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ATAQUE À DEMOCRACIA E
REPERCUSSÃO DO 8 DE JANEIRO
Disputas narrativas em torno dos atos
antidemocráticos nas plataformas on-line
Rio de Janeiro
FGV ECMI
2023
FGV ECMI | Escola de Comunicação, Mídia e Informação
CDD – 303.4
Como citar:
GRASSI, Amaro; RUEDIGER, Marco Aurelio (coord.). Ataque à democracia e repercussão do 8 de
janeiro: disputas narrativas em torno dos atos antidemocráticos nas plataformas on-line. Rio de
Janeiro: FGV ECMI, 2023.
FGV ECMI | Escola de Comunicação, Mídia e Informação
EXPEDIENTE
Presidente
Carlos Ivan Simonsen Leal
Vice-Presidentes
Clovis José Daudt Darrigue de Faro
Marcos Cintra Cavalcanti de Albuquerque
FGV ECMI | Escola de Comunicação, Mídia e Informação
Diretor
Marco Aurelio Ruediger
E-mail: marco.ruediger@fgv.br
FGV ECMI
(21) 3799-6208
www.ecmi.fgv.br | ecmi@fgv.br
Coordenação de pesquisa
Marco Aurelio Ruediger
Amaro Grassi
SUMÁRIO
SUMÁRIO EXECUTIVO 6
APRESENTAÇÃO 7
RESULTADOS E DISCUSSÃO 8
1) Interações 8
2) Debate temático 10
3) Aplicativos móveis 14
CONCLUSÕES 16
SUMÁRIO EXECUTIVO
Resumo:
Este relatório explicita o debate público digital acerca dos atos antidemocráticos de 8 de
janeiro, em Brasília. Analisando o Twitter, foi possível destrinchar as redes de interações
em torno do supracitado episódio, identificando ainda como o debate temático se
desenvolveu, com ênfase nas discussões sobre intervencionismo e forças de segurança.
Adentrando também o Telegram, foram monitorados grupos públicos alinhados ao
ex-presidente Jair Bolsonaro e, em alguma medida, aos atos antidemocráticos, indicando
as narrativas e os argumentos em circulação nesses espaços. Nota-se, de forma geral, uma
forte mobilização do campo progressista, que repudiou as manifestações e as vinculou a
Bolsonaro.
Palavras-chave:
8 de janeiro; ataque à democracia; mobilização on-line
● O nome de Flávio Dino, ministro da Justiça na ocasião, foi o mais citado nas
publicações do Twitter referentes ao episódio, com destaque para mobilização de
internautas para ajudá-lo a identificar os responsáveis pelos ataques.
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APRESENTAÇÃO
Pensando nisso, a fim de capturar tendências e padrões nas interações mantidas e nos
tópicos discutidos em torno deste episódio, dividimos a análise em três frentes: 1) em
interações, mapeamos as formas pelas quais os campos políticos se dividiram para tratar
do 8 de janeiro, explicitando atores de destaque e eixos argumentativos; 2) no debate
temático, qualificamos a discussão mais geral, enfatizando tópicos específico, como
menções a ministros e discussões sobre as forças de segurança; 3) por fim,
compreendendo que a articulação para o 8 de janeiro teve parte de sua organização
embutida em aplicativos móveis, traçamos uma análise mais qualitativa em grupos
públicos do Telegram.
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Disponível em:
http:https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2023/04/19/senado-lanca-exposicao-sobre-8-de-janeir
o-para-prevenir-ataques-no-futuro Acesso em: 17/08/2023.
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RESULTADOS E DISCUSSÃO
1) Interações
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2) Debate temático
O debate sobre intervencionismo arrefeceu no dia seguinte aos atos golpistas, após
chegarem a 81 mil menções com o anúncio da intervenção federal do presidente Lula.
A maior parte das menções critica a postura conivente do Governo do Distrito Federal e
apoia as ações do Governo Federal. Os perfis responsabilizam o ex-secretário de
Segurança Público do estado, Anderson Torres, e o governador Ibaneis Rocha e elogiam o
decreto de intervenção federal anunciado por Lula. A postura do ministro Flávio Dino
também é destaque, no entanto, os perfis também alertam para a possível proteção do
acampamento em Brasília que estaria sendo feita pelas Forças Armadas.
