Você está na página 1de 117

PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA

Portal Educação

CURSO DE
Contabilidade para Micros e
Pequenos Empresários

Aluno:

EaD - Educação a Distância Portal Educação

AN02FREV001/REV 4.0

1
CURSO DE
Contabilidade para Micros e
Pequenos Empresários

MÓDULO I

Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição
do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.

AN02FREV001/REV 4.0

2
SUMÁRIO

Módulo I

1. Introdução
2. Formas de Organização das Empresas
2.1 Aspectos Tributários Relacionados com as Empresas
3. A Contabilidade
4. Relatórios Contábeis
4.1 Balanço Patrimonial
4.1.1 A Estrutura das Contas do Balanço Patrimonial
4.2 Demonstração do Resultado do Exercício

AN02FREV001/REV 4.0

3
1. INTRODUÇÃO

A Contabilidade permite traduzir as ações que ocorrem no mundo dos


negócios em um conjunto de números. Esses números são apresentados por meio
dos relatórios contábeis, dentre eles Balanços Patrimonial (BP) e a Demonstração
do Resultado do Exercício (DRE).
Todas as empresas devem ter um contador, seja um funcionário contratado
pela empresa ou o que acontece com a maioria dos micros e pequenos
empresários, a contratação de serviços de um escritório de Contabilidade.
Atualmente é fundamental que todos os empresários tenham conhecimento,
pelo menos básico sobre a Contabilidade, pois a adequada análise nos Relatórios
Contábeis serve de apoio à tomada de decisão. Os relatórios contábeis existem não
somente para atender às exigências fiscais e legais, mas como ferramenta de apoio
ao processo decisório. A Contabilidade deve estar muito bem organizada, pois assim
o empresário pode precaver-se contra uma possível insolvência da empresa.
Para o processo decisório, o adequado é a análise nos Relatórios Contábeis,
além é claro, considerar-se o feeling do empresário.
Santos (2008) afirma que, “apesar de representar quase 98% do total de
empresas do País e responder por cerca de 60% dos empregos formais e por 20%
do PIB nacional, as micro e pequenas empresas ainda sofrem com o fantasma da
mortalidade, antes mesmo destas completarem dois anos de vida”.
Dentre os fatores que mais contribuem com essa mortalidade, citam-se: a
carga tributária, incapacidade administrativa, falta de escrituração contábil, e falta de
planejamento financeiro, tributário e gerencial.
Este curso está dividido em quatro módulos e tem como objetivo capacitar
os empresários com conhecimentos essenciais de Contabilidade para serem
utilizadas quando do processo decisório.
O módulo um tem como objetivo geral apresentar a estrutura, bem como a
importância dos principais relatórios contábeis.
O módulo dois tem como objetivo oferecer ferramentas para que o gestor
possa analisar as demonstrações contábeis e tomar conhecimento sobre a saúde da
empresa.

AN02FREV001/REV 4.0

4
O módulo três tem como objetivo apresentar a terminologia e a classificação
utilizada em custos.
Finalmente, o objetivo geral do módulo quatro é apresentar o método
utilizado para a operacionalização do processo contábil.

AN02FREV001/REV 4.0

5
2. FORMAS DE ORGANIZAÇÃO DAS EMPRESAS

O novo Código Civil (Lei 10406, de 10 de janeiro de 2002) que entrou em


vigor em 10 de janeiro de 2003, classifica as sociedades em: Sociedades
Personificadas e Sociedades Não Personificadas. A Figura 1 evidencia as formas
societárias.

Figura 1 - Formas societárias

A Sociedade Personificada está dividida em: Sociedade Simples e


Sociedade Empresária. Sociedade Personificada é aquela que adquiriu a
personalidade jurídica ao efetuar o seu registro no órgão competente, ao contrário
das sociedades não personificadas, que não registraram o ato constitutivo no órgão
competente.
As sociedades simples reúnem pessoas que exercem profissão intelectual,
de natureza científica, literária ou artística e as cooperativas. Essas são registradas
em Cartório.
Como exemplo de Sociedade Simples Verne (2003) afirma que: “Uma
sociedade de contadores que execute serviço exclusivamente por meio de seus
sócios, estará classificada como uma Sociedade Simples. Caso este mesmo
escritório contábil contrate outros contadores para execução do objeto social da
sociedade, não estaremos mais diante do conceito de sociedade simples, mas sim
no de uma Sociedade Empresária”.

AN02FREV001/REV 4.0

6
As sociedades empresárias exercem atividade econômica organizada para a
produção ou circulação de bens ou de serviços e com o objetivo de lucro. A
Sociedade Empresária constitui-se, de modo geral, por um dos seguintes tipos
societários: sociedade limitada ou sociedade anônima.
Na sociedade limitada o capital é dividido em quotas ou cotas, enquanto que
na sociedade anônima o capital é dividido em ações, onde cada ação representa
uma parte do capital.
As sociedades em comum não têm contrato registrado no órgão competente,
logo são consideradas sociedades não personificadas, por não estarem
juridicamente constituídas como pessoa jurídica. Na verdade, suas atividades são
desenvolvidas de maneira informal.
Fortes (2003) afirma que “essa informalidade não lhe tira a essência da
existência da sociedade, que não é necessariamente o mesmo que pessoa jurídica”.
É o tipo de sociedade não recomendada, pois a mesma fere a legislação por não
estar devidamente registrada.
O novo Código Civil, no artigo 967, determina que seja obrigatória a
inscrição do empresário no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva
sede, antes do início de suas atividades.
Salienta-se que, de modo geral, no Brasil, as empresas desenvolvem suas
atividades de maneira formal, com o respectivo registro no órgão competente.
As sociedades em conta de participação diferenciam-se das sociedades em
comum, por estarem dispensadas do arquivamento dos seus atos constitutivos no
órgão competente. Essa sociedade não possui patrimônio próprio e nem
personalidade jurídica, sendo formada para realizar negócios de curta duração,
extinguindo-se após a execução.
De acordo com o Código Civil, na sociedade em conta de participação, a
atividade constitutiva do objeto social é exercida unicamente pelo sócio ostensivo,
em seu nome individual e sob sua própria e exclusiva responsabilidade, participando
os demais dos resultados correspondentes. A joint venture e as representações
comerciais são exemplos de sociedades em conta de participação.
O Consórcio Simples, onde poderão participar as microempresas e as
empresas de pequeno porte, que optaram pelo Simples Nacional, pode ser
considerado como um exemplo para sociedades em conta de participação.

AN02FREV001/REV 4.0

7
Conforme o art. 2º do Decreto 6451, de 12 de maio de 2008 – que
regulamenta o artigo 56 da Lei Complementar nº 123, o Consórcio Simples não tem
personalidade jurídica e as consorciadas somente se obrigam nas condições
previstas no respectivo contrato, cada uma respondendo por suas obrigações, sem
presunção de solidariedade, salvo se assim estabelecido entre as consorciadas.
O Consórcio Simples pode ser constituído por tempo indeterminado, e ter
como objeto a compra ou a venda de bens ou serviços para o mercado nacional e
internacional. Destaca-se que o consórcio simples não poderá ser
concomitantemente de venda e de compra, salvo no caso de compra de insumos
para industrialização, de acordo com o art. 1º do Decreto referido.
O quadro a seguir mostra as principais mudanças que ocorreram com as
formas societárias em função do Novo Código Civil.

Antes e depois do Novo Código Civil


Antes do NCC Com o NCC
Atividades intelectuais - Sociedade civil Sociedade simples
Atividade comercial, industrial – Sociedade empresária
sociedades comerciais
Comerciante individual – com registro na Empresário (civil e o comercial) – exerce
junta comercial – antigas firmas profissionalmente atividade econômica
individuais organizada para a produção ou a circulação
de bens ou serviços – exerce nome próprio
atividade econômica organizada.
Prestação de serviços não intelectuais – Sociedade empresária
Sociedades Civis

2.1 Aspectos tributários relacionados com as empresas

A Lei Geral da Micro e Pequena Empresa, Lei Complementar 123/2006


classifica a Micro Empresa (ME) e a Empresa de Pequeno Porte (EPP), de acordo
com a receita bruta.
Para os efeitos dessa Lei Complementar, consideram-se microempresas ou
empresas de pequeno porte, a sociedade empresária, a sociedade simples e o

AN02FREV001/REV 4.0

8
empresário, devidamente registrados no Registro de Empresas Mercantis ou no
Registro Civil de Pessoas Jurídicas, conforme classificação apresentada a seguir.

Classificação das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte


Descrição Microempresas Empresas de Pequeno Porte
Igual ou inferior a R$ Superior a R$ 240.000,00 e igual ou
Receita bruta anual
240.000,00 inferior a R$ 2.400.000,00
Fonte: Lei complementar 123/2006

As microempresas e as empresas de pequeno porte podem ingressar no


regime do Simples Nacional, onde podem unificar o recolhimento dos seus impostos.
Abrange a participação de todos os entes federados, União, Estados, Distrito
Federal e Municípios. É administrado por um Comitê Gestor composto por oito
integrantes: quatro da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), dois dos
Estados e do Distrito Federal e dois dos Municípios.
Abrange os tributos apresentados na Figura 2. São eles:

a) Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ);


b) Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL);
c) Contribuição para o Programa de Integração Social (PIS) e de Formação
do Patrimônio do Servidor Público (PASEP);
d) Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS);
e) Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) – exceto o incidente na
importação;
f) Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços de Interestadual e
Intermunicipal e de Comunicação (ICMS);
g) Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS) e
h) Contribuição para a Seguridade Social (INSS), a cargo da pessoa jurídica
patronal.

Tributos abrangidos pelo Simples Nacional

AN02FREV001/REV 4.0

9
O Serviço Brasileiro de Apoio às Micros e Pequenas Empresas (SEBRAE)
classifica assim as empresas:

Classificação das empresas conforme o número de empregados


Porte/Setor Indústria Comércio/Serviços
Microempresas Até 19 Até 9 empregados
Empresas de pequeno porte De 20 a 99 De 10 a 49
Médias De 100 a 499 De 50 a 99
Grandes 500 ou mais 100 ou mais
Fonte: Sebrae

É fundamental que os empresários saibam que existem outras modalidades


para pagamento dos impostos, que não o Simples Nacional.
No que se refere ao pagamento do imposto de renda e da contribuição
social, existe a modalidade de Lucro Presumido, de Lucro Real e o Lucro Arbitrado.
É necessário que o empresário tenha o suporte de um profissional de contabilidade,
para que se possa fazer uma avaliação da melhor modalidade para pagamento dos
impostos, sempre que possível.
Caso a opção seja pelo Lucro Presumido, pode acontecer de a empresa
estar pagando imposto mesmo que esteja incorrendo em prejuízo, em função de que
a base de cálculo para pagamento desses impostos é a receita bruta total.
Considera-se como receita bruta total, o produto da venda de bens ou da prestação
de serviços, somado aos ganhos de capital e às demais receitas e resultados
positivos, dentre elas as receitas financeiras.
Salienta-se que a empresa só poderá optar pelo Lucro Presumido, caso não
esteja obrigada pela legislação ao pagamento pelo Lucro Real.

AN02FREV001/REV 4.0

10
Esse fato não acontece quando optam pelo Lucro Real, caso em que pagam
o Imposto de Renda e a Contribuição Social sobre o Lucro, com base no lucro. Pois
assim, pagam esses impostos apenas se tiverem lucro. É necessário que o
empresário tenha uma contabilidade devidamente organizada, que possibilite o
cálculo preciso das receitas, dos custos e das despesas.
A grande dificuldade encontrada pelos empresários de menor porte para
opção pela tributação com base no Lucro Real é que eles geralmente não têm
controles internos e muitas vezes não emitem notas fiscais sob a alegação de que
assim pagarão menos impostos. Fato esse, que pode ser contraditório e para isso é
importante elaborar um planejamento tributário que permita uma análise mais
acurada sobre a melhor forma de tributação da empresa.
O Lucro Presumido é aplicável pelo contribuinte ou pela autoridade tributária,
nos casos em que a empresa deixar de cumprir as obrigações acessórias relativas à
determinação do lucro real ou do lucro presumido.

AN02FREV001/REV 4.0

11
3. A CONTABILIDADE

O Código Civil Brasileiro, em seu art. 1179, destaca que “todas as empresas
são obrigadas a manter um sistema de contabilidade, mecanizado ou não, com base
na escrituração uniforme de seus livros e em documentação comprobatória”.
Destaca-se que o pequeno empresário – o empresário individual,
caracterizado como microempresa, que aufira receita bruta anual de até R$
36.000,00 (trinta e seis mil reais) está desobrigado da escrituração contábil, com
base na Lei Complementar 123/2006, em seu artigo 68.
A Contabilidade para cumprir o seu papel, recebe dados, processa-os e
evidencia a situação patrimonial das entidades, sejam elas, com ou sem fins
lucrativos, por meio dos relatórios contábeis. Sendo assim, torna-se muito
conveniente conceituá-la como um sistema de informação.
Algumas definições de Contabilidade:

AUTORES DEFINIÇÃO
Fipecafi (2003, p. 48) Contabilidade é objetivamente, um sistema
de informação e avaliação destinado a
prover seus usuários com demonstrações e
análises de natureza econômica, financeira,
física e de produtividade, com relação à
entidade objeto de contabilização.
D´Auria, apud D´Amore (1967, p. 50) Contabilidade é a ciência que estuda e
pratica as funções de orientação, controle e
registro relativos aos atos e fatos da
administração econômica.
Hendriksen, apud Padoveze (2005, p. 4) A Contabilidade é um processo de
comunicação de informação econômica para
propósitos de tomada de decisão tanto pela
administração como por aqueles que
necessitam fiar-se nos relatórios externos

Observa-se que a Contabilidade é definida pelos autores citados, como


sistema de informação, ciência e como um processo de comunicação. Como ciência

AN02FREV001/REV 4.0

12
vale salientar que está enquadrada como Ciência Social, visto que, tem como
objetivo principal, evidenciar para a sociedade a situação patrimonial das entidades.
Padoveze (2003, p. 45) afirma que: “A Ciência Contábil se traduz
naturalmente dentro de um sistema de informação. Poderá ser argüido que fazer um
sistema de informação contábil com a Ciência da Contabilidade é um vício de
linguagem, já que a própria Contabilidade nasceu sob a arquitetura de um sistema
informacional”.
A ciência contábil surgiu para gerar informações para controle e tomada de
decisão. A Contabilidade vem sendo atualmente chamada também de Controladoria,
em função do alargamento do seu campo de atuação, por isso a Controladoria é o
atual estágio evolutivo da Contabilidade.
Moscove (2002, p. 24) diz que “em muitos aspectos, a contabilidade em si é
um sistema de informações. Ela é um processo comunicativo que coleta, armazena,
processa e distribui informações para os que precisam delas.”
O Sistema de Informação Contábil (SIC) é um sistema de informação que
cobre a empresa toda, focalizando os processos de negócio.
A visão do SIC como um sistema de informação para a empresa toda
considera as ligações entre os sistemas de informações gerenciais e a Contabilidade
Financeira. A Contabilidade é o principal produtor e distribuidor de informações da
entidade.
A Contabilidade tem como funções principais: coletar dados e informações,
armazenar, processar e distribuir a informação para os tomadores de decisão. A
figura seguinte apresenta essas funções com destaque.

Principais funções da Contabilidade

AN02FREV001/REV 4.0

13
O SIC possui dois componentes informacionais básicos: Contabilidade
Financeira e Contabilidade Gerencial.
A Contabilidade Financeira fornece principalmente informações para
usuários externos. Dentre os usuários de informações financeiras incluem-se
investidores atuais e potenciais, órgãos fiscais federais e estaduais, credores,
sindicatos, instituições financeiras, dentre outros.
Ainda que a Contabilidade Financeira forneça informações para os usuários
externos, muitas pessoas dentro de uma entidade, como por exemplo, os gerentes,
também as usam para planejar, tomar decisões e controlar a empresa. Desse modo,
um gerente encarregado de determinada departamento estaria interessado na
lucratividade desse segmento da entidade. Gerentes podem usar as informações
sobre a lucratividade para tomar decisões quanto a investimentos futuros. A
comparação entre a lucratividade passada e a lucratividade atual da empresa pode
ajudar a controlar melhor as despesas.
O componente formado pela Contabilidade Gerencial de um SIC tem como
principal objetivo fornecer informações relevantes para os gerentes de uma
empresa. A Contabilidade Gerencial pode ser formada pela Contabilidade de
Custos, orçamento e estudos de sistemas, que são os três componentes do sistema
gerencial de uma empresa.
A Contabilidade Gerencial nasceu da necessidade do empresário em
explorar mais os dados constantes em seu Sistema de Contabilidade, por isso
fornece principalmente informações para os usuários internos.
Carlberg (2003, p. 4) afirma que “para usar as informações contábeis para a
tomada rotineira de decisão, não é preciso explorar em profundidade as nuanças e
os detalhes técnicos da profissão da contabilidade”. O importante é entender essas
informações o suficiente para usá-las rotineiramente.
Os dois componentes do Sistema de Contabilidade fazem parte de um todo,
que é a ciência contábil. Os componentes da Contabilidade Gerencial e Financeira

AN02FREV001/REV 4.0

14
não são mutuamente exclusivos; isto é, as informações do componente de
Contabilidade Financeira são utilizadas dentro do componente de Contabilidade
Gerencial e vice-versa.

Componentes informacionais da Contabilidade

O cerne do SIC é o subsistema de Contabilidade Financeira, que tem como


pano de fundo as necessidades legais, societárias e fiscais.
O componente do SIC – Contabilidade Gerencial é um que pode ser
operacionalizado a partir do subsistema de Contabilidade Financeira.
Geralmente, os micros e pequenos empresários deixam de explorar a
Contabilidade Gerencial, pois se preocupam mais com a Contabilidade Financeira,
ou seja, aquela necessária para atender o fisco.

4. RELATÓRIOS CONTÁBEIS

Os relatórios que podem ser gerados pela Contabilidade Financeira para o


atendimento informacional dos usuários externos são:

 Balanço Patrimonial (BP),


 Demonstração do Resultado do Exercício (DRE),
 Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados,

AN02FREV001/REV 4.0

15
 Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido,
 Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos,
 Demonstração do Fluxo de Caixa.

