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Sinopse

A Teoria Crítica do Direito surgiu durante os obscuros anos


do autoritarismo pós-64, quando pouco espaço era
reservado para as discussões filosóficas, principalmente as
que afluíam em torno da questão social. A crítica então
esboçada tratava da permanente tensão entre o respeito às
leis e às instituições e as exigências da justiça material,
tensão tornada ainda mais aguda a partir dos anos oitenta,
quando os valores do Estado de Direito, da democracia e
dos direitos humanos eram constantemente ignorados
pelas ditaduras ibero-americanas. Nesse contexto nada
favorável à livre manifestação do pensamento é que Luiz
Fernando Coelho elaborou sua Teoria Crítica do Direito,
inicialmente exposta nas aulas prelecionadas no Mestrado
em Direito da Universidade Federal de Santa Catarina e,
mais tarde, objeto de cursos, conferências e seminários
sobre Hermenêutica Jurídica, principalmente os organizados
para cursos de aperfeiçoamento da magistratura nos
Estados do Rio Grande do Sul, Espírito Santo e Mato Grosso
do Sul.

Publicado como tese de concurso para Professor Titular da


Universidade Federal do Paraná, o livro teve duas edições
esgotadas, e seu autor levou mais de dez anos para
atualizá-lo para a presente edição, na qual são repensados
alguns conceitos, no sentido de torná-los mais condizentes
com o estado atual da Ciência do Direito.

É uma corajosa proposta de reconstrução do saber jurídico,


mediante a revelação do uso ideológico das leis e das
instituições e denúncia dos mitos em que se assenta a
concepção dogmática do Direito, superando a tradicional
separação entre o jurídico, o político e o social.

Para essa tarefa de reconstrução real e conceitual do


Direito, o autor propõe novos fundamentos, nova
metodologia e novos princípios. Como método, a dialética
da participação, através da qual os operadores do Direito
são levados a assumir um compromisso político, pois o
direito não pode separar-se da sociedade.
Marco do pensamento filosófico-jurídico nacional, a Teoria
Crítica do Direito representa uma ruptura com a orientação
dogmática prevalecente e, por isso mesmo, tem servido de
ponto de partida para a eclosão de novas correntes de
pensamento.

A atual afirmação de uma jusfilosofia brasileira, onde a


postura crítica e o distanciamento dos operadores do direito
em relação à mentalidade dogmática e positivista
tradicional, inteiramente cega para a visão dos reais
problemas da sociedade, deve-se em grande parte à
difusão da Teoria Crítica do Direito, obra adotada na
maioria dos cursos de Pós-graduação em Direito.

Após haver exercido indiscutível influência na formação e


desenvolvimento de uma postura crítica no contexto da
Filosofia do Direito brasileira, e levado a consciência jurídica
nacional a bater de frente com o problema da injustiça das
leis, vê-se agora a Teoria Crítica do Direito amplamente
renovada.

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