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VITÓRIA
2010
1
VITÓRIA
2010
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BANCA EXAMINADORA
AGRADECIMENTOS
À Deus, pelo dom da vida, força nas horas difíceis e sustento na caminhada
cotidiana.
À minha mãe Lourdes, a quem devo parte de tudo que sou me ensinando sempre
que a honestidade e a competência ainda valem a pena;
À meu pai Gésus, por todos os anos de estudo que me possibilitou e pelo anseio de
um futuro melhor para mim;
Ao Prof. Msc. José Alves Rodrigues, pela amizade, sugestões e contribuições para
este trabalho.
Aos meus tios (as) e primos (as), os quais sempre estiveram ao meu lado dando
valor a tudo o que faço e a minha forma de ser; e
À todos os meus amigos que contribuíram e estiveram comigo durante toda essa
caminhada até a conclusão deste trabalho.
4
RESUMO
LISTA DE FIGURAS
Figura 02 – Vista aérea da área de estudo – Central de resíduos de Colatina .... ....37
Figura 03 – Identificação da região Pólo Colatina (na qual está inserido o Município
de Colatina) .......................................................................................................... ....38
Figura 15 – Corte de estrada apresentando o perfil de solo comum na região .... ....77
Figura 17 – Aspecto encaixado do vale onde o lixão está situado ....................... ....78
7
Figura 22 – Detalhe das diferentes bancadas de disposição e perfis de solo ...... ....83
Figura 30 – Manta instalada na área sobre a qual ocorre saída de chorume....... ....90
LISTA DE TABELAS
LISTA DE SÍMBOLOS
c = coesão;
SUMÁRIO
3.5 PROGRAMA ESPÍRITO SANTO SEM LIXÃO – “ESTADO DA ARTE” .......... ....31
1 INTRODUÇÃO
No Lixão (ou Vazadouro, como também pode ser denominado) não existe nenhum
controle, tanto aos tipos de resíduos quanto ao local de disposição dos mesmos,
sendo então uma forma inadequada de disposição final de resíduos sólidos, que se
caracteriza pela simples descarga sobre o solo, sem medidas de proteção ao meio
ambiente ou à saúde pública. Os resíduos assim lançados acarretam problemas à
saúde pública, como proliferação de vetores de doenças (moscas, mosquitos,
baratas, ratos etc.), geração de maus odores e, principalmente, a poluição do solo e
das águas superficiais e subterrâneas através do chorume, comprometendo os
recursos hídricos. Esta forma de disposição caracteriza um total descontrole quanto
aos tipos de resíduos recebidos nestes locais, onde é encontrado até mesmo a
disposição de dejetos originados dos serviços de saúde e das indústrias. Nestes
locais ainda podem ocorrer situações de riscos diretos ou indiretos como criação de
porcos e a existência de catadores, estes, muitas vezes, residindo no próprio local.
A forma mais adequada para destinação dos resíduos sólidos urbanos (RSU) é o
aterro sanitário, o qual quando adequadamente projetado, operado e monitorado
minimiza os problemas de destinação sanitária dos resíduos sólidos urbanos. Além
14
Este trabalho buscou ter uma visão pontual, em um estudo de caso, da situação
atual de gestão de resíduos sólidos do estado do Espírito Santo, principalmente no
município de Colatina, cujas áreas apresentam indícios de contaminação de solo e
água por estruturação inadequada ou ausente, bem como problemas sociais
decorrentes de moradores que vivem da cata dos materiais dispostos na área.
.
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2 OBJETIVOS
2.1 GERAL
2.2 ESPECÍFICO
Diagnosticar a área por meio da análise dos aspectos ambientais que tenham
ou possam vir a ter impactos ambientais significativos;
3 REFERENCIAL TEÓRICO
Diante do século XXI, a civilização moderna foi vista como civilização dos resíduos,
marcada pelo desperdício e pelas contradições de um desenvolvimento industrial e
tecnológico sem precedentes na história da humanidade, enquanto populações
inteiras são mantidas à margem, não só dos benefícios de tal desenvolvimento, mas
das condições mínimas de subsistência. Ao mesmo tempo em que são utilizados os
recursos da biosfera como se fossem inexauríveis, todos os dias lança - se à
natureza o desafio de ter que assimilar novos produtos artificiais, desconhecidos dos
agentes naturais. Tornou-se necessário o controle de usos e riscos que
ultrapassando os limites da capacidade dos ciclos naturais e dos fluxos de energia
(FERREIRA,1995).
