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Crises da
Democracia
Grupo de
pesquisa
ANAIS DO �º CONGRESSO
Crises da
Democracia
Grupo de
pesquisa
����, Grupo de Pesquisa Politeia
Editora XXXX
Ficha catalográfica
Apresentação
O �º Congresso “Crises da Democracia” foi uma iniciativa do
Grupo de Pesquisa Politeia: cultura política, teoria e identidade
constitucional em parceria com o Centro de Referência em Direitos
Humanos da Universidade Federal de Juiz de Fora - campus
Governador Valadares (UFJF-GV), que nos abriu suas portas em
acolhida à primeira edição deste espaço criado para ampliar as
discussões entre os membros do grupo de pesquisa.
Ocorrido entre os dias � e � de abril de ����, na cidade de
Governador Valadares, o evento marcou o compromisso do
Politeia com a interiorização do conhecimento acadêmico e com
o fomento das discussões em diversos níveis. Importa frisar que o
Politeia é um grupo interinstitucional de pesquisa, registrado
desde ���� no Diretório de Grupos de Pesquisa do CNPq, e que
envolve pesquisadores da Universidade Federal de Uberlândia
(UFU), da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), da
Universidade Federal de Viçosa (UFV), da Universidade Federal de
São João del Rei (UFSJ) e da própria UFJF-GV.
Durante o evento, os professores membros do grupo de
pesquisa Felipe de Araújo Castro, Maria Clara Santos e Raoni
Bielschowsky ministraram palestras, que marcaram o início e o
encerramento das atividades dos dias de trabalho. As tardes foram
tomadas por discussões de discentes e docentes da UFJF-GV, e
pesquisadores da comunidade externa, em grupos de trabalho.
Além disso, vários discentes e docentes da UFJF-GV, bem como
membros externos à instituição, participaram dos grupos de
trabalhos que tratavam sobre assuntos pertinentes ao tema de
reflexão da primeira edição. Alguns dos textos compõem estes
Anais do �º Congresso “Crises da Democracia”, que reúnem
trabalhos completos enviados após a ampliação das discussões,
como também alguns resumos expandidos que foram
apresentados para seleção e discussão.
No intuito de fazer perdurar as discussões e reflexões
daquelas tardes, publicamos agora em ���� os presentes Anais,
que chegam em meio à pandemia de Covid-��, momento da vida
democrática onde as crises anteriores se somam ainda a uma
intensa crise sanitária, com todos os problemas de saúde pública
decorrentes da sindemia que nos assola e que faz ampliar o fosso
das desigualdades, da inoperância política e do esvaziamento
institucional que já tratamos em ���� quando da edição do
evento.
Por esta razão, os debates que ocorreram no �º Congresso
“Crises da Democracia” ainda se mostram bastante pertinentes e
servem também como chave de interpretação do momento atual,
um porque carregam em muitos de seus textos um olhar para
marcas históricas da formação democrática brasileira, e dois
porque apresentam um retrato das aflições democráticas em um
Brasil pré-colapso. O objetivo desta publicação, que se soma às
demais do Grupo de Pesquisa Politeia, é resgatar aquelas análises
realizadas em ����, com intuito de revelar as atualidades das
constatações de outrora, e mirando na ressignificação das leituras
a fim de semear novas e outras interpretações das múltiplas
facetas das crises da democracia.
Resumo:
Esse trabalho tem como objetivo a análise dados acerca
das formas de acesso a internet no Brasil, e principais atividades
online. Com destaque à predominância da conexão via
smartphone, em especial o uso do aplicativo de mensagens
Whatsapp, um dos mais populares no país. Ademais, serão
observados as características de tal aplicativo e seu papel na
disseminação de informações, no que tange ao seu emprego meio
de mobilização político ideológico, e utilização como estratégia
eleitoral durante as eleições presidenciais de ����.
�. Metodologia
Para análise foram utilizados pesquisa bibliográfica, além
de dados sobre uso internet da pesquisa TIC Domicílios ����,
realizada anualmente pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil.
Com considerações sobre a popularidade do aplicativo Whatsapp,
e pesquisa sobre formas de conexão e estratégias de mercado que
favorecem sua prevalência frente a outros empregos da internet.