A Norma Brasileira de Contabilidade Técnica (NBC T 19.13), emitida pelo


Conselho Federal de Contabilidade, destaca que “as microempresas e as empresas
de pequeno porte devem elaborar, ao final de cada exercício social, o Balanço
Patrimonial (BP) e a Demonstração do Resultado (DRE)”. Portanto, as demais
demonstrações mencionadas anteriormente são facultativas; em função disso o foco
deste curso será no BP e na DRE.
O BP e a DRE devem ser transcritos no Livro Diário da empresa, ao término
do exercício social, e ao final ser assinado pelo contabilista e pelo empresário.

4.1 BALANÇO PATRIMONIAL

O Patrimônio das entidades é


evidenciado por meio do Balanço
Patrimonial. O Patrimônio é o conjunto de
bens, direitos e obrigações da entidade.
O Patrimônio Líquido constitui-se
na diferença entre o Ativo e as obrigações
da empresa.
A tabela a seguir apresenta um exemplo de cálculo do Patrimônio Líquido.
Supondo-se que a empresa possua bens e direitos no valor total de $ 168.600 e que
suas obrigações totalizem $ 38.000, o patrimônio líquido será a diferença entre os
ativos e as obrigações, o que equivale a um Patrimônio Líquido de $ 130.600.

Exemplo de cálculo do Patrimônio Líquido


Descrição Valor em $
A – Relação de bens e direitos
Terreno 40.000
Carro 20.000

AN02FREV001/REV 4.0

16
Aplicações financeiras 5.000
Dinheiro em caixa 600
Edifício 100.000
Contas a receber 3.000
Total (bens+direitos) 168.600
B - Relação de dívidas (obrigações)
Financiamento do carro 8.000
Contas a pagar 30.000
Total obrigações 38.000
C – PATRIMÔNIO LÍQUIDO (A – B) 130.600

A próxima tabela evidencia um exemplo de Patrimônio para uma empresa,


compondo-se o Ativo por bens e direitos, bem como o Passivo por obrigações e pelo
Patrimônio Líquido.

Exemplo de estrutura do Patrimônio


ATIVO PASSIVO
Descrição Valor (em $) Descrição Valor (em $)
Terreno 40.000 Financiamento do carro 8.000
Carro 20.000 Contas a pagar 30.000
Aplicações 5.000
financeiras
Dinheiro em caixa 600 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 130.600
Edifício 100.000
Contas a receber 3.000
TOTAL ATIVO 168.600 TOTAL DO PASSIVO 168.600

AN02FREV001/REV 4.0

17
Diante disso, pode-se visualizar a equação fundamental da Contabilidade:

ATIVO = PASSIVO

Ou

BENS + DIREITOS = OBRIGAÇÕES + PATRIMÔNIO LÍQUIDO

O Balanço Patrimonial (BP) resume a posição financeira de uma entidade no


final de determinado período. Esse período pode ser um mês, um trimestre ou um
ano, de acordo com a necessidade da empresa ou conforme exigência legal.
O BP é formado por dois grandes grupos que são: Ativo e Passivo.
O Ativo é composto por todos os bens e direitos da empresa, desde que
sejam: de propriedade da empresa (com exceção do leasing ou arrendamento
mercantil), avaliáveis em dinheiro e que representem benefícios presentes ou futuros
para a empresa.
No caso do leasing, a empresa tem a posse do bem e não possui a
propriedade, mesmo assim, atualmente a determinação legal é que o contabilize no
Ativo da empresa.

Exemplo de contas que fazem parte do Ativo e Passivo para uma empresa.

Figura 6 – Exemplo de contas de Ativo e Passivo


Figura 6-ativo e passivo

AN02FREV001/REV 4.0

18
No Ativo as contas devem ser apresentadas em ordem decrescente de grau
de liquidez. Assim são apresentadas, em primeiro lugar, as contas que representem
o dinheiro da empresa e depois aquelas que tenham maior possibilidade de se
transformar em dinheiro para a empresa. Por isso, geralmente aparecem no
Balanço, como contas de Ativo, as contas Caixa, Bancos, Duplicatas a receber e
Estoques.
O Passivo é composto pelas obrigações contraídas perante terceiros, como
as dívidas com os fornecedores, com instituições financeiras, com o governo, com
os funcionários da empresa, dentre outras.
O Patrimônio Líquido corresponde aos recursos próprios da entidade, ou
seja, ao recurso entregue pelos proprietários ou sócios para a formação da entidade.
Esses recursos entregues pelos sócios estão sujeitos aos acréscimos e reduções,
conforme a empresa venha a incorrer em lucros ou prejuízos durante o período
correspondente.
O Passivo evidencia a origem dos recursos e o Ativo evidencia a aplicação
desses recursos.
A empresa pode obter recursos por meio dos sócios, ou por meio de
terceiros, instituições financeiras, por exemplo.

As origens e as aplicações dos recursos

4.1.1 A estrutura das contas do balanço patrimonal

AN02FREV001/REV 4.0

19
O BP de acordo com as determinações da Lei 6404 está dividido nos
seguintes grupos e subgrupos de contas, conforme apresentado na figura 8.
A Lei 6.404, de 15 de dezembro de 1976, é a Lei das Sociedades Anônimas,
mas regulamenta normas para todas as empresas, inclusive para as sociedades
limitadas. Essa lei recentemente recebeu alterações, por meio da Lei 11.638 de 28
de dezembro de 2007.

BALANÇO PATRIMONIAL – ESTRUTURA


ATIVO PASSIVO
ATIVO CIRCULANTE (AC) PASSIVO CIRCULANTE (PC)
REALIZÁVEL A LONGO PRAZO (ARLP) P. EXIGÍVEL A LONGO PRAZO (PELP)
ATIVO PERMANENTE (AP) RES. DE EXERCÍCIOS FUTUROS (REF)
PATRIMÔNIO LÍQUIDO (PL)
Fonte: Lei 6404, de 15/12/76

ATIVO CIRCULANTE

O Ativo Circulante evidencia as disponibilidades da empresa, os direitos


realizáveis no curso do exercício social e as aplicações de recursos em despesas do
exercício seguinte. Ou seja, corresponde a todos os valores que poderão ser
convertidos em moeda, dentro do prazo de um ano (a contar da data do Balanço). A
Figura 9 mostra a composição do Ativo Circulante.
Quando na empresa, o ciclo operacional tiver duração maior que o exercício
social, a classificação no circulante ou no longo prazo terá como base esse ciclo.
Segundo Marion (1998, p. 47) “entende-se como ciclo operacional o período
de tempo que uma indústria, por exemplo, leva para produzir seu estoque, vendê-lo
e receber as duplicatas geradas na venda, entrando em caixa”.
Dessa forma, para a classificação das contas tanto de ativo como de passivo
em Circulante ou Longo Prazo, é essencial verificar o ciclo operacional da empresa.
Um supermercado, por exemplo, tem em média um ciclo operacional que varia entre
30 a 60 dias.

AN02FREV001/REV 4.0

20
Composição do Ativo Circulante
Sendo assim, a regra geral
para essa classificação é
considerar-se circulante o período
de doze meses ou o Ciclo
Operacional, valendo o maior.
O Exercício Social
corresponde ao período de tempo,
geralmente de um ano, coincidente
como o ano civil, durante o qual se
processam as atividades operacionais da empresa.

Disponibilidades

As disponibilidades são representadas pelos recursos financeiros com


disponibilidade imediata para a empresa, exemplo as contas, caixa e os recursos
financeiros que a empresa tem depositado nos bancos.

Direitos realizáveis no curso do exercício social

Os direitos realizáveis no curso do exercício social podem ser representados


pelas duplicatas a receber, que a empresa tenha de seus clientes, demais contas a
receber, adiantamentos a empregados ou fornecedores, dentre outras. Além disso,
os estoques em mercadorias para revenda, produtos acabados, produtos em
elaboração, matérias-primas e também, pelas aplicações financeiras, que não sejam
de liquidez imediata.

Aplicações de recursos em despesas do exercício seguinte

Neste item serão registradas as despesas que irão beneficiar exercícios


futuros da empresa. São exemplos as despesas pagas antecipadamente; as mais
comuns são despesas de seguros, aluguéis, juros.

ATIVO REALIZÁVEL A LONGO PRAZO

AN02FREV001/REV 4.0

21
Neste subgrupo do Ativo são registrados os direitos realizáveis após o
término do exercício seguinte. São exemplos, as contas a receber que tiverem
vencimento a longo prazo, geralmente com vencimento superior a um ano.

ATIVO PERMANENTE

Ativo
Permanente

Investimento Imobilizado Intangível Diferido

No Ativo Permanente estão aplicados os recursos em caráter permanente;


sendo assim, não se destinam à venda. O Ativo Permanente está dividido em
Investimentos, Imobilizado, Intangível e Diferido.

Investimentos

Os investimentos são representados pelas aplicações em outras empresas e


em bens destinados a produzir renda. São exemplos: as participações em outras
empresas e os bens destinados à renda, como imóveis.

Imobilizado

Com a nova redação dada para a Lei nº 6.404 de 15 de dezembro de 1976,


exige-se que as empresas registrem em seu sistema de contabilidade os bens de
terceiros que possam lhes trazer riscos ou benefícios. O artigo 179 da referida lei,

AN02FREV001/REV 4.0

22
destaca que: “Devem ser contabilizados na conta do ativo imobilizado, os direitos
que tenham por objeto bens corpóreos destinados à manutenção das atividades da
companhia ou exercidos com esta finalidade, inclusive os decorrentes de operações
que transfiram à companhia, os benefícios, riscos e controle destes bens”.
Sendo assim, este grupo pode ser representado pelas seguintes contas:
máquinas de uso da empresa, móveis e utensílios, veículos utilizados nas atividades
operacionais.
É importante salientar que as depreciações e os gastos com a manutenção
de bens podem ser dedutíveis para fins de pagamento de impostos, desde que a
opção de pagamento do imposto de renda e da contribuição social, seja o lucro real.
Para que se calcule a depreciação é necessário um bom controle do Ativo
Imobilizado da empresa.

Intangível

Neste subgrupo do Ativo são apresentados os direitos que tenham por


objeto bens incorpóreos destinados à manutenção da empresa. São exemplos:
fundo de comércio adquirido, registro de marcas e patentes.

Diferido

O Diferido corresponde às despesas pré-operacionais e aos gastos de


reestruturação que contribuirão, efetivamente, para o aumento do resultado de mais
de um exercício social e que não configurem tão-somente uma redução de custos ou
acréscimo na eficiência operacional. São exemplos: despesas de reorganização,
despesas com pesquisa, despesas pré-operacionais. Essas despesas devem ser
amortizadas.

PASSIVO CIRCULANTE

No passivo circulante encontramos as obrigações que geralmente são pagas


dentro de um ano. Dentre elas: dívidas com fornecedores, contas a pagar de modo

AN02FREV001/REV 4.0

23
geral (energia elétrica, telefone, salários, encargos trabalhistas), empréstimos e
financiamentos, impostos.

PASSIVO EXIGÍVEL DE LONGO PRAZO

Neste subgrupo do Passivo estão as dívidas (obrigações) com vencimento


em um ano, a contar da data do último balanço.

RESULTADO DE EXERCÍCIOS FUTUROS

Neste subgrupo do passivo são evidenciadas as receitas recebidas


antecipadamente, diminuídas dos custos e despesas respectivos. Por exemplo,
aluguéis recebidos antecipadamente, desde que não haja nenhuma perspectiva de
devolução do valor recebido.

PATRIMÔNIO LÍQUIDO

O Patrimônio Líquido é formado principalmente pelo Capital investido pelos


sócios da empresa, com os lucros e/ou prejuízos acumulados. Dessa forma, ele é
conhecido como o capital próprio.
Interessante observar-se que na estrutura do Patrimônio Líquido não
aparecem os lucros, e somente prejuízos acumulados.

Subdivisão do Patrimônio Líquido

Fonte: Lei nº 6404 de 15 de dezembro de 1976

AN02FREV001/REV 4.0

24
A redação atual da Lei 6.404, de 15 de dezembro de 1976, eliminou a
possibilidade de existência de saldo positivo na conta lucros acumulados, no
encerramento do exercício social. Eventual saldo positivo remanescente na conta
Lucros ou Prejuízos Acumulados deve ser destinado para a conta Reserva de
Lucros, nos termos dos artigos 194 a 197 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de
1976, ou distribuído como dividendo, no caso das sociedades anônimas. Sendo
assim, todo o lucro líquido do exercício acaba tendo destinação legal.
A demonstração da movimentação da conta lucros acumulados deve ser
apresentada de forma isolada ou, no caso das companhias abertas, como parte da
Demonstração das Mutações de Patrimônio Líquido. Entretanto, a conta referida,
passou a ter natureza absolutamente transitória, e será utilizada para servir de
contrapartida às reversões das reservas de lucros e às destinações de lucro.
A Norma Brasileira de Contabilidade – NBC T 19.13, emitida pelo Conselho
Federal de Contabilidade, dispõe sobre a escrituração simplificada de micros e
pequenas empresas. A norma referida aplica-se à entidade definida como
empresário e sociedade empresária enquadrada como microempresa ou empresa
de pequeno porte.
Essa norma apresenta um modelo de Plano de Contas simplificado, com
requisitos mínimos para as microempresas e empresas de pequeno porte. Salienta-
se que, quando da elaboração do Plano de Contas, devem-se levar em conta as
especificidades, porte e natureza, bem como as necessidades informacionais da
empresa.
Destaca-se que as microempresas e as empresas de pequeno porte podem
adotar a escrituração contábil simplificada, porém isso não as desobriga de manter
uma escrituração contábil uniforme dos seus atos e fatos administrativos que
provocaram ou possam vir a provocar alteração do seu patrimônio.
De acordo com a norma referida, o Patrimônio Líquido pode ser composto
pelas contas apresentadas na figura a seguir:

AN02FREV001/REV 4.0

25
Composição do Patrimônio Líquido

4.2 Demonstração de Resultado do Exercício

É uma poderosa demonstração para a tomada de decisão. Ela evidencia o


fluxo de dinheiro e a relação entre as receitas, custos e despesas ao longo de um
período de tempo. Ela nos mostra quanto de dinheiro foi ganho no período, e o
quanto foi gasto em termos de despesas e custos em um determinado período.
O resultado do período pode ser visualizado por meio do Regime de Caixa e
pelo Regime de Competência.
Supondo-se que uma empresa teve uma receita com a venda de
mercadorias no valor de $ 200.000 no mês, sendo que apenas 30% foram recebidos
nesse mesmo mês, os custos e despesas desse mês totalizaram $ 160.000, sendo
que, desse total somente foram pagos 70%.
A Tabela abaixo evidencia os resultados obtidos pelos regimes de caixa e de
competência.

Comparação de resultados entre Regime de caixa e de competência

AN02FREV001/REV 4.0

26
Descrição Regime de caixa Regime de competência
Receita com vendas $ 60.000 $ 200.000
( - ) custos e despesas ( $ 112.000) $ 160.000
( = ) Resultado ( $ 52.000) $ 40.000

Pelo regime de caixa, confrontam-se na demonstração do resultado do


período, as receitas efetivamente recebidas com as despesas efetivamente pagas.
Pelo Regime de Caixa, a empresa registra a receita quando o dinheiro é recebido e
os custos ou as despesas quando o dinheiro é gasto.
Conforme o exemplo apresentado, pelo Regime de Caixa, a empresa obteria
um prejuízo de $ 52.000, enquanto que pelo Regime de Competência a empresa
obteria um lucro de $ 40.000.
Pelo regime de competência confrontam-se as receitas efetivamente
incorridas no período, com as despesas também efetivamente incorridas,
independentemente do recebimento, bem como do pagamento dos custos e
despesas. Por esse regime, a receita não é igual ao dinheiro recebido, e a despesa
não é igual ao dinheiro gasto.
As empresas devem escriturar contabilmente suas receitas, despesas e
custos com base no regime de competência. O Regime de Caixa pode ser utilizado
para fins gerenciais. A Contabilidade pelo regime de competência (accrual
accounting) envolve duas etapas:

a) identificação da receita para determinado período;


b) identificação dos custos e despesas associados àquela receita.

De acordo com a Lei nº 6.404, Lei das Sociedades Anônimas, que dispõe
sobre normas não somente para as sociedades anônimas como também para as
demais sociedades, a Demonstração do Resultado do Exercício pode ser formada
pelas contas, conforme apresentadas a seguir.

Demonstração do Resultado do Exercício


 Receita bruta das vendas e serviços
 Deduções de vendas, abatimentos, impostos
 Receita líquida das vendas e serviços

AN02FREV001/REV 4.0

27
 Custo das mercadorias e serviços vendidos
 Lucro bruto
 Despesas com vendas
 Despesas financeiras deduzidas das receitas
 Despesas gerais e administrativas
 Outras despesas operacionais
 Lucro ou prejuízo operacional
 Receitas e despesas não operacionais
 Resultado do exercício antes do Imposto sobre a Renda
 Provisão para o imposto
 Participação de debêntures, de empregados e administradores e de
instituições ou fundos de assistência ou previdência de empregados
 Lucro ou prejuízo líquido do exercício
Fonte: Lei nº 6.404

A seguir, apresentam-se conceitos fundamentais para um melhor


entendimento sobre as contas evidenciadas no modelo da Demonstração do
Resultado do Exercício.

Receitas: A Receita é todo recurso financeiro que a empresa recebe ou vai receber.
As receitas decorrem da prestação de serviços, da venda de mercadorias ou de
produtos. As receitas podem decorrer de aplicações financeiras, e assim recebem a
denominação de receitas financeiras.

Custos: Os custos constituem-se pelo valor gasto para produzir determinado bem,
quando da atividade industrial. Exemplos: materiais aplicados na produção, valor
gasto com a mão-de-obra, a depreciação das máquinas utilizadas na produção,
dentre outros.
O custo pode ser visualizado na atividade comercial, calculando-se todo o
valor gasto para adquirir o bem, ou a mercadoria que será vendida pela empresa.
Desse modo podem-se considerar os valores pagos ao fornecedor, os valores
gastos com o frete e seguros provenientes dessas mercadorias. Além disso, os
impostos que a empresa não possa recuperar também podem ser classificados
como custos.
Para a prestadora de serviços, consideram-se todos os gastos aplicados
para prestar os serviços.

