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Fundamentos Da Matemática II
Fundamentos Da Matemática II
Fundamentos da Matemática II
ISBN: 978-85-5971-040-3
CDD: 510.7
Ficha elaborada pela Biblioteca Universitária de Cruz das Almas - UFRB.
APRESENTAÇÃO
1
Disponível em <http://www.somatematica.com.br/frases2.php>.
2
Ementa
Polinômios; Trigonometria e funções trigonométricas; Matrizes, determinantes e sistemas
lineares.
Conteúdo Programático:
TEMA 1: POLINÔMIOS
1. Definição de monômios;
2. Grau de monômio;
3. Definição de polinômios;
4. Polinômios idênticos;
5. Polinômio nulo;
6. Raiz de um polinômio;
7. Polinômios iguais;
8. Polinômios idênticos;
9. Adição de polinômios e propriedades;
10. Subtração de polinômios;
11. Multiplicação de polinômios e propriedades;
12. Divisão de polinômios: método da chave e algoritmo de Briot-Ruffini;
13. Equações polinomiais;
14. Raiz de equação polinomial;
15. Conjunto solução;
16. Resolução de uma equação;
17. Equações equivalentes;
18. Teorema fundamental da álgebra;
19. Atividades propostas I.
TEMA 2: TRIGONOMETRIA
1. Tipos de triângulos;
2. Relações trigonométricas no triângulo retângulo;
3. Seno, cosseno, tangente e cotangente de ângulos complementares;
4. Arco de circunferência;
5. Medidas de arcos – unidades;
6. Medidas de ângulos;
7. Ciclo trigonométrico;
8. Razões trigonométricas na circunferência;
9. Relações fundamentais;
10. Arcos notáveis;
11. Redução ao primeiro quadrante;
12. Atividades propostas II.
TEMA 3: FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS
1. Funções circulares;
2. Funções periódicas;
3. Ciclo trigonométrico;
4. Função Seno.
5. Função Cosseno;
6. Função Tangente;
7. Função Cotangente;
8. Função Secante;
9. Função Cossecante;
10. Funções pares e ímpares;
11. Atividades propostas III.
3
Bibliografia Básica:
1. IEZZI, Gelson: Fundamentos de Matemática Elementar, vol. 3, Atual Editora.
2. IEZZI, Gelson: Fundamentos de Matemática Elementar, vol. 4, Atual Editora.
3. IEZZI, Gelson. Fundamentos de Matemática Elementar, vol. 6, Atual Editora.
4. BOLDRINI, J. L., COSTA, R. L., FIGUEIREDO, V. L.: Álgebra Linear, 3ªed.,
Harbra,1980.
Bibliografia Complementar:
5. DO CARMO, Manfredo Perdigão. Trigonometria e Números Complexos, SBM.
6. CALLIOLI, Carlos Alberto – Álgebra linear e aplicações – Ed. Atual.
7. LAY, David. ÁLGEBRA LINEAR E SUAS APLICAÇÕES. Tradução Ricardo
Camelier, Valéria de Magalhães Iório. 2ª edição – Rio de Janeiro: LTC, 2007.
8. LIPSCHUTZ, Seymour & LIPSON, Marc. Álgebra Linear. 4ª ed. Coleção
Schaum. Porto Alegre: Bookman, 2011.
9. NEVES, Maria Augusta F.; GUERREIRO, Luís, Matemática, (10º ano -
Geometria I e Funções I, 11º ano - Geometria II, Funções II e Sucessões, 12º ano -
Trigonometria e Funções III), Porto Editora, 1999 (ou posterior).
10. SMOLE, Kátia Stocco & DINIZ, Maria Ignez. Matemática Ensino Médio.
Volume 2, 9ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013.
4
UM POUCO DE HISTÓRIA...
Muitos são os matemáticos que nos deram contribuições para compor o corpo teórico
que hoje denomina-se Álgebra. Para iniciar esta conversa, podemos pensar em Mohammed ibn-
Musa al Khowarizmi (Maomé, filho de Moisés, de Khowarizm), matemático e astrônomo árabe
que
[...] escreveu dois livros sobre aritmética e álgebra que tiveram papéis muito
importantes na história da matemática. Um deles sobrevive apenas numa
única cópia de uma tradução latina com o título De numero hindorum (Sobre
a arte hindu de calcular), a versão árabe original tendo sido perdida. Nessa
obra, baseada provavelmente numa tradução árabe de Brahmagupta, al-
Khowarizmi deu uma exposição tão completa dos numerais hindus que
provavelmente foi o responsável pela impressão muito difundida, mas falsa,
de que nosso sistema de numeração é de origem árabe. [...] A nova notação
veio a ser conhecida como a de al-Khowarizmi, ou mais descuidadamente,
algorismi; finalmente o esquema de numeração usando numerais hindus veio
a ser chamado simplesmente algorismo ou algoritmo, palavra que,
originalmente derivada do nome de al-Khowarizmi, agora significa, mais
geralmente, qualquer regra especial de processo ou operação – como o
método de Euclides para encontrar o máximo divisor comum, por exemplo
(BOYER, 1974, p.166).
Você percebe que o fragmento acima serve como ilustração de que as contribuições à
matemática que se pratica atualmente são decorrentes, em alguns casos, de releituras e
reconfigurações de algum conhecimento prévio, existente? É como se um grande prédio fosse
paulatinamente construído no qual cada um pusesse mais um "tijolo" para contribuir. Assim, a
área da matemática que vamos estudar neste módulo se inicia desta maneira e vai aos poucos se
consolidando, pois a cultura árabe foi aos poucos se esparramando pela Europa.
Acontece que :
Na Alemanha, por exemplo, os livros sobre álgebra foram tão numerosos que
durante algum tempo a palavra germânica coss para a incógnita triunfou em
outras partes da Europa, e o assunto ficou conhecido como a ‘arte cóssica’.
Além disso, os símbolos germânicos para adição e subtração acabaram
substituindo os p e m italianos [usados para simbolizar as operações citadas].
Em 1489, antes da publicação da Summa de Pacioli, um professor alemão de
Leipzig, Johann Widman (nasceu aproximadamente em 1460) tinha
publicado uma aritmética comercial, Rechenung auff allen Kauffmanschafft,
o mais antigo livro em que nossos sinais + e – aparecem impressos. Usados
inicialmente para indicar excesso e deficiência em medidas, em armazéns,
mais tarde tornaram-se símbolos para as operações aritméticas familiares.
Widman, incidentalmente, possuía uma cópia manuscrita da Álgebra de al-
Khowarizmi, obra bem conhecida também por outros matemáticos alemães
(BOYER, 1974, p. 205).
Voltando-nos para o estudo de polinômios, devemos nos remeter ao fato que o ano de
1545 é considerado como "marco do início do período moderno na matemática" pelo fato que
nesse ano
[...] a resolução não só da [equação] cúbica como também da [equação]
quártica tornaram-se conhecimento comun pela publicação da Ars magna de
Gerônimo Cardano (1501-1576). [...] Deve-se assinalar imediatamente,
porém, que Cardano (ou Cardan) não foi o descobridor original da solução
quer da [equação] cúbica quer da [equação] quártica. Ele próprio admitiu isso
francamente em seu livro. A sugestão para resolver a [equação] cúbica, ele
afirma, lhe tinha sido dada por Niccolo Tartaglia (cerca de 1500-1557); a
solução da [equação] quártica tinha sido descoberta primeiramente pelo
antigo amanuense de Cardano, Ludovico Ferrari (1522-1565) (BOYER,
1974, p. 206).
O que você acha destas contribuições à solução de equações de grau superior a dois, que
por muitos anos foram consideradas impossíveis de serem resolvidas? Por que alguns destes
nomes não são tão conhecidos na atualidade? Por que não ler mais um pouco sobre estes e
outros assuntos consultando as referências sugeridas no fim deste módulo?
Estes são apenas pequenos petiscos para deixar você com "água na boca" e ficar com
"gosto de quero mais" para seguir mais adiante. Então, avante! Se envolva neste estudo, pois "A
6
álgebra é generosa: frequentemente ela dá mais do que se lhe pediu" (Jean Le Rond
d'Alembert)2.
POLINÔMIOS
Os polinômios são expressões algébricas, que envolvem números e letras interligados pelas
operações de adição/subtração, multiplicação/divisão. Ou seja, num polinômio encontraremos
números (que representam as constantes e expoentes) e letras (que representam as variáveis).
Com as leituras acima, nós já podemos imaginar que os polinômios têm vasto uso na
nossa vida cotidiana, sem contar na aplicação em diversas áreas da própria Ciência. Vejamos
um exemplo no qual sugerimos construir uma caixa sem tampa a partir de uma folha retangular
de papelão, retirando-se os quatro cantos, conforme mostra a figura 2, a seguir.
2
Disponível em <http://www.somatematica.com.br/frases2.php>.
3
Disponível em <http://supmat.blogspot.com.br/2012/02/texto-para-refletir-para-que-servem.html>.
7
Na medida em que x varia, o volume final da caixa varia, pois o volume da caixa
depende da variável x. Lembrar que x representa o tamanho do corte que determinará a altura da
caixa a ser montada. Dizemos, então, que o volume é uma função de x.
m
Figura 4 - Medida m da lateral da folha de papelão.
E então? Está acompanhando o desenvolvimento do raciocínio a que queremos chegar?
Continuemos, então...
Para calcular o volume da caixa utilizaremos o seguinte raciocínio:
Sabemos da geometria que o volume de um sólido de base quadrada é a área da base
vezes altura. No caso em questão, a base é quadrada de medida:
(m – 2x)
Desta forma, para calcular a área da base fazemos:
(m – 2x)(m – 2x) = (m – 2x)2
Como a altura da caixa que iremos formar é x, o volume é calculado da seguinte
maneira:
V(x) = (m – 2x)2.x = (m2 – 4mx +4x2)x = m2x – 4mx2 + 4x3
Toda expressão como a que foi determinada acima, como o volume da caixa, é
considerada como polinômio ou função polinomial em x.
Gostou? É um exemplo simples que nos permitirá, a depender do valor da medida
lateral da folha de papelão, determinar o valor que devemos recortar em cada canto para fazer
uma caixinha sem tampa para colocar objetos em casa. Bem prático, não acha? Que tal você
procurar outros exemplos cujas soluções recaiam num polinômio ou numa função polinomial?
Para definir um polinômio vamos pensar em cada uma das partes que forma o
polinômio do exemplo acima.
V(x) = m2x – 4mx2 + 4x3
Assim, em toda sucessão, a cada número natural i está associado um número real :
Figura 5 – Aplicação f: ℕ
indique a sucessão f, apenas por sua imagem: onde cada número real
IGUALDADE DE SUCESSÕES
Duas sucessões são iguais se, e somente se, apresentarem termos correspondentes (ou
seja, termos com mesmo índice) iguais. Desta forma, se f = eg temos:
SUCESSÕES QUASE-NULAS
Uma sucessão é quase-nula se, e somente se, todos os termos que sucedem um certo
termo são nulos. Desta forma, a sucessão é quase-nula se existe um número natural n tal
EXEMPLOS
3. (1, 0, 0, ..., 0, ...) onde , para todo i > 0 (esta é chamada a sucessão unidade ou
sequência unidade);
4. (0, 0, 0, 0, ..., 0, ...) onde , para todo i (é chamada de sucessão nula ou
sequência nula).