Com a pesquisa realizada pelo (PNSB, 2000), é possível verificar que a maioria dos
municípios ainda tem lixões. As porcentagens indicam que 59% dos municípios
dispõem seus resíduos sólidos em lixões; 13% em aterros sanitários; 17% em
18
aterros controlados; 0,6% em áreas alagadas; 0,3% têm aterros especiais; 2,8% têm
programas de reciclagem; 0,4% provêm compostagem e 0,2% incineração.
Verificou que cerca de 140.000 das quase 170.000 ton. de RSU produzidos são
coletadas sendo porém 60% adequadamente destinados. Os resíduos da
construção civil (RCD), coletados adicionalmente aos resíduos sólidos urbanos
(RSU), atingem a surpreendente casa das 70.000 toneladas por dia, portanto o total
gerado e não conhecido é muito maior. Quanto aos Resíduos do Serviço de Saúde
(RSS), em média, 45% dos Resíduos dos Serviços de Saúde (RSS) coletados no
Brasil têm destinação incorreta, ou tem seu destino ignorado e, pior, são enviados
para os lixões sem o mínimo controle.
19
capacidade é bastante grande, os modelos mais recentes podem incinerar ate 3000
t de lixo por dia. Este processo envolve 6 estágios:
- Alimentação do forno
- Secagem do lixo
- Combustão dos residuos
- Refrigeramento dos gases e outros produtos de combustão
- Filtragem e tratamento dos gases de combustão
- Emissão dos gases e escórias.
Cunha (2006), acrescenta que o lixão era visto como uma paisagem caracterizada,
essencialmente, de forma negativa, devido aos aspectos sanitários, estético e de
bem-estar, econômico e social, e por estarem localizadas em áreas periféricas e
distante dos investimentos de capital. Contudo, a população das periferias não-
assistidas aproximou-se e a pobreza migrou para o lixão, estabelecendo ali a
sustentação, inclusive habitacional, por optarem por sobreviver do lixo e no lixo.
22
De acordo com Buarque (2001, citado por Gonçalves & Abegão, 2006), uma
definição mais apropriada do que possa ser os lixões da sociedade moderna:
A inclusão dos catadores ocorre de forma perversa, visto que o catador de materiais
recicláveis é incluído ao ter um trabalho, mas excluído pelo tipo de trabalho que
23
Os trabalhadores envolvidos na catação nos lixões na maioria das vezes não utilizam
nenhuma proteção apropriada na lida com o material e as que existem são
improvisadas, de acordo com as possibilidades e com os objetos encontrados.
Quando chega um caminhão carregado, por exemplo, o catador tem que ter
agilidade para recolher mais e o melhor que puder, pois isso implica no fato de
comer e não comer. Então, quando recolhidas as embalagens, sacos ou sacolas, os
catadores utilizam o único instrumento que lhes convêm, que são as próprias mãos.
Visto que na impossibilidade de obter equipamentos que garantam a mínima
proteção na realização do trabalho, os catadores utilizam qualquer par de luvas
encontrado no meio do lixo, ou mesmo uma peça de roupa, que ao ser enrolada em
torno do rosto, pode tornar-se uma máscara que ameniza o mau cheiro
(GONÇALVES, 2006).
Relacionado a isso podem ainda ser citados, outras legislações federais que dispõe
sobre a contaminação do meio ambiente, deve se consultar, entre outras, a Lei
9.605 "Lei de Crimes Ambientais" e a Resolução CONAMA 313/2002 que dispõe
sobre o "Inventário Nacional de Resíduos Sólidos Industriais".
