tiver sido condenado por prática de crime previsto nesta Lei;
IV – o decurso do prazo de 10 (dez) anos, contado do encerramento da falência, se
o falido tiver sido condenado por prática de crime previsto nesta Lei.
Art. 159. Configurada qualquer das hipóteses do art. 158 desta Lei, o falido poderá
requerer ao juízo da falência que suas obrigações sejam declaradas extintas por sentença
3.9 Sentença de extinção das obrigações do falido
Somente após esta sentença, o falido estará reabilitado ao exercício da atividade
empresarial.
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Este material foi produzido pelos coaches com base em anotações pessoais de aulas,
referências e trechos de doutrina, informativos de jurisprudência, enunciados de súmulas,
artigos de lei, anotações oriundas de questões, entre outros, além de estar em constante
processo de atualização legislativa e jurisprudencial pela equipe do Ciclos R3.