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Análise do episódio de “Inês de Castro”

13.1 - Inês é comparada com uma “bonina”que foi cortada antes do tempo, a fim de dar mais
ênfase à atrocidade do crime cometido. Assim como uma flor murcha quando é cortada (“Assi
como a bonina, que cortada (…)/O cheiro traz perdido e a cor murchada”), Inês, ao morrer,
perde a cor e a vivacidade (“Tal está, morta, a pálida donzela,/ Secas do rosto as rosas e
perdida/ A branca e viva cor, co a doce vida”).

14.1/2 – Face ao trágico desfecho deste episódio, as ninfas do Mondego associam-se e


exteriorizam a sua dor ( “As filhas do Mondego a morte escura, /Longo tempo chorando
memoravam”), transformando as lágrimas choradas numa fonte(“ E, por memória eterna, em
fonte pura/ As lágrimas choradas transformaram.”) cujas águas recordarão para sempre o
infortúnio de tais Amores.

15.1- Mal sobe ao poder, D.Pedro inicia a sua vingança contra os cruéis assassinos da sua
amada, D.Inês (“Não correu muito tempo que a vingança / Não visse Pedro das mortais
feridas / Que, em tomando do Reino a governança, / A tomou dos fugidos homicidas."). Os três
algozes (Álvaro Gonçalves, Diogo Lopes Pacheco e Pêro Coelho), que fugiram para Castela, são
entregues pelo rei de Castela a D.Pedro (“Do outro Pedro cruíssimo os alcança”), que
vingando-se, quebrará o juramento que tinha feito a seu pai.

16.1 – Na estância 137, encontra-se a justificação para o cognome de D.Pedro, “o Justiceiro”


ou “o Cru”. Este cognome é-lhe atribuído pois este rei era muito rigoroso a castigar todos os
tipos de crime, em particular roubos, assassinatos e adultérios (“Este castigador foi reguroso/
De latrocínios, mortes e adultérios”.

17 –

Momentos Conteúdo Estâncias


Introdução Localização espácio temporal 118/119
e introdução do episódio de
Inês de Castro; Identificação
e caracterização do culpado
pelo trágico fim de Inês;
Inês antes da tragédia Vida feliz e despreocupada 120/121
(“engano de alma, ledo e
cego”).
Morte de Inês Motivos da morte de Inês (“O 122 a 125
murmurar do povo e a
fantasia / Do filho […]”);
apresentação de Inês.
Discurso de Inês Inês refere a piedade dos 126/127/128/129
animais selvagens para com
os seres humanos, apela à
piedade do rei, faz referência
à sua inocência, fragilidade e
à sua condição de mãe; apela
ainda à condição de cavaleiro
do próprio rei. Finalmente,
Inês acaba por apresentar
alternativas à sua morte, o
desterro;
Reacção do rei O rei vacila na sua decisão, 130-132
mas o Povo e o Fado
influenciam a sua decisão;
Considerações do poeta O poeta faz referência a 133/134/135
outros horrores conhecidos:
compara a morte de Inês à
morte de Polycena e apela
também ao sol que se aparte,
fazendo alusão a um episódio
da Antiguidade Clássica. O
poeta manifesta o seu
inconformismo, comparando
Inês a uma bonina e faz
alusão à Fonte dos Amores;
Vingança de Pedro Referência à subida ao trono 136/137
por parte de D. Pedro e ao
modo como este se vingou
dos assassinos de Inês.

18.1 – Os versos que ilustram o género lírico são os que constituem as estrofes 120, 121, 133 e
135.

18.2 – Os elementos trágicos apresentados neste episódio são o Destino, o Amor, a Piedade e
a Morte.

19-

1-c 5-g 9-j

2-d 6-i 10 – h

3-a 7-e

4-b 8-f

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