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SINOPSE DO CASO: Doença negligenciada1

Elyine Samira Nunes Costa2


Alessandra Macedo3

1. DESCRIÇÃO DO CASO

Ao fazer um exame de raio X e Babiloscopia, um paciente do sexo


masculino residente de Salvador, descobre que apresenta anticorpos Anti-HIV, além
de um quadro pneumônico diagnosticado como tuberculose, portanto, realizou o
tratamento adequado indicado pelo médico. Durante os três meses seguintes, o
paciente foi aparentemente melhorando seu estado apesar de uma perda de peso
de 10kg e diarreia intermitente.
No seu retorno ao hospital, cerca de quatro meses após o ocorrido inical,
encontrava-se com estado geral regular, descorado, ictérico, febril, com edema de
membros inferiores e com lesões de monilíase oral. Havia ascite, o fígado
ultrapassava em l0 cm o rebordo costal direito (hepatomegalia) e o baço foi palpado
5 cm abaixo do rebordo costal esquerdo (esplenomegalia).
Acrescenta-se ainda que o paciente realizou frequentes viagens ao sul do
país, e em seus exames laboratoriais constam os seguintes resultados: hemoglobina
6,6g%, hemácias 2.200.000mm3, leucócitos 1.700/mm3, plaquetas 139.000/mm3,
bilirrubinas totais 7,3g% (albumina l,7g%), TAP 76%-14”, TGO 38U e TGP 18U. O
paciente evoluiu com anemia importante, sendo necessário o emprego de
transfusões sanguíneas. Um mielograma revelou inúmeras formas amastigotas de
protozoários.

2. IDENTIFICAÇÃO E ANÁLISE DO CASO


2.1. Descrições das decisões possíveis
 A suspeita diagnóstica, levando em conta os sintomas e exames citados
é de Leshmanióse Visceral.
2.2. Argumentos capazes de fundamentar cada decisão
1
Case apresentado à disciplina de microbiologia e parasitologia, do Centro Universitário UNDB.
2
Aluna do 4º período do curso de Farmácia, do Centro Universitário UNDB.
3
Professora Mestre, Orientadora.
 A suspeita diagnóstica, levando em conta os sintomas e exames citados
é de Leshmanióse Visceral.
A leishmaniose Visceral é uma doença parasitária, caracterizada como
uma antropozoonose e bastante negligenciada que ocorre principalmente na
América do sul. No Brasil, a doença cresce, de modo que antes concentrava-se na
região nordeste, e agora se expande para regiões centro-oeste, sul e sudeste,
devido à fatores migracionais. O agente etiológico é o Leishmania infantum chagasi,
parasita intracelular obrigatório das células do sistema fagocítico mononuclear. Ele
pode se encontrar de duas formas: promastigota (flagelada), encontrada no canal
digestivo do inseto vetor, ou na forma amastigota (aflagelada), encontrada em
mamíferos como cães, humanos e animais silvestres. (VITO, 2019).
O protozoário é transmitido ao homem através do repasto sanguíneo de
insetos flebotomíneos da ordem Díptera, e um dos principais reservatórios são os
cães domésticos. A doença pode ser abrupta ou gradual, além de apresentar
diferentes formas: assintomática, aguda e crônica. Na aguda, pode ocorrer febre
alta, diarreia, tosse e até óbito, principalmente em pacientes com HIV ou diabetes.
Já na crônica são comuns perda de apetite, fraqueza, palidez, febre, ligeiro aumento
de baço e fígado. (OLIVEIRA et al., 2019).
O agente etiológico em questão consegue invadir macrófagos através da
manipulação de receptores, e dentro destas células, este consegue se proteger do
sistema imune do hospedeiro, além de estar exposto a um pH ácido e enzimas
hidrolíticas dos fagolisossomas, que irão protege-lo de um ataque bacteriano. (VITO,
2019). Assim, o diagnóstico da doença se baseia em análise de sinais e sintomas, e
parâmetros hematológicos, para depois fazer a confirmação através de procura de
formas parasitárias em amostras biológicas do paciente. Existem vários métodos
que a serem utilizados para este fim, tais como: Pesquisa parasitológica a partir da
punção de medula óssea, biópsia hepática ou do baço, teste rápido por amostra
sanguínea, pesquisa de DNA da Leishmania em amostras, através de PCR, dentre
outras. (OLIVEIRA et al., 2019).
Acrescenta-se ainda que, para tentar controlar e prevenir a doença, são
necessários controle da população canina e dos vetores, e identificação de animais
infectados para que sejam tomadas as medidas necessárias. Além disso, ações
conjuntas podem ser tomadas em conjunto com países vizinhos. Por fim, pesquisas
ainda precisam ser feitas frequentemente para analisar os focos de contaminação, e
auxiliar no desenvolvimento de uma vacina eficaz contra a leishmaniose visceral
humana. (SILVA et al., 2019).

2.3. Descrição dos critérios e valores


 Foram apresentados o ciclo de vida do agente etiológico em questão, bem
como sua patogenia, a fim de mostrar como o protozoário entra no corpo
causando malefícios.
 Foram identificados sinais e sintomas da doença que foram compatíveis com
os do caso clínico.
 Foram citados métodos para o diagnóstico da doença, pois este é essencial
para que se inicie o tratamento, evitando prejuízos mais graves ou até a
morte.
 Foram expostas ideias de prevenção e controle da doença, visto que esta tem
se espalhado bastante pelo país.
REFERÊNCIAS

OLIVEIRA, Elaine Cristina Rocha et al. PATOLOGIA E PATOGÊNESE DA


LEISHMANIOSE VISCERAL HUMANA. Revista Saúde dos Vales, Otoni, v. 1, ed.
1, 2019. Disponível em:
https://www.revistas.unipacto.com.br/storage/publicacoes/2019/patologia_e_patogen
ese_da_leishmaniose_visceral_humana_323.pdf. Acesso em: 16 set. 2021.

SILVA, Ayli Micaelly da et al. PREVENÇÃO, DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DA


LEISHIMANIOSE VISCERAL HUMANA. Atena editora, [s. l.], v. 6, 2019. Disponível
em: https://www.atenaeditora.com.br/post-artigo/9101. Acesso em: 16 set.2021.

VITO, MURILLO DE. ASPECTOS GERAIS DA LEISHMANIOSE VISCERAL. 2019.


Trabalho de conclusão de curso (Bacharelado em farmácia) - Faculdade de
Educação e Meio Ambiente, Ariquemes, 2019. Disponível em:
http://repositorio.faema.edu.br/bitstream/123456789/2494/1/TCC%20MURILLO
%20%20DE%20VITO.pdf. Acesso em:19 set. 2021.

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