AN02FREV001/REV 4.0

28
Despesas: As despesas, de modo geral, são os gastos aplicados para vender os
produtos, mercadorias e/ou
serviços oferecidos pela empresa. Classificação das despesas
Esses podem ser as despesas
para vender os produtos como as
despesas com a comissão e
salário dos vendedores.
As despesas podem ser
também classificadas como
administrativas, o salário e
encargos sobre a folha de
pagamento.

A depreciação pode ser classificada tanto como custo ou como despesa. Ela
consiste no reconhecimento, por meio do registro contábil, do desgaste ocorrido nos
bens materiais da empresa, classificados no Ativo Imobilizado. Esse desgaste pode
ocorrer nos veículos, máquinas, equipamentos de informática da empresa, dentre
outros.
A depreciação possibilita à empresa, optante pelo pagamento do imposto de
renda pelo Lucro Real, considerar como custo ou despesa o valor da depreciação, e
melhor ajustar o seu resultado do período. Para outras formas de tributação,
também é interessante registrar a depreciação dos bens. Quando a empresa registra
o valor da depreciação pode melhor conhecer os seus custos e/ou despesas.
De modo geral, micros e pequenas empresas, quando optantes pelo
Simples, deixam de registrar a depreciação; dessa forma, deixam de saber o custo
ou despesa da empresa e porventura deixam de conhecer o seu lucro ou o resultado
do período.

Depreciação do Ativo Imobilizado: A depreciação pode ser visualizada no BP e na


DRE da empresa. No BP aparece como depreciação acumulada e na DRE pode
aparecer como custo ou despesa do período.

AN02FREV001/REV 4.0

29
A depreciação considerada como
custo decorre do desgaste ocorrido nos
ATIVO PERMANENTE
bens utilizados na produção, enquanto
Investimentos
que, a depreciação considerada como
Imobilizado
despesa decorre do desgaste ocorrido
Móveis e utensílios
nos bens não relacionados com a
Máquinas e equipamentos
produção.
Veículos
A depreciação acumulada
( - ) Depreciação acumulada
aparece no Balanço Patrimonial da
empresa conforme evidenciado na figura Diferido

ao lado. Intangível

A depreciação é feita com base


no custo de aquisição e no prazo estimado de vida útil dos bens, a partir do
momento em que eles forem instalados ou postos em serviço. Pode ser feita até que
o valor acumulado da depreciação atinja 100% do valor do custo de aquisição.
Na DRE da tabela a seguir, pode-se visualizar a depreciação sendo
considerada como custo ou despesa.

Apresentação da depreciação na DRE

Demonstração do Resultado do Exercício


Receita bruta com vendas 1.000
( - ) Impostos sore vendas 120
( = ) Receita líquida com vendas 880
( - ) Custo dos Produtos Vendidos (CPV) 450
Matéria-prima 120
Mão-de-obra direta 180
CIF ( ex: depreciação, mão-de-obra indireta) 150
( = ) Lucro Bruto 430
( - ) Despesas Operacionais 310
Despesas com vendas (ex: depreciação) 180
Despesas Administrativas (ex: depreciação) 80
Despesas Financeiras (Resultado Financeiro) 50
( = ) Lucro Operacional 120
( - ) Despesa não-operacional 10
( + ) Receita não-operacional 20
( = ) Lucro antes do Imposto de Renda 130
AN02FREV001/REV 4.0
( - ) Provisão para o I.R e CSLL 40 30
( = ) Lucro Líquido 90
Taxas de depreciação: A taxa anual de depreciação é fixada em função da vida útil
do bem, ou seja, do prazo de utilização pela empresa, levando-se em conta o
período em que ele pode proporcionar a geração de benefícios. A taxa de
depreciação aplicável a cada caso é obtida mediante a divisão de 100% pelo prazo
de vida útil, em meses, trimestres ou em anos. Assim, apura-se a taxa mensal,
trimestral ou anual a ser utilizada.
As taxas de depreciação são fixadas por meio de Instrução Normativa da
Secretaria da Receita Federal (SRF). Caso a empresa pretenda utilizar taxas
diferenciadas de depreciação poderá utilizar, desde que, para fins gerenciais.

Algumas taxas de depreciação


Descrição do bem Taxa anual Anos de vida útil
Veículos automóveis para transporte de 25% 4
mercadoria
Computadores periféricos (hardware) 20% 5
Veículos de passageiros 20% 5
Fonte: Adaptado da Instrução Normativa SRF nº 162

Apresenta-se como exemplo para cálculo da depreciação o caso de um


veículo adquirido pela empresa, no ano de X1, pelo valor de $ 30.000. Supondo-se
que esse veículo seja utilizado para realizar a entrega dos produtos vendidos pela
empresa, a depreciação é considerada como despesa para a empresa vender, ou
seja, despesa com vendas. O custo de aquisição do veículo é de $ 30.000, e a taxa
de depreciação é de 25% ao ano.

Exemplo de cálculo da depreciação


DESCRIÇÃO ANO X1 ANO X2 ANO X3 ANO X4

VEÍCULO 30.000 30.000 30.000 30.000


DEP. ACUMULADA 7500 15.000 22.500 30.000

AN02FREV001/REV 4.0

31
VALOR CONTÁBIL 22.500 15.000 7.500 0

Conforme o exemplo apresentado o veículo, ao término de sua vida


útil, apresentará um valor contábil de zero. Nesse caso, calculou-se a depreciação
pelo Método Linear. Esse método é aceito pela legislação do Imposto de Renda.
Existem outros métodos de depreciação que não serão abordados neste curso.
Destaca-se que neste exemplo, a contrapartida do valor da depreciação
apareceria na DRE como depreciação, no campo de despesas com vendas da
empresa.
O resultado do exercício da empresa é evidenciado por meio da
Demonstração do Resultado do Exercício (DRE). Esse resultado irá compor o
Patrimônio Líquido da empresa.

Exemplo de composição do
Patrimônio Líquido

É fundamental a distinção entre custos e despesas para que se possa


desenvolver um bom sistema de contabilidade gerencial; além disso, para o
cumprimento de obrigações tributárias e societárias.
Finalmente, vale ressaltar ainda, que são parte integrante dos
demonstrativos contábeis, as notas explicativas, e outros quadros analíticos e

AN02FREV001/REV 4.0

32
informações suplementares. Essas são originadas dos demonstrativos contábeis,
porém não são obrigatórias para micros e pequenas empresas. As notas
explicativas podem conter informações financeiras sobre as divisões de negócios,
taxas de juros das obrigações de longo prazo, dentre outras.

FIM DO MÓDULO I

AN02FREV001/REV 4.0

33
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA
Portal Educação

CURSO DE
Contabilidade para Micros e
Pequenos Empresários

Aluno:

EaD - Educação a Distância Portal Educação

AN02FREV001/REV 4.0

1
CURSO DE
Contabilidade para Micros e
Pequenos Empresários

MÓDULO II

Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição
do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.

AN02FREV001/REV 4.0

2
SUMÁRIO

1. Análise das Demonstrações Contábeis “Como Está a Saúde de Minha Empresa?”


2. Ferramentas para Análise das Demonstrações Contábeis
2.1 Análise Horizontal e Vertical
2.2 Análise de Índices
2.3 Análise do Capital de Giro
3. Alavancagem Financeira
4.Como Interpretar em Conjunto os Índices?

AN02FREV001/REV 4.0

3
MÓDULO II

1. ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS - “COMO ESTÁ A SAÚDE DE


MINHA EMPRESA?”

Este módulo do curso tem como objetivo oferecer ferramentas para que o
gestor possa analisar as demonstrações contábeis e tomar conhecimento sobre a
saúde de sua empresa.
As demonstrações contábeis que servirão como fonte de informação são o
Balanço Patrimonial (BP) e a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE).
Com base nisso, o gestor pode obter subsídios para o processo decisório,
ou seja, é possível o gestor transformar dados obtidos por meio dos relatórios
contábeis e transformá-los em informações úteis para o processo decisório.
As informações obtidas por meio da análise das demonstrações contábeis
podem ser utilizadas para melhorar o desempenho das empresas. Além disso,
Salazar e Benedicto (2004, p. 248) afirmam que a “análise das demonstrações
financeiras pode ser usada para: prever como as decisões estratégicas ou a
expansão das atividades econômicas de uma empresa são capazes de afetar os
desempenhos financeiros futuros”.
As demonstrações financeiras, como o BP e a DRE, serão chamadas neste
curso, de demonstrações contábeis.
As informações obtidas por meio da análise das demonstrações contábeis
podem ser utilizadas pelos gestores para melhorar e avaliar o desempenho das
atividades operacionais desenvolvidas pela empresa.
Além disso, a análise oferece informações visando comparar o desempenho
da empresa com o desempenho de outras do mesmo setor de atividade, avaliar
tendências nas operações de longo prazo. Auxilia o gestor no processo de
identificação dos pontos fracos, para que ele possa então empreender ações para
melhorar cada vez mais o desempenho. A análise das demonstrações contábeis tem
auxiliado os gestores de crédito na tarefa de decidir se vale a pena ou não conceder
créditos a seus clientes.

AN02FREV001/REV 4.0

4
Todas as demonstrações contábeis podem ser analisadas, mas maior
ênfase é dada para o Balanço Patrimonial (BP) e a Demonstração do Resultado do
Exercício (DRE).
Para este módulo, no intuito de melhor exemplificar as ferramentas utilizadas
para análise das Demonstrações Contábeis, toma-se como base um Balanço e uma
DRE de uma empresa fictícia. O BP está apresentado na Tabela 1, enquanto que a
DRE está apresentada na Tabela 2.
A Tabela 1 apresenta um exemplo de Balanço Patrimonial com os resultados
de uma empresa hipotética, obtidos nos anos X1 e X2. Ao passo que a Tabela 2
evidencia a DRE, com os resultados obtidos pela mesma empresa também nos anos
X1 e X2.
De posse desses dados, é possível aplicar as ferramentas de Análise das
Demonstrações Contábeis e verificar como está a saúde da empresa. Sendo assim,
nos próximos tópicos serão apresentados os indicadores e serão feitas algumas
simulações.

Tabela 1 – Balanço Patrimonial de uma empresa hipotética

ATIVO
31.12.x1 31.12.x2
AN02FREV001/REV 4.0
ATIVO CIRCULANTE
Caixa $253.000,00 $245.641,00 5
Clientes $614.923,68 $614.923,68
PASSIVO
31.12.x1 31.12.x2
PASSIVO CIRCULANTE
Fornecedores $55.359,56 $50.000,56
Impostos a recolher $15.847,00 $15.847,00
Salários a pagar $30.242,00 $30.242,00
Empréstimos a pagar $129,00 $129,00
Encargos sociais a recolher $2.645,00 $2.645,00
TOTAL CIRCULANTE $104.222,56 $98.863,56
EXIGÍVEL A LONGO PRAZO
Empréstimos de longo prazo $12.000,00 $10.000,00
TOTAL EXIGÍVEL A LONGO PRAZO $12.000,00 $10.000,00
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital Tabela 2 – DRE de uma empresa
$154.476,00
hipotética $154.476,00
Lucros acumulados $1.719.474,44 $2.409.866,24
TOTAL PATRIMÔNIO LÍQUIDO $1.873.950,44 $2.564.342,24
TOTAL PASSIVO $1.990.173,00 $2.673.205,80

Encerrado em 31.12.x1 31.12.x2


RECEITA BRUTA DE VENDAS $2.931.531,66 $3.315.001,00

(-) Dedução de
Vendas $452.264,87 $511.504,65

(=) RECEITA
LÍQUIDA $2.479.266,79 $2.803.496,35 AN02FREV001/REV 4.0

6
(-) Custo das Mercadorias Vendidas $1.683.163,37 $1.903.473,54
AN02FREV001/REV 4.0

7
2. FERRAMENTAS PARA ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

a) Análise horizontal e vertical;


b) Análise de índices;
c) Análise do capital de giro;
d) Alavancagem financeira.

2.1 Análise Horizontal e Análise Vertical

2.1.1 Análise Horizontal

A análise horizontal é realizada estabelecendo-se o ano inicial da série


analisada, como índice básico 100 e expressando as cifras relativas aos anos
posteriores, com relação ao índice básico 100.
Segundo Assaf Neto (2005, p. 105), “o crescimento desses valores é obtido
por meio de números-índices, ou seja, relacionando-se cada resultado obtido em
determinada data com o verificado em data anterior, definida como data-base, e
multiplicando-se esse quociente por 100”.
O ideal é que se faça a análise de pelo menos três exercícios. Apresenta-se
a seguir um exemplo de análise, considerando-se a conta caixa de apenas dois
exercícios, ou seja, os anos x1 e x2, baseando-se nos dados apresentados na
Tabela1

31.12.x1 31.12.x2
Caixa $253.000,00 $245.641,00

Aplicando-se a Análise Horizontal verificam-se os seguintes cálculos:

31.12.x1 31.12.x2
Caixa 100,000% 97,091%

Percebe-se que a empresa teve uma redução na conta caixa em 19x2, de


2,91%. Para que a Análise Horizontal seja completa, pode-se proceder conforme o
exemplo, considerando-se cada conta constante no BP e na DRE e avaliar os
acréscimos ou reduções percentuais.

AN02FREV001/REV 4.0

8
2.1.2 Análise Vertical

Segundo Reis (2003, p. 187), “consiste na determinação dos percentuais de


cada conta ou grupo de contas do Balanço Patrimonial em relação ao valor total do
Ativo ou do Passivo”.
No caso para a DRE, se compara cada item com o total da Receita Líquida
com vendas ou com serviços conforme o apresentado na Tabela 3.
Percebe-se que o Lucro Líquido do Exercício no ano de x1 representava
23,86% da Receita Líquida, enquanto que no ano de x2 teve uma participação de
24,63% da Receita Líquida. Sendo assim, houve uma melhora na margem líquida da
empresa em 0,77 pontos percentuais.
É importante destacar que a análise horizontal e a vertical se complementam
para se fazer uma análise adequada.

Tabela 3 – Exemplo de Análise Vertical

31.12.x1 31.12.X2
Descrição Valor absoluto AV Valor absoluto AV
RECEITA BRUTA DE VENDAS $2.931.531,66 $3.315.001,00
(-) Dedução de Vendas $452.264,87 $511.504,65
(=) RECEITA LÍQUIDA $2.479.266,79 100,00% $2.803.496,35 100,00%
(-) Custo das Mercadorias Vendidas $1.683.163,37 67,89% $1.903.473,54 67,90%
(=) LUCRO BRUTO $796.103,42 32,11% $900.022,81 32,10%
(-) Despesas com vendas $99.646,26 4,02% $99.646,26 3,55%
(-) Despesas Administrativas $50.561,45 2,04% $50.561,45 1,80%
(-) Outras Despesas Operacionais $14.339,29 0,58% $14.339,29 0,51%
(=) LUCRO OPERACIONAL $631.556,42 25,47% $735.475,81 26,23%
(=) LUCRO ANTES DO IMP.
RENDA $631.556,42 25,47% $735.475,81 26,23%
(-) IRPJ e Contribuição Social $39.890,64 1,61% $45.084,01 1,61%
(=) LUCRO LÍQUIDO DO
EXERCÍCIO $591.665,78 23,86% $690.391,80 24,63%

2.2 Análise de Índices

Segundo Marion (2002, p. 36), “os índices são relações que se estabelecem
entre duas grandezas; facilitam sensivelmente o trabalho do analista, uma vez que a

AN02FREV001/REV 4.0

9
apreciação de certas relações ou percentuais é mais significativa (relevante) que a
observação de montantes, por si só”.
É essencial destacar também a importância de conhecer a natureza do
negócio, especialmente sua orientação de vendas, antes de interpretar o índice
(VASCONCELOS, 2005, p. 69).
Matarazzo (1995, p. 154) afirma que o importante não é o cálculo de grande
número de índices, mas de um conjunto de índices que permita conhecer a situação
da empresa, segundo o grau de profundidade desejada da análise.
A análise por meio de índices possibilita ao gestor avaliar a situação
econômica e financeira da empresa. A situação econômica da empresa pode ser
visualizada na DRE, bem como a situação financeira no BP.
Os índices podem ser classificados:

SITUAÇÃO FINANCEIRA SITUAÇÃO ECONÔMICA


Índices de liquidez Índices de rentabilidade
Índices de estrutura de capitais

2.2.1 Índices de liquidez

Os índices de liquidez são extraídos apenas do BP e têm como objetivo


avaliar a situação financeira da empresa, ou seja, evidenciar a solidez da empresa.
A empresa que tem índices de liquidez satisfatórios apresenta boas condições para
pagamento de suas dívidas.
Tipos de Índices de Liquidez
Índices de liquidez Prazo para avaliação
Liquidez Imediata Imediato
Liquidez Corrente Curto
Liquidez Seca Curto
Liquidez Geral Longo

2.2.1.1 Liquidez Imediata

Este índice pode responder à seguinte pergunta: O volume de


disponibilidade da empresa é suficiente para cobrir as obrigações em curto prazo?
Geralmente as disponibilidades não são suficientes para cobrir as
obrigações de curto prazo, mesmo assim isso não é tão preocupante para a

AN02FREV001/REV 4.0

10
empresa. O disponível são os recursos financeiros disponíveis para a empresa, só
que, o que acontece é que na maioria das vezes a empresa deixa seus recursos em
aplicações financeiras, que exigem certo tempo de carência, no intuito de obter
maiores rentabilidades.
A fórmula aplicável para cálculo desse índice é: Disponível dividido pelo
Passivo Circulante (PC) e multiplicado por 100, para se obter a percentagem.

2.2.1.2 Liquidez Corrente

Este índice indica se a quantidade de recursos que a empresa tem no ativo


circulante é suficiente para pagar as dívidas constantes no passivo circulante. O
cálculo é feito dividindo-se o Ativo Circulante (AC) pelo Passivo Circulante (PC) e o
resultado multiplicando-se por 100. Caso não se queira multiplicar por 100, pode-se
deixar o resultado em decimais e realizar a devida interpretação do resultado.
Permite conhecer como está a liquidez da empresa em curto prazo.

2.2.1.3 Liquidez Seca

O índice de Liquidez Seca consiste no Ativo Circulante menos os estoques e


dividindo-se pelo Passivo Circulante.
A exclusão dos estoques é para verificar se a empresa depende das vendas
para liquidar seus compromissos.

