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Avaliação Geriátrica Ampla (AGA)

 SUMÁRIO

AVALIAÇÃO GERIÁTRICA AMPLA ...................................................................................... 3


ÍNDICE DE VULNERABILIDADE CLÍNICO- FUNCIONAL (IVCF) ............................................ 4
COMPONENTES DA AVALIAÇÃO GERIÁTRICA AMPLA ...................................................... 6
Identificação.................................................................................................................. 6
Revisão de diagnósticos e medicamentos .................................................................... 6
Dimensão funcional ...................................................................................................... 7
Avaliação neuropsicológica breve .............................................................................. 10
Avaliação nutricional................................................................................................... 12
Fatores de risco cardiovascular e uso de álcool ......................................................... 13
Déficits sensoriais e sono ............................................................................................ 14
Status vacinal .............................................................................................................. 15
Suporte social.............................................................................................................. 15
REFERÊNCIAS .................................................................................................................. 18

2
 AVALIAÇÃO GERIÁTRICA AMPLA
A avaliação clínica deve ser individualizada em cada fase da vida. Não há sentido em se usar o arsenal
semiotécnico do recém-nascido para um paciente adolescente. Assim também ocorre em relação
ao idoso. Muitas condições peculiares nessa faixa etária, como as demências e as quedas, passam
despercebidas ou são mal dimensionadas pela avaliação clínica padrão. O processo diagnóstico e,
por vezes de direcionamento terapêutico do idoso é conhecido como “Avaliação Geriátrica Ampla”
(AGA). A AGA começou a ser utilizada no Reino Unido, no final da década de trinta, com base no
trabalho da médica britânica Marjory Warren.1Em 1936, ela assumiu a chefia de uma unidade do
West Middlesex County Hospital, de pacientes crônicos, acamados, para os quais se acreditava que
permaneceriam na instituição pelo resto de suas vidas. Por meio da avaliação sistemática, com
detalhado trabalho diagnóstico, apoio da enfermagem e da reabilitação, muitos deles receberam
alta do hospital.

A AGA é sempre multidimensional, frequentemente interdisciplinar e tem por objetivo determinar


as deficiências e incapacidades apresentadas pelo idoso, objetivando o planejamento do cuidado e
de acompanhamento a longo prazo.2 Ela integra o processo clínico padrão, mas enfatiza a avaliação
da capacidade funcional e da qualidade de vida. Parâmetros objetivos de avaliação, com escalas e
questionários padronizados, são muitas vezes empregados para esse fim. Os benefícios e utilidades
da AGA podem ser vistos na tabela 1.

TABELA 1. Benefícios potenciais da AGA


Para o indivíduo Para populações
a. Serve como parâmetro objetivo em estudos
a. Complementa o exame clínico tradicional e clínicos de avaliação da capacidade funcional e
melhora a precisão diagnóstica; a qualidade de vida;
b. Determina o grau e a extensão da b. Identifica populações de risco;
incapacidade (motora, mental, psíquica);
c. Direciona investimentos em qualidade de vida
c. Identifica risco de declínio funcional; e bem-estar;
d. Permite uma avaliação de riscos e d. Norteia o planejamento de ações e políticas
possibilidades no estado nutricional; públicas de saúde.
e. Serve de guia para a escolha de medidas que
visam restaurar e preservar a saúde
(farmacoterapia, fisioterapia, terapia
ocupacional, psicoterapia);
f. Identifica fatores que predispõem à iatrogenia
e permite estabelecer medidas para sua
prevenção;
g. Estabelece parâmetros para o
acompanhamento do paciente;
h. Serve de orientação para mudanças e
adaptações no ambiente em que o paciente
vive. (Ex.: instalação de barras de apoio nos
banheiros, elevação dos assentos dos vasos
sanitários, aumento da iluminação, troca de
degraus por rampas);
i. Estabelece critérios para a indicação de
internação hospitalar ou em instituição de
longa permanência (asilo).

3
 ÍNDICE DE VULNERABILIDADE CLÍNICO- FUNCIONAL (IVCF)
O primeiro passo para identificar qual paciente idoso mais se beneficiaria da AGA, é a estratificação
em níveis de risco para declínio funcional. Uma das formas é a ferramenta IVCF3. Trata-se de um
instrumento conciso, fácil de ser utilizado e que possui boa correlação com a AGA.

O IVCF avalia oito dimensões: a idade, a auto-percepção da saúde, as atividades de vida diária (três
AVD instrumentais e uma AVD básica), a cognição, o humor/comportamento, a mobilidade (alcance,
preensão e pinça; capacidade aeróbica/muscular; marcha e continência esfincteriana), a
comunicação (visão e audição) e a presença de comorbidades múltiplas, representada por
polipatologia, polifarmácia e/ou internação recente. As perguntas podem ser respondidas pelo
idoso ou por alguém que conviva com ele. É importante que as respostas sempre sejam confirmadas
pelos cuidadores, pois, muitas vezes, o idoso com déficit cognitivo pode não perceber o problema
e não apresentar queixa de memória ou de perda funcional nas atividades de vida diária. Cada
pergunta recebe uma pontuação específica, de acordo com o desempenho do idoso, no total de 40
pontos. Além das perguntas, algumas medidas, como a circunferência da panturrilha, a velocidade
da marcha e o peso/índice de massa corporal, são incluídas para aumentar o valor preditivo do
instrumento.

