Você está na página 1de 27

Otávio Bufoni Ferreira

Quando Fomos Filósofos


Vol. II
Pensadores Iluministas

Argumentação Filosófica para Vestibulares e Concursos Públicos


Aviso

A produção deste livro exigiu muito trabalho e tempo de dedicação exclusiva de


minha parte. Também investi anos e dinheiro para adquirir este conhecimento, que
agora busco formatar de forma que outras pessoas possam atingir o mesmo de forma
mais rápida e prática.

Este é o sentido do trabalho: Você emprega sua energia e seus recursos para
produzir algo que facilitará a vida de outras pessoas. Em troca, você é remunerado
de forma que pode utilizar este pagamento como meio de troca para usufruir das
facilidades produzidas pelo trabalho de ainda mais pessoas.

Você aprenderá filosofia mais rápido se tiver a ajuda e acompanhamento de pessoas


que já passaram por esse processo de aprendizagem antes, evitando perder tempo
com métodos que não funcionam e focando naquilo que já foi testado e aprovado.

Este livro está sendo distribuído de forma inteiramente gratuita, mas peço que não
altere ou extraia partes deste material para que seja distribuído de outras formas.
Introdução

Os Filósofos Iluministas contribuíram de maneiras diferentes e em diversas áreas do


conhecimento.

As "luzes" do pensamento iluminista são uma resposta crítica às "trevas" do


pensamento medieval, em que toda a produção de conhecimento estava
subordinada à religião, como forma de justificar a fé e o poder da Igreja.

Apesar das particularidades presentes no pensamento de cada um deles, as


questões relacionadas à produção de um conhecimento independente, centrado na
razão e distanciado da teologia proposta pela Igreja, é uma marca comum.
Ascensão da burguesia na França

A Revolução Francesa foi um movimento de revolta social e, principalmente, política que


ocorreu em 1789 na França. Na época, o país enfrentava grandes crises econômicas, pois a
burguesia trabalhava duro para arcar com os privilégios cedidos apenas a uma parte da
civilização.

Os burgueses que viviam em situação de desprezo não concordavam com o modelo de


política predominante no país, por isso entraram em guerra na tentativa de conquistar uma
sociedade mais justa, onde eles pudessem ter os seus direitos atendidos e a implantação de
um Estado Democrático. Nesse período, a França dividia a população em três estados:

Primeiro Estado: correspondia a 2% da população, sendo formada pelo clero;

Segundo Estado: essa divisão era formada pelo rei e sua família, correspondendo a 2,5%
da população. Além deles, havia uma pequena parcela de burgueses que compravam os
títulos de nobreza para fazer parte da classe, que não pagava impostos e ainda ocupava
cargos públicos.

Terceiro Estado: correspondia a mais da metade da população, cerca de 95%. A classe que
preenchia esse estado era composta pelos burgueses, a exemplo dos comerciantes,
advogados, médicos e banqueiros, que apesar de grandes movimentadores da economia,
não usufruíam de liberdade econômica e direitos políticos. A França era governada pelo rei
Luís XIV, também conhecido como “Rei Sol”. Dessa forma, a corte detinha poder absoluto
em todas as áreas como economia, política, justiça, religião e outros.

Início da Revolução Francesa

O país já enfrentava crises econômicas desde a posse do rei, devido as dívidas contraídas
nos antigos reinados para manter a corte, que era muito luxuosa. No início, a produção da
França era estruturada em um modelo feudal, ou seja, os burgueses trabalhavam em
grandes plantações dentro das propriedades do clero.

Na Inglaterra, país rival, já aconteciam os primeiros sinais da Revolução Industrial e isso


estava deixando os burgueses cada dia mais indignados. Eles desejavam acabar com o
absolutismo e o poder do rei, já que eles sustentavam o estado. Além disso, queriam romper
as restrições do comércio internacional, acreditando que o Liberalismo Econômico pudesse
ajudar a resolver os problemas.

Os burgueses buscavam por mais participação nas decisões políticas do país. O iluminismo,
no entanto, surgiu como um parâmetro a essas insatisfações, pois o movimento cultural
pregava ideias contra a restrição de liberdade e fazia duras críticas às práticas econômicas e
mercantilistas que estavam acontecendo. Isso fez com que os burgueses se unissem ao
movimento para exigir reformas urgentes no modelo de gestão executado.
O país estava enfrentando grandes crises como a falência das empresas, quebra do
comércio nacional, além do aumento dos índices de desemprego. Para conter o início de
uma possível revolução, o rei resolveu convocar os três estados para uma assembléia.
O Terceiro Estado queria que as votações fossem realizadas individualmente, pois só assim
eles conseguiriam ter as suas normas aceitas, já que possuíam o maior número de pessoas
em sua classe.

No entanto, o Primeiro e parte do Segundo Estado (alto clero) não aceitavam essa decisão e
desejavam que as votações continuassem sendo da mesma forma. Com isso, metade da
assembléia (Primeiro e Segundo Estado) decidiu se separar do acordo. O rei, então, sugeriu
ao Primeiro Estado que se unisse ao grupo, mas não obteve sucesso. Dessa forma, ele
decidiu convocar o exército para conter a situação considerada, por ele, uma revolta contra a
ordem pública.