2.2.1.4 Liquidez Geral

O índice de Liquidez Geral consiste na divisão do Ativo Circulante somado


ao Ativo Realizável a Longo Prazo pela soma do Passivo Circulante e do Exigível a
Longo Prazo. Permite conhecer como está a liquidez da empresa para longo prazo.

Aplicações dos índices de liquidez realizadas no exercício de x1 (hipotética)


ÍNDICES FÓRMULA RESULTADO

AN02FREV001/REV 4.0

11
IMEDIATA DISPONÍVEL/PC 7,48
CORRENTE AC/PC 16,89
SECA AC- estoques/PC 17,53
GERAL AC+ARLP/PC+PELP 34,25

2.2.2 Interpretação dos índices de liquidez

2.2.2.1 Liquidez Imediata

Para o cálculo do índice de liquidez imediata foram consideradas disponíveis


as seguintes contas: caixa, bancos conta movimento e aplicações financeiras.
O resultado obtido foi $ 7,48, isso significa que para cada $ 1,00 de
obrigações de curto prazo, a empresa tem $ 7,48 de disponível. A situação está
muito boa. Mesmo que o resultado fosse inferior a $ 1,00, não seria tão preocupante
para a empresa. Visto que, esse índice compara os recursos financeiros que a
empresa tem hoje, com dívidas que irão vencer geralmente em até 12 meses.

2.2.2.2 Liquidez Corrente

O Índice de Liquidez Corrente apresentou um resultado de $ 16,89. Isso


significa que, para cada $ 1,00 de dívidas de curto prazo a empresa possui $ 16,89
de bens e direitos. Caso a empresa tivesse que cobrir todas as suas dívidas, ainda
sobrariam recursos.

2.2.2.3 Liquidez Seca

Este índice indicou que a empresa não depende das vendas para liquidar
seus compromissos, visto que o resultado foi de $ 17,53.

2.2.2.4 Liquidez Geral

A Liquidez Geral da empresa apresentou-se muito satisfatória, pois para


cada $ 1,00 de compromissos, a empresa possui $ 34,25 para a cobertura.

AN02FREV001/REV 4.0

12
2.2.3 Índices de Estrutura de Capitais

Os Índices de estrutura de capitais evidenciam como está o endividamento


da empresa.

Índice Fórmula Revela


Participação de CT Quanto a empresa tomou de capitais de terceiros
capitais de (CT) para cada unidade de capital próprio (PL)
PL
terceiros
Composição do PC O percentual de obrigações de curto prazo (PC) em
endividamento relação às obrigações totais da empresa (CT)
CT
Imobilização do AP Quanto a empresa aplicou no Ativo Permanente (AP)
Patrimônio em relação ao seu Patrimônio Líquido (PL)
PL
Líquido
Imobilização dos AP O percentual de recursos não correntes (Patrimônio
recursos não Líquido e Exigível a Longo Prazo) que foi destinado
PL  ELP
correntes ao Ativo Permanente (AP)

2.2.3.1 Participação de capitais de terceiros

Segundo Matarazzo (1995, p. 160), “do ponto de vista de obtenção de lucro,


pode ser vantajoso para a empresa trabalhar com capitais de terceiros, se a
remuneração paga a esses capitais de terceiros for menor do que o lucro
conseguido com a sua aplicação nos negócios”.
Quanto maior for a participação de capitais de terceiros em relação ao
capital próprio, maior será a dependência financeira da empresa.

2.2.3.2 Composição do endividamento

Este índice possibilita à empresa conhecer a composição de todo o seu


endividamento, se a participação maior é com a dívida de curto ou de longo prazo.
Considerando-se que, as dívidas de curto prazo, geralmente vencem no prazo de
até doze meses, enquanto as dívidas de longo prazo vencem em prazo superior a
doze meses. Sendo assim, a princípio é mais vantajoso para a empresa ter mais
dívidas de longo prazo, do que de curto prazo, em função do prazo de vencimento.
As dívidas de longo prazo oferecem maior tempo para a empresa efetuar o
pagamento.

AN02FREV001/REV 4.0

13
É claro que é necessária uma análise mais aprofundada no momento do
endividamento, tendo em vista que as dívidas de longo prazo são onerosas para a
empresa; por isso devem ser avaliadas as despesas financeiras.

2.2.3.3 Imobilização do Patrimônio Líquido

Este índice revela quanto do PL da empresa foi investido no AP. Matarazzo


(1995, p. 164) afirma que “quanto mais a empresa investir no Ativo Permanente,
menos recursos próprios sobrarão para o Ativo Circulante e, em conseqüência,
maior será a dependência a capitais de terceiros para o financiamento do Ativo
Circulante”.
O recomendável é que o Patrimônio Líquido seja suficiente para cobrir o
Ativo Permanente da empresa, pois assim, menor será a dependência financeira da
empresa.

2.2.3.4 Imobilização dos recursos não correntes

Este índice evidencia o montante de recursos não correntes que estão


aplicados no Ativo Permanente da empresa.
A lógica para se fazer essa análise consiste em que, como o imobilizado da
empresa possui uma vida útil em torno de 5, 10 ou 50 anos, é perfeitamente
aceitável que ela financie seu imobilizado com recursos de longo prazo e não
somente com recursos próprios.

2.2.4 Índices de Rentabilidade

Os índices de rentabilidade evidenciam o quanto renderam os investimentos


efetuados pela empresa. A rentabilidade pode ser entendida como o grau de
remuneração de um negócio. Retorno é o lucro obtido pela empresa.
Por isso, pode ser analisada a lucratividade de um negócio e também as
condições em que o lucro é gerado,
Os indicadores de rentabilidade são, dentre outros, os que mais interessam
aos sócios, pois demonstram a remuneração dos recursos aplicados.

AN02FREV001/REV 4.0

14
Segundo Vasconcelos (2005, p. 138), no cálculo de indicadores de
rentabilidade, o analista poderá usar diversos conceitos de lucro (do lucro bruto ao
lucro líquido).
Para melhor entendimento das fórmulas apresentadas no Quadro 4
destacam-se alguns conceitos utilizados:

 A receita líquida corresponde à receita bruta deduzida as devoluções de


clientes, impostos sobre as vendas e outros.
 O Ativo Operacional Líquido compreende os ativos aplicados na
atividade principal do negócio, ou seja, o imobilizado (saldos líquidos da
depreciação), ativo circulante (clientes, disponível e estoques), e o
realizável a longo prazo.
 O Lucro Operacional Líquido é o lucro decorrente das operações antes
do IR, diminuídas todas as despesas e receitas associadas à atividade
financeira (ajuste extracontábil).

Índices de Rentabilidade
Índice Fórmula Revela
Giro do ativo VL Quanto a empresa teve de vendas líquidas (VL) em
relação ao seu investimento, ou seja, ao total do seu
AT
Ativo (A).
Margem líquida LL Quanto a empresa obtém de lucro líquido (LL) em
relação às vendas líquidas (VL)
VL
Rentabilidade do LL Quanto a empresa obtém de lucro em relação ao seu
Ativo Ativo Total (AT)
AT
Rentabilidade do LL Quanto a empresa obtém de lucro em relação ao seu
Patrimônio Patrimônio Líquido (PL).
PL
Líquido

2.2.4.1 Giro do Ativo

O volume de vendas é um fator fundamental do sucesso de uma empresa.


Existe uma relação direta entre o volume de vendas e o montante de seus
investimentos, ou o montante de Ativo.

AN02FREV001/REV 4.0

15
2.2.4.2 Margem líquida

É um indicador de margem de lucro. Este indicador evidencia o lucro obtido


pela empresa em relação às suas vendas líquidas.
Pode-se também calcular a Margem de lucro bruto, que consiste na
capacidade de mercado da empresa em absorver preços. A Margem de lucro bruto
mostra capacidade das receitas em absorver as despesas operacionais, o
desempenho da produção no controle dos custos. E indica o impacto do Custo da
Mercadoria vendida sobre o lucro.
Além disso, pode-se calcular a Margem operacional, que consiste na relação
entre o Lucro operacional e as Vendas Líquidas. Evidencia o impacto das despesas
e custos operacionais sobre o desempenho da empresa em sua atividade
operacional.

2.2.4.3 Rentabilidade do Ativo

Indica o quanto a empresa obtém de lucro comparado com o seu


investimento total, ou seja, o total de seu Ativo.
O Retorno sobre o investimento (do inglês Return On Investiment): segundo
Marion (2002, p. 164), investimento é toda a aplicação realizada pela empresa com
o objetivo de obter lucro (retorno). As aplicações estão evidenciadas no Ativo.
Assim, temos as aplicações em disponíveis, estoques, imobilizados, investimentos
etc. A combinação de todas essas aplicações proporciona resultado para a empresa:
lucro ou prejuízo.

2.2.4.4 Retorno sobre o Patrimônio Líquido

O Retorno sobre o Patrimônio Líquido, do inglês, Return On Equity (ROE):


segundo ASSAF NETO (2005, p. 120), “este índice mensura o retorno dos recursos
aplicados na empresa por seus proprietários.” Evidencia quanto de lucro foi obtido
pelo proprietário para cada unidade monetária de recursos próprios.
Para o cálculo desse índice pode ser considerado o Patrimônio Líquido
médio da empresa.

AN02FREV001/REV 4.0

16
2.2.5 Índices de Prazos Médios

Estes índices permitem que se identifique, por meio da contabilidade, o


número de dias que a empresa espera para receber as suas duplicatas, bem como o
prazo médio de pagamento para os fornecedores e o prazo médio para renovação
do seu estoque. Estes índices são também conhecidos como índices de atividade.

Índices de prazos médios


Índice Fórmula Revela
Prazo médio de Valor médio das duplicatas a Prazo médio (em dias) em
recebimento das vendas receber / Vendas anuais a que a empresa recebe as
prazo x 360 vendas realizadas a prazo.
Prazo médio de renovação Valor médio dos (estoques) Prazo médio (em dias) que o
do estoque produtos acabados / CPV) x produto acabado permanece
360 estocado à espera de ser
vendido, isto é, prazo médio
de estocagem do produto
acabado.
Prazo médio de Valor médio das duplicatas a Prazo médio (em dias) em
pagamento aos pagar / Compras anuais a que a empresa paga seus
fornecedores prazo x 360 fornecedores

Os índices de prazos médios devem ser analisados sempre em conjunto e


permitem ao gestor definir estratégias relacionadas aos prazos de compra, venda e
estocagem das mercadorias ou produtos.
O Prazo Médio de Recebimentos das Vendas (PMRV), expressa o tempo
decorrido entre a venda e o recebimento.
O Prazo Médio de Renovação de Estoques (PMRE) representa, na empresa
comercial, o tempo médio de estocagem de mercadorias; na empresa industrial, o
tempo de produção e estocagem.
Em uma empresa comercial, a soma dos prazos PMRE mais o PMRV,
representam o que se chama de Ciclo Operacional, ou seja, o tempo decorrido entre
a compra e o recebimento da venda de mercadoria.

AN02FREV001/REV 4.0

17
O Ciclo Operacional mostra o prazo de investimento. Paralelamente ao Ciclo
Operacional ocorre o financiamento concedido pelos fornecedores, a partir do
momento da compra. Até o momento do pagamento aos fornecedores, a empresa
não precisa preocupar-se com o financiamento, o qual é automático. Se o Prazo
Médio de Pagamento de Compras (PMPC) for superior ao Prazo Médio de
Renovação de Estoques (PMRE), então os fornecedores financiarão também uma
parte das vendas da empresa.
O Ciclo Econômico se estende desde o momento da aquisição da matéria-
prima ou mercadoria até o momento da venda dos produtos ou mercadorias.
O Ciclo de Caixa, também chamado de Ciclo Financeiro, é a diferença entre
o Ciclo Operacional menos o PMPC.
O Ciclo de Caixa corresponde ao número de dias em que a empresa
financia, sozinha, o ciclo operacional.
Sendo assim, a conjugação dos três índices de prazos médios leva à análise
dos ciclos operacional e de caixa, elementos fundamentais para a determinação de
estratégias empresariais, tanto comerciais quanto financeiras, geralmente vitais para
a determinação do fracasso ou sucesso de uma empresa.

2.3 Análise do Capital de Giro

2.3.1 Necessidade de Capital de Giro (NCG)

Para Matarazzo (1995, p.343), necessidade de Capital de Giro, é não só um


“conceito fundamental para a análise da empresa do ponto de vista financeiro, ou
seja, análise de caixa, mas também de estratégias de financiamento, crescimento e
lucratividade” mas Capital de Giro significa o capital circulante ou capital de trabalho,
e corresponde ao Ativo Circulante da empresa. Representa o volume de aplicações
necessário para iniciar o ciclo operacional da empresa.
Segundo Mairon (1998, p. 55), “a parte do Capital de Giro (Ativo Circulante)
que não estiver comprometida com terceiros (Passivo Circulante) será da própria
empresa (não será entregue a terceiros)”. Por isso, a expressão Capital de Giro
Próprio.

AN02FREV001/REV 4.0

18
O sucesso de qualquer empreendimento depende em grande parte da
gestão adequada do capital de giro. O capital de giro líquido ou capital de giro
próprio é o Capital Circulante Líquido (CCL), ou seja, a diferença entre o ativo e
passivo circulantes.
O Capital de giro possui duas fontes de recursos: próprios e de terceiros. O
Capital Próprio corresponde ao capital social, reservas de lucros. O Capital de
terceiros corresponde às operações de financiamento, empréstimos.
Quando uma empresa deixa de fazer o seu planejamento financeiro, os seus
efeitos são refletidos no índice de NCG.

2.3.2 Metodologia para determinar a Necessidade de Capital de Giro

Para que se possa determinar a NCG, é necessário que se faça uma


reclassificação no Ativo e Passivo Circulante da empresa.

Reclassificação do Circulante
ATIVO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE
ATIVO CIRCULANTE FINANCEIRO (ACF) PASSIVO CIRCULANTE FINANCEIRO (PCF)
caixa e bancos, aplicações de liquidez empréstimos bancários, operações não
imediata. decorrentes do operacional da empresa

ATIVO CIRCULANTE OPERACIONAL (ACO) PASSIVO CIRCULANTE OPERACIONAL (PCO)


fornecedores, salários e encargos, impostos a
contas a receber, estoques, adiantamento a recolher etc.
fornecedores, despesas do exercício
seguinte.

A reclassificação consiste na subdivisão do Ativo e do Passivo Circulante em


Financeiro e Operacional. No subgrupo Financeiro ficam classificadas as contas que
não estão diretamente relacionadas com o ciclo operacional da empresa, ao passo
que no subgrupo Operacional estão classificadas as contas diretamente
relacionadas com o ciclo operacional da empresa. As contas que fazem parte do
Operacional, para o Ativo, são estoques, contas a receber, dentre outras. No
Passivo Operacional estão classificadas as contas com os fornecedores, com o
salário dos funcionários, dentre outras.
As situações comuns que ocorrem em uma empresa, com relação à NCG
podem ser resumidas:

AN02FREV001/REV 4.0

19
Descrição Interpretação
ACO > PCO A empresa necessita de capital de giro – quadro normal na maioria dos
negócios.
ACO < PCO A empresa não necessita de capital de giro.
ACO = PCO A empresa não necessita de outras formas de financiamento para o seu
giro – excesso de financiamentos operacionais.

Quando a empresa apresenta um ACO>PCO, o que pode estar acontecendo


é que a empresa pode estar com estoques e não ter capital de giro para pagar as
suas contas. Por meio desse índice é possível o gestor refletir sobre o que está
ocasionando a dificuldade de capital de giro, ou se o capital de giro atende às
necessidades de financiamento da empresa.
Possibilita uma visão da empresa em nível operacional, pois permite a
visualização dos efeitos do aumento das vendas, ou aumento do prazo de
recebimento sobre o comportamento do capital de giro.

AN02FREV001/REV 4.0

20
3. ALAVANCAGEM FINANCEIRA

A maioria das pequenas e microempresas fecha a portas nos seus dois


primeiros anos de vida pela inconseqüente alavancagem financeira e operacional.
Neste módulo tratar-se-á somente da Alavancagem Financeira.
Para o cálculo da Alavancagem Financeira, são necessários controles
contábeis que permitam ao micro e pequeno empresário saber se o negócio está
proporcionando lucro ou prejuízo.
Segundo Vasconcelos (2005, p. 146), ela reporta à capacidade da empresa
em utilizar-se dos encargos financeiros para maximizar o retorno.
A análise de alavancagem engloba três índices:

Figura 1: Alavancagem Financeira

Os três índices são: Retorno sobre o Ativo (RSA), custo da dívida (CD) e
Retorno sobre o Patrimônio Líquido (RSPL).
O Retorno sobre o Ativo (RSA) evidencia qual é a rentabilidade do negócio,
por isso, quanto maior o índice, maior a eficiência.
O custo da dívida (CD) corresponde ao ônus que a empresa paga por utilizar
capitais de terceiros. Quando o CD for maior que o Retorno sobre o Ativo (RSA),
significa que os empresários estão cobrindo a diferença com sua parte de lucro, ou
até com o próprio capital. Quando o custo da dívida for menor que o RSA, significa
que os empresários ganham a diferença. A taxa de retorno sobre o patrimônio
líquido (RSPL), então, será maior que a taxa de RSA.
Por fim, o que interessa mesmo para a empresa é o RSPL. Os dois outros
índices, ou seja, o RSA e o CD correspondem à informação gerencial de como a

AN02FREV001/REV 4.0

21
empresa atingiu o retorno sobre o PL. São, no entanto, essenciais para a definição
de estratégias empresariais.
A razão entre as taxas de RSPL e de RSA chama-se grau de alavancagem
financeira (GAF). A Figura 2 apresenta a fórmula para cálculo do GAF.

Fórmula para cálculo do GAF

A expressão alavancagem financeira significa o que a empresa consegue


alavancar, ou seja, aumentar o lucro líquido através da estrutura de financiamento.
Segundo Matarazzo (1995), alavancagem financeira é “o efeito da estrutura
de financiamento no lucro dos acionistas”.
Segundo Assaf Neto (2005), alavancagem financeira é o “efeito de tomar
recursos de terceiros a determinado custo, aplicando-os nos ativos com outra taxa
de retorno.
O RSPL corresponde ao lucro líquido dividido pelo patrimônio líquido e o
custo da dívida corresponde às despesas financeiras divididas pelo passivo não-
oneroso da empresa. O passivo não-oneroso corresponde àquelas dívidas que não
são originadas com ônus financeiro, ao contrário dos empréstimos e financiamentos,
que são originados com despesas financeiras.
Toda empresa utiliza recursos tanto de capitais de terceiros quanto de
capitais próprios e busca gerar lucro para remunerar esses capitais.

