O documento discute os impactos ambientais causados pela espécie humana, como poluição do ar e água, aquecimento global e extinção de espécies. A poluição está diretamente relacionada ao crescimento populacional e modelo de desenvolvimento atual que não leva em conta os limites dos recursos naturais. Controle da poluição e mudança no conceito de progresso são essenciais para garantir a sustentabilidade do planeta.
O documento discute os impactos ambientais causados pela espécie humana, como poluição do ar e água, aquecimento global e extinção de espécies. A poluição está diretamente relacionada ao crescimento populacional e modelo de desenvolvimento atual que não leva em conta os limites dos recursos naturais. Controle da poluição e mudança no conceito de progresso são essenciais para garantir a sustentabilidade do planeta.
O documento discute os impactos ambientais causados pela espécie humana, como poluição do ar e água, aquecimento global e extinção de espécies. A poluição está diretamente relacionada ao crescimento populacional e modelo de desenvolvimento atual que não leva em conta os limites dos recursos naturais. Controle da poluição e mudança no conceito de progresso são essenciais para garantir a sustentabilidade do planeta.
• Introdução - o planeta Terra está sob sérias ameaças: poluição, aumento da temperatura global, destruição da camada de ozônio, diminuição dos recursos naturais, extinção de espécies, entre vários outros problemas. Isso se deve ao aumento da população humana e da exploração dos recursos naturais de uma maneira desordenada e predatória, porém nas últimas décadas muitas pessoas perceberam a necessidade de fazer um uso mais racional dos recursos naturais, pois os mesmos são finitos, e as mudanças ambientais que estamos provocando podem não ter volta, e o planeta poderá se tornar muito desfavorável à vida. No entanto, essa visão conservacionista bate de frente com o modelo econômico consumista que a maioria dos países adota nos dias atuais. • Todas as espécies exploram recursos do ambiente, causando algum tipo de impacto sobre os mesmos, e a espécie humana não é uma exceção. Muitas tribos indígenas da região da Amazônia tinham consciência desse impacto ambiental e, ocupavam um determinado território por um tempo, quando os recursos daquele ambiente começavam a se extinguir, eles deixavam aquele território, se deslocavam para uma nova região, até que o território antigo pudesse se recuperar. Isso era possível porque essas populações eram pequenas, porém com o desenvolvimento da sociedade industrial e o aumento explosivo da população humana esse modelo não é mais possível, não existem mais áreas livres e inexploradas. Para termos uma ideia: no início da década de 70 do século XX, a população do Brasil era de 90 milhões de pessoas, hoje, 2020, apenas 50 anos depois a população do Brasil é de mais do que 210 milhões de pessoas, mas o território do Brasil não aumentou, assim como também não aumentaram os recursos naturais. Esse aumento exponencial da população está provocando impactos ambientais sem precedentes e, muitos recursos naturais estão se esgotando e os resíduos produzidos pela atividade humana estão se acumulando no ambiente e degradando o mesmo, que é o conceito de poluição, ou seja, algo que não existia anteriormente no ambiente, ou se existia era em menor quantidade. O Grande desafio • O grande desafio da humanidade no século XXI, é modificar o antigo conceito desenvolvimentista de progresso, isto é, de aumento da qualidade de vida sem levar em conta os limites da capacidade de suporte do ambiente em que a espécie humana se insere; podemos fazer um paralelo com a vida humana: se uma pessoa está sem dinheiro para pagar suas dívidas, ela pode ir ao banco e tentar arrumar um empréstimo para saldar as suas dívidas, mas de onde vamos retirar os recursos para produzir cada vez mais para manter um sistema de consumismo, se os recursos naturais estão se esgotando? Precisamos refletir sobre o impacto que cada ser humano causa sobre o ambiente, quanto aos recursos que utilizamos e