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Nos produtos plásticos fabricados no passado, podemos verificar geometrias bem comportadas
e poucos detalhes.
Todavia, com a evolução do uso de materiais plásticos em peças complexas e aplicações cada
vez mais exigentes, novos desafios foram apresentados aos fabricantes, resultando na
necessidade do emprego de tecnologias avançadas para o seu desenvolvimento.
O conseqüente progresso tecnológico trouxe ao mercado novos materiais, máquinas,
processos de fabricação, instrumentos de medição e periféricos.
Com tantas variáveis, os custos para o desenvolvimento de produtos plásticos, sem recursos
para uma previsão do comportamento da peça durante a fabricação, tornaram- se proibitivos.
Um risco muito grande e que não pode ser assumido, sob pena de inviabilizar qualquer
negócio.
A previsão do preenchimento de uma cavidade, inicialmente realizada de forma manual [1],
tornou-se inviável à medida que os produtos se tornaram mais complexos. Em função das
equações matemáticas para resolução de uma simulação e das equações para previsão de
comportamento térmico, de empenamento e de contração exigirem cálculos extensos, surgiram
as soluções numéricas computadorizadas.
Desenvolvida há quase três décadas, a simulação computadorizada do processo de injeção
tornou- se uma tecnologia pré-requisito para o projeto de produtos e moldes.
O primeiro programa comercial para esta aplicação foi o Moldflow [2]. Desde então foram
implementadas melhorias e novas tecnologias nos sistemas de simulação, tornando- os mais
precisos e rápidos.
Graças à evolução dos computadores, novos códigos foram criados permitindo o cálculo do
empenamento das peças, da simulação de injeção a gás, da co-injeção, além de vários outros
processos.
Como uma ferramenta de engenharia evoluída e madura, a facilidade de uso do programa
tornou a simulação disponível e ao alcance dos projetistas de peças e moldes. Neste artigo
procuramos explorar a realidade desta tecnologia e os benefícios da sua utilização.
Muitos se perguntam, por que buscar novas tecnologias e processos? A resposta é simples:
para manter a competitividade e atender as expectativas do mercado.
- Aumentar a produtividade;
Apesar de uma resposta simples, os caminhos para chegar a este estágio são diversos. Dentre
as várias tecnologias disponíveis para a previsão de processos, como a estrutural e a
funcional, a simulação de injeção se apresenta como opção interessante.
Para demonstrar oportunidades de melhoria na qualidade de produtos que encontramos no dia
a dia, apresentamos alguns exemplos a seguir.
A Figura 1 mostra um defeito comum em peças injetadas com paredes espessas, conhecido
como rechupe.
À medida que o processo de injeção exige operação com parâmetros no limite de trabalho do
material, a fim de permitir a fabricação da peça, podemos nos deparar com restrições como a
degradação do material injetado, causando o defeito apresentado na Figura 3.
A linha de emenda surge quando duas frentes de fluxo se encontram. Esta linha será tanto
mais frágil quanto menor for a temperatura da frente de fluxo, pois esta ocasionará uma solda
deficiente do material, conforme apresentado na Figura 4.
Na Figura 5 está representada uma falha de preenchimento da peça, que, neste caso, pode ser
causada por uma restrição de espessura da peça ou pela escolha de um ponto de injeção em
posição inadequada.
A qualidade do processo de fabricação de uma peça injetada pode ser medida por parâmetros
como o índice de refugo, o tempo de máquina parada, o retrabalho exigido nas peças e o
índice de manutenção do molde. Assim sendo, é imperativo que estes indicadores sejam
- “A simulação de injeção deve ser feita pela ferramentaria. Se o molde for bom, a peça é boa!”;
- “Às vezes temos que fazer moldes milagreiros. O cliente traz peças com espessuras de até
10mme não permite que tenha rechupe!”;
- “Meu negócio é injetar peça. Se o cliente mandar o molde bom, não tem peça que eu não
injete sem refugo!”.
Estas afirmações nos levam a crer que o processo de desenvolvimento envolve profissionais
de toda a cadeia produtiva, desde o conceito do produto até a embalagem e expedição ao final
da produção.
Apenas dessa maneira será possível minimizar os custos relativos ao excesso de testes (try-
out), às alterações de molde e matéria-prima, aos atrasos na entrega de amostras, ao refugo
de produção, entre outros, objetivando alcançar a maior rentabilidade possível do produto
fabricado ao longo de sua vida útil. A Figura 6 mostra os passos para desenvolvimento de um
produto injetado.
• Tanto o projeto de produto quanto o de molde deixam de contar somente com dados de
experiências anteriores;
• O processo de fabricação passa a ser considerado como restrição de projeto e assume a
mesma importância que tem, por exemplo, a resistência da peça aos esforços mecânicos e;
• A dificuldade de comunicação entre o cliente final, o transformador e a ferramentaria é
reduzida, já que todos passam a discutir os problemas com base em resultados concretos de
uma simulação de injeção.
• Na engenharia de produto
• Na ferramentaria
Na última etapa, com o molde pronto, é possível obter algumas respostas muito importantes e
então constatar os bons resultados, sendo:
- Larga janela de processo;
- Redução dos tempos e perda de produção;
- Redução dos níveis de refugo;
- Tempos de ciclo reduzidos;
No teste do molde, o técnico responsável pelo ajuste da injetora disporá de um molde no qual
obterá o melhor processo de injeção em menos de uma hora e as oscilações naturais da
máquina ou da matéria-prima não estarão afetando a qualidade do produto.
A SIMULAÇÃO COMPUTADORIZADA
A Tabela 1 faz referência aos problemas mais comuns nas peças e quais os tipos de análises
que permitem antevê-los.
A análise *reológica permite identificar, a partir da informação do material a ser injetado e da
configuração do molde, como será a injetabilidade do produto, relacionando tempo de injeção,
pressão de injeção, temperatura do material na cavidade, entre outros fatores.
Também é possível determinar os pontos mais críticos onde a refrigeração será importante,
conforme demonstra a Figura 9.
Nesta figura os canais são colocados com dimensões diferentes para garantir que todas as
peças do molde sejam preenchidas ao mesmo tempo.
* Reologia: ciência que estuda a mecânica dos materiais deformáveis, abrangendo desde os
materiais não completamente sólidos até os quase líquidos [3].
A partir da melhor condição atingida na simulação, devem ser transferidas, de maneira mais fiel
possível, as informações para o produto, molde e processo de injeção definitivo.
BENEFÍCIOS DA SIMULAÇÃO
LIMITAÇÕES
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] Dihlmann, C.; Método manual para previsão de preenchimento em moldes para injeção de
termo plásticos, Revista Ferramental, Nº 7, p. 41 a 55, Editora Gravo, Julho/Agosto/2006, Brasil
[3] Baptista, A.; Algumas Notas sobre Plásticos, Anais do I Congresso da Indústria de Moldes,
pág. 251-259, Marinha Grande, 28-30/Janeiro/1983, Portugal