Essa decisão revoltou parte da população que decidiu detonar a Bastilha (local usado para a
prisão de opositores). No local, eles tocaram fogo, destruíram a estrutura, enfrentaram os
guardas e ainda libertaram os presos. Esse movimento ficou conhecido como o marco inicial
da Revolução Francesa. Prometendo a união até a publicação da primeira Constituição da
França, o Primeiro e Parte do Segundo Estado declaram-se como Assembléia Nacional
Constituinte.

A Tomada da Bastilha foi o marco inicial da Revolução Francesa

Monarquia Constitucional

Após o ataque da Bastilha, as guerras continuaram a se espalhar por todo o país. Os


burgueses passaram a invadir casas, matar familiares da nobreza e ocupar propriedades.
Isso fez com que o rei, tentando conter a população, excluísse o regime feudal e acabasse
com os privilégios destinados apenas ao clero e a nobreza. No entanto, a burguesia
começava a se preocupar com a maneira como estavam reivindicando os seus direitos.

Preocupados com a base doutrinária durante a Revolução Francesa, a Assembleia Nacional


Constituinte aprovou a Declaração dos Direitos do Homem e Cidadão no dia 26 de agosto de
1789. Ela institui o lema da Revolução Francesa “Liberdade, Igualdade e Fraternidade". Dois
anos depois, em setembro de 1791, é publicada a Constituição da França. Entre os seus
artigos estavam:

• A transformação do governo em uma Monarquia Constitucional;


• Concentração do governo nas mãos do rei;
• Voto censitário, ou seja, apenas algumas pessoas poderiam votar (a escolha era baseada
na situação social e econômica);
• Abolição da servidão e a nacionalização dos bens eclesiásticos;
• A escravidão nas colônias foi mantida.

Queda da Monarquia

A Revolução Francesa dividiu os manifestantes em dois grupos. De uma lado os girondinos,


representantes da alta burguesia e defensores de atitudes moderadas, e do outro
os jacobinos, representantes da baixa burguesia.

A França viveu seus piores momentos entre 1792 e 1794, pois a publicação de alguns artigos
da Constituição, como a permanência da escravidão na colônias, por exemplo, mexia com os
sentimentos da população, o que causou ainda mais revoltas no país. Pessoas que se
opuseram à Revolução Francesa foram perseguidas e mortas na Guilhotina. O rei Luís XIV,
inclusive, foi morto dessa maneira em 1793.

Ascensão da burguesia

Os girondinos assumiram o poder em um momento que ficou conhecido como Diretório. Essa
fase durou cinco anos, indo de 1794 a 1799. Com isso, uma nova Constituição foi aprovada e
os burgueses conseguiram ver os seus direitos políticos e econômicos serem atendidos. Mas,
os girondinos não estavam sendo bem aceitos pelo público, pois eles revogaram o
congelamento dos preços das mercadorias.

Para restabelecer a situação econômica do país, os girondinos pediram apoio ao exército. O


general Napoleão Bonaparte teve uma forte participação no governo. Ele instaurou o golpe
do Brumário 18, com a promessa de estabelecer a paz temporariamente na França e
assumiu o poder, implantando um novo governo burguês.
O Iluminismo e a Filosofia

A Filosofia anda conjuntamente aos acontecimentos históricos, uma revolução influencia a


forma de pensar de um povo, um livro pode influenciar uma revolução, todo movimento
histórico efetivo foi conjugado a pensadores, que entenderam, refletiram e trouxeram
reflexões acerca do tema. O Iluminismo além de um importante momento histórico, foi um
instante de reprodução de novos conhecimentos, momento em que o homem trouxe novas
perspectivas de entendimento de sua realidade.

O iluminismo possui variadas definições, a mais famosa é de Kant, que diz: "O iluminismo
representa a saída dos seres humanos de uma tutelagem que estes mesmos se impuseram
a si. Tutelados são aqueles que se encontram incapazes de fazer uso da própria razão
independentemente da direção de outrem. É-se culpado da própria tutelagem quando esta
resulta não de uma deficiência do entendimento mas da falta de resolução e coragem para se
fazer uso do entendimento independentemente da direção de outrem. Sapere aude! Tem
coragem para fazer uso da tua própria razão! Esse é o lema do iluminismo.

São variadas as propostas trazidas pelo movimento Iluminista, defendiam uma evidente
igualdade jurídica, uma busca pela liberdade religiosa, uma recorrente crítica ao absolutismo,
por considerar que devia-se ter um liberalismo econômico, a ilustração também trazia o
debate sobre uma maior participação política dos cidadãos, que necessitariam possuir seus
direitos naturais (vida, liberdade e propriedade privada) assegurados pelo estado.