OBSERVAÇÃO
ADIÇÃO DE SUCESSÕES
A soma de duas sucessões e é uma sucessão tal que cada termo é dado por
= , i .
Exemplo
Solução: = = 3i + 2i + 2 = 5i + 2.
MULTIPLICAÇÃO DE SUCESSÕES
Desta forma,
11
......................................................................
...............................................................................................................
Resumidamente,
= . (I)
EXEMPLO
Determinar os três termos iniciais do produto das sucessões e (bi), onde =i-
3e = 2j.
Terceiro termo:
Conclusão: .
2) m = n:
... 0 0 0 0 ...
... 0 0 0 0 ...
... 0 0 0 0 ...
3) m > n:
... ... 0 0 0 ...
... ... 0 0 0 0 ...
... ... 0 0 0 ...
que
... 0 0 0 ...
... 0 0 0 ...
... 0 0 0 ...
... 0 0 0 ...
. . . . . . . . . .
. . . . . . . . . .
. . . . . . . . . .
... 0 0 0
13
0 0 0 0 ... 0 0 0 0
0 0 0 0 ... 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0 0 0
. . . . . . . .
. . . . . . . .
. . . . . . . .
(pois os outros termos da diagonal são nulos) e para todo k > m + n (pois todos os
termos das diagonais são nulos).
Indicaremos por E o conjunto de todas as sucessões quase-nulas de elementos de A. O
conjunto E é fechado em relação à adição e à multiplicação conforme se pode verificar pelos
teoremas T1 e T2, anteriores.
OBSERVAÇÕES
EXEMPLO
MONÔMIO
;
x;
;
-xy2.
São exemplos de termos algébricos ou monômios.
OBSERVAÇÃO
EXEMPLO
OBSERVAÇÕES
GRAU DE UM MONÔMIO
A soma dos expoentes de todas as variáveis que formam um monômio determina o grau de um
monômio.
Se p(x) é um monômio de grau n, então indicamos .
DEFINIÇÃO DE POLINÔMIOS
EXEMPLOS
1. O monômio x5 é do 5º grau;
2. O monômio m9n é do 9º grau em relação a variável m e do 1º grau em relação a n.
OBSERVAÇÕES
GRAU DE UM POLINÔMIO
EXEMPLOS
5. As expressões algébricas , , e
são exemplos de polinômios.
6. f = (7, -9, 3, 0, 0, 0, ..., 0, ...) => a0 = 7, a1 = -9, a2 = 3 => =2
OBSERVAÇÕES
Temos ci = 0 para todo i > n, portanto . (cn pode ser zero, por exemplo se an e bn
forem simétricos, por isso não é necessariamente igual a n, mas com certeza não é
maior do que n).
3º) m > n, portanto máx {m, n} = m
=
Demonstração: ∂f+∂g
Suponhamos que =me . Então, decorre que:
e .
... 0 0 0 ...
... 0 0 0 ...
... 0 0 0 ...
... 0 0 0 ...
. . . . . . . . . .
. . . . . . . . . .
. . . . . . . . . .
... 0 0 0
0 0 0 0 ... 0 0 0 0
0 0 0 0 ... 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0 0 0
. . . . . . . .
. . . . . . . .
. . . . . . . .
EXEMPLOS
∂f+∂g
2. f = (1, 2, 1, 5, 0,0,0, ..., 0, ...) => =3
fg = (3, 0, -2, 31, -7, 43, 40, 0,0, ..., 0, ...) => = 6∂f+∂g
POLINÔMIOS CONSTANTES
INDETERMINADA
Demonstração:
1º) Utilizando a demonstração por indução completa sobre n, temos que a afirmação (I) é
verdadeira para n = 0.
3º) Seja O primeiro termo dessa igualdade pode ser escrito da seguinte
maneira:
=(
Resultando que = .
(c.q.d.).
20
=(
=(
(0
.................................................
OBSERVAÇÕES
Para entender o que caracteriza a igualdade entre dois polinômios tratemos antes de
definir o que é um polinômio nulo. Acompanhe-nos!
Dizemos que um polinômio p(x) é dito nulo (ou identicamente nulo) se o valor
numérico de p(x) para todo x real é zero. Em outras palavras,
p(x) = 0 p(x) = 0, x ℝ
OBSERVAÇÃO
Se é um
polinômio nulo .4
Para
4
fazer a demonstração contida na observação acima é preciso utilizar o cálculo do determinante
Este resultado por enquanto será aceito sem demonstração, tendo em vista a demonstração depender de
de assuntos
uma matriz formada pelos coeficientes que se deseja verificar como nulos. Assim, não faremos a
ainda não abordados neste módulo.
demonstração por conter assuntos ainda não vistos no curso! Para os que queiram aprofundar o
estudo, sugiro acessar o livro IEZZI, Gelson. Fundamentos da Matemática Elementar: complexos,
polinômios e equações, Volume 6, 8ª ed., p.55, São Paulo: Atual, 2013.
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Podemos afirmar que M e N são idênticos e indicaremos por M(x) N(x) se, e somente se,
.
OBSERVAÇÕES
1. M(x) N(x) ;
As operações entre polinômios são feitas envolvendo cálculos algébricos. Você perceberá
que, apesar de estarmos tratando de operações entre polinômios, é de extrema importância a
aplicação de regras nas operações entre os monômios. Assim veremos que os procedimentos
utilizados na adição e subtração de polinômios envolvem técnicas de redução de termos
semelhantes, jogo de sinal, operações envolvendo sinais iguais e sinais diferentes. Ao mesmo
tempo, de uma forma sintética, para a multiplicação realizaremos a multiplicação entre os
coeficientes numéricos e multiplicação entre as partes literais (que resultará em conservar a base
e somar os expoentes) e no caso da divisão entre polinômios utilizaremos duas regras: realizar a
divisão entre coeficientes numéricos e divisão de potências de mesma base (conservar a base e
subtrair os expoentes).
ADIÇÃO
p(x) = =
q(x) = =
s(x) = (p + q)(x) = =
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EXEMPLOS
p(x) = e q(x) = .
Então:
p(x) + q(x) = (p+q)(x) = (0+1)x5 + (0+0)x4 + (0-1)x3 + (-1+1)x2 + (3+2)x + (-2-4) = x5 –
x3 +5x – 6.
2. A soma dos polinômios p(x) = 4x5 – x2 + x - 2 e q(x) = 3x3 +5x + 3 é o polinômio
identicamente nulo.
Solução: Devemos verificar se a afirmação está correta! Então, para isso, vamos somar
os polinômios p(x) e q(x).
p(x) + q(x) = 4x5 – x2 + x – 2 + 3x3 +5x + 3 = 4x5 + 3x3 – x2 + x + 5x – 2 + 3 = 4x5 + 3x3 –
2
x + 6x + 1, o qual não é um polinômio identicamente nulo!
Conclusão: A afirmação é falsa.
SUBTRAÇÃO
Dados os polinômios
p(x) = =
q(x) = =
( )] =
( =
EXEMPLOS
Você está entendendo bem os assuntos? Para aprofundar o estudo sobre este
tópico acesse o link <https://www.youtube.com/watch?v=Rl13YyaOktM> e
tire suas dúvidas de maneira bem simples e descomplicada.
MULTIPLICAÇÃO
p(x) = =
q(x) = =
O polinômio p(x).q(x) = .
Cada coeficiente =
Considere , , , f + (g + h) e (f + g) + h = ( . Assim,
temos que:
= .
Existência do elemento neutro: existe ea (um polinômio) tal que f + ea = f, para todo
polinômio f.
Existência do inverso aditivo: Para todo polinômio f, existe um polinômio f’ tal que f +
f’ = ea (elemento neutro acima).
Deixamos a demonstração das três propriedades acima para você fazer. Mãos à obra!!!
OBSERVAÇÕES
EXEMPLOS
1. Dados o monômio 3x3 e o polinômio 8x2 - 8x3 – 4x. Para calcular o produto entre os
dois, devemos aplicar a propriedade distributiva da multiplicação
2. Dados os polinômios p(x) = (3x2 – 8) e q(x) = (x3 + x2 - 4). Para calcular o produto entre os
dois polinômios, aplique a propriedade distributiva da multiplicação:
3x2(x3 + x2 - 4) – 8(x3 + x2 - 4) = 3x5 + 3x4 – 12x2 – 8x3 – 8x2 + 32 = 3x5 + 3x4– 8x3 –
8x2 – 12x2 + 32 = 3x5 + 3x4– 8x3 – 20x2 + 32
3. Multiplicar os polinômios e .
Solução:
= ( =
Dispositivo prático:
g
f
_______________________________________________________________________________________________
26
5x.
4
4
_______________________________________________________________________________________________
DISPOSITIVO PRÁTICO 1
DISPOSITIVO PRÁTICO 2
c0 = 0
c1 = 4 + 0 = 4
c2 = 8 + 5 + 0 = 13
c3 = 12 + 10 + 6 = 28
c4 = 15 + 12 = 27
c5 = 18
RECORDANDO
EXEMPLOS
DIVISÃO
A divisão polinomial vai seguir uma lógica de operação semelhante ao que se sabe da
divisão entre números, também chamada de divisão euclidiana. Você se lembra? Nesta divisão,
nós temos dividendo, divisor, quociente e resto. Como estamos falando de divisão de
polinômio por polinômio, considere os polinômios:
D(x), como o dividendo;
d(x), como o divisor (polinômio não nulo);
28
D(x) d(x)
R(x) Q(x)
OBSERVAÇÕES
Mas como resolver a equação (I)? Ou seja, quais os polinômios Q(x) e R(x) que
completam a equação (I)? Antes de seguir, acesse o link
<http://www.fundacaolemann.org.br/khanportugues/matematica/trigonometria_e_pre_c
alculo/polinomios_e_funcoes_racionais/divisao_polinomial> sobre divisão polinomial.
Então, vamos lá?
Nesta parte do nosso estudo, abordaremos métodos para calcular a divisão polinomial.
Primeiro faremos utilizando o método da chave e em seguida abordaremos pelo algoritmo de
Briot – Rufini levando em consideração as limitações e possibilidades de cada um.
Vamos prosseguir?
OBSERVAÇÃO
Fonte: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Divis%C3%A3o_polinomial>.
MÉTODO DA CHAVE
4x3 + 2x + 10 x + 2
-4x3 – 8x2 4x2 - 8x + 18
2
-8x + 2x +10
8x2 + 16 x
18x + 10
-18x -36
-26
O algoritmo acima seguiu o roteiro como descrevemos: inicialmente dividimos o
primeiro monômio do dividendo pelo primeiro monômio do divisor, obtendo assim o primeiro
monômio do quociente, e logo depois o primeiro resto parcial.
