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YOM TERUÁ

Festa das Trombetas

Estatuto perpétuo ordenado pelo Eterno

Pôr do sol de segunda-feira, 6 de setembro de 2021

Primeiro dia do sétimo mês

O Serviço de Arvit de Yom Teruá será transmitido pela página do Facebook da Kehilat Tsur
Yisrael às 20 h

No Judaísmo tradicional, a festa de Yom Teruá coincide com a de Rosh Hashaná, considerado o
“Ano Novo” judaico. Isto se dá pelo de fato de muitos judeus crerem que no primeiro dia do
sétimo mês houve a criação do mundo pelo ETERNO. Não obstante, tal informação acerca da
data da criação não consta nas Escrituras, levando outros a repudiarem este dia como sendo o
“Ano Novo”.

A seguir, será exposta a festa de Yom Teruá à luz das Escrituras e depois falaremos de alguns
costumes tradicionais judaicos da festa. Importante lembrar que, como apenas costumes, não
são obrigatórios de acordo com a Torá, então, a celebração de acordo com eles é opcional.

O ETERNO determinou a celebração da festa que se chama Yom Teruá, conhecida por muitos
como o dia do toque do shofar (ou “festa das trombetas”, nas traduções para a Língua
Portuguesa):

“E falou YHWH a Moshé [Moisés], dizendo:

Fala aos filhos de Israel, dizendo: No mês sétimo, ao primeiro do dia do mês, tereis descanso
absoluto, memorial [recordação] anunciado com o som do shofar, santa convocação.

Nenhum trabalho servil fareis, mas oferecereis oferta queimada a YHWH”. (Vayikrá/Levítico
23:23-25).

Semelhantemente, tereis santa convocação no sétimo mês, no primeiro dia do mês; nenhum
trabalho servil fareis; será para vós dia de sonido de trombetas. (Números 29:1)

Trata-se de uma festa de louvor ao ETERNO e agradecimento, recordando-se os israelitas dos


inúmeros livramentos concedidos por ELOHIM, razão pela qual o som emitido pelo shofar
representa tanto a invocação dos exércitos do ETERNO, um chamado ao posicionamento e ao
preparo dos homens para as batalhas, e o júbilo e regozijo pela vitória do povo de Israel.

Tal vitória relaciona-se ainda com o Dia de YHWH, ou seja, o Dia do Julgamento, ocasião em
que soará o som do shofar:

“O grande dia de YHWH está perto, sim, está perto, e se apressa muito; amarga é a voz do dia
de YHWH; clamará ali o poderoso.
Aquele dia será um dia de indignação, dia de tribulação e de angústia, dia de alvoroço e de
assolação, dia de trevas e de escuridão, dia de nuvens e de densas trevas,

Dia do toque do shofar [‘Dia de trombeta’] e de alarido contra as cidades fortificadas e contra
as torres altas.” (Tsefaniyah/Sofonias 1:14-16).

Ora, se o toque do shofar anuncia o dia da vinda de YHWH, para os judeus que acreditam que
Yeshua é o messias tal festa é de extrema importância, pois Yeshua voltará ao som do shofar,
isto é, o dia de YHWH é o dia do retorno de Yeshua:

“Porque, se cremos que Yeshua morreu e ressuscitou, assim também aos que dormem em
Yeshua, Elohim os tornará a trazer com ele.

Dizemo-vos, pois, isto, pela palavra do Senhor: que nós, os que ficarmos vivos para a vinda do
Senhor, não precederemos os que dormem.

Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com o shofar [‘a
trombeta’] de Elohim; e os que morreram no Mashiach [Messias] ressuscitarão primeiro.

Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a
encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor.

Portanto, consolai-vos uns aos outros com estas palavras.” (Tessalonissayah Álef/1ª
Tessalonicenses 4:14-18).

Logo, os judeus crentes em Yeshua sempre celebraram a festa de Yom Teruá em razão de esta
ser determinada pelo ETERNO, bem como pelo fato de ressaltar do Dia de YHWH que se
consumará com o retorno do Mashiach.

COMO CELEBRAR YOM TERUÁ?

Vimos que a festa ordenada pelo Eterno em Yom Teruá é descansar (a festa é um shabat) e
tocar a trombeta, clamando pela vitória do Eterno em nossas vidas e agradecendo pelas
vitórias alcançadas. Ao mesmo tempo, em nossa caminhada para o Yom Kippur, clamamos ao
Eterno para que nosso nome continue escrito no Livro da Vida!

