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• Tuberculose • Tétano

• Hepatite B • Sarampo
• Caxumba
• Poliomielite • Rubéola
Doenças Imunopreveníveis • Difteria • Varicela
• Coqueluche • Meningite Hib e C
• Febre amarela • Pneumonia (pneumococo)
• HPV • Rotavírus
• Hepatite A

Doença Agente etiológico Imunização Composição Doença Agente etiológico Imunização Composição

Tuberculose Bactéria BCG- ao nascer Mycobacterium bovis-


Mycobacterium atenuadas
tuberculosis Meningite (Hib) Bactéria- Penta oligossacarídeos
Haemophilus 2, 4 e 6 meses conjugados de
Hepatite B Vírus da Hepatite B Ao nascer e penta antígeno recombinante
(HBV)- DNA de superfície (HBsAg)
Influenzae (sorotipo Haemophilus influenzae b
B) (conjugada)
Poliomielite Vírus 2, 4, 6 m VIP- poliovírus 1, 2 e 3
Reforço 15 m e 4 anos (inativada) Meningite C Bactéria 3, 5 e 12 meses polissacarídeos
VOP -poliovírus 1, 2 e 3 Neisseria meningitidis Adolescente capsulares purificados da
(atenuada) (meningococo) Neisseria meningitidis do
Difteria Bactéria Penta, dT, DTpa toxoides purificados de sorogrupo C
Corynebacterium difteria
diphtheriae
Coqueluche Bactéria Penta, DTP, DTpa suspensão celular Tétano Clostridium tetani (C. Penta, Dt, Dtpa. toxoides purificados de
Bordetella pertussis inativada de Bordetella tetani) tétano
pertussis (células
inteiras)
Doença Agente etiológico Imunização Composição

Sarampo Vírus RNA, pertencente ao Tríplice viral 12 meses. Cepa Schwarz do


gênero Morbillivirus, Tetraviral 15 meses sarampo (atenuado)
família Paramyxoviridae Até 29 anos (2 doses).
Até 49 anos (1 dose)

Caxumba/ Vírus da família Tríplice viral 12 meses. Vírus atenuado


Parotidite Paramyxoviridae, gênero Tetraviral 15 meses
Paramyxovirus.
Rubéola - Vírus RNA, gênero Tríplice viral 12 meses. vírus vivos (atenuados)
Rubivirus, família Tetraviral 15 meses das cepas Wistar RA
Togaviridae. 27/3 do vírus da
rubéola
Febre amarela Vírus amarílico (RNA), Dose única vírus vivos atenuados
arbovírus do gênero Todo Brasil da febre amarela
Flavivírus derivados da linhagem
e família Flaviviridae. 17 DD

Doença Agente etiológico Imunização Composição

Varicela vírus RNA, o Varicella- Tetraviral (15 vírus vivo atenuado, proveniente da
zoster, da família meses), cepa Oka
Herpetoviridae. 4 anos
Pneumonia Streptococcus polissacarídeos capsulares bacterianos
Pneumoniae purificados do Streptococcus
(Pneumococo) pneumoniae (pneumococo), com 10
sorotipos de pneumococo (1, 4, 5, 6B,
7F, 9V, 14, 18C, 19F e 23F).

Rotavírus Vírus 2 e 4 meses Um sorotipo do rotavírus humano


atenuado da cepa (RIX4414)
Hepatite A Vírus da Hepatite A 15 meses Antígeno do vírus da hepatite A
(HAV). Vírus RNA,
família
Picornaviridae
HPV Papilomavírus humano Adolescentes (2 Inativada.
(HPV). Vírus DNA. doses) Proteínas L1 do HPV tipos 6, 11,
16 e 18.
Febre Amarela
Doença febril aguda, de curta duração (no máximo 12 dias) e gravidade
variável.
Febre Amarela
Apresenta-se como infecções subclínicas e/ ou leves, até formas graves,
fatais.

A letalidade varia de 5 a 10% nos casos oligossintomáticos, podendo


chegar a 50% nos casos graves (aqueles que evoluem com icterícia e
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/febre_amarela_guia_profissionais_saude.pdf
hemorragias).

Febre Amarela Agente etiológico - Vírus amarílico, arbovirus do gênero


Flavivírus e família Flaviviridae.
É de notificação compulsória imediata no Brasil e pelo Regulamento
Sanitário Internacional (RSI). E um RNA vírus.

O Governo Federal decretou Situação de Emergência em Saúde Pública de


Importância Nacional - ESPIN em nov. de 2015.

Notificação imediata em casos de FAZ em PNH (Portaria 782/2017)

Quadro clínico Quadro clínico


O quadro típico tem evolução bifásica (período de infecção e de O caso pode evoluir para cura ou para a forma grave (período de
intoxicação), com início abrupto, febre alta e pulso lento em relação à intoxicação), caracterizada pelo aumento da febre, diarreia e
temperatura (sinal de Faget), calafrios, cefaleia intensa, mialgias, reaparecimento de vômitos com aspecto de borra de café, instalação de
prostração, náuseas e vômitos, durando cerca de 3 dias, após os quais se insuficiência hepática e renal. Surgem também icterícia, manifestações
observa remissão da febre e melhora dos sintomas, o que pode durar hemorrágicas (hematêmese, melena, epistaxe, hematúria, sangramento
algumas horas ou, no máximo, 2 dias. vestibular e da cavidade oral, entre outras), oligúria, albuminúria e
prostração intensa, além de comprometimento do sensório, que se
expressa mediante obnubilação mental e torpor com evolução para coma.
Duas formas distintas:
A febre amarela apresenta dois ciclos de transmissão
epidemiologicamente distintos: silvestre e urbano.
Do ponto de vista etiológico, clínico, imunológico e fisiopatológico, a
doença é a mesma nos dois ciclos.
Febre Amarela Urbana (FAU) e Febre Amarela Silvestre (FAS),
diferenciando- se uma da outra pela localização geográfica, espécie
vetorial e tipo de hospedeiro.

Ciclos
No ciclo silvestre da febre amarela, os primatas não humanos (macacos)
são os principais hospedeiros e amplificadores do vírus, e os vetores são
mosquitos com hábitos estritamente silvestres, sendo os gêneros
Haemagogus e Sabethes os mais importantes na América Latina. Nesse
ciclo, o homem participa como um hospedeiro acidental ao adentrar áreas
de mata.
No ciclo urbano, o homem é o único hospedeiro com importância
epidemiológica e a transmissão ocorre a partir de vetores urbanos (Aedes
aegypti) infectados.
Vetores/reservatórios e hospedeiros O hospedeiro é um organismo que abriga outro em seu interior
ou o carrega sobre si, pode ser definitivo ou intermediário.
O principal vetor e reservatório da FAS no Brasil é o mosquito do gênero Reservatório ou agente é qualquer ser vivo ou matéria
Haemagogus janthinomys; inanimada onde vive e se multiplica um agente infeccioso, do
qual depende para sobreviver, reproduz-se de tal maneira que
Os hospedeiros naturais são os primatas não humanos (macacos). possa ser transmitido a um hospedeiro suscetível.
O homem não imunizado entra nesse ciclo acidentalmente.
Hospedeiro – Macaco e homem
Na FAU, o mosquito Aedes aegypti é o principal vetor e reservatório e o
homem, o único hospedeiro de importância epidemiológica. Último caso Reservatório- Mosquitos
no Brasil em 1942. Vacina começou em 1937.

Modo de transmissão

Na FAS, o ciclo de transmissão se processa entre o macaco


infectado → mosquito silvestre → macaco sadio. Na FAU, a
transmissão se faz através da picada do mosquito Ae. aegypti, no
ciclo: homem infectado → Ae. aegypti → homem sadio.
Caso humano suspeito: Caso descartado
“Indivíduo com quadro febril agudo (até 7 dias), de início súbito, Caso suspeito com diagnóstico laboratorial negativo, desde que se
acompanhado de icterícia e/ou manifestações hemorrágicas, residente ou comprove que as amostras foram coletadas e transportadas
precedente de área de risco para febre amarela ou de locais com adequadamente; ou caso suspeito com diagnóstico confirmado de outra
ocorrência de epizootias em primatas não humanos ou isolamento de doença.
vírus vetores nos últimos 15 dias, não vacinado contra febre amarela ou
com estado vacinal ignorado”.

Caso confirmado
Todo caso suspeito que apresente pelo menos uma das seguintes A notificação deve ser registrada por meio do preenchimento da
condições: Ficha de Investigação de Febre Amarela, do Sistema de
• Isolamento do vírus da FA. Informação de Agravos de Notificação (Sinan).
• Detecção do genoma viral.
• Detecção de anticorpos da classe IgM pela técnica de MAC-ELISA
em indivíduos não vacinados ou com aumento de quatro vezes ou
mais nos títulos de anticorpos pela técnica de inibição da
hemaglutinação (IH), em amostras pareadas.
• Achados histopatológicos com lesões nos tecidos compatíveis com
FA.

Diagnóstico Imunização
Amostra de sangue, soro e vísceras (fígado, rim, baço, coração e pulmão).
Ampliar a cobertura
Exames específicos: Vacina em viajantes: 10 dias antes da viagem para primovacinados
• Sorologia IgM + dados clínicos 1 doses no indivíduo considera vacinado.
• Pesquisa de vírus em cultura de células, na fase inicial da doença para Calendário vacinal: 9 meses.
detecção de isolamento viral ( sangue/soro ou de vísceras) ou detecção Não administrar junto com a tríplice viral (intervalo de 30 dias).
de genoma do vírus (PCR). Vacina: confere proteção próxima a 100% .
• Exame histopatológico fígado- lesões sugestiva de febre amarela
(necrose).
Eventos adversos da vacina
Controle de vetores
Locais
Mecânico: impede a procriação do vetor
Sistêmicas: Febre, cefaleia, mialgia, anafilaxia, doenças neurológicas
aguda (encefalite, meningite, doenças autoimunes com envolvimento do Biológico: agentes biológicos para controlar as larvas do Aedes
SNC e SNP), doença viscerotrópica aguda (infecção multi-sistêmica (Bacillus thuringiensis israelenses Bti, bactéria com poder
generalizada, semelhante às formas graves da doença). larvicida.

Controle legal: aplicação de normas e condutas regulamentadas


por lei.

Controle de vetores
Químico: uso de inseticidas químicos para controle de larvas e mosquito
adulto.
Questões
Febre Amarela
Hoje é utilizado: Pyriproxyfen para o controle larvário, o Malathion e o
Bendiocarb para o controle de mosquitos adultos.
Caso humano suspeito: Caso descartado
“Indivíduo com quadro febril agudo (até 7 dias), de início súbito, Caso suspeito com diagnóstico laboratorial negativo, desde que se
acompanhado de icterícia e/ou manifestações hemorrágicas, residente ou comprove que as amostras foram coletadas e transportadas
precedente de área de risco para febre amarela ou de locais com adequadamente; ou caso suspeito com diagnóstico confirmado de outra
ocorrência de epizootias em primatas não humanos ou isolamento de doença.
vírus vetores nos últimos 15 dias, não vacinado contra febre amarela ou
com estado vacinal ignorado”.

Caso confirmado
Todo caso suspeito que apresente pelo menos uma das seguintes A notificação deve ser registrada por meio do preenchimento da
condições: Ficha de Investigação de Febre Amarela, do Sistema de
• Isolamento do vírus da FA. Informação de Agravos de Notificação (Sinan).
• Detecção do genoma viral.
• Detecção de anticorpos da classe IgM pela técnica de MAC-ELISA
em indivíduos não vacinados ou com aumento de quatro vezes ou
mais nos títulos de anticorpos pela técnica de inibição da
hemaglutinação (IH), em amostras pareadas.
• Achados histopatológicos com lesões nos tecidos compatíveis com
FA.

Diagnóstico Imunização
Amostra de sangue, soro e vísceras (fígado, rim, baço, coração e pulmão).
Ampliar a cobertura
Exames específicos: Vacina em viajantes: 10 dias antes da viagem para primovacinados
• Sorologia IgM + dados clínicos 1 doses no indivíduo considera vacinado.
• Pesquisa de vírus em cultura de células, na fase inicial da doença para Calendário vacinal: 9 meses.
detecção de isolamento viral ( sangue/soro ou de vísceras) ou detecção Não administrar junto com a tríplice viral (intervalo de 30 dias).
de genoma do vírus (PCR). Vacina: confere proteção próxima a 100% .
• Exame histopatológico fígado- lesões sugestiva de febre amarela
(necrose).
Eventos adversos da vacina
Controle de vetores
Locais
Mecânico: impede a procriação do vetor
Sistêmicas: Febre, cefaleia, mialgia, anafilaxia, doenças neurológicas
aguda (encefalite, meningite, doenças autoimunes com envolvimento do Biológico: agentes biológicos para controlar as larvas do Aedes
SNC e SNP), doença viscerotrópica aguda (infecção multi-sistêmica (Bacillus thuringiensis israelenses Bti, bactéria com poder
generalizada, semelhante às formas graves da doença). larvicida.

Controle legal: aplicação de normas e condutas regulamentadas


por lei.

Controle de vetores
Químico: uso de inseticidas químicos para controle de larvas e mosquito
adulto.
Questões
Febre Amarela
Hoje é utilizado: Pyriproxyfen para o controle larvário, o Malathion e o
Bendiocarb para o controle de mosquitos adultos.
1. (Serctam 2016) Em relação à febre amarela, é INCORRETO afirmar.
a) É uma doença infecciosa grave, causada por vírus e transmitida por
vetores.
Questões
b) A maioria dos infectados se recupera bem e adquire imunização
Febre Amarela permanente contra a febre amarela.
c) No ciclo silvestre, em áreas florestais, o vetor da febre amarela é,
principalmente, o mosquito Haemagogus. Já no meio urbano, a
transmissão se dá através do mosquito Aedes aegypti (o mesmo da
dengue).
d) Ainda não existe vacina para prevenção e controle da doença.
Letra D

2. (IF-SP 2016)Pedro, após uma viagem à Libéria, começou a apresentar 3. (FAFIPA 2014) O Regulamento Sanitário Internacional (RSI, 2005)
os seguintes sintomas: febre, calafrios e cefaleia, seguidos de náusea e permite que os países exijam o certificado internacional de
vômito. Posteriormente a esse estágio, ele apresentou um quadro de Vacinação e Profilaxia (CIVP) para a entrada de estrangeiros em seu
icterícia. Após exames laboratoriais constatou-se que se tratava de uma território. O Brasil não exige esse documento, mas recomenda
doença viral. Com base nessas informações, qual o possível diagnóstico vacinação de todas as pessoas que vivem ou se dirigem para as
dado? áreas em que há recomendação de vacinação de rotina contra
a) Ebola
a) a dengue.
b) Febre amarela.
Letra B b) a varicela. Letra D
c) Leptospirose.
c) o tétano.
d) Amarelão.
e) Malária. d) a febre Amarela.

4. (IDECAN 2016) É uma doença que deve ser notificada de


forma imediata junto às secretarias municipais, estaduais e ao 5. (ASPERHS 2010) Se viajar para áreas de risco, vacinar
Ministério da Saúde: contra febre amarela:
a) HIV.
b) Hanseníase. a) 02 (dois) dias antes da viagem.
c) Febre amarela. Letra C
b) 05 (cinco) dias antes da viagem.
c) 10 (dez) dias antes da viagem. Letra C
d) Esquistossomose.
d) 15 (quinze) dias antes da viagem.
e) 30 (trinta) dias antes da viagem.
6. (IBFC 2017) A febre amarela é uma doença febril aguda, de curta duração (no máximo 12 7. (FEPESE 2018) Os gêneros dos vetores da febre amarela silvestres são:
dias) e gravidade variável. Analise as afirmativas abaixo e assinale a alternativa correta.
I. Na Febre Amarela Urbana (FAU), o mosquito Aedes aegypti é o principal vetor e A Aedes e Culex.
reservatório e o homem, o único hospedeiro de importância epidemiológica. B Culex e Lutzomyia.
II. A vacina contra febre amarela é a medida mais importante para prevenção e controle da C Triatoma e Pediculus.
doença.
D Anopheles e Lutzomyia.
III. Não é uma doença de notificação compulsória imediata.
E Haemagogus e Sabethes. Letra E
IV. É importante o controle do Aedes aegypti para eliminação do risco de reurbanização.
a) As afirmativas I,II,III e IV estão corretas
b) As afirmativas II e IV estão corretas
c) As afirmativas I está correta
d) As afirmativas I, II e IV estão corretas Letra D
e) As afirmativas II e III estão corretas FAZ- dois gêneros Haemagogus (H. janthinomys e H. albomaculatus) e Sabethes (S.
chloropterus),

8. (UERR 2018) A febre amarela é uma doença infecciosa não contagiosa, transmitida por
algumas espécies de mosquito e que apresenta como agente etiológico um vírus do gênero
Flavivirus, família Flaviviridae. De acordo com o Ministério da Saúde, no período de 1º de D A principal forma de prevenção da febre amarela é a
julho de 2017 a 23 de janeiro de 2018, o Brasil registrou 130 casos de febre amarela e, vacinação, administrada em uma dose única.
desse número, 53 pessoas morreram. Com relação a febre amarela no Brasil assinale a
alternativa incorreta:
A A febre amarela pode ser classificada em febre amarela urbana e febre amarela silvestre. E No ciclo da febre amarela urbana o Aedes Agegypti atua como
B Ficou comprovado por pesquisadores do Ministério da Saúde que os macacos são os vetor, e o único hospedeiro é o homem.
principais transmissores da febre amarela urbana, desta forma justifica-se a disseminação
da espécie encontrada nas cidades brasileiras.
C A transmissão da febre amarela silvestre ocorre normalmente quando o homem entra
em regiões de mata e é picado por mosquitos do gênero Haemagogus e Sabethes,
principais vetores da doença.
Letra B

9. (FCC TRT 15 2018)Um colaborador que apresenta febre aguda, não vacinado, 10. (CESPE STJ 2018) Julgue o seguinte item acerca da administração
viajou, nos últimos 15 dias, para um local onde foram diagnosticados vários casos
de febre amarela com ocorrência em humanos. Diante da suspeita de febre de vacinas que constam do Programa Nacional de Imunizações (PNI).
amarela, deve-se orientar a população que É atualmente recomendado que a imunização contra febre amarela
A o período de incubação varia de 7 a 15 dias, após a picada do mosquito macho seja feita a partir dos nove meses de idade e em dose única.
ou fêmea infectado.
B o principal vetor e reservatório da febre amarela urbana no Brasil é o mosquito
do genero Haemagogus janthinomys.
CERTO
C os primatas não humanos são os hospedeiros naturais da febre amarela urbana.
D o homem é considerado o único hospedeiro de importância epidemiológica na
febre amarela urbana.
E o risco de reurbanização da doença deve ser eliminado por meio do controle do
mosquito Haemagogus janthinomys.
Letra D
Foco na Aprovação!!
Obrigada!
Tétano

Tétano Neonatal – RN (até 28 dias de vida)

Acidental
Fernanda Barboza

Tétano Modo de transmissão


Doença infecciosa aguda não contagiosa, prevenível por vacina, causada A infecção ocorre pela introdução de esporos em solução de continuidade
pela ação de exotoxinas produzidas pelo Clostridium tetani, que provocam da pele e mucosas (ferimentos superficiais ou profundos de qualquer
um estado de hiperexcitabilidade do sistema nervoso central. natureza).
Em condições favoráveis de anaerobiose, os esporos se transformam em
Agente etiológico: C. tetani é um bacilo gram-positivo esporulado,
anaeróbico. Produz esporos que lhe permitem sobreviver no meio ambiente formas vegetativas, que são responsáveis pela produção de toxinas –
por vários anos. tetanolisina e tetanopasmina.
A presença de tecidos desvitalizados, corpos estranhos, isquemia e
Reservatório: O C. tetani é normalmente encontrado na natureza, sob a infecção contribuem estabelecer as condições favoráveis ao
forma de esporo, podendo ser identificado em pele, fezes, terra, galhos,
arbustos, águas putrefatas, poeira das ruas, trato intestinal dos animais desenvolvimento do bacilo.
(especialmente do cavalo e do homem, sem causar doença).

