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Medidas Clínicas de Análise dos Distúrbios Acidobásicos

A terapia apropriada dos distúrbios acidobásicos requer o diagnóstico adequado. Os distúrbios


acidobásicos simples, descritos antes, podem ser diagnosticados pela análise de três medidas,
em amostra do sangue arterial: pH, concentração plasmática de bicarbonato e Pco2. O
diagnóstico dos distúrbios acidobásicos simples envolve várias etapas, primeiramente é
possível determinar se o distúrbio é acidose ou alcalose examinando o pH. A segunda etapa é
medir a Pco2 e a concentração plasmática de HC03.

Se o distúrbio tiver sido caracterizado como acidose e a Pco2 plasmática estiver elevada, deve
haver componente respiratório na acidose. Após a compensação renal, a concentração
plasmática de HC03 na acidose respiratória tenderia a aumentar para valores acima do normal.
Portanto, os valores esperados de acidose respiratória simples seriam pH plasmático reduzido,
Pco2 elevada e maior concentração plasmática de HCO, após a compensação parcial renal. Na
acidose metabólica ocorre também redução do pH plasmático. Entretanto, com a acidose
metabólica, a anormalidade primária é a queda da concentração plasmática de HCO?.
Portanto, se pH baixo estiver associado à concentração reduzida de HC03“, deve haver
componente metabólico na acidose. Na acidose metabólica simples, a Pco2 está reduzida
devido à compensação parcial respiratória em contraste com a acidose respiratória, na qual a
Pco2 está elevada. Assim, na acidose metabólica simples, a expectativa seria encontrarmos pH
baixo, concentração plasmática de HCO baixa e redução da Pco., após a compensação parcial
respiratória.

Os procedimentos para categorizar os tipos de alcalose envolvem as mesmas etapas básicas.


Primeiro, alcalose implica que ocorre aumento do pH plasmático. Se o aumento do pH estiver
associado à redução da Pco2, deve haver componente respiratório na alcalose. Se o aumento
do pH estiver associado ao maior HC03, deve haver componente metabólico na alcalose.
Portanto, na alcalose respiratória simples, a expectativa seria encontrarmos pH elevado, Pco2
reduzida e menor concentração plasmática de HCO. Na alcalose metabólica simples, a
expectativa seria encontrar pH elevado, maior concentração plasmática de HCO e Pco2
elevada.

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Centro Respiratório
O centro respiratório se compõe por diversos grupos de neurônios localizados bilateralmente
no bulbo e na ponte do tronco cerebral. Se divide em três agrupamentos principais de
neurônios: (1) o grupo respiratório dorsal, situado na porção dorsal do bulbo, responsável
principalmente pela inspiração; (2) o grupo respiratório ventral, localizado na parte
ventrolateral do bulbo, encarregado basicamente da expiração; e (3) o centro pneumotáxico,
encontrado na porção dorsal superior da ponte, incumbido essencialmente do controle da
frequência e da amplitude respiratória.

Grupo Respiratório Dorsal de Neurônios


O grupo respiratório dorsal de neurônios desempenha o papel mais importante no controle da
respiração e, em grande parte, se situa no interior do núcleo do trato solitário (NTS). O NTS
corresponde à terminação sensorial dos nervos vago e glossofaríngeo, que transmitem sinais
sensoriais para o centro respiratório a partir de quimiorreceptores periféricos, barorreceptores
e vários tipos de receptores nos pulmões.

O sinal nervoso é transmitido aos músculos inspiratórios, principalmente ao diafragma, não


representa um furto instantâneo aos potenciais de ação. Ao contrário disso, na respiração
normal, esse sinal exibir o início débil e uma elevação constante na forma de uma rampa por
cerca de 2 s. Então o sinal apresenta interrupção abrupta durante aproximadamente os
próximos 3 segundos, o que desativa a excitação do diafragma e permite a retração elástica
dos pulmões e da parede torácica, produzindo a expiração. Em seguida, o sinal inspiratório se
reinicia em outro ciclo. Consequentemente, o sinal inspiratório é um sinal em rampa.

