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Gramado – RS

De 29 de setembro a 2 de outubro de 2014

“FRESH OSTRAS”, UMA PROPOSTA CONCEITUAL COM FOCO NA POSTURA


OCUPACIONAL: O CASO DO COMÉRCIO INFORMAL DE OSTRAS EM SÃO LUÍS (MA)

Yrisvanya Joana Birino Macedo


Design – UFMA
yrisvanya.jbm@gmail.com

Raimundo Lopes Diniz


Design – UFMA
rldiniz@yahoo.com

Maycon Gustavo Costa dos Anjos


Design – UFMA

Resumo: O objetivo deste estudo foi propor um projeto de produto que buscou
acondicionar adequadamente os itens necessários ao trabalho de venda de ostras e
que diminua o esforço provocado pela atividade de venda, assim como melhorar a
postura ocupacional dos vendedores de ostras. Diante disso, a proposta foi facilitar o
transporte através de um carrinho móvel, para assim reduzir o desconforto/dor,
produzido por carregar peso durante períodos prolongados, o qual garantisse também
conforto, praticidade e segurança a seus usuários, uma vez que separaram os itens
inerentes à venda as ostras para o consumo, com isso diminuindo de forma
considerável o risco de contaminação e aumentando a higiene no ato da venda.

Palavras-chave: Vendedor de ostras, princípios ergonômicos, postura ocupacional,


projeto de produto, proposta conceitual.

Summary: The aim of this study was to propose a product design that sought to
properly pack the necessary work of selling oysters items and to decrease the stress
caused by the sales activity and improve occupational attitude of sellers oysters.
Therefore, the proposal was to facilitate transport through a mobile cart, so as to
reduce the discomfort / pain, produced by carrying weight for prolonged periods, which
also guarantee comfort, convenience and safety to its users, since the items separated
inherent to selling oysters for consumption, thus reducing considerably the risk of
contamination and increasing hygiene at the time of sale.

Keywords: Seller of oysters, ergonomic principles, occupational position, product


design, conceptual proposal.
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1. INTRODUÇÃO

A ergonomia é o estudo da adaptação do trabalho ao homem. Esse


trabalho abrange desde maquinas e equipamentos, utilizados para transportar os
materiais, até a situação em que ocorre o relacionamento entre o homem e uma
atividade produtiva, IIDA (2005). Segundo Moraes & Mont’Alvão(2003), o resultado da
junção “ergonomia mais Design” é que a aplicação dos princípios de ergonomia ao
processo de Design é implementado, o resultado deve ser um produto atrativo e
amigável.
A comercialização informal de ostras envolve ergonomia e design, já que
há pessoas, trabalhadores que vedem, em alguns casos coletam esses animais para o
seu sustento, comercializando sua carne como iguaria da culinária local. Onde tanto a
ergonomia, como o design buscam a interação entre objeto e usuário, de forma que a
ergonomia tem como objetivo a pessoa/humano, sendo considerando a interação com
o objeto/máquina, como controlada e conduzida pelo operador.
Assine (2010) realizou uma intervenção ergonômica e o parecer
ergonômico das atividades das tarefas dos “marisqueiros”, coletores de mariscos,
aponta para a existência de problemas das mais diferentes ordens. No geral, os
resultados apontaram para problemas de ordem: interfacial, acional,
movimentacional, acidentário, de deslocamento, físico-ambiental, operacional e
psicossocial. No município de São Luís, o processo não industrial e extrativista é muito
encontrado. Para Santos & Pina apud Assine (2010), o baixo nível de escolaridade e a
falta de saneamento básico podem resultar em contaminação e proliferação de
doenças por parte dos consumidores, durante o processo de comercialização.
Com base nessas informações, realizou-se a continuidade da pesquisa
realizada por Assine (2010) com foco nas questões relacionadas à biomecânica
ocupacional, investigada por ela na fase de Diagnose ergonômica. A proposta foi
projetar um produto que acondicione adequadamente os itens necessários ao trabalho
do vendedor de ostras (faca, sal, limão, ostras, dinheiro) com vistas à saúde,
segurança, eficiência, conforto e, consequentemente, produtividade e otimização do
processo de venda.
Para tal, realizou-se o desenvolvimento de um projeto de produto,
utilizando para isso metodologias de design, como a fase de projetação ergonômica,
terceira fase da intervenção ergonomizadora de Moraes e Mont’Alvão (1998), onde se
obteve uma proposta projetual que atendesse os requisitos acima citados. Onde foram
avaliadas as condições de trabalho dos vendedores de ostras, em situação real de
trabalho, envolvendo todo o processo de comercialização informal de ostras, em São
Luís (MA).