ABNT/NBR 10004 Resíduos Sólidos, que classifica os resíduos sólidos quanto aos
seus riscos potenciais ao meio ambiente e à saúde pública, para que estes resíduos
possam ter manuseio e destinação adequados.
Há ainda outras resoluções CONAMA que tratam de resíduos sólidos no que diz
respeito a incineração: Resolução CONAMA Nº 008/91 que veda a entrada no Brasil
de materiais residuais destinados à disposição final e incineração; e a Resolução
CONAMA Nº 006/91 que desobriga a incineração ou qualquer outro tratamento de
queima dos resíduos sólidos provenientes dos estabelecimentos de saúde, portos e
aeroportos, ressalvados os casos previstos em lei e acordos internacionais.
A Norma ABNT/NBR 10005: 2004 dispõe definições, para efeito desta, ao que se
relaciona com lixiviação (processo para determinação da capacidade de
transferência de substâncias orgânicas e inorgânicas presentes no resíduo sólido,
por meio de dissolução no meio extrator); e compostos voláteis. Ela ainda apresenta
os procedimentos de lixiviação para resíduos que contenham determinado teor de
sólidos, tanto pra lixiviações não-voláteis quanto lixiviações voláteis.
A presença do poder público nos lixões tem por objetivo desempenhar um papel
organizador do processo de aterramento de lixo, ou seja, busca organizar
minimamente o que está tecnicamente fora de controle, já que nestes locais não se
obedecem às normas técnicas básicas para o controle da poluição. A verdade é que
as máquinas, caminhões e pás carregadeiras e seus condutores, são as únicas
presenças constantes nos lixões que podem nos levar a crer na existência do poder
público instituído, em seus mais diferentes extratos hierárquicos (GONÇALVES,
2006).
Cada sistema a ser instalado nas regiões denominadas Norte, Doce Oeste, Sul
Serrana e Litoral Sul (Figura 01) é composto por um Aterro Sanitário Regional
licenciado, logística de transporte e Estações de Transbordo Regionais, em número
determinado pela escala de produção de RSU. O Governo vai construir todas as
estruturas necessárias nas regiões prioritárias, com recursos próprios (SEDURB,
2008).
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A gestão e regulação dos quatro Sistemas serão feitas por meio de Consórcios
Públicos Regionais, constituídos pelo Estado e municípios, na forma da Lei Nº
11.107/05 e operados, em regime de concessão, por empresas especializadas. De
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acordo com o sistema proposto, a coleta do lixo nas cidades e o transporte até as
estações de transbordo serão funções atribuídas aos municípios. A partir da chegada
dos caminhões compactadores nas estações de transbordo até a destinação final dos
RSU nos Aterros Sanitários, as operações passam a ser gerenciadas pelos
respectivos consórcios públicos regionais e operadas pelas empresas
concessionárias especializadas (SEDURB, 2009).
Após a conclusão de cada etapa do aterro, uma cobertura final de argila será
implantada para o seu fechamento. Serão plantadas gramíneas na superfície para
evitar a erosão, garantindo assim proteção ambiental e recomposição da estética do
local.
Os solos, para que possam ser utilizados nos aterros das obras de terraplenagem
não devem apresentar grande quantidade de pedras, plantas e rochas aflorantes,
deve ser o mais impermeável e homogêneo possível e ter composição
predominantemente argilosa (GANDELINI, 2002), além disso, de acordo com UFSM
(2008), devem preencher certos requisitos, ou seja, certas propriedades que
melhoram o seu comportamento, sob o aspecto técnico, transformando-os em
verdadeiro material de construção. Esse objetivo é atingido de maneira rápida e
econômica através das operações de compactação. Essas propriedades visam
principalmente:
4.1 LOCALIZAÇÃO
Figura 02 – Vista aérea da área de estudo – Central de resíduos de Colatina; Escala 1:5000.
Fonte: IEMA (2007).
Figura 03 – Identificação da região Pólo Colatina (na qual está inserido o Município de Colatina).
Fonte: IJSN (2009).
