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1 INTRODUÇÃO
Durante longos anos as pessoas com deficiências passaram pelas mais cruéis
formas de discriminação e preconceito, seus direitos eram desrespeitados e, na maioria
das vezes, não eram se quer considerados como pessoais “normais”. Esta situação fere
os princípios da dignidade da pessoa humana. Essa tendência de não considerá-los
dentro de sua individualidade fazia parte de um contexto internacional, neste sentido
procura-se fazer um breve relato sobre como se deu a trajetória das pessoas com
deficiência através dos tempos,
É importante destacar que mesmo que algumas pessoas apresentem algumas
limitações físicas ou psicologias, não dever ser compreendidas como incapazes de
realizar determinadas ações, no entanto todos devem ser respeitados, de modo a poder
usufruir dos mesmos direitos e das mesmas garantias estabelecidas através de
ordenamento jurídico nacional e internacional, através de Leis, Decretos, Convenções
e Tratados.
Desde os tempos mais remotos as pessoas sempre tiveram dificuldades em se
relacionar e conviver com as diferenças. A diferença gera inquietações naquilo que é
considerado normalidade, e toda ameaça a normalidade gera exclusão. Foi assim
durante muito tempo, em relação as pessoas que apresentavam algum tipo de
deficiência, fosse de ordem física, psíquica ou mental. Durante muito tempo existia a
compreensão de que os indivíduos que apresentam algum tipo de deficiência eram
considerados ameaças a sociedade.
Dentro deste contexto, observa-se que nas sociedades primitivas o homem
buscava na natureza a satisfação de suas necessidades de sobrevivência, e
Assim, quando não eram sacrificados, eram levados a prostituição e usados por
aqueles que se consideravam normais, para exemplificar essa situação Silva (1987, p.
130) esclarece que
Isto significa que não basta apenas ter o professor, é preciso que ele seja
qualificado para o trabalho com os alunos com características diferenciadas e que se
encaixam dentro de uma deficiência, pensando sempre a educação como um todo e o
aluno como um sujeito que tem direito a aprendizagem escolar de qualidade e
significativa para sua vida.
De fato, a [...] a inclusão implica que todos os professores têm o direito de
esperar e de receber preparação apropriada na formação inicial em educação e
desenvolvimento profissional contínuo durante sua vida profissional (MITTLER, 2003, p.
35). O professor deve, assim esta preparado para o exercício da docência.
Segundo os estudos de Mantoan (2004, p. 39):
A inclusão é produto de uma educação plural, democrática e transgressora. Ela
provoca uma crise escolar, ou melhor, uma crise de identidade institucional que,
por sua vez, abala a identidade dos professores e faz com que a identidade do
aluno se revista de novo significado. O aluno da escola inclusiva é outro sujeito,
sem identidade fixada em modelos ideais, permanentes, essenciais
(MANTOAN, 2004, p. 39).
Corroborando com estas ideias Ferreira e Guimarães (2003) deixam claro que,
E é com esse pensamento que faremos uma breve reflexão sobre o processo de
inclusão na Educação Infantil. Compreendida inicialmente como um status de doença e
de invalidez, a deficiência passou por muitos status, e várias respostas foram
oferecidas pela sociedade, desde a eliminação sistemática das crianças que
apresentavam alguma deficiência até a assistência pública. Este momento marca a
presença da Igreja na sua atenção, passando depois para o reconhecimento de direito
à assistência social.
Registra-se, ainda, o marco da postura beneficente e protecionista que, em certa
medida, escondia a rejeição. Seguiu-se a ênfase no tratamento da saúde enfatizando a
busca da cura e ausência completa do aspecto educacional. Mais tarde, com o início da
transição para o estado de direitos fundamentais que marca o início da percepção da
igualdade de oportunidades, teve a sua culminância com a valorização dos direitos
universais.
No estado de igualdade de oportunidades compreendeu-se que não bastava
apenas a garantia dos direitos fundamentais, mas a presença do Estado para promover
a igualdade de oportunidade de acesso a esses direitos. Do estado de direito passou-
se à concepção de integração, em que a opção pelo conceito de “norma”, ou
“normalização”, prepara o indivíduo para integrá-lo na sociedade, mas ainda marca a
deficiência.