A pontuação gera três classificações: de 0 a 6 pontos, o idoso tem provavelmente baixa


vulnerabilidade clínico-funcional, e não necessita de avaliação e acompanhamento especializados;
de 7 a 14 pontos, verifica-se risco aumentado de vulnerabilidade, que vai apontar necessidade de
avaliação mais ampla e atenção para identificação e tratamento apropriado de condições crônicas;
com 15 ou mais pontos, considera-se alto risco de vulnerabilidade ou mesmo fragilidade instalada,
que exigem avaliação ampliada, de preferência por equipe especializada em cuidado geriátrico-
gerontológico e com suporte psicossocial.

4
QUADRO 1. Índice de vulnerabilidade clínico-funcional
ÍNDICE DE VULNERABILIDADE CLÍNICO-FUNCIONAL-20 (IVCF-20)
MARCADORES
MARCADORES DE DE VULNERABILIDADE
VULNERABILIDADE CLÍNICO-FUNCIONAL
CLÍNICO-FUNCIONAL
·· Todas
Todas as respostas devem ser
as respostas devem ser confirmadas
confirmadas por
por alguém
alguém que
que conviva
conviva com
com oo idoso.
idoso. Pontuação
Pontuação
·· Nos idosos incapazes de responder, utilizar as respostas do cuidador.
Nos idosos incapazes de responder, utilizar as respostas do cuidador.
60
60 a
a 74
74 anos
anos 0
0
IDADE
IDADE 1.
1. Qual
Qual é
éaa sua
sua idade?
idade? 75
75 a
a 84
84 anos
anos 1
1

≥ 85
85 anos
anos 3
3
Excelente,
Excelente,
AUTO-PERCEPÇÃO
AUTO-PERCEPÇÃO DA
DA 2.
2. Em
Em geral,
geral, comparando
comparando com
com outras
outras pessoas
pessoas de
de sua
sua muito
muito boa
boa ou
ou 0
0
SAÚDE
SAÚDE idade,
idade, você
você diria
diria que
que sua
sua saúde
saúde é:
é: boa
boa
Regular
Regular ou
ou ruim
ruim 1
1
3.
3. Por
Por causa
causa de
de sua
sua saúde
saúde ou
ou condição
condição física,
física, você
você deixou
deixou de
de fazer
fazer compras?
compras?
(( )) Sim
Sim 4
4
AVD
AVD Instrumental
DIÁRIA

Instrumental
VIDA DIÁRIA

(( )) Não
Não ou
ou não
não faz
faz compras
compras por
por outros
outros motivos
motivos que
que não
não a
a saúde
saúde 0
0
Respostas
Respostas positivas
positivas
valem
valem 4 4 pontos
pontos cada.
cada. 4.
4. Por
Por causa
causa de
de sua
sua saúde
saúde ou
ou condição
condição física,
física, você
você deixou
deixou de
de controlar
controlar seu
seu dinheiro,
dinheiro,
Todavia,
Todavia, aa pontuação
pontuação gastos
gastos ou
ou pagar
pagar as
as contas
contas de
de sua
sua casa?
casa?
DE VIDA

máxima
máxima é é de
de 44 pontos,
pontos, (( )) Sim 4
Sim 4
mesmo
mesmo que que oo idoso
idoso
tenha (( )) Não
Não ou
ou não
não controla
controla o
o dinheiro
dinheiro por
por outros
outros motivos
motivos que
que não
não a
a saúde
saúde 0
0
tenha respondido
respondido simsim
ATIVIDADES DE

para
para todas
todas as
as três
três 5.
5. Por causa de sua saúde ou condição física, você deixou de realizar pequenos
Por causa de sua saúde ou condição física, você deixou de realizar pequenos
atividades
atividades dede vida trabalhos
trabalhos domésticos,
domésticos, como
como lavar
lavar louça,
louça, arrumar
arrumar a a casa
casa ou
ou fazer
fazer limpeza
limpeza leve?
ATIVIDADES