Modo de transmissão- tétano neonatal Modo de transmissão


Por contaminação, durante a manipulação do cordão umbilical ou por
meio de procedimentos inadequados realizados no coto umbilical, quando
Não há transmissão direta de um indivíduo para outro.
se utilizam substâncias, artefatos ou instrumentos contaminados com
esporos.
Período de incubação Suscetibilidade e imunidade
Período compreendido entre o ferimento (provável porta de A suscetibilidade é universal e independe de sexo ou idade.
entrada do bacilo) e o primeiro sinal ou sintoma. É curto: em A imunidade permanente é conferida pela vacina .
média, de 5 a 15 dias, podendo variar de 3 a 21 dias. Quanto Recomenda-se 3 doses e 1 reforço a cada 10 anos.
menor for o tempo de incubação, maior a gravidade e pior o A doença não confere imunidade.
prognóstico. Os filhos de mães imunes apresentam imunidade passiva e transitória até
Neonatal- Aproximadamente 7 dias, podendo variar de 2 a 28 2 meses de vida. A imunidade conferida pelo soro antitetânico (SAT) dura
cerca de duas semanas, enquanto aquela conferida pela imunoglobulina
dias. humana antitetânica (IGHAT) dura cerca de 3 semanas.

Manifestações clínicas- tétano acidental Manifestações clínicas- tétano acidental


Hipertonias musculares mantidas, localizadas ou generalizadas; Sintomas iniciais: costumam ser relacionados com a dificuldade
Ausência de febre ou febre baixa; de abrir a boca (trismo e riso sardônico) e de deambular, devido
Hiperreflexia profunda e contraturas paroxísticas que se à hipertonia muscular correspondente.
manifestam à estimulação do paciente (estímulos táteis, sonoros, Progressão da doença: outros grupos musculares são
luminosos ou alta temperatura ambiente). acometidos. Pode haver dificuldade de deglutição (disfagia),
Consciente e lúcido. rigidez de nuca, rigidez paravertebral (pode causar opistótono),
hipertonia da musculatura torácica, músculos abdominais e de
membros inferiores.

Manifestações clínicas- tétano neonatal Manifestações clínicas- tétano neonatal


Choro constante, irritabilidade, dificuldade para mamar e abrir a As contraturas de musculatura abdominal podem ser confundidas
boca, decorrente da contratura dolorosa dos músculos da mandíbula com cólica intestinal. Quando há presença de febre, ela é baixa,
(trismo), seguida de rigidez de nuca, tronco e abdome.
exceto se houver infecção secundária. Os espasmos são
Evolui com hipertonia generalizada, hiperextensão dos membros
inferiores e hiperflexão dos membros superiores, com as mãos desencadeados ao menor estímulo (tátil, luminoso, sonoro, por
fechadas, flexão dos punhos (atitude de boxeador), paroxismos de temperaturas elevadas) ou surgem espontaneamente.
contraturas, rigidez da musculatura dorsal (opistótono) e intercostal, Com a piora do quadro clínico, o recém-nascido deixa de chorar,
causando dificuldade respiratória.
respira com dificuldade e as crises de apneia passam a ser constantes,
A contração da musculatura da mímica facial leva ao cerramento dos
olhos, fronte pregueada e contratura da musculatura dos lábios, podendo levar ao óbito. O coto umbilical pode-se apresentar normal
como se o recém-nascido fosse pronunciar a letra U. ou com características de infecção, que dura cerca de 2 a 5 dias.
Complicações

Pneumonia,
Asfixia por
Infecção Sepse
obstrução alta
urinária

Insuficiência Fratura de
respiratória vértebras e de
baixa costelas
Diagnóstico Tratamento
É essencialmente clínico e não depende de confirmação laboratorial.
Os exames laboratoriais auxiliam no tratamento do paciente e no
A hospitalização deverá ser imediata, preferencialmente em
controle das complicações. (UTI).
O hemograma habitualmente é normal, exceto quando há infecção Quarto individual, com mínimo de ruído, de luminosidade, e
secundária associada. As transaminases e a ureia podem se elevar temperatura estável e agradável.
nas formas graves. Nos casos de insuficiência respiratória, é
importante realizar gasometria e dosagem de eletrólitos. As
radiografias de tórax e da coluna vertebral devem ser realizadas para
o diagnóstico de infecções pulmonares e fraturas de vértebras. As Por não se tratar de uma doença contagiosa, devem ser
culturas de sangue, de secreções e de urina são indicadas apenas nos adotadas apenas medidas de precaução padrão.
casos de infecção secundária.

Tratamento Objetivos da vigilância epidemiológica:


Os princípios básicos do tratamento do tétano são: 1. Reduzir a incidência dos casos de tétano acidental.
2. Conhecer todos os casos suspeitos e investigar, oportunamente, 100%
Sedação
deles, com o objetivo de assegurar diagnóstico e tratamento precoce.
Neutralização da toxina tetânica 3. Adotar medidas de controle, oportunamente.
Debridamento do foco infeccioso para eliminação do C. tetani 4. Identificar e caracterizar a população sob risco.
Antibioticoterapia 5. Recomendar a vacinação da população sob risco.
Medidas gerais de suporte 6. Avaliar o impacto das medidas de controle.
7. Promover educação continuada em saúde, incentivando o uso de
equipamentos e objetos de proteção, a fim de evitar ocorrência de
ferimentos ou lesões.

Caso confirmado- tétano neonatal Medidas de prevenção e controle


Todo recém-nascido que nasceu bem, sugou normalmente nas
Vacinação
primeiras horas e, entre o 2º e o 28º dias de vida, apresentou
dificuldade respiratória, recusou amamentação e apresentou Ferimentos com alto risco de tétano: Limpeza e desinfecção da
dois ou mais dos seguintes sinais e sintomas: trismo, contratura ferida, lavar com soro fisiológico e substâncias oxidantes ou
dos músculos da mímica facial, olhos cerrados, pele da fronte antissépticas e desbridar o foco de infecção.
pregueada, lábios contraídos, hiperflexão dos membros
superiores junto ao tórax, hiperextensão dos membros inferiores
e crises de contraturas musculares, com inflamação ou não do
coto umbilical.
Ferimento risco mínimo- superficial, limpo, sem corpo estranho
ou tecido desvitalizado.
Ferimento alto risco- profundo, ou superficial sujo, corpo
estranho, queimadura, feridas puntiformes, arma branca,
mordedura, politrauma, fratura exposta.

Se o profissional suspeita de que os cuidados posteriores com o


ferimento não serão adequados, deve considerar a indicação de
imunização passiva com SAT- soro antitetânico ou IGHAT
(imunoglobulina humana antitetânica).

O uso da vacina e do soro ou imunoglobulina deve ser aplicado em


locais diferentes.

Imunodeprimidos além da vacina deve fazer uso de imunização


passiva.

Imunização Notificação
Até 7 anos- DTP Compulsória
Imediata, na SMS.
➢ > 7anos dT
➢ Intervalo de 60 dias (mínimo de 30 dias) Preenchimento da Ficha de Investigação do Tétano.
➢ Gestante- qualquer idade gestacional- dT ou dTpa (20ª A investigação deve ser feita imediatamente (nas primeiras 72 horas) após a
semanas) notificação de um caso suspeito ou confirmado. Não se deve restringir ao
âmbito hospitalar: convém buscar informações complementares no
domicílio, com familiares, preferencialmente com a mãe do recém-nascido.

O caso deverá ser encerrado em até 60 dias.


1. (FGV 2015) Quanto à profilaxia do tétano, é correto afirmar que: 2. (CESPE TRE-BA 2017) Embora o tétano acidental possa ser prevenido por
a) paciente com vacinação incompleta, com ferimento contaminado, deve meio da administração de vacina específica, ainda há registros de ocorrência
completar as 3 doses do toxóide tetânico e fazer o soro antitetânico; dessa doença no Brasil. Por isso, no que tange ao tétano, o profissional de
saúde deve estar atento
b) paciente que não sabe informar sobre seu status vacinal com ferimento
leve não contaminado deve fazer apenas uma dose de reforço do toxóide
tetânico; a) à possibilidade de contágio direto entre indivíduos, o qual dificulta o controle
c) paciente com ferimento leve e vacinação completa prévia não tem da transmissão da toxina tetânica.
indicação de profilaxia adicional independentemente da data da última
dose de reforço; b) ao curto período de incubação do tétano e ao fato de que o prognóstico é mais
d) paciente com ferimento contaminado e vacinação completa prévia deve grave em incubações inferiores a sete dias.
receber dose adicional do toxóide tetânico, independentemente da data do
último reforço e soro antitetânico; c) à não ocorrência de sinais clínicos específicos, o que leva à necessidade, para
e) paciente com ferimento grave contaminado e status vacinal fins de diagnóstico, de exames laboratoriais.
desconhecido deve receber imunoglobulina e soro antitetânico. Letra A

d) à baixa gravidade das possíveis complicações decorrentes do tétano, o Tétano: incubação


que o caracteriza como uma doença de curso benigno.
Período compreendido entre o ferimento (provável porta de entrada do
bacilo) e o primeiro sinal ou sintoma. É curto: varia de 5 a 15 dias. Quanto
e) aos cuidados domiciliares recomendados ao paciente, uma vez que o
menor for o tempo de incubação (menor que 7 dias), maior a gravidade e
tratamento do tétano não exige hospitalização.
pior o prognóstico.

Letra B

3. (COMPERVE 2018) A partir de 2017, o Ministério da Saúde passou a


disponibilizar a vacina adsorvida contra difteria, tétano e pertussis
(acelular) tipo adulto – dTpa para as gestantes a partir da 20ª semana de
gestação. As mulheres que perderam a oportunidade de serem vacinadas
durante a gestação devem receber uma dose de dTpa
A no puerpério, o mais precocemente possível.
B no período imediatamente após o puerpério.
Letra B
C na próxima gestação, o mais precocemente possível.
D no período de 5 anos após a última gestação.
Sarampo
Doença viral, infecciosa aguda, potencialmente grave, transmissível,
Sarampo extremamente contagiosa e bastante comum na infância.

A viremia provoca uma vasculite generalizada, responsável pelo


aparecimento das diversas manifestações clínicas.

Período de transmissibilidade
Sarampo
Inicia-se de 4 a 6 dias antes do exantema e dura até 4 dias após seu
Agente etiológico: RNA vírus pertencente ao gênero Morbillivirus, família
aparecimento.
Paramyxoviridae.
O período de maior transmissibilidade ocorre entre os 2 dias antes e os 2
dias após o início do exantema. O vírus vacinal não é transmissível.
Reservatório: O homem.

Modo de transmissão: Ocorre de forma direta, por meio de secreções


nasofaríngeas expelidas ao tossir, espirrar, falar ou respirar. Por isso, a
elevada contagiosidade da doença. Também tem sido descrito o contágio
por dispersão de aerossóis com partículas virais no ar, em ambientes
fechados, como escolas, creches e clínicas.

Período de Incubação Suscetibilidade e imunidade


Geralmente de 10 dias, podendo variar entre 7 e 18 dias, desde a data da Em geral todas as pessoas são suscetíveis ao vírus do sarampo.
exposição até o aparecimento da febre, e cerca de 14 dias até o início do Lactentes, cujas mães já tiveram sarampo ou foram vacinadas, possuem
exantema. imunidade passiva conferida por anticorpos transmitidos pela via
transplacentária.
Essa imunidade é transitória e pode perdurar até o final do 1º ano de vida,
razão pela qual pode haver interferência na resposta à vacinação em
menores de 12 meses de vida.
No Brasil, cerca de 85% das crianças perdem esses anticorpos maternos por
volta dos 9 meses de idade.
Manifestações clínicas Manifestações clínicas
Caracteriza-se por febre alta, acima de 38,5°C, exantema máculo-papular
generalizado, tosse, coriza, conjuntivite e manchas de Koplik (pequenos Período de infecção – dura cerca de 7 dias, iniciando-se com período
pontos brancos na mucosa bucal, antecedendo o exantema) (Figura 1). De prodrômico, quando surge a febre, acompanhada de tosse produtiva,
forma simplificada, as manifestações clínicas do sarampo são divididas em coriza, conjuntivite e fotofobia. Do 2º ao 4º dia desse período, surge o
três períodos. exantema, quando se acentuam os sintomas iniciais. O paciente apresenta
• Infecção prostração e lesões características de sarampo (exantema cutâneo
máculo-papular de coloração vermelha, iniciando na região
• Toxêmico retroauricular).
• Remissão

Manifestações clínicas Manifestações clínicas

Período toxêmico - a ocorrência de superinfecção viral ou bacteriana é Remissão- caracteriza-se pela diminuição dos sintomas, com declínio da
facilitada pelo comprometimento da resistência do hospedeiro à doença. febre. O exantema torna-se escurecido e, em alguns casos, surge
São frequentes as complicações, principalmente nas crianças até os 2 anos descamação fina, lembrando farinha, daí o nome de furfurácea.
de idade, especialmente as desnutridas e os adultos jovens.
É durante o exantema que, geralmente, se instalam as complicações
sistêmicas, embora a encefalite possa aparecer após o 20º dia.

Complicações

Febre por mais de 3 dias, após o aparecimento do exantema, é um sinal


de alerta e pode indicar o aparecimento de complicações, como infecções
respiratórias, otites, doenças diarreicas e neurológicas. Na ocorrência
dessas complicações, a hospitalização pode ser necessária, principalmente
em crianças desnutridas e em imunocomprometidos.
Epidemiologia
• Notificação Compulsória.

• Complicações: pneumonia, encefalites.

• Melhora da cobertura vacinal.

Epidemiologia Epidemiologia
O sarampo é uma das principais causas de morbimortalidade entre É uma doença com distribuição universal, com variação sazonal. Nos
crianças menores de 5 anos de idade, sobretudo as desnutridas e as que climas temperados, observa-se aumento da incidência no período
vivem nos países em desenvolvimento. compreendido entre o final do inverno e o início da primavera. Nos climas
tropicais, a transmissão parece aumentar depois da estação chuvosa.
O comportamento endêmico-epidêmico do sarampo varia de um local
para outro, e depende basicamente da relação entre o grau de imunidade
e a suscetibilidade da população, bem como da circulação do vírus na
área.

Situação no Brasil (jan/2019)


Epidemiologia
Em relação à caracterização viral foi identificado o genótipo D8, idêntico
Nos locais onde as coberturas vacinais não são homogêneas, e estão ao que está circulando na Venezuela, em todos os estados com casos
abaixo de 95%, a doença tende a se comportar de forma endêmica, com a confirmados de sarampo, com exceção de dois casos: um caso do Rio
ocorrência de epidemia a cada 2 a 3 anos, aproximadamente. Grande do Sul, que viajou para a Europa e importou o genótipo B3, e
outro caso de São Paulo com genótipo D8, com história de viagem ao
Líbano, sem qualquer relação com os surtos da Venezuela e Brasil.
Medidas de prevenção e controle Medidas de prevenção e controle
Proteção individual para evitar circulação viral: Proteção da população:
• o isolamento domiciliar ou hospitalar dos casos diminui a • A vacina é a única forma de prevenir a ocorrência do sarampo na
intensidade dos contágios.
população.
• Deve-se evitar, principalmente, a frequência às escolas ou creches,
agrupamentos e qualquer contato com pessoas suscetíveis, até 4 • O risco da doença para indivíduos suscetíveis permanece, em função
dias após o início do período exantemático. da circulação do vírus do sarampo em várias regiões do mundo, e se
• O impacto do isolamento dos doentes é relativo à medida de acentua na medida da facilidade em viajar por esses lugares.
controle, porque o período prodrômico da doença já apresenta • A principal medida de controle do sarampo é a vacinação dos
elevada transmissibilidade do vírus e, geralmente, não é possível suscetíveis: vacinação de rotina na rede básica de saúde, bloqueio
isolar os doentes, a não ser no período exantemático. vacinal, intensificação vacinal e campanhas de vacinação de
• A vigilância dos contatos deve se realizar pelo período de 21 dias. seguimento.

Bloqueio vacinal Tratamento


A vacinação de bloqueio é uma atividade prevista pelo sistema de vigilância Não existe tratamento específico para a infecção por sarampo. O
epidemiológica em conjunto com a equipe de imunizações, sendo tratamento profilático com antibiótico é contraindicado.
executada quando da ocorrência de um ou mais casos suspeitos da doença.
Recomenda-se a administração da vitamina A em todas as crianças
Deve ser realizada no prazo máximo de até 72 horas após a notificação do acometidas pela doença, para reduzir a ocorrência de casos graves e fatais,
caso, a fim de interromper a cadeia de transmissão e, consequentemente, no mesmo dia do diagnóstico do sarampo.
eliminar os suscetíveis no menor tempo possível.

1. (CESGRANRIO 2012) Através do Programa Nacional de Imunizações 2. (FCC 2012) De acordo com o Ministério da Saúde (2010), o sarampo é
do Ministério da Saúde, conseguiram-se eliminar algumas doenças uma doença infecciosa aguda, de natureza viral, transmissível e
infectocontagiosas do país. Qual doença deixou de ter casos extremamente contagiosa. Dentre as ações de prevenção e controle do
autóctones registrados a partir do ano 2000? sarampo, estão a
a) Difteria a) vacinação, a investigação precoce dos casos para evitar complicações e a
b) Filariose redução da carga viral pela quimioprofilaxia.
c) Poliomielite Letra D
d) Sarampo b) educação em saúde, o controle sanitário animal e a inspeção sanitária
e) Tétano de produtos.
c) vacinação, a investigação epidemiológica e o isolamento de casos.

d) vacinação, a investigação imediata de paralisias flácidas agudas (PFA)


em menores de 15 anos e a educação em saúde.

e) educação em saúde, as medidas de saneamento básico na redução das


possibilidades de reinfecção e a imunização passiva.

Letra C
Tuberculose

Situação atual da TB
Tuberculose
Doença reemergente: incidência alta no sec. XIX, redução no séc. XX e
auemnto dos casos na década de 1980 (HIV). Doença infecciosa e transmissível, causada pelo Mycobacterium
2015 a OMS propôs acabar com a TB até 2035. tuberculosis, que afeta prioritariamente os pulmões, embora
Aumento de novidades no diagnóstico e tratamento da TB. possa acometer outros órgãos e sistemas.
Determinantes sociais e a Intersetorialidade da TB.
Alta relação com as condições de vida da população.

Agente etiológico
Modo de transmissão
A tuberculose pode ser causada por qualquer uma das sete espécies que
integram o complexo Mycobacterium tuberculosis: M. tuberculosis, M.
bovis, M. africanum, M. canetti, M. microti, M. pinnipedi e M. caprae. A tuberculose (pulmonar e laríngea) é uma doença de transmissão aérea:
Entretanto, do ponto de vista sanitário, a espécie mais importante é a M. ocorre a partir da inalação de aerossóis, produzidos pela tosse, espirro ou
tuberculosis.
fala de doentes com tuberculose de vias aéreas (tuberculose pulmonar ou
laríngea). Somente pessoas com tuberculose ativa transmitem a doença.
O M. tuberculosis (também conhecido como bacilo de Koch) é um bacilo
álcool-ácido resistente (BAAR), fino, ligeiramente encurvado, que possui
de 1 a 4 micra de comprimento.
Crianças com TB pulmonar, em geral, têm baciloscopia negativa e, por isso,
É parasita intracelular aeróbio. Não produz toxinas conhecidas. Sua pouca importância na cadeia de transmissão da doença.
multiplicação é lenta e apresenta inúmeros antígenos em sua superfície.
Transmissão
O termo “bacilífero”
Via respiratória (inalação de aerossóis) produzidos pela tosse, fala
ou espirro de um doente com tuberculose ativa pulmonar ou
Refere-se a pessoas com TB pulmonar ou laríngea que tem
laríngea.
baciloscopia positiva no escarro. Esses casos têm maior
As gotículas exaladas (gotículas de Pflüger) rapidamente se tornam
capacidade de transmissão, entretanto pessoas com outros secas e transformam-se em partículas menores (<5-10 μm de
exames bacteriológicos como cultura e/ou Teste Rápido diâmetro). Essas partículas menores (núcleos de Wells), contendo um
Molecular da Tuberculose (TRM-TB ) positivos também podem a dois bacilos, podem manter-se em suspensão no ar por muitas
transmitir. horas e são capazes de alcançar os alvéolos, onde podem se
multiplicar e provocar a chamada primo-infecção.