Em outras palavras, no exemplo, dividimos 4x3 por x. O resultado é 4x2. Este monômio foi,
então, multiplicado por x + 2. Seu resultado, 4x2(x + 2) = 4x3 + 8x2. Este polinômio deve ser posicionado
abaixo do polinômio dividendo com o sinal oposto para que possamos fazer a soma algébrica que resultar.
Para o problema, esta etapa se resume a 4x3 + 2x + 10 - 4x3 - 8x2.
Esse procedimento deve ser repetido tantas vezes quantas necessárias. Até que se obtenha o
resto, que é um polinômio de grau menor que o do divisor. No exemplo, é igual a -26.
30
VALOR NUMÉRICO
OBSERVAÇÕES
EXEMPLO
Primeira parte: (
Para a = 2:
Para a = -1:
Segunda parte:
Para a = 2:
= 63
Para a = -1:
31
=6
RAIZ DE UM POLINÔMIO
OBSERVAÇÕES
EXEMPLOS
= 4 1 + 5 1 +1 + 3 = 13;
= 4 64 + 5 4 – 2 + 3 = 277.
OBSERVAÇÃO
O polinômio
também pode ser escrito na seguinte notação:
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
f(-1) = ;
f(0) =
f(2) =
f(a) =
f(-3b) =
f(-2) = .
f(f(-2)) = 2
a) 386.
b) 405.
c) 324.
d) 81.
e) 368.
Solução:
p(1) = 4.1 + 3.1 – 2.1 + 1 + k =2
4 + 3 – 2 + 1+ k = 2
6+k=2
k=2–6
k=–4
EXEMPLO
2 é raiz do polinômio 2x 3 .
OBSERVAÇÃO
TEOREMA DO RESTO
0+
Então, . (c.q.d.).
r=0 ⇔ f(a) = 0
EXEMPLO
MÉTODO/ALGORITMO/DISPOSITIVO DE BRIOT-RUFFINI
Iezzi (2005, p. 83) nos explica em detalhes em que consiste o dispositivo proposto por
Briot-Ruffini, conforme veremos a seguir:
Façamos:
No entanto, há um método que, para alguns, pode ser bem mais prático que este passo-a-
passo acima. É o dispositivo Briot-Ruffini.
35
EXEMPLO
Resposta: e
2º) Para esta solução, faremos um esquema, no qual, à esquerda, colocaremos os coeficientes do
dividendo e, à direita, posicionaremos os coeficientes do divisor.
x4 x3 x2 X x0 x2 x x0
1 1 0 1 1 2 1 1
x4 x3 x2 x x0 x2 x x0
1 1 0 1 1 2 1 1
-1 -1/2 -1/2 1/2 1/4 -3/8
36
Como seguimento, foi feito o produto do primeiro coeficiente do quociente por todos os
coeficientes do divisor. Os resultados foram posicionados abaixo dos coeficientes do dividendo
com sinal oposto, daí foi feita a soma algébrica.
O procedimento foi repetido até que se obtiveram os coeficientes do resto (ou seja, de um
polinômio de grau menor que o do divisor).
x4 x3 x2 x x0 x2 x x0
1 1 0 1 1 2 1 1
-1 -1/2 -1/2 1/2 1/4 -3/8
1/2 -1/2 1 1
-1/2 -1/4 -1/4
-3/4 ¾ 1
3/4 3/8 3/8
9/8 11/8
Resposta: e
Vejamos como fazer a divisão de polinômios P(x) por Q(x) quando P(x) = 5x3 – 2x2 + 3x – 1 e Q(x) = x –
2. Primeiramente, vamos verificar a raiz de Q(x):
Q(x) = 0
x–2=0
x=2
Vamos montar o dispositivo de Briot-Ruffini através da raiz de Q(x) e dos coeficientes de P(x):
Agora nós multiplicamos o 5 por 2 e somamos o resultado com o segundo coeficiente de P(x), o número –
2, isto é, fazemos 5.2 + (– 2) = 8. O resultado 8 deve ser escrito embaixo do coeficiente – 2.
Repetimos o processo, multiplicamos 8 por 2 e somamos com o terceiro coeficiente de P(x), o número 3.
O cálculo é dado por 8.2 + 3 = 19. Escrevemos o resultado embaixo do coeficiente 3.
Repetimos o procedimento pela última vez. Agora multiplicamos o 19 por 2 e somamos o resultado com –
1, ou seja, nós fazemos 19.2 + (– 1) = 37. O resultado 37 é colocado embaixo de –1 e é o resto de nossa
divisão.
O polinômio resultante dessa divisão é determinado pelos números 5, 8 e 19. Estes são coeficientes desse
polinômio. Como fora dito anteriormente, o último número (19) é acompanhado de x0, o 8 é acompanhado
de x1, e o 5 é acompanhado de x2. Portanto, o polinômio resultante da divisão de 5x3 – 2x2 + 3x – 1 por x
– 2 é 5x2 + 8x + 19, e o resto da divisão é r = 37.
OBSERVAÇÕES
EXERCÍCIO RESOLVIDO
Disponível em <http://professorwaltertadeu.mat.br/CP2VEST68polin.pdf>.
UM POUCO DE HISTÓRIA...5
5
Fragmento de texto disponível em IEZZI, Gelson. Fundamentos de Matemática Elementar: Complexos,
polinômios e equações. Vol.: 6, 8ª ed. São Paulo, 2013, p. 98 - 99.
39
EQUAÇÕES POLINOMIAIS
EXEMPLOS
x4 + 9x2 – 10x + 3 = 0;
10x6 – 2x5 + 6x4 + 12x3 – x2 + x + 7 = 0;
x8– x6– 6x + 2 = 0;
x10– 6x2+ 9 = 0.
40
OBSERVAÇÃO
EXEMPLOS
Dada uma equação polinomial f(x) = g(x), chama-se raiz da equação todo número que,
substituído em lugar de x, torna a sentença verdadeira. Assim, o número r é raiz de f(x) = g(x)
se, e somente se, f(r) = g(r) é sentença verdadeira.
EXEMPLOS
1. Para a equação polinomial p(x) = x4 + 7x3 = - 6x2 + 7x - 8 tem-se que a é raiz dessa equação
se, e somente se, p(a) = 0.
2. A equação polinomial formada pelos polinômios p(x) = 2x3 - x2 e o q(x) = 2x - 1, de tal
forma que p(x) = q(x), tem como raízes os números -1, 1. Vejamos:
p(-1) = 2.(-1)3 – (-1)2 = -2 – 1 = -3
q(-1) = 2(-1) - 1 = -3
p(-1) = q(-1) = -3.
p(1) = 2.(1)3 – (1)2 = 2 – 1 = 1
q(1) = 2(1) - 1 = 1
p(1) = q(1) = 1
Ao mesmo tempo, verifica-se que 0 não é raiz, pois f(0) = -1 e g(0) = -3.
CONJUNTO SOLUÇÃO
Ao conjunto solução ou conjunto verdade em de uma equação do tipo f(x) = g(x) dá-se
o nome de conjunto S cujos elementos são as raízes complexas da equação.
EXEMPLOS
OBSERVAÇÕES
1. é uma
equação polinomial !
2. pode ser
decomposto em n fatores de grau 1:
Para resolver uma equação polinomial f(x) = g(x), deve-se obter o seu conjunto-solução.
Ou seja, deve-se obter as raízes da equação.
Devemos, então, responder a algumas questões: 1) Como obter as raízes? 2) Quantas são?
3) De que elas dependem?
Resolver uma equação polinomial nada mais é que obter o seu conjunto solução. Mas,
como devemos determinar o conjunto solução? Em outras palavras, como determinar a raiz ou
as raízes de uma dada equação polinomial? A solução encontrada é a única? Para responder a
estas perguntas trataremos das equações equivalentes.
42
EQUAÇÕES EQUIVALENTES
Duas equações polinomiais são ditas equivalentes quando apresentam o mesmo conjunto
solução. Assim, toda raiz de uma equação é também raiz da outra equação.
EXEMPLO
OBSERVAÇÕES
EXEMPLOS
CASOS NOTÁVEIS
OBSERVAÇÃO
Mas, afinal, quantas raízes tem uma equação polinomial de grau n? Calma! Não se
preocupe, pois este foi um dos muitos problemas que ocuparam os matemáticos durante muitos
séculos, mas que foi resolvido no início do século XIX.
Vamos ver?
Lembre que mesmo não sendo apresentada desta forma, pelo que vimos nas
observações anteriores, é possível determinar uma equação equivalente que se apresente como
p(x) acima.
NÚMERO DE RAÍZES
Como toda equação polinomial pode ser colocada na forma p(x) = 0, é evidente que as
seguintes proposições são equivalentes:
(I) r é raiz da equação p(x) = 0.
(II) r é raiz da função polinomial p(x).
(III) r é raiz do polinômio p.
As três proposições são sintetizadas por p(r) = 0.
Diremos que a equação p(x) = 0 é de grau n se, e somente se, p(x) e p são de grau n.
44
Toda equação polinomial p(x) = 0 de grau n, onde n ≥ 1, admite pelo menos uma raiz
complexa.
Admitiremos a validade deste teorema sem demonstração, pois nela estão envolvidos
conhecimentos ainda não trabalhados no curso. Para os que quiserem aprofundar um pouco
mais seus conhecimentos, seguem sugestões de leituras que apresentam a demonstração desse
teorema.
Para ver a explicação desse teorema muito importante para a Álgebra, com exemplos, siga
o link <https://pt.khanacademy.org/math/algebra2/polynomial_and_rational/fundamental-
theorem-of-algebra/v/fundamental-theorem-of-algebra-intro>.
Além da referência acima, sugiro a leitura dos seguintes textos:
BROLESI, Fogliarino. Teorema Fundamental da Álgebra. Disponível em
<http://www.profezequias.net/fabio-fogliarini-brolesi.pdf>.
DELBONI, Roberta Regina & TORRES, Fernando. Teorema Fundamental da Álgebra.
Disponível em
<http://www.ime.unicamp.br/~ftorres/ENSINO/MONOGRAFIAS/TFA_RBTA.pdf>.
O Teorema Fundamental da Álgebra nos garante que toda equação polinomial tem pelo
menos uma raiz complexa. Resta a pergunta: quais são e como encontrá-las? Quanto maior for o
grau do polinômio, mais árdua é a tarefa de encontrar os zeros da função polinomial... Mas não
desanime, pois há métodos para encontrá-los!
OBSERVAÇÕES6
No caso de o número complexo x + yi, sendo y ≠ 0, ser a raiz da equação a0. xn+ a1.
xn-1+ … + an-1. x + an = 0, de coeficientes reais, sendo assim o seu conjugado x – yi
também será raiz.
E ainda, x + yi e x – yi também serão raízes de mesma multiplicidade.
Consequências:
1) Equação do 2º grau, de coeficientes reais ⇒ possui apenas raízes reais ou duas
raízes complexas conjugadas (não reais);
2) Equação do 3º grau, de coeficientes reais ⇒ possui apenas raízes reais ou uma
real e duas complexas conjugadas (não reais);
3) Equação do 4º grau, de coeficientes reais ⇒ possui apenas raízes reais ou duas
raízes complexas conjugadas (não reais) e as outras reais ou apenas raízes complexas
(não reais), duas a duas conjugadas;
4) Equação do 5º grau, de coeficientes reais ⇒ possui apenas raízes reais ou duas
raízes complexas conjugadas e as outras reais ou pelo menos uma raiz real e as
outras raízes complexas (não reais), duas a duas conjugadas. E assim
sucessivamente;
6
Fonte: <http://www.colegioweb.com.br/equacoes-algebricas/raizes-complexas.html#ixzz3jg7oSx7m>.