vida leve?
diária.
diária. (( )) Sim 4
Sim 4
(( )) Não
Não ou
ou não
não faz
faz mais
mais pequenos
pequenos trabalhos
trabalhos domésticos
domésticos por
por outros
outros motivos
motivos 0
0
que
que não
não aa saúde
saúde
6.
6. PorPor causa
causa de
de sua
sua saúde
saúde ou
ou condição
condição física,
física, você
você deixou
deixou de
de tomar
tomar banho
banho sozinho?
sozinho?
AVD
AVD Básica
Básica
Resposta
Resposta positiva
positiva vale
vale (( )) Sim
Sim 6
6
6
6 pontos.
pontos. (( )) Não 0
Não 0
Sim
Sim Não
Não
7.
7. Algum
Algum familiar
familiar ou
ou amigo
amigo falou
falou que
que você
você está
está ficando
ficando esquecido?
esquecido? 1
1 0
0
8.
8. Este
Este esquecimento está piorando
esquecimento está piorando nos
nos últimos meses?
últimos meses? 1
1 0
0
COGNIÇÃO
COGNIÇÃO
9.
9. Este
Este esquecimento
esquecimento está
está impedindo
impedindo a
a realização
realização de
de alguma
alguma atividade
atividade do
do 2
2 0
0
cotidiano?
cotidiano?
10.
10. NoNo último
último mês,
mês, você
você ficou
ficou com
com desânimo,
desânimo, tristeza
tristeza ou
ou desesperança?
desesperança? 2
2 0
0
HUMOR
HUMOR 11.
11. NoNo último
último mês,
mês, você
você perdeu
perdeu o o interesse
interesse ou
ou prazer
prazer em
em atividades
atividades 2
2 0
0
anteriormente
anteriormente prazerosas?
prazerosas?
Alcance,
Alcance, preensão
preensão e
e 12.
12. Você
Você é
é incapaz
incapaz de
de elevar
elevar os
os braços
braços acima
acima do
do nível
nível do
do ombro?
ombro? 1
1 0
0
pinça
pinça 13.
13. Você
Você é
é incapaz
incapaz de
de manusear
manusear ouou segurar
segurar pequenos
pequenos objetos?
objetos? 1
1 0
0
14.
14. Você
Você tem
tem alguma
alguma das
das três
três condições
condições abaixo
abaixo relacionadas?
relacionadas?
·· Perda
Perda de
de peso
peso não
não intencional
intencional dede 4,5
4,5 kg
kg ou
ou 5%
5% dodo peso
peso corporal
corporal no
no
MOBILIDADE
MOBILIDADE

Capacidade aeróbica último


último ano
ano ou
ou 6
6 kg
kg nos
nos últimos
últimos 6
6 meses
meses ou
ou 3
3 kg
kg no
no último
último mês
mês (( );
);
Capacidade aeróbica 2 0
e 2 2 0
e /ou
/ou muscular
muscular ·· IMC
IMC menor
menor que
que 22
22 kg/m
kg/m2 (( ););
·· Circunferência
Circunferência da
da panturrilha
panturrilha < < 31
31 cm
cm (( );
);
·· Tempo
Tempo gasto
gasto no
no teste
teste de
de velocidade
velocidade da
da marcha
marcha (4m)
(4m) >
>55 segundos
segundos (( ).
).
15.
15. Você
Você tem
tem dificuldade
dificuldade para
para caminhar
caminhar capaz
capaz de
de impedir
impedir a
a realização
realização de
de 2
2 0
0
Marcha
Marcha alguma
alguma atividade
atividade do
do cotidiano?
cotidiano?
16.
16. Você
Você teve
teve duas
duas ouou mais
mais quedas
quedas no
no último
último ano?
ano? 2
2 0
0
Continência
Continência 17.
17. Você
Você perde
perde urina
urina ou
ou fezes,
fezes, sem
sem querer,
querer, em
em algum
algum momento?
momento? 2
2 0
0
esfincteriana
esfincteriana
18.
18. Você
Você tem
tem problemas
problemas de
de visão
visão capazes
capazes dede impedir
impedir a
a realização
realização de
de
alguma
alguma atividade
atividade do
do cotidiano?
cotidiano? 2 0
2 0
·· ÉÉ permitido
permitido o
o uso
uso de
de óculos
óculos ou
ou lentes
lentes de
de contato
contato
COMUNICAÇÃO
COMUNICAÇÃO 19.
19. Você
Você tem
tem problemas
problemas dede audição
audição capazes
capazes de
de impedir
impedir a
a realização
realização de
de
alguma
alguma atividade
atividade do
do cotidiano?
cotidiano? 2 0
2 0
·· É
É permitido
permitido o
o uso
uso de
de aparelhos
aparelhos de
de audição
audição
20.
20. Você
Você tem
tem alguma
alguma das
das três
três condições
condições abaixo
abaixo relacionadas?
relacionadas?
COMORBIDADES
COMORBIDADES ·· Cinco ou mais doenças crônicas;
Cinco ou mais doenças crônicas; 4
4 0
0
MÚLTIPLAS
MÚLTIPLAS ·· Uso
Uso regular
regular de
de cinco
cinco ou
ou mais
mais medicamentos
medicamentos diferentes,
diferentes, todo
todo dia;
dia;
·· Internação
Internação recente,
recente, nos
nos últimos
últimos 6
6 meses.
meses.
Pontuação
Pontuação Final
Final 40
40 pontos
pontos