ONDE SE FALA DE TROMBETAS NAS ESCRITURAS?

Com base nas escrituras, podemos ver o sentido do soar das trombetas, como explicado
acima.

Louvar ao Eterno pela sua vitória sobre nós e nossa vitória sobre nossos inimigos, o que mostra
que é uma festa de gratidão e reconhecimento de quem é o Eterno e de todos os seus feitos
em nossa vida:

Louvai-o com o som de trombeta; louvai-o com o saltério e a harpa. Salmo 150:3
E vieram a Jerusalém com saltérios, com harpas e com trombetas, para a casa do Senhor. 2
Crônicas 20:28

E juraram ao Senhor, em alta voz, com júbilo e com trombetas e buzinas.2 Crônicas 15:14

Deus subiu com júbilo, o Senhor subiu ao som de trombeta. Salmos 47:5

Assim subindo, levavam Davi e todo o Israel a arca do Senhor, com júbilo, e ao som das
trombetas. 2 Samuel 6:15

E Davi e todo o Israel, alegraram-se perante Deus com todas as suas forças; com cânticos, e
com harpas, e com saltérios, e com tamborins, e com címbalos, e com trombetas. 1 Crônicas
13:8

Como aviso, chamado para a batalha e para posicionamento com o Eterno:

Porque, se a trombeta der sonido incerto, quem se preparará para a batalha?

1 Coríntios 14:8

Então no mês sétimo, aos dez do mês, farás passar a trombeta do jubileu; no dia da expiação
fareis passar a trombeta por toda a vossa terra, Levítico 25:9

Tocai a trombeta em Sião, santificai um jejum, convocai uma assembléia solene. Joel 2:15

E, vendo ele que a espada vem sobre a terra, tocar a trombeta e avisar o povo; Ezequiel 33:3

Também pus atalaias sobre vós, dizendo: Estai atentos ao som da trombeta; mas dizem: Não
escutaremos.

Jeremias 6:17

Faze-te duas trombetas de prata; de obra batida as farás, e elas te servirão para a convocação
da congregação, e para a partida dos arraiais.

Números 10:2
Se aquele que ouvir o som da trombeta, não se der por avisado, e vier a espada, e o alcançar, o
seu sangue será sobre a sua cabeça.

Ezequiel 33:4

Como clamor ao Eterno por livramento:

Então Judá olhou, e eis que tinham que pelejar por diante e por detrás; então clamaram ao
Senhor; e os sacerdotes tocaram as trombetas.

2 Crônicas 13:14

Tocai a buzina em Gibeá, a trombeta em Ramá; gritai altamente em Bete-Áven; depois de ti, ó
Benjamim.

Oséias 5:8

COMO VAMOS CELEBRAR

1. Serviço de Arvit (à noitinha) e shacharit (no dia seguinte, pela manhã)

O serviço será transmitido pela internet em nossa página a partir das 18:45, participe,
clamaremos ao Eterno por vitória e agradeceremos pelas bênçãos!

2. Clamor – O toque do Shofar, que é tradicional e ordenado pelo Eterno será feito no
final do serviço. Você, em casa, depois de ouvir o toque também deve fazer alarido – tocar a
trombeta, clamando, orando em voz alta ou mesmo tocando algum instrumento de sopro – é
hora de elevar a voz ao Eterno, clamar com força e alta voz, agradecendo e pedindo sua vitória
na sua vida!

3. Refeição festiva – É costume fazer uma refeição festiva no dia de Yom Teruá,
celebrando e agradecendo a vitória do Eterno em nossas vidas. Antes de tudo, faz-se um
kidush como no shabat, abençoando a chalá e o suco ou vinho, imergindo a maçã no mel,
comendo-os, e depois abençoando e comendo os demais alimentos. Para isso, usamos
alimentos simbólicos que nos lembram de nossos pedidos:

O costume de consumir alimentos doces é uma das características mais marcantes das
refeições de Yom Teruá. O kidush é feito de preferência sobre um vinho ou suco doce e, em
seguida, molha-se um pedaço de chalá no mel ou no açúcar, pedindo ao Eterno que adoce
nossa vida, e nos lembrando de que Yeshua HaMashiach já pagou por nossos pecados e
adoçou o julgamento do Eterno em relação a nós.

Certas comunidades têm o hábito de molhar a chalá no mel, no período que vai de Yom Teruá
até o sétimo dia de Sucot.