45
EXEMPLOS
Temos que:
TEOREMA DA DECOMPOSIÇÃO
Da unicidade.
Suponhamos que P admita duas decomposições como segue:
Tendo que os dois segundos membros como reduzidos e ordenados, temos que
e, pela definição de igualdade de
(I) fazendo
e, em seguida em,
0=
As igualdades
Percebeu como pode ser bem interessante aplicar este teorema na busca do
conjunto solução de uma equação polinomial? Veja o exemplo e as explicações
dadas no link <https://www.youtube.com/watch?v=AssBjVCwXt8>. Ouça,
com atenção, as explicações do professor. Bom estudo!
EXEMPLO
OBSERVAÇÃO
Em outras palavras,
são
Pela identidade
decorre que,
e
49
Onde, =
=
............................................................................................
............................................................................................
Essas relações entre raízes e coeficientes da equação P(x) = 0 são chamadas relações de Girard.
(I) 6
50
(II)
(III)
(IV)
ATIVIDADES PROPOSTAS I7
c. ;
d. ;
e.
2. Dada a função polinomial determine:
a. f(1);
b. f(-1);
c. f(0);
d. f(f(3));
e. f(x - 1).
7
GABARITO: as respostas das questões propostas neste módulo serão postadas na página da
disciplina, no AVA do curso.
52
10. Dados f(x) = (4x2 – 7x + 2), g(x)= (3x2 + 2x + 3) e h(x) = (2x2 – x + 6), calcule f(x) +
g(x) – h(x).
11. (UP 2013) Sejam os polinômios reais, na variável x, A(x) = ax3 + 4x2 +bx - 5 e B(x) =
4x2 + x + c. Se os polinômio A(x) e B(x) são idênticos, ou seja, B(x) ≡ A(x), determine
o valor de (b – a – c).
b. ;
c. .
8
Disponível em
<http://fatecsjc.edu.br/ead/pluginfile.php/9399/mod_resource/content/1/9%20Exerc%C3%ADcios%20so
bre%20Multiplica%C3%A7%C3%A3o%20e%20divis%C3%A3o%20de%20polinomios.pdf>.
53
b. x-1;
c. x+5;
d. 4x-5;
e. 4x+8.
19. Sendo e , resolva as
operações e dê o grau dos polinômios resultantes:
a. p(x) + q(x);
b. q(x) – p(x);
c. p(x) – 2q(x);
d. p(x).q(x);
e. [p(x)]2;
f. p(x)/q(x).
20. (PUC – SP) Sendo x3 + 1 = (x+1)(x2 + ax + b) para todo x real, os valores de a e b são,
respectivamente:
a. -1 e -1;
b. 0 e 0;
c. 1 e 1;
d. 1 e -1;
e. -1 e 1.
21. Considerando os polinômios: , e
b. x2 – 3x + 2;
c. x2 – x + 1;
d. 2x2 – 3x + 1;
e. n.d.a.
25. (UFAM) A divisão de por apresenta o quociente
divisível por ?
é:
a. 2;
b. 0;
c. 3;
d. -3;
e. -2.
31. (UFSC) Sabendo-se que uma das três raízes da equação é
igual a ½, determine a soma das outras duas raízes.
32. (UFAL) Uma das raízes da equação é -3. As demais raízes
são:
a. -5 e 1;
b. -1 e 4;
c. -1 e 5;
d. 1 e 4;
e. 2 e 4.
33. (UFAL) A equação tem duas raízes opostas. A soma de suas
raízes negativas é:
a. -6;
b. -5;
c. -3;
d. -2;
e. -1.
55
TRIGONOMETRIA
Nesta parte do assunto, trataremos do estudo responsável pela relação existente entre os
lados e os ângulos de um triângulo. Pois é, a Trigonometria estuda as relações existentes em um
triângulo.
Vendo a figura acima, que mostra um círculo com inúmeros triângulos representados a
partir da marcação de alguns pontos notáveis sobre o círculo, é possível ver triângulos
retângulos (são os que possuem um ângulo de 90º) e os ângulos notáveis do tipo 30º, 45º e 60º.
UM POUCO DE HISTÓRIA...
9
Fonte: Disponível em <http://www.brasilescola.com/matematica/trigonometria.htm>.
56
10
Um goniômetro (português brasileiro) ou goniómetro (português europeu) é um instrumento de medida
em forma semicircular ou circular graduada em 180º ou 360º, utilizado para medir ou construir ângulos.
Entre os goniômetros está o transferidor, um semicírculo de plástico transparente ou um círculo
graduado utilizado para medir ou construir ângulos, e o teodolito. Mais especificamente, um goniômetro
é um instrumento que mede o ângulo entre as superfícies refletoras de um cristal ou prisma. Os dois
raios de luz provenientes de um colimador (um sistema de lentes e fendas projetado para criar feixes
paralelos de luz) são dirigidos sobre duas superfícies adjacentes do cristal: os feixes são refletidos pelas
duas faces e o ângulo entre os dois feixes refletidos (duas vezes o ângulo entre a superfície do cristal ou
prisma) é medido. Um goniômetro é também um dispositivo utilizado juntamente com transmissores de
rádio ou radar. Ele permite que um sinal seja emitido em qualquer direção ou que a direção de um sinal
que chega ao receptor seja determinada sem o apoio de uma antena fisicamente giratória (Disponível em
<http://pt.wikipedia.org/wiki/Goni%C3%B4metro>. Acesso em 20 abr. 2015.)
57
OBSERVAÇÃO
OBSERVAÇÃO
Fonte: <http://pessoal.sercomtel.com.br/matematica/trigonom/trigo07.htm>.
Nesta seção, iniciaremos o estudo das funções trigonométricas e, para tanto, utilizaremos
conhecimentos relativos à geometria, como ângulo, além dos conceitos primitivos: ponto, reta,
bem como semirreta entre outros conhecimentos.
C’
90º 90º
B A A’
DEFINIÇÕES
sen = (I)
cos = (II)
Simbolicamente:
É claro que poderíamos pensar que, ao invés de se tomar o ponto C sobre um dos lados do
ângulo , (conforme é possível ver na figura 10, anterior), e que se nós tomássemos outro ponto
distinto, C’, seriam obtidos valores distintos para sen , cos , tg etc. Em outras palavras: estas
funções só dependem da medida do ângulo e não das medidas dos seus lados. Vamos
demonstrar estas afirmativas:
Tomemos sobre o lado BC outro ponto qualquer, C’ C, e façamos sua projeção sobre o
lado BA em A’ (figura 10). Assim, se forma um triângulo retângulo (ângulo de 90º) que é
semelhante a BCA, e, portanto, valem as proporções utilizadas na demonstração a seguir:
sen =
cos =
tg =
Da mesma forma que provamos que as funções sen , cos , tg só dependem da medida
do ângulo e não das medidas dos seus lados, o mesmo vale para as funções recíprocas
Seno =
Cosseno =
Tangente =
OBSERVAÇÃO
EXEMPLOS11
Solução:
cos 65° = y / 9
0,42 . 9 = y
y = 3,78
sen 65° = x /9
0,91 . 9 = x
x = 8,19
2. (Este exercício utilizará o processo de interpolação) Consultando a tabela de razões
trigonométricas, verificamos que sen35 = 0,57358 e sen36 = 0,58779, cos45 =0,70711 e
cos46 =0,69466. Qual é o valor de:
a. sen35 30’?
30’ x
Fazendo a regra de três simples acima você vai calcular que x é igual a 0,00710.
Portanto, 0,57358 + 0,00710 = 0,58068.
b. cos45 20’?
11
IEZZI, 2004, p. 19 e 21.
62
Solução:
No triângulo BXY, temos:
tg60 =
tg45 =1=
então
Resposta: a altura é m.
DEFINIÇÃO
A
y
x
O
B x
Figura 12 – Semicircunferências.
Em particular, se os pontos A e B coincidem, eles determinam dois arcos: um deles é um
O
A=B
ponto (denominado arco nulo) e o outro é a circunferência (denominado arco de uma volta).
MEDIDAS DE ARCOS
Para medir um arco de circunferência são usadas as unidades de arco: grau e radiano.
GRAU – DEFINIÇÃO
Grau (símbolo º) é um arco unitário igual a da circunferência que contém o arco a ser
medido.
Tomando-se para unidade de arco (arco unitário) o arco definido por um ângulo central
unitário (unidade de ângulo), temos que a medida (em graus) de um arco de circunferência é
igual à medida do ângulo central correspondente.
RADIANOS – DEFINIÇÃO
OBSERVAÇÃO
360º ⇔ 2 rad
180º ⇔ rad
EXEMPLOS12
180º ⇔ rad
225º x rad
rad ⇔ 180º
rad ⇔ x
x= = 330 º
3. Um grau se divide em 60’ (60 minutos) e um minuto se divide em 60" (60 segundos). Por
exemplo, um arco de medida 30’ é um arco de 0,5º (meio grau). Converta em radianos os
seguintes arcos:
a. 22º 30’
b. 31º15’45"
Solução:
22º 30’ = 22 x 60’ + 30’ = 1350’
180º = 180 x 60’ = 10800’
1350’ ⇔ x
Assim, x = = rad
CICLO TRIGONOMÉTRICO
(primeiro lado) e o sentido positivo de rotação, dado um ângulo em magnitude e em sinal, fica
fixada uma segunda semirreta de origem O como segundo lado do ângulo dado; tal semirreta
pode estar situada no primeiro quadrante, ou no segundo, terceiro ou quarto, e cortará a
circunferência trigonométrica (de raio unitário) em um ponto, P, de coordenadas (x, y), em
respeito ao sistema cartesiano XOY de referência.
Os eixos OX e OY decompõem o círculo trigonométrico em quatro quadrantes como
apresentados a seguir:
OBSERVAÇÕES
EXEMPLO13
Solução:
= (2
13
IEZZI, 2004, p. 35
67
A
u
DEFINIÇÕES
sec =
cotg = .
OBSERVAÇÃO
FUNÇÃO SENO
Dado um número real x [0, 2 , seja P sua imagem no ciclo trigonométrico. Como já
foi visto anteriormente, a ordenada OP1 do ponto P em relação ao sistema uOv (figura 16, a
seguir) é a função senx.
PROPRIEDADES
FUNÇÃO COSSENO
Dado um número real x [0, ], seja P sua imagem no ciclo trigonométrico. A abcissa
OP2 do ponto P em relação ao sistema uOv é o cosseno de x, isto é, cos x = OP2 (figura 17, a
seguir).
69
PROPRIEDADES
FUNÇÃO TANGENTE
Consideremos a reta e seja T a sua intersecção com o eixo das tangentes. Denominamos
tangente de x (indicamos tg x) a medida algébrica do segmento AT.
