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Analogia Da Fé
Analogia Da Fé
ANALOGIA DA FÉ
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Marcio Santos – Pastor
Sacra Scriptura Sui Interpres
Sumário:
1. Introdução;
2. Conceituando o Termo;
3. Conceituando Fé;
4. Tipos de Fé;
4.1. Antropológica;
4.2. Salvívica;
4.3. Ações de Piedade;
4.4. Bondade Ética;
4.5. Fatual;
4.6. Introspectiva;
4.7. Instrutiva;
4.8. Medical (cura);
5. Conclusão;
6. Referências.
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INTRODUÇÃO
O cenário atual, não menos nebuloso que cenários anteriores da efígie
da fé, vislumbram a necessidade propedêutica de uma teologia circunspecta
em um mundo brícolo e apático.
Os dias atuais são antagônicos ao arquétipo bíblico e teológico. Sendo
assim, o esboço antropológico em curso é ambivalente em seus vezos sociais.
O mesmo municiado pela filosofia humanista / racionalista têm empenhado
grande esforço nas camadas socioculturais; socioeconômica; sócio familiar,
dentre outras esferas sócio construídas e paradigmatizadas por um esforço
hedônico em se estabelecer ora por força, ora por ideologia o afastamento
cadenciado da fé escriturística.
O homem que habita esse século com inovações tecnológicas,
ideológica, política, econômica, é perspicaz, sagaz. O mesmo abjura a moldura
escriturística com seus axiomas teológicos e abarcam paradigmas ambíguos
resultantes de suas emoções corrompidas e de um caráter ávido.
A célula social de então está sendo construída naquilo que o filósofo e
sociólogo Émile Durkheim disse: “O homem é produto da sociedade”. Essa
prerrogativa levantada pelo sociólogo esboça a realidade globalizante de
nossos dias, onde o ter é mais importante do que o ser. Em suma, os homens
estão vivendo para questões subjetivas do ser, enquanto questões
propedêuticas do ser estão sendo de maneira conducente alquebradas e um
modelo mecânico, onde, o transcendente, o imaterial, o divino, o sacro estão
lepidamente caindo em uma auto desvalia.
O desafio que se desvela é grande diante da Igreja de Cristo, pois, a
sociedade em curso, também é parte integrante do corpo de Cristo; a realidade
social extra muros da Igreja é também realidade intra muros da Igreja.
O embate existencial levantado por Salomão em Eclesiastes 3. 1:8,
onde basicamente os signos sociais são os mesmos para ambas as esferas
independente da confissão religiosa que se professa, arremete-nos para a
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3. Conceituando Fé
Segundo o Novo Dicionário da Bíblia de J.D. Douglas, a palavra fé
implica em:
No Antigo Testamento No AT o termo fé é encontrado
apenas por duas vezes — em Dt 32.20, "raça de perversidade,
filhos em quem não há lealdade" {'emurí), e em He 2.4, "o justo
viverá pela sua fé" ('emu-nõh). Até mesmo nesses dois casos a
maioria dos eruditos é de opinião que os termos hebraicos
significam antes "fidelidade" e não "fé" (ainda que a fidelidade se
origine apenas de uma atitude correta para com Deus, ficando
pressuposta a fé, em nosso sentido). Isso não significa,
entretanto, que a fé não seja elemento importante no ensino do
AT, pois ainda que a palavra não seja frequente, a ideia o é. É
usualmente expressa por ^debos. tais como "crer", "can.fia.r" ,
ou "esperar", os quais ocorrem com abundância.
Podemos começar por uma passagem tal como Sl 26.1: "Faze-
me justiça, Senhor, pois tenho andado na minha integridade, e
confio no Senhor sem vacilar". É frequentemente afirmado que o
AT espera que os homens sejam salvos à base de suas obras,
porém, esta passagem põe a questão em sua correta
perspectiva. O salmista realmente apela para sua "integridade";
contudo, isso não significa que estivesse confiando em si
mesmo ou em suas ações. Sua confiança estava depositada em
Deus. Sua "integridade" era a evidência de sua confiança em
Deus. O AT é um livro volumoso, e as verdades acerca da
salvação são declaradas de várias maneiras. Os escritores
sagrados nem sempre faziam distinções que nós, com o NT nas
mãos, talvez desejaríamos. Porém, o exame cuidadoso revelará
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darem contas de nossos axiomas Aquele que um dia foi advogado, e, agora é
Juiz de “toda” terra.
O campo semântico da fé é introspectivo-reflexivo e não reflexivo-
introspectivo. Primeiro interioriza-se para depois exteriorizar-se.
A fé nos remete para a cura interior e quando invertemos a pirâmide as
consequências são desastrosas. Em Mateus 6.33 Jesus elenca o “modus
operandi” dos axiomas da fé quando prioriza a sistemática em elementos a
priori do ser, ou seja, Reino e Justiça como elementos internos
(introspectivos); demais coisas a posteriori do ser, ou seja, como elementos
de fora (reflexivos).
O que temos visto nos dias atuais se parece mais com uma confissão
positiva do que propriamente uma expressão de fé. Pregadores da televisão
esboçando seus talentos através de várias metodologias oriundas da
psicologia, da filosofia, da quiromancia, da medicina, da ciência, etc.