4.2.1 Clima
A região possui clima quente e úmido (Figura 05) com grande amplitude térmica
anual e diária (variação de temperatura) além de pluviosidade elevada (INCAPER,
2009). Segundo a classificação de Köppen trata-se de clima AW, Tropical Chuvoso
de Savana. Este clima é caracterizado por um verão quente com abundantes
precipitações (Precipitação total média anual de 19 a 1536 mm – Tabela 01) e um
inverno ameno e bastante seco, sendo o trimestre mais chuvoso Nov./Dez./Jan e o
mais seco Jun./Jul./Ago. A temperatura máxima média anual varia entre 26º e 28º e,
a temperatura mínima média anual, entre 18º e 20º. A temperatura máxima absoluta
(média anual) varia entre 36º a 38º C e a temperatura mínima absoluta (média
anual) entre 4º e 6º C. A umidade relativa anual é de 80%, sendo que julho e agosto
são os meses menos chuvosos e de menor precipitação na região, cerca de 11 a 14
mm/mês e apresenta uma Precipitação Média por período de 79,78 mm. A região
ainda situa-se no “Polígono Seco Meteorológico”, ou seja, área que devido as
condições pluviometrias, de evaporação e do próprio clima propiciam um ambiente
ligeiramente seco (INCAPER, 2009).
4.2.2 Pluviosidade
De acordo com Nóbrega et all.( 2008), existem dois períodos distintos: um chuvoso,
que vai de outubro a março; e outro seco, que compreende os meses de abril a
setembro. Nos meses que compreendem o período chuvoso, as chuvas são
distribuídas de forma mais homogênea por todo o território norte capixaba, sendo
essa ocorrência de precipitação um pouco maior a oeste dessa região. Essas
chuvas são resultado, principalmente, de fatores termodinâmicos (alta temperatura
do ar e umidade). Em geral, que ocorrem em forma de pancada e de maneira
localizada, vindo, geralmente, acompanhadas de fortes rajadas de vento, trovoadas
e com ocasional queda de granizo (chuvas convectivas). São chuvas que ocorrem
principalmente no final da tarde. Ocorrem de maneira bem distribuída
40
Figura 04 – Mapa da Série histórica de precipitação média para o mês de Fevereiro no Espírito Santo.
Fonte: INCAPER (2008).
41
Segundo o Atlas do IEMA, (2009) o Índice de Qualidade da Água (IQA) para a Bacia
do Rio Doce é bom para o abastecimento humano após o tratamento convencional.
A água neste trecho é utilizada para consumo rural e dessedentação de animais.
A bacia na qual está inserida (Figura 06) enfrenta constantes problemas com
“desmatamento; manejo inadequado dos solos; erosão; assoreamento do leito dos
rios; redução da vazão durante o período de estiagem; enchentes; contaminação
com mercúrio; precariedade no saneamento e a falta de abastecimento de água
potável em diversas aglomerações urbanas e comunidade rurais”, afetando a
dinâmica dos corpos hídricos da região.
43
4.2.4 Pedologia
O principal uso deste solo é a pastagem com capim colonião nos solos eutróficos,
enquanto que nos vales são plantados milho, arroz, etc. A principal limitação destes
solos é a grande susceptibilidade à erosão. A utilização destes solos torna-se restrita
ao uso com pastagens e culturas permanentes de ciclo longo, tais como café e citrus
(PERH). Também apresentam forte variação de relevo como ondulado e/ou
montanhoso o que pode ser facilmente observado no relevo da área a qual esta
situada em fundo de vale a montante de uma região brejosa, a profundidade dos
solos escavados para material de empréstimo e dos afloramentos rochosos
presentes (GUERRA, 2006).
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A área possui vias de acesso interno para o trafego de veículos até a célula de
disposição e entre as estruturas da central de resíduos e estradas. As vias de
acesso externas, da entrada até a balança de pesagem, encontram-se
pavimentadas e providas de canaleta de drenagem pluvial. Porém, as vias que
levam até a frente de disposição (célula), encontram-se terraplenadas e desprovidas
de canaletas, somente escadas hidráulicas dispostas no talude a fim de evitar o
“run-off” e deslizamento de sedimentos. Ainda existem caminhos rústicos de acesso
para pedestres na parte baixa da célula por onde os moradores circunvizinhos
entram no local para realizar a cata de materiais.