5
 COMPONENTES DA AVALIAÇÃO GERIÁTRICA AMPLA
Uma vez identificados os indivíduos de moderado e alto risco clínico-funcional, é essencial a AGA.
Existem diversos modelos disponíveis no Brasil.4,5,6 De forma a avaliar cada um de seus
componentes, descreveremos em detalhes aqui o modelo sugerido pela Sociedade Brasileira de
Geriatria e Gerontologia (SBGG), disponível no site da sociedade.7

Identificação

QUADRO 2. Identificação na AGA de acordo com a SBGG

Na identificação, já é possível perceber nuances da avaliação do idoso. A situação conjugal e o local


de residência podem ser marcadores de vulnerabilidade social e de saúde, na medida em que viúvos
e residentes de instituições de longa permanência tendem a ter piores desfechos em várias
condições de saúde.8,9 Outros pontos relevantes são a escolaridade e as fontes de renda, medidas
para acesso e aderência aos tratamentos.10,11 Aspectos religiosos são importantes, tanto pelo
engajamento social, quanto na perspectiva da preparação para o fim da vida.12

Revisão de diagnósticos e medicamentos

QUADRO 3. Diagnósticos e listagem de medicamentos na AGA - SBGG

6
Na pessoa idosa, a presença de comorbidades é a regra. A coexistência de mais de uma doença
torna novos diagnósticos e as intervenções terapêuticas mais complexos.13 Um inventário com os
problemas mais relevantes para aquele indivíduo norteia as futuras condutas, bem como permite a
comunicação com outros integrantes da equipe que assistem o paciente, assim como o
estadiamento de cada uma das principais doenças.
Entre as intervenções em saúde, o uso de medicamentos é a principal forma de iatrogenia no
idoso.14Pessoas idosas frequentemente utilizam muitos medicamentos, prescritos por diferentes
médicos, adquiridos de parentes ou nas farmácias, o que aumenta o risco de interações
medicamentosas e eventos adversos. Todos os fármacos em uso devem ser revistos a cada encontro
com o paciente. O melhor método para se detectar risco de problemas relacionados a
medicamentos é pedir ao idoso que traga todos medicamentos à consulta, incluindo vitaminas,
herbais e aqueles adquiridos por outra via que não a prescrição médica. Polifarmácia é o termo que
indica o uso concomitante de cinco ou mais medicamentos, que marca o aumento do risco de
eventos adversos relacionados a fármacos.15

Dimensão funcional

QUADRO 4. Avaliação funcional na AGA - SBGG

Funcionalidade é a capacidade de gerir a própria vida e de cuidar de si mesmo. Uma pessoa é


considerada saudável quando é capaz de realizar suas atividades sozinha, de forma independente e
autônoma, ainda que tenha doenças.16 A perda de funcionalidade não é natural à medida que
envelhecemos e exige investigação e intervenções apropriadas. Um idoso deve ser avaliado em três

7
níveis de funcionalidade:17 nas atividades da vida diária (AVD´s) básicas, aquelas desempenhadas
para o autocuidado; as AVD´s instrumentais, aquelas relativas à habilidade para manter de modo
independente as atividades domésticas; as AVD´s avançadas, relativas aos papeis sociais,
comunitário ou laboral. A seguir, relacionamos, nas tabelas 2 e 3, dois instrumentos simples de
avaliação das AVD´s básicas e instrumentais, amplamente utilizadas no nosso meio e indicadas na
diretriz da SBGG.
TABELA 2. Índice de Barthel de independência nas atividades básicas da vida diária18

Atividade Escore Pontuação do paciente


0 = incapacitado
5 = precisa de ajuda para cortar, passar
Alimentação manteiga, etc, ou dieta modificada
10 = independente
0 = dependente
Banho
5 = independente (ou no chuveiro)
0 = precisa de ajuda com higiene pessoal
Atividades rotineiras
5 = independente rosto/cabelo/dentes/barbear
0 = dependente
5 = precisa de ajuda, mas consegue fazer uma
Vestir-se parte sozinho
10 = independente (incluindo botões, zipers,
laços, etc.)
0 = incontinente ou cateterizado e incapaz de
manejo
Sistema urinário 5 = acidente ocasional
10 = continente
0 = incontinente (necessidade de enemas)
Intestino 5 = acidente ocasional
10 = continente
0 = dependente
Uso do banheiro 5 = precisa de alguma ajuda parcial
10 = independente (pentear-se, limpar-se)
0 = incapacitado
Transferência (da 5 = muita ajuda (uma ou duas pessoas, física),
cama para a cadeira e pode sentar
vice-versa) 10 = pouca ajuda
15 = independente
0 = imóvel ou < 50m
5 = cadeira de rodas independente, incluindo
Mobilidade (em esquinas, > 50m
superfícies planas) 10 = caminha com ajuda de uma pessoa (verbal
ou física), > 50m
15 = independente (pode precisar de alguma
ajuda, como exemplo, bengala), > 50m
0 = incapacitado
Escadas 5 = precisade ajuda (verbal, física ou ser
carregado)
10 = independente
Total