2. O PROCESSO DE COMERCIALIZAÇÃO DE OSTRAS

O cultivo de moluscos é uma atividade produtiva conhecida no mundo


ocidental desde a época do domínio do Império Romano, onde já se produzia,
processava (cozimento e preservação em óleo comestível) e se transportava para o
mar da Itália até a península ibérica. No Brasil essa é uma atividade com registros
desde 1934, tendo sua comercialização fortemente difundida a partir de 1971 nas
regiões Sudeste e Sul (SILVA & SILVA, 2007). No Maranhão, os moluscos mais coletados
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e consumidos são: os mexilhões da família Mytilidae (Mytellafalcata e


Mytellaguayanensis) conhecidos popularmente como marisco, marisco-preto, marisco
das pedras, sururu, e ostra-de-pobre (MAGALHÃES, 1985), além da ostra nativa,
Crassostrearhizophorae, que é o alvo da presente pesquisa.
O processo de comercialização (Figura 01) das ostras começa quando as
mesmas são catadas no mangue, logo após elas são lavadas na água salgada, para tirar
o excesso de lama, e espalhadas pelo chão. Quando vão ser vendidas, elas são lavadas
na água doce e armazenadas dentro de um isopor com gelo. Processo de vendas
realizado na praia, onde o movimento para abrir a ostra é repetido diversas vezes ao
longo da jornada de trabalho. Os resíduos, cascas, podem ser descartados: na tampa
da caixa de isopor, na praia.

Figura 01 – Processo de comercialização informal de ostras


Fonte: Imagens 1, 2 e 5 – Assine (2010) / Imagens 3, 4, 6 e 7 – A autora/ Imagem 8 – Associação dos
Ostreicultores de Barreiras de Coruripe (Aobarco).

3. MÉTODOS E TÉCNICAS

Realizou-se um relato sobre as atividades dos vendedores de ostras


durante sua atividade de venda, consumo, até o descarte do material não consumível.
Fazendo uso da 3 fase, Projetação ergonômica, da intervenção ergonomizadora
MORAES & MONT´ALVÃO (1998), utilizando caderneta d campo para coleta de dados.
Do ponto de vista de objetivo a presente pesquisa é classificada como descritiva, GIL
(2002), uma vez que objetiva as características de certa população, envolvem técnicas
de coletas de dados, assume em geral uma forma de levantamento. E em relação às
fontes de informação, segundo Santos (1999) são classificados como pesquisa de
campo, já que a coleta de dados foi realizada no lugar natural onde acontecem os
fatos.
O levantamento de dados ocorreu no litoral da Avenida Litorânea em São Luís– MA
(Figura 02), que tem aproximadamente 5 km de extensão, sendo que a área de
abrangência da pesquisa é de 2 km, pois este local é o utilizado pelos vendedores de
ostras.
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Figura 02 – Avenida Litorânea Fonte: Adaptado (HTTPS://maps. google.com. BR/).

Para a presente pesquisa, lançou-se mão de um método hibrido como


pode-se observar no esquema de gerenciamento de atividades para desenvolvimento
de um produto proposto (Figura 03).