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4.3.1 Flora
O município de Colatina conta hoje com 12% da sua cobertura florestal original. Os
fragmentos atualmente observados no município, em especial na Área de Influência
Direta do empreendimento, são secundários, em função do longo histórico do
desmatamento regional. Todos são fragmentos alterados da Floresta Estacional
Semidecidual que outrora cobria pelo menos a metade do território do município
(PIRH DOCE, 2007).
O município de Colatina conta hoje com 12% da sua cobertura florestal original. Os
fragmentos atualmente observados no município, em especial na Área de Influência
Direta do empreendimento, são secundários, em função do longo histórico do
desmatamento regional. Todos são fragmentos alterados da Floresta Estacional
Semidecidual que outrora cobria pelo menos a metade do território do município.
(PIRH DOCE, 2007).
50
4.3.2 Fauna
O serviço de coleta de lixo, conduzido pela Sanear, atende toda a área urbana
municipal e partes da área rural. O tratamento do lixo é feito através de estação que
dispõe de um incinerador, devidamente licenciada pelo IBAMA. O município dispõe
ainda de serviço de coleta seletiva desde inícios da década 1990 (PMC, 2008).
Foram utilizadas como ferramentas para coleta um enxadão e uma cavadeira como
mostradas nas Figuras 09 e 10.
Nas argilas esse modelo simples do solo perde sua validade, uma vez que devido ao
pequeníssimo diâmetro que teriam tais canalículos e as formas exóticas dos grãos,
intervêm forças de natureza capilar e molecular de interação entre a fase sólida e a
líquida. De modo geral, a porosidade se comporta de forma inversa a densidade do
solo, indicando redução do volume de poros totais com o aumento da pressão
aplicada e do teor de água, segundo Baver (1966). Portanto, o modelo de um meio
poroso, pelo qual percola à água, é algo tanto precário para as argilas, embora
possa ser perfeitamente eficiente para as areias. Infelizmente a quase totalidade das
teorias para percolação de água nos solos é baseada nesse modelo.
Índice de vazios – É a relação entre o volume de vazios (Vv) e o volume dos sólidos
(Vs), existente em igual volume de solo. Este índice tem como finalidade indicar a
variação volumétrica do solo ao longo do tempo, tem-se:
Vv
e
Vs (1)
A permeabilidade dos solos esta relacionada com o índice de vazios, logo, com a
sua porosidade (Figura 11). Quanto mais poroso for um solo (maior a dimensão dos
poros), maior será o índice de vazios, por conseguinte, mais permeável (para argilas
moles, isto não se verifica).
Fluído - O tipo de fluído que se encontra nos poros. Nos solos, em geral, o fluído é a
água com ou sem gases (ar) dissolvidos.
Macro-estrutura - Principalmente em solos que guardam as características do
material de origem (rocha mãe) como diaclases, fraturas, juntas, estratificações.
Estes solos constituem o horizonte C dos perfis de solo, também denominados de
solos saprolíticos.
Areia: solo não coesivo e não plástico formado por minerais ou partículas de rochas
com diâmetros compreendidos entre 0,06 mm e 2,0 mm. As areias de acordo com o
diâmetro classificam-se em: areia fina (0,06 mm a 0,2 mm), areia média (0,2 mm a
0,6 mm) e areia grossa (0,6 mm a 2,0 mm).
Silte: solo que apresenta baixo ou nenhuma plasticidade, baixa resistência quando
seco ao ar. Suas propriedades dominantes são devidas à parte constituída pela
fração silte. É formado por partículas com diâmetros compreendidos entre 0,002 mm
e 0,06 mm.