O Iluminismo serviu como influência para momentos históricos fundamentais, como a


Revolução Americana e Francesa, além de ter sido um fomentador de ideias desenvolvidas
ao longo do século XIX, como o socialismo, a social-democracia e novos postulados liberais.
Adam Smith
(1723-1790)

Adam Smith, (1723-1790) foi um economista e filósofo escocês. Considerado o pai da


economia moderna. O mais importante teórico do liberalismo econômico do século XVIII. Sua
principal obra "A Riqueza das Nações", é referência para os economistas.
Contra a intervenção do Estado na economia, a favor do livre mercado, Smith falava da "mão
invisível" que regia a economia, por exemplo, a lei da oferta e da procura. Suas ideias deram
origem a uma filosofia voltada para a riqueza, acumulação de capital, ou capitalismo. O que,
convenhamos, por si só já é bastante polêmico.
Radicado em Edimburgo, em 1748, deu cursos sobre ética e economia, até ser nomeado
professor de Lógica, na Universidade de Glasgow, em 1751.

Smith travou amizade com o filósofo David Hume, cujas doutrinas empiristas e iluministas
exerceram grande influência sobre ele.Assumiu a cátedra de Filosofia Moral, em 1752.
Publicou seu principal tratado sobre essa disciplina, "Teoria dos Sentimentos Morais”, em
1759. Nessa obra, vinculada à escola do sentimento moral iniciada por Francis Hutcheson,
Adam Smith destacava, como princípio básico da consciência moral do indivíduo, a
imparcialidade no julgamento das próprias ações e do comportamento alheio.

Adam Smith tornou-se tutor do duque de Buccleuch e com ele viajou pela França e Suíça
entre 1763 e 1766, onde teve contato com os fisiocratas, como Voltaire e François Quesnay.
Publicou sua obra principal, "A Riqueza das Nações” (1776), que teve importância
fundamental para o nascimento da economia política liberal e para o progresso de toda a
teoria econômica. Pregava a não intervenção do Estado na economia e um Estado limitado
às funções de guardião da segurança pública, mantenedor da ordem e garantia da
propriedade privada. Com um estudo profundo sobre a formação, o investimento e a
distribuição do capital, Smith afirmou a teoria valor-trabalho, segundo a qual a fonte única de
riqueza é o trabalho. As sociedades industriais se diferenciavam das comunidades primitivas
por uma maior acumulação de riqueza, como resultado das inovações tecnológicas que a
divisão do trabalho e o aumento de emprego produzem.
Segundo ele, todo o sistema econômico em que existe a livre atividade dos indivíduos se
desenvolveria de forma harmônica, de acordo com um modelo de crescimento contínuo da
riqueza geral do país.Smith baseou-se no fato de empresários e trabalhadores serem
guiados pela mesma lei psicológica natural da busca do interesse próprio.Essa lei é que
impulsiona os primeiros a conseguirem o maior lucro possível e os últimos a oferecerem sua
força de trabalho ao capitalista que a remunere melhor.E que por serem a oferta e a
demanda dos produtos, da mesma forma que os seus custos de produção, reguladas
espontaneamente pela “mão invisível”, estabelece a competição no mercado.

Atividades

1- É óbvio que essa sociedade é competitiva e isso se manifesta no ensino fundamental.


Desde o começo, os alunos são classificados com toda essa burocracia sobre
habilidades e capacidades. Eles impõem temas que os alunos não tem interesse,
para muitos a matemática é frustrante ou a história é uma tortura, e a escola não
deveria ser assim. O sistema educacional está caducado, por que os alunos devem
cursar disciplinas obrigatórias? Não bastaria saber as noções básicas? Por que não
estudar fotografia ou cinema, por exemplo, os alunos têm de se adaptar ao sistema,
gostem ou não.
As salas de aula parecem com as fábricas das quais Adam Smith falava. Hora de
entrada, sirenes, materiais especializados, e acima de tudo, a data de fabricação. As
crianças entram no sistema por faixa etária. Por que tem de ser sempre assim? Não
seria bom usarmos outros critérios?
Baruch Spinoza
(1632-1677)

“As coisas nos parecem absurdas ou más porque delas temos um conhecimento parcial, e
somos completamente ignorantes quanto à ordem e à coerência da natureza como um todo.”
- Spinoza

Nascido em Amsterdã, na Holanda, em 24 de novembro de 1632, Baruch Spinoza (ou


Benedito Espinoza) era descendente de judeus de origem portuguesa. Seu pai, um
comerciante bem-sucedido chamado Michael, tentou que o filho ocupasse a mesma posição
no comércio, no entanto, desde pequeno Spinoza demonstrou grande interesse pelos
estudos. Aprofundou suas pesquisas nas áreas da teologia, línguas, filosofia e política. No
entanto, suas ideias consideradas ateístas, resultaram na excomungação de Spinoza em 27
de julho de 1656 pela comunidade judaica de Amsterdã, da qual fazia parte. Diante disso,
resolver abandonar Amsterdã passando a viver em diversos locais na Holanda: Rijnsburg,
Voorburg, Haia, Leyden e Utrecht.
De acordo com Spinoza, Deus era sinônimo de natureza o qual estaria refletido na harmonia
e na existência de todas as coisas. Ou seja, ele acreditava num Deus transcendental e
imanente. Segundo ele, que estudou profundamente os textos bíblicos, (Bíblia Sagrada e
Talmund), aponta que as obras religiosas eram interpretações humanas sem fundamentação
racional. Criticou também os dogmas rígidos e a ostentação da Igreja. Por esse motivo, ele
foi excomungado da Sinagoga Judaica. Sendo assim, criticou diversos tipos de superstições
(religiosa, política e filosófica) que para ele eram geradas pela imaginação. Nas palavras do
Filósofo: “A mente humana é parte do intelecto infinito de Deus.”