8
TABELA 3. Escala de Lawton/Brodyde atividades instrumentais da vida diária19

Pontuação
Ação (máximo 1 ponto por
ação)
1-Utilização do telefone
Utiliza o telefone por iniciativa própria. 1
É capaz de ligar facilmente para alguns números familiares. 1
É capaz de pedir para telefonar, mas não é capaz de ligar. 1
Não é capaz de usar o telefone. 0
2- Fazer compras
Realiza todas as compras necessárias independentemente. 1
Realiza independentemente pequenas compras. 0
Necessita ser acompanhado para fazer qualquer compra. 0
É totalmente incapaz de comprar. 0
3-Preparação das refeições
Organiza, prepara e serve as refeições sozinho e adequadamente. 1
Prepara adequadamente as refeições se os alimentos são fornecidos. 0
Prepara, aquece e serve as refeições, mas não segue uma dieta adequada. 0
Necessita que lhe preparem e sirvam as refeições. 0
4- Cuidados da casa
Mantém a casa sozinho ou com ajuda ocasional (trabalhos pesados). 1
Realiza tarefas ligeiras, como lavar pratos ou fazer a cama. 1

Realiza tarefas ligeiras, mas não pode manter um nível adequado de limpeza. 1

Necessita de ajuda em todas as tarefas. 0


Não participa em nenhuma tarefa doméstica. 0
5- Lavagem da roupa
Lava sozinho toda a sua roupa. 1
Lava sozinho pequenas peças de roupa. 1
A lavagem da roupa tem de ser feita por terceiros. 0
6- Utilização de meios de transporte
Viaja sozinho em transporte público ou conduz o seu próprio carro. 1
É capaz de apanhar um táxi, mas não usa outro transporte. 1
Viaja em transportes públicos quando vai acompanhado. 1
Só utiliza o táxi ou o automóvel com ajuda de terceiros. 0
Não utiliza nenhum meio de transporte. 0
7- Manejo da medicação
É capaz de tomar a medicação à hora e em doses corretas. 1
Toma a medicação se a dose for preparada previamente. 0
Não é capaz de administrar a sua medicação. 0
8- Capacidade para lidar com finanças
Encarrega-se de assuntos financeiros sozinho. 1
Realiza as compras diárias, mas necessita de ajuda em grandes compras e no
1
banco.
Incapaz de manusear o dinheiro. 0

9
Interpretação (Mulher) Homem: Total de pontos
0-1 Dependência total 0 Dependência total
2-3 Dependência grave 1 Dependência grave
4-5 Dependência moderada 2-3Dependência moderada
6-7 Dependência leve 4 Dependência leve
8 Independente 5 Independente

Ressalta-se aqui a pesquisa de incontinências, condições comuns e com grave repercussão na vida
do idoso. São definidas como a perda involuntária de urina ou de fezes, quase sempre com
problemas sociais graves.20 Isoladamente, o envelhecimento não causa incontinências. Sua
intensidade pode variar desde episódios ocasionais de gotejamento de pequenas quantidades de
urina até a incontinência urinária (IU) e/ou fecal contínuas. A saúde física, o bem-estar psicológico,
as condições sociais e os custos com a assistência à saúde podem ser afetados negativamente pelas
incontinências. Muitas das incontinências são tratáveis, desde que devidamente reconhecidas. Mais
informações sobre esse problema na população geriátrica podem ser vistas em publicação das
Sessões Clínicas em Rede da Unimed-BH.21
Adicionalmente às medidas de avaliação de independência para AVD´s, é importante determinar o
risco de quedas, que está intrinsecamente relacionado à marcha. Por si só, a redução da mobilidade
e os distúrbios da marcha são marcadores de pior prognóstico no idoso.22,23 Todo idoso deve ser
inquirido ativamente quanto à ocorrência de quedas. Mais de um evento no último ano, uma ou
mais quedas com lesões secundárias, o idoso que refere desequilíbrio e o desequilíbrio detectado
no exame físico são preditores de risco aumentado de quedas e indicam necessidade de avaliação
pormenorizada.24 Testes específicos podem auxiliar na avaliação, sobretudo por torná-la mais
objetiva e para se observar resposta aos tratamentos. A descrição desses testes pode ser vista na
tabela 4.
TABELA 4. Testes de avaliação da marcha e da mobilidade

Teste Descrição Interpretação


Varia de acordo com o local (se hospital ou ambulatório).
Medida do tempo para se
percorrer linha reta em Velocidades abaixo de 0,74 m/s consideradas alteradas em
Velocidade da marcha25 idosos no ambulatório.
passo usual (distância
entre 2 e 15 metros) Quando reduzida, associa-se a vários desfechos negativos,
como hospitalização, quedas e morte.
Medida do tempo para Tempo < 10s= normal.
levantar-se de uma
Tempo entre 10 a 20s = associado a senescência,
cadeira (com braços),
Teste Timed up and go26 incapacidade prévia ou fragilidade.
andar três metros, virar-
se, retornar até a cadeira Tempo > 20s = marcha alterada, risco aumentado de
e sentar-se novamente quedas, incapacidade funcional significativa.