Foram utilizados também dados do relatório Poder
Computacional: Automação no uso do WhatsApp nas Eleições,
elaborado pelo Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de
Janeiro, que buscou mapear redes de conexão entre grupos,
atuação coordenada e uso de automação em grupos criados com
fins políticos e de acesso via link público.
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�. O problema da desinformação
As mídias sociais possibilitaram uma maior difusão das
informações e modificaram, portanto, a forma de fazer
campanhas eleitorais. Logo, para além de propaganda eleitoral na
televisão, ou santinhos e panfletos de candidatos que são
distribuídos, a vida online e o comportamento do candidato
e base de seguidores influi no resultado das urnas.
E como um meio de propaganda eleitoral, o que é publicado
online deve atender a regras para manutenção de um jogo político
limpo. Para tanto, as discussões acerca da veracidade dos
conteúdos na internet estão em alta, e expressões como fake news
e bots se tornaram populares. De mesmo modo que há iniciativas
visando coibir tais práticas, via regulamentação governamental ou
por iniciativa das próprias plataformas.
Diante disso, é necessário fazer alguns apontamentos. Primeiro, é
evidente a necessidade de algum controle sobre o conteúdo de
propaganda eleitoral, contudo, tal ato toca em direitos básicos
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�. Considerações finais
Diversos fatores permitiram a popularidade do whatsapp no
Brasil, e por ser o aplicativo mais utilizado no país se tornou um
meio atrativo para disseminação de informações. Porém se trata
de de uma plataforma destinada a comunicação interpessoal,
marcado por conteúdo privado, proximidade entre os usuários,
organização descentralizada e linguagem de fácil acesso. E o seu
uso de maneira coordenada e em rede como meio de propaganda
política se torna um problema à medida que existem limites à
propaganda eleitoral, mas não há meios viáveis para se fiscalizar
as atividades no Whatsapp, por conta da criptografia ponta a
ponta, e pela manutenção da privacidade dos usuários.
Ademais, foi destacado que os problemas não são as fakes news
em si, mas a forma como elas se propagam. E que o discurso de
combate as notícias falsas passam pelo problema da definição da
verdade e podem ser usados como forma de censura.
Enfim, a tecnologia proporcionou uma revolução na forma de se
acessar conteúdos, mas enquanto meio pode ter usos adequados
e inadequados. O próprio problema do whatsapp adveio do
desvirtuamento de sua função original. No momento cabe refletir
sobre as opções de como lidar com essa nova forma de
propaganda eleitoral sem violar direitos dos usuários e sob o viès
democrático.
REFERÊNCIAS:
BLASI, Bruno De. Pré-pago com WhatsApp ilimitado: conheça
preços de Claro, Oi, TIM e Vivo. TechTudo, �� de dez. de ����.
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RESUMO
De refreadouro dos caprichos do poder político à vanguarda
iluminista, o Poder Judiciário aparece como ator relevante na cena
política brasileira. É por vezes prestigiado, em celebração que lhe
agrega outras funções para além das de intérprete e aplicador das
normas jurídicas, como a de poder da moderação. O discurso
político que encontra no Judiciário as bases de sustentação da
República tem raízes profundas no Pensamento Político Brasileiro
e pode ser mapeado até figuras que disputaram nos anos iniciais
da Primeira República os sentidos em torno da organização da
justiça, e traduzido pelo termo judiciarismo. Resgatar essas
disputas e traçar as bases sobre as quais o judiciarismo se
estenderá é o que este trabalho se propõe, através da análise das
produções de Rui Barbosa e Oliveira Vianna. Indicando o primeiro
como espécie de pai fundador do judiciarismo liberal e o segundo
como uma expressão conservadora desse tipo de discurso, o
artigo pretende assinalar as influências das proposições do jurista
baiano quanto à função do Poder Judiciário na República no
pensamento do sociólogo fluminense, através da análise dos
discursos políticos que produziram sobre o tema da organização
da justiça.
Palavras-chave: Judiciarismo; Pensamento Político Brasileiro;
Rui Barbosa; Oliveira Vianna.