o lixo que produzimos. Será que ao descartarmos algum produto ele realmente não serve mais para nada? Ou será que aquele produto pode ser útil a uma outra pessoa, ou se partes desse produto não podem ser recicladas com o objetivo de diminuirmos a quantidade de lixo descartado no ambiente? Poluição ambiental • Representa a presença em alta concentração de determinadas substâncias ou agentes físicos no ambiente, que são conhecidos como poluentes e, normalmente, produzidos pelas atividades humanas, podendo causar danos a outras espécies; as sociedades humanas industrializadas podem gerar diversos tipos de poluentes: lixo orgânico e inorgânico, fumaça, resíduos industriais, gases produzidos por veículos automotores, ruídos, entre outros. • Ao longo do último século ocorreram vários eventos/acidentes que resultaram na morte de pessoas devido a poluição ambiental, alguns exemplos são: a) no inverno de 1952, em Londres, as condições climáticas não permitiram a dispersão dos poluentes liberados pelos automóveis, indústrias e pelo sistema de aquecimento das residências, o que resultou na morte de mais de 4000 pessoas devido a problemas respiratórios, b) no ano de 1986, em Chernobyl, na ex-União Soviética, o reator nuclear de uma usina nuclear explodiu, lançando na atmosfera muitos isótopos radioativos, levando a morte de dezenas de pessoas diretamente e, outras milhares que ficaram doentes (assista a série Chernobyl – HBO), c) aqui no Brasil, em 1987, na cidade de Goiânia, um catador de ferro velho removeu a cápsula com material radioativo de um equipamento de radioterapia abandonado, o que resultou na morte de 4 pessoas em poucos dias, e centenas de outras que ficaram doentes – câncer principalmente, d) em 25 de janeiro de 2019, na cidade de Brumadinho – MG, uma barragem com resíduos de minérios se rompeu, provocando a morte de mais de 250 pessoas, deixando vários desabrigados, e os resíduos da mineração causaram a contaminação do solo e de vários rios da região. • O controle da poluição é essencial, porém só uma população esclarecida e bem informada é capaz de exercer uma fiscalização ambiental sistemática, exigindo a criação e principalmente o cumprimento de leis ecológicas eficientes. Poluição Atmosférica • As principais fontes da poluição atmosférica são os motores de veículos à combustão, as indústrias, as queimadas de campos e florestas e a incineração de lixo doméstico; os principais poluentes atmosféricos são: monóxido de carbono (CO), dióxido de enxofre (SO2), dióxido de nitrogênio (NO2) e os hidrocarbonetos, além de partículas sólidas em suspensão. • Monóxido de carbono (CO) – é um dos poluentes mais perigosos para os habitantes das grandes metrópoles, sendo incolor, inodoro e muito tóxico, sendo principalmente produzido na combustão de veículo, como automóveis, motos, ônibus, caminhões, etc. Ele se combina irreversivelmente com a molécula de hemoglobina do sangue, inutilizando-a para o transporte de oxigênio; uma exposição prolongada pode levar a perda da consciência e à morte; os indivíduos intoxicados por esse gás sente sonolência e asfixia. • Dióxido de enxofre (SO2) e Dióxido de nitrogênio (NO2) – o SO2 é proveniente de combustíveis pela indústria; juntamente com o NO2 também liberado pela atividade industrial, provocam bronquite, asma e enfisema pulmonar; quando esses gases reagem cor o vapor d’água da atmosfera eles formam ácido sulfúrico (H2SO4) e ácido nítrico (HNO3), respectivamente, o que pode provocar o fenômeno conhecido como chuva ácida, o que provoca danos à vegetação e a corrosão de monumentos. • Nas grandes cidades há grande quantidade de partículas em suspensão no ar, produzidas pelo desgaste dos pneus e freios dos veículos. As partículas dos freios liberam amianto, responsável por doenças respiratórias e câncer. Outra substância liberada na atmosfera pelas indústrias é a sílica (SiO2), também responsável por doenças pulmonares. Inversão térmica • Normalmente, as camadas mais baixas da atmosfera são mais quentes, pelo fato do ar absorver calor que irradia da superfície terrestre e, como