3.1. Estrategia Projetual

Figura 03 – Esquema de gerenciamento das atividades para o desenvolvimento do produto


Como método de projeto de produto utilizou-se o método Intervenção
ergonomizadora de Moraes e Mont’Alvão (1998), A presente pesquisa foi realizada
conforme a terceira etapa, que é a Projetação ergonômica. Onde lançou-se mão de
entrevistas semiestruturadas e observações sistemáticas, obteve-se nessa sub-etapa o
fluxograma sequencial das funções/ operações/ atividades dos vendedores de ostras.
Ressalta-se que utilizou-se a metodologia de Baxter (2005) e também a de LÖBACH
(2001) para Sub etapa de problematização, dentro da etapa Oportunidade de Negócio
proposta por BAXTER (2005). Onde foi realizada a analise o perfil dos vendedores de
ostras, apontando-se suas necessidades enfrentadas por eles. Avaliada a relação social
homem produto, observando a interação existente; se há algum risco de contaminação
do produto em relação ao usuário. O mercado se há consumidores interessados no
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produto vendido, no caso as ostras; a analise de função, se a forma armazenamento


atende as necessidades existentes aos vendedores de ostras; a estrutura do produto,
como é usado, e de que maneira pode ajudar ou prejudicar as vendas; estética do
produto, se é agradável, se passa conforto e segurança, tipo de material utilizado se
existe alguma norma ou patente em relação ao produto.

3.2. Requisitos Projetuais

A referencia para se estipular a lista de requisitos (briefing) foi uma junção


de que propõe Bonsiepe (1984) e Medeiros (1995). Em BONSIEPE (1984) utilizou-se a
Definição do problema: Esta etapa é feita uma síntese do problema, onde estes
devem ser estruturados, fracionados e hierarquizados. É o momento em que se
definem os requisitos e prioridades, para que possa dar início à formulação do projeto.
Em MEDEIROS (1995) utilizou-se a definição de requisitos de funções quantificáveis ou
não quantificáveis como requisitos de materiais, requisitos tecnológicos, requisitos
mercadológicos, requisitos técnicos, requisitos práticos, requisitos estético-formais e
requisitos antropométricos.

3.3. Votação Baxter (2005)

Após a etapa de geração de ideias, as propostas devem ser


detalhadamente avaliadas e a melhor ideia em comparação com as especificações do
projeto deve ser escolhida, para a escolha da melhor proposta projetual utilizou-se a
técnica de votação (Baxter 2005). Os participantes da votação para seleção da melhor
alternativa para presente pesquisa foram os vendedores de ostras, 12 (doze), alunos
de design, 15 (quinze) e acadêmicos na graduação de Design, 5 (cinco), no total geral
de 32 (trinta e dois) participantes.
Foi gerada uma tabela para o sistema de votação individual das
alternativas, sendo que cada participante teve três opções de votação por
prioridades/requisitos de uso: 9 – Alta, para alternativa de maior eficiência em relação
aos requisitos de uso; 6 – Média, para alternativa de média eficiência; 3 – Baixa, para a
alternativa de menor eficiência. Foi utilizada a referência de 0 a 3, para a alternativa de
menor eficiência em relação aos requisitos de uso e de prioridade em relação ao
produto proposto, obtendo-se na tabela a pontuação 3 (três) , a referência de 4 a 6,
para a alternativa de solução relevante porém não satisfatória em relação aos
requisitos de projeto, obtendo-se a pontuação 6 (seis) e a referência 7 a 9, para a
alternativa que abrangesse de forma satisfatória a solução para os requisitos de
projeto em relação a prioridades de uso, obtendo-se a pontuação 9 (nove).
As respostas obtidas foram registradas e tabuladas, depois transcritas para
uma planilha Excel por ordem e frequência de resposta, e transformadas em gráficos
para melhor compreensão.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
4.1 Entrevista Semiestruturada

Das entrevistas de cunho pessoal/profissional, todos os entrevistados são


do sexo masculino, com idade entre 18 a 39 anos, no total de 22 entrevistados,
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obtendo a média idade de 24,59 anos e reduzido grau de escolaridade, na sua maioria
nível fundamental incompleto. Esses trabalhadores atuam na profissão, de 1 a 22 anos,
em média, há 8,3 anos. Os mesmos têm seu local de venda preferencial no litoral da
Avenida Litorânea região metropolitana de São Luís (MA).
Todos os entrevistados acharam que a forma mais confortável para
carregar a caixa de isopor por meio da alça, sendo que 37% colocam alças mais largas,
de borracha ou cinto de segurança, para ficar mais confortável (Figura 04).