Argila: solo de graduação fina constituída por partículas com dimensões menores
que 0,002 mm. Apresentam características marcantes de plasticidade; quando
suficientemente úmido, molda-se facilmente em diferentes formas, quando seco,
apresenta coesão suficiente para construir torrões dificilmente desagregáveis por
pressão dos dedos. Caracteriza-se pela sua plasticidade, textura e consistência em
seu estado e umidade naturais.
O peso específico (γg) de uma partícula sólida é, por definição, o peso da substância
que a forma, por unidade do volume que ocupa no espaço. O peso específico da
partícula é determinado pela razão entre seu peso (seco) e seu volume.
Ps (2)
g
Vs
Onde:
A porosidade é, por definição, a fração do volume de solo ocupado com água e ar,
ou mais especificamente, com a solução e a atmosfera do solo. O comportamento
do solo pode ser previsto pela qualificação e quantificação de sua porosidade. As
características mais importantes da porosidade são o tamanho, o arranjo e a
continuidade dos poros (FREITAS & BLANCANEUX, 1993).
6.1 ENTREVISTAS
7 ANÁLISES LABORATORIAIS
Q
k (3)
5,5
.r.H
Onde:
Memorial de cálculo
V 0,02354
Q → Q = 8,296 x 10-6 m³ / s
2.837,4 (4)
t
ou
8,296 cm³ / s
Como fórmula para a carga hidráulica, tem –se H = Z1 + hw1 , visto que Z1 trata-se da
cota geométrica, e tendo em vista a profundidade inferior a 01 metro da cava,
adotar-se-á como carga hidráulica, somente a altura piezométrica hw1, ou seja, a
altura de água na cava (22 cm).
Q 8,296
k -3
5,5
.r.H 5,5 22 = 6,53 x 10 cm/s
.11.
A partir dos resultados obtidos em calculo e dos valores dispostos na Tabela 01,
temos que o solo analisado é composto por um material arenoso de alta
permeabilidade (10-3 a 10-5). Logo, esse solo possui uma alta capacidade drenante,
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Deve-se considerar, porém, que a área utilizada para confecção deste ensaio de
campo, foi uma área na parte superior da central que não na frente de disposição de
resíduos (célula). Supõe-se que, devido ao fato do local servir para armazenagem
de maquinas pesadas, o solo ali teria características geotécnicas diferenciadas do
solo onde os resíduos estão dispostos. Neste caso, decorre de um possível erro
sistemático na escolha do local.
Como foi realizado somente 01 (um) ensaio de campo, não se pode calcular o erro
experimental. Aconselha-se então, que novos estudos sejam realizados no local
para verificação das características geotécnicas averiguadas.
Materiais:
As amostras após serem dispostas nas placas, foram alocadas na estufa a 120 °C
durante 20 minutos para desidratação da amostra e influenciar no peso da mesma.
Após a secagem, as amostras foram pesadas e descontados os valores da tara das
placas, em gramas, seguindo a relação:
Memorial de Cálculo
Amostra 01
Amostra 02
O mesmo procedimento foi realizado para outra amostra de solo de uma área mais
abaixo da frente de disposição, com a finalidade de comparação dos resultados
entre as duas amostras (solo da frente de disposição e da área de baixada próxima
á uma várzea).
Uma porção de amostra foi umedecida com água e por meio do tato com a fricção
da porção de solo entre os dedos, estimou-se empiricamente um percentil de areia
contido naquela amostra.
OBSERVAÇÕES
Amostra 01
Memorial de Cálculo
Adicionou-se 120 cm³ de solo com peso de 236,01 g ao Becker (293,69 g). Para
cálculo da densidade, realizou-se a seguinte relação:
Ps
Vs
236,01
120,0= 2,3 g/cm³
72
Durante o manuseio das amostras percebeu-se que trata-se de um solo com arranjo
estrutural preservado, presença de torrões inteiros, coloração e textura típicas.
Entende-se que o mesmo sofreu pouca influência antrópica como solapamento /
adensamento o que se faz necessário por tratar-se de área de aterro.