Ainda que não tenha publicado sua obra “Ética” em vida, ela foi publicada postumamente.
Sua teoria em torno desse tema esboça seu pensamento racionalista radical.
Para Spinoza o que os seres humanos pensam reflete diretamente na sua maneira de viver.
Foi nessa obra que o filósofo trata do tema das superstições relacionadas com Deus,
tentando provar a natureza racional de Deus, donde este seria o próprio Universo.
Atividades

1- Para Spinoza o que os seres humanos pensam reflete diretamente na sua maneira de
viver. E você? Como seus pensamentos influenciam sua vida?

2- Você concorda que as obras religiosas são interpretações com a finalidade de


atender interesses de instituições humanas?

3- De acordo com Spinoza, Deus era sinônimo de natureza. Você concorda com a
definição de Spinoza? Para você o que é Deus?
David Hume
(1711-1776)

David Hume foi filósofo, historiador, ensaísta e diplomata escocês, um dos mais importantes
filósofos modernos do Iluminismo. Seus pensamentos foram revolucionários o que o levou a
ser acusado de heresia pela Igreja Católica por ter ideias associadas ao ateísmo e ao
ceticismo. Por esse motivo, suas obras foram acrescidas no "Índice dos Livros Proibidos"
(Index Librorum Prohibitorum).

Inspirado nas correntes filosóficas do empirismo e do ceticismo, Hume foi um crítico do


racionalismo cartesiano em que os conhecimentos estavam associados à razão. Suas ideias
foram inspiradoras para diversos filósofos posteriores, como Immanuel Kant e Augusto
Comte.

Hume é conhecido por sua posição filosófica baseada no ceticismo, empirismo e naturalismo,
posição esta que desenvolveu como um sistema filosófico abrangente. Tendo início na
obra Tratado da Natureza Humana, de 1739, na qual Hume procurou examinar a base
psicológica da natureza humana, esta posição o levou a concluir ser o comportamento
humano governado pela paixão e não pela razão, argumentando contra o racionalismo, ao
qual o empirismo se opunha com veemência. O desenvolvimento desta posição também o
levou a afirmar uma ética sentimentalista, a qual seria baseada nos sentimentos ou emoções
humanas, em oposição a uma ética baseada em princípios morais abstratos. Que o sol
apareça toda manhã é um argumento suficientemente sólido para pensar que também saíra
no dia seguinte? David Hume diria que não. Ele afirmava que o hábito não explica a verdade
sobre as coisas. Hume era empirista, ou seja, baseava os conhecimentos na experiência e
no fato de não poder ter a experiência do amanhã. Esse filósofo afirmou que o que
percebemos são sensações de cores formas e medidas.
Ele tinha um problema com a idéia que fazemos das coisas, mas não duvidava dos
sentimentos. Estava convencido de que em nós seres humanos, há um sentimento natural de
benevolência. Hume afirmava que temos uma predisposição natural a ser bom com os
demais. Para David Hume, valia mais uma mentira que fosse benéfica do que para a
sociedade do que uma verdade capaz de prejudicá-la. Ou seja, o pensamento só é útil
quando leva em conta os interesses das pessoas.

Atividades

1- Hume pensava que todo mundo é bom por natureza. E você? Acha que todos são
bons até que se demonstre o contrário ou suspeita de todos? Abra uma página de
qualquer jornal antes de responder.

2- Você já mentiu alguma vez, temendo que a verdade fosse prejudicial a alguém?

3- Você acredita que alguém ter te amado até hoje basta como prova sólida que esta
pessoa continuará te amando no dia seguinte?

4- Quando alguém faz algo bom para as outras pessoas (arrecada fundos para uma
instituição beneficente, colaborar com uma ONG, dar esmola), o faz pelo próximo ou
para sentir-se melhor consigo mesmo?
Immanuel Kant
(1724-1804)

Quando mentimos, estamos mentindo para nós mesmos. Isso é profundo não? Mentir para si
mesmo é tão humano, para conquistar um objetivo nós frequentemente pegamos desvios.
Mentimos com tanta facilidade quanto respiramos. Fazemos isso instintivamente, essa
necessidade nos invade, de esconder, de “não mostrar” e de mentir. Em outros casos
mentimos por sobrevivência, parece radical, mas para muitas pessoas, é melhor uma mentira
que te faça feliz do que uma verdade que te amargure. O que aconteceria com os
relacionamentos se as infidelidades não fossem escondidas? Vale à pena mentir? A mentira
está ao nosso redor, mentir protege os relacionamentos, partidos políticos, instituições
religiosas, etc., porque se só falássemos a verdade, teríamos mais guerras do que já
existem.