Toda essa roupagem moderna nas preleções presentes em templos
esparramados em vários pontos de nosso país tem causado mais transtorno do
que favores ao Reino de Deus. Todos os dias, vemos pessoas sendo induzidas
a despertarem uma fé previdente, agoureira, onde o cristianismo é reduzido a
rituais conducentes por homens que se dizem Pastores, Bispos, Apóstolos,
Profetas de uma esperança mecânica, politiqueira, econômica e principalmente
maligna.
Esse tipo de fé – ANTROPOLÓGICA é hoje o maior instrumentos dos
malandros da religião. Seu centro não Deus e seu Reino, e sim, o homem com
seus anseios malignos e egoístas. O foco é a paradigmatização de conceitos
hedônicos municiados por um ideal financeiro.
4.2. Salvívica
Esse tipo de fé precisa ocupar como primordial todos os campos
semânticos de nossa existência cristã. Em João 14.6 “Eu sou o caminho, a
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estamos sendo salvos” (Fl 2.12,13; Ef 2.8; ICo 1.18); e futuro “nós seremos
salvos” (IPe 1.5; Mt 10.22; Rm 5.9,10). Como entender isto? Isto significa que
a salvação é algo abrangente que abarca toda a vida do cristão e não apenas
um momento. Significa também que o salvo passa por todos os momentos e
não apenas por um ou dois. Estudaremos agora um pouco destes três tempos
da salvação:
Passado (nós fomos salvos) – Pela fé no sacrifício do Senhor
Jesus Cristo recebemos bênçãos que vêm sobre nós no
momento de nossa conversão e que continuam atuando no
nosso viver daí para frente. São algumas destas bênçãos: o dom
(ou batismo) do Espírito Santo, o perdão dos pecados, a
justificação, a adoção na família de Deus, a regeneração, a
redenção, a libertação para nova vida, etc. (Ef 2.5; 1.7,13);
Presente (nós estamos sendo salvos) – Tendo recebido a
graça transformadora de Cristo, vivemos agora na santificação,
perseverança na fé, vivência no amor, participação na igreja,
etc. Esta é a vida do cristão enquanto viver na terra e a salvação
manifesta-se destas formas (ICo 15.2; IICo 2.15; 6.2; IPe 1.9;
3.21);
Futuro (nós seremos salvos) – O cristão terá, no futuro, a
consumação de sua salvação através da glorificação que
compreende a ressurreição, a participação na 2ª vinda de Cristo,
o galardão, a vida no Reino Eterno, etc. (Rm 13.11; ICo 5.5; Fl
1.5,6; 2.12; ITs 5.8; Hb 1.14; 9.28; IPe 2.2). Embora possamos
caracterizar estas bênçãos em cada tempo, elas, como
integrantes da salvação, não se restringem apenas a um dos
tempos, mas acompanham o cristão em seu novo viver para
sempre.
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Nos dias de Jesus, todos os grupos religiosos de Israel viviam como sal
dentro do saleiro. Alguns deles não mereciam nem ser chamados de sal,
porque tinham perdido completamente o sabor. A santidade, existencialmente,
começa dentro, no interior do indivíduo, mas tem sua representação na
secularidade, no mundo. Os conteúdos cristãos tem que ser colocados de
maneira que a sociedade humana os perceba, a fim de que o desejo de Jesus
se cumpra; para que, vendo o caráter da Igreja e suas ações, o nome do Pai,
que está nos céus, seja glorificado. Isto é ver a reprodução do "jeito" de Deus
no mundo, nos Seus filhos que, à semelhança do Pai, são bondosos,
generosos, sensíveis para amar e perdoar, humanos, intensamente
apaixonados pela obra, comprometidos com a missão, conscientes do seu
tempo e da sua hora e da responsabilidade para com Deus e para com o
mundo, respondendo a este com o mesmo amor com o qual Deus reage todos
os dias, fazendo vir sol sobre maus e bons e chuva sobre justos e injustos (Mt
5. 45).
Quando falamos do caráter da Igreja, estamos elencando os axiomas
da Igreja pulverizada de maneira lancinante no Sermão da Montanha por
Jesus.
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Ser sal fora do Saleiro é querer estar fora do saleiro para não salgar
demais quem está do seu lado;
Ser sal fora do saleiro é entender a existência do próprio ser na missão
de Deus;
Ser sal fora do saleiro é querer amoldurar-se nos padrões de Jesus em
Fé, Vida e Caráter!
O serviço cristão não pode ser despretensioso. O mesmo é carregado
dos predicados de Cristo e do Reino.
O homem moderno não é o único que tem ilusões sobre o que a vida
cristã possa trazer. Jesus diz em João 6. 26-27: “A verdade é que vocês
estão me procurando, não por que viram meus sinais miraculosos, mas
por que comeram os pães e ficaram satisfeitos. Não trabalhem pela
comida que se estraga, mas pela comida que permanece para a vida
eterna, a qual o filho do homem vos dará. Deus, o Pai, nele colocou o seu
selo de aprovação”.