Figura 04 – Alça utilizada pelos vendedores

Foi observado, que os vendedores tentam buscar uma forma mais


confortável de realizar seu trabalho, tanto no ato de revezar a forma de carregar o
isopor, como ao adaptar a alça com cintos ou borrachas mais largas. A grande parte já
sentiu desconforto/dor ocasionada pela venda 91%, onde a coluna vertebral é o
segmento corporal com maior incidência de desconforto/dor 64%, e em sequência os
ombros, sendo que o ombro direito foi o mais comentado pelos entrevistados. Em
relação a acidentes de trabalho, a maioria relatou já ter sofrido corte 86%, ao
manusear a ostra no ato de abri-la, ou mesmo nos pés pelo excesso de poluição nas
praias, ou seja, cacos de vidro, ou galhos secos, havendo necessidade de se pensar em
um tipo de calçado que seja apropriado para esse tipo de atividade. Outro ponto de
grande importância é o tempo de trabalho dos vendedores que em media trabalham 7
(sete) horas diárias 83%, 95% com trajetória que equivale a aproximadamente 7 (sete)
quilômetros e carregando uma carga que em média chega a 12 (doze) quilos, sendo
utilizado o isopor de 17 litros 64%. O que podemos perceber que há uma seria
necessidade de intervenção ergonômica neste processo de venda no que diz respeito
também às noções de higiene, em relação ao tempo de conserva das ostras para a
venda, segundo 68 % dos entrevistados é de três dias, e também, já que a maioria dos
vendedores, 73%, relatou colocar os utensílios utilizados (sal, limão, faca) dentro do
isopor, ou seja, junto com as ostras que irão ser consumidas.

4.1. Observação Sistemática

O inicio da atividade o vendedor de ostras chega na praia, percorre a praia,


se surgiu cliente, vai até o cliente e combina o preço, prepara-se para servir, abri o
isopor. Pega o limão, pega a faca, corta o limão, põe o sal na mesa, pega a ostra, abri-a
com a faca, entrega para o cliente e repete o processo. Terminado, guarda o material,
recolhe as cascas, passa o pano na mesa, põe as cascas em cima da tampa do isopor,
recebe o pagamento e volta a percorrer a praia, finalizando assim a atividade.
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Figura 05 – FLUXOGRAMA SEQUENCIAL DAS FUNÇÕES/ OPERAÇÕES/ ATIVIDADES

4.2. Descrição Cinesiológica

A Descrição Cinesiológica utilizada segundo HIGGNETT & McATMANEY,


(2000) (Quadros 03 e 04) mostrou que apesar de o trabalho dos vendedores serem
muito semelhantes cada um realiza da maneira que lhe é mais conveniente, tentando
assim amenizar, os desconforto / dor.

Figura 06 – Descrição Cinesiológica (Tronco e Pernas)


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Figura 07 – Descrição Cinesiológica (Braços, Antebraços e Punhos)

4.3. GERAÇÃO DE ALTERNATIVA

Foram geradas algumas alternativas direcionadas a solução do problema,


obtendo-se as seguintes alternativas:

Figura 08 – Geração de Alternativa

Para melhor distribuição do a utilização de alças reguláveis, que se


adaptem ao usuário, facilitando assim o manejo da caixa.
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Para diminuir o impacto do peso e da distância percorrida pelos


vendedores de ostras, propõe o transporte com o carrinho, amenizando o esforço e
amenizando sobrecarga no usuário.
Para manter por mais tempo o resfriamento da ostra e consequentemente
sua conservam foi sugerido à utilização de bolsas térmicas para ser colocado.