As chalot usadas na festividade também são adocicadas e, diferentemente do feitio de trança


geralmente usado no restante do ano, são feitas redondas ou em espiral, para simbolizar o
ciclo da vida, da continuidade e da eternidade. O feitio circular, de coroa, serve também como
lembrete da Realeza de D'us, o tema mais importante da data.

Há várias simbologias no ato de se molhar a chalá no mel. Entre elas, a semelhança existente
entre a chalot e o maná que alimentou Israel, durante 40 anos no deserto. Qual era o gosto do
maná? "Tinha o sabor de massa frita com mel" (Êxodo 16:31). A própria palavra ´mel´, em
hebraico, transmite a esperança na Misericórdia Divina, pois o valor numérico da palavra
"dvash" (mel) equivale ao valor de "Av Ha'Rachamim" (Pai Misericordioso). Assim, o mel
simboliza a esperança de que a sentença decretada por D'us seja amenizada por Sua infinita
compaixão.

Maçã e mel

É também no mel que, a seguir, molhamos uma fatia de maçã. Ela representa nosso povo e,
em várias ocasiões, nos textos sagrados, Israel é comparado a ´uma maçã perfumada´. Esta
fruta é também usada como símbolo para representar a Torá.

Em textos rabínicos usa-se freqüentemente a expressão "Campo de Maçãs Sagradas" para


descrever a manifestação da Presença Divina. O perfume da maça é uma referência ao
perfume do Jardim do Éden e é também associado à bênção que Yaacov recebeu de seu pai,
Itzhak. Segundo nossos sábios, este fato aconteceu em Yom Teruá.

A tradição da refeição

Os alimentos utilizados tradicionalmente nas noites Yom Teruá são tamar (tâmara), rubia
(feijão de corda), carti (alho--Poró), silcá(acelga), cará (abóbora), rimon (romã), tapuach
(maçã), mel tapuach (maçã), guezer (cenouras), keruv (repolho), dag (peixe).

Os alimentos ingeridos na festa são na realidade atos proféticos sempre relacionados ao nome
deles em hebraico, aramaico ou yidish ou a suas características.

Feijão de corda, por exemplo, tem o mesmo nome de “aumentar”. Ao ingerir peixe, pedimos a
D'us que possam "multiplicar-se como os peixes“. Já a romã serve para pedir que nos
tornemos repletos de boas ações. A simbologia, neste caso, é simples, pois a romã possui 613
grãos - o número das mitzvot da Torá. Com os outros alimentos, pedimos a D'us que nos afaste
de tudo aquilo que nos faz mal ou leva a fazê-lo. Assim, comemos tâmaras, cujo nome tamar
lembra o radical tam - exterminar, pedindo que sejam exterminados todos os nossos inimigos
e aqueles que nos queiram fazer mal. Em aramaico, alho-poró é cartie e, em hebraico,carat,
que também significa 'eliminar’. As cenouras cortadas se parecem com moedas e são símbolo
de prosperidade.
Com a silcá, acelga, cuja palavra vem da raiz silec, 'afastar', pedimos que sejam afastados
aqueles que querem o nosso mal. Entre os alimentos doces, os sefaraditas costumam comer
um doce feito de abóbora, em hebraico, cara, termo que nos remete à palavra cará, 'anular'.
Ao comê-lo, pedimos que nesse dia de julgamento sejam anulados os maus decretos e apenas
os nossos méritos sejam lidos perante D'us.

Finalmente o último pedido: ao comer alguma parte da cabeça de um animal ou peixe pedimos
para ser bem-sucedidos, colocados "na cabeça e não na cauda". Mas por que há uma aparente
redundância nas palavras? Para lembrar Israel a não ser subserviente a nenhum outro poder -
a não ser a D'us.

A simbologia da refeição

Resumo dos alimentos de Yom Teruá e seu significado simbólico/profético ligado ao nome
hebraico ou aramaico:

Tâmaras – exterminar o mal e os inimigos

Alho poró – exterminar o mal e inimigos

Acelga – afastar o mal e inimigos

Feijão de corda – aumentar, crescer

Abóbora – anular maus decretos e que apenas nossos méritos sejam lidos perante D´us

Romã – 613 sementes, que possamos cumprir com as mitsvot

Peixe – que possamos nos multiplicar como peixes e que os olhos do Eterno estejam sempre
abertos sobre nós.