A probabilidade de uma pessoa ser infectada depende de fatores Modo de transmissão


exógenos:
Bacilos que se depositam em roupas, lençóis, copos e outros objetos
dificilmente se dispersam em aerossóis e, por isso, não desempenham
o tipo de papel importante na transmissão da doença.
infectividade do duração do
ambiente
caso-fonte contato
partilhado.
É possível que o contágio ocorra a partir de outros modos de transmissão
como, por exemplo, pela ingestão de leite não pasteurizado
contaminado, pela inoculação direta e pela via transplacentária.

Fator de proteção
Suscetibilidade e Imunidade
• Incidência de luz solar;
• Ventilação; e A suscetibilidade à infecção é praticamente universal. Contudo, nem todos
• Higiene dos ambientes os expostos se infectam.

Se a quantidade de bacilos inalados for pequena, eles podem ser


destruídos antes de produzirem qualquer lesão ou de induzirem resposta
imune.
Estima-se que 10% das pessoas que foram infectadas pelo M.
tuberculosis adoeçam: 5% nos dois primeiros anos que sucedem a
infecção e 5% ao longo da vida, caso não recebam o tratamento
preventivo preconizado.

Informações importantes Informações importantes


• A TB primária, aquela que ocorre logo após a infecção, é comum em • Em 80% dos casos acomete o pulmão, e é frequente a presença de
crianças e nos pacientes com condições imunossupressoras. cavidade.
Habitualmente, é uma forma grave, porém com baixo poder de
transmissibilidade.
• A reinfecção pode ocorrer se a pessoa tiver uma nova exposição, sendo
mais comum em áreas onde a prevalência da doença é alta.
• Os bacilos podem permanecer como latentes (infecção latente pelo M.
tuberculosis – ILTB ) por muitos anos até que ocorra a reativação,
• A infecção prévia pelo M. tuberculosis não evita o adoecimento, ou seja,
produzindo a chamada TB pós-primária (ou secundária).
o adoecimento não confere imunidade e recidivas podem ocorrer.

Epidemiologia
A incidência observada é maior em áreas de grande concentração 1993 OMS declarou preocupação mundial e lançou o DOTS
populacional e precárias condições socioeconômicas e sanitárias. (tratamento diretamente observado).

Tendência no Brasil de queda da incidência. 2014 “Estratégia global e metas para prevenção, atenção e controle
da tuberculose pós-2015”
Pilares norteadores

atenção ao
paciente

pesquisa e Componente
inovação social

O Brasil não possui uma epidemia generalizada, mas concentrada em


algumas populações, como as pessoas vivendo com HIV (PVHIV), em
situação de rua, privadas de liberdade (PPL), a população indígena e
pessoas que vivem em aglomerados e em situação de pobreza.
Objetivos
1. Diagnosticar precocemente todas as formas de tuberculose, com oferta
universal de cultura e teste de sensibilidade, incluindo o uso de testes
Tuberculose rápidos.

2. Tratar de forma adequada e oportuna todos os casos diagnosticados de


tuberculose visando à integralidade do cuidado.

3. Intensificar as atividades colaborativas TB-HIV.

4. Intensificar as ações de prevenção (vacinação, vigilância da ILTB).

Objetivos Prevenção
5. Fomentar ações para garantir a realização das atividades de cuidado e
prevenção da doença com recursos adequados (humanos, infraestrutura e
A vacina BCG utilizada no Brasil é preparada com bacilos vivos atenuados e
financeiros).
apresenta eficácia em torno de 75% contra as formas miliar e meníngea da
TB.
6. Fortalecer a participação da sociedade civil nas estratégias de enfrentamento
da doença.
A vacina BCG é feita ao nascer e é prioritariamente indicada para crianças
7. Melhorar a qualidade dos sistemas informatizados de registro de casos para de 0 a 4 anos de idade
tomada de decisão mais oportuna.

Contraindicada: < 2Kg, imunodeprimidos.


8. Estabelecer parcerias para fomentar a realização de pesquisas no país em
temas de interesse para saúde pública.

Prevenção Prevenção
Busca ativa de sintomáticos respiratórios
Todos os ingressos do sistema prisional devem ser investigados para
Atividade com objetivo de identificar precocemente pessoas com tosse
tuberculose.
por tempo igual ou superior a 3 semanas – sintomático respiratório –,
visando identificar precocemente os casos, iniciar o tratamento
Portadores do HIV são mais vulneráveis à tuberculose, sendo essa a oportunamente e assim quebrar a cadeia de transmissão.
principal causa associada definida de óbito entre as doenças infecciosas
nesse grupo.
A busca de sintomático respiratório deve ser realizada permanentemente
por todos os serviços de saúde (níveis primário, secundário e terciário).
Prevenção secundária 1. ( FAPEC 2013) Qual a vacina utilizada na prevenção de tuberculose?
a) Tetra valente
• Diagnóstico precoce; b) Pólio
• Tratamento precoce;
c) BCG
• Acompanhamento dos casos com TDO; Letra C
d) Tríplice bacteriana
• O TDO consiste na observação diária da ingestão dos
medicamentos antituberculose por um profissional capacitado da
equipe de saúde, por, no mínimo, 3 observações semanais do
início ao fim (24 ingestões observadas na fase intensiva e 48 na
fase de manutenção);
• Visita domiciliar e busca de faltosos;
• Vigilância e isolamento respiratório no ambiente hospitalar;

2. (CESPE 2015) Acerca do Programa de Prevenção e Controle da 3. (FUNRIO 2016) Diagnosticar e tratar correta e prontamente os casos de TB
Tuberculose, julgue o item subsequente. pulmonar são as principais medidas para o controle da doença. Assim é
preciso que todos os profissionais de saúde tenham clareza dos mecanismos
O controle da tuberculose deve envolver, predominantemente, ações de de transmissão e prevenção. Sobre estes, indique a alternativa ERRADA.
alta complexidade, devido ao número crescente de casos dessa doença em a) A tuberculose é transmitida por via aérea em praticamente todos os
pacientes acometidos pelo vírus HIV. casos.
b) Os doentes bacilíferos, isto é, aqueles cuja baciloscopia de escarro é
Errada positiva, são a principal fonte de infecção.
c) A infecção ocorre a partir da inalação de núcleos secos de partículas
contendo bacilos expelidos pela tosse, fala ou espirro do doente com
tuberculose ativa de vias respiratórias.

d) A busca ativa do Sintomático Respiratório deve ser realizada DSS que contribuem na manutenção e propagação da doença
permanentemente por todos os serviços de saúde (níveis primário, secundário
e terciário). • Urbanização crescente e desordenada;
• Desigualdade na distribuição de renda;
e) As formas exclusivamente extrapulmonares transmitem a doença. • Moradias precárias e superlotação;
• Insegurança alimentar;
• Baixa escolaridade;
• Dificuldade de acesso aos serviços e bens públicos
Letra E
Diagnóstico

Diagnóstico Clínico
Pulmonar (primária pós-primária (ou secundária) e a miliar: tosse
persistente seca ou produtiva, febre vespertina, sudorese noturna e
emagrecimento, podem ocorrer em qualquer das três apresentações.

primeiro contato do
Primária indivíduo com o bacilo, TB pulmonar primária: manifestações clínicas podem ser
comum em criança.
insidiosas, com o paciente apresentando-se irritadiço, com febre
baixa, sudorese noturna e inapetência. Nem sempre a tosse está
Adolescente e adulto
presente. O exame físico pode ser inexpressivo.
TB pulmonar Secundária
jovem

Aspecto radiológico
pulmonar específico.
Miliar Forma grave. Comum em
imunocomprometidos
TB pulmonar pós-primária ou secundária: característica principal a tosse seca TB miliar: clínica pode ser aguda ou subaguda, com maior frequência em
ou produtiva. Nos casos em que a tosse é produtiva, a expectoração pode ser
purulenta ou mucoide, com ou sem sangue. A febre vespertina, sem calafrios, crianças e em adultos jovens.
não costuma ultrapassar os 38,5 oC.
A sudorese noturna e a anorexia são comuns.
Os sintomas como febre, astenia, emagrecimento e tosse ocorrem em 80%
O exame físico geralmente mostra fácies de doença crônica e emagrecimento,
dos casos.
embora indivíduos com bom estado geral e sem perda do apetite também
possam ter TB pulmonar.
O exame físico pode mostrar hepatomegalia (35% dos casos), alterações
A ausculta pulmonar pode apresentar diminuição do murmúrio vesicular, sopro do sistema nervoso central (30% dos casos) e alterações cutâneas do tipo
anfórico ou mesmo ser normal. eritemato-máculo-pápulo-vesiculosas (incomum).

TB Extrapulmonares
TB pleural: mais comum em pessoa sem HIV. Cursa com dor torácica pleurítica. Tríade:
astenia, emagrecimento e anorexia ocorre em 70% dos pacientes, e febre com tosse
seca, em 60%. Níveis elevados de adenosina deaminase (ADA) no líquido pleural têm
sido aceitos como critério diagnóstico de TB. A cultura para TB do escarro induzido é
positiva em até 50% dos pacientes, mesmo sem outra alteração visível na radiografia
de tórax além do derrame pleural.

Empiema pleural tuberculoso: consequência da ruptura de uma cavidade tuberculosa


para o espaço pleural. Diagnóstico- baciloscopia.

TB ganglionar periférica: mais comum em pcts com HIV. Gânglios endurecidos ou


amolecidos. O diagnóstico é obtido por meio de aspirado por agulha e/ou ressecção
ganglionar, para realização de exames bacteriológicos e histopatológicos.
Prevenção da infecção pelo M. tuberculosis ou quimioprofilaxia
primária
DOENÇAS IMUNOPREVENÍVEIS • Recém-nascidos (RN) expostos a casos de TB pulmonar ou laríngea podem
ser infectados pelo M. tuberculosis (MTB) e desenvolver formas graves da
TUBERCULOSE doença. Nessas situações, recomenda- -se a prevenção da infecção pelo
MTB. O RN não deverá ser vacinado com a BCG ao nascer.

• Recomenda-se utilizar a isoniazida (H) por três meses e, após esse período,
FERNANDA BARBOZA faz-se a prova tuberculínica (PT). Se o resultado da PT for ≥ 5mm, a H deve
ser mantida por mais três meses, completando seis meses de tratamento,
e o RN não deverá ser vacinado para BCG, uma vez que já apresenta
resposta imune ao bacilo da tuberculose (WHO, 2014).

Prevenção da infecção pelo M. tuberculosis ou


quimioprofilaxia primária
Caso resultado da PT < 5mm, a H deve ser interrompida e a
Vacinação para BCG efetuada.
Caso o RN tenha sido inadvertidamente vacinado, recomenda-se
o uso de H por seis meses e não está indicada a realização da PT.
Avaliar individualmente a necessidade de revacinar para BCG
após esse período, já que a H é bactericida e pode interferir na
resposta imune aos bacilos da BCG efetuada.

Amamentação Indicações de tratamento da infecção latente


ƒNão há contraindicações à amamentação, desde que a mãe não A indicação depende:ƒ
seja portadora de mastite tuberculosa. • do resultado da PT ou do IGRA
• ƒda idade;
É recomendável o uso de máscara cirúrgica ao amamentar e ao • ƒda probabilidade de ILTB; e
cuidar da criança enquanto a baciloscopia do escarro se mantiver • ƒdo risco de adoecimento.
positiva.
Crianças (< 10 anos de idade) contatos de casos pulmonares IGRA (dosagem sanguínea de interferon gama)
O tratamento da ILTB em crianças está indicado quando: Os IGRAs, no entanto, têm custo elevado e seus resultados são
ƒ PT ≥ 5mm ou IGRA (dosagem sanguínea de interferon gama) incertos em menores de 5 anos de idade.
positivo – em crianças, independentemente do tempo decorrido
da vacinação por BCG (WHO, 2013b, 2014).

Crianças contato com até 5 anos de idade devem ter a


investigação e o tratamento da ILTB priorizados com avaliação
clínica imediata.

Indicação de tratamento ILTB- Adulto Indicação de tratamento ILTB- Adulto


PT ≥ 5mm ou IGRA positivo ƒPT ≥ 10mm ou IGRA positivo
› PVHIV; › Silicose;
› contatos adultos e adolescentes (≥ 10 anos); › neoplasia de cabeça e pescoço, linfomas e outras neoplasias
› alterações radiológicas fibróticas sugestivas de sequela de TB; hematológicas;
› uso de inibidores do TNF-α (preferencialmente antes da sua › insuficiência renal em diálise;
utilização); › neoplasias com quimioterapia imunossupressora;
› uso de corticosteroides (equivalente a > 15 mg/dia de prednisona › diabetes mellitus;
por mais de 1 mês); e › baixo peso (< 85% do peso ideal);
› pré-transplante que fará uso de terapia imunossupressora. › tabagistas (> 20 cigarros/dia); e
› calcificação isolada (sem fibrose) na radiografia.
ƒ

Indicação de tratamento ILTB- Adulto Tratamento da ILTB


Conversão (2ª PT com incremento de 10mm em relação à 1ª PT) Indicação para utilização do fármaco: a H deve ser o esquema
› Contatos de TB confirmada por critério laboratorial; preferencial para tratamento da ILTB, considerando a longa
› profissional de saúde; experiência da sua utilização no país.
› profissional de laboratório de micobactéria; e
› trabalhador do sistema prisional e de instituições de longa Em hepatopatas, crianças (< 10 anos de idade), pessoas acima de
permanência. 50 anos de idade e no caso de intolerância à H, deve-se dar
prioridade a outros regimes.
Tratamento da ILTB Tratamento da ILTB - Rifampicina
Dose: O regime com R é preferencial em indivíduos com mais de 50 anos de
idade, crianças (< 10 anos de idade), hepatopatas (Menzies D.2008
› Adultos e adolescentes (≥ 10 anos de idade): 5 a 10 mg/kg/dia Nov 18;149(10):689–97), contatos de monorresistentes à H e
de peso até a dose máxima de 300mg/dia. intolerância à H.
› Crianças (< 10 anos de idade): 10 mg/Kg/dia de peso até dose
A R está contraindicada nas PVHIV em uso de inibidores de protease
máxima de 300mg/dia. ƒ ou de Dolutegravir (ver cap. Interações medicamentosas), nessas
situações preferir a utilização da H.
Tempo de tratamento: 6 ou 9 meses (WHO, 2018b).
Tempo de tratamento: 4 meses.

Notificação de casos de ILTB Encerramento dos casos


Esquema básico (de duração de seis meses) sejam encerrados em até nove
O tratamento da ILTB não é de notificação compulsória, porém meses.
recomenda-se a notificação em ficha específica naciona Meningoencefálica (de duração de 12 meses) sejam encerrados no sistema
em até 15 meses.
Critérios:
cura – paciente que apresentar duas baciloscopias negativas, sendo uma em
qualquer mês de acompanhamento e outra ao final do tratamento (5º ou 6º
mês). Para os casos com necessidade de ampliar o tempo de tratamento,
serão considerados os dois últimos meses. A alta por cura também será dada
ao paciente que completou o tratamento sem evidência de falência e teve
alta com base em critérios clínicos e radiológicos, por impossibilidade de
realização de exames de baciloscopia;

Encerramento dos casos MEDIDAS DE CONTROLE


abandono – paciente que fez uso de medicamento por 30 dias ou Isolamento respiratório;
mais e interrompeu o tratamento por 30 dias consecutivos ou mais. Máscara cirúrgica paciente;
ƒóbito.
Máscara PFF2 profissional, inclusive quando o paciente não
mudança de diagnóstico. estiver no quarto (bacilo no ar por 5 a 12 h);
Tuberculose drogarresistente (TB DR)- confirmação, por meio de Ambiente ventilado;
teste de sensibilidade ou teste rápido molecular para tuberculose
(TRM-TB), de resistência a qualquer medicamento antituberculose. Exaustão do ar da unidade de saúde ou uso do filtro HEPA;
Encerrados no Sinan como TB DR e notificados no SITE-TB. Domicílio- ventilado e iluminado.
Falência – será registrada nas seguintes situações: persistência da Tosse com lenço ou braço.
baciloscopia de escarro positiva ao final do tratamento.
Diagnóstico Histopatológico
A avaliação histológica de fragmento de tecido obtido por biópsia é um método empregado
na investigação das formas pulmonares que se apresentam radiologicamente como doença
difusa e nas formas extrapulmonares.

A identificação histológica de granuloma com necrose de caseificação é compatível com o


diagnóstico de TB. A identificação de um granuloma sem necrose de caseificação deve ser
interpretada com cuidado e à luz dos achados clínicos, visto que outras doenças
granulomatosas, como sarcoidose e silicose, podem ter essa apresentação histológica. Além
do granuloma, a análise histológica pode também buscar bacilos no fragmento de tecido.

Embora a baciloscopia do tecido seja usualmente negativa nos pacientes não


imunossuprimidos, ela é positiva, com frequência, nos pacientes com imunossupressão mais
avançada, onde a identificação de granuloma é incomum.

Tratamento Tratamento
Cura Em geral, após duas a três semanas de tratamento com esquema
Acolhimento antiTB que contenha fármacos com atividade bactericida
Humanização precoce, ocorre significativa diminuição da capacidade de
Análise de vulnerabilidade transmissão de bacilos pelos indivíduos doentes.

O bacilo é dependente de oxigênio para o seu metabolismo e Os medicamentos com maior atividade bactericida precoce são a
tem seu comportamento modulado pela concentração do gás no isoniazida, estreptomicina e rifampicina.
ambiente em que ele se encontra.
Tratamento
Adultos e adolescentes: comprimidos em doses fixas combinadas
com a apresentação tipo 4 em 1 (RHZE) ou 2 em 1 (RH).

O esquema básico em crianças (< de 10 anos de idade) é


composto por três fármacos na fase intensiva (RHZ), e dois na
fase de manutenção (RH), com apresentações farmacológicas
individualizadas (comprimidos e/ou suspensão).

1 Caso novo ou virgem de tratamento (VT): paciente nunca submetido ao Esquema Básico para o tratamento de adultos e adolescentes (≥
tratamento antiTB ou realização de tratamento por menos de 30 dias.
2 Retratamento: paciente que já fez o tratamento antiTB por mais de 30 dias 10 anos de idade): 2RHZE/4RH
e que necessite de novo tratamento após abandono ou por recidiva (após a
cura ou tratamento completo).
3 Recomendado TDO compartilhado com a Atenção Primária. Indicações: Casos novos de tuberculose ou retratamento
4 Falência terapêutica: paciente que apresenta persistência de baciloscopia (recidiva e reingresso após abandono que apresentem doença
de escarro positiva ao final do tratamento; paciente que inicialmente
apresentava baciloscopia fortemente positiva (++ ou +++) e mantém essa ativa) em adultos e adolescentes (≥ 10 anos de idade); todas as
positividade até o quarto mês de tratamento; e pacientes com baciloscopia apresentações clínicas (pulmonares e extrapulmonares), exceto a
inicialmente positiva, seguida de negativação e nova positividade, por dois
meses consecutivos, a partir do quarto mês de tratamento. forma meningoencefálica e ostearticular.