ABSTRACT
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Trabalhos apresentados
�. Introdução
Antigo conhecido nosso, o judiciarismo dá conta de
momentos em que do descrédito da política e de seus atores
tradicionais surge espaço para novos ‒ ou mesmo antigos ‒
personagens, que vêm a público na tentativa de regenerar a
prática política, assumindo posturas que se querem heroicas. Se
expressa na defesa do Judiciário como poder capaz de regenerar
a política. Atento à dinâmica política e nela inserto como ator
ativo, o Judiciário seria, nessa perspectiva, uma espécie de
substituto republicano do Poder Moderador monárquico, capaz
de equilibrar o jogo de poder na República, salvaguardando suas
instituições da política (LYNCH, ����).
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Trabalhos apresentados
�. Conclusão
Pensadores de espectros ideológicos que se antagonizam,
Rui e Oliveira Vianna compartilham de certo judiciarismo.
Tomando Rui como referência, Oliveira Vianna dedica em suas
reflexões sobre a política brasileira lugar de destaque ao
Judiciário. Ambos propõem reformas semelhantes e insistem na
função moderadora da justiça frente aos demais poderes
republicanos.
A utopia de Rui é pela democracia jurídica, primado da
justiça e da lei, a de Oliveira Vianna, por uma democracia real, que
garanta direitos civis ao povo, tomando como amparo da
liberdade civil o Poder Judiciário. Apesar de partirem de
concepções diferentes do que o Direito seria, compartilham da
percepção de sua função moderadora. As reformas que propõem
visam elevar a magistratura à condição de corretora das
corrupções do mundo da política.
Rui se levanta contra o governo central. Como político
liberal, investe sua voz contra os abusos do Poder Executivo e das
maiorias legislativas. Oliveira Vianna, com leitura diversa da
realidade brasileira, elege como inimigo o poder local. É contra os
excessos dos potentados locais que deseja armar a justiça. Porém,
também em Rui Barbosa é possível identificar a batalha contra as
oligarquias locais que se apossavam do Poder Judiciário nos
primeiros anos da República.
Ambos partem, ainda, de premissas semelhantes ao
responderem às críticas daqueles que se opunham a suas
propostas de organização da justiça. Ainda que seus projetos
inflasse na prática os poderes e prerrogativas da magistratura,
argumentam que tal não representaria um risco tão grave para a
República quanto os males que um judiciário reformado seria
capaz de combater. Mais perigoso do que a ditadura da toga seria
o poder do exército, do executivo, do legislativo, o poder
econômico, das oligarquias e dos mandões locais. Preferível lhes
era o império da justiça, a supremacia da lei.
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�. Referências
BARBOSA, R. O justo e a justiça política. Obras Completas de Rui
Barbosa, "A Imprensa", v. XXVI, tomo IV, ����.
BARBOSA, R. O Supremo Tribunal Federal e a Constituição, ����.
In: Fundação Casa de Rui Barbosa (Org.). Pensamento e ação de
Rui Barbosa. Brasília: Senado, ����.
BARBOSA, R. Plataforma eleitoral de ����. In: Fundação Casa de
Rui Barbosa (Org.). Pensamento e ação de Rui Barbosa. Brasília:
Senado, ����.
CINTRA, W. A. Liberalismo, justiça e democracia: Rui Barbosa e a
crítica à primeira República brasileira (����-����). Lua Nova, São
Paulo, ��: ���-���, ����.
KANT, I. Para a paz perpétua. Instituto Galego de Estudos de
Segurança Internacional e da Paz, ����.
LYNCH, C. Ascensão, fastígio e declínio da “revolução judiciarista”.
Insight Inteligência. nº ��, ����.
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O DISCURSO NEOLIBERAL E O
ATAQUE ÀS AÇÕES AFIRMATIVAS: UM
RISCO AO PRINCÍPIO DA IGUALDADE
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Trabalhos apresentados
�. Metodologia
A partir da leitura de textos, artigos e da realização de uma
pesquisa por meio de um formulário online com alunos do curso
de Direito da UFJF, campus avançado Governador Valadares,
buscou-se uma fundamentação teórica para lançar luz sobre a
temática a ser abordada por meio de um método qualitativo.