4. Como interpretar em conjunto os índices?

Para Iudícibus (1998, p. 127), “nenhuma fórmula ou ‘receita de bolo’ ou


quadro especial, etc. irá substituir o julgamento e a “arte” de cada analista, em cada
caso”.

AN02FREV001/REV 4.0

22
Para uma análise mais completa sobre o desempenho da empresa, é
importante que os índices sejam comparados historicamente dentro da própria
empresa.
A comparação pode ser feita com períodos anteriores, com os padrões
estabelecidos pelo empresário e também com os elaborados segundo metas
estabelecidas pela empresa. Pode-se também comparar com os índices de
empresas do mesmo ramo e padrões de atividade e da economia em geral.

FIM DO MÓDULO II

AN02FREV001/REV 4.0

23
AN02FREV001/REV 4.0

24
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA
Portal Educação

CURSO DE
Contabilidade para Micros e
Pequenos Empresários

Aluno:

EaD - Educação a Distância Portal Educação

AN02FREV001/REV 4.0

1
CURSO DE
Contabilidade para Micros e
Pequenos Empresários

MÓDULO III

Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição
do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.

AN02FREV001/REV 4.0

2
SUMÁRIO

1. Definições Básicas
1.1 Custos e Despesas
1.2 Margem de Contribuição (Mc)
2. Métodos de Custeio
2.1 Custeio Variável ou Direto
2.2 Custeio por Absorção
3. Sistema de Acumulação dos Custos
4. Análise do Ponto de Equilíbrio
4.1 Cálculo do Ponto de Equilíbrio para Vários Produtos
5. Formação do Preço de Venda
5.1 Metodologia para Formação do Preço de Venda
5.1.1 Identificar os Custos e Despesas Fixas do Mês
5.1.2 Identificar o Valor Médio de Vendas do Mês
5.1.3 Calcular o Custo de Funcionamento da Empresa
5.1.4 Identificar os Custos e Despesas Variáveis
5.1.5 Identificar a Margem de Lucro Líquido Desejada
5.1.6 Identificar o Custo de Aquisição da Mercadoria
5.1.7 Identificar o Preço de Venda
6. Projeção da Demonstração do Resultado do Período
6.1 Identificação da Receita no Ponto de Equilíbrio
6.2 Análise de Sensibilidade

AN02FREV001/REV 4.0

3
MÓDULO III

INTRODUÇÃO
Com a globalização da economia, aumentou a concorrência entre as
empresas. Esse fato exige que as empresas se tornem cada vez mais eficazes e
eficientes. Dessa forma, os gestores precisam de uma constante atualização nas
diversas áreas das empresas.
As pequenas e microempresas sofrem com o impacto dessas mudanças e
precisam buscar alternativas para se manterem competitivas.
Os custos passam a ser um diferencial para a obtenção de vantagem
competitiva. Pois com o aumento da oferta dos produtos, o preço passa a ser
determinado pelo mercado; conseqüentemente, o lucro da empresa depende do
preço de venda.
Johnson e Kaplan (1996, p. 3) afirmam que o sistema de contabilidade
gerencial precisa fornecer informação oportuna e precisa, para facilitar os esforços
de controle de custos, para medir e melhorar a produtividade, e para a descoberta
de melhores processos de produção.
Martins (2000, p. 22) complementa que “a contabilidade de custos tem duas
funções relevantes: no auxílio ao controle e na ajuda às tomadas de decisões”.
O objetivo geral deste módulo é demonstrar ao micro e pequeno empresário,
informações relevantes para compor um sistema de custos no intuito de orientá-lo no
processo decisório.

AN02FREV001/REV 4.0

4
1. DEFINIÇÕES BÁSICAS

1.1 Custos e despesas

Em muitas ocasiões, no dia a dia das empresas, os termos “custos e


despesas” são usados como se fossem sinônimos, porém a Contabilidade os trata
de maneira diferenciada, registrando-os em contas separadas.
A lei 6.404, em seu artigo 187, determina que na Demonstração do
Resultado do Exercício, os custos e as despesas sejam evidenciados
separadamente. Inclusive, na prática, é possível identificar dentre os gastos da
empresa, o que é custo e o que é despesa. Isso se deve pelo fato de que os custos
são gastos para produzir e as despesas são gastos para comercializar.
Definição de despesa: “bem ou serviço consumido direta ou indiretamente
para a obtenção de receitas” (MARTINS, 2000, p. 26).
Os custos podem ser
provenientes da venda de Destaque da evidenciação dos custos e das
despesas na DRE
mercadorias – nesse caso geram
o Custo da Mercadoria Vendida
(CMV); podem ser provenientes
da fabricação – nesse caso
geram o Custo dos Produtos
Vendidos (CPV); ou ainda da
prestação de serviços, gerando
dessa forma o Custo do Serviço
Prestado (CSP).
Quando a empresa realiza o controle permanente do seu estoque, todos os
custos são acumulados na conta de Estoques, para então serem baixados quando
da venda.
Outro conceito amplamente utilizado em custos é o investimento.
Investimento pode ser conceituado como os gastos ativados – são classificados no
ativo, em função da utilidade futura de bens ou serviços obtidos. Como exemplos
são citados: móveis e utensílios, veículos, máquinas e imóveis, etc.

AN02FREV001/REV 4.0

5
Os custos, as despesas e os investimentos formam os gastos para a
empresa fabricar e vender.
Gasto é, na verdade, um termo abrangente e definido como os sacrifícios
com que a empresa tem de arcar, para obter bens ou serviços e desenvolver as
suas atividades. Esses sacrifícios são feitos mediante a entrega ou promessa de
entrega de parte de seu ativo. Esses ativos são, geralmente, representados por
dinheiro ou seus equivalentes.
Martins (2000, p. 25) afirma que custo é “gasto relativo a bem ou serviço
utilizado na produção de outros bens ou serviços”. Existem diversas classificações,
principalmente para custos, mas neste curso abordar-se-ão as classificações mais
relevantes para o entendimento de um sistema para controle dos custos.
Os custos e as despesas podem ser classificados de acordo com a sua
variabilidade, em fixos e variáveis.
Os Custos e as despesas fixas são aqueles que independem do nível de
atividade da empresa em curto prazo. Os custos não variam com alterações no
volume de produção, como o salário de gerentes de produção, a depreciação das
máquinas utilizadas na produção, o aluguel da fábrica, seguros, por exemplo.
Os custos variáveis, ao contrário, estão intimamente relacionados com a
produção, isto é, aumentam e diminuem, conforme o aumento ou diminuição do
nível de produção da empresa.
No caso de despesas, as fixas são aquelas que permanecem constantes,
independentemente do nível de vendas, como por exemplo, a parte fixa dos salários
dos vendedores. O oposto ocorre com as despesas variáveis, ou seja, variam
conforme o nível de vendas; como exemplo cita-se a comissão dos vendedores.
A segregação entre custos fixos e variáveis é fundamental para a tomada de
decisões. As decisões de curto prazo afetam os custos variáveis e decisões de
prazo maior podem afetar também custos fixos. “Esta categorização está
condicionada a um período de tempo, que seria o horizonte de planejamento da
decisão a ser apoiada pelas informações sobre custos” (BORNIA, 2002, p. 43).
Isso significa que, a longo prazo, todos os custos são variáveis, bem como
em curtíssimo prazo quase todos os custos são fixos.

AN02FREV001/REV 4.0

6
Esse exemplo cabe à Custos fixos e custos variáveis
indústria, à medida que
aumenta a sua quantidade
produzida, aumentam
também os seus custos
variáveis, ao passo que os
custos fixos permanecem
inalterados em curto prazo.

Outra classificação para custos, considerada relevante, é conforme a


facilidade de alocação aos produtos, em diretos e indiretos.
A classificação entre custo direto e indireto tem a ver com a facilidade com
que se pode dizer que um custo é de um determinado objeto de custo, ou não. Os
custos diretos podem ser atribuídos a um objeto de custo, seja ele, um produto ou
um serviço prestado pela empresa, sem necessidade de rateio.
Os custos indiretos são compartilhados por um ou mais objetos de custo;
dessa forma, para se saber a parcela correspondente a cada um, efetua-se um
rateio.
Os custos diretos não são necessariamente variáveis, nem os indiretos são
necessariamente fixos e vice-versa. Atualmente, o que aumentou a complexidade
dos sistemas de custos foi o crescimento dos custos fixos e indiretos.
Hoje, os CIF estão se tornando cada vez maiores, ao passo que os outros,
principalmente a MOD, se tornaram menos importantes. Isso, aliado ao fato de que a
análise dos CIF é mais complexa do que a MP e a MOD, faz com que o correto
gerenciamento desses custos seja cada vez mais determinante da competitividade
da empresa moderna (BORNIA, 2002, p. 40).
Os custos de produção têm sido historicamente divididos em: matéria prima
(MP), mão de obra (MO) e custos indiretos de fabricação (CIF). As duas primeiras
constituindo o custo direto e a terceira abrangendo os custos indiretos.

Custos Diretos e Custos Indiretos

AN02FREV001/REV 4.0

7
Os custos indiretos estão sujeitos ao rateio, para que possam ser agregados
aos produtos. Existem diversas bases de rateio, que podem ser, com base na
matéria-prima, mão-de-obra direta, horas máquina, dentre outras.
A MP e a mão-de-obra direta são denominadas de custo primário. Outra
denominação para custos é – custo de transformação. São os custos incorridos para
transformar a MP em produto acabado. Portanto, são todos os custos de fabricação,
com exceção da MP.
Para guiar decisões, os gestores sempre desejam saber quanto custa o
objeto de custeio, como por exemplo, um novo produto, uma máquina, um serviço
ou um processo. Além disso, imperam as necessidades de controle e não apenas a
tomada de decisão. O levantamento do custo é importante também, para o caso de
comparação dos resultados atuais com os obtidos em períodos anteriores ou ainda,
para padrões orçados.

1.2 Margem de contribuição (MC)

A MC consiste no valor que contribuirá para cobrir os custos e despesas


fixas mais o lucro mínimo desejado pelo empresário. Quanto maior a margem de

AN02FREV001/REV 4.0

8
contribuição, maior será a capacidade da empresa em cobrir os custos e despesas
variáveis.
É obtida por meio da diferença entre o preço de venda e os custos e
despesas variáveis.
Exemplo: Se o preço de venda unitário de um produto é $ 15,00, e os seus
custos e despesas variáveis, dentre eles a matéria-prima, é $ 12,00, a MC é de $
3,00.

AN02FREV001/REV 4.0

9
2. MÉTODOS DE CUSTEIO

Os métodos de custeio permitem atribuir custos aos objetos, como por


exemplo, para os produtos ou serviços. O objetivo de custo pode ser também
denominado centro de custo.
Citam-se alguns métodos de custeio: custeio variável ou direto, custeio por
absorção, Custeio baseado em Atividades (Activity based costing – ABC), Método
das Unidades de Esforço de Produção (UEP), Método da Contabilidade de Ganhos
da Teoria das Restrições.
Neste curso são abordados apenas o Custeio Variável e o Custeio por
Absorção, pelo fato de serem os mais utilizados, nas micro e pequenas empresas.
O método de custeio variável ou direto só pode ser utilizado para fins
gerenciais, ao passo que o método de custeio por absorção é exigido para fins
fiscais e societários.

2.1 Custeio variável ou direto

Por este método, são atribuídos aos produtos ou serviços apenas os custos
e despesas variáveis, enquanto os custos e as despesas fixas são considerados, na
demonstração do resultado do período, como despesas.
DRE no

Custeio Variável

AN02FREV001/REV 4.0

10
Fonte: Bruni e Famá (2003).
Portanto, pode-se assim observar o cálculo da Margem de Contribuição, que
corresponde à diferença entre a Receita e os custos e as despesas variáveis, ou
seja, o que equivale a $ 2.580,00.

2.2 Custeio por absorção

Este método atribui aos produtos ou serviços, somente os custos, sejam eles
fixos ou variáveis. A DRE pelo método do Custeio por Absorção é aquela
regulamentada pela Lei 6404.

AN02FREV001/REV 4.0

11
3. SISTEMA DE ACUMULAÇÃO DOS CUSTOS

A maneira de acumulação dos custos depende do objeto de custeio. Quando


o objeto de custeio são os produtos ou serviços, a forma de acumulação de custos é
geralmente derivada da forma de produção da empresa. Nesse caso, as formas
básicas de acumulação de custos são: por Produto ou por Ordem de Produção.
Existem outras formas de acumulação dos custos que são: por cliente, por
departamento ou por centros de custos.
Para atribuir-se custos para os centros de custos, geralmente considera-se o
organograma da empresa. Assim, os custos indiretos são apropriados aos centros
mediante taxas de rateio, e, em seguida, os totais dos centros são apropriados aos
produtos. Os custos diretos são atribuídos diretamente aos produtos ou serviços.

AN02FREV001/REV 4.0

12
4. ANÁLISE DO PONTO DE EQUILÍBRIO

Diariamente os micros e pequenos empresários se defrontam com


incertezas com relação ao preço, custos variáveis, custos fixos, metas de lucros e
volume de vendas.

A análise no Ponto de Ponto de equilíbrio


Equilíbrio, do inglês break even point,
é um instrumento que ajuda o
empresário na avaliação do seu
negócio. Consiste no nível de
operações que a empresa precisa
manter para cobrir os seus custos e
despesas fixas e variáveis. Quando a
empresa consegue superar o seu
ponto de equilíbrio, obtém-se o Lucro;
quando ela não o supera ocorre o
prejuízo.

O Ponto de Equilíbrio pode ser calculado sob duas formas: em quantidade


(ou volume de vendas) e valores monetários.
Apresenta-se, inicialmente, um exemplo hipotético onde uma empresa vende
apenas um tipo de produto.
Obteve-se a quantidade de produtos, que multiplicada pelo preço de venda
unitário, mostra a receita que cobre os custos e despesas fixas e deixa um lucro
mínimo esperado pelo empresário.
Dessa forma, busca-se a receita total que a empresa precisa ter para cobrir
seus gastos totais e sobrar ainda um lucro mínimo desejado pelo empresário. O
lucro mínimo do empresário pode ser determinado com base no custo do capital
próprio, ou ainda pelo custo do capital de terceiro.

Receita total = Gastos totais + lucro mínimo desejado


AN02FREV001/REV 4.0

13
Os gastos totais são: os gastos variáveis mais os gastos fixos. Como gasto
variável total apresenta-se a seguinte formulação:

Gasto variável total = quantidade X gasto


variável unitário

A fórmula apresentada anteriormente pode ser também apresentada da


seguinte maneira:

Quantidade a ser vendida X preço de venda unitário =


quantidade X gastos variáveis por unidade + gastos
fixos + lucro mínimo desejado

É importante que o empresário considere o lucro mínimo nesse cálculo, ou


um custo de oportunidade qualquer. O custo de oportunidade consiste no
rendimento que a empresa obteria se tivesse aplicado esse capital em outro
negócio, mesmo que fosse uma aplicação financeira. Dessa forma, o custo de
oportunidade pode ser a taxa de rendimento de uma aplicação financeira.
Por exemplo, se o capital investido pelo empresário for de $ 100.000,00 e
considerar-se um retorno sobre esse investimento de 10% ao ano, o lucro mínimo
será de $ 10.000 por ano. Dessa forma o valor de $ 10.000 será o custo de
oportunidade para o empresário, ou seja, o mínimo de retorno que ele espera ter no
ano.
Utilizando-se de mecanismos de álgebra simples, obtém-se a seguinte
fórmula:

Quantidade X preço de venda unitário – Quantidade X


gastos variáveis = gastos fixos + lucro mínimo desejado

AN02FREV001/REV 4.0

14
Observa-se que se tem a receita total menos os gastos variáveis totais
igualando-se aos gastos fixos mais o lucro mínimo desejado. Na verdade, é o
mínimo de receita que a empresa precisa ter para cobrir seus gastos e obter-se o
lucro desejado, ou seja, a margem de contribuição (MC).
Portanto, para cálculo da quantidade das vendas no ponto de equilíbrio,
aplica-se a seguinte fórmula:

Custos e despesas fixas + lucro


Preço de venda unitário – Gasto variável
unitário
Apresentam-se os dados de uma empresa hipotética que vende um único
tipo de produto, seja ele, pizza, pelo preço de venda (PV) de $ 12,00. Calcular
quantas pizzas a empresa precisa vender para cobrir seus custos e despesas fixas e
atingir a sua meta de lucro que é de $400.

Dados de uma empresa hipotética


Descrição Custos e desp. Custos e desp.
Variáveis Fixas-Mensais
P/unidade (em $) (em $)
Aluguel .1.000,00
Salários e encargos 600,00
Energia elétrica 200,00
Telefone 150,00
Materiais (matéria-prima) 8,00
Impostos sobre as vendas (10% do PV) 1,20
Total 9,20 1.950,00

Nesse caso a empresa precisa vender no mês, 840 pizzas para que atinja
seu ponto de equilíbrio esperado. Dessa forma, a empresa consegue cobrir os seus
custos e despesas variáveis e ainda sobra o lucro de $ 402. Veja a prova real dessa
quantidade:
Demonstração do Ponto de Equilíbrio

AN02FREV001/REV 4.0

15
Demonstração do Resultado
valor em
Descrição $
Receita com a venda (840 X $ 12,00) 10.080,00
(-) Custos e desp. variáveis (840 X 9,20) 7.728,00
(=)MC 2.352,00
(-)Custos e desp. Fixas 1.950,00
(=) Lucro do período 402,00

A empresa poderá usar a mesma fórmula para responder outras questões


relevantes no mundo de negócios, desde que relacionadas com o ponto de
equilíbrio. Como exemplo, cita-se o caso de diminuir o preço de venda de seu
produto, quanto deverá vender para atingir a sua meta de lucro. Enfim, caso ocorram
alterações, sejam elas, nos custos variáveis, ou fixos, o importante é que sempre
sejam atualizados os valores, para que se possa ter um bom sistema de
acompanhamento do ponto de equilíbrio e a empresa possa preservar a sua meta
de lucro.
Porém, essa fórmula somente poderá ser aplicada, produto por produto.
Existe outra maneira de se calcular o ponto de equilíbrio, quando a empresa vende
vários tipos de produtos.
No exemplo apresentado calculamos primeiramente o ponto de equilíbrio em
quantidade; existe outra fórmula onde poderíamos calcular diretamente o valor da
receita. A fórmula completa é a seguinte:

Custos e despesas fixas + lucro


% MC

Aplicando-se os mesmos dados apresentados anteriormente pela empresa


hipotética, tem-se que a porcentagem da margem de contribuição é de 23,333%.
Logo, o valor aproximado da receita do mês para a empresa deve ser de $10.072
diferença para $ 10.080,00 em função das casas decimais.
Vale salientar que, para o cálculo da margem de contribuição, deve-se
deixar em valores decimais.
Caso a empresa tenha despesas com juros, esses devem ser considerados
como gastos fixos.