Imagine que um homem se esconde na sua casa fugindo de alguém que quer matá-lo,
quando o assassino chega, ele pergunta se o tal homem está escondido na sua casa. Você
certamente mentiria para ele, qualquer coisa para salvar a vida de alguém. O filósofo Kant
dizia que até nesses casos você não pode mentir. Para kant, a verdade está a cima da
integridade física de qualquer pessoa. Segundo ele, se todos têm o direito de mentir
dificilmente poderíamos confiar uns nos outros, e se não há nenhum tipo de confiança não se
pode criar uma sociedade. Mesmo com este pensamento Kant possuía muitos amigos e se
importava com suas amizades.

Kant diz que não devemos mentir nunca, nem mesmo quando achamos que temos um bom
motivo. Seu código de ética diz que um ato moral tem valor nele próprio e não em suas
conseqüências. Isso pode der resumido na fórmula Kantiana, do imperativo categórico, que
diz: “Aja de acordo com a máxima que pode ser uma lei universal.” Um exemplo para
entender isso: Não deseje ao próximo o que não desejaria a você. Tomemos por exemplo
sobre o pensamento filosófico de Kant, um médico que precisa tratar de um paciente
criminoso que está em estado grave e que, após estar curado, volta a cometer crimes.
Segundo Kant, o médico agiu corretamente em curá-lo. Este filósofo dizia que de um ponto
de vista moral não é viável um mundo onde as pessoas são salvas de acordo com suas
morais. Kant dizia que era necessário crer em Deus, mas não é necessário provar que ele
existe.
Atividades

1- É possível haver ordem moral em uma sociedade que permite a mentira?

2- “Quando mentimos, estamos mentindo para nós mesmos.” Concorda com esta
afirmação?

3- Acredita que é possível fazer política utilizando-se unicamente da verdade?

4- Você concorda que datas comemorativas como o “Dia dos Namorados”, “Dia das
Mães” ou até o “Natal” podem estar recheadas de mentiras com finalidades
comerciais?

5- O que seria uma “verdade desnecessária”? A verdade pode ferir alguém?

6- Já mentiu alguma vez para alcançar algum objetivo?


Thomas Hobbes
(1588-1679)

Thomas Hobbes foi um pensador britânico do século XVII. que iniciou sua carreira
acadêmica em algumas escolas de Westport, seguindo posteriormente seus estudos na
Universidade de Oxford. Inicialmente trabalhou como responsável pela educação de William
Cavendish, filho de uma tradicional família inglesa. Nesse período, teve a oportunidade de
entrar em contato com as obras clássicas, principalmente, nas temporadas em que esteve na
França e na Itália. Hobbes diria que se todos nós fizéssemos o que nos da vontade, nossa
sociedade seria um caos. Seria uma guerra constante de todos contra todos. Segundo ele, o
homem tem essencialmente o desejo de poder, o estado natural do homem é uma luta
violenta para impor suas vontades sobre os demais, mas ao mesmo tempo o homem tem
medo de não sobreviver. Por isso Hobbes aconselha a instauração de um governo forte que
de seguridade e evite a destruição entre os indivíduos. Nós homens e também as mulheres,
é entendível, devemos chegar a um acordo e submeter nossos interesses a uma autoridade
que instaure a ordem. Hobbes aconselha respeitar a autoridade simplesmente como uma
estratégia de sobrevivência. Ele apelava aos impulsos egoístas para fazer as pessoas
entenderem que obedecer a um governo era o que mais os conveniam, deste modo se
evitava voltar a aquele estado de guerra permanente em que, segundo ele, ”o homem é o
lobo do próprio homem”.
Hobbes afirma que o homem é um ser egoísta por natureza, malvado, violento, não solidário
e capaz do que seja para satisfazer seus desejos. “O homem é o lobo do próprio homem”, é
um ser egoísta por natureza, por isso, segundo Hobbes, é preciso evitar que nós humanos
acabemos em uma guerra de todos contra todos. Faz falta uma autoridade, pode ser um rei,
um presidente, o que seja. Gostemos ou não. Sem a espada, as leis não são mais que
palavras.
Atividades

1- Se o homem é o lobo do próprio homem, o que aconteceria se o presidente que deve


trabalhar para nossa segurança se comporta como um lobo?

2- Que liberdade tem os homens em uma comunidade se a política se limita a garantir a


ordem e a segurança?
Voltaire
(1694-1778)

Voltaire, (1694-1778) foi um filósofo e escritor francês, um dos grandes representantes do


Movimento Iluminista na França. Foi também ensaísta, poeta, dramaturgo e historiador.
Voltaire, Montesquieu e Rousseau foram os três nomes mais significativos do Iluminismo
francês. Chegou a ser preso duas vezes por ser um crítico mordaz da Igreja Católica, que na
época interferia muito no sistema político francês. Defendia uma linha de pensamento
conhecida por Liberalismo, que resguardava as liberdades civis. Se por um lado isso soa
positivo, suas ideias se espalharam de forma controversa ao longo do tempo. Por exemplo,
na queda da monarquia e instauração de repúblicas que, por sua vez, aumentaram impostos
para financiar guerras de poder.