o ar quente é menos denso, sua tendência é subir, levando com ele os poluentes que estão próximos à superfície; o ar quente que subiu é substituído pelo ar frio, que é mais denso e irá descer; quando esse ar frio desce próximo da superfície ele começa a esquentar e volta a subir. Este movimento ascendente e descendente de ar é denominado corrente de convecção, sendo responsável pela dispersão dos poluentes atmosféricos que são produzidos continuamente nas grandes cidades. • Porém, nos meses mais frios do inverno, o ar próximo ao solo pode estar mais frio do que as camadas de ar mais altas, principalmente nas primeiras horas da manhã, impedindo as correntes de convecção, esse fenômeno é conhecido como inversão térmica e, como consequência, os poluentes próximos da superfície deixam de se dispersar para as camadas mais altas da atmosfera e ficam concentrados próximos à superfície, que aumentam muito os casos de irritação das mucosas e de problemas respiratórios nos habitantes das grandes cidades. Efeito Estufa e Aquecimento Global • Efeito Estufa – parte da radiação solar que chega à Terra é refletida pelas nuvens e pela superfície terrestre, enquanto outra parte é absorvida. A energia absorvida pela superfície, principalmente, é irradiada na forma de calor (radiação infravermelha) para a atmosfera, mantendo a superfície terrestre aquecida. Esse fenômeno natural, chamado efeito estufa, tem sido importante, desde a origem da vida na Terra, para manter a superfície da terrestre aquecida, impedindo a perda rápida de calor para o espaço. Graças ao efeito estufa, a Terra tem se mantido com uma temperatura média compatível com as formas de vida presentes na sua superfície. Esse fenômeno resulta da presença, entre os gases atmosféricos, de vapor d’água, gás carbônico (CO2), metano (CH4) e dióxido de nitrogênio (NO2), cujas moléculas têm a propriedade de absorver calor; porém, muitos cientistas acreditam que está ocorrendo uma intensificação do efeito estufa devido à interferência humana na atmosfera terrestre, que ficou conhecida como aquecimento global; isso se deve a liberação dos gases descritos acima em grandes quantidades devido as atividades humanas, e estima-se que, nos próximos anos, a temperatura média na superfície terrestre sofrerá elevação significativa. • A quantidade de gás carbônico vem aumentando significativamente na atmosfera desde a revolução industrial, quando a humanidade começou a empregar a queima de combustíveis fósseis (carvão mineral e petróleo) em larga escala para produzir energia. Com isso, a concentração de gás carbônico no ar passou, nestes últimos 100 anos, de 0,029% para quase 0,040% da composição atmosférica, o que corresponde a um aumento da ordem de 38%. (dados de 2004) • Sabe-se que a quantidade de metano (CH4), presente na atmosfera também vem crescendo; esse gás resulta da decomposição da matéria orgânica, e sua concentração aumenta proporcionalmente ao crescimento da população, devido a maior quantidade de lixo, esgotos, aumento dos rebanhos bovino – esses animais ruminantes fermentam o alimento em seus tubos digestórios, produzindo e eliminando metano para a atmosfera. • O aquecimento global gera muita polêmica, muitos cientistas afirmam que é devido a interferência humana, outros acham que é um fenômeno cíclico terrestre, mas o fato é que ele está ocorrendo. Na Sibéria, um dos lugares mais frios do planeta, em 2020, as temperaturas chegaram a 38ºC agora no mês de junho, cerca de 30 graus maior do que a média. Desertos tem se expandido, regiões costeiras estão sendo inundadas, grandes geleiras nos polos estão derretendo, todos fenômenos relacionados ao aquecimento global. Efeito Estufa e Aquecimento Global Camada de Ozônio • O ozônio (O3) forma, na alta atmosfera, uma camada que constitui um escudo protetor contra a penetração de um tipo de radiação ultravioleta do Sol que é muito prejudicial aos seres vivos; a radiação ultravioleta longa lesa e aumenta significativamente a taxa de mutação dos genes, por isso é um dos principais fatores responsáveis pela ocorrência de