Trabalhou-se com bibliografias e análise de pesquisas de campo já
realizadas por instituições de fomento para comprovação e
afirmação dos objetivos pretendidos com o estudo bibliográfico,
além da extração de novos dados específicos, a fim de expor os
resultados de maneira relacional com o tema em questão.
�. Desenvolvimento
A partir da análise da modernidade e dos movimentos
constitucionalistas, à luz de Carlos Nelson Coutinho em
“Cidadania e Modernidade”, nota-se que o autor traz uma ideia de
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�. Conclusão
A partir da análise bibliográfica e de pesquisas sobre a
efetividade das ações afirmativas, os resultados demonstram que
estabelecer reserva de vagas pode contribuir para uma maior
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�. Referências:
BRASIL. Decreto n. ��.���, de �� de agosto de ����. Dispõe sobre
o ingresso nas universidades federais e nas instituições federais
de ensino técnico de nível médio e dá outras providências.
DARDOT, Pierre; LAVAL, Christian. A nova razão do mundo:
Introdução à edição inglesa (����). �. ed. São Paulo. Boi Tempo.
����. �� p.
FERNANDES, Bernardo Gonçalves. Curso de Direito
Constitucional. �. ed. Salvador: JusPODIVM, ����. ���p.
GAGO, Thalles. Pesquisa demonstra alto rendimento entre
alunos cotistas. ����. Disponível em: <https://www�.ufjf.br/
noticias/����/��/��/pesquisa-sobre-politica-de-cotas-
demonstra-alto-rendimento-entre-alunos-cotistas/> Acessado
em �� de outubro de ����.
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A EFETIVAÇÃO DA IGUALDADE
MATERIAL DE GÊNERO NO
PROCESSO CIVIL
RESUMO
Este artigo tem por objetivo evidenciar algumas situações nas
quais a desigualdade de condições entre mulheres e homens fica
evidente no Direito Processual Civil Brasileiro. Assim, busca refletir
sobre situações nas quais a mulher é colocada em posição de
vulnerabilidade, como em casos de violência doméstica, para
defender, nessas situações, a inaplicabilidade de audiências
preliminares de conciliação e mediação, cuja realização é
obrigatória nas ações de Direito de Família, segundo o Novo
Código de Processo Civil, de ����. Para tanto, é realizada uma
breve análise do conceito de igualdade, com ênfase ao direito à
igualdade material, e segundo uma perspectiva constitucional.
Ainda, são analisadas algumas conquistas trazidas pelo
movimento feminista em relação à tutela dos direitos das
mulheres, em consonância com a Constituição Federal de ����.
ABSTRACT
This article aims to highlight some situations in which the
inequality of conditions between women and men is evident in
Brazilian Civil Procedural Law. Thus, it seeks to reflect on situations
in which women are placed in a position of vulnerability, as in
cases of domestic violence, to defend, in these situations, the
inapplicability of preliminary conciliation and mediation hearings,
whose realization is mandatory in Family Law actions, according to
the New Code of Civil Procedure of ����. For this purpose, a brief
analysis of the concept of equality is carried out, with emphasis on
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�. Introdução
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�. Conclusão
A fim de buscar caminhos para o alcance da igualdade material de
gênero no processo civil é importante, em primeiro lugar, que seja
noticiado nos autos os fatores que acarretam desequilíbrios
efetivos que a mulher precisa enfrentar para que possa praticar os
atos próprios ao seu direito de ação.
Nos casos em que a mulher não tenha noticiado esses fatores de
desequilíbrio nos autos, o juiz e outros profissionais do Direito
devem se atentar a esses fatores e noticiá-los nos autos, de modo
que seja possível falar, de fato, em uma isonomia de direitos no
processo civil. É preciso, assim, que os profissionais do Direito
assumam um compromisso com a igualdade material de gênero
no processo civil.
Então, o juiz deverá analisar a veracidade dos fatores noticiados
nos autos. Caso as alegações sejam comprovadas, é necessário
que profissionais de diferentes áreas, a começar pelos advogados
e pelo juiz, além de psicólogos, atuem em conjunto no intuito de
contornar os fatores que acarretam desequilíbrio em relação à
mulher no processo. Dessa forma, será possível que as mulheres
pratiquem os atos processuais de forma isonômica e integral.