Observações:
• ƒ Quando existir concomitância entre a forma meningoencefálica ou
osteoarticular e quaisquer outras apresentações clínicas, utilizar o
esquema para TB meningoencefálica ou osteoarticular. ƒ
• Quando TB osteoarticular de baixa complexidade, pode-se tratar por 6
meses, a critério clínico. ƒ
• Associar corticosteroide: Prednisona (1 a 2 mg/kg/dia) por quatro
semanas ou, nos casos graves de TB meningoencefálica, dexametasona
injetável (0,3 a 0,4 mg/kg/dia), por quatro a oito semanas, com redução
gradual da dose nas quatro semanas subsequentes. ƒ
• Para evitar sequelas, recomenda-se aos pacientes que a fisioterapia, em
casos de tuberculose meningoencefálica, seja iniciada o mais cedo
possível.

R – Rifampicina; H – isoniazida; Z – Pirazinamina; E – Etambutol.


Esquema Básico para tratamento da TB meningoencefálica e
osteoarticular em adultos e adolescentes (≥ 10 anos de idade):
2RHZE/10RH

Indicações: ƒCasos novos e retratamento (recidiva e reingresso


após abandono) que apresentem doença ativa
meningoencefálica e óssea em adultos e adolescentes (≥ 10 anos
de idade)

R – Rifampicina; H- Isoniazida; Z – Pirazinamina; E – Etambutol.

Tratamento A hospitalização é recomendada nos seguintes casos:


Em todos os esquemas de tratamento, os medicamentos deverão • TB meningoencefálica; ƒ
ser ingeridos diariamente e de uma única vez. • Intolerância aos medicamentos antitb incontrolável em ambulatório; ƒ
O tratamento será realizado em regime ambulatorial, • Estado geral que não permita tratamento em ambulatório; ƒ
intercorrências clínicas e/ou cirúrgicas relacionadas ou não à TB que
preferencialmente em regime de tratamento diretamente necessitem de tratamento e/ou procedimento em unidade hospitalar; e ƒ
observado (TDO) • Situação de vulnerabilidade social como ausência de residência fixa ou
grupos com maior possibilidade de abandono, especialmente se for um
caso de retratamento, falência ou multirresistência.

ƒNão há necessidade de alteração da composição do esquema


nas reações adversas menores. ƒ

As reações adversas menores devem ser manejadas na própria


Atenção Primária.
Curso Completo de Enfermagem para Concursos e Residências
Todas os medicamentos deverão ser administrados em tomada única,
preferencialmente em jejum (uma hora antes ou duas horas após o
café da manhã).
Prevenção da infecção pelo M. tuberculosis ou quimioprofilaxia
primária
DOENÇAS IMUNOPREVENÍVEIS • Recém-nascidos (RN) expostos a casos de TB pulmonar ou laríngea podem
ser infectados pelo M. tuberculosis (MTB) e desenvolver formas graves da
TUBERCULOSE doença. Nessas situações, recomenda- -se a prevenção da infecção pelo
MTB. O RN não deverá ser vacinado com a BCG ao nascer.

• Recomenda-se utilizar a isoniazida (H) por três meses e, após esse período,
FERNANDA BARBOZA faz-se a prova tuberculínica (PT). Se o resultado da PT for ≥ 5mm, a H deve
ser mantida por mais três meses, completando seis meses de tratamento,
e o RN não deverá ser vacinado para BCG, uma vez que já apresenta
resposta imune ao bacilo da tuberculose (WHO, 2014).

Prevenção da infecção pelo M. tuberculosis ou


quimioprofilaxia primária
Caso resultado da PT < 5mm, a H deve ser interrompida e a
Vacinação para BCG efetuada.
Caso o RN tenha sido inadvertidamente vacinado, recomenda-se
o uso de H por seis meses e não está indicada a realização da PT.
Avaliar individualmente a necessidade de revacinar para BCG
após esse período, já que a H é bactericida e pode interferir na
resposta imune aos bacilos da BCG efetuada.

Amamentação Indicações de tratamento da infecção latente


ƒNão há contraindicações à amamentação, desde que a mãe não A indicação depende:ƒ
seja portadora de mastite tuberculosa. • do resultado da PT ou do IGRA
• ƒda idade;
É recomendável o uso de máscara cirúrgica ao amamentar e ao • ƒda probabilidade de ILTB; e
cuidar da criança enquanto a baciloscopia do escarro se mantiver • ƒdo risco de adoecimento.
positiva.
Crianças (< 10 anos de idade) contatos de casos pulmonares IGRA (dosagem sanguínea de interferon gama)
O tratamento da ILTB em crianças está indicado quando: Os IGRAs, no entanto, têm custo elevado e seus resultados são
ƒ PT ≥ 5mm ou IGRA (dosagem sanguínea de interferon gama) incertos em menores de 5 anos de idade.
positivo – em crianças, independentemente do tempo decorrido
da vacinação por BCG (WHO, 2013b, 2014).

Crianças contato com até 5 anos de idade devem ter a


investigação e o tratamento da ILTB priorizados com avaliação
clínica imediata.

Indicação de tratamento ILTB- Adulto Indicação de tratamento ILTB- Adulto


PT ≥ 5mm ou IGRA positivo ƒPT ≥ 10mm ou IGRA positivo
› PVHIV; › Silicose;
› contatos adultos e adolescentes (≥ 10 anos); › neoplasia de cabeça e pescoço, linfomas e outras neoplasias
› alterações radiológicas fibróticas sugestivas de sequela de TB; hematológicas;
› uso de inibidores do TNF-α (preferencialmente antes da sua › insuficiência renal em diálise;
utilização); › neoplasias com quimioterapia imunossupressora;
› uso de corticosteroides (equivalente a > 15 mg/dia de prednisona › diabetes mellitus;
por mais de 1 mês); e › baixo peso (< 85% do peso ideal);
› pré-transplante que fará uso de terapia imunossupressora. › tabagistas (> 20 cigarros/dia); e
› calcificação isolada (sem fibrose) na radiografia.
ƒ

Indicação de tratamento ILTB- Adulto Tratamento da ILTB


Conversão (2ª PT com incremento de 10mm em relação à 1ª PT) Indicação para utilização do fármaco: a H deve ser o esquema
› Contatos de TB confirmada por critério laboratorial; preferencial para tratamento da ILTB, considerando a longa
› profissional de saúde; experiência da sua utilização no país.
› profissional de laboratório de micobactéria; e
› trabalhador do sistema prisional e de instituições de longa Em hepatopatas, crianças (< 10 anos de idade), pessoas acima de
permanência. 50 anos de idade e no caso de intolerância à H, deve-se dar
prioridade a outros regimes.
Tratamento da ILTB Tratamento da ILTB - Rifampicina
Dose: O regime com R é preferencial em indivíduos com mais de 50 anos de
idade, crianças (< 10 anos de idade), hepatopatas (Menzies D.2008
› Adultos e adolescentes (≥ 10 anos de idade): 5 a 10 mg/kg/dia Nov 18;149(10):689–97), contatos de monorresistentes à H e
de peso até a dose máxima de 300mg/dia. intolerância à H.
› Crianças (< 10 anos de idade): 10 mg/Kg/dia de peso até dose
A R está contraindicada nas PVHIV em uso de inibidores de protease
máxima de 300mg/dia. ƒ ou de Dolutegravir (ver cap. Interações medicamentosas), nessas
situações preferir a utilização da H.
Tempo de tratamento: 6 ou 9 meses (WHO, 2018b).
Tempo de tratamento: 4 meses.

Notificação de casos de ILTB Encerramento dos casos


Esquema básico (de duração de seis meses) sejam encerrados em até nove
O tratamento da ILTB não é de notificação compulsória, porém meses.
recomenda-se a notificação em ficha específica naciona Meningoencefálica (de duração de 12 meses) sejam encerrados no sistema
em até 15 meses.
Critérios:
cura – paciente que apresentar duas baciloscopias negativas, sendo uma em
qualquer mês de acompanhamento e outra ao final do tratamento (5º ou 6º
mês). Para os casos com necessidade de ampliar o tempo de tratamento,
serão considerados os dois últimos meses. A alta por cura também será dada
ao paciente que completou o tratamento sem evidência de falência e teve
alta com base em critérios clínicos e radiológicos, por impossibilidade de
realização de exames de baciloscopia;

Encerramento dos casos MEDIDAS DE CONTROLE


abandono – paciente que fez uso de medicamento por 30 dias ou Isolamento respiratório;
mais e interrompeu o tratamento por 30 dias consecutivos ou mais. Máscara cirúrgica paciente;
ƒóbito.
Máscara PFF2 profissional, inclusive quando o paciente não
mudança de diagnóstico. estiver no quarto (bacilo no ar por 5 a 12 h);
Tuberculose drogarresistente (TB DR)- confirmação, por meio de Ambiente ventilado;
teste de sensibilidade ou teste rápido molecular para tuberculose
(TRM-TB), de resistência a qualquer medicamento antituberculose. Exaustão do ar da unidade de saúde ou uso do filtro HEPA;
Encerrados no Sinan como TB DR e notificados no SITE-TB. Domicílio- ventilado e iluminado.
Falência – será registrada nas seguintes situações: persistência da Tosse com lenço ou braço.
baciloscopia de escarro positiva ao final do tratamento.
4. (TJ-SP/VUNESP/2019) Diagnosticar e tratar correta e prontamente os casos
de tuberculose pulmonar são as principais medidas para o controle da doença.
Por meio da busca ativa de sintomáticos respiratórios (SR), esforços devem ser
realizados no sentido de encontrar precocemente o paciente e oferecer o
tratamento adequado, interrompendo a cadeia de transmissão da doença e
Questões tuberculose reduzindo a incidência da doença a longo prazo. (Ministério da Saúde). Para
tal, considera-se como sintomático respiratório o indivíduo com tosse por
tempo igual ou superior a
a) sete dias, com presença de expectoração. Letra B
b) três semanas.
c) cinco dias, com histórico de febre superior a 38 ºC.
d) dez dias, na presença de expectoração de cor esverdeada.

5. (PREF RJ 2019) A síndrome da imunodeficiência adquirida 6. (AOCP PREF. JOÃO PESSOA 2018) Sobre a tuberculose, é correto
(AIDS) caracteriza-se pela queda brutal nas defesas do organismo, afirmar que
o que facilita a instalação de doenças oportunistas. Dentre estas, A é uma doença causada pelo Mycobacterium leprae.
pode-se destacar:
B a tuberculose pulmonar pode-se apresentar sob a forma
A a difteria primária, secundária ou miliar.
B o tracoma C a tuberculose pulmonar primária é mais comum em adultos,
Letra C
C a tuberculose sendo que o paciente apresenta-se calmo.
D a mononucleose D na tuberculose pulmonar primária, o paciente apresenta-se com
febre alta e falta de sudorese. Letra B

7. (CESPE IFF 2018) Em relação à tendência de queda da incidência e da


mortalidade por tuberculose no Brasil, apesar dos indicadores animadores, C Os profissionais de saúde deverão receber a vacina BCG,
números absolutos relacionados a essa enfermidade ainda causam indignação e
independentemente do resultado da prova tuberculínica.
representam um desafio grandioso. São mais de 70 mil casos novos, e o número
de óbitos por tuberculose ultrapassa a cifra de 4,5 mil pessoas a cada ano. D A transmissão da tuberculose ocorre exclusivamente pela via
Tendo o texto apresentado como referência inicial e considerando o cenário atual pulmonar.
da tuberculose no Brasil, assinale a opção correta. E A pesquisa bacteriológica é o método prioritário, tanto na
A O maior risco de adoecimento se concentra nos primeiros dois anos após a detecção quanto no monitoramento e na evolução do
primoinfecção, mas o período de incubação pode ser estendido por muitos anos tratamento, mas não serve para documentar a cura.
e até décadas.
B No tratamento da infecção latente ou quimioprofilaxia secundária, a droga de
escolha é Rifampicina. Letra A
A baciloscopia de escarro é indicada nas seguintes condições:
ƒ1. no sintomático respiratório, durante estratégia de busca ativa;
ƒ2. em caso de suspeita clínica e/ou radiológica de TB pulmonar,
independentemente do tempo de tosse;
3. para acompanhamento e controle de cura em casos
pulmonares com confirmação laboratorial.

8. (PREF RJ 2019) Febre vespertina, sudorese noturna, emagrecimento e


inapetência, acompanhados de tosse com duração de 03 semanas ou mais 9. (PREF RJ 2019) A tuberculose pode apresentar-se nas
caracterizam clinicamente um caso suspeito de: formas pulmonar e extrapulmonar. Nas formas
A pneumonia extrapulmonares, a mais grave, que ocorre quando o bacilo de
Koch atinge o sistema nervoso central é a:
B tuberculose pulmonar
A pleural
C paracoccidioidomicose
B entérica
D histoplasmose C meníngea
Letra C
D ganglionar

Letra B

11. (COSEAC UFF 2019) Diagnosticar e tratar correta e prontamente os casos de


10. (COMPERVE UFRN 2019) De acordo com o Ministério da tuberculose pulmonar (TB) são as principais medidas para o controle da doença. Acerca
Saúde, as melhores medidas de prevenção e de controle da deste assunto, é correto afirmar que:
tuberculose são o diagnóstico precoce e o tratamento do paciente A a forma pulmonar na criança difere do adulto, pois costuma ser abacilífera, isto é,
até a cura. Outras medidas de prevenção importantes incluem negativa ao exame bacteriológico.
B na leitura da prova tuberculínica, o maior diâmetro transverso da área do endurado
palpável deve ser medido com régua transparente, e o resultado, registrado em
A a realização de testes respiratórios e de radiografia de tórax. centímetros.
B o controle de contatos e o a busca de sintomáticos respiratórios. C a mãe bacilífera deve evitar amamentar e ter contato próximo com o bebê até seu
escarro se tornar negativo.
C o tratamento diretamente observado e a busca ativa de D com o início do tratamento adequado e o uso correto de medicamentos antiTB em
suscetíveis. pacientes infectados com cepas sensíveis, a transmissibilidade diminui rapidamente em
D a vacinação com BCG e o tratamento da infecção latente (ILTB). uma semana.
E os recém-nascidos que tiverem contato com pessoas com tuberculose bacilífera
deverão ser vacinados com BCG e submetidos imediatamente à quimioprofilaxia
Letra D primária.
Letra A
12. (UERJ 2019) Um homem chegou ao ambulatório de nível secundário para a 13.(FCC TRT 2ª 2018) No esquema básico para tratamento de
realização de vasectomia, tendo sido encaminhado pela atenção básica. Na pré-
consulta, o técnico de enfermagem notou que o paciente apresentava-se bastante tuberculose em paciente com 10 anos de idade ou mais, o Ministério
emagrecido, com tosse e febre. Nesse caso, esse profissional, suspeitando de
tuberculose pulmonar, deve orientar o paciente sobre a necessidade de este realizar da Saúde recomenda que, na fase intensiva do tratamento, o
uma baciloscopia de escarro. Em relação a esse exame, é correto afirmar que: paciente seja medicado com RHZE. Esse fármaco é a combinação de
A amostras adicionais devem ser solicitadas, quando há indícios clínicos e/ou A clofazimina, dapsona, piridoxina e pirazinamida.
radiológicos de suspeita de tuberculose, mesmo que as duas primeiras amostras de
diagnóstico apresentem resultado negativo B rifampicina H e zovirax E.
B deve ser solicitado aos pacientes que apresentam suspeita clínica de tuberculose C estreptomicina e etambutol.
pulmonar, mas não para pacientes com suspeita clínica de tuberculose extrapulmonar
C em até seis meses de aparecimento dos sintomas, deve ser solicitado aos pacientes D isoniazida, dapsona e estreptomicina.
que apresentem suspeita clínica e/ou radiológica de tuberculose pulmonar
D no mínimo, duas amostras devem ser realizadas: uma por ocasião da primeira E rifampicina, isoniazida, pirazinamida e etambutol.
consulta e outra na manhã do dia seguinte do resultado da primeira amostra
Letra A Letra E

14. (UERJ 2019) Para o controle da tuberculose pulmonar em instituições 15. (IADES 2019) Quando o doente portador de tuberculose
de saúde durante o cuidado da criança sintomática respiratória, o tipo de comparece à consulta médica em uma unidade de saúde e faz o
precaução contra a disseminação do bacilo e a conduta a ser tomada pelo tratamento diretamente observado (TDO) em outra unidade de
profissional de saúde para precaução contra proliferação da doença,
respectivamente, são: saúde, mais próxima em relação ao respectivo domicílio ou trabalho,
A para gotículas / utilizar máscara N95 ao realizar aspiração das vias a modalidade de TDO é classificada como
respiratórias superiores da criança A domiciliar.
B aérea e de contato / utilizar máscara cirúrgica ao trocar o frasco de B em unidade de saúde.
hidratação venosa da criança Letra E
C aérea / manter máscara cirúrgica na criança durante seu transporte C operacional.
para a sala de exames D monitorizada.
D para gotículas / manter máscara PFF2 na criança durante seu E compartilhada.
atendimento em ambulatórios
Letra C
Hepatite B

Panorama
No período de 1999 a 2017, foram notificados 218.257 casos confirmados de
hepatite B no Brasil; desses, a maioria está concentrada na região Sudeste

Notificação obrigatória.

Mais de 70% dos óbitos por hepatites virais são decorrentes da Hepatite C.
Total de óbitos com causa básica por hepatites virais de 2000 a 2016 - 35.931
Hepatite C: 23.076 – 75,3%
Hepatite B: 7.828 – 21,8%
Hepatite A: 794 – 2,2%
Hepatite D: 233 – 0,7%

Hepatite B
Doença viral oncogênica.
Assintomática ou sintomática (até formas fulminantes).
Algumas pessoas desenvolvem a forma crônica mantendo um processo
inflamatório hepático por mais de 6 meses. O risco de cronificação pelo
vírus B depende da idade na qual ocorre a infecção.
Assim, em menores de um ano chega a 90%, entre 1 e 5 anos esse risco
varia entre 20 e 50% e em adultos, entre 5 e 10%. Portadores de
imunodeficiência congênita ou adquirida evoluem para a cronicidade
com maior frequência.
Hepatite B
Hepatite B
Sinais e sintomas:
Agente etiológico - Vírus da Hepatite B (HBV). Um vírus DNA, da família mal-estar, cefaleia, febre baixa, anorexia, astenia, fadiga, artralgia,
Hepadnaviridae. náuseas, vômitos, desconforto no hipocôndrio direito e aversão a alguns
alimentos e ao cigarro.
Reservatório - O homem.
A icterícia, geralmente, inicia-se quando a febre desaparece, podendo
Período de incubação - De 30 a 180 dias (em média, de 60 a 90 dias). ser precedida por colúria e hipocolia fecal. Hepatomegalia ou
hepatoesplenomegalia também podem estar presentes.

Hepatite B Hepatite B: Transmissão


O HBV é altamente infectivo e facilmente transmitido por:
• Via sexual
Período de transmissibilidade - De 2 a 3 semanas antes dos primeiros
• Transfusões de sangue
sintomas, mantendo-se durante a evolução clínica da doença. O portador
• Procedimentos médicos e odontológicos e hemodiálises sem as
crônico pode transmitir por vários anos. adequadas normas de biossegurança
• Transmissão vertical (mãe-filho)
Complicações - Cronificação da infecção, cirrose hepática e suas • Contatos íntimos domiciliares (compartilhamento de escova dental e
lâminas de barbear)
complicações (ascite, hemorragias digestivas, peritonite bacteriana
• Acidentes perfurocortantes
espontânea, encefalopatia hepática) e carcinoma hepatocelular.
• Compartilhamento de seringas e de material para a realização de
tatuagens e piercings.