AN02FREV001/REV 4.0

16
Dependendo da forma de tributação pela qual a empresa esteja inserida, o
imposto de renda e a contribuição social sobre o lucro poderão ser considerados
como gastos fixos ou variáveis.
Se tributação pelo Lucro Real, esses gastos devem ser tratados como fixos,
se a tributação for pelo regime presumido, arbitrado ou simples, esses devem ser
considerados como gastos variáveis.
A fórmula vista anteriormente é válida somente caso a empresa comercialize
ou produza apenas um tipo de produto. A seguir, serão apresentados os resultados
do cálculo do Ponto de Equilíbrio de uma empresa que produz quatro produtos
diferentes.

4.1 Cálculo do Ponto de Equilíbrio para vários produtos

Vejamos um exemplo hipotético na tabela abaixo, a qual apresenta os dados


para cálculo do Ponto de Equilíbrio Global (PEG), ou seja, para vários tipos de
produtos.
A fórmula do PEG é a seguinte:

Custos e despesas fixas totais


Percentagem da Margem de Contribuição
Ponderada do Mix de Produtos

O Ponto de Equilíbrio Global foi obtido, conforme a tabela abaixo,


considerando-se como custos e despesas fixas o valor de $ 10.000, mais o lucro
esperado de $ 400, que foi dividido pela margem de contribuição percentual total da
empresa, no caso, 0,6046. Encontrou-se o valor da receita no ponto de equilíbrio, no
valor total de $ 17.201,46.

Tabela de cálculo da composição do mix da empresa


PRODUTOS
CAMISETA CAMISA BLUSA CALÇA
DESCRIÇÃO em $ TOTAL %
Demanda mensal (em um.) 500 200 100 400 1200

AN02FREV001/REV 4.0

17
Preço de venda (unitário) 30,00 50,00 25,00 40,00
RECEITA TOTAL 15.000,00 10.000,00 2.500,00 16.000,00 43.500,00 100,00%
Custos e desp.var. (unit.) 12,00 20,00 8,00 16,00
C.D. VAR. (totais) 6.000,00 4.000,00 800,00 6.400,00 17.200,00 39,54%
Mc (unitário) 18,00 30,00 17,00 24,00
CUSTOS E DESP.FIXAS 10.000,00
LUCRO DESEJADO 400,00
MC.TOTAL 9.000,00 6.000,00 1.700,00 9.600,00 26.300,00 60,46%
% 34,22 22,81 6,46 36,50 100,00%

A Tabela abaixo apresenta a Demonstração do Resultado, com base nos


dados obtidos na tabela anterior.

Demonstração do Resultado do Exercício


Demonstração do Resultado
Descrição valor em $ %
RECEITA COM VENDAS 17.201,46 100,00%
CDV 6.801,50 39,54%
MC 10.399,96 60,46%
C. DESP. FIXAS 10.000,00 58,13%
LUCRO 400,00 2,33%

Dessa forma, a receita no Ponto do Equilíbrio para a empresa hipotética é de


$ 17.201,46. Isto equivale à soma dos custos e despesas variáveis (CDV) mais a
soma dos custos e despesas fixas (CDF), mais o lucro.

Receita (PE) = CDV + CDF + LUCRO


17.201,46 = 6.801,50 + 10.000,00+ 400

É fundamental para o cálculo da composição do mix de produção, que a


empresa conheça a demanda mensal. No caso de uma empresa comercial, é a
quantidade de produtos a serem vendidos no mês. Para uma empresa prestadora de
serviços, o número de clientes a serem atendidos, de acordo com o tipo de negócio.
De modo geral, a partir do momento em que a empresa estime o número de
clientes a serem atendidos, é possível estimar a receita total do mês, bem como

AN02FREV001/REV 4.0

18
calcular os seus custos e despesas variáveis, para então chegar na Receita, no
Ponto de Equilíbrio.
Finalmente, é mais que necessário ao micro e pequeno empresário,
conhecer bem o seu negócio, os seus clientes, para melhor gerenciar e atingir a sua
meta de lucro e cumprir a sua responsabilidade social.

AN02FREV001/REV 4.0

19
5. FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA

A política de formação do preço de venda é um dos pontos chave para o


sucesso de qualquer empresa. A função básica dos preços é a de orientar os
gestores no sentido de se utilizarem racionalmente os recursos disponíveis,
injetando no mercado quantidades que sejam compatíveis com as reais tendências e
capacidades de absorção da produção realizada.
Apesar disso, a maioria dos empresários estabelece o preço de venda de
seus produtos, sem nenhum embasamento técnico-contábil. Os preços de venda
devem ser determinados de conformidade com os custos e despesas necessários à
produção e comercialização. Apesar do preço de venda ser geralmente determinado
pelo mercado, é fundamental que se calcule, para fins gerenciais, um preço de
venda que sirva como apoio ao processo decisório.
Diante disso, estabelecer preços e escolher a melhor política a ser aplicada
aos produtos ou aos serviços a serem colocados no mercado, é um dos maiores
desafios impostos aos micros e pequenos empresários.

5.1 Metodologia para formação do preço de venda

Para uma adequada formação do preço de venda deve-se, de maneira geral,


considerar os seguintes fatores:

a) custo de aquisição da mercadoria ou custo de produção;


b) custos de despesas fixas e variáveis;
c) lucro desejado pela empresa.

Pode ser calculada uma média das vendas dos últimos 6 meses.

5.1.1 Identificar os custos e despesas fixas do mês

AN02FREV001/REV 4.0

20
Supondo que as despesas fixas do mês para uma empresa hipotética seja o
evidenciado no exemplo a seguir.

Despesas fixas de uma empresa hipotética


Descrição valor (em $)
Salários 5.000,00
Encargos sobre folha de pagamento 2.300,00
Aluguel 1.000,00
Despesas com telefone 300,00
Energia elétrica 500,00
Material de escritório 1.400,00
Depreciação 270,00
Total 10.770,00

5.1.2 Identificar o valor médio de vendas do mês

A tabela seguinte evidencia o cálculo do valor médio das vendas.

Ano de 2005 valor (em $)


Fev 60.000,00
Mar 55.000,00
Abr 57.000,00
Mai 62.000,00
Jun 63.000,00
Jul 65.000,00
Média 60.333,33

5.1.3 Calcular o custo de funcionamento da empresa

O custo de funcionamento (CF) é calculado com base no volume de vendas


do mês e nos custos e despesas fixas.
O CF é o índice que representa o percentual de participação dos custos e
despesas fixas em relação ao volume de vendas. A fórmula para cálculo do CF é:

CF x 100
Valor de vendas médio AN02FREV001/REV 4.0

21
Aplicando-se a fórmula, com base nos dados da empresa hipotética, obtém-
se 17,86%, que representa a porcentagem de custos e despesas fixas em relação
às vendas.

5.1.4 Identificar os custos e despesas variáveis

Os custos variáveis podem ser constituídos pelos impostos, comissão dos


vendedores, fretes, dentre outros.
Supõem-se os seguintes custos variáveis:

Descrição %
Valor (em$)
ICMS 18,00 10.860,00
Comissão do vendedor 5,00 3.016,67
PIS 0,65 392,17
COFINS 3,00 1.810,00
Total 26,65 16.078,83

Os custos variáveis foram calculados, com base no valor médio das vendas
apresentado na tabela anterior.
É importante salientar que o custo da mercadoria adquirida, para o comércio,
também é considerado como custo variável, assim como o custo do produto
fabricado é custo variável para a indústria. Além disso, o custo do serviço prestado é
custo variável para a empresa prestadora de serviços.
O enquadramento dos custos referidos, como variáveis, deve-se em função
da sua variabilidade com relação ao nível de atividade da empresa.

5.1.5 Identificar a margem de lucro líquido desejada

A definição da margem de lucro líquido desejada depende muito da política


da empresa.

AN02FREV001/REV 4.0

22
Para as simulações deste curso, será considerada uma margem de lucro
líquida de 20% sobre a receita com vendas estimadas para o mês, lembrando-se
que para essa estimativa pode ser feito um levantamento médio da receita com
vendas dos últimos 6 meses da empresa. Caso a empresa esteja iniciando suas
atividades, o cálculo pode ser feito com base em uma estimativa de vendas futura.
A margem de lucro líquido pode ser considerada para o cálculo do Ponto de
Equilíbrio da empresa, tanto se somando esse percentual aos custos variáveis,
como se adicionando um valor fixo aos custos fixos. Essa estratégia pode ser
definida quando o gestor deseja saber qual o nível de vendas necessário para que a
empresa possa cobrir os seus custos e despesas variáveis e ainda para se saber
sobre o lucro desejado ao final do período. Isto é chamado de Ponto de Equilíbrio
Econômico.

5.1.6 Identificar o custo de aquisição da mercadoria ou o custo de produção do


produto

Além de se identificar os custos e despesas fixas, os custos e despesas


variáveis e o valor médio das vendas para o período, o gestor deve identificar o
quanto custa a mercadoria que será vendida (CMV) ou, no caso de ser uma
indústria, identificar o custo da produção da mercadoria que será vendida (CPV) ou
ainda, no caso de uma empresa prestadora de serviços, identificar o custo do
serviço prestado (CSP).
Para conhecer-se o custo de aquisição das mercadorias, ou seja, para
identificar-se o valor a ser desembolsado para pagamento aos fornecedores, é
necessário identificar:

a. o preço de compra das mercadorias, junto ao fornecedor, o que pode ser


realizado facilmente, pois consta na nota fiscal de compra que
acompanha o produto;
b. o custo de frete, ou seja, o deslocamento e entrega da mercadoria ao seu
destino, que deverá ser pago ao fornecedor que presta serviços de
transporte.

AN02FREV001/REV 4.0

23
Supõem-se ainda que os valores identificados pela empresa hipotética
referentes aos custos das mercadorias adquiridas totalizem:

Descrição Valor (em $)


Valor da mercadoria 2.100,00
( + ) Frete 100,00
Valor total 2.200,00

Tabela usada para a indústria identificar o custo total de produção, e para a


empresa que seja prestadora de serviço identificar o custo do serviço prestado.
Deve considerar-se que o custo de aquisição da mercadoria que será
vendida, consiste em todos os valores a serem desembolsados pela empresa para
colocá-la à disposição do cliente.
Os custos de produção do produto consistem em todos os valores a serem
desembolsados para colocar o produto à disposição do cliente, dentre eles, o custo
dos materiais, a depreciação, a mão-de-obra, frete, embalagens, dentre outros.
Para o gestor conhecer o custo de aquisição das mercadorias, em valores
monetários, no caso do comércio, considerar-se: valor da mercadoria, frete,
impostos não recuperáveis, dentre outros.
Pode-se conhecer o custo de aquisição da mercadoria, na forma de
porcentagem.

Levantamento do custo percentual da mercadoria


Descrição Porcent.
Preço de venda 100%
( - ) Custo do funcionamento %
( - ) Impostos e tributos sobre o faturamento %
( - ) Comissões %
( - ) Lucro desejado %
( = ) Custo da mercadoria %

Aplicando-se os dados evidenciados para a empresa hipotética, obtém-se


como custo da mercadoria:

AN02FREV001/REV 4.0

24
Descrição %
Preço de venda 100,00
( - ) Custo do funcionamento 17,86
( - ) Impostos e tributos sobre o faturamento 21,65
( - ) Comissões 5,00

( - ) Lucro desejado 20,00


( = ) Custo da mercadoria 35,49

As porcentagens apresentadas são chamadas de mark-up. O mark-up é


uma margem de cobertura que as empresas utilizam para calcularem o preço de
venda dos seus produtos ou serviços.
As empresas podem calcular o preço de venda de seus produtos e serviços
aplicando o mark-up sobre os custos diretos, ou variáveis, de acordo com o método
de custeio utilizado. Ela serve para cobrir os custos operacionais e proporcionar o
lucro desejado.
A porcentagem do custo de aquisição da mercadoria ou de fabricação do
produto é informação necessária para o cálculo do preço de venda, conforme poderá
observar-se no próximo item deste curso.
Finalmente, identificado o custo de aquisição da mercadoria, pode-se
proceder à identificação do preço de venda.

5.1.7 Identificar o preço de venda

Identificado os fatores necessários que contribuirão para a formação do


preço de venda, apresenta-se a equação do preço de venda (PV):

Valor do custo de aquisição da mercadoria X 100


% do custo de aquisição das mercadorias

Aplicando-se a formula do PV, tem-se que:

2.100,00 x 100
35,49
AN02FREV001/REV 4.0

25
O preço de venda encontrado é de $ 5.917,16. Sendo assim, o preço de
venda é formado pelos gastos para fabricar e vender mais o lucro desejado pela
empresa.

Figura 5 – Formação do Preço de Venda

Contudo, a maioria das empresas não possui o poder de impor o preço de


venda de seus produtos; assim acabam tomando como base o preço oferecido pelo
mercado e aplicam uma margem para determinar o seu lucro e a parcela que cobrirá
os seus custos, deixando transparente o dispêndio máximo em que poderão
incorrer.
Dessa forma, acaba ocorrendo o seguinte:

Figura - 6 Formação do lucro da empresa

Conclui-se que é mais que necessário que os empresários conheçam seus


custos de produção e comercialização para melhor gerenciarem seus negócios.

AN02FREV001/REV 4.0

26
6. PROJEÇÃO DA DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO PERÍODO

Evidencia-se abaixo, demonstração do resultado do exercício, com base nos


dados obtidos pela empresa hipotética.
Projeção da Demonstração do Resultado
DESCRIÇÃO VALOR (em $) %
Preço de venda 5.917,16 100,00
( - ) Custo de funcionamento 1.056,80 17,86
( - ) Impostos e taxas sobre o fat 1.281,07 21,65
( - ) Comissões 295,86 5,00
( - ) Lucro desejado 1.183,43 20,00
( - ) Custo de aquisição da merc. 2.100,00 35,49

Após a análise deste demonstrativo pode-se afirmar que 35,49% do preço


de venda deste produto são destinados ao custo de aquisição da mercadoria junto
ao fornecedor. Os demais 64,51% restantes destinam-se aos custos operacionais
fixo e variável, bem como o lucro que a empresa pretende obter com esta venda.

6.1 Identificação da Receita no Ponto de Equilíbrio

Considerando-se os dados apresentados:


Dados para cálculo do Ponto de Equilíbrio
Descrição valor (em $) %
Receita com vendas estimadas 60.333,33 100,00
Custos fixos estimados 10.770,00
Custo variáveis estimados 62,14
Custo da mercadoria 21.412,30 35,49
Pis 392,17 0,65
Cofins 1.810,00 3,00
Comissão do vendedor 3.016,67 5,00
ICMS 10.860,00 18,00

Calculando-se o Ponto de Equilíbrio Econômico para a empresa hipotética e


considerando-se como lucro estimado para a empresa o montante de 20% sobre a
receita com vendas, atribuir-se-ão, na tabela, como custos variáveis, além dos
62,14%, mais 20% referentes ao percentual de lucro. Esse procedimento pode ser

AN02FREV001/REV 4.0

27
feito para que se encontre um Ponto de Equilíbrio para a empresa, que possa cobrir
os custos e despesas variáveis e ainda sobrar uma margem de lucro líquido de 20%.
Dessa forma, a receita no Ponto de Equilíbrio Econômico, para a empresa
hipotética, é de $ 60.302,35. Esse cálculo foi feito da seguinte forma:

10.770,00 x100
17,86

Demonstração do Ponto de Equilíbrio Econômico


Demonstração do Resultado
Descrição valor (em $) %
Receita com vendas 60.302,36 100
( - ) Custos e despesas variáveis 37.491,63 62
( = ) MC 22.810,73 38
( - ) Custos e despesas fixas 10.770,33 18
( = ) Lucro 12.040,40 20

Logo, observa-se que o cálculo está correto; realmente, a Receita no Ponto


de Equilíbrio estimado possibilita à empresa obter uma margem de lucro de 20%
sobre a sua Receita.
Finalmente, deixa-se claro, que conforme a atividade que a empresa
desenvolva e conforme as políticas adotadas, o importante é que se façam as
adaptações cabíveis nas fórmulas apresentadas para que se possa obter o melhor
resultado possível.

6.2 Análise de sensibilidade

A partir do momento em que o empresário estrutura o seu banco de dados


com informações sobre custos, basta atualizá-lo e monitorá-lo de acordo com as
mudanças ocorridas na estrutura de custos.
Com base nos dados apresentados, supõe-se que houve um aumento nos
custos e despesas fixas da empresa, de $ 10.770,00 para $ 12.000,00; pretende-se
saber qual será o novo ponto de equilíbrio econômico para a empresa.

AN02FREV001/REV 4.0

28
Tabela 15 - Análise de sensibilidade
Demonstração do Resultado
Descrição valor (em $) %
Receita com vendas 67.189,25 100
( - ) Custos e despesas variáveis 41.751,40 62
( = ) MC 25.437,85 38
( - ) Custos e despesas fixas 12.000,00 18
( = ) Lucro 13.437,85 20

Conforme se observa, aumentando os custos e despesas fixas da empresa,


será necessário aumentar a receita com vendas, no intuito de atingir a mesma
margem de lucro líquido. Nesse caso, a receita no ponto de equilíbrio econômico
passa a ser de $ 67.189,25.
Caso a empresa obtenha neste período uma receita no valor de 70.500,00,
ela estará atuando com uma margem de segurança (MS) no valor de $ 3.310,75. A
MS é a receita além do ponto de equilíbrio e quanto maior, melhor será a segurança
para a empresa em cobrir os seus custos e despesas fixas e variáveis.

