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“Monografia apresentada na
Universidade Federal do Rio de Janeiro
como parte das exigências para
obtenção do grau de Licenciada no curso
de Licenciatura em Ciências Biológicas
do Consórcio CEDERJ/UFRJ”
NOVEMBRO – 2010
Dedicatória
Agradecimentos
prosseguir, pois inúmeras foram as pedras no caminho que geravam muito cansaço
em todos esses anos, em especial aos tutores que contribuíram muito para o meu
ser humano.
ela por todo tempo e paciência dedicados. Tivemos mudanças de vida muito
importantes neste período, o que nos afastou ainda mais fisicamente, mas graças a
A minha banda musical preferida que inspirou o tema deste trabalho com
anseios de vida de gente comum que batalha para vencer, para viver. Mesmo
diante deste abismo que separa fã de ídolo, quero agradecê-los, pois sua poesia me
ÍNDICE
Pág.
1. INTRODUÇÃO 11
1.1 Plantas medicinais: Aspectos históricos e panorama atual. 11
1.2 Remédio ou Veneno. 16
1.3 Plantas medicinais em Paraíba do Sul. 19
2. OBJETIVOS 22
2.1 Objetivo Geral 22
2.2 Objetivos Específicos 22
3. MATERIAIS E MÉTODOS 23
3.1 Oferta local de plantas medicinais e coleta de Dados 23
3.2 Análise dos Dados 24
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 25
5. CONCLUSÃO 39
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 40
7. ANEXOS 44
16
ÍNDICE DE FIGURAS
Pág.
ÍNDICE DE TABELAS
Pág.
RESUMO
ABSTRACT
Medicinal plants are of ancient use. It have been use in primary health care by
people in places more poor or deprived of wealth and medical assistance and use
are extremely common in traditional communities. However, the habit of using
medicinal plants is widespread and associated with ideas of lower cost, safety and
absence of adverse reactions or side effects etc, the lack of information and misuse
of medicinal plants can lead to poisoning and sometimes to death. The aim of this
work was try to understand the idea about the use of medicinal plants by the
population of Paraiba do Sul, taking into account age and education level of
respondents in order to establish a profile of medicinal plants users. Data were
collected through questionnaires in the following locations: 1°- The district health post
of Liberdade, 2°- The district health post of Santo Antônio, 3°- students of Colégio
Estadual Bezerra de Menezes, e 4°- other residents of the same place (family and
work colleagues). Altogether 40 people gave information for this research and most
of them were female, under 60 years and had school. They claimed to use of
medicinal plants (62.5%) however, 85% of them prefer the allopathic medication in
case of illness for reasons such as easely of acquisition, faster effect and medical
indication. Some difficulties were reported regarding the use of medicinal plants as a
lack of plant and uncertainty of the identity. Naturalistic justifications were given for
the use of plants as medicine, and the worrying fact that only about 50% of herbal
users know the possible risks of poisoning and drug interactions. By contrast most
cultivated plants at home, not favoring the extraction and know the need of the plants
are grown and / or collected in suitable locations. Parents and grandparents appear
as the main transmitters of this knowledge and the plants most used are the
forskohlii, pomegranate and camomile.
21
1. INTRODUÇÃO
por este estudo menciona ainda que o mercado da medicina tradicional movimente
só nos Estados Unidos, cerca de 60 milhões de dólares por ano (Op.cit, 2007).
Somando-se ao fator socioeconômico o uso de plantas medicinais também é
favorecido e estimulado por propiciarem efeitos colaterais mais brandos do que os
medicamentos alopáticos (Junior et. al., 2005).
O que temos visto, principalmente através da mídia, é que o interesse pelas
plantas medicinais é mundial, mas não somente pelo potencial terapêutico
riquíssimo destas, mas principalmente por representarem um poder econômico
incalculável visado especialmente pela indústria farmacêutica que trava uma
verdadeira corrida ao ouro na busca por novos achados e com isso futuras e
rentáveis patentes sobre novos produtos.
Todo esse interesse e a enorme quantidade de informação sobre o uso de
centenas de plantas como medicamentos em todos os lugares do mundo faz surgir a
necessidade de se desenvolver metodologias que facilitem a avaliação científica
dessas plantas e a caracterização do seu valor terapêutico, bem como o saber
tradicional associado a ela (Elizabetsky, 2000). Acrescenta-se a isto a preocupação
quanto à perda da biodiversidade, devido à extração vegetal desordenada,
principalmente nos países em desenvolvimento, e o processo natural de mudança
cultural e urbanização que em tempos de praticidade e modernização compromete
todo esse conhecimento tradicional (Veiga Junior, 2007). Todos esses fatores
determinam um senso de urgência em garantir o registro desse saber. (Elizabetsky,
2000).