Hepatite B Hepatite B
Os exames laboratoriais inespecíficos incluem as dosagens de aminotransferases
Diagnóstico: Clínico-laboratorial e laboratorial. – ALT/TGP e AST/TGO – que denunciam lesão do parênquima hepático. O nível
Apenas com os aspectos clínicos não é possível identificar o agente etiológico, pode estar até 25 a 100 vezes acima do normal.
sendo necessária a realização de exames sorológicos. As bilirrubinas são elevadas e o tempo de protrombina pode estar aumentada
(TP>17s ou INR>1,5), indicando gravidade.
Os exames específicos são feitos por meio de métodos sorológicos e de biologia
molecular.
Fases da infecção pelo HBV

1. Fase imunotolerante;
2. Fase imunorreativa;
3. Estado de portador inativo;
4. Fase de reativação;
5. Fase HBsAg negativa (não reagente)
Fases da infecção pelo HBV 1. Fase imunotolerante:
- replicação viral (>20.000 UI/mL), sem evidências de agressão
1. Fase imunotolerante; hepatocelular.
2. Fase imunorreativa;
- a fase é caracterizada por positividade de HBeAg e elevados índices de
3. Estado de portador inativo; HBV-DNA sérico, indicativos de replicação viral.
4. Fase de reativação;
5. Fase HBsAg negativa (não reagente) Níveis de aminotransferases normais ou próximos do normal, pouca
atividade necroinflamatória no fígado e lenta progressão de fibrose.

Elevada viremia, os pacientes nessa fase podem transmitir a doença com


maior facilidade.

2. Fase imunorreativa 2. Fase imunorreativa


Os valores das aminotransferases podem apresentar flutuações, e a
A tolerância imunológica esgota-se diante da incapacidade do sistema
atividade necroinflamatória no fígado, por sua vez, pode ser moderada ou
imune de eliminar o vírus.
grave.

É caracterizada pelo teste HBeAg reagente e por menores índices de HBV- A progressão da fibrose é acelerada.
DNA sérico, indicativo de menor replicação viral.
Essa fase pode durar de várias semanas a vários anos e é alcançada mais
rapidamente por indivíduos infectados na idade adulta.

Encerra-se com a soroconversão para anti-HBe.

3. Estado de portador inativo 4. Fase de reativação


Níveis muito baixos – ou até mesmo indetectáveis – de HBV-DNA sérico, Nessa fase pode surgir após o período inativo, quando ocorrerem mutações na
com normalização das aminotransferases e, habitualmente, soroconversão região pré-core e/ou core-promoter do vírus, mantendo-se a replicação viral
mesmo na vigência de HBeAg não reagente.
anti-HBe.
A atividade necroinflamatória e de fibrose no fígado persistem durante essa
O sistema imunológico do hospedeiro é capaz de reprimir a replicação fase.
viral, reduzindo o risco de cirrose e CHC.
A hepatite B crônica HBeAg não reagente também está associada a baixas taxas
de remissão espontânea e risco elevado para complicações, como cirrose
descompensada e CHC.
Esse processo corresponde a um bom prognóstico.
O acompanhamento regular é imperativo para o paciente nessa fase.
5. Fase HBsAg negativa (não reagente) Tratamento
Mesmo após resposta imune com eliminação do HBsAg, há possibilidade Não existe tratamento específico para a forma aguda. Se necessário,
de uma baixa replicação viral (índices indetectáveis ou muito baixos de apenas sintomático para náuseas, vômitos e prurido.
HBV-DNA sérico).
Recomenda-se repouso relativo até, praticamente, a normalização das
A reativação pode ocorrer. aminotransferases.

O acompanhamento regular também está indicado para os pacientes


nessa fase, principalmente em situações de imunossupressão.

Tratamento Tratamento forma crônica

Restrição à ingestão de álcool, que deve ser suspensa por 6 meses, no A forma crônica da Hepatite B tem diretrizes clínico-terapêuticas
mínimo, sendo preferencialmente por 1 ano. definidas por meio de portarias do Ministério da Saúde.
(alfapeguinterferona
Medicamentos não devem ser administrados sem recomendação médica,
Devido à alta complexidade do tratamento, acompanhamento e
para não agravar o dano hepático.
manejo dos efeitos colaterais, ele deve ser realizado em serviços
especializados (média ou alta complexidade do SUS.
As drogas consideradas “hepatoprotetoras”, associadas ou não a complexos
vitamínicos, não têm nenhum valor terapêutico. O mesmo ocorrendo com as formas fulminantes

Medicamentos disponíveis no SUS Casos de Hepatite B


Alfapeguinterferona 2 a (seringa preenchida) - é um grupo de proteínas e 1. Sintomático ictérico
glicoproteínas com atividade antiviral, antiproliferativa e 2. Sintomático anictérico
imunomoduladora. 3. Assintomático
• Entecavir (ETV) 0,5mg • Lamivudina (3TC) solução oral
• Ribavirina (RBV) 250mg
• Daclatasvir 30mg
• Simeprevir 150mg
• Daclatasvir 60mg • Sofosbuvir 400mg
• Lamivudina (3TC) 150mg • Tenofovir (TDF) 300mg
Casos de Hepatite B Fatores de gravidade
Suspeito com marcador sorológico reagente (Doador de sangue): Indivíduo
assintomático doador de sangue, com um ou mais marcadores reagentes para Em indivíduos adultos expostos exclusivamente ao HBV, a cura espontânea
Hepatite B.
se dá em cerca de 90% dos casos.
Confirmado: um ou mais dos marcadores sorológicos reagentes ou exame de
biologia molecular para Hepatite B conforme listado abaixo: A evolução para infecção crônica, por sua vez, ocorre em menor proporção
- HBsAg reagente;
– e é definida como a persistência do vírus ou a presença do HBsAg por
- Anti-HBc IgM reagente;
mais de seis meses, detectada por meio de testes sorológicos.
- DNA do VHB detectável.

Fatores de gravidade Agravamento do quadro

Os extremos de idade e outros fatores comportamentais e genéticos, A replicação viral persistente, a presença de cirrose, o genótipo C do HBV,
características demográficas ou concomitância de substâncias tóxicas – a mutação na região promotora do pré-core e a coinfecção com o HIV ou
incluindo: HCV também são fatores que aumentam a probabilidade de evolução para
- álcool; formas graves.
- Fumo;
- história familiar de CHC; e
- contato com carcinógenos como aflatoxinas
 30% a 50% dos casos de CHC por HBV ocorrem na ausência de cirrose
 aumentam o risco de cirrose hepática e de CHC em pacientes portadores
da hepatite B crônica.

Exames complementares
Medidas de Controle
• Incluem a profilaxia pré-exposição, pós-exposição;
• Não-compartilhamento ou reutilização de seringas e agulhas;
• Triagem obrigatória dos doadores de sangue;
• Inativação viral de hemoderivados;
• Medidas adequadas de biossegurança nos estabelecimentos de saúde;
• Usar preservativos nas relações sexuais; e
• Vacinação (é a medida mais segura para a prevenção da Hepatite B).
Avaliação da cirrose compensada
Exames recomendados para rastreamento de CHC:
Avalia o grau de deterioração da função hepática, além de ser marcador
• Ultrassonografia de abdome total a cada 6 meses prognóstico:

Pacientes portadores de hepatite B possuem risco aumentado para


doença renal, incluindo nefropatia membranosa, glomerulonefrite e
outras doenças associadas a disfunção imune, como a poliarterite nodosa.

1. (COMPERVE UFRN 2018) Os testes rápidos (TR) constituem imunoensaios 2. (AOCP PREF JP 2018) Ao ministrar uma palestra sobre um tipo de hepatite, o(a)
de execução simples, que podem ser realizados em até 30 minutos e não enfermeiro(a) afirma que: “A hepatite é uma infecção de transmissão parenteral,
necessitam de estrutura laboratorial, embora, a depender da amostra predominantemente, pela via sexual. A transmissão vertical também pode ocorrer
trabalhada, sejam necessários cuidados de biossegurança. Os TR utilizados e ocasiona uma evolução desfavorável, com maior chance de cronificação. Profere
para o diagnóstico da hepatite B são realizados com sangue total colhido por que parte das pessoas infectadas tornam-se portadoras crônicas e alguns que
punção da polpa digital ou por punção venosa, com soro ou com plasma. apresentam replicação do vírus evoluem para doença hepática avançada.
Esses testes permitem a detecção do Pronuncia que essa infecção também é condição para o desenvolvimento da
A) antígeno monoclonal da hepatite B (VHBAg). hepatite causada pelo vírus Delta”. Ao final da palestra, recomenda a vacinação
B) anticorpo do vírus da hepatite B (anti-HBV). Letra C contra essa hepatite para todas as pessoas, independentemente da idade e/ou
C) antígeno de superfície do vírus da hepatite B (HBsAg). condições de vulnerabilidade. Com base nesse texto, assinale o tipo de hepatite a
D) anticorpo de superfície do vírus da hepatite B (anti-HBs). que o profissional se refere.
A) Hepatite A. B) Hepatite B. C) Hepatite C. D) Hepatite E.
Letra B
3.(VUNESP TJSP 2019) Ao analisar os resultados do exame de sorologia
para hepatite B de um indivíduo considerado anteriormente como
suscetível, que refere ter recebido a terceira dose da vacina hepatite B há
seis meses, espera-se encontrar positivo(s) o(s) anticorpo(s)/antígeno(s)
A) apenas HBsAg.
Obrigada!
B) HBs-Ag, AntiHBc total e AntiHBc IGG.
C) apenas anti-HBs ( ≥ 10 UI/mL). Letra C
D) Anti-HBe e HBsAg.
E) HBs-Ag, AntiHBc total e AntiHBc IGM.
Hepatite A

Susceptibilidade e imunidade Diagnóstico


A imunidade é duradoura e específica e pode ser adquirida pela infecção
com o vírus ou pela vacina, sendo essas formas indistinguíveis ao perfil Anti-HAV IgM
sorológico.
• A presença deste marcador define o diagnóstico de hepatite aguda A.
É detectado a partir do 2o dia do início dos sintomas da doença e
começa a declinar após a 2a semana, desaparecendo após 3 meses.

Diagnóstico Diagnóstico

Anti-HAV IgG
Anti-HAV Total
• Este marcador está presente na fase de convalescença e persiste
indefinidamente, proporcionando imunidade específica. É um • A expressão se refere a um teste capaz de detectar anticorpos anti-
importante marcador epidemiológico por demonstrar a prevalência HAV das classes IgG e IgM.
de contato com o HAV em determinada população.
Diagnóstico
Hepatite A
Prognóstico
Após +ou- 3 meses o paciente está recuperado.
→ possibilidade de formas prolongadas e recorrentes, com manutenção
das aminotransferases em níveis elevados, por vários meses.

A forma fulminante, apesar de rara (menos que 0,1 a 0,4% dos casos),
apresenta prognóstico ruim.

O quadro clínico é mais intenso à medida que aumenta a idade do


paciente.

Medidas de prevenção Vacina Hepatite A


• Higiene e saneamento básico; Observa-se soroconversão em 4 semanas após a vacinação em mais de 99% de
• Desinfecção da água e alimentos; indivíduos inicialmente soronegativos, com início após uma dose, paralelamente
ao início da proteção contra a doença clínica.
• Higiene de creches com hipoclorito a 2,5% Essa vacina está disponível na rede pública para as crianças com 15 meses de
idade em esquema de dose única.

1Administrar 1 (uma) dose da VACINA DA HEPATITE A em crianças até 4 anos (4


anos 11 meses e 29 dias) de idade, que tenham perdido a oportunidade de se
vacinar.

1. (PREF DO RJ 2019) A hepatite é uma doença que consiste na


inflamação do fígado e pode ser causada por um vírus ou por
substâncias tóxicas. É considerado mais contagioso, porém
menos grave, o seguinte tipo de hepatite viral:
Obrigada!
a) D
b) C Letra D
c) B
d) A
Raiva: Descrição da doença
Antropozoonose (doença primária de animais e que pode ser transmitida aos
humanos).
Raiva
Transmitida ao homem pela inoculação do vírus presente na saliva e
Professora: Fernanda Barboza secreções do animal infectado, principalmente pela mordedura e lambedura.

Caracteriza-se como uma encefalite progressiva e aguda que apresenta


letalidade de aproximadamente 100%.

Notificação compulsória imediata

Raiva
Raiva
No Brasil, caninos e felinos constituem as principais fontes de infecção nas
áreas urbanas.
Agente etiológico: O vírus rábico pertence à família Rhabdoviridae e
gênero Lyssavirus. Possui RNA. Os quirópteros (morcegos) são os responsáveis pela manutenção da
cadeia silvestre, entretanto, outros mamíferos, como canídeos silvestres
(raposas e cachorro do mato), felídeos silvestres (gatos do mato), outros
Reservatório: Apenas os mamíferos transmitem e são acometidos pelo carnívoros marsupiais (gambás e saruês) e primatas (saguis), também
vírus da raiva. apresentam importância epidemiológica nos ciclos enzoóticos (área
endêmica) da raiva.
Na zona rural, a doença afeta animais de produção, como bovinos, equinos
e outros.

1. (IBFC 2016) A Raiva é causada por um _________________, e sua


Epidemiologia
prevenção, em animais, é feita principalmente pela administração da
vacina antirrábica, que propicia ao animal uma imunidade
____________ contra a doença. Assinale a alternativa que contenha as
afirmativas que preencham corretamente as lacunas acima,
respectivamente.
a) Lissavírus, ativa.
b) Lentivírus, ativa. Letra A
c) Arbovírus, passiva.
d) Retrovírus, passiva.
http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2017/maio/15/MAPA
S%20ATUALIZADOS%20RAIVA%202017%20Atualizado%20-%2015-05-
17.pdf
O resultado das ações de vacinação antirrábica canina e felina
resultaram num grande ganho para a saúde pública.

http://portalms.saude.gov.br/saude-de-a-z/raiva

Incubação

É extremamente variável, desde dias até anos, com uma média


de 45 dias no homem. Em crianças, o período de incubação
tende a ser menor que no indivíduo adulto.

http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2019/janeiro/31/08---Tabela-5.pdf

Transmissibilidade
Modo de transmissão
Nos cães e gatos, a eliminação de vírus pela saliva ocorre de 2 a 5
dias antes do aparecimento dos sinais clínicos e persiste durante Penetração do vírus contido na saliva do animal infectado, principalmente
toda a evolução da doença. pela mordedura e, mais raramente, pela arranhadura e lambedura de
mucosas.

A morte do animal acontece, em média, entre 5 e 7 dias após a O vírus penetra no organismo, multiplica-se no ponto de inoculação,
apresentação dos sintomas. atinge o sistema nervoso periférico e, posteriormente, o sistema nervoso
central. A partir daí, dissemina-se para vários órgãos e glândulas salivares,
onde também se replica, sendo eliminado pela saliva das pessoas ou
animais enfermos.
Modo de transmissão
Por finalidade didática, considera-se que a cadeia epidemiológica da
doença apresenta 4 ciclos de transmissão: urbano, rural, silvestre aéreo e
silvestre terrestre.

O ciclo urbano é passível de eliminação, por se dispor de medidas


eficientes de prevenção, tanto em relação ao homem quanto à fonte de
infecção.

Suscetibilidade e imunidade

Todos os mamíferos são suscetíveis.


A imunidade é conferida por meio de vacinação, acompanhada ou não por
soro.
Dessa maneira, pessoas que se expuseram a animais suspeitos de raiva
devem receber o esquema profilático, inclusive indivíduos com profissões
que favorecem a exposição.

Manifestações clínicas Manifestações clínicas


Inespecífico- mal-estar geral, pequeno aumento de temperatura, Progressão- ansiedade e hiperexcitabilidade crescentes, febre,
delírios, espasmos musculares involuntários, generalizados, e/ou
anorexia, cefaleia, náuseas, dor de garganta, entorpecimento, convulsões. Espasmos dos músculos da laringe, faringe e língua
irritabilidade, inquietude e sensação de angústia, hiperestesia e ocorrem quando o paciente vê ou tenta ingerir líquido, apresentando
parestesia no trajeto de nervos periféricos, próximos ao local da sialorreia intensa.
mordedura, bem como alterações de comportamento.
Os espasmos musculares evoluem para um quadro de paralisia,
levando a alterações cardiorrespiratórias, retenção urinária e
obstipação intestinal. Observa-se, ainda, a presença de disfagia,
aerofobia, hiperacusia, fotofobia.
Manifestações clínicas
Prevenção
O paciente se mantém consciente, com período de alucinações, até a
instalação de quadro comatoso e a evolução para óbito. • Monitorar a raiva animal, com intuito de evitar ocorrência de casos
humanos.
• Realizar e avaliar os bloqueios de foco.
O período de evolução do quadro clínico, depois de instalados os
sinais e sintomas até o óbito, é, em geral, de 2 a 7 dias. • Realizar e avaliar as campanhas de vacinação antirrábica de caninos e
felinos.
• Propor e avaliar as medidas de prevenção e controle.
O paciente com raiva furiosa e/ou paralítica deve ser isolado e a
equipe médica do hospital deverá usar Equipamentos de Proteção • Realizar ações educativas de forma continuada.
Individual (EPI). • Vacinação e soro antirrábico.

Diagnóstico- Critério clínico-epidemiológico


Prevenção
Paciente com quadro neurológico agudo (encefalite), que
A vacina antirrábica é indicada para a profilaxia da raiva humana, sendo
apresente formas de hiperatividade, seguido de síndrome
administrada em indivíduos expostos ao vírus da doença, em decorrência
de mordedura, lambedura de mucosa ou arranhadura provocada por paralítica com progressão para coma, sem possibilidade de
animais transmissores ou como profilaxia em pessoas que, por força de diagnóstico laboratorial, mas com antecedente de exposição a
suas atividades ocupacionais, estão permanentemente expostas ao risco uma provável fonte de infecção.
da infecção pelo vírus.

Em algumas situações, a indicação da profilaxia é complementada com a


administração de soro.

Diagnóstico Tratamento
Laboratorial- Protocolo de Milwaukee – primeiro caso de tratamento com
Imunofluorescência cura.
prova biológica- Cultura 2008 – Protocolo de Recife no Brasil- indução de coma, uso de
antivirais e reposição de enzimas, além da manutenção dos
Anticorpos no líquor sinais vitais do paciente.
PCR que detecta RNA viral.
Autópsia pós morte do tecido cerebral. Os casos suspeitos de raiva humana, principalmente aqueles que
serão submetidos ao tratamento pelo Protocolo do Recife, não
devem receber vacina ou soro antirrábico.
Bases Gerais da Profilaxia da Raiva Humana Bases Gerais da Profilaxia da Raiva Humana
1. Iniciada o mais precocemente possível; 6. Não se indica o uso de soro antirrábico para os pacientes
2. Sempre que houver indicação, tratar o paciente em qualquer momento, considerados imunizados por esquema profilático anterior,
independentemente do tempo transcorrido entre a exposição e o acesso à exceto nos casos de pacientes imunodeprimidos ou em caso de
unidade de saúde; dúvidas sobre o tratamento anterior.
3. A história vacinal do animal agressor não constitui elemento suficiente para
a dispensa da indicação do esquema profilático da raiva humana;
7. Nos casos de pacientes imunodeprimidos, usar,
4. Havendo abandono do esquema profilático, completar as doses da vacina obrigatoriamente, o esquema de sorovacinação,
prescritas anteriormente;
independentemente do tipo de acidente, mesmo se o paciente
5. Recomenda-se que o paciente evite esforços físicos excessivos e bebidas tiver histórico de esquema profilático anterior.
alcoólicas durante e logo após a profilaxia da raiva humana.

Ferimento Ferimento
1. Lavar imediatamente o ferimento com água corrente, sabão 2. Havendo contaminação da mucosa com saliva, outras
ou outro detergente. A seguir, devem ser utilizados secreções ou tecidos internos de animal suspeito de ter raiva,
antissépticos (polivinilpirrolidona-iodo, por exemplo, povidine seguir o esquema profilático indicado para lambedura da
ou digluconato de clorexidina ou álcool-iodado). Essas mucosa. A mucosa ocular deve ser lavada com solução fisiológica
substâncias deverão ser utilizadas uma única vez, na primeira ou água corrente.
consulta. Posteriormente, lavar a região com solução
fisiológica.