Figura 18 – Função tg x.
70
EXEMPLO14
Solução: Para apresentar a solução faremos uma tabela com as informações resultantes, as
respostas decorrem da posição que cada arco ocupa no ciclo trigonométrico:
Sinal da função trigonométrica
Arco Quadrante
Seno Cosseno Tangente
Conforme foi definido na seção 2.1, sen = , cos = (verificar na figura 19, a
seguir).
14
IEZZI, 2004, p. 32.
71
igualdades é igual a tg ).
E do fato que = =1
Assim, . (c.q.d.).
Y
R’ cotg R
T
cos P
sec sen
O P’ T’
cos X
FUNÇÃO SENO
Além das propriedades vistas para a relação trigonométrica seno, são válidas para a função seno
as seguintes propriedades:
1) A imagem da função seno é o intervalo [-1,1], ou seja -1 1 para todo x
real.
2) A função seno é periódica de período igual a 2 .
EXEMPLO
0 0
-1 -2
2 0 0
Assim, podemos marcar os cinco pontos no plano cartesiano, conforme o gráfico a seguir:
74
FUNÇÃO COSSENO
OBSERVAÇÃO
É possível verificar que são muito semelhantes os gráficos das funções seno e
cosseno, mas não são iguais! Apesar das duas funções possuírem o mesmo
período (2 ), temos que destacar que para sen0º = 0, enquanto cos0º = 1.
75
Figura 23 - Gráfico das funções seno e cosseno, num só sistema de eixos cartesianos. Disponível em
<http://www.uff.br/webmat/Calc1_LivroOnLine/Cap04_Calc1.html>. Acesso 16 ago.
2015.
Além das propriedades vistas para a relação trigonométrica cosseno, são válidas para a
função cosseno as seguintes propriedades:
1) A imagem da função cosseno é o intervalo [-1,1], ou seja -1 1 para todo x
real;
2) A função cosseno é periódica de período igual a 2 ;
3) Domínio: ℝ;
4) Zeros e Sinal;
a. tem zeros em para todo ;
b. positiva em com ;
c. negativa em com .
5) Extremos e Monotonia;
a. mínimo absoluto com valor -1 em ;
c. crescente em com ;
d. decrescente em com .
6) Contradomínio: ℝ;
7) A função é par;
8) A função é contínua no seu domínio;
9) A função não é injetora e não é sobrejetora.
EXEMPLO
X 2x y = cos2x
0 0 1
0
-1
2 1
Assim, podemos marcar os cinco pontos no plano cartesiano, conforme o gráfico a seguir:
Disponível em
<http://ecalculo.if.usp.br/funcoes/trigonometricas/fcosseno/situacoes/situacao4.htm>.
Acesso em 24/09/2015.
77
FUNÇÃO TANGENTE
Além das propriedades vistas para a relação trigonométrica tangente, são válidas para a
função tangente as seguintes propriedades:
Assim, de maneira análoga, mas tomando como ordenadas dos pontos de divisão os
segmentos correspondentes a estas funções, segundo foi explicado na seção anterior, se obtém
78
Para visualizar uma animação dos gráficos das funções trigonométricas, visite o link
<http://www.uff.br/webmat/Calc1_LivroOnLine/Cap04_Calc1.html#IV-
2_FuncoesTrigonometricas>.
Então, mãos à obra!
Quer se distrair com alguns exemplos bem legais? Então acesso o link
<https://pt.khanacademy.org/math/trigonometry/trig-function-graphs> e mãos à obra!
79
No caso em que o ângulo é maior que 90º, para compreender melhor e se acostumar com
facilidade ao que iremos explicar nesta seção, recomendamos que seja feito um esboço do
círculo trigonométrico, que mostre de maneira clara qual é o ângulo do primeiro quadrante que
tem o mesmo valor, ou valor oposto, para a função que interessa, de maneira a facilitar a
solução do que se pretende calcular.
81
Se o ângulo é maior que 360º, se identifica o número de voltas que tem dividindo por 360
e ficando com o resto da divisão, que será um ângulo do primeiro quadrante, do segundo
quadrante, do terceiro quadrante ou do quarto quadrante, a depender do caso.
Em cada um destes casos, traçando paralelas aos eixos coordenados pelo ponto de corte
do segundo lado do ângulo com a circunferência trigonométrica, determina-se facilmente o
ângulo do primeiro quadrante que tem o mesmo valor (ou valor oposto) para a função que
queremos determinar.
EXEMPLOS:
B
P
A’ A
0 P2
B’
(I)
As relações (I) e (II) nos permitem calcular as funções de um ângulo, basta que
conheçamos uma delas.
ARCOS COMPLEMENTARES
ARCOS SUPLEMENTARES
A figura 29, a seguir, mostra que se são ângulos suplementares, decorre que:
ÂNGULOS OPOSTOS
E então? Avançando bem em seus estudos? Esperamos que o conteúdo tenha incentivado
você a aprender mais sobre a Matemática... Que tal visitar o link
<https://pt.khanacademy.org/math/trigonometry/basic-trigonometry/cc-trig-ratios-
similarity/v/showing-relationship-between-cosine-and-sine-of-complements> e estudar um
pouco mais sobre funções de ângulos complementares, suplementares e opostos antes de
avançar? Então mãos ao trabalho!!!!
TRANSFORMAÇÕES
FÓRMULAS DE ADIÇÃO
COSSENO DA SOMA
=[ =
=[ =
OBSERVAÇÃO
COSSENO DA DIFERENÇA
SENO DA SOMA
Para determinar sen ( a + b) faremos uso do arco complementar algumas vezes. Assim,
Resulta que:
SENO DA DIFERENÇA
TANGENTE DA SOMA
tg ( a + b) = . (I)
tg (a + b) = =
OBSERVAÇÃO
TANGENTE DA DIFERENÇA
87
tg (a – b) = tg[a + (-b)] = = =
tg (a – b) =
OBSERVAÇÃO
EXEMPLOS
a) sen 105º = sen (60º + 45º) = sen 60º cos 45º + sen 45º cos 60º =
= .
b) cos 15º = cos (45º – 30º) = cos 45º cos 30º + sen 45º sen30º =
=
COTANGENTE DA SOMA
cotg (a + b) =
COTANGENTE DA DIFERENÇA
cotg (a – b) =
EXEMPLO
=
c. cossec 15º = cossec (45º – 30º) =
= =
=
FÓRMULAS DA MULTIPLICAÇÃO
Conhecidas as fórmulas tais como seno da soma, cosseno da soma e tangente da soma:
sen (a+b), cos (a+b), tg (a+b), etc., podemos calcular sen 2a, cos 2a, tg 2a, etc. Vejamos.
89
FUNÇÕES CIRCULARES DE 2A
tg 2a =
FUNÇÕES CIRCULARES DE 3A
tg 3a = tg (3a + a) =
Assim, calcula-se para 4a, 5a, etc., a partir do que se fez acima.
FÓRMULAS DA DIVISÃO
Nesta seção, iremos deduzir as fórmulas para as funções circulares de , a partir das
funções sen x e cos x.
tg => tg
Sabendo que cos x = , daí decorre que se tivermos sen x, podemos calcular
cos x e utilizamos as fórmulas do item (I), anterior.
(III) Dada tg
A partir das fórmulas de produto, temos que:
90
tg 2a =
sen x = e tg x =
EXEMPLO
Solução:
cos x = -
sen = +
cos = +
tg = + =+
OBSERVAÇÃO
, pois .
91
ATIVIDADES PROPOSTAS II
sen x
cos x
tg x
4) O seno de um ângulo é ½. Calcular o cosseno, a tangente e a cotangente deste mesmo
ângulo.
a. Se o ângulo está no primeiro quadrante;
b. Se o ângulo está no quarto quadrante;
5) Sabendo que a tangente de um ângulo do terceiro quadrante é 1, determine o seno e o
cosseno do mesmo ângulo.
6) Reduza ao primeiro quadrante :
a. sen 130º
b. cos 115º
c. sen 225º
d. cos 210º
e. sen 340º
f. cos 280º
7) Determine o domínio, o período, a imagem e o gráfico das funções a seguir:
a. f: dada por f(x) = sen 2x;
b. f: dada por f(x) = 1 – sen x;
c. f: dada por f(x) = - cos x;
d. f: dada por f(x) = cos
e. f: dada por f(x) = tg (
8) Calcule os valores de:
a. sec 255º;
b. sen 105º;
c. cos 75º.
9) Sendo cotg x = e 0 < x < , calcule cos 2x.
10) Tendo em vista que sen a = 3/5 e cos a = 4/5, determine sen2a – cos 2a.
92
3 MATRIZES
Assim, uma matriz com m linhas e n colunas é chamada de uma "matriz m por n" ou "m x
n".
Uma matriz A sobre um corpo K ou, simplesmente, uma matriz A (quando K estiver bem
compreendido) é uma tabela retangular de escalares, costumeiramente apresentada das seguintes
formas:
A= ou A = ou A =
Ou ainda, uma matriz A do tipo m x n também pode ser indicada por A = (a ij) ; com
ou, de maneira bem simples, A = (aij) mxn. O índice
indica a linha e o índice indica a coluna às quais o elemento pertence. As "m" linhas são
convencionalmente numeradas de cima para baixo (de 1 até m) e as "n" colunas da esquerda
para a direita (de 1 até n)
As linhas de uma matriz A, como as acima representadas, são as m listas horizontais de
escalares dadas por
( .
, , ...,
93
OBSERVAÇÃO
EXEMPLOS
1. é uma matriz 2 x 3;
2. é uma matriz 3 x 2;
O estudo de matrizes envolve conceitos que podem ser utilizados para resolver problemas
nas mais diversas situações e áreas do conhecimento. Economia, Engenharia, Biologia,
Educação, Informática são apenas algumas delas.
Ao recolhermos os dados referentes a altura, ao peso e à idade de um grupo de quatro
pessoas, podemos dispô-los como na tabela 1:
Tabela 1: Altura, massa e idade de um grupo de quatro pessoas.
Altura (m) Massa (kg) Idade (anos)
Pessoa 1 1,70 70 23
Pessoa 2 1,75 60 45
Pessoa 3 1,60 52 25
Pessoa 4 1,81 72 30
(Fonte: Adaptado de Boldrini et al, 1980, p. 1 - 2.)
M=
OBSERVAÇÕES
MATRIZ QUADRADA
A= é uma matriz quadrada com duas linhas e duas colunas, sendo no caso uma
matriz nula, ou seja, uma matriz em que todas as entradas são iguais a zero.
MATRIZES IGUAIS
EXEMPLO
1. , pois
⇔y=0
95
MATRIZ IDENTIDADE
A matriz identidade ou matriz unitária de ordem n, denotada por In ou, simplesmente, por
I, é a matriz quadrada com 1 na diagonal principal e 0 em todas as demais entradas.
OBSERVAÇÕES
15
Abordagem disponível em Boldrini et al (1986, p. 5).