Além disso, em razão dos inúmeros fatores de desigualdade e de
vulnerabilidade a que a mulher fica sujeita ao pleitear em juízo, e
tendo em vista a necessidade de serem buscados mecanismos
para contornar esses fatores, é necessário, além de outras
medidas, afastar a realização de audiências de conciliação e
mediação, nas ações envolvendo casos de violência doméstica.
Uma vez que a participação das mulheres nessas audiências as
leva a novas situações de revitimização e exposição, não deveria
ser razoável a opção de pleitear as suas demandas e direitos por
intermédio de métodos que, nesses casos, não apresentam
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Trabalhos apresentados
�. Referências
BRASIL. [Constituição (����)]. Constituição da República
Federativa do Brasil. [S. l.: s. n.], ����.
CAPPELLETTI, Mauro; GARTH, Bryant. Acesso à Justiça. Trad. Ellen
Gracie Northfleet. Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris Ed., ����.
COUTURE, Eduardo Juan. Fundamentos del derecho procesal
civil. �. ed. Montevidéu/Buenos Aires: B. de F., ����.
MESSIAS, Ellen Lorena Jeronymo. A efetividade do princípio da
igualdade material feminina na jurisprudência brasileira. In:
MESSIAS, Ellen Lorena Jeronymo. A efetividade do princípio da
igualdade material feminina na jurisprudência brasileira. ����.
Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Direito) -
Universidade Federal Fluminense, Macaé, Rio de Janeiro, ����.
REICHELT, Luis Alberto. O conteúdo do direito à igualdade das
partes no direito processual civil em perspectiva argumentativa.
Revista dos Tribunais Online, Revista de Processo, v. ���/����, p.
��-��, � maio ����.
SARLET, Ingo Wolfgang, MARIONI, Luiz Guilherme, MITIDIERO,
Daniel. Curso de Direito Constitucional. São Paulo: Revista dos
Tribunais, ����. p. ���-���.
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�. Introdução
Ao longo dos dois últimos séculos, diversos foram os
autores que interpretaram e contribuíram para a construção da
ciência econômica. Eles possuíam diferentes formas e métodos de
interpretá-la não sendo possível afirmar que há somente um
modo de se pensar a economia, mas vários. Segundo Corazza
(����, p. ���-���), há duas formas de se interpretar a evolução do
pensamento econômico:
A primeira, seguindo uma visão
convencional, sustenta uma evolução linear,
uma acumulação progressiva e positiva do
conhecimento, cada vez mais abrangente e
mais verdadeiro sobre a realidade
econômica. A segunda, inspirada em
Schumpeter, afirma que a ciência econômica
não progride de modo uniforme e linear, mas
por saltos, momentos de revolução, de
consolidação e de dominação de teorias,
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�. Reflexões finais
Como conclusão, é possível afirmar que, não obstante a
existência de interpretações heterodoxas dos problemas
econômicos do país, o discurso e as medidas adotadas nos
círculos políticos não vão ao encontro dessas ideias,
contrapondo-se ao movimento que defende o pluralismo em
economia.
A crise brasileira mostra que a dominância da visão
neoclássica é maléfica para o debate econômico, pois o
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�. Referências
ALMEIDA, L. F. R. Entre o nacional e o neonacional-
desenvolvimentismo. Serviço social e sociedade, São Paulo, n.
���, p. ���-���, out./dez. ����.
ANDERSON, P. A Crise no Brasil, Blog da Boitempo, ����.
Disponível em: <http://www.bresserpereira.org.br/documento/
����>. Acesso em: � dez. ����.
BACHA, E. Saída para a crise tem mão dupla. Estudos Avançados,
Rio de Janeiro, n. �� (��), ����.
BASTOS, P. P. Z. Ascensão e crise do governo Dilma Rousseff e o
golpe de ����: poder estrutural, contradição e ideologia.. Revista
de Economia Contemporânea, Rio de Janeiro, Número especial,
p. �-��, ����.