câncer de pele na espécie humana. • Dados obtidos a partir de satélites orbitais mostram que, sobre a Antártida, no polo sul, há uma grande área em que a camada de ozônio está muito rarefeita, sendo conhecida como buraco na camada de ozônio, o que aumenta a incidência da radiação ultravioleta na região, matando grande quantidade de plâncton fotossintetizante, o que afeta as cadeias alimentares da região. • A principal causa da destruição da camada de ozônio é a liberação, na atmosfera, de gases do grupo dos clorofluorcarbonos, chamados abreviadamente de CFC’s; esses são gases sintéticos, produzidos em laboratórios e indústrias, que são utilizados em aerossóis, em compressores de geladeiras e liberados durante a fabricação de certos tipos de plástico utilizados em embalagens; os CFC’s acumulam-se nas altas camadas da atmosfera, onde o cloro presente em suas moléculas reage com moléculas de ozônio, quebrando-as. Poluição das águas e do solo • A principal forma de poluição das águas é através do lançamento de dejetos humanos e de animais domésticos em rios, lagos e mares, que por serem constituídos de matéria orgânica, esses dejetos aumentam a quantidade de nutrientes disponíveis no ambiente aquático, fenômeno chamado de eutrofização, que leva a uma grande multiplicação de bactérias aeróbicas – que usam oxigênio em sua respiração – o que acaba por consumir rapidamente todo o gás oxigênio dissolvido na água, provocando a morte de vários organismos aquáticos; graças a eutrofização, os rios que atravessam grandes cidades, no mundo inteiro, têm sua flora e fauna destruídas, transformando-se em esgotos a céu aberto, como o rio Tietê em São Paulo. O esgoto lançado nos rios, também é responsável pela propagação de doenças causadas pro vermes, protozoários e vírus. • O lançamento de águas servidas das casas e de resíduos industriais no ambiente constitui um sério problema ecológico; substâncias poluentes, como detergentes, ácido sulfúrico e amônia, envenenam os rios e causam a morte de muitas espécies da comunidade aquática. O desenvolvimento da agricultura tem contribuído para a poluição do solo e das águas. Fertilizantes sintéticos e agrotóxicos (inseticidas, fungicidas e herbicidas), utilizados em grandes quantidades nas lavouras, poluem o solo e as águas dos rios, eventualmente intoxicando o próprio agricultor e sua família, matando diversos seres vivos dos ecossistemas e intoxicando consumidores desses alimentos. Lixo urbano • Nos países desenvolvidos, uma pessoa produz, em média, cerca de 2,5 kg de lixo por dia; devido ao crescimento demográfico das cidades, é fácil perceber que em breve não haverá mais áreas para depositar tanto lixo; enterrá-lo não é solução, pois ele pode contaminar lençóis de água subterrânea que suprem os mananciais utilizados pela própria população produtora do lixo; queimar o lixo também não é uma boa solução, pois agrava ainda mais o problema da poluição atmosférica. • Uma boa solução para o lixo é a sua reciclagem, ou seja, seu reaproveitamento, mas para que isso ocorra é necessário separar os diversos componentes desse lixo, feito através de triagem. Assim, latas de alumínio, plásticos, papéis entre outros materiais, podem ser reciclados e voltar para as indústrias. O lixo eletrônico, também pode ser reaproveitado, e devemos lembrar que ele é composto por muitos metais que podem contaminar o solo e as águas. Existem pontos especiais para o descarte desse tipo de lixo. • No caso do lixo orgânico, como restos de alimentos, desde que devidamente separado, pode ser degradado por microrganismos em tanques chamados de biodigestores, para a formação de metano – gás natural – podendo ser utilizado na indústria e em veículos à motor. Também pode ser feita a compostagem de lixo orgânico que pode resultar em fertilizantes para o solo. • A reciclagem pode ser melhor implementada de uma maneira mais lógica através da conscientização da população, da educação das crianças e jovens, para estimular as pessoas a desperdiçar menos, produzindo uma menor quantidade de lixo. Professor William A. Kolikauskas