MS = Receita com vendas no ponto de


equilíbrio – receita com vendas reais

Cabe ao gestor o constante monitoramento na estrutura de custos, para que


não seja pego de surpresa, com resultados indesejáveis.

FIM DO MÓDULO III

AN02FREV001/REV 4.0

29
AN02FREV001/REV 4.0

30
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA
Portal Educação

CURSO DE
Contabilidade para Micros e
Pequenos Empresários

Aluno:

EaD - Educação a Distância Portal Educação

AN02FREV001/REV 4.0

1
CURSO DE
Contabilidade para Micros e
Pequenos Empresários

MÓDULO IV

Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição
do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.

AN02FREV001/REV 4.0

2
SUMÁRIO

1. Método das Partidas Dobradas


2. Plano de Contas
3. Lançamentos Contábeis
4. Contabilidade por Balanços Sucessivos
4.1 Eventos
4.1.1 Evento A
4.1.2 Evento B
4.1.3 Evento C
4.1.4 Evento D
4.1.5 Evento E
4.1.6 Evento F
4.1.7 Evento G
5. Balancete de Verificação
6. Livros Contábeis
7. Sistemas de Controle do Estoque
7.1 Inventário Periódico
7.2 Inventário Permanente
7.2.1 Custo Médio Móvel Ponderado Móvel
7.2.2 Peps
8. Considerações Finais

AN02FREV001/REV 4.0

3
MÓDULO IV

INTRODUÇÃO

Este módulo do curso tem como objetivo possibilitar ao participante entender


o processo contábil, por meio do conhecimento de como ocorre o levantamento dos
relatórios contábeis, dentre eles, Balancete de Verificação, Balanço Patrimonial e
Demonstração do Resultado do Exercício.
O Método das Partidas Dobradas, Plano de Contas, Lançamentos
Contábeis, Contabilidade por Balanços Sucessivos, Balancete de Verificação, Livros
Contábeis e Sistemas de Controle do Estoque são os itens apresentados neste
módulo.

1. MÉTODO DAS PARTIDAS DOBRADAS

“A contabilidade cumpre seu objetivo como ciência do controle patrimonial,


por meio do método contábil. “(PADOVEZE, 2004, p. 179). O método contábil
permite registrar os eventos que afetam o patrimônio da entidade.
O Método utilizado pela Contabilidade é o das Partidas Dobradas, inclusive
ele é universalmente utilizado para se fazer a Contabilidade. Ele é o principal meio
processador de dados – sua amplitude de conceitos permite ser um método lógico e
estruturado de processar dados e transformá-los em informações úteis e universais.
O marco da Contabilidade ocorreu quando o frade franciscano e famoso
matemático, Luca Paccioli escreveu o livro intitulado de “Summa de Arithmética,
Geometrica, Proportioni et Proportionalita”, que foi publicado em 1494, na Itália. A
partir desta obra, o Método das Partidas Dobradas tornou-se mundialmente
conhecido e aceito até nos dias de hoje. O frade ficou conhecido como “pai da
Contabilidade”.

AN02FREV001/REV 4.0

4
Esse método consiste no
entendimento de que para cada Visualização do Método das partidas dobradas

devedor existe um respectivo


credor. Dessa forma, cada débito
corresponde a um crédito de igual
valor. Assim, se eu debito um
valor, então eu credito o mesmo
valor. Desse modo, o valor total
do débito, será sempre igual ao
valor total do crédito.
No enfoque de causa e
efeito do Método das Partidas Dobradas evidenciam-se os efeitos de determinado
evento econômico ocorrido na empresa.

AN02FREV001/REV 4.0

5
2. PLANO DE CONTAS

O Plano de Contas (PLAC) é um conjunto de contas estabelecido para a


empresa, pelo contador, como necessário para o registro dos atos e fatos. Ele deve
ser estruturado de modo a atender as características de cada empresa, porte e
natureza das atividades, bem como com as necessidades de controle de
informações, levando-se em consideração os aspectos gerenciais, fiscais e
societários.
O PLAC para microempresas e empresas de pequeno porte, segundo a
Norma Brasileira de Contabilidade – Técnica (NBC T) 19.13 deve conter no mínimo
quatro níveis. São eles: níveis 1, 2, 3 e 4. Os níveis 1 e 2 podem ser assim
visualizados:

Níveis 1 e 2 para o PLAC das microempresas e empresas de pequeno porte

AN02FREV001/REV 4.0

6
O nível 3 do PLAC consiste no desdobramento do nível 2, bem como o nível
4 consiste no desdobramento do nível 3.
Abaixo, um exemplo de desdobramento dos níveis 3 e 4 para as contas de
custos e despesas.
O Conselho Federal de Contabilidade (CFC) aprovou a NBCT 19.13, por
meio da Resolução 1.115, onde consta um modelo de Plano de Contas para as
microempresas e empresas de pequeno porte.

Exemplo dos níves 3 e 4 das Contas de Custos e despesas

AN02FREV001/REV 4.0

7
3. LANÇAMENTOS CONTÁBEIS

Padoveze (2004, p. 51) afirma que todo sistema de acumulação contábil


começa com o lançamento. O lançamento é feito por meio do Método das Partidas
Dobradas e a acumulação das informações se dá nas contas contábeis.
Padoveze (2004, p 46) afirma ainda que “A Contabilidade, através da sua
metodologia de registro – o lançamento -, mensura os eventos econômicos,
classifica-os e incorpora-os ao seu sistema de informação, fazendo seu papel de
controle e avaliação econômica do sistema empresa.”
O lançamento contábil, como veículo da Ciência Contábil, deve atender às
funções teóricas da informação contábil que são: teoria da mensuração, teoria da
informação e teoria da decisão.
Os lançamentos contábeis podem ser feitos debitando-se ou creditando-se
as respectivas contas.
As contas do Ativo são sempre debitadas quando ocorre um aumento e são
creditadas quando ocorre uma redução de valor. Para as contas do Passivo, o
entendimento é ao inverso, ou seja, são creditadas quando aumentam de valor e
debitadas quando reduzem de valor.

Metodologia para o débito e crédito para as contas de Ativo e Passivo

AN02FREV001/REV 4.0

8
Para as contas de resultado, despesas e custos, são sempre debitados; as
receitas são creditadas.
Destaca-se que, quando fazemos um depósito em conta corrente, em uma
instituição financeira, ela credita em nossa conta, pois para ela, esse valor
representa uma obrigação, e quando aumentam as obrigações da empresa, sempre
ocorre um crédito. Em contrapartida a esse evento, ocorre o aumento do caixa da
instituição,o que representa um aumento em uma conta do ativo, sinalizando assim
o débito na conta Caixa. Dessa forma ocorre o débito no caixa, conta de Ativo e um
crédito em uma conta do Passivo.

AN02FREV001/REV 4.0

9
4. CONTABILIDADE POR BALANÇOS SUCESSIVOS

A seguir apresenta-se a simulação de alguns eventos ocorridos em uma


empresa hipotética, para então orientar-se para o entendimento da Contabilidade
por Balanços Sucessivos.
Importante ressaltar que a empresa não deve elaborar um Balanço
Patrimonial após cada evento e que a metodologia de Balanços Sucessivos é útil
para o entendimento dos lançamentos contábeis.

4.1 Eventos

a) Constituição do capital da empresa com um capital em dinheiro, no valor


de $ 100.000.
b) Aquisição de estoque de mercadorias à vista, no valor de $ 20.000.
c) Aquisição de equipamentos de informática, a prazo, no valor de $ 12.000.
d) Empréstimo de curto prazo, no valor de $ 5.000.
e) Pagamento de parte do empréstimo, no valor de $ 2.000.
f) Depósito no Banco da Praça, no valor de $ 80.000.
g) Venda de 50% do estoque, à vista, por $ 15.000.

4.1.1 Evento A

No evento A, ocorre a movimentação nas Contas Capital Social e Caixa.

BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO
Ativo Circulante Patrimônio Líquido
Caixa.............................100.000 Capital Social................100.000
Total................................100.000 Total.................................100.000

4.1.2 Evento B

AN02FREV001/REV 4.0

10
No evento B, ocorre a movimentação na conta Estoque de Mercadorias, pela
aquisição de mercadorias para o estoque, bem como a redução da conta Caixa, pelo
pagamento da respectiva compra, no valor de $ 20.000. Na tabela abaixo esse
evento é registrado quando a empresa efetua o sistema de controle de estoque, o
que não ocorre na maioria das microempresas.

BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO
Ativo Circulante Patrimônio Líquido
Caixa............................. 80.000 Capital Social............... .100.000
Estoque de mercadorias 20.000

Total............................. 100.000 Total............................. 100.000

4.1.3 Evento C

No evento C ocorre a movimentação das contas a pagar, pelo acréscimo das


obrigações, em função da aquisição de Equipamentos de Informática, que consta no
Ativo Permanente da empresa.

BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO
Ativo Circulante Passivo Circulante
Caixa............................. 80.000 Contas a pagar............... 12.000
Estoque de mercadorias 20.000
Ativo Permanente Patrimônio Líquido
Equip.informática............. 12.000 Capital Social............... .100.000
Total.............................. 112.000 Total............................. 112.000

4.1.4 Evento D

AN02FREV001/REV 4.0

11
No evento D ocorre um acréscimo de $ 5.000 na conta Caixa, em função do
Empréstimo obtido; a conta Empréstimos a Pagar no Passivo, representando a
obrigação da empresa de pagar o referido empréstimo.

BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO
Ativo Circulante Passivo Circulante
Caixa............................. 85.000 Contas a pagar............... 12.000
Estoque de mercadorias 20.000 Emprést. a pagar............ 5.000
Ativo Permanente Patrimônio Líquido
Equip.informática............. 12.000 Capital Social............... .100.000
Total.............................. 117.000 Total............................. 117.000

4.1.5 Evento E

No evento E ocorre a redução da conta Caixa e a redução da conta


Empréstimos a Pagar, no valor de $ 2.000.

BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO
Ativo Circulante Passivo Circulante
Caixa............................. 83.000 Contas a pagar............... 12.000
Estoque de mercadorias 20.000 Emprést. a pagar............ 3.000
Ativo Permanente Patrimônio Líquido
Equip.informática............. 12.000 Capital Social............... .100.000
Total.............................. 115.000 Total............................. 115.000

4.1.6 Evento F

No evento F ocorre a redução na Conta Caixa e o aumento da Conta Banco


conta Movimento, em função de um depósito bancário.

BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO
Ativo Circulante Passivo Circulante
Caixa.............................. 3.000 Contas a pagar............... 12.000
Estoque de mercadorias 20.000 Emprést. a pagar............ 3.000
Banco c/movimento........ 80.000 Patrimônio Líquido

AN02FREV001/REV 4.0

12
Ativo Permanente Capital Social............... .100.000
Equip.informática............. 12.000
Total.............................. 115.000 Total............................. 115.000

4.1.7 Evento G

O evento G está representado abaixo.

BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO
Ativo Circulante Passivo Circulante
Caixa............................. 18.000 Contas a pagar............... 12.000
Estoque de mercadorias 10.000 Emprést. a pagar............ 3.000
Banco c/movimento........ 80.000 Patrimônio Líquido
Ativo Permanente Capital Social............... .100.000
Equip.informática............. 12.000 Lucro do exercício....... 5.000
Total.............................. 120.000 Total............................. 120.000

Este evento gerou um lucro de $ 5.000 para a empresa, pois a empresa


vendeu 50% do seu estoque por $ 15.000, à vista; dessa forma, o custo da
mercadoria vendida (CMV) foi de $ 10.000, e o preço de venda foi de $ 15.000.
A empresa tinha um total de estoque no valor $ 20.000, por isso ocorreu a
baixa de $ 10.000. Importante ressaltar que nem todas as microempresas e
empresas de pequeno porte possuem um sistema de controle do estoque, muitas
delas, realizam apenas contagem do inventário físico, sempre ao final do exercício,
para fins de fechamento do
Demonstração do Resultado
balanço.
Descrição valor (em $) %
Receita com vendas 15.000,00 100
( - ) CMV 10.000,00 67
( = ) Lucro 5.000,00 33

Apresenta-se a seguir a Razão de cada conta movimentada de acordo com


os eventos de “A” a “G”, com os seus respectivos saldos, devedores ou credores.
São segregados por contas do Ativo, Passivo e por Contas de Resultado, ou seja, as
despesas/custos e finalmente, a Receita. Apresenta-se também a Razão com a

AN02FREV001/REV 4.0

13
Apuração do Resultado do Exercício; destaca-se que o saldo dessa conta é
transferido para a Conta Lucros ou Prejuízos Acumulados.

Contas de Ativo
CAIXA
DÉBITO CRÉDITO
100.000 20.000
5.000 2.000
15.000 80.000
Total ...........................................120.000 Total.............................................102.000
Saldo ............................................18.000
BANCO CONTA MOVIMENTO – BANCO DA PRAÇA
DÉBITO CRÉDITO
80.000
Saldo.............................................80.000

ESTOQUE DE MERCADORIAS
DÉBITO CRÉDITO
20.000 10.000
Saldo.............................................10.000

EQUIPAMENTOS DE INFORMÁTICA
DÉBITO CRÉDITO
12.000
Saldo.........................................12.0000

Contas de Passivo
CONTAS A PAGAR
DÉBITO CRÉDITO
12.000
Saldo...........................................12.000

EMPRÉSTIMOS A PAGAR
DÉBITO CRÉDITO
2.000 5.000
Saldo.............................................3.000

CAPITAL
DÉBITO CRÉDITO
100.000
Saldo.........................................100.000

Contas de resultado
CUSTO DA MERCADORIA VENDIDA – CMV
DÉBITO CRÉDITO
10.000
Saldo............................................10.000

RECEITA COM A VENDA DE MERCADORIAS


DÉBITO CRÉDITO
15.000
Saldo...........................................15.000

AN02FREV001/REV 4.0

14
As contas de resultado devem ser sempre zeradas ao final do exercício,
para que se possa fazer o levantamento do resultado, seja ele, lucro ou prejuízo.

APURAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO – ARE


DÉBITO CRÉDITO
10.000 15.000
Saldo 5.000

Sempre que o saldo da conta Apuração do Resultado do Exercício for


credor, a empresa tem um lucro no período; caso o saldo dessa conta seja devedor,
a empresa tem um prejuízo. Tanto para saldo devedor, como para saldo credor,
essa conta também deverá ser zerada, e o saldo transferido para uma conta de
Lucros ou Prejuízos Acumulados, no Patrimônio Líquido da empresa.

AN02FREV001/REV 4.0

15
5. BALANCETE DE VERIFICAÇÃO

O Balancete de Verificação é um relatório contábil, não obrigatório, que


evidencia a relação das contas extraídas dos registros contábeis, com os
respectivos saldos credores ou devedores do mês. Ele pode ser apresentado com
duas ou quatro colunas.
Quando apresentado com quatro colunas aparece o valor da movimentação
das contas, bem como o respectivo saldo, e quando apresentado com duas colunas,
aparece apenas o saldo. Abaixo temos um Modelo de Balancete de Verificação, com
base nos eventos realizados no item anterior deste módulo.

Modelo de Balancete de Verificação


BALANCETE DE VERIFICAÇÃO
MOVIMENTO SALDO
N. NOME DA CONTA DÉBITO CRÉDITO DÉBITO CRÉDITO
1 CAIXA 120.000 102.000 18.000
2 BANCO C/MOV- BANCO DA PRAÇA 80.000 80.000
3 ESTOQUE DE MERCADORIAS 20.000 10.000 10.000
4 EQUIP.DE INFORMÁTICA 12.000 12.000
5 CONTAS A PAGAR 12.000 12.000
6 EMPRÉSTIMOS A PAGAR 2.000 5.000 3.000
7 CAPITAL 100.000 100.000
8 CMV 10.000 10.000
9 RECEITA COM A VENDA 15.000 15.000
TOTAL 244.000 244.000 130.000 130.000

Observa-se no Balancete de Verificação, apresentado na Tabela 9, que na


coluna Movimento, o valor total a Débito fecha com o valor total a Crédito, e que na
coluna saldo ocorre também a mesma coisa; logo, sabe-se que o Balancete está
correto, e que foram registrados corretamente os valores a débito e a crédito.

AN02FREV001/REV 4.0

16
6 LIVROS CONTÁBEIS

A entidade deve manter um sistema de escrituração contábil mecanizado,


manual ou eletrônico.
Os livros utilizados pela Contabilidade, obtidos por meio do sistema contábil,
são: livro Diário e livro Razão. O livro Diário é um livro obrigatório, enquanto que o
Razão é facultativo.
O Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício devem
ser transcritos no livro Diário de micros e pequenas empresas e assinados, por
profissional da Contabilidade legalmente habilitado e pelo empresário. O Livro Diário
deve ser registrado no Registro Público competente.
Salienta-se que, de acordo com a Receita Federal, em 22 de janeiro de
2007, foi instituído o Sistema Público de Escrituração Digital (SPED), por meio do
Decreto nº 6.022, que faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC
2007-2010) do Governo Federal e consiste na informatização da relação entre as
empresas e o fisco.
O SPED, de maneira geral, consiste na modernização da sistemática atual
do cumprimento das obrigações acessórias, transmitidas pelos contribuintes às
administrações tributárias e aos órgãos fiscalizadores. Para o cumprimento dessas
obrigações acessórias a empresa utiliza-se da certificação digital para fins de
assinatura dos documentos eletrônicos, garantindo assim a validade jurídica.
O SPED é formado por três grandes subprojetos, que são: Escrituração
Contábil Digital (ECD), Escrituração Fiscal Digital (EFD) e a Nota Fiscal Eletrônica
(NF e) – ambiente nacional. A Figura 5 evidencia a formação do SPED.