BRAGA, R., SANTANA, M. A. Dinâmicas da ação coletiva no brasil
contemporâneo: encontros e desencontros entre o sindicalismo e
a juventude trabalhadora. Caderno CRH, Salvador, v. ��, n. ��, p.
���-���, Set./Dez. ����.
BOITO JR, A. A crise política do neodesenvolvimentismo e a
instabilidade da democracia. Crítica Marxista, Campinas, n. ��,
p.���-���, ����.
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�. Introdução
Busca-se analisar com a presente pesquisa a possível
(in)efetividade decisão proferida pelo STF que criminaliza a
homofobia e transfobia, determinando-se a aplicabilidade da Lei
do Racismo n. �.���/��, partindo-se do problema acerca da
efetividade das decisões judiciais que envolvem a litigância de
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�. Conclusão
Um procedimento adequado de debate judicial onde há
uma coletividade, como na ADO n.��, se faz mister, uma devida
aplicação do contraditório, que impõe a garantia de influência, ou
seja, a participação das partes processuais na formação das
decisões. O direito de influir se efetiva com participação da
coletividade por meio de técnicas de representação adequada
como as audiências públicas, a participação de especialistas no
tema objeto do processo estrutural.
A decisão estruturante busca uma análise do passado, para
que que haja uma mudança no futuro, de forma a tutelar direitos
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Anais do �º Congresso Crises da Democracia
�. Referências
ARENHART, Sérgio Cruz. Processos Estruturais no Direito
Brasileiro: reflexões a partir do caso da ACP do carvão.Revista de
Processo Comparado. Vol. �, ����.
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. ADI n. ����, DF. Ação Direta De
Inconstitucionalidade. Lei De Biossegurança. Relator: Min. Ayres
Britto. Brasília, �� de maio de ����.
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. ADI n. �.���, DF. Ação Direta
de Inconstitucionalidade. Relator: Min Celso de Mello. Brasília, ��
de maio de ����.
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. ADO n.��, DF. Ação Direta de
Inconstitucionalidade. Relator: Min. Cezar Peluso. Brasília, �� de
junho de ����.
CARVALHO, Salo. Sofrimento e clausura no Brasil
contemporâneo. Empório do Direito, ����.
CHUEIRI, Vera Karam de; MACEDO,José Arthur Castillo de. Teorias
Constitucionais Progressistas, Backlash e Vaquejada. Revista
Seqüência, n. ��, Florianópolis ����.
Didier, F. JR.; ZANETI, H. JR.; OLIVEIRA R. F. Notas sobre as
decisões estruturantes. In: ARENHART, Sérgio Cruz; JOBIM,
Marco Félix (Org.). Processos estruturais. Salvador: JusPODIVM,
����.
JOBIM, Marco Félix. Reflexões sobre a necessidade de uma
teoria dos litígios estruturais: bases de uma possível
construção. In: ARENHART, Sérgio Cruz; JOBIM, Marco Félix (Org.).
Processos estruturais. Salvador: JusPODIVM, ����.
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Trabalhos apresentados
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Resumos
expandidos
apresentados
Anais do �º Congresso Crises da Democracia
O PROCESSO ESTRUTURAL E A
EFETIVAÇÃO DA IGUALDADE
MATERIAL DE GÊNERO NO
PROCESSO CIVIL
Maria Eduarda Fiorilo Rocha Baquim
Jéssica Galvão Chaves
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Resumos expandidos apresentados
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Anais do �º Congresso Crises da Democracia
�. Referências
SAFFIOTI, Heleieth. Gênero Patriarcado e Violência. São Paulo:
Expressão Popular, ����.
JOBIM, Marco Felix; ARENHART, Sérgio Cruz. Processos
Estruturais. �. Ed.: Jus Podivm, ����.
HILL, Flávia Pereira. Uns mais iguais que os outros: Em busca da
igualdade (material) de gênero no processo civil brasileiro.
Revista Eletrônica de Direito Processual - REDP, Rio de Janeiro, p.
���-���, Maio a Agosto ����.