Amostra 2
Adicionou-se 100 mL de solo com peso de 281,54 g ao Becker (293,69 g). Para
calculo da densidade, realizou-se a seguinte relação:
281,54
= 2,81 g/cm³
100,00
MATERIAIS
Memorial de Cálculo
A partir do resultado anterior, dividiu-se o volume de vazios pelo volume final após
descanso. Obtendo-se assim, o percentual de poros contidos na amostra:
80,0
mL
V = 0,215 % ou 21,5 %
380,0
mL
Por meio desse ultimo cálculo obtemos a porosidade da amostra analisada, cerca de
21,5 %. Segundo TEIXEIRA et all (2008), este valor encontra-se dentro do
esperado para o tipo de solo analisado,
74
8 DIAGNÓSTICO E DISCUSSÃO
O volume útil total aproximado do aterro é de 1.100.000 m3, assim, a vida útil
estimada é de 25 anos. Há um projeto em análise no órgão Estadual de meio
ambiente de adequação da área uma vez da sua inclusão no Programa ES sem
Lixão, que além da adequação dos sistemas de gerenciamento, ampliará a vida útil
do centro.
O terreno localiza-se no vale do Rio doce e, portanto, trata-se de solo profundo com
relevo variando entre vales e morros. A célula de disposição situa-se em um fundo
de vale enquanto as demais estruturas da central estão dispostas na parte superior,
crista, do morro. Na Figura 17 fica evidente o tipo de cobertura vegetal ao redor da
área: vales recobertos por pastagens baixas com arbustos e arvores frutíferas
espaçadas remetendo a uma incisiva degradação da vegetação natural de Mata
Atlântica. Em algumas encostas e topos de morro, há fragmentos de mata já
modificados pela ação antrópica. Outra evidencia é o perfil avermelhado do corte ao
centro da foto confirmando a descrição pedológica dada no inicio deste trabalho.
Figura 18 – Vista parcial da frente de disposição de resíduos: detalhe para o corte em bancadas.
Fonte: Arquivo pessoal (2010).
Ainda é possível observar que a célula foi escavada um uma área de fundo de vale
bem íngreme, ou seja, a alta declividadedos taludes no entorno a célula apresentam
declividade, provavelmente, superior a 30%. A importância deste fator deve ser
observada visto a necessidade de preservação do solo, pois, além de ser um fator
restritivo para disposição de resíduos sólidos, limita o transporte do material até o
local.
Este gás, por sua vez, não é canalizado, queimado ou qualquer outra forma de
reaproveitamento, desperdiçando assim, uma alternativa energética e aumentando a
contaminação do ar, visto que o metano (principal componente do biogás) é 23
vezes mais poluente que o Dióxido de carbono (CO 2) que seria produzido ao se
queimar o biogás (SALOMON, K. R., 2007).
85
Mas como pode ser observado na fotografia acima, as camadas íngremes de lixo
apresentam crescimento de vegetação em diversos pontos bem como partes
irregulares evidenciando desmoronamento de parte dos resíduos dispostos em
excesso.
Na foto acima observa-se que a parte mais alta da encosta, exatamente a faixa que
separa a célula da parte superior da “central” , encontra-se provida de um cinturão
de vegetação que possui a função de barreira verde. Tal aspecto é positivo para a
conservação de solos na área.
Pode – se observar ainda, ao fundo da figura, o fundo do vale aonde está inserida a
“central”. A área a jusante simboliza a área de drenagem das encontas laterais da
célula, indicando que em épocas chuvosas há grande acumulo de água no fundo da
célula. Isso remete a implantação de um eficiente sistema de drenagem pluvial e de
chorume.
Vale ressaltar, ainda que, em vários pontos da célula foi observado empoçamento
de chorume sob o solo, em alguns casos o mesmo escorria livremente pelo solo
(Figura 28). Por se tratar de um líquido escuro contendo alta carga poluidora, alta
concentração de matéria orgânica, reduzida biodegradabilidade, presença de
metais pesados e de substâncias recalcitrantes possui elevado potencial poluidor do
ambiente e por isso deve receber tratamento adequado. Na “central” o liquido é
captado por uma bomba, a partir das canaletas escavadas diretamente na camada e
estas retornam a célula para infiltração, ou ao menos deveriam infiltrar.