Conhecendo as falsas expectativas que muitos podem ter
concernentes a caminhada cristã, Jesus adverte em Lucas 14.33 “Assim,
pois, todo aquele que dentre vós que não renuncia a tudo quanto possui,
não pode ser meu discípulo. Basicamente essa é uma ideia concomitante
com a metáfora do sal.
A expressão de Cristo registrada por Lucas deveria ser repetida
diariamente, pois, em uma época em que o apelo do púlpito para que as
pessoas se tornem cristãs é proclamada como se apenas se exigisse uma
decisão simples para aceitar alguma coisa, ao invés de um compromisso com
uma total transformação tanto de pensamento quanto de conduta. Jesus
repetida vezes deixou claro suas exigências para aqueles que o seguiriam, e é
estranho como suas chocantes palavras são frequentemente lidas com
interesse, mas, de um modo que não consegue convencer a nós.
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Para este fim, o Pai depositou com o Unigênito tudo quanto tinha, para
que nele se revelasse, e assim, pela própria comunicação das benesses do
Pai, expressasse Cristo a verdadeira imagem de sua glória. Se na verdade,
como foi dito, impõe-se nos ser tomados pelo Espírito para que sejamos
impelidos a buscar a Cristo, assim, por nossa vez, devemos estar alertados de
que o Pai Invisível não deve ser buscado em outro lugar senão nesta imagem.
Em relação a essa matéria, brilhantemente falou Agostinho que,
discorrendo acerca do escopo da fé, ensina que se deve saber para onde e por
onde se tenha de ir. Então, imediatamente após, conclui que o caminho mais
guarnecido contra todos os erros é aquele mesmo que é Deus e homem – pois,
como Deus, é para onde nos dirigimos; e, como homem, é por onde vamos;
ambos, porém, só se acham em Cristo. Tampouco tem Paulo em mente,
enquanto prega a fé para com Deus, confundir o que tantas vezes inculca a
respeito da fé: que toda sua estabilidade se encontra em Cristo. Pedro,
ademais, mui adequadamente a ambos correlaciona, dizendo que por meio
dele cremos em Deus [1Pe 1.21].
4.6. Introspectiva
Quando o verbo pisteuo é seguido da preposição “eis” – significa crer
dentro. Desta forma, a fé introspectiva nos leva para longe da mecânica
aparente deste mundo, onde, a ferrugem e a traça corroem (Mateus 6.19).
Esse tipo de fé quando introjetada torna o crente inabalável conforme o
salmo 125.1: “Aqueles que confiam no Senhor são como o monte Sião,
que não pode ser abalado, mas permanece para sempre”.
A introspecção conceituada sobre esse prisma eleva-nos a uma nova
forma de mover o olhar sobre nós e sobre o mundo. Olha pra dentro (essa é a
melhor intelecção do termo – introspecção), é se permitir enxergar elementos
positivos e negativos sobre nós e sobre o mundo ao redor.
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4.7. Instrutiva
A verdadeira fé traz até nós instruções de Deus. Entretanto, se faz
necessário, ressaltar um ponto importante aqui: Estou disposto a obedecer as
ordens instrutivas de Deus para minha vida?
Em Lucas 17. 11-19, encontramos a narrativa sobre 10 homens que
eram leprosos e foram curados deste mal. No entanto, somente um dentro os
outros manifestou a fé instrutiva; quando retorna para agradecer por tal feito,
recebe as seguinte nova: (v.19) [...] Levanta-te, e vai; a tua fé te salvou.
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5. Conclusão
A fé é o marco pessoal e histórico da igreja. Sem ela o cristianismo não
passa de mais um sistema religioso e obtuso.
A razão de a igreja existir é a fé em Deus. A mensagem da igreja
precisa resgatar a verdadeira fé nos fiéis; uma fé que os aproxime, que os faça
apaixonar pelo Senhor; uma fé que os faça morrer para este mundo podre e
egoísta e os faça transformados e salinizados em suas consciências!
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6. Referencias
___________Calvino, João. As Institutas ou Tratado de Religião
Cristã, vol.3.
Cheung, Vincent. Piedade com Contentamento. Disponível em:
www.monergismo.com. Acesso em 26/05/2018.
Correia, Jorge Margarido. A ANALOGIA DA FÉ NA
INTERPRETACÀO DA SAGRADA ESCRITURA SEGUNDO SAO TOMÁS DE
AQUINO. Universidade de Navarra, Faculdade de Teologia. Braga – Portugal,
1979. Disponível em: www.google.com/url?
sa=t&source=web&rct=j&url=https://dadun.unav.edu/bitstream/10171/10648/1/
CDT_I_02.pdf&ved=2ahUKEwiut7CujpDbAhUJHJAKHeBgDFQQFjACegQIAxA
B&usg=AOvVaw01c3NxQWLtj4sZ051vaaVt. Acesso em 18/05/2018.
Davidson, Francis. O Novo Comentário da Bíblia. Ed. Vida Nova. São
Paulo, 1997. Disponível em www.ebooksgospel.com.br. Acesso em
16/05/2018.
____________Douglas, J.D. O Novo Dicionário da Bíblia.
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