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Resumos expandidos apresentados
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Anais do �º Congresso Crises da Democracia
��
Resumos expandidos apresentados
�. Referências
ABRANCHES, S. et al. Democracia em risco?: �� ensaios sobre o
Brasil hoje. São Paulo : Companhia das Letras, ����.
LEVITSKY, Steven; ZIBLATT, Daniel. Como as democracias morrem.
Rio de Janeiro: Zahar, ����.
PACEWICZ, Piotr. Na Polônia Também Teve Vaza Jato ‒ Lá Ela
Derrubou O Vice-Ministro Da Justiça. Entrevista concedida à: Paula
Bianchi e Rafael Moro Martins. Disponível em: <https://
theintercept.com/����/��/��/entrevista-brasil-polonia-piotr-
pacewicz/>. Acessado em: �� out. ����.
MARINGONI, Gilberto. A santíssima trindade: nação, Deus e os
inimigos disso daí. Revista Le Monde Diplomatique Brasil. São
��
Anais do �º Congresso Crises da Democracia
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Resumos expandidos apresentados
�. Introdução
O processo de construção da memória nacional sobre
Getúlio Vargas atravessa as décadas de ����, ����, ���� e ����,
sem restringir seus efeitos à sua morte, em �� de agosto de ����.
Sem dúvidas, trata-se de uma figura complexa e ambígua, já que
possuía capacidade de conjugar as características de um “homem
comum” e, ao mesmo tempo, de um estadista que foi responsável
pela promoção de direitos sociais e supressão de direitos políticos
(GOMES, ����; FERREIRA, ����).
Por um lado, têm-se explicações bastante simplistas para
esses acontecimentos do Brasil sob Vargas, na medida em que
normalmente o atrelam diretamente às premissas que as
“massas” acreditariam nas promessas irrealizáveis e eleitoreiras
de políticos que conseguiam manipulá-las a seu bel-prazer
(FERREIRA, ����).
Por outro lado, entretanto, percebem-se explicações que
trazem consigo ideias que vencedores e vencidos podem ter
interesses convergentes, estabelecer negociações e, dependendo,
até mesmo estruturem um pacto social entre si, não havendo
“coisificação” de pessoas. Todavia, convém ressaltar que isso não
elimina a situação de (extrema) desigualdade durante esse
processo de comunicação política, amplamente permeado por
conflitos e negociações, inclusive no que diz respeito à lógica
material (legislação social e seus desdobramentos econômicos) e
seu vínculo estreito com a lógica simbólica (elementos da tradição
política-operária dos trabalhadores) (GOMES, ����).
Em razão disso, premissas como da invenção do
trabalhismo permitem analisar processos que são incongruentes,
contraditórios e paradoxais, como o queremismo, que
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Anais do �º Congresso Crises da Democracia
�. Metodologia
Propõe-se retomar a visão que os periódicos “O Jornal” e “O
Radical” tinham da atuação dos trabalhadores durante o
queremismo, relacionando-a com suas respectivas percepções
acerca da propaganda política do Governo Vargas.
�. Considerações finais
Em suma, utiliza-se da premissa que é possível
compreender e superar certas concepções do populismo,
sobretudo porque “a aceitação das mensagens e dos modelos
opera-se sempre através de ordenamentos, de desvios, de
reempregos singulares” (CHARTIER, ����, p. ���-���).
Especificamente quanto ao queremismo, acredita-se que se trata
de um movimento que teve início como meio de protesto de
trabalhadores que tinham receio de perder os direitos sociais
conquistados durante o Governo Vargas, caso seu meio maior líder
não estivesse mais no poder, e, mais tarde, como uma
reivindicação de uma Assembleia Nacional Constituinte,
demonstrando que havia outras formas de lutas, sendo a
institucionalização do Partido dos Trabalhadores Brasileiros (PTB)
uma das principais. E, ao contrário das perspectivas tradicionais,
leva-se em consideração que tudo isso se deu mediante
percepção de que há um lapso entre tentava e efetiva capacidade
de subjugá-los (FERREIRA, ����).
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Resumos expandidos apresentados
�. Referências
CHARTIER, R. A história cultural: entre práticas e representações.
Tradução de Maria Manuela Galhardo. Rio de Janeiro: Bertrand
Brasil S.A, ����.