Ferimento Ferimento
3. O contato indireto é aquele que ocorre por meio de objetos ou 4. Em casos de lambedura da pele íntegra por animal suspeito,
utensílios contaminados com secreções de animais suspeitos. recomenda-se lavar o local com água e sabão.
Nesses casos, indica-se apenas lavar bem o local com água
corrente e sabão. 5. Não se recomenda a sutura do(s) ferimento(s). Quando for
absolutamente necessário, aproximar as bordas com pontos
isolados. Havendo necessidade de aproximar as bordas, o soro
antirrábico, se indicado, deverá ser infiltrado 1 hora antes da
sutura.
Bases Gerais da Profilaxia da Raiva Humana
6. Nos casos em que só se conhece tardiamente a necessidade do uso
do soro antirrábico, ou quando não ha soro disponível no momento,
aplicar a dose recomendada de soro limitado ao máximo em 7 dias da NOTA INFORMATIVA Nº 26-SEI/2017-
aplicação da primeira dose da vacina de cultivo celular. Após esse
prazo, o soro não é mais necessário. CGPNI/DEVIT/SVS/MS
7. Não se deve consumir produtos de origem animal (carne, leite)
suspeitos de raiva. Se ocorrer, não há indicação de esquema
profilático para raiva humana. Não há relatos de caso de raiva
humana transmitida por essa via.

NOTA INFORMATIVA Nº 26-SEI/2017-CGPNI/DEVIT/SVS/MS


Esquema de profilaxia da raiva pós-exposição –IM
ALTERAÇÃO NO ESQUEMA DE PROFILAXIA DA RAIVA HUMANA: A.1. Esquema de profilaxia da raiva pós-exposição pela via IM
profunda (deltoide ou vasto lateral da coxa). Não aplicar no
Acidentes leves: Ferimentos superficiais pouco extensos, geralmente únicos,
em tronco e membros (exceto mãos, polpas digitais e planta dos pés). Podem glúteo:
acontecer em decorrência de mordeduras ou arranhaduras, causadas por
unha ou dente, lambedura de pele com lesões superficiais. • 4 doses da vacina raiva (inativada).
• Dias de aplicação: 0, 3, 7, 14.
Acidentes graves: Ferimentos na cabeça, face, pescoço, mão, polpa digital
e/ou planta do pé. Ferimentos profundos, múltiplos ou extensos, em
qualquer região do corpo. Lambedura de mucosas. Lambedura de pele onde
já existe lesão grave. Ferimento profundo causado por unha de animal.

A.2. Esquema de profilaxia da raiva pós-exposição pela via intramuscular (IM) SAR
com uso de soro antirrábico (SAR) ou imunoglobulina antirrábica (IGAR).
Nos casos em que se conhece tardiamente a necessidade do uso do soro
1. Vacina- 4 doses da vacina raiva (inativada). antirrábico, ou quando não há soro disponível no momento, aplicar a dose
Dias de aplicação: 0, 3, 7, 14 (IM profunda) recomendada de soro no máximo em até 7 dias após a aplicação da 1ª dose
de vacina de cultivo celular, ou seja, antes da aplicação da 3ª dose da vacina.
2. SAR- deve ser administrado uma única vez e o quanto antes. A infiltração deve ser Após esse prazo, o soro não é mais necessário.
executada ao redor da lesão (ou lesões). Quando não for possível infiltrar toda a
dose, aplicar o máximo possível. A quantidade restante, a menor possível, aplicar
pela via intramuscular, podendo ser utilizada a região glútea. A dose é de 40UI/kg de peso. A dose máxima é de 3.000UI. A dose pode ser
dividida e administrada em diferentes músculos, simultaneamente.
Sempre aplicar em local anatômico diferente de onde foi aplicada a vacina. Quando
as lesões forem muito extensas ou múltiplas, a dose pode ser diluída em soro Não realizar a administração do soro antirrábico por via endovenosa.
fisiológico, em quantidade suficiente, para que todas as lesões sejam infiltradas.
Podem ser dispensadas do esquema profilático as pessoas agredidas pelo Se o animal for procedente de área de raiva controlada (sem
cão, ou gato, que, com certeza, não têm risco de contrair a infecção rábica. circulação comprovada da variante 1 e 2), recomenda-se, a
critério médico, não iniciar o esquema.
Por exemplo, animais que vivem dentro do domicilio (exclusivamente);
que não tenham contato com outros animais desconhecidos; que somente
Manter o animal sob observação durante 10 dias e somente
saem à rua acompanhados de seus donos e que não circulem em área
com a presença de morcegos. Em caso de dúvida, iniciar o esquema de iniciar o esquema indicado (soro + vacina) se o animal morrer,
profilaxia indicado. desaparecer ou se tornar raivoso nesse período.

Imunoglobulina humana antirrábica Profilaxia pré-exposição


Solução concentrada e purificada de anticorpos, preparada a partir de • médicos veterinários;
hemoderivados de indivíduos imunizados com antígeno rábico, é um • biólogos;
produto mais seguro que o soro anti-rábico porém de produção limitada • profissionais de laboratório de virologia e anatomopatologia para raiva;
e, por isso, de baixa disponibilidade e alto custo.
• estudantes de medicina veterinária, zootecnia, biologia, agronomia,
agrotécnica e áreas afins;
A dose indicada é de 20 UI/kg de peso. • pessoas que atuam na captura, contenção, manejo, coleta de amostras,
Deve-se infiltrar a maior quantidade possível na(s) lesão(ões). vacinação, pesquisas, investigações ecopidemiológicas, identificação e
Quando a lesão for muito extensa e múltipla, a dose indicada pode ser classificação de mamíferos: os domésticos (cão e gato) e/ou de produção
diluída em soro fisiológico para que todas as lesões sejam infiltradas. (bovídeos, equídeos, caprinos, ovinos e suínos); animais silvestres de vida livre
ou de cativeiro, inclusive funcionário de zoológicos;
Caso a região anatômica não permita a infiltração de toda a dose, a
quantidade restante, a menor possível, deve ser aplicada por via • espeleólogos, guias de ecoturismo, pescadores e outros profissionais que
intramuscular, na região glútea. trabalham em áreas de risco.
Investigação
Não se deve aguardar os resultados dos testes laboratoriais para
Imediatamente ou até 72 horas após a notificação de um caso de desencadear as medidas de controle e outras atividades de
raiva, deve-se iniciar a investigação epidemiológica, para que as investigação, embora tais resultados sejam imprescindíveis para
medidas de controle possam ser adotadas. confirmação de casos e para nortear o encerramento das
O instrumento de coleta de dados: a Ficha de Investigação da investigações.
Raiva.

O encerramento do caso deve ocorrer em 60 dias.

2. (IBFC 2016) Os hospedeiros que mantêm o vírus rábico na natureza são c) A vacinação dos animais, da população e a utilização por funcionários
os carnívoros e os quirópteros, sendo a raiva transmitida através de envolvidos em experimentos que utilizam animais susceptíveis de
soluções de continuidade. Assinale a alternativa correta: proteção adequada são os principais meios de prevenção contra a raiva.

a) A vacinação dos animais e da população são os principais meios para d) A vacinação apenas dos animais localizados em áreas endêmicas para
prevenção contra a raiva. raiva, vacinação dos funcionários envolvidos em experimentos que
utilizam animais susceptíveis e a utilização por parte dos funcionários de
b) A vacinação dos animais, a vacinação preventiva dos funcionários proteção adequada como gorros, máscaras, luvas, botas, etc, são as
envolvidos em experimentos que utilizam animais susceptíveis e a principias medidas de prevenção contra a raiva.
utilização por parte dos funcionários de proteção adequada como gorros, Letra B
máscaras, luvas, botas, etc, são as principias medidas de prevenção contra
a raiva.

4. (COMPERVE UFRN 2018) A raiva é uma antropozoonose que apresenta letalidade de


3. (Prefeitura de BH 2015) São medidas de controle da raiva, EXCETO: aproximadamente 100% e alto custo na assistência preventiva às pessoas expostas ao
risco de adoecer e morrer, sendo ainda um problema de saúde pública no Brasil. A
a) Realizar coberturas vacinais. profilaxia contra a raiva deve ser iniciada o mais precocemente possível. Sobre as bases
gerais da profilaxia da raiva humana,
b) Realizar ações de educação em saúde. A não se deve consumir produtos derivados de animais com suspeita de raiva, mas,
c) Realizar a medicação profilática (Quimioprofilaxia). havendo consumo, há indicação de esquema profilático para raiva humana, pois há
relatos de caso de raiva humana transmitida por essa via.
d) Realizar mobilização comunitária. B não se indica o uso de soro antirrábico para os pacientes considerados imunizados por
Letra C
esquema profilático anterior, exceto nos casos de pacientes imunodeprimidos ou em
caso de dúvidas sobre o tratamento anterior.
C o contato indireto, como a manipulação de utensílios potencialmente contaminados, a
lambedura da pele íntegra e acidentes com agulhas durante aplicação de vacina animal
são considerados acidentes de alto risco e exigem esquema profilático.
D a história vacinal do animal agressor constitui elemento suficiente para a dispensa da
indicação do esquema profilático da raiva humana, especialmente entre os animais
domésticos, como cães e gatos, mesmos que sejam animais errantes.
Letra B
5. (AOCP 2015) Sobre a profilaxia da Raiva Humana, são corretas as 6. (COMPERVE 2015) Em relação à profilaxia ao vírus da Raiva Humana, é
afirmativas a seguir, EXCETO correto afirmar:
A a profilaxia contra a raiva deve ser iniciada o mais precocemente A Nos casos de pacientes imunodeprimidos, não deve ser usado o
possível. esquema de sorovacinação, independentemente do tipo de acidente, pois
B sempre que houver indicação, é necessário tratar o paciente em não há resposta imunológica adequada para esses pacientes.
qualquer momento, independentemente do tempo transcorrido entre a B O consumo de produtos de origem animal suspeitos de raiva deve ser
exposição e o acesso à unidade de saúde. evitado. Se ocorrer, é necessário iniciar o esquema profilático para raiva
C havendo abandono do esquema profilático, é necessário completar as humana o mais precocemente possível.
doses da vacina prescritas anteriormente e não iniciar nova série. C O tratamento após exposição, em caso de suspeita de raiva humana,
D recomenda-se que o paciente evite esforços físicos excessivos e bebidas deve ser iniciado nas primeiras horas. Transcorridas muitas horas ou dias,
alcoólicas durante e logo após a profilaxia da raiva humana. após a exposição, não há mais indicação de início de profilaxia.
E a história vacinal do animal agressor constitui elemento fundamental D Nas agressões por morcegos, deve-se proceder à sorovacinação,
para a dispensa ou indicação do esquema profilático da raiva humana. independentemente do tipo de morcego agressor, do tempo decorrido e
da gravidade da lesão.
Letra E Letra D
Poliomielite
É uma doença infectocontagiosa viral aguda, caracterizada por um
quadro de paralisia flácida, de início súbito, que ocorre em cerca de
Poliomielite/Paralisia Infantil 1% das infecções causadas pelo poliovírus.

O déficit motor instala-se subitamente e sua evolução,


Fernanda Barboza frequentemente, não ultrapassa 3 dias.

Acomete em geral os membros inferiores, de forma assimétrica,


tendo como principais características a flacidez muscular, com
sensibilidade preservada, e a arreflexia no segmento atingido.

Erradicação da Polio Critérios de Erradicação da Polio


1989- último caso no Brasil. Pelo menos 3 anos seguidos sem casos de poliomielite por vírus
Mesmo nesse cenário, é importante estar atento para o risco de selvagem;
importações de casos de países onde ainda há circulação Excelente desempenho da vigilância epidemiológica,
endêmica do poliovírus selvagem (Nigéria, Paquistão e principalmente da paralisia flácida aguda (PFA);
Afeganistão), o que demanda ações permanentes e efetivas de
vigilância da doença e níveis adequados de proteção imunológica Demonstração de capacidade, em cada país, de detectar,
da população. notificar e responder aos casos importados.

Notificação Poliomielite
Notificação compulsória; O caso de PFA deve ser encerrado oportunamente no Sinan em
Investigação em 48 horas. até 60 dias da notificação, quando se realiza a avaliação
neurológica. É necessário que todos os achados da investigação
epidemiológica sejam minuciosamente avaliados.
Agente etiológico
Poliovírus, sorotipos 1, 2 e 3, pertencentes ao gênero
Enterovirus, família Picornaviridae.
Os poliovírus selvagens dos três sorotipos podem causar paralisia
flácida – o sorotipo 1 com maior frequência e o sorotipo 3 mais
raramente.
A circulação do sorotipo 2 não tem sido registrada desde 1999.
No Brasil, o último caso de poliomielite causada pelo poliovírus
selvagem ocorreu em 1989.

Poliomielite Poliomielite
Reservatório- O homem, especialmente crianças. Incubação- Geralmente de 7 a 12 dias, podendo variar de 2 a 30 dias.

Modo de transmissão- Ocorre por contato direto pessoa a Transmissibilidade- Não se conhece com precisão, mas pode iniciar-
pessoa, pela via fecal-oral (mais frequentemente), por objetos, se antes do surgimento das manifestações clínicas. O vírus é
alimentos e água contaminados com fezes de doentes ou encontrado nas secreções da orofaringe após 36 a 72 horas a partir
portadores, ou pela via oral-oral, através de gotículas de da instalação da infecção. Em indivíduos infectados, a eliminação do
vírus pela orofaringe persiste por um período de aproximadamente
secreções da orofaringe (ao falar, tossir ou espirrar). A falta de
uma semana, e nas fezes, por cerca de 3 a 6 semanas, enquanto nos
saneamento, as más condições habitacionais e a higiene pessoal indivíduos reinfectados a eliminação do vírus ocorre em menor
precária constituem fatores que favorecem a transmissão do quantidade por períodos mais reduzidos.
poliovírus.

Poliomielite Susceptibilidade e imunidade


Incubação- Geralmente de 7 a 12 dias, podendo variar de 2 a 30 dias. Todas as pessoas não imunizadas, seja pela infecção natural, seja pela
vacinação, são suscetíveis de contrair a doença.
Transmissibilidade- Não se conhece com precisão, mas pode iniciar-
se antes do surgimento das manifestações clínicas. O vírus é
encontrado nas secreções da orofaringe após 36 a 72 horas a partir A infecção natural ou a vacinação conferem imunidade duradoura
da instalação da infecção. Em indivíduos infectados, a eliminação do para o sorotipo correspondente ao poliovírus responsável pelo
vírus pela orofaringe persiste por um período de aproximadamente estímulo antigênico. Embora não desenvolvendo a doença, as pessoas
uma semana, e nas fezes, por cerca de 3 a 6 semanas, enquanto nos imunes podem ser reinfectadas e eliminar o poliovírus, ainda que em
indivíduos reinfectados a eliminação do vírus ocorre em menor menor quantidade e por um período menor de tempo. Essa
quantidade por períodos mais reduzidos. reinfecção é mais comum pelos poliovírus tipos 1 e 3.
Susceptibilidade e imunidade Manifestações clínicas
Inaparente ou assintomática – 90 a 95% (identificada no
O recém-nascido apresenta proteção nos primeiros meses de laboratório).
vida extrauterina, pois é provido de anticorpos séricos maternos Forma abortiva – sinais inespecíficos.
da classe IgG, transferidos da mãe sensibilizada para o feto por
Meníngea- (1%) agravamento da forma abortiva.
via placentária.
Paralítica (1 a 1,6%)

Paralítica
Diagnóstico
Instalação súbita da deficiência motora, acompanhada de febre; Isolamento do vírus nas fezes.
assimetria, acometendo, sobretudo, a musculatura dos membros Todo caso conhecido deverá ter uma amostra de fezes, coletada
inferiores; no máximo até 60 dias após o início da deficiência motora. Em
flacidez muscular, com diminuição ou abolição de reflexos crianças que apresentam obstipação intestinal, dificultando a
profundos na área paralisada; coleta de amostras de fezes, pode-se utilizar supositório de
sensibilidade preservada; glicerina.
Persistência de alguma paralisia residual (sequela), após 60 dias Não coletar amostras de contato que recebeu a vacina contra a
do início da doença. poliomielite nos últimos 30 dias.

Tratamento
Não há tratamento específico para a poliomielite.
Todos os casos devem ser hospitalizados, procedendo-se ao
tratamento de suporte, de acordo com o quadro clínico do
paciente.
Medidas de prevenção e controle
1. (Pref RJ 2019) A poliomielite é uma doença infectocontagiosa
Vacinação; viral aguda, caracterizada por um quadro de paralisia flácida, de
Precauções entéricas durante o período de transmissibilidade (6 início súbito, que ocorre em cerca de 1% das infecções causadas
semanas) pelo poliovírus. A principal medida de prevenção dessa doença é
a vacinação, utilizando-se os seguintes imunobiológicos:
A VOP e VIP
B DTP e VIP
C rotavírus e VOP Letra A
D rotavírus e DTP

3. (IBFC 2017) A poliomielite é uma doença infectocontagiosa viral aguda,


2. (CESPE STJ 2018) Julgue o seguinte item acerca da caracterizada por um quadro de paralisia flácida, de início súbito, que ocorre em
administração de vacinas que constam do Programa Nacional de cerca de 1% das infecções causadas pelo poliovírus. Sobre este assunto, analise
as afirmativas a seguir e assinale a alternativa correta.
Imunizações (PNI).
I. O déficit motor instala-se subitamente e sua evolução, frequentemente, não
A vacina poliomielite 1, 2 e 3 inativada (VIP) é administrada ultrapassa 3 dias.
exclusivamente por via oral.
II. Acomete em geral os membros inferiores, de forma simétrica, tendo como
Errado principais características: a flacidez muscular, com perda da sensibilidade, e a
arreflexia no segmento atingido.

III. O reservatório é o ser humano, especialmente crianças.


IV. O modo de transmissão ocorre por contato direto pessoa a pessoa,
pela via fecal-oral (mais frequentemente), por objetos, alimentos e água
contaminados com fezes de doentes ou portadores, ou pela via oral-
oral, através de gotículas de secreções da orofaringe (ao falar, tossir ou
espirrar). A falta de saneamento, as más condições habitacionais e a Obrigada!
higiene pessoal precária constituem fatores que favorecem a
transmissão do poliovírus. Estão corretas as afirmativas:
A I, II, III e IV
B I, II e III, apenas
C II e IV, apenas
D I, III e IV, apenas
E II, III e IV, apenas Letra D
Varicela- Descrição da doença
Infecção viral primária, aguda, altamente contagiosa,
Varicela/ Catapora caracterizada por surgimento de exantema de aspecto máculo-
papular e distribuição centrípeta, que, após algumas horas,
torna-se vesicular, evolui rapidamente para pústulas e,
posteriormente, forma crostas, em três a quatro dias.

Varicela- Descrição da doença Epidemiologia


Podem ocorrer febre moderada e sintomas sistêmicos. A principal Não há dados consistentes sobre a incidência de varicela no
característica clínica é o polimorfismo das lesões cutâneas, que se Brasil, uma vez que somente os casos graves internados e óbitos
apresentam nas diversas formas evolutivas, acompanhadas de são de notificação compulsória.
prurido.

Em crianças, geralmente é benigna e autolimitada. Vacinação entrou em 2012 e em 2018 ampliou a 2ª dose.

Em adolescentes e adultos, em geral, o quadro clínico é mais


exuberante.

