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INTRODUÇÃO
Os ensaios destrutivos, quando bem empregados, fornecem informações para contribuir com a
tomada de decisão em relação às manifestações patológicas detectadas, ocorre que por vezes
tais levantamentos com diversos graus de complexidade correlatos à visualização das áreas
afetadas pelas anomalias, à interferência na rotina dos usuários da edificação inspecionada,
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aos riscos oferecidos aos operadores do exame, aos danos causados à construção ou pelo
tempo demandado para a obtenção dos resultados. Portanto, é preferível a adoção de
procedimentos ou técnicas não destrutivas, visto que minimizam-se tais pontos e
consequentemente prejuízos relacionados a estética, ruídos, produção de resíduos, poeira e
altos gastos (ISRAEL, 2016).
Com relação às técnicas não destrutivas, existem instrumentos com os mais diversos
princípios de funcionamento, como aqueles que utilizam leituras de resistência elétrica,
radioatividade, ressonância magnética nuclear, entre outros (MARINHO, 2014). Dentre essas
técnicas, pode-se destacar a termografia infravermelha, uma técnica não destrutiva e não
invasiva que se dedica à aquisição e processamento da informação térmica a partir de
dispositivos de medição sem contato, captando radiação infravermelha naturalmente emitida
ao longo da superfície dos objetos com intensidade proporcional a sua temperatura,
produzindo termogramas (imagens térmicas), onde cada cor representa um nível de
temperatura superficial dos objetos, possibilitando a identificação de danos não visíveis a olho
nu e a obtenção dos dados em tempo real, na ocorrência de gradiente térmico (FREITAS;
CARASEK; CASCUDO, 2014; MALDAGUE, 2000; SANTOS; ROCHA; PÓVOAS, 2019;
TAKEDA; MAZER, 2018).
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Considerando a deficiência no cenário local decorrente da ausência de procedimentos
padrões, falta de critérios (BAUER et al., 2015b) e de normatização nacional para a aplicação
da termografia na construção civil, uma vez que o enfoque dos normativos internacionais, em
relação à construção civil é direcionado ao estudo de problemas de isolamento térmico,
temperaturas da envolvente de edifícios e anomalias em elementos específicos das
edificações, enquanto que as normas brasileiras estão voltadas apenas à aplicação e ao estudo
de sistemas e equipamentos elétricos e mecânicos e sabendo que no uso da termografia
quantitativa como forma de inspeção vários fatores podem gerar distorções, o objetivo deste
trabalho é investigar a variação dos seguintes parâmetros envolvidos na inspeção
termográfica: ângulo da câmera, distância da câmera, emissividade, temperatura aparente
refletida, temperatura ambiente e umidade relativa; com a finalidade de mensurar as
distorções geradas nos termogramas relacionadas a mudanças nas variáveis citadas
(MILHOMEM; AIDAR; BAUER, 2018).
METODOLOGIA
A execução de uma inspeção por termografia é relativamente simples, desde que sejam
observados e previamente definidos alguns parâmetros relativos à calibração da câmera
termográfica, como: o ângulo de observação entre a câmera e a área de estudo, valores de
emissividade, temperatura refletida, temperatura ambiente, além de períodos e condições
ambientais em que as inspeções devem ser realizadas e para onde o operador deve apontar o
termovisor para determinada região do objeto inspecionado a fim de detectar anomalias
através da análise dos termogramas obtidos.
Antes da realização dos ensaios de campo, será feito um estudo prévio para a estimação do
tamanho da amostra, ou seja, das leituras de temperatura média refletida, temperatura
ambiente e umidade relativa das áreas onde se encontram edificados os prédios objeto do
estudo, bem como do erro admissível para o modelo. Em seguida, pretende-se obter
termogramas de diferentes edificações com fachadas revestidas em argamassa e placas
cerâmicas, utilizando distâncias horizontais entre a termocâmera e o alvo de 10 m, 20 m e 30
m, possibilitando a obtenção de diferentes angulações entre o equipamento e o objeto de
estudo.
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De posse desses dados, primeiramente estes serão submetidos a testes de normalidade para a
verificação do uso da estatística paramétrica ou não paramétrica, também serão traçados
gráficos relacionando as variáveis emissividade, temperatura aparente refletida, temperatura
ambiente, umidade relativa, distância da câmera para o objeto de estudo (em metros) e
angulação do equipamento para a fachada (em graus), para a verificação das tendências, da
correlação entre os dados e pretende-se elaborar modelos de regressão visando a quantificação
e previsão do impacto das condições ambientais e de medição nos resultados obtidos nos
termogramas, pretendendo-se constatar que a variação dos parâmetros de obtenção das
imagens e de calibração do equipamento afetam as temperaturas obtidas nos termogramas e
com isso minimizar as distorções quando da execução de novas inspeções in situ.
REFERÊNCIAS
BAUER, E.; DE CASTRO, E. K.; PAVÓN DE LA FÉ, E.; OLIVEIRA, A. H. S. Criteria for
application and identification of anomalies on the facades of buildings with the use of passive
infrared thermography. In: 2015a, Porto. 1st International symposium on building
pathology. Anais. Porto, Portugal, 2015. p. 12.
FLIR SYSTEMS. The Ultimate Infrared Handbook for R & D Professionals. 1. ed.
Wilsonville: FLIR Systems Inc., 2012. E-book. Disponível em:
http://www.flir.com/uploadedFiles/Thermography/MMC/Brochures/T559243/T559243_APA
C.pdf Acesso em: 31 ago. 2020.
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MARINHO, M. I. M. Diagnóstico De Patologias Associadas À Humidade Utilizando
Técnicas Não Destrutivas. 2014. - Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto,
Porto, 2014.
MILHOMEM, P. M.; AIDAR, L.; BAUER, E. Estudo da evolução da temperatura nas regiões
das fachadas com termografia. 6a Conferência sobre patologia e reabilitação de edifícios,
Rio de Janeiro, Brasil, p. 9, 2018. Disponível em:
http://www.nppg.org.br/patorreb/files/artigos/79330.pdf. Acesso em: 31 out. 2020.