FERREIRA, J. A transição democrática de ���� e o movimento
queremista. In: FERREIRA, J.; DELGADO, L. A. N. (Org.). O tempo da
experiência democrática. Da democratização de ���� ao golpe
civil-militar de ����. Coleção O Brasil Republicano, vol. �. Rio de
Janeiro: Civilização Brasileira, ����.
GOMES, A. M. C. A invenção do trabalhismo. Rio de Janeiro: FGV,
����.
MACEDO, M. O movimento queremista e a democratização de
����. Trabalhadores na luta por direitos. �ª. ed. Rio de Janeiro:
�Letras, ����.
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Anais do �º Congresso Crises da Democracia
�. Introdução
Desde a sua instalação em ����, um dos principais
propósitos da Justiça do Trabalho, que passou a compor a
estrutura do Poder Judiciário tão somente com a promulgação da
Constituição de ����, era o de garantir a proteção dos
“economicamente mais fracos”, a partir da aplicação das leis
trabalhistas, inclusive de algumas que tiveram sua origem na
Primeira República (GOMES; PESSANHA; MOREL, ����).
Entre suas demandas mais recorrentes, encontravam-se
aquelas das mulheres que perdiam seus vínculos empregatícios
por estarem grávidas, sendo que sempre lançavam mão de
estratégias de lutas para reivindicar direitos e elaboração de
táticas de resistência. Em larga medida, isso comporta a indicação
que a política de propaganda do Estado Novo conseguia
conscientizar os trabalhadores com relação aos seus próprios
direitos, sem que se possa pensar em manipulação, cooptação,
demagogia, traição e desvio absolutos (FERREIRA, ����).
Apesar disso, destaca-se que o acesso à Justiça do
Trabalho, marcada pela oralidade, simplicidade e gratuidade, não
era garantido a todos, uma vez que ficava restrito àqueles
trabalhadores urbanos que tinham emprego e Carteira de
Trabalho, restando excluídos os trabalhadores rurais (GOMES,
PESSANHA, MOREL, ����; CORRÊA, ����).
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�. Considerações finais
Em suma, acredita-se que a Justiça do Trabalho era um
ambiente de busca por direitos por parte dos trabalhadores (e não
apenas por eles) (GOMES, ����). Isso porque buscaram efetivá-los
pela legalidade para frear abusos dos patrões, em atos de
resistência e ousadia (CORREA, ����). Nesse sentido, Ângela de
Castro Gomes (����), ao demonstrar a importância da Justiça do
Trabalho para a população em geral, ressalta que é esse o motivo
pelo qual “vem sendo defendida, tanto contra críticas que
apontam a sua lentidão e impropriedade (a Justiça Comum
poderia ser acionada), quanto contra avaliações que entendem
que a ação dos tribunais do trabalho, historicamente, impediu a
formação de uma classe trabalhadora mais combativa” (GOMES,
����, p, ��). Ou seja, apesar de não ser única via de luta por
direitos, era uma das principais e os trabalhadores, mais do que
ninguém, sabiam muito bem disso.
�. REFERÊNCIAS
GOMES, A. C. G.; PESSANHA, E. G. F.; MOREL, R. L. M. (ORGS.).
Arnaldo Süssekind: um construtor do direito do trabalho. Rio de
Janeiro: Renovar, ����.
CORRÊA, L. R. A tessitura dos Direitos: patrões e empregados na
Justiça do Trabalho. São Paulo: LTr, ����.
GOMES, A. M. C. Cidadania e direitos do trabalho. Rio de
Janeiro: Jorge Zahar, ����.
GOMES, A. M. C.; SILVA, F. T. O nó na madeira: a expansão nacional
da Justiça do Trabalho no Brasil. In: DROPPA, A.; LOPES, A. E. M,;
SPERANZA, C. G. (ORGS). História do Trabalho revisitada:
justiça, ofícios, acervos. Jundiaí: Paco Editorial, ����.
FERREIRA, J. A transição democrática de ���� e o movimento
queremista. In: FERREIRA, J.; DELGADO, L. A. N. (Org.). O tempo da
experiência democrática. Da democratização de ���� ao golpe
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