Figura 5 - Sistema Público de Escrituração Digital (SPED)

AN02FREV001/REV 4.0

17
A maioria das empresas já se utiliza de sistemas informatizados para efetuar
tanto a escrituração contábil, quanto a fiscal e com a implantação do SPED contábil
o cumprimento da obrigação relacionada com o livro Diário se tornará ainda mais
fácil. Através do ambiente SPED, o envio do Livro Diário será por meio digital.
O ECD consiste na substituição dos livros de escrituração mercantil pelos
seus equivalentes digitais, possibilitando às empresas redução de custos com a
impressão do livro Diário.
O EFD consiste em um conjunto de escriturações de documentos fiscais e
de outras informações de interesse dos fiscos das unidades federadas e da
Secretaria da Receita Federal, bem como o registro da apuração dos impostos que
serão enviados por meio digital, via internet, pelo ambiente do SPED.
Segundo a Receita Federal, o Projeto Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) está
sendo desenvolvido, de forma integrada, pelas Secretarias de Fazenda dos
Estados e Receita Federal do Brasil.
Percebe-se que a meta das administrações tributárias da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios é atuar de forma integrada e com o
compartilhamento de cadastros e de informações fiscais.
Estão obrigadas a adotar o SPED, em relação aos fatos ocorridos a partir
de 01 de janeiro de 2008, as empresas sujeitas a acompanhamento econômico-
tributário diferenciado nos termos da Portaria RFB nº 11.211, de 7 de novembro de
2007, e sujeitas à tributação do imposto de renda pelo Lucro Real. Em relação aos
fatos ocorridos a partir de 01 de janeiro de 2009, as demais empresas ficam
sujeitas à tributação com base no Imposto de Renda pelo Lucro Real.
Observa-se assim, que se a micro ou pequena empresa for optante pela
tributação com base no Lucro Real, estará sujeita às normas do SPED.

AN02FREV001/REV 4.0

18
7. SISTEMAS DE CONTROLE DO ESTOQUE

O controle dos estoques é importante para qualquer tipo de empresa,


independentemente do porte e da atividade desenvolvida.
O estoque a ser controlado pode ser de produtos acabados, de mercadorias,
de produtos em elaboração, de materiais diversos. O estoque deve ser evidenciado
contabilmente no Ativo Circulante da empresa.
Atualmente existe a tendência das empresas em estocar apenas os produtos
e materiais que sejam imprescindíveis. Estoque significa investimento financeiro, por
isso cabe sempre uma análise de custo-benefício para avaliar a quantidade de
estoque necessária ou se é mais interessante deixar os recursos financeiros que
seriam aplicados em estoque, aplicados no mercado financeiro ou investidos em
qualquer outra modalidade de investimento.
Algumas empresas adotam a filosofia oriunda do Japão, o Just-in-time (JIT),
para controlar o seu estoque.
A filosofia JIT inclui procedimentos para o gerenciamento de materiais,
gerenciamento da qualidade, organização física dos meios produtivos e para
organização do trabalho e além disso, aspectos para a engenharia do produto e para
a gestão dos recursos humanos.
Essa filosofia é conhecida como sistema puxado, em virtude de que só se
produz, o que a demanda solicita e na quantidade e no momento necessário. Pode
utilizar-se dos cartões kanban, que são necessários para autorizar a produção e a
movimentação dos materiais.
As principais metas do JIT são obter um estoque zero e sem defeitos, com
um mínimo de tempo de produção, para o caso da indústria. Essa filosofia pode ser
aplicada em qualquer tipo de atividade, desde que feitas as adaptações necessárias.
O JIT requer que a demanda pelos produtos oferecidos pela empresa seja
estável em curto prazo, para que se obtenha um balanceamento adequado dos
recursos.
Caso a demanda seja muito instável, existe a necessidade de manutenção
de estoques de produtos ou de mercadorias a um nível tal que permita que a
demanda seja efetivamente atendida. Diante disso, a empresa pode utilizar-se dos

AN02FREV001/REV 4.0

19
seguintes sistemas de controle de estoque: o inventário periódico e o inventário
permanente.

Sistemas de Controle do Estoque

7.1 Inventário Periódico

É aquele onde há o controle de estoque pela averiguação da contagem


física de seus itens, geralmente ao final do exercício, quando do fechamento do
Balanço Patrimonial.
Contudo, para efeitos gerenciais, deveria ser feita essa averiguação
mensalmente, quando do fechamento dos Balancetes.
O inventário periódico é permitido pela legislação do imposto de renda e é o
mais usado pelas empresas de pequeno porte.
Este sistema permite apurar o Custo Global de Fabricação, ou o Custo dos
Produtos Vendidos de um determinado período, que pode ser um mês, um bimestre,
um trimestre, um semestre ou um ano, conforme o interesse da empresa.
Para a apuração do Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) ou o Custo dos
Produtos Vendidos (CPV) é utilizada a seguinte fórmula:

CMV ou CPV = Estoque Inicial (EI) + Compras (C) - Estoque Final (EF)

Supondo que uma indústria de produtos de limpeza, em 31 de dezembro de


19x8, apresente a seguinte situação, em relação à gestão industrial do ano:

Dados relacionados com a produção

AN02FREV001/REV 4.0

20
Descrição Valor em $
Estoque inicial de Matéria-prima 10.000
Compras de matéria-prima 40.000
Mão-de-obra 60.000
Gastos gerais de fabricação 32.000
Estoque final de Matéria-prima 18.000
Estoque final de Produtos acabados 28.000

Com base nos dados apresentados na Tabela 10, o Custo dos Produtos
Vendidos da empresa é de $ 96.000.

Cálculo do Custo dos Produtos Vendidos (CPV)


Descrição Valor
Estoque Inicial 10.000
( + )Compras de matéria-prima 40.000
( + ) Mão-de-obra 60.000
( + ) Gastos Gerais de Fabricação 32.000
( - ) Estoque final de matéria-prima 18.000
( - ) Estoque final de produtos acabados 28.000
( = ) Custo do Produtos Vendidos - CPV 96.000

Os estoques de mercadorias, matérias-primas, outros materiais e


componentes, são avaliados pelo custo de aquisição ou valor de mercado, quando
esse for menor.
Os estoques obsoletos ou inservíveis são avaliados pelo valor líquido de
realização e os estoques invendáveis devem ser baixados.
Para esse sistema de controle do estoque, a avaliação dos estoques
existentes ao final do período é feita com base nos seguintes dados:

a) Os de materiais em processamento são avaliados por uma vez e meia o


maior custo das matérias-primas adquiridas no período de apuração, ou
em oitenta por cento do valor dos produtos acabados;
b) Os produtos acabados são avaliados em setenta por cento do maior
preço de venda no período de apuração.

AN02FREV001/REV 4.0

21
A utilidade gerencial para a tomada de decisão deste sistema é restrita, pois
só anualmente ou mensalmente o empresário ficará sabendo o valor do custo das
mercadorias vendidas (CMV) e o lucro ou prejuízo sofrido no período. Além disso, só
é possível apurar o Custo Unitário, se a empresa produzir um único tipo de produto.

7.2 Inventário Permanente

O Sistema de Inventário Permanente é aquele feito por meio de Controle de


Estoques de maneira individualizada e diariamente, normalmente por sistema
eletrônico de dados.
O Controle dos estoques pode ser feito utilizando-se dos seguintes métodos:
Custo Médio Ponderado, Primeiro a entrar é o Primeiro a Sair (PEPS) e o Último a
entrar é o Primeiro a sair (UEPS). Existe ainda, o Método do Custo Específico; nesse
método, o custo da mercadoria vendida, é baixado do estoque pelo seu valor
específico. É utilizado por empresas que possuem em seu estoque mercadorias de
valor relevante, e em poucas unidades, como seria o caso de máquinas ou veículos.
No caso do Custo Médio Ponderado, pode ser o Móvel Fixo ou o Médio
Móvel. Se for pelo Médio Fixo, o controle é feito mensalmente, enquanto que se for
pelo Médio Móvel, o controle é feito diariamente.
Dentre esses métodos, somente o UEPS não é permitido pela legislação do
Imposto de Renda, por isso deixar-se-á de abordá-lo neste curso.
O valor dos bens existentes no final do período de apuração poderá ser o
custo médio, ou o custo dos bens adquiridos ou produzidos mais recentemente,
além disso, a legislação do imposto de renda admite a avaliação tendo por base o
preço de venda, subtraída a margem de lucro.
Para o entendimento dos métodos far-se-á uma simulação, baseando-se em
dados de uma empresa hipotética. Essa empresa comercializa fogões, dentre outros
eletrodomésticos. Os dados sobre a mercadoria fogão da marca Continente são os
seguintes:

a) Em 01 de maio de 19X1, aquisição de 15 fogões, por $ 50 cada.


b) Em 15 de maio de 19X1, aquisição de 20 fogões, por $ 55 cada.
c) Em 20 de maio de 19X1, venda de 10 fogões. Cada fogão foi vendido a $ 70.

AN02FREV001/REV 4.0

22
d) Em 25 de maio de 19X1, compra de mais 7 fogões, por $ 17 cada.

7.2.1 Custo Médio Ponderado Móvel

De acordo com os dados apresentados anteriormente, veja o cálculo do


Custo Médio Ponderado Móvel.

CONTROLE DA MERCADORIA: FOGÃO CONTINENTE


DATA ENTRADAS SAÍDAS SALDOS

DIA / MÊS QTD. CUSTO C. TOTAL QTD. CUSTO C. QTD. C. UNIT. C. TOTAL
UNIT. UNIT. TOTAL

01/05/X1 15 50,00 750,00 15 50,00 750,00


15/05/X1 20 55,00 1.100,00 35 52,86 1.850,00
20/05/X1 10 52,86 528,6 25 52,86 1.321,43
25/05/X1 7 17,00 119,00 32 45,01 1.440,43

Observe que o cálculo do Custo Médio Ponderado Móvel é feito


considerando-se a soma do custo total, dividindo-se pela quantidade total, ou seja,
no primeiro cálculo do custo médio, somou-se $ 750 mais $ 1.100, e dividiu-se por
35 unidades, que é a quantidade total do dia 15 e encontrou-se um custo médio
ponderado de $ 52,86. Esse cálculo deve ser sempre feito quando da aquisição de
novas mercadorias por preço diferente do adquirido anteriormente.

7.2.2 PEPS

A tabela abaixo apresenta o cálculo do Custo, pelo sistema de Primeiro a


Entrar, Primeiro a Sair, conhecido como PEPS, de acordo com os dados
apresentados anteriormente.

CONTROLE DA MERCADORIA: FOGÃO CONTINENTE


DATA ENTRADAS SAÍDAS SALDOS
DIA / MÊS QTD. CUSTO C. TOTAL QTD. CUSTO C. TOTAL QTD. C. UNIT. C. TOTAL
UNIT. UNIT.

AN02FREV001/REV 4.0

23
01/05/X1 15 50,00 750,00 15 50,00 750,00
15/05/X1 20 55,00 1.100,00 15 50,00 1.850,00
20 55,00
20/05/X1 10 50,00 500,00 5 50,00 1.350,00
20 55,00
25/05/X1 7 17,00 119,00 5 50,00 1.469,00
20 55,00
7 17,00

Neste sistema de controle do estoque, ocorre que a empresa poderá ter em


seu estoque ao final do dia, o mesmo produto adquirido por preços diferenciados. A
tabela 13 evidencia essa situação, onde ao final do dia 15, a empresa possui 15
unidades por $ 50 cada uma, mais 20 unidades, por $ 55 cada uma. A baixa do
estoque deve ser sempre pelo custo mais antigo, até que acabem as unidades que
foram adquiridas por $ 50, para então proceder-se a baixa das unidades adquiridas
por $ 55, pois as primeiras que entram, são as primeiras que saem.
A vantagem deste sistema, conforme visto nas simulações apresentadas
anteriormente é de que, a cada movimentação no estoque, pode-se visualizar o
saldo anterior, as entradas e o saldo atual sempre atualizado. Além disso, o Custo
das Mercadorias pode ser obtido a qualquer momento, o que permite calcular-se
também o lucro bruto da empresa a cada movimentação do estoque.

Comparando-se o Preço de Venda, ou a Receita com as Vendas e o CMV,


obtém-se o Lucro Bruto.

Comparação entre os sistemas


MÉTODO VENDAS CUSTO DA MERC. LUCRO BRUTO
VENDIDA (CMV)
PEPS 700,00 500,00 200,00

C. M. 700,00 528,60 171,40

Destaca-se o cálculo do Lucro Bruto, com base nos dois métodos


apresentados, e observa-se que pelo Custo Médio Ponderado Móvel a empresa

AN02FREV001/REV 4.0

24
apresenta um lucro bruto menor, o que seria mais vantajoso para a empresa; caso
ela estivesse enquadrada com a opção de pagamento do Imposto de Renda e
Contribuição Social, pelo Lucro Real, pagaria menos impostos nesse período.

AN02FREV001/REV 4.0

25
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A competitividade das empresas caracteriza-se pela capacidade que elas


têm de criar e sustentar estratégias competitivas, capacitando-as a enfrentar a
concorrência. A Contabilidade pode contribuir com o gestor na definição de suas
estratégias.
Sendo assim, o mundo dos negócios tem atraído, cada vez mais, os
pequenos e microempresários para evoluírem junto com a Contabilidade.
A Contabilidade tem sofrido nos últimos tempos, mudanças significativas que
a princípio, estão impactando principalmente as grandes empresas, mas que
provocam também mudanças nas pequenas e médias empresas.
Os avanços tecnológicos provocaram mudanças nos procedimentos quanto
ao cumprimento de obrigações acessórias relacionadas com a Contabilidade; é o
caso do SPED, que vem aos poucos atingindo as micros e pequenas empresas em
sua plenitude.
Dessa forma, é necessário que cada vez mais empresário e contador
caminhem juntos para que possam cumprir o seu papel, gerar lucro para a empresa,
bem como gerar emprego e renda para a população, levando a Contabilidade a
cumprir o seu papel de Ciência Social.

FIM DO MÓDULO IV

AN02FREV001/REV 4.0

26
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ASSAF NETO, Alexandre. Finanças Corporativas e Valor. 2 ed São Paulo: Atlas,


2005.

BORNIA, Antonio Cezar: Análise Gerencial de Custos – Aplicação em Empresas


Modernas. Florianópolis: Ed. Bookman, 2002.

BRASIL. INSTRUÇÃO CVM Nº 469, DE 2 DE MAIO DE 2008. Dispõe sobre a


aplicação da Lei nº 11.638, de 28 de dezembro de 2007. Altera as Instruções CVM
n° 247, de 27 de março de 1996 e 331, de 4 de abril de 2000.
http://www.cvm.gov.br/port/snc/inst469.pdf.

BRASIL. Lei 6404, de 15 de dezembro de 1976. Dispões sobre as Sociedades por


Ações. Disponível em http://www.planalto.gov.br. Acesso em 04 de outubro de 2008.

BRASIL. Novo Código Civil Brasileiro. Lei º 10.406, de 10 de janeiro de 2002. São
Paulo: Escala, 2002.

BRASIL. Resolução CFC nº 1.115, de 14 de dezembro de 2007. Aprova a NBC T


19.13 – Escrituração Contábil Simplificada para Microempresa e empresa de
pequeno porte. Obtido em http/www.crcsp.org.br. Acesso em 28 de setembro de
2008.

BRUNI, Adriano Leal; FAMÁ, Rubens. Gestão de Custos e Formação de Preços.


São Paulo: Atlas, 2003.

CARLBERG, Conrad. Administrando a Empresa com Excel. São Paulo: Pearson


Makron Books, 2003.

Decreto nº 6451, de 12 de maio de 2008. Regulamenta o art. 56 da Lei

AN02FREV001/REV 4.0

27
Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006, que dispõe sobre a constituição
do Consórcio Simples por microempresas e empresas de pequeno porte optantes
pelo Simples Nacional.

ELDENBURG, Leslie G; WOLCOTT, Susan K. Gestão de Custos: como medir,


monitorar e motivar o desempenho. Rio de Janeiro: LTC, 2007.

FIPECAFI – Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras.


Manual de Contabilidade das Sociedades por Ações. 6 ed . rev . e atual. São
Paulo: Atlas, 2003.

FORTES, José Carlos. A Sociedade em Comum e a Pessoa Jurídica no Novo


Código Civil.
Disponível em: http://www.classecontabil.com.br/servlet_juizo.php?id=64. Acesso em
13 de julho de 2008.

Http://www.sebraesp.com.br. Acesso em 14 de junho de 2008.

IUDÍCIBUS, Sérgio de. Análise de Balanços. 7. ed São Paulo: Atlas, 1998.

IUDÍCIBUS, Sérgio de; MARION, José Carlos. Curso de Contabilidade para não
Contadores. São Paulo: Atlas, 1998.

JOHNSON, H.Thomas; KAPLAN, Robert S. A Relevância da Contabilidade de


Custos. 2 ed. Rio de Janeiro: Campus, 1996.

Lei complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006. Institui o Estatuto Nacional


da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte. Disponível em
http://www.receita.fazenda.gov.br/Legislacao/LeisComplementares. Acesso em 29
de maio de 2008.

MARION, José Carlos. Análise das Demonstrações Contábeis: contabilidade


empresarial. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2002.

AN02FREV001/REV 4.0

28
MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2000.

MATARAZZO, Dante Carmine. Análise Financeira de Balanços: abordagem


básica e gerencial. 3. ed . São Paulo: Atlas, 1995.

Novo Código Civil Brasileiro. Lei º 10.406, de 10 de janeiro de 2002. São Paulo:
Escala, 2002.

PADOVEZE, Clóvis Luis. Controladoria Estratégica e Operacional: conceitos,


estrutura, aplicação. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2005.

PADOVEZE, Clóvis Luis. Sistemas de Informações Contábeis. São Paulo: Atlas,


2004.

REIS, Carlos de Rezende. Demonstrações Contábeis: estrutura e análise. São


Paulo: Saraiva, 2003.

SALAZAR, José Nicolás Albuja; BENEDICTO, Gideon Carvalho de. Contabilidade


Financeira. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2004.

SANTOS, Gilmara. Carga tributária é a principal vilâ na perenidade dos negócios.


Gazeta Mercantil. Suplemento especial. 28 de maio de 2008.

VASCONCELOS, Yumara Lúcia. Compreenda as Finanças de sua Empresa:


introdução à análise das demonstrações contábeis. Rio de Janeiro: Qualitymark,
2005.

VERNE, Carlos Eduardo Del Valle. Sociedade Empresária ou Sociedade


Simples? Um conceito a ser explorado. FISCOSoft, 2003.
http://www.fiscosoft.com.br/main_index.php?home=home_artigos&m=_&nx_=&viewi
d=115220. Acesso em 02 de agosto de 2008.

AN02FREV001/REV 4.0

29
FIM DO CURSO

AN02FREV001/REV 4.0

30

Você também pode gostar