Cabeça de peixe ou outro animal – que sejamos postos por cabeça e não cauda

Maçã – povo de Yisrael e Torá

Cenoura – prosperidade, por parecer com moedas quando cortada em fatias

Mel – esperança na Misericórdia Divina, pois o valor numérico da palavra "dvash" (mel)
equivale ao valor de "Av Ha'Rachamim" (Pai Misericordioso)

Chalá redonda ou em espiral – representa o ciclo da vida e a eternidade, lembra o maná no


deserto e o cuidado do Eterno, forma de coroa lembra a realeza do Eterno

AS BÊNÇÃOS DAS REFEIÇÕES

Antes de começar a refeição, faz-se as bênçãos sobre os alimentos:

Pão

Baruch Atá A-do-nai, E-lo-hê-nu Mélech haolam, hamôtsi lêchem min haárets.

Bendito és Tu, A-do-nai, nosso D-us, Rei do Universo, que fazes sair pão da terra
Vinho e suco de uva

Baruch Atá A-do-nai, E-lo-hê-nu Mélech haolam, borê peri hagáfen.

Bendito és Tu, A-do-nai, nosso D-us, Rei do Universo, que crias o fruto da vinha.

Frutas

Baruch Atá A-do-nai, E-lo-hê-nu Mélech haolam, borê peri haets (ou borê pri hadamá).

Bendito és Tu, A-do-nai, nosso D-us, Rei do Universo, que crias o fruto da árvore

Bênção sobre outros alimentos e bebidas em geral

Baruch Atá A-do-nai, E-lo-hê-nu Mêlech haolam, shehacol nihiá bidvarô.

Bendito és Tu, A-do-nai, nosso D-us, Rei do Universo, que tudo vem a existir por Seu verbo.

Lista de compras para alimentos típicos da festa de Yom Teruá

Tâmaras – 1 a 2 por pessoa

Alho poró – 1 a cada 2 pessoas

Acelga – 1 a cada 5 pessoas

Feijão de corda – 100 g por pessoa

Abóbora – 2 fatias por pessoa

Romã – para decorar

Peixe – em geral fazemos o peixe inteiro assado inteiro, com a cabeça, de acordo com o
número de convidados.

Maçã – meia maçã por pessoa

Mel – para molhar a chalá ou a maçã e para a receita da chalá (um vidro)

Cenoura - meia por pessoa

Para a chalá

4 pacotes de fermento Fleischmann (60 g)

oleo

5 ovos

300 g passas

2 quilos de farinha de trigo

Acompanhamentos a gosto, como arroz, salada, frango com mel, etc


Receita de chalá redonda

• https://www.youtube.com/watch?v=Ao7nvVi7HoE

• Ingredientes

• 4 pacotes de fermento Fleischmann (60 g)

• 1 colher (de chá) de mel

• 1 copo de água morna

• 1/2 copo de óleo

• 2 e 1/2 colheres (chá) de sal

• 1 ovo inteiro

• 4 gemas

• 1 1/2 a 2 copos de uvas-passa

• 2 copos de água quente

• 2 quilos de farinha de trigo

• (se preferir chalá doce, coloque apenas 2 colheres de sal e adicione um copo de açúcar
à receita.)

• Preparo:

• Dissolva o fermento e o mel na água morna.

• Acrescente óleo, sal, e ovos.

• Despeje a água quente sobre as uvas-passa, e adicione tudo à mistura.

• Misture bem.

• Acrescente toda a farinha.

• Trabalhe a massa.

• Pincele todos os lados com um pouco de óleo.

• Deixe crescer até dobrar de tamanho.

• Modele as Chalot e deixe assar por 30 minutos até dobrar em tamanho.

Dica:

• As chalot podem ser pinceladas com as claras que restaram

• Observações:

• - Pode-se substituir as passas por gotas de chocolate.


• - A partir Rosh Hashaná até o final de Sucot, as Chalót são moldadas redondas.

[Fonte: Chabad.org.br]

• Outras receitas e sugestões de cardápio para a festa:

• https://www.cjb.org.br/netsach/festas/rosh/receitas.htm

• https://pt.chabad.org/library/article_cdo/aid/1090930/jewish/Culinria.htm

Outros Costumes

Algumas comunidades têm o costume de se vestir de branco em Yom Teruá, pois roupas
brancas indicam a intenção de não pecar mais. Independentemente do costume adotado em
cada comunidade, nós, assim como todas as gerações que nos precederam, continuaremos
invocando, também neste Yom Teruá, a Bênção Divina sobre o povo de Israel.

Fontes:

• Judaísmo Nazareno, Tsadok ben Derech (com nossos agradecimentos)

• Revista Morashá

• Chabad.org

Adaptado por Cintia Braga – Tsur Yisrael – 22-999997086

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