Socioeconomicamente a descoberta de novos fármacos de origem vegetal
resulta no desenvolvimento de fitoterápicos patenteados, diminuindo ou acabando
com a dependência externa, o que acarretam consequências significativas no
planejamento de saúde de um país e na sua própria economia, possibilitando a este
a autonomia no gerenciamento de suas políticas de saúde. (Op.cit., 2000) estima o
valor econômico da descoberta de novos fármacos de origem vegetal, relatando que
há de se contabilizar todos os benefícios sociais advindos do produto e não apenas
o valor de mercado. Sendo assim, do ponto de vista ecológico, a descoberta desses
novos fármacos consiste em um forte argumento conservacionista. (op. cit., 2000).
Tendo como base primordial a planta com finalidade terapêutica, podemos
definir três grupos de medicamentos; a planta medicinal em si, preparada e utilizada
das mais diversas formas, mais comumente na forma de chás, o fitoterápico e o
24
fitofármaco (Biazzi, 1997). A OMS (Veiga Junior, 2007) define planta medicinal como
sendo todo e qualquer vegetal que possui, em um ou mais órgãos, substâncias que
podem ser utilizadas com fins terapêuticos ou que sejam precursores de fármacos
semi-sintéticos. Já fitoterápico é definido como um medicamento obtido e elaborado
exclusivamente a base de planta medicinal. Portanto, a diferença entre planta
medicinal e um fitoterápico reside no fato de que um fitoterápico apresenta a
elaboração de uma formulação específica a partir de uma planta medicinal, sendo
caracterizado pelo conhecimento da sua eficácia e dos riscos do seu uso, assim
como pela reprodutibilidade e constância de sua qualidade. É o produto final
acabado, embalado e rotulado que obedecem as normas de uma legislação vigente.
Na produção de um fitoterápico não podem estar incluídas substâncias ativas de
outras origens a não ser a vegetal. Já quando estamos nos referindo a uma
substancia ativa ou mistura de substancias ativas que foram isoladas de uma planta
medicinal estamos falando de um fitofármaco.
Atualmente, a maior parte da venda de plantas medicinais é feita em
farmácias e lojas de produtos naturais, onde o produto é embalado e comercializado
com rotulação industrializada. (Veiga Junior, 2007). Embora se tenha parâmetros
específicos para a produção e comercialização desses fitoterápicos, já que cada
país possui um conjunto de regras que regulariza a produção e o comércio de
drogas vegetais, ainda hoje ocorrem questões preocupantes quanto à inadequação
para a comercialização desses produtos (Calixto, 2000).
Estudo realizado em 54 farmácias da cidade de Recife em 2002 avaliou 24
amostras de produtos comercializados a base de pata de vaca, ginkgo e boldo (Melo
et al, 2004). Nesta pesquisa procurou-se verificar se os rótulos e as bulas dos
produtos estavam de acordo com as normas da ANVISA (RDC nº 17 de 24/02/2000
e a portaria 110/97). O resultado foi preocupante. Todos os produtos analisados
apresentaram alguma irregularidade segundo os códigos oficiais (Melo et al, 2004).
Já Brandão e colaboradores (1998), descreveram sobre a qualidade de 27
amostras comerciais de camomila à venda no estado de Minas Gerais. O resultado
identificou má conservação e/ou manuseio excessivo em todas as amostras, e a
falta de constituintes responsáveis pela ação espasmolítica.
Brandão e colaboradores (1998), em outro estudo, realizaram a análise de 72
amostras de plantas medicinais produzidas no estado do Paraná. O resultado
demonstrou que 79% do material apresentou alguma irregularidade quanto às
25
a b c
d e f
Figura 1: Exemplos de plantas medicinais que apresentam efeito tóxico ou interferem na atividade de
outras drogas. a) cáscara sagrada (Rhamnus purshiana); b) lantana (Lantana camara); c) confrei
(Symphytum officinale); d) sene (Cassia angustifólia); e) ginkgo (Ginkgo biloba); e) erva-de-são-joão
(Hypericum perforatum).
plantas medicinais, assim como seu uso seguro. Este tipo de pesquisa não ocorre
satisfatoriamente no Brasil (Veiga Junior, 2007). Outro fator preocupante de acordo
com Junior et al. (2005) é a falta de controle e fiscalização dos pontos de venda
desse tipo de vegetal, que ocorre indiscriminadamente, sem nenhum controle. Por
todas estas questões abordadas é que os estudos multidisciplinares, associando
fitoquímicos e farmacólogos, tornam-se cada vez mais importantes para a definição
dos potenciais terapêuticos e tóxicos de extratos vegetais. O intenso apelo comercial
advindo do forte movimento cultural dos naturalistas aqueceu, em todo o mundo, o
consumo de plantas medicinais. Entretanto ocorrem pouco respeito e preocupação
quanto ao uso de fitoterápicos, já que informações importantes sobre efeitos
colaterais por vezes são fornecidos aos consumidores. A falta de informações sobre
os possíveis efeitos colaterais representa cada vez mais um risco para a saúde
humana (Junior et al, 2005).
2. OBJETIVOS
2.1.Objetivo geral
3. MATERIAIS E MÉTODOS
4. RESULTADOS E DISCUSÃO
A maioria dos entrevistados (40%) possui idade até 30 anos, 17,5% de 31-40
anos, 32,5% de 41-60 anos e 10% acima de 60 anos (Figura 2).