Avaliação neuropsicológica breve

A Incapacidade Cognitiva é um dos principais problemas da saúde do idoso. O termo cognição


refere-se ao conjunto das capacidades mentais superiores. Todas às vezes, em que há um
comprometimento dessas funções, capaz de prejudicar ou mesmo impedir a pessoa de gerir a

10
própria vida ou cuidar de si mesmo, há Incapacidade Cognitiva.27 Termos como “confusão” e
“lucidez” são muito amplos e imprecisos e têm pouca utilidade clínica.
Todo paciente acima de 60 anos, sobretudo aqueles com suspeita de Incapacidade Cognitiva, devem
ser avaliados globalmente, uma vez que comorbidades frequentemente são causa ou fator de piora
da cognição. A anamnese e o exame físico devem, portanto, ser abrangentes. O histórico de
medicamentos, o uso de drogas lícitas ou ilícitas, trauma crânio-encefálico e doenças psiquiátricas
devem ser investigados, assim como internações hospitalares e outras intervenções terapêuticas.
Também é fundamental a avaliação quanto à presença de depressão, uma vez que a mesma pode
ser causa ou associar-se a outras causas de deterioração da cognição. Instrumentos como a Escala
de Depressão Geriátrica28são úteis para rastreamento dessa condição (tabela 5).
TABELA 5. Escala de Depressão Geriátrica abreviada28
Não Sim
1. Você está satisfeito com sua vida? 1 0
2. Você abandonou muitos de seus interesses e atividades? 0 1
3. Você sente que sua vida está vazia? 0 1
4. Você se aborrece com frequência? 0 1
5. Você se sente de bom humor a maior parte do tempo? 1 0
6. Você tem medo que algum mal vá lhe acontecer? 0 1
7. Você se sente feliz a maior parte do tempo? 1 0
8. Você sente que sua situação não tem saída? 0 1
9. Você prefere ficar em casa a sair e fazer coisas novas? 0 1
10.Você se sente com mais problemas de memória do que a maioria? 0 1
11. Você acha maravilhoso estar vivo? 1 0
12.Você se sente um inútil nas atuais circunstâncias? 0 1
13.Você se sente cheio de energia? 1 0
14.Você acha que sua situação é sem esperanças? 0 1
15.Você sente que a maioria das pessoas está melhor que você? 0 1
Uma pontuação acima de 4 sugere o diagnóstico de depressão maior
Juntamente com a avaliação das atividades da vida diária e o rastreamento de depressão, testes
simples de avaliação da cognição podem ser realizados em qualquer contexto e fornecem
importantes parâmetros sobre o status cognitivo do idoso. A tabela 6 relaciona alguns dos testes
mais empregados, seus componentes e a maneira de interpretá-los. Deve ser ressaltado que
nenhum resultado dos testes de avaliação cognitiva comprova ou afasta definitivamente o
diagnóstico de demência. A avaliação global do quadro clínico, associado com a observação de
desempenho em atividades da vida diária é essencial. Mais informações sobre cada um dos testes
podem ser vistas em publicação anterior da Unimed-BH.29

11
TABELA 6. Principais testes de rastreamento de incapacidade cognitiva do idoso e com suas
características de aplicação27,28,29
Tempo aproximado de
Teste Funções que avalia aplicação
(em minutos)
Atenção, função executiva memória,
Mini-exame do estado
linguagem, gnosia, praxia, função 05/out
mental
visuoespacial
Atenção, função executiva, memória, praxia,
Teste do relógio 2
função visuoespacial
Atenção, memória semântica, linguagem,
Fluência verbal 3
função executiva
Atenção, função executiva memória, praxia,
Mini-Cog* 02/abr
função visuoespacial

* Combinação de repetição e evocação de três palavras, intercaladas pelo teste do relógio.

Avaliação nutricional

QUADRO 5. Avaliação nutricional na AGA - SBGG

O estado nutricional alterado associa-se a inúmeras doenças no idoso, piora seu prognóstico e
também a qualidade de vida.30 Por outro lado, um bom cuidado nutricional parece estar
diretamente relacionado ao envelhecimento bem-sucedido.31Há várias formas de se identificar o
idoso que se encontra em risco ou com comprometimento nutricional. A triagem pelo questionário
de Mini Avaliação Nutricional (tabela 7) pode ser um ponto de partida.