Voltaire, pseudônimo literário de François Marie Arouet, nasceu em Paris, França, no dia 21
de novembro de 1694. Descendente de família burguesa, entre 1704 e 1711, foi aluno do
Collège Louis-le Grand, em Paris, uma das mais importantes instituições de ensino da
França. Iniciou o curso de direito, porém não terminou.
De temperamento e ideias revolucionárias, Voltaire frequentou a Société du Temple, que
reunia libertinos e livres pensadores. Nessa época, os importantes avanços econômicos,
culturais e científicos levaram à crença de que o destino da humanidade era o progresso.
Além do racionalismo e do liberalismo, outro princípio tipicamente iluminista era o
anticlericalismo – posição política contrária ao poder da Igreja. Voltaire, ligado à alta
burguesia, era um crítico fervoroso do absolutismo, da nobreza e principalmente da Igreja, foi
um dos pensadores que melhor encarou o espírito do Século das Luzes. Escreveu versos
desrespeitosos, dirigidos ao rei Luís XIV, que lhe valeram a reclusão na Bastilha em 1717.
Uma vez libertado, foi exilado em Chátenay.

Voltaire foi um combativo escritor. Em 1718 escreveu a tragédia “Èdipo”, com o pseudônimo
de Voltaire, que lhe abriu as portas dos meios literários. Em 1726, em um desentendimento
com o Cavaleiro Rohan, foi novamente preso. Depois de cinco meses, foi exilado na
Inglaterra onde permaneceu até 1729. Na Inglaterra, Voltaire tomou contato com as ideias de
John Locke e influenciado pelo regime de governo parlamentar, instituído após a Revolução
Gloriosa de 1688, passou a defender a ideia de que a tolerância religiosa e a monarquia
constitucional inglesa deveriam ser adotadas por todas as nações europeias.
Voltaire condenava o Absolutismo, porém defendia a necessidade de uma Monarquia
centralizada em que os reis, assessorados pelos filósofos fossem capazes de fazer reformas
de acordo com o interesse da sociedade. Embora afirmasse que “todo homem tem o direito
de acreditar ser igual aos outros homens”, Voltaire tinha verdadeiro desprezo pelo povo.

Voltaire foi atuante propagandista das ideias liberais, defendendo o direito dos indivíduos à
liberdade política e de expressão. Criticava a Igreja, mas não era ateu e sim deísta –
acreditava que Deus estava presente na natureza e, como nela se encontra o homem, Deus
estava presente também no homem, que pode descobri-lo por meio da razão, dizendo que
ela guia o homem para a sabedoria.

Atividades

1- Você acredita que é possível descobrir Deus por meio da razão? Como seria uma
fé raciocinada?

2- Voltaire foi preso por escrever versos desrespeitosos ao rei. Você já pagou caro
por dizer o que pensa sobre alguém?

3- Acredita que é possível desassociar a religião da política?


Denis Diderot
(1713-1784)

Denis Diderot (1713-1784) foi um filósofo, escritor e tradutor francês, um dos grandes
pensadores do Iluminismo francês e principal idealizador da Enciclopédia, um dos símbolos
do Iluminismo, que preparou ideologicamente a Revolução Francesa.
Tudo que foi organizado por Diderot e d´Alembert negava a influência de Deus na
humanidade. Toda ciência só poderia ser alcançada pela razão. Denis desprezava qualquer
forma religiosa e acreditava ainda que a religião destruía paixões e desequilibrava o homem.
Denis Diderot nasceu em Langres, na França, no dia 5 de outubro de 1713. Filho de um
mestre de cutelaria recebeu boa educação. Estudou em colégio dos jesuítas, onde iniciou a
carreira eclesiástica. Em 1728, Diderot foi para Paris, e em 1732 recebeu o grau de mestre
em Artes na Universidade de Paris. Ampliou sua formação estudando leis, literatura, filosofia
e matemática. Inicialmente, Diderot trabalhou como tradutor e escreveu sermões por
encomenda. Frequentava os cafés parisienses onde conheceu pensadores iluministas como
Étienne Condillac e Jean-Jacques Rousseau. Denis Diderot viveu na França do século XVIII,
época em que o País atravessava transformações com a revolução intelectual denominada
“Iluminismo” – movimento político-filosófico que se caracterizou pela defesa dos direitos e da
liberdade dos cidadãos.