Herpes-zóster Herpes-zóster
Decorre da reativação do vírus da varicela, que permanece em Causas diversas podem levar à reativação do vírus que, progredindo
latência. centrifugamente pelo nervo periférico, atinge a pele e causa a
A reativação ocorre na idade adulta ou em pessoas com característica erupção do herpes-zóster.
comprometimento imunológico, portadores de doenças crônicas,
neoplasias, aids e outras. Excepcionalmente, há pacientes que desenvolvem herpes-zóster
O quadro clínico é pleomórfico, manifestando-se desde doença após contato com doentes de varicela e, até mesmo, com outro
benigna até outras formas graves, com êxito letal. doente de zóster, o que indica a possibilidade de uma reinfecção em
Após a fase de disseminação hematogênica, em que o vírus atinge a paciente já previamente imunizado. É também possível uma criança
pele, ele progride centripetamente pelos nervos periféricos até os adquirir varicela por contato com doente de zóster.
gânglios nervosos, onde poderá permanecer, em latência, por toda a
vida.
Varicela Varicela
Agente etiológico- Vírus RNA. Vírus Varicella-zoster (VVZ), família Herpetoviridae. Período de transmissibilidade- Varia de 1 a 2 dias antes do
aparecimento do exantema e estende-se até que todas as lesões
Reservatório- O homem. estejam em fase de crosta.
Modo de transmissão- Pessoa a pessoa, por meio de contato direto ou de
secreções respiratórias (disseminação aérea de partículas virais/aerossóis) e, Susceptibilidade e imunidade- A suscetibilidade é universal. A
raramente, através de contato com lesões de pele. Indiretamente, é transmitida por
meio de objetos contaminados com secreções de vesículas e membranas mucosas infecção confere imunidade permanente, embora, raramente,
de pacientes infectados. possa ocorrer um segundo episódio de varicela. Infecções
subclínicas são raras. A imunidade passiva transferida para o feto
Incubação- Entre 14 e 16 dias, podendo variar de 10 a 21 dias após o contato. Pode
ser mais curto em pacientes imunodeprimidos e mais longo após imunização pela mãe que já teve varicela assegura, na maioria das vezes,
passiva. proteção até quatro a seis meses de vida extrauterina.

Varicela- Manifestações clínicas Varicela- Manifestações clínicas


Período prodrômico- inicia-se com febre baixa, cefaleia, anorexia Período exantemático- as lesões comumente aparecem em
e vômito, podendo durar de horas até 3 dias. Na infância, esses surtos sucessivos de máculas que evoluem para pápulas,
pródromos não costumam ocorrer, sendo o exantema o primeiro vesículas, pústulas e crostas. Tendem a surgir mais nas partes
sinal da doença. cobertas do corpo, podendo aparecer no couro cabeludo, na
Em crianças imunocompetentes, a varicela geralmente é parte superior das axilas e nas membranas mucosas da boca e
benigna, com início repentino, apresentando febre moderada das vias aéreas superiores.
durante 2 a 3 dias, sintomas generalizados inespecíficos e
erupção cutânea pápulo-vesicular que se inicia na face, couro
cabeludo ou tronco (distribuição centrípeta).

Varicela- Manifestações clínicas


O aparecimento das lesões em surtos e a rápida evolução
conferem ao exantema o polimorfismo regional característico da
varicela: lesões em diversos estágios (máculas, pápulas,
vesículas, pústulas e crostas), em uma mesma região do corpo.
Varicela- Manifestações clínicas no adulto Síndrome de Reye
A varicela está associada à síndrome de Reye, que ocorre
Nos adultos imunocompetentes, a doença cursa de modo mais especialmente em crianças e adolescentes que fazem uso do ácido
grave do que nas crianças, apesar de ser bem menos frequente acetilsalisílico (AAS) durante a fase aguda.
(cerca de 3% dos casos). Essa síndrome se caracteriza por um quadro de vômitos após o
pródromo viral, seguido de irritabilidade, inquietude e diminuição
A febre é mais elevada e prolongada, o estado geral é mais progressiva do nível da consciência, com edema cerebral
comprometido, o exantema mais pronunciado e as complicações progressivo.
mais comuns podem levar a óbito, principalmente devido à A síndrome de Reye é resultado do comprometimento hepático
pneumonia primária. agudo, seguido de comprometimento cerebral. Portanto, está
contraindicado o uso de AAS por pacientes com varicela.

Manifestações clínicas da herpes-zóster Gestante


Típico. Risco de malformação;
A maioria dos doentes refere, antecedendo às lesões cutâneas, dores nevrálgicas,
além de parestesias, ardor e prurido locais, acompanhados de febre, cefaleia e mal- A infecção materna no 1o ou no 2o trimestre da gestação pode
estar. resultar em embriopatia.
A lesão elementar é uma vesícula sobre base eritematosa. Nas primeiras 16 semanas de gestação, há risco maior de lesões
A erupção é unilateral, raramente ultrapassa a linha mediana e segue o trajeto de graves ao feto, que podem resultar em baixo peso ao nascer,
um nervo. Surge de modo gradual e leva de 2 a 4 dias para se estabelecer. malformações das extremidades, cicatrizes cutâneas, micro)almia,
O quadro evolui para a cura em duas a 4 semanas. As regiões mais comprometidas catarata e retardo mental.
são a torácica (53% dos casos), cervical (20%), correspondente ao trajeto do nervo
trigêmeo (15%) e lombossacra (11%). Gestantes não imunes, que tiverem contato com casos de varicela e
herpes-zóster, devem receber a imunoglobulina humana contra esse
Nos pacientes com herpes-zóster disseminado e/ou recidivante, é aconselhável vírus, disponível nos Centros de Referência para Imunobiológicos
fazer sorologia para HIV, além de pesquisar neoplasias malignas. Especiais (CRIE).

Diagnóstico Tratamento
Clínico-epidemiológico. Antitérmico, analgésico não salicilato e, para atenuar o prurido,
Laboratorial – isolamento do vírus nas vesículas. anti-histamínico sistêmico.
Higiene da pele com água e sabonete, com o adequado corte das
Caso confirmado- Paciente com quadro infeccioso agudo, de unhas.
início súbito, que apresenta exantema maculopapulovesicular Havendo infecção secundária, recomenda-se o uso de
difuso, cujas vesículas evoluem para crostas, em 2 a 3 dias, sem antibióticos, em especial para combater estreptococos do grupo
outra causa aparente, com ou sem confirmação laboratorial. A e estafilococos.
Tratamento
1. (PREF RJ 2019) Paciente com quadro discreto de febre moderada,
O tratamento específico da varicela é realizado por meio da administração do de início súbito, que dura de 2 a 3 dias, e sintomas generalizados
antiviral aciclovir, que é indicado para pessoas com risco de agravamento. inespecíficos (mal-estar, adinamia, anorexia, cefaleia e outros), além
Quando administrado por via endovenosa, nas primeiras 24 horas após o
início dos sintomas, tem demonstrado redução de morbimortalidade em de erupção cutânea pápulo-vesicular, que se inicia na face, couro
pacientes com comprometimento imunológico. cabeludo ou tronco (distribuição centrípeta cabeça e tronco). Diante
desse quadro clínico, o enfermeiro identifica um caso suspeito de:
O uso de aciclovir oral para o tratamento de pessoas sem condições de risco A rubéola
de agravamento não está indicado até o momento, exceto para aquelas com
idade inferior a 12 anos, portadoras de doença dermatológica crônica, B escarlatina
pessoas com pneumopatias crônicas ou aquelas que estejam recebendo Letra D
C esporotricose
tratamento com ácido acetilsalicílico por longo tempo, pessoas que recebem
medicamentos à base de corticoides por aerossol ou via oral ou via D varicela
endovenosa.

2. (IBADE 2017) Na assistência a um paciente com varicela o 3. (CESPE 2011) Apesar de ser uma doença altamente contagiosa,
profissional de saúde deve manter a precaução recomendada a varicela não é de notificação compulsória em casos isolados.
até:
A 7 dias após a internação.
B que todos os sintomas desapareçam.
C 5 dias após a internação.
D 9 dias após início do tratamento. Letra E Certo
E todas as lesões tornarem-se crostas.

4. (IBFC 2016) Sobre as manifestações clínicas da Varicela, analise as afirmativas


abaixo, dê valores Verdadeiro (V) ou Falso (F) e assinale a alternativa que apresenta A F,V,V,V
a sequência correta de cima para baixo.
( ) O período prodrômico se inicia com febre baixa, cefaleia, anorexia e vômito, B V,V,V,V
podendo durar de horas até três dias.
( ) Na infância, os pródromos não costumam ocorrer, sendo o exantema o primeiro
C V,F,V,F
sinal da doença. D F,V,F,V
( ) No período prodrômico as lesões comumente aparecem em surtos sucessivos de
máculas que evoluem para pápulas, vesículas, pústulas e crostas. E V,V,F,V
( ) Nos adultos imunocompetentes, a doença cursa de modo mais grave do que nas Letra E
crianças, apesar de ser bem menos frequente (cerca de 3% dos casos). A febre é mais
elevada e prolongada, o estado geral é mais comprometido, o exantema mais
pronunciado e as complicações mais comuns podem levar a óbito, principalmente
devido à pneumonia primária.
Descrição da doença
Doença infecciosa aguda, de alta transmissibilidade, de distribuição
universal. Importante causa de morbimortalidade infantil.
Coqueluche Compromete especificamente o aparelho respiratório (traqueia e
brônquios) e se caracteriza por paroxismos de tosse seca. Em
lactentes, pode resultar em um número elevado de complicações e
até em morte.

Agente etiológico Reservatório


Bordetella pertussis, bacilo gram-negativo, aeróbio, não O homem é o único reservatório natural. Ainda não foi
esporulado, imóvel e pequeno, provido de cápsula (formas demonstrada a existência de portadores crônicos, embora
patogênicas) e de fímbrias. possam ocorrer casos oligossintomáticos, com pouca importância
na disseminação da doença.

Modo de transmissão Período de incubação


Principalmente, pelo contato direto entre a pessoa doente e a Em média, de 5 a 10 dias, podendo variar de 4 a 21 dias, e
pessoa suscetível, por meio de gotículas de secreção da raramente, até 42 dias.
orofaringe eliminadas durante a fala, a tosse e o espirro.

Em alguns casos, pode ocorrer a transmissão por objetos


recentemente contaminados com secreções de pessoas doentes,
mas isso é pouco frequente, pela dificuldade de o agente
sobreviver fora do hospedeiro.
Período de transmissibilidade Susceptibilidade e imunidade
Se estende do 5º dia após a exposição do doente até a 3ª semana do A suscetibilidade é geral.
início das crises paroxísticas (acessos de tosse típicos da doença).
O indivíduo torna-se imune em duas situações, descritas a
seguir:
Em lactentes menores de 6 meses, pode prolongar-se por até 4 ou 6
semanas após o início da tosse. Doença- imunidade é duradoura, mas não permanente.
Vacina- a imunidade não é permanente; após 5 a 10 anos, em
A maior transmissibilidade cai de 95% na 1a semana da doença (fase média, da última dose da vacina, a proteção pode ser pouca ou
catarral) para 50% na 3a semana, sendo praticamente nula na 5a
semana, embora, ocasionalmente, já tenham sido isoladas bactérias inexistente.
na 10ª semana de doença.

Fase cataral Paroxística


Uma a duas semanas. Geralmente é afebril ou com febre baixa.
Manifestações respiratórias e sintomas leves (febre pouco Manifestação típica: os paroxismos de tosse seca caracterizados por
intensa, mal-estar geral, coriza e tosse seca), seguidos pela crise súbita, incontrolável, rápida e curta, com cerca de cinco a dez
instalação gradual de surtos de tosse, cada vez mais intensos e tossidas em uma única expiração. Durante os acessos, o paciente não
frequentes, evoluindo para crises de tosses paroxísticas. consegue inspirar, apresenta protrusão da língua, congestão facial e,
eventualmente, cianose, que pode ser seguida de apneia e vômitos.
A seguir, ocorre uma inspiração profunda através da glote estreitada,
podendo originar o som denominado de “guincho”.

Convalescença Complicações
Respiratórias: pneumonia por B. pertussis, pneumonias por outras
os paroxismos de tosse desaparecem e dão lugar a episódios de etiologias, ativação de tuberculose latente, atelectasia,
bronquiectasia, enfisema, pneumotórax, ruptura de diafragma.
tosse comum. Essa fase persiste por duas a 6 semanas e, em
alguns casos, pode se prolongar por até 3 meses. Infecções
Neurológicas: – encefalopatia aguda, convulsões, coma, hemorragias
respiratórias de outra natureza, que se instalam durante a intracerebrais, hemorragia subdural, estrabismo e surdez.
convalescença da coqueluche, podem provocar o
reaparecimento transitório dos paroxismos. Outras – hemorragias subconjuntivais, otite média por B. pertussis,
epistaxe, edema de face, úlcera do frênulo lingual, hérnias
(umbilicais, inguinais e diafragmáticas), conjuntivite, desidratação
e/ou desnutrição.
Diagnóstico Caso confirmado
É realizado mediante o isolamento da B. pertussis pela cultura de 1. Todo caso que atenda a definição de caso suspeito de
material colhido de nasofaringe. coqueluche e que tenha isolamento por cultura ou identificação
por PCR de B. pertussis.

A cultura é considerada como o padrão ouro no diagnóstico da


2. Clínico epidemiológico- – todo caso que atenda a definição de
coqueluche. caso suspeito e que teve contato com caso confirmado de
coqueluche pelo critério laboratorial, entre o início do período
catarral e até 3 semanas após o início do período paroxístico da
doença.

Caso confirmado Tratamento


3. Clínico- todo indivíduo, independentemente do estado vacinal, que 2005- Eritromicina, macrolídeo. Esse antibiótico é bastante eficaz na
apresente tosse de qualquer tipo há 10 dias ou mais associada a dois erradicação, em cerca de 48 horas, da B. pertussis da nasofaringe das
ou mais dos seguintes sintomas: pessoas com a doença (sintomática ou assintomática). É
. tosse paroxística– tosse súbita incontrolável, com tossidas rápidas e administrada de 6 em 6 horas por 7 a 14 dias, dificultando a adesão
curtas (cinco a dez), em uma única expiração; ao tratamento. Além disso, pode apresentar vários efeitos colaterais,
. guincho inspiratório; incluindo sintomas GI.
. vômitos pós-tosse;
. cianose; Recente- Azitromicina e a claritromicina, macrolídeos mais recentes.
. apneia; A azitromicina deve ser administrada uma vez ao dia durante 5 dias e
a claritromicina, de 12 em 12 horas durante 7 dias.
. engasgo.

Medidas de prevenção 1. (CEC 2014) A respeito da coqueluche, assinale a alternativa INCORRETA:


A A coqueluche é uma doença considerada benigna em adultos, mas que pode
Vacinação DPT (< 7anos) e dTpa. ser letal em bebês abaixo de 6 meses de idade.
B Em indivíduos não adequadamente vacinados ou vacinados há mais de 5 anos,
maternidades e em unidades de internação neonatal- reforço a coqueluche nem sempre se apresenta sob a forma clássica, podendo
manifestar-se sob formas atípicas, com tosse persistente, porém sem
com a dTpa a cada 10 anos. paroxismos e o guincho característico.
Gestante – dtpa a cada gestação. C Nos episódios de tosse paroxística, a criança deve ser colocada em lateral ou
decúbito de drenagem para evitar a aspiração de vômitos ou de secreção
Vacinação de bloqueio. respiratória.
Quimioprofilaxia com comunicante e contato íntimo. D A coqueluche é uma doença de notificação compulsória em todo o território
nacional.
E A vacinação é a medida mais eficaz e adequada de prevenção e controle da
população infantil, iniciando-se a partir de 6 meses até os 13 anos de idade.
Letra E
2. (FUNDATEC 2019) Homem, 43 anos, pedreiro, etilista, tabagista, 3. (AMOESC 2016) A coqueluche é uma doença infecciosa aguda e
hipertenso, relata que iniciou, há 30 dias, quadro de resfriado comum, transmissível, que compromete especificamente o aparelho
que, após uma semana, evoluiu para tosse seca intensa, paroxística, que
se apresentava como um ruído inspiratório em forma de guincho. Os
respiratório (traqueia e brônquios) e tem como sintoma a tosse
episódios de tosse associam-se a vômitos, com piora ao dormir. Diante seca. A forma de transmissão da coqueluche é:
desses sintomas, qual a provável doença desse paciente? A Através da picada do mosquito Aedes albopictus.
A Tuberculose. B Por meio da mordida do morcego contaminado.
B Doença obstrutiva crônica.
C Através do consumo da carne bovina contaminada.
C Coqueluche.
D Por meio de contato direto da pessoa doente (gotículas de
D Difteria.
secreção) ou por objetos recém contaminados.
E Tuberculose miliar.
Letra C Letra D

4. (FUNDATEC 2019) Homem, 43 anos, pedreiro, etilista, tabagista,


hipertenso, relata que iniciou, há 30 dias, quadro de resfriado comum,
que, após uma semana, evoluiu para tosse seca intensa, paroxística, que
se apresentava como um ruído inspiratório em forma de guincho. Os
episódios de tosse associam-se a vômitos, com piora ao dormir. Diante
desses sintomas, qual a provável doença desse paciente?
A Tuberculose.
B Doença obstrutiva crônica.
C Coqueluche.
D Difteria. Letra C
E Tuberculose miliar.
Agente etiológico
Doença toxi-infecciosa aguda, contagiosa, potencialmente letal,
Corynebacterium diphtheriae, bacilo gram-positivo, produtor da
imunoprevenível, causada por bacilo toxigênico, que
toxina di)érica, quando infectado por um fago específico.
frequentemente se aloja nas amígdalas, faringe, laringe, fossas
nasais e, ocasionalmente, em outras mucosas e na pele. É
caracterizada por apresentar placas pseudomembranosas típicas.

Difteria Difteria
Reservatório- O principal é o próprio doente ou o portador, sendo Incubação- Em geral, de 1 a 6 dias, podendo ser mais longo.
esse último mais importante na disseminação do bacilo, pela maior
frequência na comunidade e por ser assintomático. A via respiratória
superior e a pele são locais habitualmente colonizados pela bactéria. Período de transmissibilidade- Em média, até duas semanas após
o início dos sintomas. A antibioticoterapia adequada elimina, na
Modo de transmissão- Ocorre pelo contato direto de pessoa doente maioria dos casos, o bacilo diftérico da orofaringe, 24 a 48 horas
ou portadores com pessoa suscetível, por meio de gotículas de após sua introdução. O portador pode eliminar o bacilo por 6
secreção respiratória, eliminadas por tosse, espirro ou ao falar. Em meses ou mais, motivo pelo qual se torna extremamente
casos raros, pode ocorrer a contaminação por fômites. O leite cru
importante na disseminação da difteria.
pode servir de veículo de transmissão.

Difteria
A proteção conferida pelo soro antidiftérico (SAD) é temporária e
Susceptibilidade e imunidade-
de curta duração (em média, duas semanas). A doença
A suscetibilidade é geral.
normalmente não confere imunidade permanente, devendo o
A imunidade pode ser naturalmente adquirida pela passagem de doente continuar seu esquema de vacinação após a alta
anticorpos maternos via transplacentária, que protegem o bebê
hospitalar
nos primeiros meses de vida, ou através de infecções inaparentes
atípicas, que conferem imunidade em diferentes graus,
dependendo da maior ou menor exposição dos indivíduos. A
imunidade também pode ser adquirida ativamente pela
vacinação com toxoide diftérico.
Manifestações clínicas Manifestações clínicas
A presença de placas pseudomembranosas branco- Comprometimento do estado geral- prostrado e pálido.
acinzentadas, aderentes, que se instalam nas amígdalas e A dor de garganta é discreta, independentemente da localização ou
invadem estruturas vizinhas, é a manifestação clínica típica. Essas quantidade de placas existentes, e a febre normalmente não é muito
placas podem se localizar na faringe, na laringe e nas fossas elevada, variando de 37,5 a 38,5°C.
nasais, e, com menos frequência, também são observadas na Casos graves, há intenso edema do pescoço, com grande aumento dos
conjuntiva, na pele, no conduto auditivo, na vulva, no pênis (pós- gânglios linfáticos dessa área (pescoço taurino) e edema periganglionar
circuncisão) e no cordão umbilical. nas cadeias cervicais e submandibulares.
Risco asfixia mecânica aguda no paciente, o que muitas vezes exige
imediata traqueostomia para evitar a morte.