No estado de inclusão, conceito mundial voltado para todas as minorias,
considerando a normalização na perspectiva da sociedade e das políticas, e não do
aluno, registra-se uma política em construção, que exige mudança de paradigma e de
mentalidade. Definido como um processo sócio cognitivo comportamental, o estado da
inclusão exige motivação prévia das pessoas para adquirir uma nova informação para
um novo olhar sobre a diferença.
A inclusão é algo tão resistente que foi preciso a mobilização de alguns
movimentos de alcance internacionais que produziram reações de grande importância
para a discussão e adoção de medidas concretas para compreensão da atenção às
pessoas com deficiências. Alguns deles marcaram o início de medidas legais para
garantia de direitos, com base no respeito à diversidade, esperada em toda sociedade.
Atualmente, o Brasil possui a legislação mais avançada para a atenção às
pessoas com necessidades educacionais especiais, embora isso nem sempre se
expresse como garantia desses direitos, ou seja, como realidade concreta ao alcance
de todos. A partir do levantamento estatístico do MEC (2005) é possível verificar que o
atendimento ao aluno com Necessidades Educacionais Especiais saltou de 337.326,
em 1998, para 640.317, em 2005. Deste total, 378.074 ainda estudam em escolas
especializadas ou em classes especiais e 262.243 em escolas regulares e em classes
comuns.
O trabalho pedagógico e ético com todos estes alunos pressupõe um bom
trabalho com eles, com os colegas e com as famílias, compreendendo toda a
comunidade escolar. Para isso, precisamos estar atentos e disponíveis para favorecer a
inclusão natural destes alunos na escola e na comunidade. São muitas e variadas às
necessidades educacionais apresentadas pelos alunos na sala de aula. Todas elas
exigem do professor atenção especial e efetiva, no sentido de ajudar o aluno a remover
as barreiras que, por ventura, venham surgir e que possam dificultar ou impedir o seu
processo de aprendizagem.
Para o atendimento adequado às necessidades educacionais de todos os alunos
é importante que lembremos que, além da compreensão dos direitos e conhecimento
das demandas de cada aluno, o professor precisa ter clara a importância do seu papel
de formador e educador. Para isso, ele precisa estar em sintonia com um conjunto de
ações que envolvem o domínio dos quatro pilares que fundamentam a educação: o
aprender a conhecer, o aprender a fazer, o aprender a ser e o aprender a conviver.
Diante da realidade vivenciada pelas escolas da rede publica de ensino em
relação as crianças com necessidades educacionais especiais o MEC no ano de 2001
elaborou o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil ao mesmo tempo
em que implementou neste referencial estratégias e orientações para a Educação de
Crianças com Necessidades Educacionais Especiais (BRASIL, 2001) com ênfase na
criação de uma escola que atenda a diversidade dos seus alunos desde a tenra idade.
Ainda neste referencial fica claro que algumas recomendações devem ser feitas
no atendimento as crianças com necessidades educacionais especiais, entre as quais
destacam-se:
- disponibilizar recursos humanos capacitados em educação especial/ educação
infantil para dar suporte e apoio ao docente das creches e pré-escolas ou
centros de educação infantil, assim como possibilitar sua capacitação e
educação continuada por intermédio da oferta de cursos ou estágios em
instituições comprometidas com o movimento da inclusão;
- realizar o levantamento dos serviços e recursos comunitários e institucionais,
como maternidades, postos de saúde, hospitais, escolas e unidades de
atendimento às crianças com NEE, entre outras, para que possam constituir-se
em recursos de apoio, cooperação e suporte;
- garantir a participação da direção, dos professores, dos pais e das instituições
especializadas na elaboração do projeto pedagógico que contemple a inclusão;
- promover a sensibilização da comunidade escolar, no que diz respeito à
inclusão de crianças com NEE;
- promover encontros de professores e outros profissionais com o objetivo de
refletir, analisar e solucionar possíveis dificuldades no processo de inclusão;
- solicitar suporte técnico ao órgão responsável pela Educação
Especial no estado, no Distrito Federal ou no município, como também ao
MEC/SEESP;
- adaptar o espaço físico interno e externo para atender crianças com NEE,
conforme normas de acessibilidade. (BRASIL, 2001, p. 24-26).
5 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
AUMEL, Roseli C. R.C. et col. Integrar / Incluir: desafio para a escola atual. São
Paulo: FE- USP, 1998.
PONTES, Tarcília dos Santos. A avaliação na educação infantil, frente aos novos
desafios. Trabalho de Conclusão de Curso. Belém-PA. UAMA, 2001.