5 PROJETO CONCEITUAL: Anteprojeto


5.1. Material sugerido para a construção do carrinho para transporte de ostras

Os materiais plásticos são materiais poliméricos, constituídos por cadeias


de unidades moleculares do mesmo tipo ou de tipos diferentes. Onde pode ser
utilizado em substituição aos tubos de aço, geralmente utilizados na fabricação de
carrinhos de transporte móvel, cano PVC. Leve, resistente, e nas condições onde será o
destino de utilização, área litorânea, ser mais resistentes às intempéries do ambiente.
Os rodízios pneumáticos, ou seja, com pneu e câmara de ar, indicado para aplicações
em pisos irregulares onde é necessário facilidade de movimentação e amortecimento
dos impactos e vibrações.

Dimensionamento do projeto: Altura do joelho, sentado: 49,0 cm


Utilizado para o projeto percentil: 5% e – percentil 5% homem.
95% homem (IIDA, 2005).
Largura da bancada:
Altura da empunhadura: Largura dos ombros: 40,2 cm –
Altura do cotovelo em pé ereto: percentil 5% homem
1,12 m – percentil 95% homem
Altura do cotovelo em pé ereto: Altura da bancada:
96,5 cm – percentil 5% homem Altura da bancada: 0,95 cm –
Altura da lixeira: homem trabalho leve

Figura 09 – Perspectivas “Fresh Ostras”.

Carrinho para transporte dobrável, com a possibilidade se der desmontado


para facilitar o transporte em transporte publico, com recipiente para ostras frescas, e
outro (parte superior) utensílios como: faca, limão e temperos, (parte inferior)
descarte de cascas de ostras.
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5.2. Detalhamento - Produto proposto vistas:

Vista Superior Vista Frontal Vista Lateral

Figura 10 – Produto proposto vistas.

Carrinho móvel:

Vistas Perspectivas:

Figura 11 – Vistas e perspectivas: carrinho móvel.


Ajuste de altura:

Figura 12 – Ajuste de altura carrinho móvel.

Produto proposto componentes vistas: Armazenamento:

Vistas Perspectiva:

Figura 13 – Vistas e perspectivas: armazenamento.


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6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Constatou-se ainda que os níveis de desconforto/dor são justificados


devido às longas caminhadas e as cargas que são carregadas pelos vendedores,
podendo chegar a 13 kg. Observou-se no geral que as posturas ocupacionais adotadas
pelos trabalhadores são: costas eretas, com flexão de tronco, rotação ou inclinação,
ambos os braços abaixo do nível dos ombros, sentado, de pé com ambas as pernas
eretas, de pé com o peso do corpo em uma das pernas ou andando.
A geração do novo conceito propôs facilitar o transporte através de um
carrinho móvel, para assim reduzir o desconforto/dor, produzido por carregar peso
durante períodos prolongados, o qual garantisse também conforto, praticidade e
segurança a seus usuários, uma vez que separaram os itens inerentes à venda as ostras
para o consumo, com isso diminuindo de forma considerável o risco de contaminação
e aumentando a higiene no ato da venda. Transmitindo para o consumidor final a
sensação de segurança. No entanto, é de suma importância ressaltar que estas são
sugestões preliminares, uma vez que para obter certificação de que qualquer proposta
seja eficiente seria necessário testar essa comprovação por meio de testes de
validação e usabilidade para que se confirme então, adequabilidade das soluções
encontradas.
Lembra-se ainda que a pesquisa abrangeu dois momentos, o primeiro
momento abrangeu o processo de comercialização, desde a venda até o descarte do
material não consumível, já o segundo abrangeu apenas a venda relacionada a um
constrangimento ergonômico específico, sendo este o de postura ocupacional em
relação a desconforto/dor. Esta decisão de delineamento do presente trabalho foi
articulada por se entender que o trabalho dos vendedores de ostras ser muito amplo
para estudos evidenciados por intervenções ergonômicas, inclusive podendo gerar
delineamentos e resultados a nível mais complexo de cunho científico (como
dissertações de mestrado e teses de doutorado). Assim, sugere-se que outros
trabalhos possam evidenciar outras fases do processo de comercialização, tais como:
custo, corte nas mãos e pés, social/organizacional, deslocamento, excesso de
exposição às intemperes, estética, fácil limpeza entre outras coisas que não foram
abrangidas nesta pesquisa.