96
também é e é encontrada como C = (cij) = (aij + bij). Por exemplo, considere as matrizes
A, B e C como:
A= ,B= eC=
Então,
OBSERVAÇÃO
PROPRIEDADES
Demonstração:
I) Fazendo (A+B) + C = X e A + (B + C) = Y, temos que os
escalares que compõem estas matrizes obedecem à seguinte propriedade
xij = (aij + bij) + cij = aij + (bij + cij) = yij para todo i e todo j.
II) Fazendo A + B = X e B + A = Y, teremos que os escalares que
compõem estas matrizes obedecem à seguinte propriedade
xij = (aij + bij) = (bij + aij) = yij para todo i e todo j.
III) Suponhamos que A + M = A, assim resulta que os escalares que
compõem estas matrizes obedecem à propriedade a seguir
aij + mij = aij mij = 0 ⟹ M = 0 (matriz nula do tipo m x n).
IV) Fazendo A + A’ = M = 0, teremos
aij + a’ij = 0 ⟹ aij = - a’ij para todo i e todo j.
MATRIZ OPOSTA
MATRIZ DIFERENÇA
EXEMPLO
Solução:
A+B= =
= e então fazemos A + ) =
EXEMPLOS
2A = 2. = =
½A=½. = =A=
2. Resolva o sistema16
em que A = eB=
Solução:
Somando membro a membro as duas equações, resulta:
X + Y + X – Y = 3A + 2B ⇔ 2X = 3A + 2B ⇔ X =
X + Y – X + Y = 3A – 2B v 2Y = 3A – 2B ⇔ Y =
X=
Y=
16
Disponível em Boldrini, 2004, p. 54.
99
(III) .A = ;
(IV) .A = A.
Demonstração:
(I) Pela definição de multiplicação de um escalar por uma matriz temos que: =
se A = ( . Ou seja, =
onde .
De forma análoga, fazendo o produto teremos como resultado uma matriz C tal que
a matriz C é
= =( ).A.
um escalar.
, tal que . Assim, pela definição de multiplicação de um escalar por
a . Em outras palavras,
=
(III) e (IV) são deixados para que você faça a demonstração.
EXEMPLO
5A= =
MULTIPLICAÇÃO DE MATRIZES
A B C
17
Boldrini et al, 1980, p.8 – 9.
100
Alimento I
Alimento II
A operação que vai nos oferecer a quantidade ingerida de cada vitamina é o "produto":
(*) = =
(**)
Assim, podemos ver que para fazer o produto entre matrizes, como as observadas no
exemplo, precisamos ter que o número de colunas da primeira matriz deve coincidir com o
número de linhas da segunda matriz, conforme o exemplo anterior.
101
UM POUCO DE HISTÓRIA...18
Foi só há pouco mais de 150 anos que as matrizes tiveram sua importância detectada e
saíram da sombra dos determinantes. O primeiro a lhes dar um nome parece ter sido Cauchy,
1826: tableau ( = tabela ).
O nome matriz só veio com James Joseph Sylvester, 1850. Seu amigo Cayley, com sua
famosa Memoir on the Theory of Matrices, 1858, divulgou esse nome e iniciou a demonstrar
sua utilidade.
Para dar o nome a esta teoria usou o significado coloquial da palavra matriz, qual seja:
local onde algo se gera ou cria. Com efeito, via-as como "...um bloco retangular de termos... o
que não representa um determinante, mas é como se fosse uma MATRIZ a partir da qual
podemos formar vários sistemas de determinantes, ao fixar um número p e escolher à vontade p
linhas e p colunas..." ( artigo publicado na Philosophical Magazine de 1850, pag 363-370 ).
Observe que Sylvester ainda via as matrizes como mero ingrediente dos determinantes.
É só com Cayley que elas passam a ter vida própria e gradativamente começam a suplantar os
determinantes em importância.
[...]
O primeiro uso implícito da noção de matriz ocorreu quando Lagrange c. 1790 reduziu a
caracterização dos máximos e mínimos de uma função real de várias variáveis ao estudo do
sinal da forma quadrática associada à matriz das segundas derivadas dessa função. Sempre
trabalhando escalarmente, ele chegou à uma conclusão que hoje expressamos em termos
de matriz positiva definida. Após Lagrange, já no século XIX, a Teoria das Formas Quadráticas
chegou a ser um dos assuntos mais importantes em termos de pesquisas, principalmente no que
toca ao estudo de seus invariantes. Essas investigações tiveram como subproduto a descoberta
de uma grande quantidade de resultados e conceitos básicos de matrizes.
Assim que podemos dizer que a Teoria das Matrizes teve como mãe a Teoria das
Formas Quadráticas, pois que seus métodos e resultados básicos foram lá gerados. Hoje,
contudo, o estudo das formas quadráticas é um mero capítulo da Teoria das Matrizes.
Observemos, ademais, que os determinantes em nada contribuíram para o
desenvolvimento da Teoria das Matrizes.
Antes de apresentar a definição pra fazer o produto entre matrizes de ordens maiores,
iniciaremos pela multiplicação entre uma matriz 3 2 e uma matriz 2 2:
18
Texto baseado em <http://www.mat.ufrgs.br/~portosil/passa3b.html>.
102
Sejam A = eB= duas matrizes tais que o número de colunas de A seja igual
ao número de linhas de B, digamos p. Em outras palavras, supomos que A seja uma matriz
103
Onde
Em outras palavras, de uma forma geral, temos que ao multiplicar duas matrizes A =
e B = . Definimos AB = onde =
EXEMPLOS
Solução:
C=
= = = .
1919
Iezzi & Hazzan, 2004, p. 56 – 57.
104
C= =
= =
= .
Solução:
= = .
OBSERVAÇÕES
EXEMPLOS
= = .
= CA + CB.
(III) Inicie, fazendo D = (A + B)C e demonstre de maneira análoga a (II).
(IV) Fazendo C = kA = ( , D = kB = ( eE=( , temos:
MATRIZ TRANSPOSTA
EXEMPLOS
1) Se A = ⟹ .
2) Se A = ⟹ .
106
OBSERVAÇÃO
EXEMPLOS
1. Se A = então e .
então .
tr(A) =
TEOREMA
MATRIZ ESCALAR
Dado qualquer escalar k, dizemos que a matriz kI, com k na diagonal principal e 0 em
todas as demais entradas, é a matriz escalar correspondente ao escalar k. Observe que
(kI)A = k(IA) = kA.
OBSERVAÇÃO
EXEMPLOS
OBSERVAÇÕES
POTÊNCIAS DE MATRIZES
, , ..., , .... e
POLINÔMIOS DE MATRIZES
EXEMPLO
= = =
Assim,
Uma matriz quadrada A é dita invertível se existir uma matriz B tal que AB = BA = I
onde I é a matriz identidade. A matriz B é única.
EXEMPLO
BA = =
Não esqueça: uma matriz quadrada a é dita invertível (ou invertível ou não
singular), se existir uma matriz B tal que AB = BA = I, onde I é a matriz
identidade. Uma tal matriz B é única, ou seja, se A e
, então .
Para calcular a inversa de A, A-1 devemos encontrar a matriz que satisfaça a seguinte
igualdade: AA-1= I. Em outras palavras, devemos determinar os escalares e , tais
que =
Ou seja,
Assim, considerando que a igualdade entre duas matrizes resultam em quatro equações,
conforme os dois sistemas a seguir:
ad – bc
, , ,
Decorre que:
110
EXEMPLO
Encontre a inversa de A = e de B = .
Solução:
Primeiro vamos calcular = 2.5- 3.4 = -2 para verificar se A é invertível ou não. Como
, A é invertível.
Assim,
= .
Para a matriz B = vamos calcular = 2.4 -1.8 = 0. Então, não é possível calcular
Nesta seção, definiremos algumas matrizes quadradas especiais pelas propriedades que
apresentam.
111
MATRIZ DIAGONAL
MATRIZ TRIANGULAR
A matriz quadrada na qual todos os elementos abaixo da diagonal (principal) são nulos
(todo elemento do tipo é dito elemento da diagonal (principal) da matriz) é
chamada de matriz triangular superior ou apenas matriz triangular. Assim, m = n (tendo que m é
o número de linhas e n é o número de colunas da matriz), pois a matriz é quadrada e
, como são os exemplos a seguir:
EXEMPLOS
EXEMPLOS
III) A é invertível se, e só se, cada elemento diagonal de A for não nulo, ou seja,
; além disso, se existir, a inversa também é triangular.
OBSERVAÇÃO
Uma coleção não vazia de matrizes é dita uma álgebra matricial se for fechada
em relação à operação de adição, multiplicação por escala e multiplicação entre
matrizes. O mesmo se observa para a coleção de matrizes quadradas de alguma
ordem fixada para a coleção das matrizes escalares das diagonais, das
triangulares superiores e das triangulares inferiores.
MATRIZES SIMÉTRICAS
Seja A uma matriz quadrada real, dizemos que a matriz A é simétrica se AT = A. O que
equivale dizer que A = é simétrica se seus elementos simétricos em relação à diagonal
Exemplo: .
MATRIZ ANTISSIMÉTRICA
OBSERVAÇÃO
EXEMPLO
(I) Os elementos simétricos (em relação à diagonal principal) da matriz A são iguais,
ou AT = A. Assim, A é simétrica.
(II) Os elementos diagonais de B são 0 e os elementos simétricos têm sinal oposto, ou
BT = B. Assim, B é antissimétrica.
(III) Como C não é quadrada, não pode ser simétrica nem antissimétrica.
MATRIZES ORTOGONAIS
Uma matriz real A é ortogonal se AT = A-1, ou seja, se A AT = ATA = I. Decorre então que
toda matriz ortogonal é quadrada e invertível.
EXEMPLO
A= = =I
e, portanto, A-1 = =
Teorema T 17
(a) A transposta de uma matriz ortogonal é ortogonal;
(b) A inversa de uma matriz ortogonal é ortogonal;
(c) O produto de matrizes ortogonais é ortogonal;
(d) Se A é ortogonal, então det(A) = 1 ou det(A) = 1.
Demonstração:
(a) Se A é ortogonal, então A = I. Podemos reescrever isso como = I, que
implica que ( )-1 = . Assim, é ortogonal.
114
OBSERVAÇÃO
1. Se a , determine os valores de a, b e c.
2. Dadas as matrizes A= ,B
= eC= e os
escalares a = 5 e b = 6, determine
a. A + (B + C);
b. aA – bB; 2
c. (a + b)A;
d. (A + B) + C;
e. a(B + C);
f.c(A - B + C). 1
3. Considere a figura ao lado e construa a
matriz associada ao desenho, na qual aij =
2 se os pontos i e j estiverem ligados ou se 3
i = j, e aij = 1 se os pontos i e j não
estiverem ligados.
(SMOLE & DINIZ, 2013, p.297 – 298).
4. O diagrama abaixo representa um mapa 4
rodoviário mostrando as estradas que
ligam as cidades 1, 2, 3 e 4.
115
20
Questão baseada no exercício 6 disponível em Boldrini et al, 1980, p.12.
21
Questão baseada no exercício 34 disponível em Anton & Busby, 2008, p.110.
