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Título: Missão profética no exílio - consolar! A palavra que consola!

Texto: Is 40.1-11
Introdução:
Boa noite, Igreja e visitantes!
Agradeço primeiramente a Deus, e em seguida, à liderança da nossa Igreja pela
oportunidade para compartilhar da Palavra do Senhor convosco.
Então, leiamos os primeiros dois versículos do capítulo 40 de Isaías: “Consolai, consolai
o meu povo, diz o vosso Deus. Falai benignamente a Jerusalém e bradai-lhe que já a sua
servidão é acabada, que a sua iniquidade está expiada e que já recebeu em dobro (a justa
retribuição) da mão do Senhor, por todos os seus pecados.”
Oremos: “Nosso Pai que estás nos céus, por favor, lembra-te que somos peregrinos na
terra. Não ocultes de nós os teus mandamentos. Abre os nossos olhos, para que vejamos
as maravilhas da tua palavra. Desvia os nossos olhos a contemplarem a vaidade e
vivifica-nos no teu caminho, e que nessa noite, a exposição das tuas palavras nos dê luz
e entendimento, em nome do Senhor e Salvador Jesus Cristo.” Amém. (Sl
119.19,18,37,130)
Irmãos, os relatos da caminhada do povo de Deus com Deus, desde os patriarcas, tem
sido caracterizada por exílios: o exílio voluntário – no Egito; o exílio na Assíria (722
a.E.), o exílio na Babilônia (586 a.E.), e o exílio existencial hoje.
Isaías é um dos profetas pré-exílico em relação à Babilônia, e profetizou para Judá
(Jerusalém) nos dias do rei Ezequias.
Das 12 tribos de Israel, 10 (O Reino do Norte) já tinham sido deportadas pelo Império
Assírio, e 100 anos depois, foi a vez de Judá (O Reino do Sul), para quem Isaías
profetizou.
O profeta Jeremias também chegou a profetizar que esse cativeiro duraria 70 anos ().
A tendencia dos exilados é se deixar vencer pelo tempo e pela ânsia de ser libertado. É
perder as esperanças. É passar a duvidar das promessas de libertação. Na linguagem
profética, é se cansar do próprio Deus e duvidar de Sua palavra.
Pois, era isso que o povo de Judá e Jerusalém estavam a fazer:
40.27: “Por que dizes, ó Jacó, e tu falas, ó Israel: O meu caminho está encoberto ao
Senhor, e o meu juízo passa despercebido ao meu Deus?”.
Então, diante de tal situação de descrença e desanimo espiritual, Deus em Sua
misericórdia, ordenou ao profeta que consolasse o seu povo – 40.1
Mas como consolar?
Então, o Senhor insiste no versículo seguinte, pois, já havia repetido o verbo consolar
no verso primeiro, (40.2): “Falai ao coração” ... “bradai-lhe”! E no versículo 40.6, o
profeta pergunta: “Que hei de clamar?
Então, fica evidente que o principal instrumento consolador que o profeta disporia seria
a própria palavra de Deus.
É bom lembrarmos que a palavra consoladora não deve ser confundida com meras
palavras motivacionais, usadas pelos coach.
A palavra que consola é aquela que enquanto nos corrige também nos enche de
esperança. É aquela que revela Deus, pois é dessa revelação que procede todo o poder
para consolar de verdade. É a palavra que está vinculada a Deus e Sua palavra.
- Nesse início de texto, Ele também se revela como o Deus da Aliança ao ponto de usar
expressões do pacto: “meu povo”, “vosso Deus” (Êx 19.4-6; Jr 11.5), e de uma aliança
eterna (Gn 17.7-13; Is 24.5; 55.3; 61.8; Hb 6. 13-18; 13.20).
- Deus pune (justa retribuição) as transgressões de seu povo, mas também Ele liberta e
perdoa (Is 40.1,2) – eis o consolo: mensagem de redenção e manifestação de Sua grande
compaixão (daí a repetição do verbo consolar).
Essa palavra assume algumas características na mensagem profética neste livro, por
isso ressaltemos algumas características, a seguir:
A palavra é permanente, em contraste com o homem que em si mesmo, é
passageiro, é como uma relva:
40.6-8: “Uma voz diz: Clama; e alguém disse: Que hei de clamar? Toda a carne é erva e
toda a sua beleza como a flor do campo. Seca-se a erva, e cai a flor, soprando nela o
Espírito do Senhor. Na verdade, o povo é erva. Seca-se a erva, e cai a flor, porém a
palavra de nosso Deus subsiste eternamente.”
É essa palavra que é eterna: criou tudo (Sl 33.6), mantém/sustenta tudo (Hb 1.3).
Ela é viva. Ela a semente incorruptível e capaz de nos gerar para Deus:
1 Pe 1.23-25: “Sendo de novo gerados, não de semente corruptível, mas da
incorruptível, pela palavra de Deus, viva, e que permanece para sempre. Porque toda a
carne é como a erva, e toda a glória do homem como a flor da erva. Secou-se a erva, e
caiu a sua flor; mas a palavra do Senhor permanece para sempre. E esta é a palavra que
entre vós foi evangelizada.”
Essa palavra são as boas-novas para serem ditas ao povo de Deus:
40.9a: “Tu, ó Sião, que anuncias boas novas, sobe a um monte alto. Tu, ó Jerusalém,
que anuncias boas novas, levanta a tua voz fortemente; levanta-a, não temas, e dize às
cidades de Judá”. Por isso o profeta passa a ser chamado de “anunciador de boas-
novas”!
É essa a palavra que aponta para Deus, como Aquele que é esperado, como o forte
para dominar, capaz de galardoar e apascentar:
40.9b: “Eis aqui está o vosso Deus. Eis que o Senhor DEUS virá com poder e seu braço
dominará por ele; eis que o seu galardão está com ele, e o seu salário diante da sua face.
Como pastor apascentará o seu rebanho; entre os seus braços recolherá os cordeirinhos,
e os levará no seu regaço; as que amamentam guiará suavemente.”
É ela que cumpre o propósito traçado pelo Senhor nosso Deus: 55.10-11:
“Porque, assim como desce a chuva e a neve dos céus, e para lá não tornam, mas regam
a terra, e a fazem produzir, e brotar, e dar semente ao semeador, e pão ao que come,
assim será a minha palavra, que sair da minha boca; ela não voltará para mim vazia,
antes fará o que me apraz, e prosperará naquilo para que a enviei.”
É essa palavra acerca da qual o nosso Senhor Jesus Cristo disse:
Mt 4.4: “Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da
boca de Deus.”

Conclusão:
Como dissemos no início dessa reflexão, o caráter e grandeza de Deus são inseparáveis,
e são manifestos, de modo muito especial por Sua Palavra; então, é por essa razão, por
meio dela podemos ser consolados e consolar!
Entre nós, e essas palavras proféticas, já tenha passado mais de 2.700 anos, a mesma
palavra também se aplica a nós, pois, além dessa palavra ser eterna, nós também somos
considerados peregrinos e forasteiros nesse mundo (1 Pe 2.11); inclusive, desde o
momento que nos unimos à Cristo Jesus, e pela fé passamos a segui-lo, pois foi Ele
mesmo que disse: (Jo 15.15-20; 17.16).
Então, nossa missão, hoje, é semelhante à do profeta Isaías, trata-se de uma missão
profética: “Consolai, consolai o meu povo”, diz o nosso Deus!
E ressoando uma palavra semelhante, podemos também citar o apóstolo Paulo, quando
disse: “Portanto, consolai-vos uns aos outros com estas palavras.” (1 Ts 4.18)

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