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Rodrigues 08 Intro-Ciencia-Geo
Rodrigues 08 Intro-Ciencia-Geo
Ciência Geográfica
A u ro de Je s u s R o d rig u es é gradua
do e mestre em Geografia pela Uni
U S RODRIGUES
versidade Federal de Sergipe (UFS).
Professor do Curso de Geografia e
do Núcleo de Educação a Distância
da Universidade Tiradentes (Sergi
pe). publicou diversos trabalhos por
esta instituição de ensino nas áreas
de Metodologia da Ciência, Pesquisa
e Geografia.
Publicou também pela Edito
ra Avercamp a obra Metodologia
ução a Científica.
íeográfica
1)1 I O I! V
Auro de Jesus Rodrigues
GEOGRAFIA
Introdução à Ciência Geográfica
Av e r c a m p
EDITORA
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Impresso no Brasil 102, 104, 106 e 107 da Lei
Printed in Brazil n2 9.610, de 19 de fevereiro
de 1998.
Revisão
IM PRESSÃO E ACABAM ENTO
B anira Gráfica b Editora S/A Across The Universe Communications
R611g
Inclui bibliografia.
ISBN 978-85-89311-53-3
07-3270 CDD-910.01
CDU-910.1
Sumário
2 GEOGRAFIA NA ANTIGÜIDADE 35
4 GEOGRAFIA MODERNA 57
4.1 A Sistematização da G eografia: Humboldt e Ritter 66
4 .2 O Determinismo na G eografia: Friedrich Ratzel 73
4 .3 O Possibilismo na G eografia: Vidal de La Blache 79
4 .4 Élisée Reclus e Piotr Kropotkin e a Geografia 88
4 .5 Alfred Hettner e Richard Hartshorne e a G eografia 93
5 GEOGRAFIA CONTEMPORÂNEA 97
5.1 G eografia Teórico-Quantitativa 106
5 .2 Geografia da Percepção e do Comportamento 1 12
5 .3 G eografia Ecológica ])6
5 .4 G eografia Crítica ou Radical 121
REFERÊNCIAS 139
Geografia
••
Ciência, Método e Objeto
CAPÍTULO um
• Geografia Regional;
• Geografia Geral;
1 4 * Geografia - i n t r o d u ç ã o ã c iê n c ia g e o g r á f i c a
• Geografia Humana;
• Geografia Física.
1) a realidade existe;
2) por meio de um método adequado, será possível explicar a
realidade (APPOLINÁRIO, 2004, p. 158).
luta pela vida, venceriam sempre os mais fortes, e que a vitória dos
mais fortes, dos mais aptos sobre os mais fracos, era o resultado
lógico da luta pela vida.
Assim, são selecionados para a sobrevivência os povos mais ca
pazes a se adaptar ao meio natural. Daí a idéia da superioridade dos
europeus, como uma civilização mais dinâmica em relação aos po
vos colonizados, considerados, portanto, selvagens e pertencentes a
civilizações estagnadas (ANDRADE, 1987, p. 54).
Ratzel definiu o objeto geográfico como o estudo da influência das
condições naturais sobre a humanidade. Compara a sociedade a um
organismo que mantém fortes relações com o solo, para atender a sua
necessidade de sobrevivência. Quando a sociedade se organiza para a
defesa do solo, ou melhor, de seu território, ela transforma-se em Es
tado. O território é condição de trabalho e existência de uma sociedade.
Sua perda conduz à decadência de uma sociedade. J á o progresso im
plicaria o aumento de território, a conquista de novas áreas. A partir
dessas idéias, Ratzel elabora o conceito de “espaço vital”, que consiste
no equilíbrio entre a população e os recursos disponíveis para a sobre
vivência. Há, assim, uma vinculação entre as formulações das idéias
de Ratzel e o projeto imperial alemão, que se expressa na justificativa
do expansionismo como fator natural (MORAES, 1987, p. 56).