Existem duas qualidades da rampa inspiratória passíveis de controle:

1. Controle da velocidade do aumento do sinal em rampa, de modo que durante


respiração mais intensa a rampa aumenta com rapidez e, dessa forma, promova a
rápida expansão dos pulmões.
2. Controle do ponto limítrofe da interrupção súbita da rampa. Esse é o método usual de
controle da frequência respiratória; ou seja, quanto mais precocemente a rampa for
interrompida, menor será a duração da inspiração. Isso também reduz a duração da
expiração. Consequentemente, ocorre aumento da frequência respiratória

Centro pneumotáxico
O efeito primário desse centro é o de controlar o ponto de “desligamento” da rampa
inspiratória, controlando assim a duração da fase de expansão do ciclo pulmonar. A função do
centro pneumotáxico é basicamente a de limitar a inspiração. Essa ação apresenta o efeito
secundário de aumento na frequência respiratória, já que a limitação da inspiração também
reduz a expiração e o ciclo total de cada movimento respiratório.

Grupo respiratório ventral


Situado em cada lado do bulbo, em situação anterior e lateral ao grupo respiratório dorsal de
neurônios, está o grupo respiratório ventral de neurônios, em posição rostral no núcleo
ambíguo, rostral e caudalmente no núcleo retroambíguo.

A função desse grupo neuronal difere do grupo respiratório dorsal em vários aspectos
importantes:
1. Permanecem quase que totalmente inativos durante a respiração normal e tranquila. É
induzido apenas por sinais inspiratórios repetitivos provenientes do grupo respiratório dorsal
transmitidos principalmente para o diafragma, e a expiração resulta da retração elástica dos
pulmões e da caixa torácica.

2. Não há evidências de que os neurônios respiratórios ventrais participem da oscilação


rítmica básica responsável pelo controle da respiração.

3. Quando o impulso respiratório tende para que o aumento na ventilação pulmonar fique
acima do normal, a área respiratória ventral contribui para o controle respiratório extra.

4. A estimulação elétrica no grupo ventral provoca inspiração, enquanto a estimulação de


outros leva à expiração. Portanto, esses neurônios são especialmente importantes na provisão
de sinais expiratórios vigorosos para os músculos abdominais, durante a expiração muito
intensa. Assim, essa área atua mais ou menos como mecanismo suprarregulatório quando
ocorre necessidade de alto nível de ventilação pulmonar, particularmente durante atividade
física intensa.

Reflexo de Insuflação de Hering-Breuer


Além dos mecanismos de controle respiratório do sistema nervoso central que atuam
inteiramente no tronco cerebral, os provenientes dos pulmões também ajudam a controlar a
respiração. De maior relevância existem receptores de estiramento, situados nas porções
musculares das paredes dos brônquios e dos bronquíolos, são responsáveis pela transmissão
de sinais pelos nervos vagos para o grupo respiratório dorsal de neurônios, quando os pulmões
são excessivamente distendidos. Esses sinais influenciam a inspiração, de modo similar aos
sinais provenientes do centro pneumotáxico; ou seja, quando os pulmões são excessivamente
insuflados, os receptores de estiramento ativam resposta de feedback apropriada que
“desativa” a rampa inspiratória interrompendo assim a inspiração. Esse evento recebe o nome
de reflexo de insuflação de Hering-Breuer. Esse reflexo também aumenta a frequência
respiratória, assim como o do centro pneumotáxico. Em seres humanos, o reflexo de Hering-
Breuer só é ativado quando o volume corrente aumenta para valor superior a três vezes o
normal. Sendo este um mecanismo protetor para evitar a insuflação pulmonar excessiva.

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Medidas Clínicas de Análise dos Distúrbios Acidobásicos
A terapia apropriada dos distúrbios acidobásicos requer o diagnóstico adequado. Os distúrbios
acidobásicos simples, descritos antes, podem ser diagnosticados pela análise de três medidas,
em amostra do sangue arterial: pH, concentração plasmática de bicarbonato e Pco2.

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Centro Respiratório
(1) o grupo respiratório dorsal, situado na porção dorsal do bulbo, responsável principalmente
pela inspiração;

(2) o grupo respiratório ventral, localizado na parte ventrolateral do bulbo, encarregado


basicamente da expiração;

(3) o centro pneumotáxico, encontrado na porção dorsal superior da ponte, incumbido


essencialmente do controle da frequência e da amplitude respiratória.

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Reflexo de Insuflação de Hering-Breuer

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