116
Calças 30 30 40
Paletós 12 65 45
Capas 15 40 35
Vendas de maio
Matriz J
Pequeno Médio Grande
Camisas 30 33 40
Calças 21 23 25
Paletós 9 12 11
Capas 8 10 9
9. Utilize as tabelas a seguir para responder as questões:
e. O que representa a matriz M + J?
a. O que representa M – J?
b. Apresente uma matriz-coluna X para a qual MX fornece uma lista do
número de camisas, calças, paletós e capas vendidas em maio.
c. Apresente uma matriz-linha Y para a qual YM fornece uma lista do número
de itens pequenos, médios e grandes vendidos em maio.
10. Calcule x na matriz A = , considerando que A’ = A22.
f. B = ;
g. C =
15. Sejam A = , f(x) = e g(x) = . Encontre
a. ;
b. ;
c. ;
d. .
16. Encontre, caso exista, a inversa de cada matriz dada :
a. A = ;
b. B = ;
c. C =
22
Questão baseada no exercício 2, disponível em Boldrini et al, 1980, p.12.
117
DETERMINANTES: INTRODUÇÃO23
UM POUCO DE HISTÓRIA24...
Talvez Carl Friedrich Gauss tenha sido o último gênio a dominar toda a Matemática.
Durante sua vida (1777-1855), estima-se que a Matemática cresceu mais do que em todos os
séculos anteriores. (...) Em suas inovações, na Análise e na Geometria, estabeleceu as bases para
a relatividade e a teoria atômica do século XX. Por suas pesquisas em eletricidade, é
homenageado pela palavra gauss, unidade de magnetismo e também do termo naval
desgaussificação, que significa anular o magnetismo do navio como medida de proteção contra
23
Texto adaptado de LAY, David C. Álgebra linear e suas aplicações. Editora LTC, 2007. p. 166 – 167.
24
Disponível construído a partir de ANTON, Howard & BUSBY, Robert C. Álgebra linear
contemporânea. São Paulo: Editora Bookman, 2006. p. 73; SMOLE, Kátia Stocco & DINIZ, Maria
Ignez. Matemática: ensino médio. Vol. 2, 9ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013, p. 312;
<http://seguindopassoshistoria.blogspot.com.br/2014/12/gauss-o-principe-dos-matematicos.html>.
118
minas e torpedos magnéticos. Mais do que isso, ele e seu companheiro Whilhelm Weber
inventaram e construíram um telégrafo exequível usando-o como sistema de intercomunicação
em 1833 – cerca de dois anos antes de Samuel F. B. Morse.
Por sua própria conta, Gauss adquiriu certos rudimentos de Aritmética antes de aprender
a falar. Aos dez anos, quando mandaram sua classe somar todos os números de 1 a 100,
escreveu rapidamente 5050 em sua lousa e deixou-a sobre a carteira, com a orgulhosa
declaração: “Está ali”. Quando os outros estudantes entregaram suas lousas, após considerável
tempo e trabalho, ninguém, exceto Gauss, tinha a resposta certa. Presumivelmente, ele percebeu
que cada par de números – 1 e 100, 2 e 99, 3 e 98, 4 e 97 e assim por diante até 50 e 51 – se
somam para fazer 101 e portanto o total dos 50 pares deveria ser 50 101.
Em seus 78 anos de vida, Gaus desenvolveu estudos com aplicações em diversas áreas.
Foi um estudioso notável da Matemática, tendo sido alcunhado “O Príncipe da Matemática”.
Gauss foi o responsável por cunhar o termo "teorema fundamental da álgebra", além do
termo "números complexos" e várias outras terminologias matemáticas. Sua tese foi ímpar,
sendo apenas superada por seu livro, lançado dois anos depois.
Com essa tese, Gauss encerrava sua fase na universidade como estudante e iniciava a fase
de professor e pesquisador. Alguns historiadores da matemática assinalam que os anos de 1796
a 1806 são sua fase áurea nos estudos matemáticos, pois, após tal época, ele passaria a se
dedicar a assuntos da física, astronomia e geodésia para posteriormente retornar a matemática.
Uma versão da eliminação gaussiana apareceu pela primeira vez em torno de 200 a. C.,
no livro chinês Nove Capítulos de Arte Matemática. Contudo, o poder do método não foi
reconhecido até que o grande matemático alemão Carl Friedrich Gauss utilizou-o para calcular a
órbita do asteroide Ceres a partir de pouquíssima informação. O que aconteceu foi o seguinte:
no dia 1º de janeiro de 1801, o astrônomo siciliano Giuseppe Piazzi (1746 – 1826) observou um
objeto celeste mal visível que poderia ser o planeta “que faltava.” Ele deu o nome de Ceres
àquele objeto indistinto e fez um número limitado de anotações de sua posição, mas logo o
perdeu de vista quando ele se aproximou do Sol. Gauss tomou a si o problema de calcular a
órbita de Ceres a partir dos limitados dados disponíveis usando mínimos quadrados e o
procedimento que hoje denominamos eliminação gaussiana. O trabalho de Gauss causou uma
sensação quando Ceres reapareceu um ano mais tarde na constelação de Virgem, quase
exatamente na posição prevista por Gauss. Mais tarde, um método foi popularizado pelo
engenheiro alemão Wilhelm Jordan em seu livro de Geodesia (a ciência da medição das formas
e dimensões da Terra) intitulado Handbuch der Vermessungskunde, publicado em 1888.
DETERMINANTES - DEFINIÇÃO
(I)
OBSERVAÇÃO
DETERMINANTES DE ORDEM 1 E 2
e =
EXEMPLOS
DETERMINANTES DE ORDEM 3
det(A) = =
Ou seja, det(A) = - + .
Resumidamente,
DEFINIÇÃO
OBSERVAÇÃO
EXEMPLOS
Calcule o determinante de A = e de B = .
COFATOR – DEFINIÇÃO
Na definição de determinante de uma matriz de ordem n foi usada a expressão (I) a qual
repetimos a seguir:
Chamaremos de cofator (i,j) de A ao número Cij dado por Cij = (-1)i+jdetAij. Assim, a
expressão passa a ser escrita como segue:
detA = + + + ... +
OBSERVAÇÕES
detA = + + + ... + .
onde é a matriz que se obtém quando são retiradas, ao mesmo tempo, a i-ésima linha e a j-
ésima coluna. Ou seja, é a matriz obtida pela supressão da linha e da coluna que contêm a
entrada .
Considere o caso em que i = n e j = n. Decorre que a soma das parcelas de detA contendo
é:
= (-1)n+ndetAnn = detAnn =
EXEMPLO
Solução:
Utilizaremos a terceira coluna porque ela contém três zeros que facilitarão o cálculo dos
cofatores correspondentes. Assim, expandindo ao longo da terceira coluna obtemos
Os cálculos acima foram feitos pela expansão em cofatores ao longo da segunda coluna.
123
2º passo – Usando como pivô, use operações elementares com as linhas (colunas) para
OBSERVAÇÕES
(b) Se uma linha (coluna) de A for multiplicada por k formando B, então detB =
kdetA;
(c) Se um múltiplo de uma linha (coluna) de A for somada à outra linha formando
uma matriz B, então detB = detA.
Demonstração25:
(a) Fazendo a prova no caso em que foram trocadas duas colunas. Seja a transposição
que troca os dois índices correspondentes às duas colunas de A que foram trocadas.
Se A = eB= , então . Logo, dada qualquer permutação ,
=
Como a transposição é uma permutação ímpar, sgn ( = (sgn (sgn = - sgn
. Assim, decorre que sgn = - sgn ( , e portanto,
=- .
Contudo, quando percorre todos os elementos de , também percorre todos os
elementos de .
Nossa conclusão é que =-
(b) Se a j-ésima linha de A for multiplicada por k, então cada parcela de será
multiplicada por k, portanto, . Ou seja,
= =k =k
(c) Suponha que à j-ésima linha de A somamos c vezes a k-ésima linha de A. Usando o
símbolo ^ para denotar a j-ésima posição numa parcela do determinante, temos
= =
=c +
A primeira parte da primeira soma é o determinante de uma matriz cujas k-ésima e j-
ésima linhas são iguais. Assim, já sabemos que essa soma é nula. A segunda soma é o
determinante de A.
Assim, = c.0 + = .
EXEMPLO
A= .
Usamos como pivô o elemento e colocamos zeros nas outras posições da terceira
coluna, ou seja, aplicamos as operações elementares com as linhas «substituir R1 por -2R2 +
R1», «substituir R3 por 3R2 + R3» e «substituir R4 por R2 + R4». Pelo teorema T22 (c), o valor do
determinante de A não se alterará. Desta forma,
= = .
25
Baseada em LIPSCHUTZ, Seymour & LIPSON, Marc. Álgebra Linear, 4ª ed. Porto Alegre: Bookman,
2011, p. 291, exercícios 8.23 e 8.25.
125
Daqui em diante, vamos expandir a terceira coluna. Em outras palavras, vamos suprimir
todos os termos iguais a zero e usamos o fato de que o sinal do menor = = .
Assim,
= = = (4 – 18 + 5 – 30 – 3 +4) = ( 38) = 38
ATIVIDADES PROPOSTAS IV
III. C= ;
IV. D= ;
V. E=
I.
26
Questão baseada em LAY, David C. Álgebra Linear e suas aplicações, 2ª ed. Rio de Janeiro: LTC,
2007, p. 179.
126
II.
III.
IV.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
11.
12.
27
Questões disponíveis em LAY, David C. Álgebra Linear e suas aplicações, 2ª ed. Rio de Janeiro: LTC,
2007, p. 194.
28
Questões disponíveis em LAY, David C. Álgebra Linear e suas aplicações, 2ª ed. Rio de Janeiro: LTC,
2007, p. 194.
29
Questões disponíveis em LAY, David C. Álgebra Linear e suas aplicações, 2ª ed. Rio de Janeiro: LTC,
2007, p. 179.
127
13.
14.
15.
30 Questão disponível em BOLDRINI et al, Álgebra Linear, 3ª ed. São Paulo: Harper & Row do Brasil,
1980, p. 90.
31 Questão disponível em SMOLE, Kátia Stocco & DINIZ, Maria Ignez. Matemática: Ensino Médio. São
Paulo: Saraiva, 2013, p. 318.
128
SISTEMAS LINEARES
UM POUCO DE HISTÓRIA...32
32
Texto: “Origem dos Sistemas Lineares e Determinantes.” Disponível em
<http://www.somatematica.com.br/historia/sistemas.php>. Acesso em 29 set. 2015.
129
teorema de Laplace, que permite a expansão de um determinante através dos menores de r filas
escolhidas e seus respectivos complementos algébricos, foi demonstrado no ano seguinte pelo
próprio Laplace num artigo que, a julgar pelo título, nada tinha a ver com o assunto: "Pesquisas
sobre o cálculo integral e o sistema do mundo".
O termo determinante, com o sentido atual, surgiu em 1812 num trabalho de Cauchy
sobre o assunto. Neste artigo, apresentado à Academia de Ciências, Cauchy sumariou e
simplificou o que era conhecido até então sobre determinantes, melhorou a notação (mas a atual
com duas barras verticais ladeando o quadrado de números só surgiria em 1841 com Arthur
Cayley) e deu uma demonstração do teorema da multiplicação de determinantes — meses antes
J. F. M. Binet (1786-1856) dera a primeira demonstração deste teorema, mas a de Cauchy era
superior.