Formas de difteria Diagnóstico


Angina diftérica (faringe)- mais comum, discreto aumento de volume das É realizado pelo isolamento e identificação do C. diphtheriae por
amígdalas, além da hiperemia de toda a faringe.
Difteria maligna ou hipertóxica- invade estruturas vizinhas e região cervical, meio de cultura de amostras biológicas, coletadas
pescoço taurino. adequadamente, das lesões existentes (ulcerações, criptas das
Nasal (rinite diftérica)- secreção nasal serossanguinolenta, geralmente amígdalas), exsudatos de orofaringe e de nasofaringe.
unilateral, podendo ser bilateral, que provoca lesões nas bordas do nariz e no
lábio superior.
Laríngea- tosse, rouquidão, disfonia e dificuldade respiratória progressiva,
podendo evoluir para insuficiência respiratória aguda. Essa técnica é considerada o padrão ouro para o diagnóstico da
Cutânea - úlcera arredondada, com exsudato fibrinopurulento e bordas bem difteria.
demarcadas que, embora profunda, não alcança o tecido celular subcutâneo.

Não devem ser aguardados os resultados dos exames para o


Complicações
Miocardite;
desencadeamento das medidas de controle e outras atividades
da investigação, embora sejam imprescindíveis para a Insuficiência respiratória;
confirmação de casos e para nortear o encerramento das Neurite; e
investigações. Renais
Tratamento
Em geral, a difteria é uma doença grave que necessita de Soro antidiftérico (SAD)- em unidade hospitalar, inativa a toxina
assistência médico-hospitalar imediata e isolamento circulante o mais rápido possível, possibilitando a circulação de
excesso de anticorpos em quantidade suficiente para neutralizar
a toxina produzida pelos bacilos.
Via do SAD – IM ou EV (preparo de medicação para anafilaxia –
corticoide, adrenalina e antihistaminico).
Antibiótico para interromper a produção de exotoxina, pela
destruição dos bacilos diftéricos e sua disseminação.

Medidas de prevenção
Vacinação- dT, DPT, dtpa.

Os doentes com difteria devem ser mantidos em isolamento respiratório


durante 14 dias após a introdução da antibioticoterapia apropriada.
Os fômites devem receber cuidados apropriados, segundo as normas de
biossegurança.
O ideal é suspender as medidas relativas às precauções respiratórias somente
quando duas culturas de secreções obtidas de nasofaringe, em meios
específicos, forem negativas para C. diphtheriae. A realização de duas
culturas de material coletado das lesões cutâneas, pelo menos 24 horas
depois de completada a antibioticoterapia, é obrigatória inclusive nos
doentes com difteria cutânea.

Medidas de prevenção 1. (IFC 2012) Doença respiratória infectocontagiosa grave, causada


por um bacilo que se instala nas amídalas, faringe, laringe, nariz e,
Como a difteria nem sempre confere imunidade e a reincidência
em alguns casos, nas mucosas e na pele. O período de incubação
não é incomum, os doentes serão considerados suscetíveis e, costuma durar em torno de um a seis dias, altamente transmissível
portanto, deverão ser vacinados logo após a alta. mediante contato direto, através de gotículas eliminadas pela tosse,
pelo espirro e ao falar, ou pelo contato com as lesões cutâneas:
A Tétano
B Coqueluche
C Sarampo
D Parotidite
E Difteria
Letra E
2. (IADES 2019) A difteria é doença transmissível aguda, toxi-infecciosa, causada 3. (FCC 2016) A fim de proteger os trabalhadores de saúde e
por bacilo toxigênico, que, frequentemente, se aloja nas amígdalas, faringe,
laringe, nariz e, ocasionalmente, em outras mucosas e na pele. Acerca desse promover a segurança do paciente contra enfermidade
tema, assinale a alternativa que apresenta manifestação clínica típica. transmissível por tosse, espirro ou ao falar, caracterizada por placa
A Caracteriza por paroxismos de tosse seca. pseudomembranosa branco-acinzentadas nas amídalas, indica-se a
B Enterite grave, caracterizada por diarreia aquosa, acompanhada de dor vacinação contra
abdominal, mal-estar, anorexia, náuseas, vômitos e febre.
C Caracterizada por manifestações de lesões acneiformes, rash cutâneo,
A coqueluche.
ulcerações ou massas subcutâneas que simulam tumores. B difteria.
D Presença de placas pseudomembranosas brancoacinzentadas aderentes, que C caxumba.
se instalam nas amígdalas e invadem estruturas vizinhas.
E Comprometimento respiratório baixo, febre, sudorese noturna, dor pleural, D herpes simples.
dispneia, tosse produtiva, artralgia, anorexia. E influenza do tipo A.
Letra D Letra B
Caxumba- descrição da doença
Doença viral aguda.
Caracterizada: febre, dor e aumento de volume de uma ou mais
Caxumba/ parotidite glândulas salivares, com predileção pelas parótidas e, às vezes,
pelas sublinguais ou submandibulares.

Epidemiologia Descrição da doença


Costuma se apresentar sob a forma de surtos, que acometem mais as crianças Ocorre primariamente no escolar e no adolescente; tem
nas populações não vacinadas. evolução benigna, mas eventualmente pode ser grave, chegando
a determinar hospitalização do doente.
A doença é mais severa em adultos.
Mais raramente, pode ocorrer encefalite. A caxumba é doença de
As estações com maior ocorrência de casos são o inverno e a primavera. distribuição universal, de alta morbidade e baixa letalidade,
aparecendo sob a forma endêmica ou em surtos.
Notificação compulsória apenas os surtos. Considerar como surtos de
caxumba a ocorrência de número de casos acima do limite esperado, com
base nos anos anteriores, ou casos agregados em instituições, como creches,
escolas, hospitais, presídios, entre outros.

Complicações Caxumba
Em homens adultos, pode ocorrer orquiepididimite em, Agente etiológico- Vírus da família Paramyxoviridae, gênero Paramyxovirus.
aproximadamente, 20 a 30% dos casos;
Em mulheres acima de 15 anos podem apresentar mastite Reservatório- O homem.
(aproximadamente, 15% dos casos), e em 5 % daquelas que
adquirem a parotidite após a fase puberal pode ocorrer ooforite. Modo de transmissão- Via aérea, através da disseminação de gotículas, ou
por contato direto com saliva de pessoas infectadas. A transmissão indireta
A pancreatite pode ocorrer em 20% dos casos. O sistema nervoso é menos frequente, mas pode ocorrer pelo contato com objetos e utensílios.
central (SNC), com frequência, pode estar acometido sob a forma
de meningite asséptica, quase sempre sem sequelas. Isolamento- 9 dias após o início da doença.
Caxumba Manifestações clínicas
Incubação- De 12 a 25 dias, sendo, em média, 16 a 18 dias.
Aumento das glândulas salivares, principalmente a parótida, acometendo
também as glândulas sublinguais e submaxilares, acompanhada de febre.
Transmissibilidade- Varia entre 6 e 7 dias antes das manifestações clínicas, Os sintomas iniciais são febre (37,7º a 39,4ºC), anorexia, astenia, cefaleia,
até 9 dias após o surgimento dos sintomas. O vírus pode ser encontrado na mialgia, artralgia e desconforto em mastigar. Aproximadamente 30% das
urina até 14 dias após o início da doença. infecções podem não apresentar hipertrofia aparente dessas glândulas.
Em < 5 anos- sintomas das vias respiratórias.
Susceptibilidade e imunidade- A imunidade é de caráter permanente, sendo Raro: perda neurossensorial da audição, de início súbito e unilateral e
adquirida após infecções inaparentes, aparentes, ou após imunização ativa. encefalite.
O vírus também tem tropismo pelo SNC, observando-se, com certa
frequência, meningite asséptica, de curso benigno, que, na grande maioria
Diagnóstico- clínico-epidemiológico. das vezes, não deixa sequelas.

Atenção! Tratamento
Sintomáticos;
Não há relatos de óbitos relacionados à parotidite. Sua Hidratação e alimentação do doente, já que esses pacientes
ocorrência durante o 1° trimestre da gestação pode ocasionar aceitam mal alimentos ácidos, que podem determinar dor,
aborto espontâneo. náuseas e vômitos.
Hidratação parenteral está indicada na pancreatite e na
meningite

Suspensão da bolsa escrotal por suspensório. Aplicação de bolsas


de gelo e analgesia, quando necessárias.
Rubéola
Descrição da doença- Doença exantemática aguda, de etiologia viral, que
apresenta alta contagiosidade e acomete principalmente crianças. Sua
importância epidemiológica está relacionada ao risco de abortos, natimortos
Rubéola e malformações congênitas, como cardiopatias, catarata e surdez. Quando a
infecção ocorre durante a gestação, o recém-nascido poderá apresentar a
síndrome da rubéola congênita (SRC).

Rubéola congênita- Complicação da infecção pelo vírus da rubéola durante a


gestação, principalmente no 1o trimestre, podendo comprometer o
desenvolvimento do feto e causar abortamento, morte fetal ou anomalias
congênitas.

Rubéola- epidemiologia
Notificação compulsória.

Deve ser investigado em até 48 horas. Além disso, a possibilidade de


detecção de novos casos deve ser considerada

Em abril de 2015, a Organização Pan-Americana da Saúde declarou a


Região das Américas livre da rubéola e da síndrome da rubéola
congênita.

Transmissão- gotícula

Medidas de prevenção
Vacinação –TV 12 e 15 meses; até 29 anos -2 doses. 30 a 49 anos
– 1 dose.
Isolamento
Bloqueio vacinal- Deve ser realizada no prazo máximo de até 72
horas após a notificação do caso, a fim de interromper a cadeia
de transmissão e, consequentemente, eliminar os suscetíveis no
menor tempo possível
Isolamento Rubéola
Agente etiológico- Vírus RNA, do gênero Rubivírus e da família Togaviridae.
As crianças e adultos acometidos de rubéola devem ser afastados
da escola, da creche, do local de trabalho e também de outros Reservatório- O homem.
locais, durante o período de transmissibilidade (5 a 7 dias antes
do início do exantema e pelo menos 7 dias depois). Modo de transmissão- Ocorre por meio de contato com secreções nasofaríngeas
de pessoas infectadas. O vírus é disseminado por gotículas ou pelo contato direto
com pessoas infectadas. A transmissão indireta, que é pouco frequente, ocorre
mediante contato com objetos contaminados com secreções nasofaríngeas, sangue
e urina.

Incubação- Em geral, varia de 14 a 21 dias, com média de 17 dias. A variação


máxima observada é de 12 a 23 dias.

Rubéola Imunidade
Período de transmissibilidade- Aproximadamente de 5 a 7 dias antes do A suscetibilidade é geral.
início do exantema e até 7 dias após o exantema.
Imunidade- A imunidade ativa é adquirida por meio da infecção
natural ou por vacinação. Os filhos de mães imunes podem
Rubéola congênita- Recém-nascidos com síndrome da rubéola congênita apresentar imunidade passiva e transitória durante 6 a 9 meses
(SRC) podem excretar o vírus da rubéola nas secreções nasofaríngeas,
de idade.
sangue, urina e fezes por longos períodos. O vírus pode ser encontrado
em 80% das crianças no 1º mês de vida, 62% do 1º ao 4º mês, 33% do 5º
ao 8º mês, 11% entre 9 e 12 meses, e 3% no 2º ano de vida.

Manifestações clínicas Rubéola congênita- Manifestações clínicas


O quadro clínico é caracterizado por exantema máculo-papular e puntiforme
difuso, com início na face, couro cabeludo e pescoço, espalhando-se • Catarata, glaucoma, microftalmia, retinopatia, cardiopatia congênita
posteriormente para o tronco e membros. (persistência do canal arterial, estenose aórtica, estenose pulmonar),
surdez, microcefalia e retardo mental.
Febre baixa e linfoadenopatia retroauricular, occipital e cervical posterior • Transitórias: hepatoesplenomegalia, hepatite, icterícia, anemia
também são possíveis de ocorrer. Geralmente, antecedem o exantema no
período de 5 a 10 dias e podem perdurar por algumas semanas. hemolítica, púrpura trombocitopênica, adenopatia, meningoencefalite,
miocardite, osteopatia de ossos longos (rarefações lineares nas
Formas inaparentes são frequentes, principalmente em crianças. metáfises) e exantema crônico.
Adolescentes e adultos podem apresentar um período prodrômico com febre • A prematuridade e o baixo peso ao nascer;
baixa, cefaleia, dores generalizadas (artralgias e mialgias), conjuntivite, coriza
e tosse. • Malformação, sendo a deficiência auditiva a mais comum.
Complicações Diagnóstico
Raras; Clínico-epidemiológico
Maior frequência em adultos, destacando-se: artrite ou artralgia,
encefalites (1 para 5 mil casos) e manifestações hemorrágicas (1 Laboratorial: anticorpos IgM no sangue na fase aguda da doença,
desde os primeiros dias até 4 semanas após o aparecimento do
para 3 mil casos). exantema.
Não existem indicações para solicitar e realizar o exame de rotina
para rubéola no pré-natal, em gestantes. O exame só deve ser
solicitado e realizado mediante suspeita de rubéola na gestante ou
quando a mesma for contato com uma pessoa com doença
exantemática.

(FUNCAB 2015) A Síndrome da Rubéola Congênita é uma complicação da infecção pelo


vírus da rubéola durante a gestação, principalmente no 1° trimestre, podendo
comprometer o desenvolvimento do feto e causar abortamento, morte fetal ou 1. (PREF RJ 2016) Febre baixa, aumento ganglionar nas regiões
anomalias congênitas. Sobre esta síndrome é correto afirmar: retroauriculares e exantema maculopapular que surgem na face,
A O feto infectado produz apenas anticorpos e specíficos IgG para rubéola antes do
nascimento. A presença desse anticorpo no feto é evidência de infecção congênita. pescoço e couro cabeludo, distribuindo-se em seguida para o
B Tendo em vista a frequência e o aparecimento precoce de alterações ósseas, a restante do corpo, caracteriza a seguinte doença:
avaliação radiológica de ossos longos apresenta grande importância diagnostica.
C Caso sejam observados sinais clínicos com patíveis com a infecção treponêmica A rubéola
congênita, deve-se proceder a repetição dos exames sorológicos.
D O tratamento efetivo se dá através de doses de penicilina G cristalina intramuscular, a B sarampo
cada 12 horas, por um período de uma semana a 10 dias consecutivos. C dengue
E As principais manifestações clínicas no recém-nascido são: catarata , glaucoma,
microftalmia, retinopatia, cardiopatia congênita, surdez, microcefalia e retardo mental. D escarlatina

Letra E Letra A

2. (VUNESP 2015) Infecções congênitas são transmitidas pela


mãe para o feto durante a gestação e o trabalho de parto. A O vírus da rubéola pode ser identificado na urina, secreções
rubéola pode levar o recém-nascido a nascer com nasofaríngeas, sangue, líquido cefalorraquidiano ou em tecidos
do corpo. A identificação viral tem por finalidades: determinar o
A microcefalia, convulsões e hipotermia.
padrão genético circulante no país, diferenciar os casos
B petéquias, trombocitopenia e catarata. importados de rubéola e o vírus selvagem do vírus vacinal.
C alterações ósseas, anemia e diarreia.
D defeitos oculares, perda auditiva e defeitos cardíacos.
E abaulamento da fontanela, irritabilidade e alterações ósseas.

Letra D
Descrição da doença Agente etiológico
Neisseria meningitidis (meningococo) é um diplococo gram-
A doença meningocócica é uma infecção bacteriana aguda. Quando
se apresenta na forma de doença invasiva, caracteriza-se por uma ou
negativo, aeróbio, imóvel, pertencente à família Neisseriaceae.
mais síndromes clínicas, sendo a meningite meningocócica a mais A composição antigênica da cápsula polissacarídica permite a
frequente delas e a meningococcemia a forma mais grave. classificação do meningococo em 12 diferentes sorogrupos: A, B,
C, E, H, I, K, L, W, X, Y e Z.
Nos casos de meningococcemia, o coma pode sobrevir em algumas Os sorogrupos A, B, C, Y, W e X são os principais responsáveis
horas. Associa-se a elevadas taxas de letalidade, geralmente acima de
pela ocorrência da doença invasiva e, portanto, de epidemias.
40%, sendo a grande maioria dos óbitos nas primeiras 48 horas do
início dos sintomas.

Reservatório Modo de transmissão


O homem, sendo a nasofaringe o local de colonização do Contato direto pessoa a pessoa, por meio de secreções
microrganismo.
A colonização assintomática da nasofaringe pela N. meningitidis respiratórias de pessoas infectadas, assintomáticas ou doentes.
caracteriza o estado de portador que ocorre frequentemente, A transmissão por fômites não é importante.
chegando a ser maior que 10% em determinadas faixas etárias nos
períodos endêmicos, podendo o indivíduo albergar o meningococo
por período prolongado. Precaução por gotícula.

As taxas de incidência de portadores são maiores entre adolescentes


e adultos jovens e em camadas socioeconômicas menos privilegiadas.

Período de incubação
Período de transmissibilidade
Persiste até que o meningococo desapareça da nasofaringe. Em • Em média, de 3 a 4 dias, podendo variar de 2 a 10 dias.
geral, a bactéria é eliminada da nasofaringe após 24 horas de • Após a colonização da nasofaringe, a probabilidade de
antibioticoterapia adequada. desenvolver doença meningocócica invasiva dependerá da
virulência da cepa, das condições imunitárias do hospedeiro e
da capacidade de eliminação do agente da corrente
sanguínea, pela ação de anticorpos séricos com atividade
bactericida mediada pela ativação do complemento.
• O baço também exerce um importante papel na eliminação da
bactéria na corrente sanguínea.
Suscetibilidade E Imunidade Manifestações clínicas
Suscetibilidade- geral, entretanto, o grupo etário de maior risco são A meningite e a meningococcemia são as formas clínicas mais
as crianças menores de 5 anos, principalmente as menores de 1 ano. frequentemente observadas, podendo ocorrer isoladamente ou associadas.

O quadro de meningite pode se instalar em algumas horas, iniciado com


A doença meningocócica invasiva ocorre primariamente em pessoas intensa sintomatologia, ou mais paulatinamente, em alguns dias,
suscetíveis recentemente colonizadas por uma cepa patogênica. acompanhado de outras manifestaçõe, geralmente indistinguíveis de outras
Inúmeros fatores de risco têm sido associados, tais como: infecções meningites bacterianas.
respiratórias virais recentes (especialmente influenza), aglomeração
no domicílio, residir em quartéis, dormir em acampamento militar ou A meningite meningocócica é a forma mais frequente de doença
em alojamentos de estudantes, tabagismo (passivo ou ativo), meningocócica invasiva e associa-se, em cerca de 60% dos casos, à presença
condições socioeconômicas menos privilegiadas e contato íntimo de lesões cutâneas petequiais bastante características.
com portadores.

Manifestações clínicas Formas graves


Em lactentes com meningite, a pesquisa de sinais meníngeos é Em 15 a 20% dos pacientes com doença meningocócica, identificam-
extremamente difícil e a rigidez de nuca nem sempre está se formas de evolução muito rápidas, geralmente fulminantes,
devidas somente à septicemia meningocócica, sem meningite, e que
presente. Nestas circunstâncias, deve-se realizar o exame se manifestam por sinais clínicos de choque e coagulação
cuidadoso da fontanela bregmática intravascular disseminada (CIVD), caracterizando a síndrome de
Waterhouse-Friderichsen. Trata-se de um quadro de instalação
repentina, que se inicia com febre, cefaleia, mialgia e vômitos,
seguidos de palidez, sudorese, hipotonia muscular, taquicardia,
pulso fino e rápido, queda de pressão arterial, oligúria e má perfusão
periférica

(Pref RJ 2019) A doença meningocócica é uma infecção bacteriana


aguda, que pode apresentar-se na forma de doença invasiva,
caracterizando-se por uma ou mais síndromes clínicas, sendo a
meningite meningocócica a mais frequente delas e a
meningococcemia a forma mais grave. O agente causador dessa Obrigada!
doença é denominado:
A Haemophilus influenzae
B Neisseria meningitidis
C Streptococcus pneumoniae
D Staphylococcus aureus
Letra B

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