O homem está sempre relacionado ao meio natural. A histó
ria humana seria a história natural da luta dos povos pelo “espaço
vital”, uma luta pela adaptação, pela sobrevivência e pela defesa
ou conquista de territórios. O conceito de Estado passou a estar
relacionado a uma sociedade organizada sobre as bases de um ter
ritório. O território pode expandir-se ou retrair-se, conforme a luta
pela sobrevivência de uma determinada sociedade. Assim, justifi
cam-se as guerras entre os povos. A concepção de defesa, expansão
e domínio de território fora incorporada pelos militares e dirigentes
do Estado alemão, de forma preponderante, desde as formulações
de Ratzel: “Exatamente porque não é possível conceber um Estado
capitulo quatro * G E O G R A FIA M O DERN A • 7 7
[...] afirma que o espaço deve ser estudado por meio de quatro
categorias: forma é o “aspecto visível de uma coisa”, “o arranjo
ordenado de objetos”, um padrão; função “sugere uma tarefa
ou atividade esperada de uma forma, pessoa, instituição ou
coisa”; estrutura “implica a inter-relação de todas as partes de
um todo, o modo de organização da construção” eprocesso, que
“pode ser definido como uma ação contínua, desenvolvendo-
se em direção a um resultado qualquer, implicando conceitos
de tempo (continuidade) e mudança”.
reza, aquela que foi e é produzida sem a ação humana (rios, florestas,
montanhas etc.); e a segunda natureza, aquela produzida pela ação do ho
mem (cidades, agricultura, estradas, instrumentos de trabalho etc.).
A história da natureza é anterior à história do homem, mas o
homem faz parte da história da natureza, pois ele não deixou de ser
natureza, todavia, buscou transformar a natureza natural em na
tureza social. Isto é, ao se apropriar da primeira natureza, o homem
tem buscado transformá-la para atender a suas necessidades, numa
segunda natureza. Portanto, pode-se afirmar que “a história da huma
nidade é a continuação da história da natureza. Essa interação dialé
tica justifica o aspecto existencial e leva a pensar o homem como um
ser natural, devendo-se, contudo, entendê-lo, primeiramente, como
um ser social” (CASSETI, 1995, p. 13). Os animais conhecem as
coisas; já o homem, além de conhecê-las, investiga suas causas. Os
animais só conhecem por via sensorial; enquanto o homem conhece
e pensa, elabora o material do conhecimento (RUIZ, 1996, p. 90).
É pela apropriação e transformação da natureza que o homem
produz os recursos necessários para a sobrevivência, pois, desde
o surgimento da humanidade, a natureza sempre foi um recurso
para a existência do homem. E o grau de exploração tem acom
panhado o grau de desenvolvimento da humanidade. Visto que
“quanto mais a sociedade se desenvolve, mais ela transforma o
meio geográfico pelo trabalho produtivo social, acumulando nele
novas propriedades. [...} Assim, o trabalho é visto como m edia
dor universal na relação do homem com a natureza” (CASSETI,
1995, p. 13).
Se o espaço geográfico contextualiza-se na relação sociedade-
natureza, é por meio do trabalho que o homem se apropria e trans
forma a natureza. Também é por intermédio do trabalho que os
homens se relacionam no processo de produção, pois:
Mas convém destacar que não foi o capitalismo que criou as de
sigualdades econômicas entre os indivíduos, pois essa condição tem
origem em tempos pretéritos, de modos de produção anteriores ao
capitalismo.
Outro fato a ressaltar, de grande relevância, é que o espaço geo
gráfico é desigual não só por fatores econômicos, como também
naturais, sociais, culturais e tecnológicos.
Portanto, conforme afirma Andrade (1987, p. 14-15):
_____ . Para onde vai o pensam ento geográfico? Por uma epis-
temologia crítica. São Paulo: Contexto, 2006.
TOFFLER, Alvin. A terceira onda. 26. ed. Trad. João Távora. Rio
de Janeiro: Record, 2001.
ISBN 978-85-89311-53-3