7. SUGESTÕES PARA PESQUISAS POSTERIORES

O presente estudo mostra que há possibilidades de outras pesquisas com


os Vendedores de ostras de São Luís - MA, portanto, apresentam-se algumas sugestões
para pesquisas futuras.
Desenvolvimento de uma cartilha que conscientize sobre a importância da higiene
nessa área.
Sugere-se, também, a abrangência do design de produtos para o
desenvolvimento de projetos que possam reaproveitar as cascas das ostras,
trabalhando em seu briefing uma diversificação dos produtos (souvenires, abajures
etc.), fazendo disso uma renda a mais aos trabalhadores.
Um tipo de sapato apropriado para tal atividade, uma vez que foi constatado o risco de
corte nos pés, devido o excesso de poluição na praia, como: cacos de vidro e galhos
secos.
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8. REFERÊNCIAS

ASSINE Laís Fernanda. Avaliação das condições de trabalho na produção de ostras em


São Luís – MA. Monografia (graduação), Universidade Federal do Maranhão-UFMA,
Curso de Desenho Industrial. São Luís, 2010.
BAXTER, M. R. Projeto de Produto: Guia Prático para o Design de Novos Produtos. 2.
Ed. São Paulo: Editora Blücher, 2005.
BONSIEPE, G. KELLNER, P. POESSNECKER, H. Metodologia Experimental: Desenho
Industrial. Brasília: CNPq/Coordenação Editorial, 1986.
BONSIEPE, G. A Tecnologia da Tecnologia. São Paulo: Ed. Blücher, 1983.
BONSIEPE. Metodologia Experimental: Desenho Industrial. Brasília: CNPq /
Coordenação Editorial, 1984.
BONSIEPE. Um Experimento em Projeto de Produto: Desenho Industrial. Brasília:
CNPq/Coordenação Editorial, 1983.
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002
HIGGNET, S., McATMANEY, L. Rapid Entire Boody Assessment (REBA).Applied
Ergonomics, 2000
IIDA, Itiro. Ergonomia: projeto e produção. 2ª edição ver. eampl. São Paulo: Blucher,
2005.
KROEMER, K. H. E. Manual de ergonomia: adaptando o trabalho ao homem. Trad. Lia
Buarque de Macedo Guimarães. 5. Ed. Porto Alegre: Bookman, 2005.
LÖBACH, Bernd. Design industrial: bases para a configuração dos produtos
industriais. São Paulo: Edgard Blücher, 2001.
MEDEIROS, Estevão Neiva, 1995, Análise de Aspectos do Gerenciamento do Design de
Produtos em Processos de Modernização Tecnológica, sob o Enfoque Ergonômico.
Tese de Doutorado, Rio de Janeiro: COPPE/UFRJ.
MORAES, Anamaria de. MONT'ALVÃO, Claudia. Ergonomia: conceitos e aplicações. Rio
de Janeiro: 2003
NISHIDA, A., NORDI, N., ALVES, R. Abordagem etnológica da coleta de moluscos no
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PAULILO, M.I.S.Maricultura e território em Santa Catarina – Brasil.Geosul, v.17, n.34,
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SILVA, Cecilia Chicoski da & SILVA, Jefferson Chicoskida;Dossiê Técnico: Cultivo de
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