10%
40% 39%
33%
60%
18%
20%
80%
não sim
A partir de todos que relataram fazer uso de plantas medicinais (62,5%), foi
realizado um levantamento sobre quais plantas são mais utilizadas por eles e com
qual finalidade. Os nomes das plantas foram registrados nos questionários com a
nomenclatura popular citada pelos entrevistados. As espécies citadas aqui cujos
nomes populares constam no Anexo I da RDC n° 10/2010 têm seu nome científico
citado na Tabela 1, todavia não há garantias de que se tratam exatamente da
mesma planta já que não foram realizadas coletas de material botânico seguido de
identificação e depósito em herbário das plantas registradas nos questionários pelos
entrevistados. Esses dados foram reunidos na tabela a seguir (Tabela 1) e na
(Figura 11). A referida figura ainda informa a freqüência com que as plantas foram
citadas. Dentre os exemplares mais utilizados estão o boldo, a romã e a camomila.
42
10
40% 45%
55%
60%
O cultivo de plantas medicinais exige uma série de cuidados. Este deve ser
realizado em local protegido de vento, próximo a fonte de água de boa qualidade,
longe de pastos ou de trânsito para evitar contaminação das plantas por
microorganismos e os produtos da combustão que contém metais pesados (Sartório
et al., 2000). O local onde a planta está habitando, seja espontaneamente ou
cultivada, influencia grandemente na sua qualidade e na segurança de seu uso, pois
a contaminação por microorganismos pode trazer complicações sérias à saúde do
usuário (Bugno et al., 2006). Os dados apresentados na (Figura 15) mostram que
65% dos entrevistados têm noção da importância de se coletar plantas de locais
adequados, os outros 35% não.
35%
65%
não sim
5. CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AMORIM, M.F.D., DINIZ, M.F.F.M., ARAÚJO, M.S.T., PITA, J.C.L.R., DANTAS, J.G.,
RAMALHO, J.A., XAVIER, A.L., PALOMARO, T.V., JÚNIOR, N.L.B. The
controvertible role of kava (Pipermethysticum G. Foster) an anxiolytic herb, on
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AMOROZO, M.C.M. & Gely, A. Uso de plantas medicinais por caboclos do baixo
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Série Botânica, 4 (1): 47-131. 1988.
BIAZZI, Elza S. Saúde pelas plantas. 22ª Ed. Casa Publicadora Brasileira.Tatuí,
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GHISALBERTI, E.L. Lantana camara L.- Verbenaceae. Review. Fitoterapia, vol. 71:
467-486. 2000.
SOUSA, Francisa C. F., MELO, Carla T. V., CITÓ, Maria C. O., FÉLIX, Francisca
Helvira Cavalcante, VASCONCELOS, Silvânia M. M., FONTELES, Marta M.
F., BARBOSA FILHO, José Maria, VIANA Glauce S. B. Plantas medicinais e
seus constituintes bioativos: Uma revisão da bioatividade e potenciais
benefícios nos distúrbios da ansiedade em modelos animais. Revista Brasileira
de Farmacognosia, vol. 18(4): 642-654, Out./Dez. 2008
VIERA, L.S. Fitoterapia da Amazônia. São Paulo. Ed. Ceres. 347p. 1992.
WINK, M. & WYK, B. Mind-altering and poisonous – Plants of the World. Timber
Press – London. 2008.
ZARONI, M., Pontarolo, R., Abrahão, W. S. W., Fávero, M. L. D., Correia, C. J.,
Stremel, D. P. Qualidade microbiológica das plantas medicinais produzidas no
Estado do Paraná. Revista Brasileira de Farmacognosia, vol. 14: 29-39. 2004.
54
ANEXO I
1- Sexo:
( ) Masculino ( ) Feminino
2- Idade:
( ) até 30 anos
( ) de 31 a 40 anos
( ) de 41 a 60 anos
( ) acima de 60 anos
3- Escolaridade
( ) ensino médio
( ) graduação ( ) pós-graduação
4- Você faz uso de alguma planta medicinal para tratar algum sintoma ou
doença?
Sim ( ) Não ( )
5-Quando você está com algum mal estar ou doença você recorre
preferencialmente a:
( ) um remédio industrializado (tratamento alopático)
( ) uma planta medicinal
( ) um fitoterápico ou fitofármaco
55
que?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
15-Você sabe que não devem ser adquiridas plantas que sejam cultivadas ou
mantidas próximas de pastos ou mesmo o trânsito de carros?
( ) sim ( ) não
16- Na sua família quem é a pessoa que tem maior conhecimento sobre o uso
dessas plantas?
Indique o grau de parentesco, ex. mãe, tia-avó, avô, etc.
___________________________________________________________________
ANEXO II
Plantas
medicinais
Um guia para orientar e esclarecer.
58
Você usa Plantas Medicinais ... mas você sabia que ...
Uma boa dica é cultivar as plantas que você mais costuma usar
em casa. As plantas colhidas podem ser secas a sombra e conservadas
em local seco, ao abrigo da luz.
Camomila
Romã
Erva-cidreira, Melissa