Além de Cauchy, quem mais contribuiu para consolidar a teoria dos determinantes foi o
alemão Carl G. J. Jacobi (1804-1851), cognominado às vezes "o grande algorista". Deve-se a ele
a forma simples como essa teoria se apresenta hoje elementarmente. Como algorista, Jacobi era
um entusiasta da notação de determinante, com suas potencialidades. Assim, o importante
conceito de jacobiano de uma função, salientando um dos pontos mais característicos de sua
obra, é uma homenagem das mais justas.
EQUAÇÃO LINEAR
(I)
OBSERVAÇÕES
EXEMPLOS
c.
d. 7 – 9 – 4 = e – = são exemplos de equações lineares, pois
podem ser escritas na forma da equação (I):
8 –9 =4e – - =0
Denomina-se solução de uma equação linear como visto em (I) à lista de valores para as
incógnitas de tal forma que seja verdadeira a seguinte afirmação
EXEMPLO
(II)
OBSERVAÇÃO
= (III)
131
EXEMPLOS
1)
2)
sistema linear. Ambos são um sistema do tipo , por apresentarem duas equações com três
incógnitas.
CONJUNTO SOLUÇÃO
EXEMPLO
OBSERVAÇÕES
No sistema de m equações e n incógnitas, como os apresentados em (II) e (III) acima, temos que
são, respectivamente, a matriz de coeficientes do sistema e a matriz aumentada (ou ampliada) do sistema.
134
OBSERVAÇÕES
é
uma combinação linear das equações do sistema associado.
EXEMPLO
Teorema T 23: Dois sistemas de equações lineares têm as mesmas soluções se, e só se, cada equação
de cada sistema é uma combinação linear de equações do outro sistema.
OBSERVAÇÃO
MATRIZES ELEMENTARES
Uma matriz elementar é uma matriz obtida a partir da identidade, através da aplicação de
uma operação elementar com linhas.
Teorema T 24 – Se A é uma matriz, o resultado da aplicação de uma operação com as linhas de A é
o mesmo resultado da multiplicação da matriz elementar E corresponde à operação com
linhas pela matriz A.
Corolário – Uma matriz elementar E1 é invertível se sua inversa é a matriz elementar E2,
que corresponde à operação com linhas inversa da operação efetuada por E1.
TEOREMA DE CRAMER
escrito na forma matricial A. X = C. Provemos que esta equação admite uma única solução.
Primeiro provemos que existe uma tal matriz X. Iniciemos pela hipótese de que D 0, ou
seja, o determinante de A é não nulo, logo A é uma matriz invertível. Consideremos X 0 = A-1. C
e provemos que esta é a única solução da equação matricial A. X = C.
Se utilizarmos resultados do estudo de matrizes poderemos escrever o produto A(A-1. C)
= (AA-1). C = In . C = C.
136
Agora vamos provar que X0 = A-1. C é solução única. Para tanto, admitamos que AX = C
tenha outra solução X1, isto é AX1 = C.
matriz A.
EXEMPLOS
o sistema tem uma única solução. Para determinar a solução façamos uso da regra de
Cramer acima (Teorema T2).
= - 4, = - 12 e = -8.
= = 1; e
Conclusão:
(1, 3, 2) é a única solução do sistema.
2. Use a Regra de Cramer para resolver o sistema33
33
Questão baseada em exemplo 1 de LAY, David C. Álgebra Linear e suas aplicações, 2ª ed. Rio de
Janeiro: LTC, 2007, p. 182.
137
OBSERVAÇÕES
Todo sistema linear que tem uma única solução é denominado sistema possível e
determinado.
SISTEMAS EQUIVALENTES
Dois sistemas de equações lineares são equivalentes se, e somente se, toda solução de
qualquer um dos sistemas também é solução do outro.
A seguir veremos como obter sistemas equivalentes de equações lineares. Faremos isso
por meio das operações elementares. Vejamos!
OPERAÇÕES ELEMENTARES34
34
Apresentação disponível em BOLDRINI et al. Álgebra Linear, p. 35-36, 1980, 3ª ed. São Paulo: Harbra
Ltda.
138
EXEMPLO
acima. Assim,
seja, .
OBSERVAÇÃO
EXEMPLO
Teorema T 26 – Dois sistemas que possuem matrizes ampliadas equivalentes são equivalentes (em
outras palavras, se um sistema de equações lineares é obtido de outro sistema por uma
sequência finita de operações elementares, então os dois sistemas têm as mesmas
soluções)
Demonstração:
Seja L uma combinação linear das m equações com n incógnitas do sistema
= (I)
139
= ( i = 1, 2, 3, ...., m) (II)
( =
) + ... + )=
ESCALONAMENTO DE SISTEMAS
Dizemos que um sistema linear está na forma escalonada se em cada equação existe pelo
menos um coeficiente não nulo e o número de coeficientes nulos, antes do primeiro coeficiente
não nulo, aumenta de equação para equação.
EXEMPLOS
e
140
Some -2 vezes a primeira equação à segunda para Some -2 vezes a primeira linha à segunda
Some -3 vezes a primeira equação à terceira para Some -3 vezes a primeira linha à terceira
Multiplique a segunda equação por ½ para obter Multiplique a segunda linha por ½ para
obter
Some -3 vezes a segunda equação à terceira para Some -3 vezes a segunda linha à terceira
Multiplique a terceira equação por -2 para obter Multiplique a terceira linha por -2 para
obter
Some – 1 vezes a segunda equação à primeira Some – 1 vezes a segunda linha à primeira
Some – 11/2 vezes a terceira equação à primeira e Some – 11/2 vezes a terceira linha à
7/2 vezes a terceira equação à segunda para obter primeira e 7/2 vezes a terceira linha à
(Fonte: Baseada em LIPSCHUTZ, Seymour & LIPSON, Marc. Álgebra Linear, 4ª ed. Porto Alegre:
Bookman, 2011, p. 63 e 64, exemplo 6.)
O que vemos no quadro anterior é que o sistema linear foi resolvido e a solução é x = 1, y
OBSERVAÇÕES
Uma matriz escalonada por linhas deve atender às seguintes propriedades:
1. Todas as linhas não-nulas estão acima de qualquer linha só de zeros;
2. O elemento líder (é o primeiro elemento não nulo considerado da esquerda
para a direita) de cada linha está numa coluna à direita do elemento líder da
linha acima;
3. Todos os elementos de uma coluna abaixo de um elemento líder são zeros.
Uma matriz em forma escalonada que satisfaz às seguintes condições adicionais
(4 e 5, a seguir) se diz uma matriz na forma escalonada reduzida:
4. O elemento líder de cada linha não-nula é 1;
5. Cada elemento líder 1 é único elemento não-nulo em sua coluna.
(Fonte: LAY, David C. Álgebra Linear e suas aplicações, 2ª ed. Rio de Janeiro: LTC, 2007).
EXEMPLOS
escalonado, gerado a partir desse sistema, tenha o número de equações igual ao número de
incógnitas.
Assim, teremos que o sistema passa a ser
S=
A= .
anterior, fornece o valor de . Assim, repetindo esse procedimento serão obtidos todos os
valores de .
Considere agora que o número de equações é menor que o número de incógnitas, ou seja,
o sistema é do tipo
, com m < n.
Tomando as variáveis livres (incógnitas que não aparecem no começo de nenhuma das
equações) e transpondo-as para o segundo membro, o sistema obtido será formado pelas
incógnitas do primeiro membro das equações. Atribuindo valores a cada incógnita do segundo
membro, formaremos um sistema do tipo anterior. Desta forma, é determinado e sua solução é a
solução do sistema. Esse procedimento pode se estender infinitamente o que gera do sistema
original um número infinito de soluções. Conclui-se que um sistema deste tipo é possível e
indeterminado.
O número de variáveis livres num sistema define o grau de indeterminação do sistema.
EXEMPLOS
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
Solução:
do escalonamento.
2. Escalone o sistema
Solução:
Para escalonar um sistema, devemos:
1º - colocar como primeira equação aquela em que o coeficiente da primeira incógnita é
não nulo.
2º - anular o coeficiente da primeira incógnita de todas as equações (exceto a primeira
equação), substituindo da segunda equação em diante pela soma da mesma com a primeira
multiplicada por um número conveniente.
3º - deixar de lado a primeira equação e aplicar o primeiro e o segundo passos, anteriores,
na segunda equação.
4º - deixar de lado a primeira e segunda equações e aplicar o primeiro e o segundo passos,
acima, nas equações restantes, até ficar com todo o sistema escalonado.
Considere a matriz aumentada correspondente ao sistema dado:
A=
Substituir a segunda linha (L2) por (-2)L1 +L2. Como podemos ver na matriz a seguir:
A=
Em seguida, substituir a terceira linha (L3) por (-3)L1 + L3, ficando como a matriz a
seguir:
A=
A=
Em seguida, na matriz equivalente substituir a terceira linha (L3) por (7)L2 + L3, o que
resulta na matriz a seguir:
A=
A=
Conclusão: x = 1, y = 3 e z = 2.
Solução:
D= =
D=0⇔ ⇔ m = 1 ou m = 4
⇔ ⇔
Colocando , temos .
Para , vem:
147
⇔ ⇔
Colocando , temos e .
Resumindo:
e ⟹ sistema possível e determinado e V = (0, 0, 0).
⟹ sistema possível e indeterminado e V = { / };
⟹ sistema possível e indeterminado e V = { / }.
ATIVIDADES PROPOSTAS V
a.
b.
c.
d. .
2. (UFMG)36 Uma prova de múltipla escolha com 60 questões foi corrigida da seguinte
forma: o aluno ganhava 5 pontos por questão que acertava e perdia 1 ponto por questão que
35
Questão baseada em SMOLE, Kátia Stocco & DINIZ, Maria Ignez. Matemática: ensino médio. Vol.
2, 9ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013, p. 323.
148
errava ou deixava em branco. Se um aluno totalizou 210 pontos, qual o número de questões
que ele acertou?
3. (Unirio – RJ) Em um escritório de advocacia trabalham apenas dois advogados e uma
secretária. Como o Dr. André e o Dr. Carlos sempre advogam em causas diferentes, a
secretaria Cláudia coloca 1 grampo em cada processo do Dr. André e 2 grampos em cada
processo do Dr. Carlos, para diferenciá-los facilmente no arquivo. Sabendo-se que, ao todo,
são 78 processos nos quais foram usados 110 grampos. Calcule o número de processos do
Dr. Carlos.
4. (Unifor – CE) Um pacote tem 48 balas: algumas de hortelã e as demais de laranja. Se a
terça parte correspondente ao dobro do número de balas de hortelã excede a metade do de
laranjas em 4 unidades, determine o número de balas de hortelã e laranja.
36
Questões 2 a 4 disponíveis em <http://exercicios.brasilescola.com/exercicios-matematica/exercicios-
sobre-sistema-duas-equacoes.htm>.
149
REFERÊNCIAS