TABELA 7. Mini Avaliação Nutricional (Triagem)31


A - Nos últimos três meses houve diminuição da ingesta alimentar devido a perda de apetite,
problemas digestivos ou dificuldade para mastigar ou deglutir?
0 = diminuição severa da ingesta
1 = diminuição moderada da ingesta
2 = sem diminuição da ingesta
B - Perda de peso nos últimos meses:
0 = superior a três quilos
1 = não sabe informar
2 = entre um e três quilos
3 = sem perda de peso
C -Mobilidade
0 = restrito ao leito ou à cadeira de rodas
1 = deambula, mas não é capaz de sair de casa
2 = normal

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D - Passou por algum estresse psicológico ou doença aguda nos últimos três meses?
0 = sim 2 = não
E - Problemas neuropsicológicos
0 = demência ou depressão graves
1 = demência leve
2 = sem problemas psicológicos
F - Índice de massa corpórea (IMC = peso [kg] / estatura [m]2)
0 = IMC < 19
1 = 19 ≤ IMC < 21
2 = 21 ≤ IMC < 23
3 = IMC ≥ 23
Escore de triagem (subtotal, máximo de 14 pontos)
12 = pontos ou mais = normal; desnecessário continuar a avaliação
11 = pontos ou menos possibilidade de desnutrição; continuar a avaliação

O principal parâmetro antropométrico útil à avaliação nutricional no idoso é o índice de massa


corporal (IMC), obtido dividindo-se o peso corporal (kg) pela altura ao quadrado (m2). Tanto o baixo
peso quanto o sobrepeso têm efeitos deletérios conhecidos para a saúde geral. Importante ressaltar
que os valores do IMC aumentam com o passar da idade, uma vez que a adiposidade aumenta,
mesmo com o peso estável. Consequentemente, para os idosos, sugerem-se diretrizes de idade-
específica para o IMC, que compreende o intervalo entre 22 e 27kg/m2. Valores de IMC abaixo de
22 e acima de 27 devem ser considerados como risco potencial para deterioração da saúde geral.33
Outra medida útil, que avalia não somente o estado nutricional, mas também a capacidade
funcional e o risco de quedas, é a circunferência da panturrilha (CP). Uma CP inferior a 31 cm é
considerada, atualmente, o importante indicador clínico de sarcopenia, risco de incapacidade
funcional e de queda.34

Fatores de risco cardiovascular e uso de álcool

Apesar da prevalência de tabagismo hoje ser menor em idosos, quando comparados aos adultos
mais jovens, a carga tabágica maior implica maior risco para doenças relacionadas ao cigarro.35 Há
benefícios em parar de fumar, mesmo na idade avançada. Quando uma pessoa para de fumar aos
65 anos, estima-se que homens aumentem a expectativa de vida em 1,4-2,0 anos e mulheres, em
2,7-3,4 anos.36 Em pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica, sua maioria composta de
idosos, a melhora sintomática após a cessação do tabaco é evidente. O hábito de tabagismo deve
ser avaliado em toda pessoa idosa, assim como o aconselhamento e o tratamento para a cessação
do tabagismo.37
Aproximadamente, 15% dos idosos evoluem com problemas de saúde relacionados ao consumo de
álcool, sobretudo por sua interação com medicamentos e condições crônicas.38 Dois a quatro por
cento preenchem critérios para alcoolismo. O uso de bebidas alcoólicas pode impactar
negativamente na funcionalidade e na cognição.39 Fatores de risco para abuso de álcool em idosos
incluem luto, depressão, ansiedade, dor, incapacidade física e história prévia de abuso de bebidas
alcoólicas. O aconselhamento médico é efetivo na redução do uso de álcool e deve sempre ser

13
utilizado.38 Na medida em que não há níveis seguros ou benéficos para consumo de álcool bem
determinados, esse não deve ser uma recomendação para manutenção da saúde de idosos.39
QUADRO 6. Avaliação de fatores de risco cardiovascular e de uso de álcool na AGA – SBGG

Um idoso fisicamente ativo tende a ser mais saudável quando comparado ao sedentário. Os
benefícios da atividade física vão além da prevenção de doenças cardiovasculares.40 Qualquer
quantidade de atividade física é melhor que nenhuma e nunca é tarde para se tornar fisicamente
ativo. Portanto, é essencial delimitar o tipo, a frequência e a intensidade das atividades físicas
praticadas, incluindo as aeróbicas, de flexibilidade, fortalecimento muscular e equilíbrio.41 O
incentivo à prática de atividades físicas para o idoso sedentário deve ser sempre feito, adaptadas às
condições crônicas e de funcionalidade de cada indivíduo.