Os filósofos, entre eles, Voltaire, Montesquieu e Rousseau, exaltavam a razão, dizendo que
ela guia o homem para a sabedoria e desprezavam toda e qualquer crença de forma religiosa.
O principal instrumento de divulgação das ideias iluministas foram os livros, que se
multiplicaram nesse período. Em 1746, Diderot publicou “Pensamento Filosófico”, uma
formulação de objeções reacionárias contra a revelação sobrenatural. Em 1748, publicou
“Cartas Sobre os Cegos Para Uso Dos Que Enxergam”. A tese do ensaio é a sujeição do
homem aos seus cinco sentidos, o relativismo do conhecimento humano e a negação de
qualquer fé transcendental. Nas duas obras, Diderot expunha seu pensamento baseado no
materialismo ateu que frisava o quanto o homem dependia de seus sentidos. As ordens
religiosas se opuseram e Diderot foi preso, passando três meses na prisão.
A partir de 1745, Diderot começou a trabalhar ao lado do matemático Jean Le Rond
d’Alembert, por encomenda do livreiro André LeBreton, na tradução da Cyclopaedia, do
inglês Ephraim Chambers. Ao realizar a tradução, Diderot teve a inspiração para criar uma
grande “Enciclopédia” que fosse o veículo das novas ideias contra as forças, para ele
reacionárias, da igreja e do estado, e que destacasse os princípios essenciais das artes e
das ciências. A “Enciclopédia”, destinada a apresentar um panorama dos conhecimentos
humanos naquele século, ávido de novidades, tornou-se um dos símbolos do Iluminismo e
desempenhou papel destacado na criação do clima ideológico desencadeador da Revolução
Francesa.

Atividades

1- Você depende unicamente dos seus cinco sentidos? Já achou necessário buscar
inspirações exteriores através da fé?

2- Diderot acreditava que a religião destruía paixões e desequilibrava o homem. O que


você pensa sobre a religião?

3- Você já se imaginou ateu? Como seria uma vida sem religiosidade?


John Locke
(1632-1704)

John Locke foi um filósofo inglês que se destacou especialmente por seus estudos de
filosofia política e deixou grande contribuição ao desenvolvimento do liberalismo,
principalmente a noção de “Estado de Direito.” Este Filósofo inglês defendia a liberdade de
expressão, considerado o "pai" do que hoje chamamos de liberalismo e fundador do
empirismo, doutrina filosófica que afirmava que o conhecimento era determinado pela
experiência, tanto de origem externa, nas sensações, quanto interna, a partir das reflexões.
Ou seja, a idéia de que homem era uma folha em branco, que se preenchia apenas com as
experiências.

Sua principal obra foi o Ensaio sobre o entendimento humano (1689). Segundo ele, a
sensação ou a experiência externa, e a reflexão ou a experiência interna, constituem duas
fontes de conhecimento originando-se assim ideias simples, produto da sensação, e ideias
complexas, provenientes da reflexão.

Além de não acreditar que Deus tinha poder sobre o destino dos homens, o que era um
escândalo na época, Locke acreditava no direito de propriedade como sendo natural do ser
humano, e isso incluía escravos. O pensador investia no tráfico de escravos de pessoas
negras e defendida a liberdade e a tolerância, mas não aos homens primitivos, ou seja,
povos que não estavam ou não sabiam como conviver com dinheiro. Como teórico político,
John Locke defendeu a monarquia constitucional. Pode ser considerado um precursor da
democracia liberal, uma vez que atribuiu grande importância à liberdade e à tolerância. Foi
no contexto da Revolução Gloriosa Inglesa, quando Locke esteve exilado na Holanda, entre
1682 e 1688, que o filósofo desenvolveu sua teoria do liberalismo político.

Em 1690, escreveu “Segundo Tratado Sobre o Governo Civil”. Na obra, Locke apresentou o
princípio da divisão dos três poderes que deveriam exercer a função de governo: Poder
Legislativo, Poder Executivo e Poder Judiciário.
Atividades

1- John Locke afirmava que o conhecimento era determinado pela experiência, você
concorda com esta afirmação?

2- Imagine que sua vida é uma folha em branco, como você a preencheria?

3- John Locke defendia a liberdade e a tolerância, menos para os escravos negros. E


você? Quais são os seus limites para a liberdade e a tolerância?

4- O que é “liberdade de expressão”? Somos completamente livres para expressar


nossas ideias?
Montesquieu
(1689-1755)

Montesquieu foi um filósofo social e escritor francês. Foi o autor de "Espírito das Leis". Foi o
grande teórico da doutrina que veio a ser mais tarde a separação dos três poderes: Executivo,
Legislativo e Judiciário. É considerado o autêntico precursor da Sociologia Francesa. Foi um
dos grandes nomes do pensamento iluminista, junto com Voltaire, Locke e Rousseau.

Contra a monarquia absolutista, o filósofo acreditava que o poder precisava ser dividido em
três âmbitos, para ser melhor controlado e evitar o domínio absoluto por parte dos reais da
época. O problema dessa idéia é que ele também defendia o critério censitário, ou seja:
apenas pessoas com renda e propriedades poderiam fazer parte da estrutura de poder,
inclusive votar. As populações de camadas empobrecidas ficariam de fora.