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De modo mais lateral, parte dos perfis defende que infiltrados agiram de forma violenta
durante a invasão da Esplanada propositalmente para que Lula “fortalecesse sua
ditadura”. Esse grupo também pede o apoio das Forças Armadas, afirmando que cabe a
elas proteger o Brasil, a partir de um entendimento de que o governo é uma ameaça.
Fala-se de reforço internacional para “guerra” – de Donald Trump e Vladimir Putin – a favor
de Bolsonaro. Suposta vinda de “fragata russa com arma hipersônica” é aventada com
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Flávio Dino ocupa o centro do debate sobre a equipe ministerial do governo. Foram
mapeadas tentativas de colaborar com o ministro pelo Twitter, por meio de denúncias
sobre perfis que teriam participado dos atos em Brasília. Há uma certa expectativa de que
Dino e outros nomes do governo, como Alckmin e Tebet, se responsabilizem pela punição
desses manifestantes. Declarações de Paulo Pimenta, ministro-chefe da Secretaria de
Comunicação Social da Presidência, foram compartilhadas de modo a intensificar as
críticas aos protestos. Entende-se que os responsáveis pela depredação conheciam as
instalações.
José Múcio, ministro da Defesa, por outro lado, foi bastante criticado pelo campo
progressista, que afirma que o ministro seria um aliado de Bolsonaro. Aqui, a expressão
“Fora Múcio” obteve centralidade, além do compartilhamento de uma imagem que
mostra um assessor do Ministério da Defesa participando das manifestações. Outro alvo
de críticas, neste caso, por parte de apoiadores de Bolsonaro, foi o advogado-geral da
União, Jorge Messias, classificado como autoritário após a Advocacia Geral da União (AGU)
solicitar uma série de medidas a Alexandre de Moraes. Afirma-se que as ações da AGU,
sobretudo relacionadas ao afastamento do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha,
seriam antidemocráticas.
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3) Aplicativos móveis
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CONCLUSÕES
O mesmo domínio foi observado no debate temático, com ênfase em críticas ao governo
do Distrito Federal, personificadas nas figuras do ex-secretario de Segurança Pública do
Distrito Federal, Anderson Torres, e o governador Ibaneis Rocha. Elogios ao governo
federal também foram mapeados, sobretudo pelo decreto de intervenção federal
anunciado por Lula e pela velocidade de resposta do ministro da Justiça, Flávio Dino.
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COORDENADORES
E-mail: marco.ruediger@fgv.br
Amaro Grassi
E-mail: amaro.grassi@fgv.br
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PESQUISADORES
Letícia Sabbatini
ORCID: https://orcid.org/0000-0001-6969-1960
E-mail: leticia.amaral@fgv.br
Renato Contente
ORCID: https://orcid.org/0000-0001-8036-5373
E-mail: renato.freire@fgv.br
Victor Piaia
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-1012-3157
E-mail: victor.piaia@fgv.br
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Sabrina Almeida
ORCID:https://orcid.org/0000-0003-4537-8632
E-mail: sabrina.almeida@fgv.br
Mariana Carvalho
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-8807-5562
E-mail: mariana.mendes@fgv.br
Dalby Dienstbach
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-2198-0779
E-mail: dalby.hubert@fgv.br
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FGV ECMI | Escola de Comunicação, Mídia e Informação
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-4479-5162
E-mail: maria.cordeiro@fgv.br
Neubiana Beilke
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-4432-0861
E-mail: neubiana.beilke@fgv.br
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-5531-2509
E-mail: lucas.roberto@fgv.br
Polyana Barboza
Polyana Barboza é professora e trabalha com extração e análise de dados de redes sociais
na FGV ECMI. É graduada em Matemática Aplicada pela Escola de Matemática Aplicada da
Fundação Getulio Vargas (FGV EMAp) e mestre em Informática pela PUC-Rio. Suas
principais linhas de pesquisa são Análise de Redes Sociais em Mídias Digitais e Sistemas
Multi-Agentes em Engenharia de Software.
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-3342-7337
E-mail: polyana.barboza@fgv.br
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E-mail: carlos.cdias@fgv.br
Thaís Rabello
Thaís Rabello é estagiária da FGV ECMI, no DAPP Lab, onde atua com extração e análise de
dados de redes sociais. É graduanda em Estatística pela Universidade Federal Fluminense
(UFF). Suas principais linhas de pesquisa são Análise de Redes Sociais e Visualização de
Dados.
ORCID:https://orcid.org/0009-0004-0383-8754
E-mail: thais.rabello@fgv.br
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