Déficits sensoriais e sono

QUADRO 7. Avaliação de déficits visuais, auditivos e do sono na AGA – SBGG

Mudanças na acuidade visual e auditiva seguem invariavelmente o envelhecimento.42 A baixa


acuidade visual é um fator de risco para quedas e, em alguns estudos, está associada a aumento da
mortalidade.43 O impacto na perda visual em qualidade de vida é significativo, e muitas de suas
causas são potencialmente tratáveis. É importante que o idoso faça uma avaliação oftalmológica a
cada um ou dois anos, para se identificarem lesões que exijam tratamentos específicos.44
A perda auditiva é a terceira condição crônica que mais interfere na qualidade de vida do idoso,
atrás apenas da hipertensão e da osteoartrose.45 São consequências da presbiacusia, depressão,
isolamento social, aumento do risco de hospitalização, declínio cognitivo e perda funcional. A
audiometria tonal é o teste de escolha para avaliação de perdas auditivas, mas testes simples como
o de sussurro são sensíveis e específicos na detecção de perdas auditivas relevantes.42 A
identificação pode, assim, direcionar para os tratamentos adequados.

14
Aproximadamente 50% dos idosos referem dificuldade para dormir. A piora do sono não é
consequência do envelhecimento, mas de doenças que o acompanham, maior número de
medicamentos e aumento da incidência de doenças específicas do sono.46 O histórico de
dificuldades para dormir e um registro dos padrões de sono são, em geral, suficientes para
diagnóstico e direcionamento do tratamento. A melhora desses problemas resulta na melhora
significativa da qualidade de vida e na funcionalidade diurna dos idosos.47

Status vacinal

A vacinação está diretamente relacionada à melhor qualidade e à expectativa de vida. Pessoas


imunocompetentes têm mais condições de enfrentar adversidades associadas à ação de vírus e
bactérias, portanto, é um grande equívoco negligenciar a prevenção de danos à saúde por meio de
vacinas, independentemente da faixa etária. De modo geral, todas as vacinas podem ser aplicadas
aos idosos. Algumas requerem precauções especiais, como é o caso da vacina do sarampo, da
caxumba, da rubéola, da varicela e da febre amarela, compostas de vírus vivos atenuados.
Os principais objetivos da vacinação em idosos são evitar doenças infecciosas potencialmente
graves; reduzir a suscetibilidade e o risco de quadros infecciosos graves pela presença de
comorbidades; prevenir a descompensação de doenças crônicas de base causada por doenças
infecciosas; melhorar a qualidade e a expectativa de vida.48
Recomendações do calendário vacinal indicado aos idosos são revistas periodicamente e podem ser
vistos em publicações específicas,49 como no próprio site da Unimed-BH.
QUADRO 8. Avaliação do status vacinal na AGA – SBGG

Suporte social

Um dos principais determinantes em saúde do idoso é o grau de suporte social, sobretudo no


âmbito familiar. Com o evoluir das perdas funcionais, isso fica mais evidente, e a presença de
cuidadores, sejam formais ou informais, se faz essencial para o cumprimento de qualquer plano de
cuidado.

15
QUADRO 9. Avaliação do suporte social na AGA – SBGG

Para se avaliar o grau de suporte social, no paciente sem déficit cognitivo grave, recomenda-se o
questionário APGAR da família,50destinado a refletir a experiência do idoso com seus
relacionamentos mais próximos. O acrônimo APGAR, proveniente da língua Inglesa, é de Adaptação
(“adaptation”), Participação (“partneship”), Crescimento (“growth”), Afeição (“affection”) e
Resolução (“resolution”).
O paciente assinala uma das três escolhas, as quais têm a seguinte pontuação: 2 pontos para "Quase
sempre", 1 ponto para "Às vezes", e 0 para "Raramente". Os pontos para cada uma das cinco
questões são totalizados. O resultado de 7 a 10 sugere uma família altamente funcional. O resultado
de 4 a 6 sugere uma família moderadamente disfuncional. O resultado de 0 a 3 sugere uma família
gravemente disfuncional.
TABELA 9. APGAR familiar – avaliação do funcionamento familiar
Quase
Às vezes Raramente
sempre
Estou satisfeito com a atenção que recebo da minha
família quando algo está me incomodando

Estou satisfeito com a maneira como minha família


discute as questões de interesse comum e
compartilha comigo a resolução dos problemas

Sinto que minha família aceita meus desejos de


iniciar novas atividades ou de realizar mudanças no
meu estilo de vida

Estou satisfeito coma a maneira como minha família


expressa afeição e reage aos meus sentimentos de
raiva, tristeza e amor.

Estou satisfeito com a maneira como eu e minha


família passamos o tempo juntos

Conclusão

O Brasil será, em breve, um dos países com maior contigente de idosos no mundo. Todos devemos
nos preparar para enfrentar os desafios econômicos, sociais, e sobretudo de saúde, para que
possamos encontrar maneiras mais apropriadas de conduzi-los.
A abordagem das condições de saúde do idoso não deve ser exclusividade de especialistas.
Ferramentas como as apresentadas neste texto permitem avaliar rápida e eficientemente a situação

16
de saúde de um indivíduo e se tornam, para qualquer profissional de saúde, passo fundamental na
condução terapêutica da pessoa idosa.

17
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