Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Princípios são traduzidos como ideia de início, começo, primeiro momento. (DELGADO,
2019, p.220).
Sergio Pinto Martins (2003, p.75) ensina que os princípios podem ter função informadora,
quando inspiram o legislador e servem de fundamento para as normas jurídicas. Como função
normativa, os princípios atuam como uma fonte supletiva, nas lacunas e omissões da lei. Já, na
função interpretativa, podem servir como orientador para os intérpretes e aplicadores da lei.
Acerca da função de fonte supletiva, impõe mencionar que a própria CLT estabelece os
princípios como meio pelo qual as autoridades administrativas e a Justiça do Trabalho podem
fundamentar suas decisões.
No direito do trabalho podem ser identificados diversos princípios constitucionais, tais como o
princípio da dignidade da pessoa humana, princípio do valor social do trabalho, princípio da
solidariedade, princípio da não discriminação etc. (LEITE, 2020, p.96-99).
Ensina Leite (2020, p.105) que o princípio da proteção constitui verdadeira gênese do direito
do trabalho e “consiste em estabelecer uma igualdade jurídica entre empregado e empregador,
em virtude da manifesta superioridade econômica deste diante daquele”.
Conforme ensina Leite (2020, p.105) “trata-se do princípio que auxiliar a interpretação da
norma trabalhista em prol do trabalhador, [...] diante de uma única norma que permita mais de
uma interpretação, deve prevalecer aquela que mais favoreça o empregado”.
Segundo Leite (2020, p.107), “cuida-se de princípio que informa a aplicação da norma
trabalhista, existindo mais de uma norma no ordenamento jurídico versando sobre direitos
trabalhistas, prevalecerá a que mais favoreça o empregado”.
No entendimento de Leite (2020, p.111), “existindo uma condição ou cláusula anterior oriunda
de norma jurídica preexistente (ex.: cláusula de regulamento de empresa contendo uma
vantagem para o empregado), sobrevier outra norma versando sobre a mesma matéria,
prevalecerá aquela, anteriormente criada, salvo se a norma posterior for mais benéfica ao
trabalhador”.
Referido princípio teve sua mitigação pela edição da Lei nº 13.467, de 2017, a chamada
“Reforma Trabalhista”, que criou a figura do empregado hipersuficiente.
Destaca Martins que “são privilegiados, portanto, os fatos, a realidade, sobre a forma ou a
estrutura empregada” (2003, p.79).
Ademais, cumpre observar o quanto estatui o artigo 9° da CLT “Serão nulos de pleno direito
os atos praticados com o objetivo de desvirtuar, impedir ou fraudar a aplicação dos preceitos
contidos na presente Consolidação”.
Súmula nº 12 do TST
CARTEIRA PROFISSIONAL (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e
21.11.2003
As anotações apostas pelo empregador na carteira profissional do empregado
não geram presunção "juris et de jure", mas apenas "juris tantum".
Dessa forma, é importante observar que os contratos por prazo determinado, para terem
validade devem ser realizados, exclusivamente, por escrito e dentro dos critérios legais.
___________________________________
REFERÊNCIAS
BRASIL. DECRETO-LEI Nº 5.452, DE 1º DE MAIO DE 1943. Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm Acesso em 20 Jul. 2021.
BRASIL. LEI Nº 13.105, DE 16 DE MARÇO DE 2015. Código de processo civil. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art373 Acesso em: 20 Jul.2021.
DELGADO, Mauricio Godinho. Curso de direito do trabalho: obra revista e atualizada conforme a lei da reforma
trabalhista e inovações normativas e jurisprudenciais posteriores. 18 ed., São Paulo: Ltr, 2019.
LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de direito do trabalho. 12.ed., São Paulo: Saraiva Educação, 2020.
MARTINS, Sergio Pinto. Direito do trabalho. 17.ed., São Paulo: Atlas, 2003.