A filosofia de Montesquieu esta enquadrada no espírito crítico do Iluminismo Francês, com o


qual ele compartilha os princípios da tolerância religiosa, a aspiração da liberdade e denuncia
as diversas instituições desumanas como a tortura e a escravidão, mas afastou-se do
racionalismo abstrato e do método dedutivo de outros filósofos iluministas, para buscar um
conhecimento mais concreto, empírico, realista e cético.
Em 1748, Montesquieu publicou sua obra principal “O Espírito das Leis”, obra de grande
impacto, editada inúmeras vezes e traduzida para outras línguas. Nela, Montesquieu elabora
sua teoria política e o resumo de suas ideias. Para Montesquieu não existia uma forma de
governo ideal que servisse para qualquer povo em qualquer época. Em “O Espírito das Leis”
Montesquieu elaborou uma teoria sociológica do governo e da lei, mostrando que a estrutura
de ambos depende das condições em que cada povo vive. Assim, para criar um sistema
político estável tinha que ser levado em conta o desenvolvimento econômico-social do país e
até determinantes geográficos e climáticos influenciavam decisivamente na forma de
governo.

Montesquieu considerava que cada uma das três formas de governo era baseada por um
princípio: a democracia baseia-se na virtude, a monarquia na honra e o despotismo no medo.
Ao rejeitar o despotismo, afirmava que a democracia sé era viável em repúblicas de
pequenas dimensões territoriais, decidindo-se em favor da monarquia constitucional.

Atividades

1- Segundo o pensamento de Montesquieu, apenas pessoas com renda e propriedades


poderiam fazer parte da estrutura de poder. Repare em nossos representantes,
atualmente o sistema está de acordo com o pensamento de Montesquieu?
Aparentemente somos livres para votarmos em quem quisermos, mas essa liberdade
é limitada a escolher candidatos previamente já escolhidos pelo sistema. Por que tem
de ser sempre assim? É possível um grande proprietário representar os interesses de
alguém que sempre viveu na pobreza?
Jean-Jacques Rousseau
(1712-1778)

Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) foi um filósofo social, teórico político e escritor suíço.
Foi considerado um dos principais filósofos do Iluminismo e um precursor do Romantismo.
Suas ideias influenciaram a Revolução Francesa. Em sua obra mais importante "O Contrato
Social" desenvolveu sua concepção de que a soberania reside no povo.

Este filósofo suíço que defendia a democracia direta, onde cada indivíduo seria capaz de
participar de todas as decisões políticas, ou seja, fazer prevalecer a soberania popular. Suas
principais obras foram Discurso Sobre a Origem e os Fundamentos da Desigualdade Entre
os Homens (1755) e Do Contrato Social (1762). Jean-Jacques Rousseau viveu em uma
época em que o absolutismo dominava toda a Europa e diversos movimentos buscavam uma
renovação cultural. O Iluminismo, nome dado ao movimento composto por intelectuais que
condenavam as estruturas de privilégios, absolutistas e colonialistas e defendiam a
reorganização da sociedade.

O Iluminismo teve início na Inglaterra, mas difundiu-se rapidamente na França, onde


Montesquieu (1689-1755) e Voltaire (1694-1778) desenvolviam uma série de críticas à ordem
estabelecida. Em 1745, Jean-Jacques Rousseau estava de volta a Paris, onde descobre o
“Iluminismo” e passa a colaborar com o movimento. Em 1750, participa do concurso da
Academia de Dijon: “As artes e as ciências proporcionam benefícios à humanidade?”, que
oferece um prêmio ao melhor ensaio sobre o assunto.

Rousseau, incentivado por seu amigo Diderot, participa com o “Discurso Sobre as Ciências e
as Artes”, recebendo o primeiro prêmio, além de uma fama polêmica por afirmar em seu
ensaio que as ciências, as letras e as artes são os piores inimigos da moral. Como criadoras
de novas necessidades, tornam-se fonte de escravidão.
Obras e Ideias de Rousseau

 Discurso Sobre a Desigualdade (1755) - A contestação da sociedade tal como estava


organizada foi também o tema de seu novo trabalho, onde Rousseau reforça a teoria já
levantada, reafirmando: O homem é naturalmente bom. É só devido às instituições que se
torna mau.

 Contrato Social (1762) - O Contrato Social é uma utopia política, que propõe um estado
ideal, resultante de consenso e que garanta os direitos de todos os cidadãos. Um plano para
a reconstrução das relações sociais da humanidade. Seu princípio básico se mantém. Em
estado natural, os homens são iguais: os males só surgem depois que certos homens
resolvem demarcar pedaços de terra dizendo: “Essa terra é minha”.

 Julie ou a Nova Heloísa (1761) - Em Julie ou a Nova Heloísa, Rousseau exalta o direito da
paixão, mesmo ilegítima, contra a hipocrisia da sociedade. Exalta as delícias da virtude, o
prazer da renúncia, a poesia das montanhas, florestas e lagos, Só o ambiente campestre
pode purificar o amor e libertá-lo da corrupção social.

Atividades

1- Rousseau dizia que o homem nasce bom, e a sociedade o corrompe. Você concorda
com esta afirmação? Explique.

Você também pode gostar