Essa parte por estar situada na lateral superior da célula de disposição e sabendo
que não há uma seqüência de disposição de resíduos, se distancia das canaletas
internas de drenagem de percolado e o mesmo busca outros caminhos para se
movimentar.
.
Outra constatação foi que as chuvas de verão causaram erosão em alguns pontos
da célula de disposição (Figura 31). A área não foi terraplenada, não recebeu
impermeabilização de base e trata-se de um fundo de vale com grande declividade,
condições propicias para os eventos erosivos.
Além disso o tipo de solo contribui para o carreamento das partículas pela água. Nos
testes realizados em laboratório, constatou-se a grande quantidade de areia desse
solo, sendo assim classificado como solo de alta permeabilidade.
Em sua maioria são jovens e adultos do bairro vizinho, mas é possível observar
crianças que se posicionam nas bordas para assegurar o material recolhido pela
família. Muitos deles apelam para essa alternativa por não ter outra fonte de renda.
9 CONCLUSÃO
Essa postura de melhoria ambiental contínua deveria ser tomada e assumida pelas
prefeituras, principalmente das grandes e médias cidades do Estado, que são as
maiores contribuintes pelos resíduos dispostos nos aterros e lixões, isso porque
muitas também não possuem tratamento de esgotos e segregação de resíduos
sólidos adequados.
Ressaltasse então, que o problema do lixo vai além da questão ambiental, e se faz
fundamental que se pense em ações na área social, uma vez que as famílias que
dependem do lixo para tirar sua subsistência necessitam de intervenções do poder
público para que possam encontrar outras formas de sobrevivência que não o
trabalho no lixo, potencializando-as em suas capacidades e valorizando-as enquanto
seres sociais.
95
Não basta somente uma adequação da área, mas uma estruturação da sociedade
do entorno, pois uma área desestruturada não oferece suporte para mudanças de
qualidade. Ao final deste trabalho, buscou-se ainda, sugerir algumas melhorias que
poderiam ser implementadas para adequação da área de acordo com as exigências
atuais.
96
11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
IEMA – Instituto Estadual de Meio Ambiente. Programa Espírito Santo sem lixão.
Informações e mapas. Vitoria, 2008. Disponível:
<http://www.es.gov.br/site/noticias/show.aspx?noticiaId=99677322>. Acesso: 09 abr.
2010.
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maio 2010.
IJSN – Instituto Jones dos Santos Neves. GEOBASES: Mapas temáticos do Espírito
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IJSN – Instituto Jones dos Santos Neves. Mapa da região Pólo Colatina. Vitoria,
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103
MILENA, Lilian. Mais de 60% das cidades brasileiras não contam com aterros
sanitários. Redação ADV – Portal Luis Nassif, Construindo Conhecimento.
Disponível em: <http://blogln.ning.com/profiles/blogs/mais-de-60-das-cidades-1>.
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PIRH DOCE: Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Doce e dos
Planos de Ações de Recursos Hídricos para as Unidades de Planejamento e
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Disponível em:
<http://64.233.163.132/search?q=cache:FlnjTXh3DhsJ:www.pirhdoce.com.br/diagno
stico/2.3..pdf+pedologia+%2B+Espirito+santo&cd=1&hl=ptBR&ct=clnk&client=gmail.
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YE, M.; YEZER, A. M. J. Where will put the garbage? - Economic efficiency
versus collective choice. Regional Science & Urban Economics. St. Mary’s City,
1996. Department of Economics, St. Mary’s College, MA, USA.
ANEXOS
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As amostras para serem pesadas antes do teste e depois para serem secas e
pesadas novamente, foram dispostas em placas de vidro devido ao melhor
acondicionamento e manuseio.
Outro ensaio realizado, o teste de densimetria, com as amostras de solo foi para
averiguar a densidade das amostras. As fotos a seguir ilustram o andamento do
ensaio granulométrico.